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05/05- SEXTA-FEIRA (01 AULA)

Uso da Pontuação: Aspas, itálico e negrito


Esses são três recursos que podem ser utilizados para destacar determinados
conteúdos do texto. Recomenda-se que seja estabelecido um critério equilibrado
e uniforme na utilização desses três recursos para se evitar o uso indiscriminado
de destaques para o mesmo tipo de conteúdo.
Aspas simples
Utiliza-se em transcrições, realce, citação dentro de citação.
Aspas duplas
Emprega-se aspas duplas no início e no final de uma citação que não ultrapasse
cinco linhas; em citações textuais no rodapé; em expressões de idioma vernáculo
usuais apenas em meio profissional; em termos relativizados, tais como gírias,
apelidos ou com sentido irônico; em definições conceituais de termos.
Itálico
Deve ser utilizado em títulos de livros, periódicos, peças, filmes, óperas, músicas,
pinturas, esculturas, entre outros citados no texto. Nomes científicos de
espécies; palavras e locuções em outros idiomas e palavras ou expressões
latinas citados no texto aos quais se queira dar ênfase também podem vir em
itálico.
Negrito
O uso de negrito no texto é pouco recomendado e deve ser usado apenas para
dar destaque a letras ou a palavras quando não for possível destacá-las pela
redação.

ATIVIDADES
D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.
“Chatear” e “encher” Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e
“encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar. Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar. Mais cinco minutos, você liga o
mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca
trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia. Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro
desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. Até aqui
é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.

QUESTÃO 01-No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (l.
7), o emprego do termo sublinhado sugere que o personagem, no contexto,
A) era gentil.
B) era curioso.
C) desconhecia a outra pessoa.
D) revelava impaciência.
QUESTÃO 02-Vamos colocar em prática o que aprendemos sobre as
pontuações: Aspas, itálico e negrito
Pesquise 2 exemplos quanto ao uso da:
A) Aspas
B) Itálico
C) Negrito
QUESTÃO 03- PESQUISE NOMES DE OBRAS COM O USO DE ASPAS

08/05 - SEGUNDA-FEIRA (01 AULA)


A comédia de costumes tem a intenção de fazer uma crítica à sociedade por
meio do humor. Cria uma sátira dos costumes de um grupo de pessoas ao
construir o enredo em torno dos códigos sociais existentes no contexto a que
pertencem as personagens. Tais noções podem ser obtidas no link: “As
características do gênero comédia”

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=llJcrM7O90s&t=56s . Na


presente aula, trabalharemos com o texto dramático de Martins Pena, mas outros
autores também são sugeridos para o trabalho com esse gênero: Molière,
Joaquim M. de Macedo, Gil Vicente, Ariano Suassuna, Millôr Fernandes, etc.
Após falar sobre a representação do povo por meio das máscaras da comédia
grega, convide os alunos para experimentar o humor brasileiro do século XIX.
Explique-lhes que a prática de rir da própria realidade é antiga e que Martins
Pena é o fundador da comédia de costumes no Brasil. Distribua versões
impressas do texto teatral “O Judas em sábado de aleluia” entre os alunos e
peça-lhes que se organizem em grupos de 3 a 4 para uma leitura atenta da cena
I dessa produção, escrita na década de 1840.

PEÇA DE TEATRO: O judas em sábado de aleluia

Cena IV

FAUSTINO – Maricota...

MARICOTA – Fui bem desgraçada em dar meu coração a um ingrato!

FAUSTINO (enternecido) – Maricota!

MARICOTA – Se eu pudesse arrancar do peito esta paixão...

FAUSTINO – Maricota, eis-me a teus pés! (Ajoelha-se, e enquanto fala, Maricota


ri-se, sem que ele veja.) Necessito de toda a tua bondade para ser perdoado!

MARICOTA – Deixe-me.

FAUSTINO – Queres que morra a teus pés? (Batem palmas na escada.)

MARICOTA (assustada) – Quem será? (Faustino conserva-se de joelhos.)

CAPITÃO ( na escada, dentro )– Dá licença?

MARICOTA (assustada) – É o capitão Ambrósio! (Para Faustino:) Vá-se embora,


vá-se embora! (Vai para dentro, correndo.)

FAUSTINO (levanta-se e vai atrás dela) – Então, o que é isso?... Deixou-me!...


Foi-se!... E esta!...Que farei?... (Anda ao redor da sala como procurando aonde
esconder-se.) Não sei onde esconder-me... (Vai espiar à porta, e daí corre para
a janela.) Voltou, e está conversando à porta com um sujeito; mas decerto não
deixa de entrar. Em boas estou metido, e daqui não... (Corre para o judas, despe-
lhe a casaca e o colete, tira-lhe as botas e o chapéu e arranca-lhe os bigodes.)
O que me pilhar tem talento, porque mais tenho eu. (Veste o colete e casaca
sobre a sua própria roupa, calça as botas, põe o chapéu armado e arranja os
bigodes. Feito isso, esconde o corpo do judas em uma das gavetas da cômoda,
onde também esconde o próprio chapéu, e toma o lugar do judas.) Agora pode
vir... (Batem.) Ei-lo! (Batem.) Aí vem!
CENA V

CAPITÃO e FAUSTINO, no lugar do judas.

CAPITÃO (entrando) – Não há ninguém em casa? Ou estão todos surdos? Já


bati palmas duas vezes, e nada de novo! (Tira a barretina e a põe sobre a mesa,
e assenta-se na cadeira.) Esperarei. (Olha ao redor de si, dá com os olhos no
judas; supõe à primeira vista ser um homem, e levanta-se rapidamente.) Quem
é? (Reconhecendo que é um judas:) Ora, ora, ora! E não me enganei com o
judas, pensando que era um 8 homem? Oh, oh, está um figurão! E o mais é que
está tão bem feito que parece vivo. (Assenta-se.) Aonde está esta gente? Preciso
falar com o cabo José Pimenta e... ver a filha. Não seria mau que ele [não]
estivesse em casa; desejo ter certas explicações com a Maricota. (Aqui aparece
na porta da direita Maricota, que espreita, receosa. O capitão a vê e levanta-se.)
Ah!

CENA VI

MARICOTA e os mesmos.

MARICOTA (entrando, sempre receosa e olhando para todos os lados) – Sr.


capitão!

CAPITÃO (chegando-se para ela) – Desejei ver-te, e a fortuna ajudou-me.


(Pegando-lhe na mão:) Mas que tens? Estás receosa! Teu pai?

MARICOTA (receosa) – Saiu.

CAPITÃO – Que temes então?

MARICOTA adianta-se e como que procura um objeto com os olhos pelos cantos
da sala – Eu? Nada. Estou procurando o gato...

CAPITÃO (largando-lhe a mão) – O gato? E por causa do gato recebe-me com


esta indiferença?

MARICOTA (à parte) – Saiu. (Para o capitão:) Ainda em cima zanga-se comigo!


Por sua causa é que eu estou nestes sustos.

CAPITÃO – Por minha causa?

MARICOTA – Sim.

CAPITÃO – E é também por minha causa que procura o gato?

MARICOTA – É, sim!
CAPITÃO – Essa agora é melhor! Explique-se...

MARICOTA (à parte) – Em que me fui eu meter! O que lhe hei de dizer?

CAPITÃO – Então?

MARICOTA – Lembra-se...

CAPITÃO – De quê?

MARICOTA – Da... da... daquela carta que escreveu-me anteontem, em que me


aconselhava que fugisse da casa de meu pai para a sua?

CAPITÃO – E o que tem?

MARICOTA – Guardei-a na gavetinha do meu espelho, e como a deixasse


aberta, o gato, brincando, sacou-me a carta; porque ele tem esse costume...

CAPITÃO – Oh, mas isso não é graça! Procuremos o gato. A carta estava
assinada e pode comprometer-me. É a última vez que tal me acontece! (Puxa a
espada e principia a procurar o gato.)

MARICOTA (à parte, enquanto o capitão procura) – Puxa a espada! Estou


arrependida de ter dado a corda a este tolo. (O capitão procura o gato atrás de
Faustino, que está imóvel; passa por diante e continua a procurá-lo. Logo que
volta as costas a Faustino, este mia. O capitão volta para trás repentinamente.
Maricota surpreende-se.)

CAPITÃO – Miou!

MARICOTA – Miou?!

CAPITÃO – Está por aqui mesmo. (Procura.)

MARICOTA ( à parte) – É singular! Em casa não temos gato!

CAPITÃO – Aqui não está. Onde, diabo, se meteu?

MARICOTA ( à parte) – Sem dúvida é algum da vizinhança. (Para o capitão:)


Está bom, deixe; ele aparecerá.

CAPITÃO – Que o leve o demo! (Para Maricota:) Mas procure-o bem até que o
ache, para arrancar-lhe a carta. Podem-na achar, e isso não me convém.
(Esquece-se de embainhar a espada.) Sobre esta mesma carta desejava eu
falar-te.

MARICOTA – Recebeu minha resposta?

CAPITÃO – Recebi, e a tenho aqui comigo. Mandaste-me dizer que estavas


pronta a fugir para minha casa; mas que esperavas primeiro poder arranjar parte
do dinheiro que teu pai está ajuntando, para te safares com ele. Isto não me
convém. Não está nos meus princípios. Um moço pode roubar uma moça – é
uma rapaziada; mas dinheiro é uma ação infame!

MARICOTA (à parte) – Tolo!

CAPITÃO – Espero que não penses mais nisso, e que farás somente o que te
eu peço. Sim?

MARICOTA - à parte – Pateta, que não percebe que era um pretexto para lhe
não dizer que não, e tê-lo sempre preso.

CAPITÃO – Não respondes?

MARICOTA – Pois sim. (À parte:) Era preciso que eu fosse tola. Se eu fugir, ele
não se casa.

CAPITÃO – Agora quero sempre dizer-te uma coisa. Eu supus que esta história
de dinheiro era um pretexto para não fazeres o que te pedia.

MARICOTA – Ah, supôs? Tem penetração!

CAPITÃO – E se te valias desses pretextos é porque amavas a...

MARICOTA – A quem? Diga!

CAPITÃO – A Faustino.

MARICOTA – A Faustino? (Ri às gargalhadas.) Eu? Amar aquele toleirão? Com


olhos de enchova morta, e pernas de arco de pipa? Está mangando comigo.
Tenho melhor gosto. (Olha com ternura para o capitão.)

CAPITÃO (suspirando com prazer) – Ah, que olhos matadores! (Durante este
diálogo Faustino está inquieto no seu lugar.)

MARICOTA – O Faustino serve-me de divertimento, e se algumas vezes lhe dou


atenção, é para melhor ocultar o amor que sinto por outro. (Olha com ternura
para o capitão. Aqui aparece na porta do fundo José Pimenta. Vendo o capitão
com a filha, para e escuta.)

CAPITÃO – Eu te creio, porque teus olhos confirmam tuas palavras. (Gesticula


com entusiasmo, brandindo a espada.) Terás sempre em mim um arrimo, e um
defensor! Enquanto eu for capitão da Guarda Nacional e o Governo tiver
confiança em mim, hei de sustentar-te como uma princesa. (Pimenta desata a rir
às gargalhadas. Os dois voltam-se surpreendidos. Pimenta caminha para a
frente, rindo-se sempre. O capitão fica enfiado e com a espada levantada.
Maricota, turbada, não sabe como tomar a hilaridade do pai.)
Martins Pena. Comédias. São Paulo: WMF Martins Fontes,
2007.

Entendendo o texto:

QUESTÃO 01 – Considere as seguintes afirmações sobre a obra de Martins


Pena.

I – A peça “Judas em Sábado de Aleluia” distingue-se pela apologia dos rituais


religiosos.

II – Em “Juiz de Paz na Roça”, é apresentada uma visão da sociedade


fluminense da primeira metade do século XIX.

III – Os aspectos burlescos, as situações equivocadas e os disfarces são


recorrentes na produção teatral desse autor.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.

QUESTÃO 02 – Assinale a alternativa que completa corretamente o enunciado


a seguir.

A obra de Martins Pena, um dos mais autênticos e originais escritores


românticos:

A) Apresenta, sobretudo no drama, recursos cênicos sofisticados e


inovadores, adequados às exigências do público do século XIX.

B) Traduz-se, em alguns casos, como sátira aos costumes rurais, utilizando-


se de tipos rústicos, oriundos do interior paulista.

C) Traduz, nas comédias urbanas, toda a complexidade social e humana das


elites republicanas.

D) Tem como tema dominante, tanto na comédia urbana quanto na rural, o


amor contrariado.

E) Imprime, à comédia nacional, assuntos, tipos, expressão e caráter


herdados da comédia francesa.
QUESTÃO 03 – (ESAN-RN) Martins pena é considerado um dos criadores do
teatro romântico brasileiro. Escreveu:

A) Comédias em verso, filiada à mais pura tradição vicentina, versando


situações cômicas universais.
B) Comédias em prosa, de ação rápida, em linguagem coloquial, ricas de
significado humano.
C) Tragédias em verso, inspiradas em problemas universais e ricas de
significado humano.
D) Dramas inspirados em episódios do Brasil, enriquecidos de incidentes
fictícios.
E) Dramas de crítica social, inspirados na observação dos costumes
regionais brasileiros.

QUESTÃO 04 – Você começou a ler a peça pelo final da cena IV. Apesar de
desconhecer o início da conversa entre Faustino e Maricota, é possível supor
algumas coisas.

A) Que ligação parece haver entre ambos?

B) Que sentimento cada um expressa para o outro?

C) Maricota parece sincera na expressão de seus sentimentos? Em que se


baseia sua resposta

QUESTÃO 05 – Maricota fica assustada quando batem à porta.

A) Que atitude ela toma?

B) Essa atitude soa verossímil ao público? Explique sua resposta.

C) Que explicação pode ser dada para essa reação?

QUESTÃO 06 – Por que você julga que Faustino é levado a esconder-se,


fazendo-se passar pelo boneco de judas, e não a ir embora?

QUESTÃO 07- Ao retornar à sala, sem saber se Faustino foi ou não embora,
Maricota está receosa.

A) Que relacionamento parece haver entre ela e o Capitão? Que elementos


do texto comprovam sua resposta?

B) Por que Maricota diz ao Capitão que estava procurando o gato?


QUESTÃO 08 – Da mesma forma que oculta suas intenções de Faustino,
Maricota também as oculta do Capitão. Como o público toma conhecimento
disso?

QUESTÃO 09 – O trecho que você leu esclarece a intenção de Maricota ao


manter simultaneamente um namoro com Faustino e com o Capitão?

QUESTÃO 10 – Uma narrativa é composta por: ação, personagens, tempo,


espaço e narrador. O teatro frequentemente dispensa o narrador. De que forma
esse elemento é substituído?

QUESTÃO 11 – As falas das personagens têm um componente importante: a


entonação. Releia a sequência abaixo.

“FAUSTINO – Maricota...

MARICOTA – Fui bem desgraçada em dar meu coração a um ingrato!

FAUSTINO (enternecido) – Maricota!

MARICOTA – Se eu pudesse arrancar do peito esta paixão...”

A) A fim de que o público perceba o sentimento expresso pala personagem


Maricota, descreva como deve ser a entonação dessas falas.

B) No texto da peça, há indicações para a entonação dessas quatro falas?

C) De que forma o diretor sabe a entonação que deve solicitar ao ator?

D) A compreensão que o diretor da peça tem do texto e a consequente


orientação que ele dá ao ator influenciam a compreensão que o público tem da
apresentação? Explique sua resposta.

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