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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DENISE APARECIDA BREDARIOL CARTIER - RA Nº 1830975


FERNANDA APARECIDA DE LIMA LUPI – RA Nº 1830390
ROSE DIAS – RA Nº 1819757

Gestão escolar e recursos humanos: capacitando o ambiente escolar diante


da Pandemia do Coronavírus.

Vídeo do Projeto Integrador

https://www.youtube.com/watch?v=qcwHJRqIcys

Morungaba - SP
2021
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gestão escolar e recursos humanos: capacitando o ambiente escolar diante


da Pandemia do Coronavírus.

Relatório Técnico - Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador para o curso de
Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São
Paulo (UNIVESP).

Morungaba - SP
2021
CARTIER, Denise Aparecida Bredariol; LUPI, Fernanda Aparecida de Lima; DIAS, Rose;
Gestão escolar e recursos humanos: capacitando o ambiente escolar diante da Pandemia do
Coronavírus. 00f. Relatório Técnico-Científico. Curso de Pedagogia – Universidade Virtual
do Estado de São Paulo. Tutor: Ubiratam de Nazareth Costa Pereira. Polo Morungaba, 2021.

RESUMO

O trabalho propõe estabelecer um caminho de diálogo entre a gestão escolar e seus recursos
humanos para a reorganização estrutural necessária nas escolas no retorno das aulas presenciais
depois de um ano de isolamento social devido ao alto grau de contagio do COVID-2019. O
método de análise objetiva e exploratória, tendo um questionário on-line como instrumento de
análise de coleta de dados, que posteriormente foram analisados. Os questionários apontaram
que os gestores em sua maioria lideram de forma autoritária abdicando das possibilidades de
diálogo entre os setores e abalando a comunicação interna das unidades escolares. O grupo em
sua tese oferece um material que leve a gestão escolar a pensar em sua atuação através de um
projeto de rodas de conversas entre a direção e o seu potencial humano buscando assim
promover o bom desempenho nas atividades e mais conquistas no objetivo central da escola: o
conhecimento.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Escolar; Recursos Humanos; Pandemia; Coronavírus.


LISTA DE QUADROS

QUADRO 1– DISCIPLINAS CONTEMPLADAS NO ESTUDO................................ 12


QUADRO 2– ORGANIZAÇÃO DO PROJETO.............................................................17
SUMÁRIO

1. Introdução……………………………………………….... 01

2. Desenvolvimento……….…………………………..……... 01

2.1. Objetivos…...…………………………………..………….. 01

2.2. Justificativa e Delimitação do Problema……..........…… 01

2.3. Fundamentação Teórica………………………….………. 03

2.3.1. O que é Gestão Escolar?...................................................... 03

2.3.2. Gestão dos Recursos Humanos na Escola: A importância de


uma equipe cooperativa para o ambiente de
aprendizagem................................................. 05

2.3.3. Os desafios da gestão escolar para a retomada das aulas


diante da Pandemia do Coronavírus – habilitando a equipe
pedagógica e a equipe operacional......................... 07

2.3.4. Gestão Escolar e Recursos Humanos: a arte do diálogo 10


numa roda de conversa........................................................

2.4. Aplicação das Disciplinas Estudadas no Projeto Integrador 12

2.4.1 Análise e Apresentação dos Dados 13

2.5. Metodologia…………………………………….…………. 14

2.6. Portfólio................................................................................. 15

3. Resultados ............................................................................. 16

3.1. Solução Inicial ...................................................................... 17

3.2. Solução Final ........................................................................ 18

4. Considerações Finais ............................................................ 18

5. Referências………………………………....……………... 20
1

1. INTRODUÇÃO
Com a atual fase em que estamos vivendo da era pós-pandemia, ouve a necessidade de
muitas mudanças em várias áreas, uma delas na escola. Como retornar com segurança depois
de uma situação tão grave e preocupante.
Devido a Pandemia teve-se um longo período de paralização das aulas presenciais,
escolas fechadas e aulas sendo realizadas on-line. Agora com o retorno iniciado gradualmente,
as escolas precisam se preparar para receber de volta essas crianças que ficaram isoladas em
casa, e como todos com muito medo de enfrentar novamente o mundo lá fora. Precisam serem
recebidas em um ambiente que passe a elas toda segurança necessária.
O gestor escolar tem a responsabilidade e o comprometimento de promover a
organização, a mobilização e a articulação das condições necessárias, objetivando promover a
segurança do retorno dos alunos as aulas presenciais, com funcionários devidamente treinados
e preparados para tal.
Sendo assim vimos a importância de tratarmos sobre esse tema, como capacitar o
ambiente escolar diante da Pandemia do Coronavírus

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Objetivos
O objetivo deste trabalho é promover o diálogo entre a gestão, a equipe pedagógica e a
equipe operacional de forma que os anseios desse novo tempo sejam obedecidos seguindo os
protocolos de segurança aqui já mencionado.
Os objetivos específicos é promover de rodas de conversas, identificar as dificuldades
de comunicação da UE, propor soluções para que atinja o objetivo geral, gerar maior
envolvimento entre os setores.
As etapas do trabalho a serem realizados para que se alcance o objetivo geral é a
realização da pesquisa de campo através de formulários digitais, analise dessa pesquisa junto
ao grupo de docentes da UNIVESP, identificação do problema, embasamento teórico e
científico e a resolução do problema identificado. De caráter exploratório a nossa pesquisa tem
como principal objetivo contribuir para que a reorganização dos espaços ocorra serenamente e
que toda a comunidade escolar marche numa mesma direção.

2.2 Justificativa e delimitação do problema


2

A extensão global terrestre foi cercada em 2020 pela pandemia do COVID-19.


Impactos avassaladores tomaram todo e qualquer sistema onde nós humanos coabitamos.
O vírus que apareceu inicialmente na China em poucos meses se expandiu por todos os
países deixando grande números de infectados gerando a necessidade de um isolamento
coletivo. Instituições, comércios, escolas pararam. Os hospitais ficaram lotados de infectados e
os cientistas corriam para poder entender o que estava acontecendo e tentar barrar o acelerado
contagio entre as pessoas.
O sistema educacional entrou em colapso devido ao grande número de estudantes que
agora obrigatoriamente deixavam seus cursos em prol de garantir a sua segurança e de seus
familiares. O vírus se tornou um inimigo desconhecido que cabia muita destreza para combatê-
lo.
Com o passar dos dias e com o apoio dos recursos tecnológicos a escola aos poucos foi
se adaptando aos novos cotidianos e assim reforçou-se a modalidade do estudo a distância, as
aulas passaram a serem de presenciais para on-line - híbridas ou remotas, claro que esse
processo causou e ainda causa muito transtorno pois temos uma sociedade marcada pela
desigualdade social e sabemos que muitos alunos não conseguem ter acesso a tecnologia
digital, o que fez com que uns grandes números deles abrissem mão da escola.
Com uma comunidade cientifica avançada o controle do vírus foi sendo disseminado
graças ao desenvolvimento de vacinas, com isso depois de mais de um ano de isolamento
social a escola vê-se em um momento de reabertura de seus portões. Novos desafios são
tomados pela comunidade escolar.
O retorno as aulas presenciais têm acontecido gradativamente. A gestão escolar está
voltada para o recebimento desses alunos e deve garantir a segurança física e psicológica
desses educandos seguindo os protocolos estabelecidos pelos governos federais, estaduais e
municipais uma vez que todos nós temos ciência do controle do vírus e não de sua erradicação.
Com isso a escola passa para um novo desafio, desafio esse que solicita a gestão escolar
a atuar com precisão e cautela garantindo o bem-estar de todos aqueles que fazem parte de sua
comunidade.
Mas como a gestão escolar pode agir para que os protocolos de segurança sejam
plenamente aplicados em suas unidades escolares?
O projeto em questão tem essa preocupação, é um tímido projeto que visa estabelecer
um caminho para os gestores através da escuta, do acolhimento e do diálogo com seu pessoal.
Consideramos aqui como “pessoal” toda a equipe pedagógica e operacional que são a
linha de frente de toda e qualquer escola.
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Com a preocupação de auxiliar os gestores no retorno das aulas e com a precaução de


resguardar o público escolar de um vírus invisível e hostil nos deparamos com a pergunta:
“Como podemos gerir o ambiente escolar e garantir o retorno seguro de todos aqueles que
fazem parte dessa comunidade? ”
Consideramos que a abordagem do problema seja um percalço que aflige a gestão
escolar que já é demandada de tantos outros gerenciamentos. Por isso defendemos uma gestão
democrática que se abra ao diálogo com seus recursos humanos em decorrência de uma escola
mais democrática e que atenda seu principal objetivo, o bom aprendizado do aluno.
O gestor deverá pensar a importância de uma equipe bem conectada onde todos
caminhem em harmonia com o objetivo único do ensinar, ensinar em qualquer que seja sua
função pois o aprendizado também acontece fora das salas de aula.
A equipe de profissionais direcionada por seu diretor deverá através da proposta do
grupo buscar qualificar todos os espaços da escola de forma a gerar um ambiente seguro para
seus alunos.
A contribuição da pesquisa envolve uma gestão que se abre para um determinado fim e
que conhece o poder da sua articulação para o desenvolvimento da sua unidade escolar e de
seus alunos.

2. 3 Fundamentação teórica

2. 3. 1 O que é a gestão escolar?

Consiste num sistema de organização interno da escola envolvendo todos os setores que
estão relacionados com as práticas escolares. É uma forma de administrar a escola, quanto mais
profissionalizada está a gestão de uma escola mais impactos positivos acontecem no dia a dia
de trabalho e na qualidade do ensino.

Gestão Escolar é uma forma de administração que integra toda a instituição, gerindo
pessoas e processos em cada um dos pilares da gestão educacional. Relaciona-se a uma atuação
que foca em promover a organização, a mobilização e a articulação das condições essenciais
para garantir o avanço do processo socioeducacional das instituições de ensino e possibilitar
que elas promovam o aprendizado dos estudantes de forma efetiva.

A Gestão Escolar aborda questões concretas da rotina educacional e busca garantir que
as instituições de ensino tenham as condições necessárias para cumprir seu papel principal,
4

ensinar com qualidade e segurança e formar cidadãos com as competências para sua vida
pessoal e profissional.

Nenhuma instituição pode ser melhor do que as pessoas que nela atuam e do que a
competência que põem a serviço da educação (LUCK, 2006, pag. 8).

O foco da Gestão Escolar é a orientação para resultados, busca pela liderança,


motivação da equipe para alcançar os objetivos, ênfase na qualidade do currículo e foco na
participação dos pais para atingir a excelência no ensino.

Entre os tipos de gestão escolar existe a:

- Gestão Participativa em que a comunidade participa ativamente do


planejamento, execução e fiscalização dos gastos dos recursos da escola, as
decisões são tomadas pelo conselho escolar, formado por representantes dos
pais, alunos, professores, coordenadores, secretários e diretores escolares.
- Gestão Democrática que tem como princípio a participação de toda a
comunidade escolar na gestão da instituição de ensino. Isto requer o
envolvimento de pais, alunos, professores, diretores, coordenadores
pedagógicos, secretários escolares, secretários de educação e até prefeitos.

Para que funcione a construção da autonomia da escola, em todos os sentidos


(financeiro, acadêmico, pedagógico, redução de custos, otimização de processos,
aproveitamento do tempo, etc.), a gestão escolar pode se assentar em 6 pilares norteadores,
capazes de trazer autonomia em todos os sentidos. Vejamos:

1 -Gestão escolar pedagógica;

2- Gestão escolar administrativa;

3- Gestão escolar financeira;

4- Gestão de recursos humanos;

5 -Gestão de comunicação;

6- Gestão de tempo e qualidade de ensino.

Uma boa gestão escolar envolve gerenciar sim os recursos humanos, materiais, físicos e
financeiro da instituição. Os principais objetivos envolvem sucesso na área pedagógica e
financeira e no fundo todos os bons resultados estão interligados.
5

De acordo com Dourado (2001)

Dentre as responsabilidades da equipe gestora, uma das que mais podem contribuir
para a melhoria da qualidade da educação é a promoção de ações de mão dupla: da
escola para a comunidade e desta para a escola. Essa é capacidade essencial para que as
equipes gestoras das escolas públicas enfrentem novos desafios, reduzam
desigualdades, aceitem trabalhar com as diferenças e construam com autonomia o
projeto político pedagógico da escola.

2. 3. 2 Gestão dos recursos humanos na escola: A importância de uma equipe cooperativa


para o ambiente de aprendizagem.
Sabemos que o desenvolvimento educacional acontece pela escola. Ela é a grande
propulsora social, capaz de elevar os níveis de uma comunidade, de uma sociedade e de um
país.
A escola para alcançar o seu pleno desenvolvimento deve ser composta por uma equipe
qualificada onde cada um ofereça o seu melhor em direção de um único resultado: o
conhecimento efetivo dos seus educandos. Para isso é imprescindível uma gestão escolar que
abrace as necessidades de sua instituição. Assim, a gestão escolar é entendida como um
segmento importante e estratégico para a qualidade e o desenvolvimento educacional.

Na escola, o diretor é o profissional a quem compete a liderança e organização do


trabalho de todos os que nela atuam, de modo a orientá-los no desenvolvimento do
ambiente educacional capaz de promover aprendizagens e formação dos alunos, no
nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos
desafios que são apresentados (LÜCK, 2009, p. 17).

A direção é um elo que liga todos os setores que envolve esse ambiente. A escola que
tem como função principal levar o aluno à aprendizagem não pode considerar apenas o
trabalho pedagógico como essencial, mas deve-se voltar para todos os outros campos que a
compõe, de forma que direta ou indiretamente todos busquem um só objetivo: a educação.

A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação, que


objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições
materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio
educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da
aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os
desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia centrada no conhecimento
(LÜCK, 2009, p. 24).

Percebe-se nesse contexto a importância do gestor escolar em unir e promover os


recursos humanos dentro de sua unidade, a ele cabe uma atuação dinâmica e envolvente de
orientação e liderança atendendo a proposta de uma Gestão Democrática, conforme define a
6

Constituição Federal de 1988 e referendado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional de 1996.
A gestão democrática está entre os princípios da educação brasileira na Lei nº 9.394/96,
Art. 3º, VIII e aparece também no Art. 14:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na


educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios:
I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola;
II - Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

A gestão democrática descentraliza as responsabilidades do estado e torna-se mais


participativa em sua comunidade, efetivando a superação das desigualdades e diferenças
sociais transformando o seu meio e oportunizando uma verdadeira uma aprendizagem.
Por meio da gestão escolar ramifica-se a gestão democrática emaranhadas uma à outra
através da proposta dos seus gestores. A gestão democrática caracteriza-se por um ambiente
organizado que abre caminhos para a interação e participação de toda a sua comunidade.
Entende-se por comunidade a direção, a coordenação, os professores, a equipe operacional, os
alunos, os pais e todo o entorno o qual a escola está localizada.

A organização e a gestão da escola adquirem um significado bem mais amplo, para


além de referir-se apenas a questões administrativas e burocráticas. Elas são entendidas
como práticas educativas, pois passam valores, atitudes, modo de agir, influenciando a
aprendizagem de professores e alunos (Libâneo, 2003, p.30).

Refletindo o dizer de Libâneo permitimo-nos caminhar um pouco mais adiante e dizer


que a escola como agente de ensino abarca muitos mais do que os envolvimentos humanos
citados acima, ela leva consigo também conhecimento a todos aqueles que indiretamente
percorre seus corredores, falamos aqui do apoio operacional. Trabalhar na escola é sem dúvida
ser integrante de sua cultura, é respirar a arte do ensinar e do aprender, é ser participante do
meio.

Há necessidade, pois, de uma ação racional, estruturada e coordenada de proposição de objetivos,


estratégias de ação, provimento e ordenação dos recursos disponíveis, cronogramas e formas de
controle e avaliação, discutido e analisado publicamente pela equipe escolar, torna-se o
instrumento unificador das atividades escolares, convergindo em sua execução o interesse e o
esforço coletivo dos membros da escola (LIBÂNEO, 2015).

Falar dos recursos humanos que permeia o meio acadêmico é mencionar a matéria
prima mais cara que existe neste ambiente, pois a escola é constituída de pessoas e sua
construção equiparada a um sistema onde todas as peças são primordiais para o seu bom
7

desempenho. É necessário que o gestor escolar tenha consciência deste aspecto e que não
menospreze a importância de cada setor em contribuir direta ou indiretamente para o
desenvolvimento dos alunos que dela participam.
Como já mencionamos o gestor deve ser um elo que une toda a sua comunidade escolar
partindo sempre de uma gestão democrática que esteja sempre aberta para acolher, orientar,
direcionar, capacitar, interagir, mediar e motivar. Chiavenato (1993) refere que é importante
para qualquer organização analisar a sua eficiência e eficácia, e que estas relacionam-se,
naturalmente, com os seus Humanos.
O diretor como líder deve pensar no processo de todos que fazem parte de sua equipe,
ele deve promover a escuta e buscar atender as peculiaridades de cada setor. Uma das
principais formas de fortalecer o material humano disponível é através do diálogo e da união de
toda sua equipe. Reforçamos aqui que o único objetivo da escola é a promoção intelectual de
seus educandos, a escola deve ser promotora de indivíduos participativos que atuem
positivamente na sociedade. A atuação de cada um dentro do âmbito escolar carrega a
responsabilidade do ensinar e cabe a cada agente educacional, não somente aos professores. A
equipe de acolhimento ensina a importância das regras para que todos sejam beneficiados, a
equipe de limpeza ensina sobre bem estar e organização, a equipe de nutrição ensina a
importância da alimentação saudável, a equipe pedagógica ensina os conteúdos escolares e a
importância do conhecimento, a equipe de coordenação ensina sobre colaboração e metas e a
direção ensina sobre liderança. Todos que trabalham em uma escola fazem parte de um grande
universo de ensino e aprendizagem onde as trocas são naturais e essenciais. Todos que
trabalham em uma escola devem estarem engajados e comprometidos com a sua
especificidade: a obtenção do conhecimento.

Devido a sua posição central na escola, o desempenho de seu papel exerce forte
influência (tanto positiva como negativa) sobre todos os setores e pessoas da escola. É
de seu desempenho e de sua habilidade em influenciar o ambiente que depende, em
grande parte, a qualidade do ambiente e clima escolar, o desempenho do seu pessoal e a
qualidade do processo ensino-aprendizagem (LUCK, 2005, p. 16).

A qualidade social e pedagógica pode ser alcançada quando unidas a gestão


organizacional e administrativa (RANGEL, 2009). Complementa Libâneo (2004, p. 10).

Uma escola bem organizada e bem gerida é aquela que cria condições pedagógico-
didáticas, organizacionais e operacionais que propiciam o bom desempenho dos
professores em sala de aula, de modo que todos os seus alunos sejam bem-sucedidos na
aprendizagem escolar.
8

A centralização dos trabalhos que a equipe escolar deve almejar é atender com
excelência os estudantes visando a real aprendizagem como produto final. Toda a estrutura
escolar deve voltar-se para esse proposito independente da área de atuação, seja ela direção,
docência, a coordenação ou a equipe operacional.

2. 3. 3 Os desafios da gestão escolar para a retomada das aulas diante da Pandemia do


Coronavírus - habilitando a equipe pedagógica e a equipe operacional.
No início do ano letivo de 2020 as aulas foram suspensas em virtude da Pandemia de
COVID19. Lockdown¹, isolamento e distanciamento social, fechamento de empresas,
comércios 1e escolas foram recomendados pela Organização Mundial de Saúde - OMS, como
forma de conter a disseminação do vírus e ganhar tempo para conhecer um pouco mais sobre o
inimigo que estamos enfrentando, minúsculo, invisível, mas altamente contagioso e letal.

“...as notícias são conhecidas, lockdown de cidades e países, sistema hospitalar com
risco de colapso pela falta de leitos em UTIs, lavagem das mãos, álcool em gel,
isolamento social, fechamento de comércio, máscaras cirúrgicas e economia em crise”
(UJVARI, 2020, p. 301).

Com números alarmantes de vítimas fatais e infectados, o vírus nos mostra como somos
vulneráveis e impotentes. Cientistas do mundo todo lutam para encontrar uma forma de deter o
avanço da doença, e se possível erradicar este vírus, por meses todos ficaram isolados em suas
casas, aguardando qual seria próximo passo.
Diante do cenário devastador causado pela doença, a situação educacional do país é de
extrema gravidade, com as escolas fechadas por tanto tempo, professores e alunos tentam se
adaptar em novas formas de ensino.
Estudos realizados revelam o aumento da desigualdade, evasão escolar, retrocesso na
aprendizagem e aumento do estresse socioemocional de estudantes e suas famílias, decorrente
da incerteza do desenvolvimento educacional futuro e mostram a necessidade urgente da
reabertura das escolas.
Em posse destes dados alarmantes, o Ministério da Educação e Cultura (MEC)
estabelece em caráter de urgência a reabertura das escolas e retomada das aulas presenciais,
porém exige o cumprimento de regras como: a aplicação de protocolos de segurança e higiene,
aceleração nos procedimentos de imunização de profissionais da área, e adoção de protocolos
pedagógicos conforme a Resolução CNE /CP Nº 2, de 05 de agosto de 2021 - Art. 2º
1
Lockdown é uma palavra de origem inglesa e significa: isolamento ou restrição de acesso imposto como uma

medida de segurança, podendo se referir a qualquer bloqueio ou fechamento total de alguma coisa, especialmente
um lugar.
9

A volta às aulas presenciais deve ser imediata nos diferentes níveis etapas, anos/séries e
modalidades, após decisão das autoridades competentes, observando os protocolos
produzidos pelas autoridades sanitárias locais e pelos órgãos dos respectivos sistemas
de ensino.

Preocupado com a saúde e bem-estar de profissionais da área, estudantes e


responsáveis, o MEC elabora então um guia com medidas de segurança e higiene
recomendadas por órgãos mundiais como Organização Mundial da Saúde - OMS, Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO e o Fundo das Nações
Unidas para a Infância - UNICEF; a serem implantadas nas escolas, para receber os alunos.
Baseando-se nas orientações disponíveis no Guia de Implementação de Protocolos de
Retorno das Atividades Presenciais nas Escolas de Educação Básica, editado pelo MEC, o
gestor escolar deve agora preparar a escola rapidamente, a fim de diminuir os danos causados
pela paralisação.
Um longo período sem aulas presenciais, dificuldades do ensino à distância, limitações
de acesso à internet, prejudicaram o rendimento e desempenho escolar de muitos alunos, faz
com que a equipe pedagógica precise elaborar um plano de emergência, a fim de identificar as
dificuldades individuais de cada aluno, reordenar o currículo com a reprogramação do
calendário escolar para cumprir de modo contínuo os objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento, oferecer atendimento remoto para alunos em situação de risco.

“IV – A realização de procedimento avaliativo diagnóstico sobre o padrão de


aprendizagem abrangendo estudantes por ano/série, de modo a organizar programas de
recuperação, na forma remota e/ou presencial, com base nos resultados de avaliação
diagnóstica”
(*) Resolução CNE/CP 2/2021. Diário Oficial da União, Brasília, 6 de agosto de 2021, Seção 1, pp. 50-51.

A equipe operacional deve colocar as mãos à obra, para realizar as adequações


recomendadas no ambiente físico escolar em tempo hábil, como higienização e manutenção da
limpeza dos ambientes, demarcações e limitações de determinadas áreas, cuidados com a
alimentação e até mesmo cuidados com o transporte escolar.
Já a equipe administrativa deverá; atualizar a lista de contato de funcionários e alunos,
avaliar a necessidade de equipamentos de proteção individual, definir procedimentos de
alimentação dos alunos, garantir a frequência adequada de higiene e desinfecção dos
ambientes, providenciar água, sabonete, e álcool em gel, criar mecanismos para monitorar e
garantir o cumprimento das medidas sanitárias.
10

Há muito a ser feito em pouco tempo, e o esforço coletivo é necessário. Contar com
uma equipe participativa e colaborativa fará muita diferença nesta etapa e permitirá ao gestor
maior liberdade para acompanhar os demais processos. Como define Bressolin (2021), pessoas
bem preparadas são a peça chave para o bom funcionamento da escola quando estiver
recebendo os alunos.
Providenciar a capacitação da equipe escolar sobre formas de contágio, e
procedimentos de cuidados para que esta, esteja apta a ensinar, orientar e até mesmo fiscalizar,
deverá ser a prioridade para o gestor.
Recomenda-se que este treinamento ocorra em formato virtual, ou espaços abertos,
como pátios, ou salas com número reduzido de participantes.
Porém a adaptação da escola não é o único desafio do gestor nesta retomada. Ao
mesmo tempo em que o gestor precisa se preocupar com as alterações exigidas para reabertura
da escola, ele precisa também se preocupar com o bem-estar físico e emocional de alunos e
principalmente de membros da equipe escolar.

“Art. 3º No retorno às atividades presenciais, os sistemas de ensino, as Secretarias de


Educação e as instituições escolares devem oferecer ações de acolhimento aos
profissionais de educação, aos estudantes e respectivas famílias” (*) Resolução CNE/CP
2/2021. Diário Oficial da União, Brasília, 6 de agosto de 2021, Seção 1, pp. 50-51.

Um dos efeitos da pandemia foi aumento de distúrbios de fundo emocional, como


estresse, depressão e crise de ansiedade. O que faz com que muitos alunos, e até mesmo
funcionários tenham receio de retornar as atividades. É preciso então preparar a equipe para
que este retorno não se limite apenas a seguir protocolos de segurança e saúde, mas também
tenha um aspecto humano e humanizador.

2.3.4 Gestão escolar e recursos humanos: a arte do diálogo numa roda de conversa.
Neste momento de reabertura das escolas é muito importante para o gestor ter uma
equipe escolar engajada, ciente de suas funções e da importância de seu papel, a qual não
medirá esforços para realizar os procedimentos necessários de preparação da escola, contudo é
imprescindível para a equipe que o gestor assuma a postura de líder, capaz de inspirar e
influenciar as pessoas, transmitindo segurança e confiança nele. Proporcionar um ambiente
vivo, dinâmico, seguro, voltado para um ensino de qualidade e bom desempenho do aluno,
pode e deve ser responsabilidade de todos, do gestor ao zelador.
11

“...é importante reconhecer que todo trabalho em educação, dada sua natureza formadora,
implica ação de liderança, que se constitui na capacidade de influenciar positivamente pessoas
para que em conjunto, aprendam, construam conhecimento, desenvolvam competências,
realizem projetos, promovam melhoria em alguma condição, e até mesmo divirtam-se juntas, de
modo construtivo, desenvolvendo as inteligências social e emocional” (LUCK, 2008, p. 17).

O sucesso de uma escola se faz pelo comprometimento e envolvimento de toda a


comunidade, sendo ela escolar ou não, e este é o princípio básico de uma gestão escolar
democrática, é a força de trabalho da escola que vai garantir a distribuição do sucesso,
conseguindo os melhores resultados para os aprendizes, explica BRIGHOUSE e WOODS
(2010, p. 57).
Porém para a garantia deste processo ser efetiva, a comunicação deve ser a base
fundamental para este sucesso. Uma vez que a comunicação social é basicamente
relacionamento humano e em sua essência, é um processo dinâmico e interativo que envolve
relacionamento com o outro e consigo mesmo, e está presente em nossa vida desde os
primórdios da humanidade, como atesta Matos (2015).
Viabilizar a comunicação em um ambiente favorável as relações humanas na escola, faz
com que seus integrantes se sintam reconhecidos, respeitados e motivados, resultando no
desenvolvimento profissional e bem-estar social, quando este estado de espírito é coletivo cria
condições de promover o sucesso da organização.
Um dos principais pontos para uma gestão eficaz é a capacidade do gestor em motivar as
pessoas, e ajudar a equipe a se motivar, mas isto só será possível em um meio onde prevaleça o
diálogo e o respeito a liberdade de ideias e opiniões, desta forma a gestão e comunicação são
atividades interligadas; pois pela transparência da comunicação é possível ao gestor tornar
conhecidos, valores, objetivos e metas para seus colaboradores.
A fórmula para um diálogo bem-sucedido é simples, é preciso primeiramente disposição
para conviver entre um grupo heterogêneo, respeitando seus valores e crenças.
Segundo Matos (2015) a dinâmica da comunicação é a base da nossa atuação
profissional, voltada para o desafio de implementar, nas empresas, a Cultura do Diálogo, por
meio da implantação participativa de programas de comunicação interna. É empolgante
constatar o engajamento e o entusiasmo de funcionários e lideranças, integrados e mobilizados
pela comunicação corporativa.
A comunicação interna é, sobretudo, a comunicação entre pessoas e para as pessoas e,
como tal, deve ser transparente, clara e respeitar a diversidade de ideias e opiniões, como
define Aguiar (2019, p. 14). Assim como em toda empresa, a escola como uma organização
educacional deve prezar pelo diálogo com seus colaboradores a fim de mantê-los influentes,
12

informados e integrados, para que desta forma que se sintam parte integrantes da equipe,
participando ativamente para bom desempenho da organização.
A comunicação é essencial em todo o relacionamento, sendo ela verbal ou não. Um
olhar atento é capaz de identificar situações, sentimentos e necessidades, porém a escuta ativa
também pode ajudar no processo de acolhimento, que a escola deve realizar nesta retomada das
aulas.

O acolhimento neste momento não pode ser acompanhado do toque, de um abraço, mas
podemos fazer bom uso da comunicação não verbal por meio de um olhar atento, uma
escuta respeitosa, um tom de voz mais brando, um gesto afetuoso e, até mesmo, uma
expressão fisionômica que pode ultrapassar o distanciamento e as máscaras (Guia de
Orientação Acolher Vidas, 2021).

O distanciamento social causado pela pandemia, alterou algumas formas de


comunicação corporal comumente usadas para transmitir conforto e carinho, como o aperto de
mãos e o abraço. Sendo necessário pensar em outras formas de demonstrar às pessoas
solidariedade, e auxiliar neste período de transição, que muitos funcionários e alunos estão
vivendo.
Ciente da necessidade de zelar pela segurança e bem-estar de sua equipe nesta retomada
das aulas, o gestor precisa preparar um ambiente saudável, seguro e acolhedor para receber
estes profissionais, muitos com problemas emocionais em decorrência do longo período de
isolamento, identificar e reconhecer seus temores e incerteza deve ser prioridade.
Empatia, respeito e solidariedade, são habilidades importantes ao gestor e a equipe
designada para realizar o processo de acolhida na escola, assim como é importante definir a
melhor forma para que isto ocorra.
Elaborar reuniões ativas, com pequenos grupos ou individuais, permitindo ao acolhido
expressar seus receios e angustias, respeitando sua dor e o seu tempo, seguindo todos os
protocolos de segurança pode ser uma forma eficiente de ajuda.

É urgente pensar nas estratégias de realização do acolhimento de todo corpo educacional de


forma sistêmica, desde o professor (a), diretor (a), vice-diretor (a), coordenador (a), secretários,
merendeira (o), até as pessoas que atuam nos cuidados da higiene, vigilante e porteiro, pois,
neste momento, é necessário cuidar de quem cuida e acolher quem acolhe”
(Guia de Orientação Acolher Vidas,2021).

Garantir apenas os conhecimentos acadêmicos específicos, não é a única preocupação


do gestor, é necessário também desenvolver habilidades e competências socioemocionais entre
13

membros da equipe escolar, alunos e comunidade, colaborando para o fortalecimento da


cidadania.

2.4 Aplicação das Disciplinas estudadas no Projeto Integrador


Para compor este projeto aplicamos as disciplinas estudadas durante sete semestres do
curso de Pedagogia da UNIVESP, são elas:

Quadro 1 - Disciplinas Contempladas no Estudo

Disciplinas Matérias

Teorias da Aprendizagem: ● Teorias de Piaget e Vygotsky; Construtivismo e Behaviorismo.

Metodologias Ativas de ● O Aluno Como Centro do Processo de Aprendizagem.


Aprendizagem:

Psicologia da Educação: ● A Psicologia Sócio Construtivista de Vygotsky: implicações da prática


docente.

Teorias do Currículo: ● As Políticas Curriculares.


● O Currículo no Cotidiano Escolar.

Sociologia da Educação: ● A Escola e a Sociedade – Direitos Humanos e Educação.

Gestão Escolar: ● Concepção de Gestão.


● Gestão Democrática.
● Prática de Gestores.

Fonte: Elaborado pelos autores.

2.4.1 Análise e apresentação dos dados


A escola que utilizamos em nossa pesquisa de campo está situada no munícipio de
Paulínia, interior de São Paulo, ela atende no período integral e noturno. No período integral é
oferecido o curso técnico em química concomitante ao ensino médio, já no período noturno
estabelece o curso técnico em química na modalidade subsequente. Também na modalidade
subsequente é oferecido o curso de técnico em enfermagem no período da manhã.
É uma escola municipal bastante conceituada na região e o método de ingresso do aluno
na instituição é realizado através de avaliações seletivas - Vestibulinho. Ao todo são atendidos
cerca de 320 alunos.
14

A escola goza de uma ampla área verde, nove salas de aulas, auditório, sala de
treinamento, duas secretarias, pátio interno, pátio externo, sala de direção, sala de coordenação
pedagógica, sala de coordenação de estágio, três laboratórios de química, um laboratório de
enfermagem e um laboratório de informática, ambulatório, biblioteca, refeitório, cozinha,
lavanderia, sala de ferramentas e estacionamento, quadra coberta e campo de futebol.
Está equipada com materiais pedagógicos principalmente de química e enfermagem e
oferece acesso à internet.
Os participantes dessa pesquisa são funcionários concursados que atuam na área
pedagógica e operacional da escola. A escola possui um diretor, três coordenadores
pedagógicos e um coordenador de estágio.
Semanalmente são realizadas reuniões pedagógicas e não há relatos de reuniões ou
encontros com a estrutura operacional da escola. O gerenciamento é realizado diretamente
pelos coordenadores ou pelo diretor. Geralmente as demandas de trabalho demoram a
acontecer, um exemplo foi a organização das salas de aulas para o retorno presencial que ficou
para as últimas horas do último dia ocasionando transtorno e sobrecarregando os poucos
colaboradores que estavam naquele momento. Por conta de relatos de episódios como esses o
grupo achou interessante abordar a importância de gestão que compromete sua equipe
trabalhando a maior ferramenta humana que existe: o diálogo. A proposta depois da análise de
campo realizada foi realizar constantes encontros onde as equipes se interajam, onde o gestor
possa passar suas metas, objetivos e acolher as dificuldades de cada grupo propiciando uma
gestão democrática.

2.5 Metodologia
Todo trabalho acadêmico deve ser estabelecido através de metodologias científicas para
que sejam sustentados vigorosamente seus conhecimentos. “Cabe ao homem, otimizando o uso
da sua racionalidade, propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de
desvelar o mundo, compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo” (KÖCHE, 1997, p. 24). É por meio
dos estudos científicos e buscando metodologias específicas para cada caso que os
conhecimentos são construídos e consolidados, potencializando o desenvolvimento do
pensamento crítico. A metodologia trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos
procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para se atingir a realidade teórica e prática,
pois essa é a finalidade da ciência (DEMO, 1985).
15

A pesquisa se constitui com um objetivo de caráter exploratório. Ela pretende através


da análise de formulários digitais entender a forma de relacionamento que é mais eficiente no
cotidiano escolar diante de situações de reorganização dos espaços e de posturas humanas.
O grupo usou de formulários on-line, com perguntas semiestruturadas, realizadas pela
equipe de estudantes de pedagogia da UNIVESP para um grupo diversificado de profissionais
que desempenham funções de docência em geografia, monitoria, serviço de limpeza e
manutenção, escrituração, técnico de laboratório, bibliotecário entre outros e que atuam na
Escola de Ensino Médio da cidade de Paulínia, todos com mais de quatro anos de exercício
nesta instituição, participaram da pesquisa, abrindo um leque de assuntos que devem serem
dialogados pelos setores para que a escola caminhe segura e colaborativa diante da situação
pandêmica dos dias atuais.
Ao tratarmos sobre o tema, um fator relevante na pesquisa. Martins e Lintz (2000, p.
25) comparam o processo de escolha de um tema de pesquisa com “a elaboração de um roteiro
para iluminação de uma peça teatral”. Os autores afirmam que, com criatividade e perspicácia,
deve-se escolher onde “jogar a luz” (ou a câmera), ou seja, “buscar uma perspectiva que
possibilite dizer algo que ainda não foi dito, ou rever sob outra visão, o que já foi dito sobre o
tema que você pretende investigar” (MARTINS; LINTZ, 2000, p. 25).
A investigação realizada por pesquisas bibliográficas considera assuntos congruentes ao
tema e ao problema de pesquisa: “Como podemos gerir o ambiente escolar e garantir o retorno
seguro de todos aqueles que fazem parte dessa comunidade? ” Dentre os materiais consultados
estão livros, verbetes de enciclopédia, revistas, trabalhos de congressos, publicações avulsas e
teses (MACEDO, 1994; LAKATOS; MARCONI, 2001).
Usa-se a pesquisa bibliográfica para levantar ou revisar um conhecimento científico. As
fontes provem de um material já constituído em livros, periódicos, teses, anais ou artigos. A
revisão bibliográfica é considerada um passo inicial para qualquer pesquisa científica
(WEBSTER; WATSON, 2002).
A pesquisa vale-se do método qualitativo onde o pesquisador empenha-se em
participar, compreender e interpretar as informações. Recebe esse nome pelo fato de se
fundamentar em uma estratégia baseada em dados coletados em interações sociais ou
interpessoais, analisadas a partir dos significados que participantes e/ ou pesquisadores
atribuem ao fato (CHIZZOTI apud CAMPOS, 2001).
As análises dos dados visam interpretar e analisar o conteúdo, o entendimento dos
processos realizados na formulação da gestão dos recursos humanos disponíveis na unidade
escolar em questão. Assegura Fernandes (2011) que a observação permite estar e observar onde
16

a ação acontece. Nota-se que é de suma importância o assunto tratado pois com as tarefas
cotidianas o diálogo entre as equipes é menosprezado causando deficiência nas comunicações e
desestímulos nos atos que favorecem o bom andamento da rotina escolar, assim como também
a não interação de pessoas aos projetos realizados pela gestão.
A aplicação da metodologia permite que as pesquisas alcancem de fato seus objetivos,
“[...] só se produz conhecimento científico, só se faz ciência, fazendo pesquisa por meio de
caminhos científicos e se utilizando de métodos científicos (ZANELLA, 2009, p. 66)” abrindo-
se assim novos caminhos ou favorecendo o repensar de projetos científicos significativos para
toda sociedade.

2.6 Portfólio
O Estudo de Campo realizada em uma unidade escolar do munícipio de Paulínia visou
observar e implementar a Gestão Democrática usando como princípio a escuta e o diálogo para
a implementação de protocolos de segurança após um período longo de isolamento social
causado pelo vírus COVID-19.
Foi diagnosticado após a análise de respostas de questionários on-line, oferecidos aos
mais diversos colaboradores do espaço que os meios de comunicação eram deficientes na entre
a gestão e as equipes de trabalho.
Diante dos fatos recolhidos iniciou-se estudos baseados na metodologia de análise
bibliográficas que discorressem sobre o problema aferido. Autores como Chiavenato, Guerra,
Libâneo, Luck entre tantos outros foram fontes de conhecimento e apoio nesses estudos que
geraram um entendimento maior sobre Gestão Escolar, Recursos Humanos, Gestão
Democrática, Protocolos de Segurança COVID-19.
Após aquisição de conhecimento e a exploração das pesquisas concluiu-se que reunir
todo Recurso Humano em rodas de conversas onde as equipes pudessem expor suas
dificuldades, medos, anseios, experiências e conquistas e também oferecer momentos de
estudos e conhecimentos iria favorecer o grupo diante do retorno presencial que estava
acontecendo no momento.
Foram disponibilizados um curto período de tempo das reuniões semanais de HTPC
onde todos os presentes participaram ativamente de como seria o retorno dos alunos e quais
seriam as atitudes deliberadas pelo grupo para a conservação física e mental de todos os
envolvidos naquela unidade. Esses momentos foram enriquecedores e promoveram a
compreensão e colaboração entre as equipes. Também possibilitou uma delegação maior por
parte da gestão que gerou tempo para outros focos administrativos pedagógicos.
17

A simples abertura da escuta e do diálogo, que permeiam a gestão democrática


favoreceu todo o campo de estudo e afirmou as pesquisas positivamente.

3. RESULTADOS
A aplicação das metodologias permitiu que fossem analisadas criticamente o campo de
estudo. Dos conhecimentos adquiridos aplicou-se recursos favoráveis ao espaço educacional
auxiliando o grupo escolar no reestabelecimento das aulas presenciais e oferecendo interação
na gestão humana e segurança no uso dos protocolos de saúde.
Debruçou-se à pesquisa inicial no bojo dos formulários on-line respondidos pelos
colaboradores da Unidade Escolar em questão. Analisou-se neles pouco diálogo entre a gestão,
a equipe de trabalho pedagógica e a equipe de trabalho operacional e consequentemente a
dificuldade de enfrentamento aos projetos sempre abortados pela ausência de comunicação
estabelecida no espaço.
A implementação do diálogo foi sugerida por meio de eventos de rodas de conversas.
Rodas essas que se iniciavam com assuntos cotidianos e comuns a todos os setores. As rodas
possibilitaram a manifestação de cada colaborador escolar ressignificando-se como integrantes
do processo educacional.
Diante da ressignificação das funções foram colocadas as urgências em questão, no
caso, o retorno das aulas presenciais seguidas de um momento histórico ímpar marcado pelo
medo de infecção do vírus, pelas dores das perdas de pessoas infectadas e pela insegurança
oferecidas no convívio social. Também foram mencionadas as consequências do isolamento
social quanto a aprendizagem, fator psicológico tanto da equipe de trabalho quanto dos alunos,
o posicionamento de cada colaborador/ setor nesse retorno e a importância da conexão do
grupo em relação ao fator educacional onde todos que atuam na escola são agentes do
processo.
Também por meio de rodas de conversas foram estudados os protocolos de segurança e
as ações na escola foram determinadas e assumidas por toda unidade de trabalho, o que gerou
solidez ao projeto.
A roda de conversa contou com o apoio de uma psicóloga, com o auxílio dos
professores de biologia, química e enfermagem que prestavam esclarecimentos mais técnicos.
Todos já atuantes na U.E.
O desenvolvimento do projeto possibilitou a autoconfiança entre os setores e
principalmente na equipe gestora que puderam assim delegar com mais seguridade as
demandas do tempo emergente e se empenhar em outras exigências pedagógicas.
18

Todo o grupo relatou benefícios imediatos oferecidos pelo simples espaço de diálogo
promovido pelo intento.

3.1. Solução inicial


Destaca-se que todo processo de pesquisa para o projeto foi realizado através de
encontros que se utilizaram da escuta, diálogo e implementação de ações privilegiando os
conhecimentos adquiridos nas disciplinas já mencionadas nesse relatório.

Quadro 2 - Organização do projeto

Desafio Ação do grupo

● Estudo de disciplinas e conteúdos já estudados que serviriam de apoio


Tema do projeto para a elaboração da proposta ofertada pela UNIVESP no Projeto Integrador
VI
Busca do Local de Pesquisa ● Busca do grupo quanto ao Campo de Pesquisa que possibilitasse maior
desenvolvimento de prática estudadas
Pesquisa de Campo ● Analise e estudo do local escolhido para pesquisa de campo

Formulário On-line: ● Elaboração do questionário de forma que atenda a proposta de trabalho do


grupo

Análise de Respostas ● Leitura e interpretação das respostas oferecidas pela U.E.

Problematização da Pesquisa ● Localização dos problemas enfrentados pela U.E. e escolha de um para
abordagem

Pesquisa Bibliográfica ● Pesquisa bibliográfica das disciplinas já estudadas e de outros materiais


disponíveis em livros, teses, artigos, sites e trabalhos acadêmicos sobre o
tema/ problema localizado
Tema de pesquisa ● Foco do grupo quanto ao tema do projeto que passa a ser considerado
através do problema localizado na U.E.
Resolução do problema ● Busca de soluções dentre as pesquisas bibliográficas estudadas

Proposta e Aprovação do ● Elaboração, apresentação e aceitação do projeto a ser aplicado no campo


Projeto pela U.E. de pesquisa pela U.E.

Execução do Projeto ● Oferta de quatro rodas de conversas dentro da unidade escolar no período
de 20 minutos aberto nas reuniões de HTPC pelo gestor da escola com a
participação de todo recurso humano disponível no período.
19

Feedback do Projeto ● No último encontro ocorreu o feedback da ação proposta dos alunos da
UNIVESP tendo a opinião de todo grupo sobre a aplicação do projeto.

Fonte: Elaborado pelos autores.

3.2. Solução Final


As propostas demandadas pelo projeto foram atendidas de prontidão pelo grupo escolar
que diante da situação de ansiedade e angustia recorrente de um período atípico pandêmico
aderiu com simpatia e disposição às rodas de conversas.
Classificados oralmente como enriquecedoras, informativas, fusoras e necessárias as
rodas de conversas foram norteadoras para a reabertura das salas de aulas conforme os
benefícios já mencionados no Tópico 3 deste trabalho.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com vistas as situações das quais todos nós vivenciamos nos dois últimos anos em que
a humanidade ameaçada por um vírus teve que optar pelo refúgio em seus lares, renunciando-
se do convívio profissional, acadêmico, familiar e social por um longo período de tempo e
diante da situação mais contornada que possibilita neste momento o retorno gradativo aos
formatos quase normais, o presente trabalho propôs refletir sobre o melhor molde que uma
gestão democrática pode tomar para garantir a segurança física e emocional de colaboradores e
alunos nos espaços escolares.
A questão: “Como podemos gerir o ambiente escolar e garantir o retorno seguro de
todos aqueles que fazem parte dessa comunidade? ” Ressoou como uma angústia nas escolas e
serviu como fonte de investigação. Apuradas por metodologia de análise bibliográficas o grupo
depois de realizar uma pesquisa de campo e debruçar-se nas respostas das questões realizadas,
pôde encaminhar uma solução plausível e de grande acesso às comunidades escolares. A gestão
democrática aplicada a rodas de conversas e nas rotinas cotidianas da escola abraçou todos os
seus setores e abriu-se primeiramente a escuta e ao diálogo entre todos os cooperados.
O propósito do projeto localizar consequente soluções e cooperação de toda a equipe de
trabalho no retorno das aulas presenciais. O curto espaço de tempo disponibilizado em reuniões
semanais promoveu um grande envolvimento e desenvolvimento entre os setores geracionais,
pedagógicos e operacionais.
As rodas de conversas propiciaram o posicionamento das dificuldades de cada equipe
em seus labores. Compartilhar esses desafios muitas vezes invisíveis nas rotinas diárias
20

permitiu a compreensão das dificuldades enfrentadas pelas equipes assim como também a
colaboração de cada cooperado. Também possibilitou uma delegação de funções mais segura
por parte dos gestores que conseguiram conciliar esse delicado momento a administração
pedagógica que requer maior atenção por ter sido ela a maior prejudicada no período de
isolamento.
O presente trabalho foi apropriado e satisfatório sendo por parte da escola mencionado
como a prática essencial para o bom desempenho da escola na vida educacional de seus
discentes.
Ainda cabe muitos estudos e metodologia de aplicações quanto aos meios de
comunicação interna que necessita a escola. Porém o crescimento profissional adquirido por
esse projeto é notável no decorrer do atendimento aos indivíduos que adentram a escola. Ainda
é necessário um maior aprofundamento do assunto que poderá ser considerado em outros
momentos e linkados em projetos futuros.
Qualquer que seja a dificuldade escolar a unidade deve sempre nortear-se pela escuta e
pelo diálogo garantindo assim sucesso no seu processo.

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