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Caderno

HISTORIA SOBRE O POVOAMENTO DOS POVOS


DE KIRIRI

Historicamente, se poderia datar uma primeira


aproximação dos Kiriri a uma idéia de território -
assim como o conhecemos hoje, com seus limites
bem definidos - no início do século XVIII, época da
doação, por parte do então rei de Portugal, de uma
légua em quadra de terras a todas as aldeias do
sertão com mais de cem casais, fruto de solicitações
constantes por parte dos jesuítas face aos conflitos
decorrentes da expansão da pecuária, em especial
com sesmeiros da região que interferiam com certa
freqüência na administração dos párocos das aldeias
ali constituídas (Bandeira 1972).
QUEM SÃO:
Os Kiriri são um povo indígena que vive na região do
semiárido do Nordeste do Brasil,norte do estado da
Bahia, nos municípios de Banzaê (95%) e Quijingue
(5%), em uma região de clima semi-árido, faixa de
transição entre o agreste e a caatinga ("boca de
caatinga"), e seu nome significa “povo calado”, por
serem reservados.

LOCALIZAÇÃO
A Terra Indígena Kiriri localiza-se no norte do estado
da Bahia, nos municípios de Banzaê (95%) e
Quijingue (5%), em uma região de clima semi-árido,
faixa de transição entre o agreste e a caatinga ("boca
de caatinga").
QUANTOS SÃO :

Cerca de três mil kiriris vivem atualmente na


localidade, em uma área de 12 mil hectares onde é
cultivada mandioca, feijão e milho.
As famílias Kiriri foram ameaçadas e expulsas de suas
terras no passado, obrigadas a viver em condições
desfavoráveis, em áreas sem estrutura.
Modos de vida:

De modo geral, a vida na aldeia é simples, baseada


em princípios como respeito e solidariedade. Mesmo
existindo o contato com outras culturas, os índios
Kiriris não perderam a sua identidade, e lutam
diariamente pela preservação dos seus direitos.
Línguas e organização social :

Falam hoje apenas o Português, embora utilizem


esporadicamente alguns fragmentos do dialeto
kipeá, da família lingüística Kariri.
No final da década de 1980, os Kiriri duplicaram a sua
estrutura política, passando a se organizar em dois
segmentos faccionais - atualmente as unidades mais
efetivas da ação política formalizada no grupo -
lideradas por seus respectivos caciques, pajés e
conselheiros.
Artes:
Sua tradicional de arte cerâmica com pintura em
Tauá (pigmento de argila na cor branca), maracas,
arcos e flechas, apitos e colares, entre outras
criações. Os Kiriris trabalham com argila, sementes e
cocos diversos, madeiras, fibras naturais, como a da
palmeira do licuri fiada e tecida em aiós, e penas de
animais domésticos, entre outros.

Rituais:
Em 1974, líderes kiriri organizaram uma caravana
com cerca de cem índios à Terra Indígena Tuxá,
localizada em Rodelas, norte da Bahia, em princípio
para realizar um jogo de futebol entre os dois povos,
mas já com a clara intenção de assistir ao ritual Toré
realizado por aqueles índios e aprendê-lo. O Toré é
parte de um conjunto mais amplo de crenças - no
centro do qual se encontra a jurema - que, muito
provavelmente, podem vir a ser agrupadas em um
complexo ritual comum aos povos do sertão (Cf.
Nascimento, 1994). Entre os índios no Nordeste, o
Toré representa um símbolo de união e de
etnicidade, fornecedor de elementos ideológicos de
unidade e de diferenciação e, portanto, fonte de
legitimação de objetivos políticos.
Habitação:
O povo kiriri constitui hoje um grande exemplo de
luta para outros povos indígenas localizados na
região Nordeste do país. No espaço de quinze anos,
eles se estruturaram politicamente e promoveram,
em fins dos anos noventa do século passado, a
extrusão de cerca de 1.200 não-índios incidentes na
Terra Indígena Kiriri, homologada desde 1990.

Pessoas importantes:
O cacique Lázaro Kiriri, de 94 anos, líder da
comunidade Kiriri, destacou que o momento deve
ser lembrado pelos jovens e velhos para dar sentido
à luta pela terra.
Educação:
Alguns dos professores são índios. Eles têm a
responsabilidade de não deixar a cultura se perder
com o tempo. Além da educação formal, há a
transmissão oral de conhecimentos, que é feita pelos
índios mais velhos.
Atividades produtivas:
Os Kiriri praticam, de modo geral, uma agricultura
voltada para a subsistência, comercializando, de
forma esporádica e em pequena quantidade,
excedentes das suas roças de cultivos temporários -
compostas basicamente de mandioca, feijão e milho
- e algumas verduras cultivadas nas exíguas hortas,
localizadas preferencialmente nos quintais das casas
de moradia.

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