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Francisco Tchiloia
1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1 Definições Fundamentais
Conceito de Economia:
Diferentes economistas apresentaram
variadas Definições do que se entende por
ciência económica.
1. Jean Baptiste Say (Francês: Lion,5/01/1767 –
Paris, 15/11/1832): a economia política torna
conhecida a natureza da riqueza; desse
conehecimento de sua natureza deduz os meios de
sua formação, revela a ordem de sua distribuição e examina os
fenômenos envolvidos em sua distribuição, praticada através do
consumo. (In: Traité de Economie Politique – 1. ed. Paris, 1803)
[Tratado de Economia Política].
[A Utilidade]:
Permite ordenar bens por ordem de preferência;
Qualquer consumidor tem satisfação em consumir um
determinado bem. É esta “Satisfação, ou Prazer”, que damos
a designação de Utilidade, não em termos objectivos mas sim
em termos subjectivos, porque o grau de Utilidade do mesmo
bem varia de consumidor para consumidor.
Utilidade
Exemplo:
Consideremos a função utilidade referente aos sumos:
Quantidade Utilidade Total Utilidade Marginal
0 0 -
1 3 3
2 5,7 2,7
3 7,9 2,2
4 9,6 1,7
5 10,6 1
6 11 0,4
7 11,2 0,2
8 11,2 0
Utilidade inicial - referente à primeira unidade consumida;
Utilidade total – soma das utilidades de todas as unidades e
a marginal;
O Conceito de Utilidade marginal expressa o acréscimo de
Utilidade que se verifica quando é consumida mais uma
unidade do bem conservando-se constantes as quantidades
de outros bens.
Restrição Orçamental
Exercícios práticos:
(X1, X2) – Quantidade consumida de cada bem.
(P1, P2) – Preço dos bens.
m – Rendimento.
P1.X1 + P2.X2 ≤ m – Restrição Orçamental.
Todos os (X1, X2) que satisfazem a R.O. fazem parte
do conjunto de possibilidades de consumo.
P1.X1 + P2.X2 = m → X2 = m/P2 – (P1/P2).X1
Onde o declive da R.O. é dado por – (P1/P2) e o
intercepto vertical dado por m/P2, e o intercepto
horizontal dado por m/P1.
Factores de Produção
Podemos considerer os seguintes factores de produção:
1) Recursos naturais: todos os bens económicos, usados na
produção, que são obtidos directamente da natureza (terra,
água, minérios);
2) Trabalho: toda actividade humana que corresponde a
aptidão física, habilidade intellectual ou capacidade
empresarial (sendo que estas duas últimas competências
podem ser consideradas factores específicos de produção,
sob a forma de tecnologia e iniciativa empresarial);
3) Capital: todos os bens materiais, produzidos pelo homem,
que foram acumulados e agora são utilizados na produção de
outros bens.
2) Como produzir?
De que forma combinar os factores de Produção?
Por que utilizar mais mão-de-obra e menos capital,
ou vice-versa?
Este é o problema técnico de escolha das
alternativas tecnológicas, uma vez definido o que
pretendemos produzir.
Manteiga Canhões
1 700 0
2 600 18
3 500 25
4 400 29
5 300 32
6 200 33
7 100 34
8 0 35
Numa 1ª alternativa, se todos os recursos forem
utilizados para produzir manteiga (700 unidades no
ponto A) não poderemos dispor de nenhum canhão.
Se quisermos obter algumas unidades de canhões,
teremos que renunciar algumas unidades de
manteiga. Por exemplo, no ponto B, estamos
produzindo 25 unidades de canhões e 500 unidades
de manteiga. Isso significa que, ao passarmos do
ponto A para o ponto B (3ª alternativa),
renunciamos a 200 unidades de manteiga (700-500)
para obter 25 unidades (25-0) de canhões.
A Curva de Transformação representa o limite ou o
potencial máximo de produção. Por isso é
caracterizada como a Fronteira de Possibilidades de
Produção da Economia.
Todos os pontos sobre a curva A-C indicam
alternativas de pleno emprego dos recursos. Neste
caso, somente poderemos obter mais canhões se nos
contentarmos com menos manteiga, e vice-versa.
A Curva de Transformação (Fronteira de
Possibilidades da Produção da Economia) é Côncava
para a origem (que corresponde ao ponto zero do
gráfico, de onde partem os dois eixos).
Em síntese, a Curva de Transformação nos diz que
todas as decisões económicas quase sempre
representam escolhas entre alterativas que se
excluem mutuamente e, por isso, exigem a
definição de objectivos e prioridades.
Finalmente, podemos admitir a hipótese de que a
capacidade produtiva da economia tenha crescido,
ou porque houve um aumento na disponibolidade de
recursos (maior estoque de capital, em decorrência
de poupança e investimentos, descoberta de novos
recursos naturais, aumento de oferta de mão-de-
obra), ou porque houve prgresso tecnológico que
permite obter um maior produto por unidade de
produtos).
Essa Expansão de Fronteira de Possibilidades
Produtivas pode ser representada por um
deslocamento de toda a curva A – C para a direita
(para A´ - C´, por exemplo).
Função de Produção
O problema de como produzir pode ser ilustrado
com o gráfico representativo da Função de
Produção, ou seja das diferentes combinações de
factores que podem ser utilizadas para a obtenção
de um mesmo produto.
Suponhamos que para obter um produto igual a 100
podemos utilizar capital e mão-de-obra em qualquer
uma das seguintes combinações.
TABELA 1.2
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
Alternativas Capital Mão-de-obra
(Cr$ mil) (horas/ano)
1ª (A) 180 60
2ª (B) 200 50
3ª 280 40
4ª 390 30
5ª (C) 580 20
6ª 900 10
Fazendo-se a transposição desses dados para a
Figura 1.2, construímos uma curva (Isoquanta, ou
curva Isoproduto) que expressa as diferentes
alternativas tecnológicas, ou seja, as diferentes
combinações de factores que são necessárias para
obter-se a produção 100.
Passando do ponto A para o ponto B reduzimos as
unidades de mão-de-obra de 60 para 50, mas, para
manter o mesmo nível de produção (100),
aumentamos as unidades de capital de 180 para 200.
Do ponto B para o ponto C o mesmo tipo de
substituição ocorre. Todavia, como essa substituição
não é perfeita, a cada vez precisamos de mais
Repete-se aqui o fenómeno de custos crescentes,
evidenciado agora pela forma Convexa (para
origem) da curva da Função de Produção (ao
contrário do que observamos para a Curva de
Possibilidades de Produção, que é Côncava para a
origem).
A diferença decorre do facto de que estamos
considerando aqui o caso da produção fixa de um
único bem (100), variando os factores de produção.
No tópico anterior, relativo à curva de
possibilidades de produção, estivemos variando as
quantidades de produção de dois bens (canhões e
manteiga), admitido-se como fixo o estoque de
Em síntese, na Curva de Transformação variamos a
Produção de dois bens, considerando Fixo o Estoque
de Factores. Na Função de Produção mantemos Fixo
o Produto e variamos a Combinação de Factores.
Obviamente, se dispusermos de um Estoque maior
de Factores poderemos aumentar a utilização tanto
de mão-de-obra como de capital, obtendo uma
produção maior que 100. Isso poderia ser
representado por um deslocamento de toda a curva
para a direita (do nível de produto 100 para o nível
150).
Distribuição de Rendimento
O problema de “para quem produzir” constitui o
tema da teoria da produção e da distribuição da
renda, que visa a explicar de que forma e em
Função de que processos se distribuem pela
comunidade os bens e serviços produzidos pelo
sistema económico.
Do ponto de vista estritamente económico, a
distribuição da renda depende da oferta e procura
dos factores de produção. A fim de que esses
factores sejam utilizados no processo produtivo,
torna-se necessário assegurar aos seus proprietários
uma certa remuneração: ao trabalhador, o salário e
O valor dessa remuneração vai depender:
a) Da oferta de factores de produção, ou seja, de sua
relativa Escassez ou Abundância;
b) Da procura por factores de produção que, por sua vez,
depende da procura por bens e serviços finais para
cuja produção necessitamos utilizar esses factores. Por
isso dizemos que a procura por factores é uma procura
derivada, ou seja, dependente da procura final por
bens e serviços;
c) Da produtividade dos factores, ou seja, da quantidade
de bens e serviços que podem ser obtidos por unidade
de cada factor empregado na produção, o que é
Função da tecnologia, ou seja, do nível de
Dessa forma, dentro de um sistema de economia de
mercado (ou em um sistema misto de livre empresa) as
engrenagens básicas que asseguram o funcionamento
da economia são:
a) Um circuito integrado de mercados, tanto de bens e
serviços como de factores de produção;
b) Um sistema de preços que permite estabelecer o
equilíbrio entre a oferta e procura nos mercados
desses bens e factores;
c) Um conjunto de empresários (organizando e dirigindo
empresas) que, utilizando os mecanismos de preços e
de mercado (onde são sinalizadas as preferências dos
consumidores) e com a ajuda ou interferência do
É lógico que, na prática, o sistema não é assim tão
simples. Temos de identificar o que está por trás da
procura e da oferta (as hipóteses de maximização
do lucro pelo empresário, da maximização da
satisfação pelo consumidor e da maximização da
renda pelo propritário do factor de produção).
Temos que considerar as imperfeições de mercado
que perturbam o seu funcionamento eficiente e,
finalmente, temos que levar em conta o papel e a
influência do Governo, que interfere em todo o
processo e tem que estar particularmente
preocupado com problema de distribuição da renda,
em função de suas implicações éticas, sociais e
I. 4. O objecto e os critérios de decisão da economia
O objectivo da economia é ajudar-nos a resolver
esses problemas centrais com que nos defrontamos
em qualquer tipo de sociedade ou sistema
económico.
O objecto e o escopo da economia
Precisamos primeiro entender como funciona a
economia, como as pessoas tomam decisões, no
plano económico, e como essas decisões interagem,
através dos mercados, provocando efeitos e
resultados que nos afetam a cada um,
indívidualmente, e à sociedade como um todo. Uma
vez entendida a lógica subjacente ao aparente caos
vivenciamos no dia-a-dia, estaremos aptos a
identificar critérios, regras e normas de
comportamento que nos habilitem a tomar decisões
racionais em relação aos uso dos Escassos recursos
disponíveis.
A economia existe exactamente porque, como não
somos seres perfeitos nem ascetas convictos,
estamos sempre confrontando desejos e
necessidades ilimitadas com recursos Escassos ou
finitos (recursos materiais, humanos, financeiros, de
tempo, etc.). Esse confronto nos impõe a
responsabilidade de tomar decisões, fazer escolhas
e opções. E, para fazer isso racionalmente,
precisamos ter Alguns critérios que envolvem,
principalmente, a busca de soluções de equilíbrio,
segundo as linhas da Figura 1.4.
Os critérios de decisão
Consideremos três hipóteses para o meu
comportamento individual:
1) Como consumidor – suponhamos, em primeiro lugar,
que eu sou um simples assalariado e consumidor e, ao
final do mês, depois de pagar todas as contas
relacionadas com minhas necessidades básicas
(alimentação, aluguel e condomínio do apartamento,
luz, telefone, prestação do colégio, livros, imposto de
renda e algum lazer mínimo), ainda disponho de um
saldo no banco. Tenho que decidir o que fazer com
esse saldo. Devo gastá-lo em bens de consumo ou
destiná-lo à poupança? Se a minha decisão for a favor
idas a restaurantes, cinemas e barzinhos, compras de
roupas e aquisições de equipamentos electrónicos? Se
a minha decisão for no sentido de poupar esse saldo,
qual o objectivo e o horizonte temporal de minha
poupança (tendo em vista que a poupança nada mais é
que uma troca entre sacrifício de consumo anual en
beneficio – ou na expectativa – de um maior consumo
futuro)?
LEIS E RELAÇÕES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS.
II.1. Leis económicas
Alguns Postulados [Axioma – Proposição, ou
Teorema, ou Afirmação tão evidente que não
precisa ser demonstrada] económicos, dada a sua
uinversidade ou importância histórica, têm sido
considerados verdadeiras Leis Económicas:
1) A Lei de Say dos Mercados [[Jean Baptiste Say
(Lyon, 5 de janeiro de 1767 — Paris, 15 de
novembro de 1832) foi um economista francês,
formulador da chamada a Lei de Say dos Mercados]]
– a oferta cria a própria procura. Pagina. 42.
1) A de Ferro dos Salários [Ferdinand Lassalle
(Breslávia em 11 de abril de 1825 - Carouge, 31 de
agosto de 1864) foi um teórico social-democrata,
escritor e político alemão de origem judia] – esta é
a lei férrea e cruel que controla os salários do
trabalho, de acordo as relações actuais – dizia
Lassale.
2) A Lei da Miséria Crescente [[Karl Marx (Tréveris, 5
de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883)
foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo,
teórico político, jornalista, e revolucionário
socialista alemão]] – uma das contradições básicas
da sistema capitalista, qual fosse a tendência para
medida em que aumentava a riqueza dos capitalistas.
1) A lei de Gresham [[Sir Thomas Gresham (c. 1519—
21 de novembro de 1579) foi um comerciante e
financista inglês o qual serviu como agente do rei
Eduardo VI da Inglaterra e de sua meia-irmã, a
rainha Elizabeth I da Inglaterra]]. Postulava que,
em um sistema de duas moedas, a moeda má
expele a boa. Quando se atribuía a metais de
diferente valor o mesmo poder liberatório como
meada, a tendência era de que as pessoas usassem
a moeda de menor valor como instrumento de
pagamento, guardando a moeda de maior valor,
que desaparecia do mercado.
II.2. LEIS E RELAÇÕES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS
Leis dos rendimentos decrescentos: Essa lei expressa
a relação entre, de um lado, unidades de um factor
variável (mão-de-obra) que são combinadas,
sucessivamente, com um factor fixo (terra) e, de
outro lado, as quantidades alternativas de produtos
que essas combinações sucessivas de factores nos
permitem obter.
O produto médio é igual ao produto total dividido
pelo número de trabalhadores: PmL= PT / Número
de trabalhadores.
O produto marginal corresponde ao produto
adicional obtido com a utilização de mais um
trabalhador : PmgL = Variação da Quantidade /
Variação de L.
Observação:
1. Microempresas: aquelas que têm menos de 10
empregados.
2. Pequenas Indústrias: aquelas que têm menos de
100 empregados.
3. Médias Indústrias: aquelas na faixa de 101 a 500.
4. Grandes Indústrias: as que têm mais de 500
empregados.
Deseconomias de escala
A partir de um certo momento a expansão da
empresa pode implicar em pagamentos mais
elevados pelo uso de factores que se tornam
escassos, em fretes mais caros para trazer insumos
de fontes supridoras mais distantes e em maior
complexidade e consequente burocratização da
administração. Neste limite, temos uma Inflexão
eles tendem a subir, caracterizando o que chamamos
de Deseconomias de Escala.
Economia de Escopo
Economia de escopo é a redução de Custos
decorrente da produção conjunta de um ou mais
bens, pelo aproveitamento de facilidades comuns,
como na produção de caminhões e automóveis em
uma indústria automobilística (utilizando, por
exemplo, uma única secção de pintura para os
dois produtos) ou a integração de ensino e
pesquisa nas universidades.
Produtividade e Tecnologia
A Produtividade, expressa a quantidade de
produto ou rendimento que se obtêm com o custo
de um determinado factor ou conjunto de
factores. Se o objectivo da economia é orientar as
nossas decisões tendo em vista a utilização
racional de recursos escassos, o conceito de
Produtividade constitui um parâmetro vital para
aferir se esses objectivos estão sendo atingidos.
No plano microeconómico, ou seja, ao nível de
decisão de uma empresa, a Produtividade é
definida muito simplesmente como a relação
entre as quantidades de factores ou insumos
obtidas. Numa pequena empresa fábrica de
confecções, por exemplo, o seu proprietário ou
gerente estará muito atento à Produtividade da
mão-de-obra, o principal factor que utiliza; ou terá
muito cuidado ao definir o processo de corte dos
tecidos, de modo a reduzir desperdícios e perdas e
maximizar a quantidade de peças produzidas por
metro de tecido consumido, já que o tecido é sua
principal matéria-prima e aquela que mais pesa nos
seus custos de produção.
No plano macroeconómico, que diz respeito à
economia como um todo, o importante é
assegurar, de um lado, o aumento de estoque de
factores e, de outro, diligenciar para que esses
factores sejam uitlizados da forma mais produtiva
possivel. Aqui entra em cena um elemento
crítico: a Tecnologia, que corresponde ao nível de
conhecimentos científicos enriquecidos pelas
experiências e habilidades humanas e embutidos
nos processos produtivos. Some através da
Expansão da Base Produtiva e da elevação da
produtividade poderá ser assegurado à população
um padrão de vida elevado e crescente. Como o
ciário do desenvolvimento, dois indicadores são
mais utilizados nesse particular: a Renda ou Produto
Per Capita e a Produtividade da mão-de-obra.
Nota:
1) A Renda ou Produto Per Capita, expressa, de
forma simplificada e parcial, o nível de
desenvolvimento de um país ou região, ou seja, a
sua condição de atrasado, emergente ou
industrializado.
2) A Produtividade da mão-de-obra, explica, de
forma simplificada e parcial, o nível de
desenvolvimento de um país ou região, ou seja, a
sua condição de atrasado, emergente ou indus-
trializado.
Nota:
É vulgar associar-se a expressão custo de vida, a outra,
de sentido por vezes oposto, nível de vida.
De facto, a um aumento do custo do padrão de vida a
que os indivíduos se acostumaram, corresponde, regra
geral, uma diminuição dos seus hábitos de consumo,
isto é, do seu nível de vida.
Políticas Económicas, visam:
- promover o desenvolvimento económico
- proporcionar a criação de emprego
- garantir a estabilidade dos preços
- assegurar o equilíbrio das contas externas