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Economia Política

Francisco Tchiloia
1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1 Definições Fundamentais

Conceito de Economia:
Diferentes economistas apresentaram
variadas Definições do que se entende por
ciência económica.
1. Jean Baptiste Say (Francês: Lion,5/01/1767 –
Paris, 15/11/1832): a economia política torna
conhecida a natureza da riqueza; desse
conehecimento de sua natureza deduz os meios de
sua formação, revela a ordem de sua distribuição e examina os
fenômenos envolvidos em sua distribuição, praticada através do
consumo. (In: Traité de Economie Politique – 1. ed. Paris, 1803)
[Tratado de Economia Política].

2. Alfred Marshall (Inglês: Londres, 26/07/1842 – Cambridge,


13/07/1924): caracterizaria a Economia Política ou Economia
como: o estudo das actividades do homem nos actos da vida;
examina aquela parte da acção individual e social que está mais
intimamente relacionada com a obetenção e o uso dos requisitos
materiais para o bem-estar. Assim é, por uma parte, um estudo
da riqueza, e por outra – sendo importante – um aspecto do
estudo do homem. A economia é o estudo da humanidade, no
assuntos ordinários da vida; todavia, trata principalmente
daquelas motivações que afectam de forma mais intensa e
constante a conduta do homem na parte comercial de sua vida.
[Principles of Economics, 1890] [Princípios de Economia].

3. C. E. Ferguson (Nashville, Arkansas, 1928): a economia é o


estudo da distribuição ou alocação econômica de meios
(recursos) físicos e humanos, entre finalidades competitivas,
tendo em vista um objectivo de maximização ou optimização. É
uma ciência social que estuda o comportamento humano em
termos dos seus fins, propósitos ou motivações. [Microeconomic
Theory – Illinois: Richard and Irwin, 1969].
4. Rudiger Dornbush (was a German economist who worked in
the United States for most of his career: June 8, 1942 – July, 25,
2002): a economia é simplesmente “o estudo de como a
sociedade decide o que, como e para quem produzir”, as três
questões básicas que devem ser enfrentadas em qualquer tipo
de sistema econômico. [Rudiger Dornbusch e Stanley Fischer,
Introduction to Microeconomics. New York: McGraw-Hill Book
Company, 1983, p. 1.]

5. Lionel Charles Robbins (Sipson, west of London, 22


November 1898 – 15 May 1984 – was a British economist): “a
economia é a ciência que estuda o comportamento humano
como toda relação entre fins e meios escassos, que tem usos
Science, apud Kenneth Boulding, Análise Econômica. Vol. 1. Rio
de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. p.33.].

6. Tibor de Scitovsky, also known as Tibor Scitovsky (was


Hungarian born, American economist – November 3, 1910 –
June 1, 2002): “a economia é a ciência social que se ocupa da
administração de recursos escassos”. Os principais problemas
relacionados com essa administração são:
I) Assegurar a plena utilização dos recursos escassos;
II) Distribuir esses recursos entre os seus diferentes usos e para
satisfação de difrentes necessidades;
III) Distribuir de forma adequada, entre os consumidores, esses
recursos e os bens e os serviços produzidos com o seu
[Scitovsky] “a tarefa da economia é estudar a organização
econômica, avaliar a sua eficiência e equidade e sugerir meios e
processos pelos quais as reais imperfeições possam ser
diminuídas ou eliminadas”.

[Scitovsky] funções da economia:


I) Reunir os diferentes recursos em fazendas, oficinas, fábricas
e outros centros de produção, para o fim de produzir, com
sua ajuda, novas riquezas;
II) Coordenar as actividades dos diferentes centros de
produção, fazendo a alocação dos recursos entre eles e
distribuindo os seus produtos, o que pode ser feito:
a) Através do comércio – economia de mercado;
e deveres (controle e comando) – economia planificada.
[Tibor Scitovsky, Welfare and competition, R. D. Irwin, 1951]

7. John Fitzgerald Due (Illinois economist, 1948 – 1973):


Caracteriza a Ciência económica como “o estudo da organização
que dirige a utilização de recursos que dirige a utilização de
recursos escassos para a satisfação de desejos humanos”. [John
F. Due, Intermediate economic analysis. 3 ed. New York: Richard
D. Irwin, 1956, p. 4.].

8. Paul Anthony Samuelson [Gary (Lake – Indiana, USA) 15 May


1915 – Middlesex, Massachusetts, 13 December 2009]: dá uma
definição mais abrangente: a economia é o estudo de como os
homens decidem (fazem opções) empregar recursos produtivos
escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, na produção
de mercadorias diversas e na sua distribuição para consumo, ao
longo do tempo (agora e no futuro), entre as pessoas e por
grupos da sociedade. [Paul Samuelson & William Nordhaus,
Economics. 12. ed. New York: Mc-Graw Hill Book Company,
1985, p. 5. Grifos nossos. Paul Samuelson (1915-) é professor do
MIT desde 1940, tendo escrito o livro-texto de economia mais
difundido em todo o mundo. Em 1970 recebeu o prêmio Nobel de
Economia.].

[Economia Política]: Samuelson admite que a Economia pode até


mesmo tornar-se economia política, ao tentar julgar e melhorar o
método e a eficiência com que a comunidade mobiliza os meios
ao seu alcance para atingir os fins prescritos.

9. Oskar Lange [Tomaszów Mazowieck (Polond), 27 June 1904 –


London, 2 October 1965. Escola/tradição: Marxista. Foi um
economista e diplomata Polonês]: [Oskar Lange tem um
enfoque diferente, pois para ele o que importa é exatamente
esse objectivo social]: a Economia Política, ou Economia Social,
é a ciência das leis sociais que regulam a produção e a
distribuição dos meios materiais aptos a satisfazer as
necessidades humanas. [Lange, Moderna economia política. Rio
de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. Oskar Lange (1094 – 1965)
foi professor da Universidade de Chicago, retornando depois à
sua Polônia natal, em cujo governo socialista ocupou posições
de relevo.
RESUMO:
 É o estudo do modo em que uma sociedade com Recursos
Escassos e Limitados decide o que produzir, como e para
quem.
 É uma ciência social que deverá estudar de forma
articulada com as outras ciências sociais a problemática
económica tendo em vista o bem-estar e o progresso da
Humanidade.
 A economia é o estudo da forma como as sociedades
utilizam Recursos Escassos para produzir bens com valor e
de como os distribuem entre os vários individuos.
Características básicas em todas as Definições:
 O objectivo de satisfazer necessidades humanas;
 A escassez dos recursos;
 A economia como ciência que ensina a gerir ou administrar a
utilização desses recursos.
A economia divide-se em dois grandes ramos:
1) Microeconômia
 Estuda o comportamento dos agentes económicos
(famílias/consumidores e empresas); analisa as escolhas dos
agentes quando os Recursos são Escassos. A sua análise
centra-se sobre a procura, a oferta e os mercados.
2) Macroeconomia
 Estuda a evolução da economia agregada e a sua análise
centra-se sobre o produto, rendimento,
emprego/desemprego e a inflação/nível geral de preços.
Príncipios Fundamentais da Economia:
Análise económica rege-se (baseia-se) fundamentalmente por
dois príncipios, nomeadamente:
1) Príncipio da Optimização ou da Racionalidade (as pessoas
tentam escolher o melhor padrão de consumo possivel).
2) Príncipio do Equilíbrio (os preços ajustam-se até que a
procura total iguala a oferta total).
O Problema Económico
1) Satisfazer as necessidades do consumo da população (é um
dos grandes problemas que se colca às economias dos
países).
2) Compreender o papel do governo e os desafios do Mercado
global.
Nota: São apenas duas razões que levam as pessoas a estudar
economia nos dias de hoje.
Utilidade
[a noção de Utilidade e o princípio de Escassez constituem os
fundamnetos da da ciência económica].

[Utilidade e consumo]: em economia o Conceito Utilidade


significa satisfação ou prazer que os consumidores retiram do
consumo de determinado bem e é através dele que é possivel
explicar a forma como os consumidores conseguem efectuar as
suas escolhas do consumo, tendo em conta o rendimento
disponivel e os preços dos bens.

[A Utilidade]:
 Permite ordenar bens por ordem de preferência;
 Qualquer consumidor tem satisfação em consumir um
determinado bem. É esta “Satisfação, ou Prazer”, que damos
a designação de Utilidade, não em termos objectivos mas sim
em termos subjectivos, porque o grau de Utilidade do mesmo
bem varia de consumidor para consumidor.
Utilidade
Exemplo:
Consideremos a função utilidade referente aos sumos:
Quantidade Utilidade Total Utilidade Marginal

0 0 -
1 3 3
2 5,7 2,7
3 7,9 2,2
4 9,6 1,7
5 10,6 1
6 11 0,4
7 11,2 0,2
8 11,2 0
 Utilidade inicial - referente à primeira unidade consumida;
 Utilidade total – soma das utilidades de todas as unidades e
a marginal;
 O Conceito de Utilidade marginal expressa o acréscimo de
Utilidade que se verifica quando é consumida mais uma
unidade do bem conservando-se constantes as quantidades
de outros bens.

Por exemplo: existe uma Utilidade marginal para o primeiro


copo de sumo, outra para o segundo, outra para o terceiro e
assim sucessivamente.
Resumo:
[Utilidade]: a propriedade de satisfazer necessidades e
desejos humanos que os objectos materiais e serviços
possuem.
Bens:

[Bens]: são os objectos (coisas) que têm utilidade.


[Bens livres]: aqueles que existem em quantidades
superiors às necessidades humanas [estão fora do âmbito
da economia] (exemplo: o ar atmosférico).
[Bens económicos]: somente os bens Escassos, ou
disponíveis em quantidades limitadas.

Nota: para que tenham interesse económico, não basta


que os bens sejam Úteis, é necessário também que
sejam Escassos.
Paradoxo de Adam Smith [Pai da Microeconômia
Moderna]: Por que a água tem tanta utilidade, e nenhum
valor, enquanto os diamantes, cuja utilidade é minima,
têm um valor tão grande?
Bens e serviços.
Os bens económicos podem ser de dois tipos:
a) Bens de consumo ou bens de consumo final: que satisfazem
directamente as necessidades humanas.
b) Bens de produção: que são utilizados para produzir os bens
de consumo.

Os bens de consumo ou bens de consumo final podem


distinguir-se:
1) Bens de consumo não duravéis, exemplo: alimentos que
ingerimos, produtos de higiene pessoal, etc.
2) Bens de consumo duravéis, exemplo: automóveis, geladeiras,
televisões, etc.
Os bens de produção podem distinguir-se em:
1) Bens inetermediários (ou intermédios): matérias-primas e
produtos semi-elaborados que entram na composição de
outros bens.
2) Bens de capital: máquinas, equipamento e instalações que
são utilizados na produção de bens económicos.
Os serviços
1. Os serviços diferenciam dos demais bens económicos porque
o seu consumo se faz concomitantemente (simultâneo) à sua
produção, dado que elas não se traduzem em bens materiais
cuja função possa ser transferida no tempo (compra hoje e
estocagem para seu tempo futuro), exemplo: quando nos
beneficiamos das actividades de lavandeiras, escolas, bancos,
restaurants, etc.
Microeconômia
 Estuda o comportamento dos agentes económicos
(famílias/consumidores e empresas); analisa as
escolhas dos agentes quando os Recursos são
Escassos. A sua análise centra-se sobre a procura, a
oferta e os mercados.

Porque estudar Microeconômia?


 Todos os dias enfrentamos sitiuações ligadas a
aspectos microeconómicos:
1) Preços dos combustiveis.
2) Tarifas praticadas pelas companhias aéreas.
3) Taxas cobradas pelos bancos (multicaixa, levanta-
mentos, transferências, etc.)
4) Fusões e aquisíções de empresas, etc.
5) Preço dos fármacos (mendicamentos).

Asepctos da Microeconomia importantes para a boa


gestão:
 Objectivos / restrições.
 Lucros: natureza e importância.
 Incentivos.
 Funcionamento dos mercados.
 Valor intertemporal do dinheiro.
 Regulação e política públicas.
Análise Normativa Versus Análise Positiva.
 Positiva: descreve os factos ou realidades
exactamente como eles são; são causa e efeito.
 Qual é o efeito de aumento da taxa de imposto
automóvel?

 Normativa: descreve como deveriam ser os factos


ou realidades com base em juízos de valor.
 Será que o governo deveria aumentar a taxa de
imposto automóvel?
Teoria do Consumidor
 A teoria do consumidor, estuda a forma como os
consumidores escolhem os cabazes possivéis. As
escolhas são fundamentais, condicionadas, pela
Restrição Orçamental que determina o conjunto de
bens que os agentes/consumidores podem adquirir
e, pelas suas preferências.
 A análise da teoria do consumidor tem os objectivos
seguintes:
1) Testar o comportamento observado dos
consumidores.
2) Prever as variações comportamentais em função das
variações do ambiente económico.
3) Usar o comportamento observado para estimar:
 Análise custo – benefício
 Prever o impacto de algumas políticas.

Restrição Orçamental
 Exercícios práticos:
(X1, X2) – Quantidade consumida de cada bem.
(P1, P2) – Preço dos bens.
m – Rendimento.
P1.X1 + P2.X2 ≤ m – Restrição Orçamental.
 Todos os (X1, X2) que satisfazem a R.O. fazem parte
do conjunto de possibilidades de consumo.
 P1.X1 + P2.X2 = m → X2 = m/P2 – (P1/P2).X1
Onde o declive da R.O. é dado por – (P1/P2) e o
intercepto vertical dado por m/P2, e o intercepto
horizontal dado por m/P1.

 Propriedades da Restrição Orçamental


O declive da R.O. representa o custo de oportunidade
de uma unidade adicional do bem 1, ou seja, se
pretendermos consumir uma unidade adicional do bem
1quantas unidades do bem 2 deveremos prescindir.
 Variações na Restrição Orçamental
Um aumento de rendimento leva ao aumento do
conjunto de possibilidades de consumo provocando um
deslocamento da R.O. paralelamente para fora.
Um aumento do preço de um dos bens provoca uma
rotação para dentro da R.O. ao longo do eixo no qual
o bem está representado, enquanto que uma redução
do preço leva a uma rotação para fora da R.O. Ao
longo do eixo no qual o bem está representado.

Um aumento proporcional dos preços leva a um


deslocamento paralelo e para dentro da R.O.
 Exercício de aplicação sobre Restrição Orçamental
(R.O.):
1. Considere a seguinte função de utilidade de um
dado consumidor.
1 0,7 0,2
𝑈= X Y
3
Os preços dos bens x e y são 4 kwanzas e 2 kwanzas,
respectivamente.
Factores de Produção e Sistema Económico

Factores de Produção
Podemos considerer os seguintes factores de produção:
1) Recursos naturais: todos os bens económicos, usados na
produção, que são obtidos directamente da natureza (terra,
água, minérios);
2) Trabalho: toda actividade humana que corresponde a
aptidão física, habilidade intellectual ou capacidade
empresarial (sendo que estas duas últimas competências
podem ser consideradas factores específicos de produção,
sob a forma de tecnologia e iniciativa empresarial);
3) Capital: todos os bens materiais, produzidos pelo homem,
que foram acumulados e agora são utilizados na produção de
outros bens.

Nota: Estes factores definem apenas um potencial de


Produção. Para que esse potencial se transforme em produção
efectiva é preciso que os factores sejam combinados de forma
adequada, utilizando-se uma determinada tecnologia e tendo
como quadro de referência uma organização económica ou um
conjunto de instituições a que chamamos de sistema
económico.
Sistema Económico
Os elementos básicos de qualquer Sistema Económico
são:
1) Estoque de factores – terra, trabalho (inclusive
conehecimento ou tecnologia e habilidades
empresariais) e capital.
2) agentes económicos – tomam as decisões
relacionadas com os diferentes aspectos das
actividades económicas, dentre os quais podemos
nos destacar:
 As famílias (ou os consumidores) que, numa
economia de mercado, determinam, em última
análise, o que vai ser produzido.

 Os agentes produtivos (o empresário privado ou


estatal) que combinam os factores disponíveis,
de diferentes formas, para realizar a produção.
 o governo, que pode atuar na área produtiva,
mas cuja obrigação precípua (principal) é criar
as condições instutucionais, estruturais e
ambientais para que a economia funcione com
eficiência e estabilidade e para que os frutos do
esforço produtivo sejam distribuidos com um
mínimo de equidade (igualdade, justiça).
3) Empresas – as organizações administrativas ou
unidades produtivas através das quais essas tarefas
são executadas.
Sitema Económico:
Capitalismo, Socialismo e Sistema Misto
1) Sistema Capitalista ou de Economia de Mercado –
caracterizado pela propriedade privada dos factores
de produção e pela iniciativa privada, guiada por
fins de lucro, a dirigir a produção.
2) Sistema Socialista ou de Economia de Comando (ou
ainda de Economia Centralmente Planificada) –
onde as decisões eram tomadas através de um
processo centralizado de planificação e toda a
actividade produtiva era controlada pelo Estado.
3) Sistemas Mistas – faixa intermediária, livre empresa
I. 3. Problemas Centrais de um Sistema Económico
 Em qualquer tipo de sistema económico existem
sempre três problemas centrais que preicsam ser
resolvidos:
1) O que produzir?
 Que bens produzir? Por que café e não trigo? Por que
canhões e não manteiga (numa linguagem figurada
que confronta economia de Guerra versus economia
da paz?). Admitindo que podemos utilizar trabalho e
capital tanto para produzir um tipo como outro tipo
de bem, como decidir qual o uso que vamos dar aos
recursos e factores disponíveis.
 Este é o problema económico de definição das
prioridades no uso dos recursos, face às diversas
possibilidades alternativas para sua utilização.

2) Como produzir?
 De que forma combinar os factores de Produção?
Por que utilizar mais mão-de-obra e menos capital,
ou vice-versa?
 Este é o problema técnico de escolha das
alternativas tecnológicas, uma vez definido o que
pretendemos produzir.

3) Para quem produzir?


 Quem vai se beneficiar dos resultados do processo
produtivo? Qual a estrutura de distribuição de renda
(e de bens) que estamos dispostos a aceitar? Até que
ponto vamos admitir que essa estrutura seja
determinada exclusivamente pelas forças de
mercado? Qual o nível de intervenção
governamental que julgamos necessário para
melhorar a distribuição da renda e do produto? De
que modo será feita essa intervenção (de forma
directa ou de forma indirecta, por exemplo)? Que
instrumentos legais, financeiros ou fiscais
deeveremos utilizar com esse objectivo?
 Este é o problema social da distribuição dos bens
Nota:
Recursos:
1. Bens, riquezas, meios de vida.
2. Conjunto de meios disponíveis para serem
utilizados (ex.: recursos hídricos; recursos humanos;
recursos materiais; recursos naturais).
"
 Curva de Transformação
O problema de “o que produzir” pode ser ilustrado
com a curva de transformação ou de possibilidades de
produção que expressa as diferentes combinações de
bens que podem ser produzidos, alternativamente,
com base em um determinado conjunto de recursos
(Figura 1.1).
Para simplificar, admitamoos que somente podem ser
produzidas dois tipos de bens: manteiga e canhões,
por exemplo (para fazer o contraste de economia de
paz versus economia de guerra)13.
TABELA 1.1
POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Alternativas Unidades produzidas

Manteiga Canhões
1 700 0
2 600 18
3 500 25
4 400 29
5 300 32
6 200 33
7 100 34
8 0 35
 Numa 1ª alternativa, se todos os recursos forem
utilizados para produzir manteiga (700 unidades no
ponto A) não poderemos dispor de nenhum canhão.
Se quisermos obter algumas unidades de canhões,
teremos que renunciar algumas unidades de
manteiga. Por exemplo, no ponto B, estamos
produzindo 25 unidades de canhões e 500 unidades
de manteiga. Isso significa que, ao passarmos do
ponto A para o ponto B (3ª alternativa),
renunciamos a 200 unidades de manteiga (700-500)
para obter 25 unidades (25-0) de canhões.
 A Curva de Transformação representa o limite ou o
potencial máximo de produção. Por isso é
caracterizada como a Fronteira de Possibilidades de
Produção da Economia.
 Todos os pontos sobre a curva A-C indicam
alternativas de pleno emprego dos recursos. Neste
caso, somente poderemos obter mais canhões se nos
contentarmos com menos manteiga, e vice-versa.
 A Curva de Transformação (Fronteira de
Possibilidades da Produção da Economia) é Côncava
para a origem (que corresponde ao ponto zero do
gráfico, de onde partem os dois eixos).
 Em síntese, a Curva de Transformação nos diz que
todas as decisões económicas quase sempre
representam escolhas entre alterativas que se
excluem mutuamente e, por isso, exigem a
definição de objectivos e prioridades.
 Finalmente, podemos admitir a hipótese de que a
capacidade produtiva da economia tenha crescido,
ou porque houve um aumento na disponibolidade de
recursos (maior estoque de capital, em decorrência
de poupança e investimentos, descoberta de novos
recursos naturais, aumento de oferta de mão-de-
obra), ou porque houve prgresso tecnológico que
permite obter um maior produto por unidade de
produtos).
 Essa Expansão de Fronteira de Possibilidades
Produtivas pode ser representada por um
deslocamento de toda a curva A – C para a direita
(para A´ - C´, por exemplo).
 Função de Produção
 O problema de como produzir pode ser ilustrado
com o gráfico representativo da Função de
Produção, ou seja das diferentes combinações de
factores que podem ser utilizadas para a obtenção
de um mesmo produto.
 Suponhamos que para obter um produto igual a 100
podemos utilizar capital e mão-de-obra em qualquer
uma das seguintes combinações.
TABELA 1.2
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
Alternativas Capital Mão-de-obra
(Cr$ mil) (horas/ano)
1ª (A) 180 60
2ª (B) 200 50
3ª 280 40
4ª 390 30
5ª (C) 580 20
6ª 900 10
 Fazendo-se a transposição desses dados para a
Figura 1.2, construímos uma curva (Isoquanta, ou
curva Isoproduto) que expressa as diferentes
alternativas tecnológicas, ou seja, as diferentes
combinações de factores que são necessárias para
obter-se a produção 100.
 Passando do ponto A para o ponto B reduzimos as
unidades de mão-de-obra de 60 para 50, mas, para
manter o mesmo nível de produção (100),
aumentamos as unidades de capital de 180 para 200.
Do ponto B para o ponto C o mesmo tipo de
substituição ocorre. Todavia, como essa substituição
não é perfeita, a cada vez precisamos de mais
 Repete-se aqui o fenómeno de custos crescentes,
evidenciado agora pela forma Convexa (para
origem) da curva da Função de Produção (ao
contrário do que observamos para a Curva de
Possibilidades de Produção, que é Côncava para a
origem).
 A diferença decorre do facto de que estamos
considerando aqui o caso da produção fixa de um
único bem (100), variando os factores de produção.
 No tópico anterior, relativo à curva de
possibilidades de produção, estivemos variando as
quantidades de produção de dois bens (canhões e
manteiga), admitido-se como fixo o estoque de
 Em síntese, na Curva de Transformação variamos a
Produção de dois bens, considerando Fixo o Estoque
de Factores. Na Função de Produção mantemos Fixo
o Produto e variamos a Combinação de Factores.
 Obviamente, se dispusermos de um Estoque maior
de Factores poderemos aumentar a utilização tanto
de mão-de-obra como de capital, obtendo uma
produção maior que 100. Isso poderia ser
representado por um deslocamento de toda a curva
para a direita (do nível de produto 100 para o nível
150).
 Distribuição de Rendimento
 O problema de “para quem produzir” constitui o
tema da teoria da produção e da distribuição da
renda, que visa a explicar de que forma e em
Função de que processos se distribuem pela
comunidade os bens e serviços produzidos pelo
sistema económico.
 Do ponto de vista estritamente económico, a
distribuição da renda depende da oferta e procura
dos factores de produção. A fim de que esses
factores sejam utilizados no processo produtivo,
torna-se necessário assegurar aos seus proprietários
uma certa remuneração: ao trabalhador, o salário e
 O valor dessa remuneração vai depender:
a) Da oferta de factores de produção, ou seja, de sua
relativa Escassez ou Abundância;
b) Da procura por factores de produção que, por sua vez,
depende da procura por bens e serviços finais para
cuja produção necessitamos utilizar esses factores. Por
isso dizemos que a procura por factores é uma procura
derivada, ou seja, dependente da procura final por
bens e serviços;
c) Da produtividade dos factores, ou seja, da quantidade
de bens e serviços que podem ser obtidos por unidade
de cada factor empregado na produção, o que é
Função da tecnologia, ou seja, do nível de
 Dessa forma, dentro de um sistema de economia de
mercado (ou em um sistema misto de livre empresa) as
engrenagens básicas que asseguram o funcionamento
da economia são:
a) Um circuito integrado de mercados, tanto de bens e
serviços como de factores de produção;
b) Um sistema de preços que permite estabelecer o
equilíbrio entre a oferta e procura nos mercados
desses bens e factores;
c) Um conjunto de empresários (organizando e dirigindo
empresas) que, utilizando os mecanismos de preços e
de mercado (onde são sinalizadas as preferências dos
consumidores) e com a ajuda ou interferência do
 É lógico que, na prática, o sistema não é assim tão
simples. Temos de identificar o que está por trás da
procura e da oferta (as hipóteses de maximização
do lucro pelo empresário, da maximização da
satisfação pelo consumidor e da maximização da
renda pelo propritário do factor de produção).
Temos que considerar as imperfeições de mercado
que perturbam o seu funcionamento eficiente e,
finalmente, temos que levar em conta o papel e a
influência do Governo, que interfere em todo o
processo e tem que estar particularmente
preocupado com problema de distribuição da renda,
em função de suas implicações éticas, sociais e
I. 4. O objecto e os critérios de decisão da economia
 O objectivo da economia é ajudar-nos a resolver
esses problemas centrais com que nos defrontamos
em qualquer tipo de sociedade ou sistema
económico.
 O objecto e o escopo da economia
 Precisamos primeiro entender como funciona a
economia, como as pessoas tomam decisões, no
plano económico, e como essas decisões interagem,
através dos mercados, provocando efeitos e
resultados que nos afetam a cada um,
indívidualmente, e à sociedade como um todo. Uma
vez entendida a lógica subjacente ao aparente caos
vivenciamos no dia-a-dia, estaremos aptos a
identificar critérios, regras e normas de
comportamento que nos habilitem a tomar decisões
racionais em relação aos uso dos Escassos recursos
disponíveis.
 A economia existe exactamente porque, como não
somos seres perfeitos nem ascetas convictos,
estamos sempre confrontando desejos e
necessidades ilimitadas com recursos Escassos ou
finitos (recursos materiais, humanos, financeiros, de
tempo, etc.). Esse confronto nos impõe a
responsabilidade de tomar decisões, fazer escolhas
e opções. E, para fazer isso racionalmente,
precisamos ter Alguns critérios que envolvem,
principalmente, a busca de soluções de equilíbrio,
segundo as linhas da Figura 1.4.
 Os critérios de decisão
 Consideremos três hipóteses para o meu
comportamento individual:
1) Como consumidor – suponhamos, em primeiro lugar,
que eu sou um simples assalariado e consumidor e, ao
final do mês, depois de pagar todas as contas
relacionadas com minhas necessidades básicas
(alimentação, aluguel e condomínio do apartamento,
luz, telefone, prestação do colégio, livros, imposto de
renda e algum lazer mínimo), ainda disponho de um
saldo no banco. Tenho que decidir o que fazer com
esse saldo. Devo gastá-lo em bens de consumo ou
destiná-lo à poupança? Se a minha decisão for a favor
idas a restaurantes, cinemas e barzinhos, compras de
roupas e aquisições de equipamentos electrónicos? Se
a minha decisão for no sentido de poupar esse saldo,
qual o objectivo e o horizonte temporal de minha
poupança (tendo em vista que a poupança nada mais é
que uma troca entre sacrifício de consumo anual en
beneficio – ou na expectativa – de um maior consumo
futuro)?
LEIS E RELAÇÕES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS.
II.1. Leis económicas
 Alguns Postulados [Axioma – Proposição, ou
Teorema, ou Afirmação tão evidente que não
precisa ser demonstrada] económicos, dada a sua
uinversidade ou importância histórica, têm sido
considerados verdadeiras Leis Económicas:
1) A Lei de Say dos Mercados [[Jean Baptiste Say
(Lyon, 5 de janeiro de 1767 — Paris, 15 de
novembro de 1832) foi um economista francês,
formulador da chamada a Lei de Say dos Mercados]]
– a oferta cria a própria procura. Pagina. 42.
1) A de Ferro dos Salários [Ferdinand Lassalle
(Breslávia em 11 de abril de 1825 - Carouge, 31 de
agosto de 1864) foi um teórico social-democrata,
escritor e político alemão de origem judia] – esta é
a lei férrea e cruel que controla os salários do
trabalho, de acordo as relações actuais – dizia
Lassale.
2) A Lei da Miséria Crescente [[Karl Marx (Tréveris, 5
de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883)
foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo,
teórico político, jornalista, e revolucionário
socialista alemão]] – uma das contradições básicas
da sistema capitalista, qual fosse a tendência para
medida em que aumentava a riqueza dos capitalistas.
1) A lei de Gresham [[Sir Thomas Gresham (c. 1519—
21 de novembro de 1579) foi um comerciante e
financista inglês o qual serviu como agente do rei
Eduardo VI da Inglaterra e de sua meia-irmã, a
rainha Elizabeth I da Inglaterra]]. Postulava que,
em um sistema de duas moedas, a moeda má
expele a boa. Quando se atribuía a metais de
diferente valor o mesmo poder liberatório como
meada, a tendência era de que as pessoas usassem
a moeda de menor valor como instrumento de
pagamento, guardando a moeda de maior valor,
que desaparecia do mercado.
II.2. LEIS E RELAÇÕES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS
 Leis dos rendimentos decrescentos: Essa lei expressa
a relação entre, de um lado, unidades de um factor
variável (mão-de-obra) que são combinadas,
sucessivamente, com um factor fixo (terra) e, de
outro lado, as quantidades alternativas de produtos
que essas combinações sucessivas de factores nos
permitem obter.
 O produto médio é igual ao produto total dividido
pelo número de trabalhadores: PmL= PT / Número
de trabalhadores.
 O produto marginal corresponde ao produto
adicional obtido com a utilização de mais um
trabalhador : PmgL = Variação da Quantidade /
Variação de L.

 Diferenças Fundamentais entre:


 Na curva de transfornação: os custos crescentes (ou
custos de oportunidade crescentes) derivam de uma
relação entre dois bens (mantendo-se constante o
Estoque de Factores).
 Na função de produção: os custos indicam uma
relação de substituição entre dois factores
(mantendo-se constante o nível de produto).
 Os rendimentos decrescentes: expressam a relação
entre o insumo de um factor e o produto daí
resultante (variando, portanto, tanto a quantidade
do factor ou insumo como o nível do produto).
Economias de escala
 O conceito de rendimentos decrescentes (ou
constantes ou crescentes) está associado à variação
de um factor produtivo quando os demais factores
permanecem inalterados. Que acontece, porém,
quando variamos, ao mesmo tempo, dois factores ou
um conjunto de factores?
 Economias de escala: as economias de escala
surgem quando, para um determinado aumento na
quantidade de todos os factores utilizados, obtém-
se um aumento mais que proporcional do produto.
Alternativamente podemos definir a economia de
escala como a baixa de custos médios ou unitários
ou no tamanho da empresa. Em síntese, o conceito de
economia de escala nos diz que o tamanho ou a
dimensão do empreendimento faz uma diferença
(particularmente no sector industrial).
 A economia de escala explica por que algumas
indústrias são consideradas Leves e outras Pesadas:
 As indústrias Leves são: aquelas que podem ser
exploradas economicamente, numa escala
relativamente modesta, como as pequenas e
médias indústrias dos sectores de produtos
alternativos, minerais não metálicos (exclusive
cimento), madeira e mobiliário, vestuário, editorial
e gráfica.
 As indústrias tipicamente Pesadas são: aquelas que
somente podem ter competitividade quando operam
em larga escala, como nos casos da siderurgia, da
petroquímica, do cimento, do material de
transportes (automóveis, caminhões), do material
elétrico (turbinas) e do material de comunicações.

Observação:
1. Microempresas: aquelas que têm menos de 10
empregados.
2. Pequenas Indústrias: aquelas que têm menos de
100 empregados.
3. Médias Indústrias: aquelas na faixa de 101 a 500.
4. Grandes Indústrias: as que têm mais de 500
empregados.

 Em alguns sectores, as economias de escala são


tão significantes que a tendência normal é no
sentido de que uma única empresa venha a
dominar todo o mercado, eliminando qualquer
concorrente de menor porte. Isso explica a
formação dos chamados Monopólios Naturais nos
sectores de Geração e Distribuição de Energia,
Abastecimento d´Água e Telecomunicações,
geralmente exploradas ou por Monopólios Estatais
cessão, neste último caso com estrita fiscalização e
supervisão por parte do Governo, nos termos da
Regulamentação (ou Regulação) estabelecida em Lei.

 As economias de escala pode ser:


1. De Natureza Tecnológica – as Economias
Tecnológicas surgem quando uma maior escala de
produção permite uma Poupança de Insumos, por
unidade de produto, em termos físicos, seja em
consequência do melhor uso de factores indivisíveis
ou do maior rendimento por unidade de Insumo,
com a redução de desperdícios, seja como resultado
da mais elevada produtividade por homem ocupado,
2. De Natureza Pecuniária – as Economias
Pecuniárias surgem quando a operação em maior
escala proporciona uma baixa nos Preços de Factores
ou Insumos ou nos Custos de Comercialização.

Deseconomias de escala
 A partir de um certo momento a expansão da
empresa pode implicar em pagamentos mais
elevados pelo uso de factores que se tornam
escassos, em fretes mais caros para trazer insumos
de fontes supridoras mais distantes e em maior
complexidade e consequente burocratização da
administração. Neste limite, temos uma Inflexão
eles tendem a subir, caracterizando o que chamamos
de Deseconomias de Escala.

Economia de Escopo
 Economia de escopo é a redução de Custos
decorrente da produção conjunta de um ou mais
bens, pelo aproveitamento de facilidades comuns,
como na produção de caminhões e automóveis em
uma indústria automobilística (utilizando, por
exemplo, uma única secção de pintura para os
dois produtos) ou a integração de ensino e
pesquisa nas universidades.
Produtividade e Tecnologia
 A Produtividade, expressa a quantidade de
produto ou rendimento que se obtêm com o custo
de um determinado factor ou conjunto de
factores. Se o objectivo da economia é orientar as
nossas decisões tendo em vista a utilização
racional de recursos escassos, o conceito de
Produtividade constitui um parâmetro vital para
aferir se esses objectivos estão sendo atingidos.
 No plano microeconómico, ou seja, ao nível de
decisão de uma empresa, a Produtividade é
definida muito simplesmente como a relação
entre as quantidades de factores ou insumos
obtidas. Numa pequena empresa fábrica de
confecções, por exemplo, o seu proprietário ou
gerente estará muito atento à Produtividade da
mão-de-obra, o principal factor que utiliza; ou terá
muito cuidado ao definir o processo de corte dos
tecidos, de modo a reduzir desperdícios e perdas e
maximizar a quantidade de peças produzidas por
metro de tecido consumido, já que o tecido é sua
principal matéria-prima e aquela que mais pesa nos
seus custos de produção.
 No plano macroeconómico, que diz respeito à
economia como um todo, o importante é
assegurar, de um lado, o aumento de estoque de
factores e, de outro, diligenciar para que esses
factores sejam uitlizados da forma mais produtiva
possivel. Aqui entra em cena um elemento
crítico: a Tecnologia, que corresponde ao nível de
conhecimentos científicos enriquecidos pelas
experiências e habilidades humanas e embutidos
nos processos produtivos. Some através da
Expansão da Base Produtiva e da elevação da
produtividade poderá ser assegurado à população
um padrão de vida elevado e crescente. Como o
ciário do desenvolvimento, dois indicadores são
mais utilizados nesse particular: a Renda ou Produto
Per Capita e a Produtividade da mão-de-obra.
Nota:
1) A Renda ou Produto Per Capita, expressa, de
forma simplificada e parcial, o nível de
desenvolvimento de um país ou região, ou seja, a
sua condição de atrasado, emergente ou
industrializado.
2) A Produtividade da mão-de-obra, explica, de
forma simplificada e parcial, o nível de
desenvolvimento de um país ou região, ou seja, a
sua condição de atrasado, emergente ou indus-
trializado.

 Alguns países podem ser Potencialmente


Ricos e ainda assim continuam Pobres,
exemplo: Angola e Brasil. Porque os
abundantes recursos disponíveis são
utilizados com Baixa Produtividade.
 Outros países dispõem de uma base de
recursos naturais relativamente modesta
(como seriam os casos da Suíça e do Japão),
mas mesmo assim conseguem um elevado
produto por habitante, graças à quantidade
do seu capital (construída pelo esforço da
poupança), à qualidade de sua mão-de-obra e
ao elevado nível da sua Tecnologia.
 Uns outros, precisam encontrar meios mara
manter ou acelerar a taxa de crescimento
de suas economias.
 Os Factores que explicam a Taxa de
Crescimento:
Crescimento económico = O Aumento do
Estoque de Capital (K) + A Ampliação da Força
de Trabalho (L - Educação) + O Progresso
Técnico ( PT - Investigação Cientifica).
Nota:
 O estoque de capital (k) aumenta com a
poupança, a parcela da renda anual que é
subtraída ao consumo e destinada a investimento.
 A força de trabalho (L) se expande com o
crescimento da população economicamente ativa.
 O progresso técnico (PT) resulta dos investimentos
em desenvolvimento tecnológico (actividades de
pesquisa e desenvolvimento, que visam à
incorporação de técnicas mais modernas aos
processos produtivos), em educação e em
capacitação da mão-de-obra.
De forma simplificada podemos definir:

Taxa de crescimento económico = Taxa de aumento


do estoque de capital (K) vezes a sua contribuição
relativa + Taxa de aumento da PEA (L) vezes sua
contribuição relativa + Taxa correspondente à
contribuição residual do progresso técnico (PT).
 De acordo com essa formula, a taxa de
crescimento resulta do somatório das taxas de
crescimento dos estoque de capital e mão-de-
obra, ponderando-se essas taxas pela contribuição
relativa da cada um desses factores para formação
do produto, acrescido da contribuição do
progresso técnico (PT), também chamado pelos
economistas de produtividade total dos factores,
uma categoria que inclui o impacto da educação,
do avanço tecnológico, da inovação empresarial,
das economias de escala e outros factores. Esta
última contribuição é estimada de forma residual,
ou seja, é o que sobra depois que são computadas
Suponhamos, por exemplo, que a taxa de crescimento da
economia foi de 3,2% e que os estoques de capital e
mão-de-obra e capital cresceram, respectivamente, 1% e
3%, sendo que o peso da mão-de-obra é de ¾ ou 0,75 e o
do capital de ¼ ou 0,25. Desta forma:
3,2 = [(0,75) x (1)] + [(0,25) x (3)] + PT
ou
3,2 = 0,75 + 0,75 + PT ou 3,2 = 1,5 + PT, donde PT = 1,7
Partindo da taxa média de crescimento do produto dos
Estados Unidos de 3,2% ao ano, no período de 1948 e
1983, estudos de Edward Denison identificaram os
seguintes factores como responsáveis por essa taxa:
TABELA 2.3
FONTES DE CRESCIMENTO NA ECONOMIA
AMERICANA (1948-1981)
Factor de Contribuição para a taxa de
produção crescimento (%)
Capital 0,5
Mão-de-obra 0,6
Progresso 2,1
técnico
Total 3,2
A lei da Oferta e da Procura e a mão invisível de
Smith.
 Noção de mercado competitivo.
 Elementos de mercado competitivo.
 A curva da procura.
 A curva da oferta.
 O equilíbrio do mercado.
 Alteração na procura e na oferta.
 Alteração do preço de equilíbrio.
 As principais determinantes da Função procura são:
1) Os preços dos bens substittutos;
2) Os gostos e preferências dos consumidores;
3) O número de consumidores no mercado;
4) O rendimento disponivel dos consumidores;
5) As expectativas futuras dos consumidores quanto à
evolução dos preços e dos seus rendimentos;
6) Os preços dos bens complementares.

 As principais determinantes da Função oferta são:


1) Os preços dos bens substitutos;
2) A técnica de produção utilizadas;
3) O custo de produção, ou seja, para os produtores
oferecerem maiores quantidades a preços mais
reduzidos, os custos têm que ser baixos;
4) O número de vendedores/produtores no mercado;
5) As expectativas futuras dos preços.
 Repartição Funcional Do Rendimento
 A repartição do rendimento criado durante o
processo produtivo pelos dois factores de
produção, tendo em conta a especificidade
das suas funções, designa-se em economia
por Repartição Funcional Do Rendimento.

 A repartição funcional do rendimento mostra-


nos portanto, que uma parte da Riqueza
Criada é entregue aos trabalhadores, isto é,
aos detentores da força de trabalho, sob
forma de Salários, enquanto a outra parte é
entregue aos proprietários dos meios de produção
ou capital, sob forma de Renda, Juro e Lucros.
Uma outra parte é, ainda entregue ao Estado sob
forma de Impostos.
Factores de Rendimentos Destinatários
Produção
Força de Salários Trabalhador
Trabalho
Renda Proprietário
Capital
Juro Capitalista
Lucro Empresário
Nota:
 A remuneração do Factor Trabalho: salário
nominal e salário real.
 A remuneração do Factor Capital: renda, juro
e lucro.
 Salário nominal: é a quantidade de moeda
que o trabalhador recebe como resultado do
seu trabalho.
 Salário real: é a quantidade de bens e
serviços que o trabalhador pode adquirir com
seu salário nominal.
 Objecto e Método da Economia
 Para que uma disciplina possa ser
considerada uma ciência, dever-se-ão
verificar três condições:
1) Ter um campo de estudo especifico, isto é,
ter um objecto de estudo.
 A economia tem por objecto os fenómenos
económicos.
Exemplo de fenómenos económicos: a
produção, o consumo, o comércio, o
desenvolvimento, a acumulação, etc.
A economia é uma ciência social. A economia se
preocupará dar respostas aos problemas da criação
e repartição da riqueza, da organização social da
produção, da maximização da satisfação das
necessidades da população, do desenvolvimento
integrado do país, das trocas entre países, etc.

2) Ter uma terminologia própria, isto é, possuir um


corpo de conceitos específicos.
 A economia tem uma terminologia própria.
Exemplo de terminologia própria em economia:
poupança, economias de escala, investimento,
juro, procura, oferta, mercado, capital, etc.,
pertencem à terminologia da ciência económica.

3) Utilizar método científico na pesquisa.


 A economia utiliza o método científico. Sendo a
Economia uma ciência, ela deverá ter abordado
os problemas a estudar de uma forma especifica
e é, exactamente, essa Atitude Própria de
estudo que lhe confere o Estatuto de ciência. A
tal Atitude chamaremos Atitude Científica, a
que corresponde um método particular de
pesquisa – o método científico.
 O método científico caracteriza-se pelo facto da
pesquisa percorrer as seguintes etapas:
1) observação.
2) Formulação de hipóteses explicativas.
3) Experimentação.
4) Conclusão.
 Estudar o que acontece de uma forma Objectiva
é uma Atitude Científica.
Exemplo: concluir que o Lucro constitui a finalidade
da actividade económica do capitalista é uma
conclusão científica.
 Estudar o que deveria ou não acontecer, tendo
em conta uma perspectiva valorativa, é ter uma
Atitude Não Científica.
Exemplo: afirmar que, da necessidade de
maximização do Lucro, os produtores prejudicam
os consumidores, é já formular um juízo de valor,
isto é, uma apreciação baseada em valores.
(Atitude não científica).
Características do Método em Economia:
 Quantificação.
 Não-Experimentação.
Do ponto de vista metodológico, portanto falta à
Economia o rigor, a disciplina e a precisão das
chamadas ciências “Exactas ou Naturais”.
 Simplificação e Modelos:
 Um modelo económico, corresponde a uma
construção mental altamente simplificada,
demostrando o comportamento das pessoas um
ambiente físico e social e eliminando o que não
é indispensável ao problema tratado, de modo a
focalizar a atenção no que é essencial. [Joan
Robinson]
 Os modelos têm por objectivos:
1) Proporcionar uma estrutura analítica.
2) Descrever o modelo real de modo sumário.
3) Permitir a elaboração de Previsões.
 A eficiência de uma teoria ou de um modelo
pode ser julgada em função das duas provas:
1) Uma prova teórica, na qual se procura analisar a
validade das hipóteses em que se apoia o modelo e
o rigor lógico das conclusões derivadas dessas
hipóteses.
2) Uma prova prática, em que se procura avaliar o
acerto das previsões feitas com base no modelo.
Metodologicamente, podemos descrever a
formulação de modelos em economia como
resultado de duas Abordagens Complementares:
 Os Modelos podem descrever Simples Identidades
ou Definições.
Exemplo: DG = C + I + G
Em que: DG = Procura ou Demanda Global; C =
Somatório do Consumo Global; I = Investimentos; G
= Gastos Governamentais na Aquisição de Bens e
Serviços.
 Os Modelos podem expressar Relações de
Natureza:
1) Comportamental.
Exemplo: C = f(Y), significa o Consumo (C) é função
da Renda (Y).
2) Técnica.
Exemplo: ΔY = αΔK, onde se define que o
Crescimento ou Incremento da Renda ou Produto
(ΔY) é função do Incremento de Capital (ΔK, que
corresponde exactamente ao Investimento, ou ΔK =
I) e da relação Incremental Produto-Capital (α),
que expressa o número de unidades de Produto que
podem ser geradas por uma unidade de Capital
(alternativamente podemos consolidar a relação
inversa – Capital/Produto - que expressa o número
de unidades de Capital necessárias para gerar uma
unidade de Produto. Neste caso o Incremento do
Produto equivale ao Incremento de Capital dividido
pela relação Capital/Produto).
3) Institucional.
Exemplo: T = tY, onde o valor dos Impostos (T) é
determinado, como uma proporção ou alíquota (t) do
nível da Renda.
Nota: alíquota, significa percentagem no valor de
algo que corresponde a taxa ou imposto.
 A ECONOMIA DE MERCADO
 Noção de mercado competitivo
 Oferta e Procura
 Exercícios Práticos (incluindo gráficos).
Nota: Exercícios práticos e gráficos vistos na sala de
aula.
 O Custo de Oportunidade:
 O valor da melhor alternativa sacrificada.
 Se troco o meu emprego de vendedor, onde
ganho Akz 500,00, para trabalhar como gerente,
com o salário de Akz 1 000,00, o custo de
mercado do meu trabalho é o salário que meu
empregador me paga de Akz 1 000,00, mas o
custo para a sociedade é o que eu deixei de
produzir em minha actividade anterior, Akz
500,00.
Inflação (os preços e a inflação)
 Os preços de um bem ou de um serviço é, portanto, a
medida do seu valor, expresso numa unidade
monetária. Assim, no nosso país, dado que a unidade
monetária é o kwanza, dizemos, por exemplo que um
quilo de laranjas custa Akz 500,00, que um bilhete de
comboio custa Akz30,00 (estação dos Bungos –
Viana).
 Inflação:
 É a subida anormal e generalizada dos preços dos
bens e serviços.
 Consideremos, por exemplo, o ano de 1994 em que
os preços aumentaram, no nosso país,5,4%. Tal significa
que nesse ano, aumentaram os preços de uma grande
variedade de bens: alimentação, vestuário, habitação,
transporte, saúde, etc. A inflação traduz, assim, a
tendência geral da subida dos preços.
 Contudo os preços não registram todos a mesma
subida: os preços da saúde aumentaram mais de 5,4%,
mais precisamente 9,1%, enquanto que os preços da
alimentação aumentaram menos (4,8%). Mas o
aumento do nível médio de preços foi de 5,4%, valor
da Inflação nesse ano.
Causas e Consequências da Inflação
 Causas da Inflação:
1) O excesso da moeda em circulação. O aumento da
moeda em circulação, sem o correspondente
aumento da produção de bens e serviços (ou a
diminuição da produção, sem a correspondente
diminuição da quantidade de moeda em circulação)
aumenta um excesso de procura de bens e de
serviços face à respectiva oferta por parte dos
produtores, originando a consequente subida do
preço.
2) O aumento do preço das matérias-primas. A subida
de preços das matérias-primas, vai fazer aumentar os
custos de produção das empresas e, em consequência, os
preços de venda. Foi o que aconteceu em 1973, 1978 e
1990 com a subida acentuada dos preços do petróleo.
3) As relações comerciais entre países. As próprias
relações comerciais entre países por vezes originam ou
incrementam o processo inflacionário. Nestas
circunstâncias fala-se de inflação importada e afecta os
países dependentes dos países com maior inflação.
4) O aumento da massa salarial distribuída sem aumento
da produtividade. A elevação dos salários pode contribuir
para o desenvolvimento da inflação, a dois níveis por um
lado, pode concretizar-se num aumento da procura de
bens e de serviços não satisfeito pela respectiva oferta e,
por outro, vem onerar os custos de produção e,
consequentemente, os preços de venda, a fim de que
possam manter-se as margens de lucro dos empresários.
5) As práticas de açambarcamento. O açambarcamento de
alguns bens por parte dos produtores ou dos
distribuidores origina uma escassez desses bens no
mercado e, concomitantemente, a subida dos respectivos
preços.
6) A política do crédito prosseguida pelas entidades
oficiais. Todos sabemos que os empresários recorrem
ao crédito para financiarem a sua actividade.
Naturalmente, se as taxas de juro forem elevadas, os
empréstimos são muito <<caros>> e o preço dos bens será
forçado a subir. Inversamente, a descida das taxas de juro
pode contribuir para a diminuição do preço dos bens e,
portanto, para combater a inflação.
 Consequências da Inflação.
1) A depreciação do valor da moeda. Com efeito, o
aumento dos preços faz com que o consumidor
compre, com o mesmo dinheiro, cada vez menos
produtos.
2) O entesouramento de ouro ou de divisas estran-
geiras que não se desvalorizem em consequência da quebra
de confiança na moeda nacional.
3) A deterioração das condições de vida dos cidadãos, em
geral, e daqueles que auferem rendimentos fixos, em
particular, em virtude da desvalorização progressiva dos
seus rendimentos.
4) O agravamento do próprio processo inflacionário. Na
verdade, a depreciação da moeda cria nos cidadãos uma
predisposição para aquisição de bens de consumo, o que
contribui para a expansão do consumo e,
consequentemente, para elevação do nível de preços,
quando uma das formas de combater a alta do nível de pre-
ços é, exactamente, diminuir o consumo de bens e
serviços finais.

 O Índice de Preços No Consumidor, o Custo de


Vida e o Nível de Vida.
 Acabamos de verificar que os preços dos bens e
serviços flutuam com maior ou menor amplitude, na
generalidade dos países.
 As flutuações no sentido ascendente, chamam-se,
inflação.
 As flutuações nos sentido descendente, chamam-se,
deflação.
 A redução do valor da inflação, ou seja, um
crescimento mais lento dos preços, chama-se,
desinflação.
 O índice de preços de um bem, dado que pretende
revelar a variação do seu preço relativamente a um
ano tomado por base, pode ser calculado pela
seguinte fórmula:
I ano X / ano base = preço do bem no ano X/preço do bem
no ano base X 100
 Assim, se por exemplo, quisermos avaliar a variação do
preço de um bem, que em 1995 custava Akz 220,00,
com base no ano anterior, 1994, cujo preço era por
hipótese, Akz 200,00, teremos:
I 1995 / 1994 = 220,00 / 200,00 X 100 = 110
 Neste caso, o índice de preços do bem que estávamos a
considerar em 1995 relativamente a 1994 é de 110 e
revela um aumento de 10% no período considerado.
 O Índice de Preços no Consumidor (IPC) calcula-se da
seguinte forma:
1) Considera-se um conjunto de bens e de serviços, o
mais alargado possivel, que represente o consumo da
maioria da população.
2) Calcula-se a quantidade que cada pessoa consume
desses produtos, por ano.
3) Determina-se quanto custa esse <<cabaz>> de
produtos, no ano base.
4) Determina-se quanto custa o mesmo <<cabaz>> de
produtos, no ano que se está a considerar.
5) Estabelece-se a relação entre esses dois preços do
custo do <<cabaz>>.
 Se, por exemplo, considerarmos que o cabaz custava,
em 1995, Akz 149 500,00 e, em 1994, Akz 130 000,00,
o índice de preços de 1995 em relação a 1994, calcula-
se do seguinte modo:
I 1995 / 1994 = 149 500,00 / 130 000,00 X 100 = 115
 Ficamos, assim, a saber que com Akz 149 500,00 em
em 1995 se podiam comprar os mesmos bens e serviços
que se compravam, em 1994, com Akz 130 000,00.

Nota:
 É vulgar associar-se a expressão custo de vida, a outra,
de sentido por vezes oposto, nível de vida.
 De facto, a um aumento do custo do padrão de vida a
que os indivíduos se acostumaram, corresponde, regra
geral, uma diminuição dos seus hábitos de consumo,
isto é, do seu nível de vida.
Políticas Económicas, visam:
- promover o desenvolvimento económico
- proporcionar a criação de emprego
- garantir a estabilidade dos preços
- assegurar o equilíbrio das contas externas

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