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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO CEARÁ - CAMPUS CEDRO

Professor: Ms. Maxwell de Sousa Pita

Aluno (a): Turno:

Curso: Período:

Carga Horária: 80 Horas

Apostila de Cálculo I

UNIDADE I

Autor: Maxwell de Sousa Pita


Formação: Possui graduação em matemática pelo Instituto Federal do Ceará, Cam-
pus Juazeiro do Norte, e mestrado em Matemática Pura pela Universidade Federal da
Paraíba(UFPB). Atualmente professor efetivo do IFCE, Campus Cedro.
1 Conjuntos Numéricos

1 Conjuntos Numéricos
Os primeiros números conhecidos pela humanidade são os chamados inteiros positivos
ou naturais. Temos então o conjunto:

N = {1, 2, 3, ...}.

Os números -1, -2, -3, ... são chamados inteiros negativos. A união do conjunto dos
números naturais com os inteiros negativos e o zero (0) dene o conjunto dos números
inteiros que denotamos por:

Z = {..., −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, ...}.

p
Os números da forma , q 6= 0, p, q ∈ Z, são chamados de frações e formam o conjunto
q
dos números racionais. Denotamos:
p
Q = { ; p, q ∈ Z e q 6= 0}.
q
p
números que não podem ser representados na forma , q 6= 0, p, q ∈ Z, como por exemplo,
√ q

2 = 1, 414213..., π = 3, 141592..., e = 2, 718281..., p, com p primo, formam o conjunto
dos números irracionais que denotaremos por I
Da união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais
resulta o conjunto dos números reais, que denotamos por

R = Q ∪ I.

2 Intervalos
Intervalos são conjuntos innitos de números reais, que podem ser limitados ou ilimi-
tados.

1. Intervalos Limitados: Sejam a e b números reais com a < b, temos:

(a) Intervalo fechado


{x ∈ R | a ≤ x ≤ b} denota-se [a, b].
Gracamente:

2
2 Intervalos

(b) Intervalo aberto


{x ∈ R | a < x < b} denota-se ]a, b[ ou (a, b).
Gracamente:

(c) Intervalo aberto à direita e fechado à esquerda


{x ∈ R | a ≤ x < b} denota-se [a, b[ ou [a, b).
Gracamente:

(d) Intervalo fechado à direita e aberto à esquerda


{x ∈ R | a < x ≤ b} denota-se ]a, b] ou (a, b].
Gracamente:

2. Intervalos Ilimitados: Sejam a, b ∈ R, temos:

(a) {x ∈ R | x ≥ a} denota-se [a, +∞[ ou [a, +∞).


Gracamente:

(b) {x ∈ R | x > a} denota-se ]a, +∞[ ou (a, +∞).


Gracamente:

(c) {x ∈ R | x ≤ b} denota-se ] − ∞, b] ou (−∞, b]


Gracamente:

(d) {x ∈ R | x < b} denota-se ] − ∞, b[ ou (−∞, b)


Gracamente:

3
2 Intervalos

Observação 2.1 Os números a e b são chamados extremos do intervalo.

Exercício 2.1 Escreva os intervalos de números reais usando desigualdades e represente


gracamente.

a) Os números reais maiores ou iguais a -2 e menores que 3.

b) Os números reais maiores ou iguais a 1.

c) Os números reais maiores ou iguais a 0 e menores ou iguais a 4.

Observação 2.2 São usados intervalos para representar conjuntos-soluções de desigual-


dades. O conjunto-solução de uma desigualdade é o conjunto de todos os números que
satisfazem a desigualdade.

Exemplo 2.1 Determinar todos os intervalos de números que satisfazem as desigualda-


des abaixo. Fazer a representação gráca.

a) 3 + 7x < 8x + 9
Solução:

3 + 7x − 3 < 8x + 9 − 3

7x < 8x + 6

7x − 8x < 8x + 6 − 8x

−x < 6

x > −6.

Portanto, S = {x ∈ R | x > −6} = (−6, +∞) é a solução, e gracamente temos

4
2 Intervalos

b) 4 < 3x − 2 ≤ 10
Solução:

4 + 2 < 3x − 2 + 2 ≤ 10 + 2

6 < 3x ≤ 12
6 3 12
< x≤
3 3 3
2 < x ≤ 4.

Portanto, S = {x ∈ R | 2 < x ≤ 4} = (2, 4] é a solução, e gracamente temos

x
c) < 4, x 6= 3
x−3
Solução: Vamos multiplicar ambos os membros da desigualdade por x − 3. Temos
que considerar dois casos:

Caso 1: x − 3 > 0 ⇒ x > 3. Assim,


x
.(x − 3) < 4.(x − 3)
x−3
x < 4x − 12

x − 4x < −12

−3x < −12

3x > 12

x > 4

Daí,

S1 = (4, +∞).

5
2 Intervalos

Caso 2: x − 3 < 0 ⇒ x < 3. Assim,


x
.(x − 3) > 4.(x − 3)
x−3
x > 4x − 12

x − 4x > −12

−3x > −12

3x < 12

x < 4.

Daí,

S2 = (−∞, 3).

A solução é S = {x ∈ R | x < 3 ou x > 4} = (−∞, 3) ∪ (4, +∞), gracamente


temos

5x + 3
d) 7 < <9
2
Solução: Multiplicando todos os membros por 2, obtemos

14 < 5x + 3 ≤ 18

14 − 3 < 5x + 3 − 3 ≤ 18 − 3

11 < 5x ≤ 15
11
< x ≤ 3.
5

A solução é S = {x ∈ R | 11
5
< x ≤ 3} = ( 11
5
, 3], gracamente temos

6
2 Intervalos

e) (x + 5)(x − 3) > 0
Solução: A desigualdade será satisfeita quando ambos os fatores tiverem o mesmo
sinal.

Caso 1: x − 3 > 0 e x + 5 > 0

x−3>0 ⇒ x>3

x + 5 > 0 ⇒ x > −5

Daí,

S1 = (3, +∞).

Caso 2: x − 3 < 0 e x + 5 < 0

x−3<0 ⇒ x<3

x + 5 < 0 ⇒ x < −5

Daí,

S2 = (−∞, −5).

A solução é S = {x ∈ R | x < −5 ou x > 3} = (3, +∞) ∪ (−∞, −5),


geometricamente temos

f) x2 ≤ 9
Solução: Temos,

x2 ≤ 9 ⇒ x2 − 9 ≤ 0 ⇒ (x + 3)(x − 3) ≤ 0.

7
3 Valor Absoluto

A desigualdade será satisfeita quando os fatores tiverem sinais opostos.

Caso 1: x + 3 ≥ 0 e x − 3 ≤ 0

x + 3 ≥ 0 ⇒ x ≥ −3

x−3≤0 ⇒ x≤3

Daí,

S1 = [−3, 3]

Caso 2: x + 3 ≤ 0 e x − 3 ≥ 0

x + 3 ≤ 0 ⇒ x ≤ −3

x−3≥0 ⇒ x≥3

Daí,

S2 = ∅

A solução é S = {x ∈ R | − 3 ≤ x ≤ 3} = [−3, 3]

3 Valor Absoluto
Denição 3.1 Seja x ∈ R, o valor absoluto ou módulo de x, denotado por |x| é

 x, se x ≥ 0
|x| =
 −x, se x < 0

Exemplo 3.1 |5| = 5 e | − 5| = −(−5) = 5.

Interpretação Geométrica: Geometricamente o valor absoluto de x representa a dis-


tância entre x e 0. Escreve-se então

|x| = x2

8
3.1 Equações Modulares

3.0.1 Propriedades
i) Se x, a ∈ R, então |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a, onde a > 0.

ii) Se x, a ∈ R, então |x| ≥ a ⇔ x ≥ a ou x ≤ −a, onde a > 0.

iii) Se a, b ∈ R, então |ab| = |a||b|.


a |a|
iv) Se a, b ∈ R, então = , b 6= 0.
b |b|

3.1 Equações Modulares


As equações modulares são resolvidas através da aplicação de algumas propriedades
que estão denidas a seguir.
Sejam x, y, a ∈ R, temos

i) |x| = a ⇔ x = a ou x = −a, a > 0.

ii) |x| = |y| ⇔ x = y ou x = −y.


Exemplo 3.2 Resolva as equações:
a) |5x − 3| = 9
Solução: Esta equação é verdadeira quando 5x − 3 = 9 ou 5x − 3 = −9, assim
temos
12
5x − 3 = 9 ⇒ 5x = 9 + 3 ⇒ 5x = 12 ⇒ x = 5

5x − 3 = −9 ⇒ 5x = −9 + 3 ⇒ 5x = −6 ⇒ x = −6
5
.
Portanto, as duas soluções da equação dada são x = 12
5
ex= −6
5
ou S = { 125 , −6
5
}

b) |7x − 1| = |2x + 5|
Solução: Esta equação será satisfeita se:
Caso 1:
7x − 1 = 2x + 5

7x − 2x = 5 + 1

5x = 6
6
x = .
5

9
3.2 Inequações Modulares

Caso 2:

7x − 1 = −(2x + 5)

7x − 1 = −2x − 5

7x + 2x = −5 + 1

9x = −4
4
x = − .
9

Portanto, a solução é x = 6
5
e x = − 49 ou S = { 65 , − 94 }

c) |3x − 5| = −2
Solução: Esta equação não tem solução pois o valor absoluto de um número nunca pode
ser negativo.

3.2 Inequações Modulares


Vejamos alguns exemplos de inequações modulares.

Exemplo 3.3 Resolva as inequações:


a) |7x − 2| ≤ 4
Solução: Aplicando a propriedade: |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a, temos

−4 ≤ 7x − 2 ≤ 4

−4 + 2 ≤ 7x − 2 + 2 ≤ 4 + 2

−2 ≤ 7x ≤ 6
2 6
− ≤ x≤ .
7 7
S = [− 27 , 67 ]

b) |x + 2| > 5
Solução: Aplicando a propriedade: |x| > a ⇔ x > a ou x < −a, temos

x+2 > 5 ou x+2 < −5


x > 5−2 x < −5 − 2
x > 3 x < −7

10
4 Funções Reais de uma Variável Real

S = (−∞, −7) ∪ (3, +∞)


3 − 2x
c)
≤ 4, x 6= −2

2+x

Solução:
|3 − 2x| ≤ 4|2 + x|

(3 − 2x)2 ≤ 42 (2 + x)2

9 − 12x + 4x2 ≤ 16(4 + 4x + x2 )

9 − 12x + 4x2 ≤ 64 + 64x + 16x2

−12x2 − 76x − 55 ≤ 0

12x2 + 76x + 55 ≥ 0.

As raízes sa equação 12x2 + 76x + 55 = 0 são:



−76 + 5776 − 2640 −76 + 56 −20 5
x1 = = = =−
24 24 24 6

−76 − 5776 − 2640 −76 − 56 −132 11
x2 = = = =−
24 24 24 2

Assim,
5 11 5 11
12x2 + 76x + 55 ≥ 0 ⇒ 12(x + )(x + ) ≥ 0 ⇒ (x + )(x + ) ≥ 0.
6 2 6 2

Portanto, S = (−∞, − 112 ] ∪ [− 56 , +∞).

4 Funções Reais de uma Variável Real


Uma função f : A → B consta de três partes: um conjunto A chamado o domínio
da função, um conjunto B , chamado o contradomínio da função e uma regra que permite

11
4 Funções Reais de uma Variável Real

associar, de modo bem determinado, a cada elemento x ∈ A, um único elemento f (x) ∈ B ,


chamado o valor que a função assume em x.

Observação 4.1 Não se deve confundir f com f (x): f é a função, enquanto que f (x) é
o valor que a função assume num ponto x do seu domínio.

Denição 4.1 Sejam A e B subconjuntos de R. Uma função f : A → B é uma lei que


associa a cada elemento de A um único elemento de B .

Notação:

f : A→B

x 7→ f (x)

O conjunto A é o domínio de f e o conjunto B é o contradomínio.

Exemplo 4.1 Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5}

f : A→B

x 7→ x + 1

é uma função de A em B , pois cada elemento de A está associado a um único elemento


de B . Podemos representar f em diagrama.

Contra-Exemplo 1 Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}.

g : A→B

x 7→ x − 3

não é uma função de A em B , pois o elemento 3 ∈ A não tem correspondente em B .


Podemos ver isto facilmente representando g em diagrama.

12
4 Funções Reais de uma Variável Real

Denição 4.2 Dado x ∈ A, o elemento f (x) ∈ B é chamado de valor da função f no


ponto x ou imagem de x por f .

Denição 4.3 O conjunto de todos os valores assumidos pela função é chamado con-
junto imagem de f e denotado por Im(f ).

Exemplo 4.2 Determinar o domínio e a imagem das funções abaixo:

a) f (x) = x2
Solução:
D(f ) = R

Im(f ) = [0, +∞).


1
b) f (x) =
x
Solução:
A função só não é denida para x = 0. Logo,

D(f ) = R − {0}

Im(f ) = R − {0}.

c) f (x) = x
Solução:
A função não está denida para x < 0. Logo,

D(f ) = [0, +∞)

Im(f ) = [0, +∞).

13
4.1 Grácos


c) f (x) = − x − 1
Solução: Devemos ter x − 1 ≥ 0 ⇒ x ≥ 1. Logo,
D(f ) = [1, +∞)

Im(f ) = (−∞, 0].

4.1 Grácos
Denição 4.4 O gráco de uma função f : R → R é dado por

G(f ) = {(x, y) ∈ R × R ; y = f (x)}.

Observação 4.2 Uma reta vertical não pode cruzar o gráco em mais de um ponto, pois,
neste caso, teríamos um ponto do domínio com dua imagens. Veja gura abaixo:

Figura 2: Não é fun-


Figura 1: É função ção

Para determinar o gráco de uma função, assinalamos uma série de pontos, fazendo
uma tabela que nos dá as coordenadas. Mais adiante desenvolveremos técnicas mais
ecazes para o traçado de grácos.

Exemplo 4.3 Construa o gráco da função f (x) = x.


Solução: O gráco dessa função é determinado por dois de seus pontos.

14
4.1 Grácos

Exemplo 4.4 Construa o gráco da função f (x) = x2 .


Solução:

x y = x2
-2 4
-1 1
0 0
1 1
2 4

15
5 Operações com Funções

Exemplo 4.5 Construa o gráco da função





 2x + 2, se x < 0

f (x) =

x2 , se 0 ≤ x < 2
se x ≥ 2


 1,
Solução: Esta função é denida por mais de uma expressão, assim temos:

5 Operações com Funções


Assim como podemos adicionar, subtrair, multiplicar e dividir números, também po-
demos produzir novas funções através de operações.

Denição 5.1 Dadas as funções f e g, sua soma f + g, diferença f − g, produto f.g e


f
quociente , são denidas por:
g
1. (f + g)(x) = f (x) + g(x)

2. (f − g)(x) = f (x) − g(x)

3. (f.g)(x) = f (x).g(x)

4. ( fg )(x) = f (x)
g(x)

Observação 5.1 O domínio das funções f + g, f − g e f.g é a interseção dos domínios


de f e g . O domínio de f
g
é a interseção dos domínios de f e g, tais que g(x) 6= 0.

16
5 Operações com Funções


Exemplo 5.1 Sejam f (x) = x − 3 e g(x) = 7 − x. Determine:

a) A soma e Dom(f + g).

b) A diferença e Dom(f − g).

c) O produto e Dom(f.g).

d) O quociente e Dom( fg ).

Solução:

a) (f + g)(x) = x − 3 + 7 − x
Dom(f ) = [3, +∞), pois x−3 ≥ 0 ⇒ x ≥ 3 e Dom(g) = R. Assim, Dom(f +g) =
Dom(f ) ∩ Dom(g) = [3, +∞) ∩ R = [3, +∞).

b) (f − g)(x) = x − 3 − 7 + x e Dom(f − g) = [3, +∞).

c) (f.g)(x) = x − 3.(7 − x) e Dom(f.g) = [3, +∞).

f x−3
d) (x) =
g 7−x
Temos que g(x) 6= 0 ⇒ 7 − x 6= 0 ⇒ x 6= 7. Assim, Dom( fg ) = [3, +∞) − {7}.

Denição 5.2 Dadas duas funções f e g, a função composta de f com g, denotada por
f ◦ g , é denida por
(f ◦ g)(x) = f (g(x)).

O domínio de f ◦ g é o conjunto de todos os pontos x no domínio de g tais que g(x)


está no domínio de f . Simbolicamente,

Dom(f ◦ g) = {x ∈ Dom(g) / g(x) ∈ Dom(f )}.

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6 Tipos de Funções


Exemplo 5.2 Sejam f (x) = x2 − 1 e g(x) = x. Determinar:

a) (f ◦ g)(x).

b) (g ◦ f )(x).

Solução:
√ √
a) (f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f ( x) = ( x)2 − 1 = x − 1.

b) (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(x2 − 1) = x2 − 1

Observação 5.2 Pelo exemplo acima notamos que f ◦ g 6= g ◦ f .

6 Tipos de Funções
6.1 Função Constante
Denição 6.1 É a função f : R → R, tal que f (x) = k, onde k ∈ R.

O gráco desta função é a reta paralela ao eixo x que passa pelo ponto (0, k). Seu
domínio é Dom(f ) = R e sua imagem é Im(f ) = {k}.

Exemplo 6.1 f (x) = 2


Dom(f ) = R
Im(f ) = {2}

18
6.2 Função Identidade

6.2 Função Identidade


Denição 6.2 É a função f : R → R, denida por f (x) = x.

O domínio dessa função é Dom(f ) = R e a imagem é Im(f ) = R.

6.3 Função do 1o Grau (ou Função Am)


Denição 6.3 É a função f : R → R tal que f (x) = ax + b, a, b ∈ R e a 6= 0.

O domínio dessa função é Dom(f ) = R e a imagem é Im(f ) = R.

Observação 6.1 O coeciente a da função f (x) = ax + b é chamado de coeciente


angular e o coeciente b é chamado coeciente linear, além disso, é a interseção da reta
com o eixo y .

Observação 6.2 Quando b = 0 a função f (x) = ax é chamada função linear.

O gráco desta função é uma reta.

Exemplo 6.2 f (x) = 2x + 1

x y=f(x)
0 1
1 3

19
6.3 Função do 1o Grau (ou Função Am)

Exemplo 6.3 f (x) = −3x + 2

x y=f(x)
0 2
1 -1

Observação 6.3 A equação y = mx + b é a equação reduzida da reta com coeciente


angular m e coeciente linear b.

Exemplo 6.4 Escreva a equação da reta que passa pelo ponto (−1, 2) e tem coeciente
angular igual a 3.
Solução: Queremos obter a equação y = ax + b, onde a = 3. Assim, y = 3x + b, resta
determinar o valor de b. Como a reta passa pelo ponto (−1, 2), temos que

2 = 3.(−1) + b ⇒ 2 = −3 + b ⇒ b = 5.

Logo,
y = 3x + 5

20
6.4 Função de 2o Grau (ou Função Quadrática)

Exemplo 6.5 O custo C de produção de uma certa substância é dado em função da


quantidade x de litros produzidos, representado pelo gráco abaixo.

Nessas condições, o custo de R$600, 00 corresponde à produção de quantos litros?


Solução: Para x = 0 temos que C(x) = 300. Então, C(x) = ax + 300. Agora, note que
o gráco da função passa pelo ponto (15, 450). Assim, temos

450 = a.15 + 300 ⇒ 15a = 150 ⇒ a = 10.

Logo,
C(x) = 10x + 300,

e portanto, para C(x) = 600, temos


300
600 = 10x + 300 ⇒ 10x = 300 ⇒ x = ⇒ x = 30l.
10

6.4 Função de 2o Grau (ou Função Quadrática)


Denição 6.4 É a função f : R → R, denida por f (x) = ax2 + bx + c, a 6= 0

O domínio desta função é Dom(f ) = R e seu gráco é uma parábola com eixo de
simetria x = − 2ab . A imagem é:

Im(f ) = {y ∈ R ; y ≥ − 4a }, se a > 0.

Im(f ) = {y ∈ R ; y ≤ − 4a }, se a < 0.

Observação 6.4 Se o coeciente de x2 for positivo (a > 0), a parábola tem a concavidade
voltada para cima. Se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo.

21
6.4 Função de 2o Grau (ou Função Quadrática)

Observação 6.5 A interseção do eixo de simetria com a parábola é um ponto chamado


vértice, dado pelo ponto (− 2ab , − 4a

).

Observação 6.6 A interseção da parábola com o eixo dos x dene os zeros da função.

Temos as seguintes possibilidades:


Se a > 0, temos

Se a < 0, temos

Exemplo 6.6 Determinar domínio, imagem e construir o gráco da função f (x) = x2 +


2x − 3.
Solução: Dom(f ) = R.
Temos que ∆ = 4 + 12 = 16, assim,

Vértice: V = (− 2ab , − 4a

) = (−1, −4).

√ √
−b + ∆ −2 + 4 −b − ∆ −2 − 4
Raízes: x1 = = = 1 e x2 = = = −3.
2a 2 2a 2

Como a = 1 > 0, a concavidade da parábola é voltada para cima.

22
6.5 Função Polinomial

Im(f ) = {y ∈ R ; y ≥ −4}.

6.5 Função Polinomial


Denição 6.5 É a função f : R → R denida por f (x) = an xn +an−1 xn−1 +. . .+a1 x+a0 ,
onde a0 , a1 , . . . , an são números reais chamados coecientes (an 6= 0) e n, inteiro não
negativo, determina o grau da função.

O domínio é sempre o conjunto dos números reais.

Exemplo 6.7 (i) A função constante f (x) = k é uma função polinomial de grau zero.

(ii) A função f (x) = ax + b, a 6= 0 é uma função polinomial de grau 1.

(iii) A função quadrática f (x) = ax2 + bx + c, a 6= 0 é uma função polinomial de grau 2.

(iv) A função f (x) = x3 é uma função polinomial de grau 3.

6.6 Função Racional


Denição 6.6 É a função denida como o quociente de duas funções polinomiais, isto
p(x)
é, f (x) = , onde p(x) e q(x) são polinômios e q(x) 6= 0.
q(x)
O domínio é Dom(f ) = {x ∈ R , q(x) 6= 0}.

Exemplo 6.8 Determinar o domínio, imagem e construir o gráco da função f (x) =


x2 − 1
.
x−1
Solução: Fatorando o numerador e cancelando o fator comum, obtemos
(x + 1)(x − 1)
f (x) = = x + 1.
x−1
Note que x 6= 1, assim o gráco da função é

23
6.7 Função Modular

Dom(f ) = R − {1}
Im(f ) = R − {2}.

6.7 Função Modular


É a função f : R → R, denida por f (x) = |x|.
O domínio dessa função é Dom(f ) = R e a imagem é Im(f ) = R+.
O gráco da função f (x) = |x| é dado por f (x) = x quando x ≥ 0 e f (x) = −x
quando x < 0.

6.8 Função Inversa


Denição 6.7 Uma função f : A → B chama-se injetiva quando, dados x, y ∈ A,
f (x) = f (y) implica x = y .

24
6.8 Função Inversa

Exemplo 6.9 A função f : R → R, denida por f (x) = 3x + 1 é injetiva.


De fato, se f (x) = f (y) ⇒ 3x + 1 = 3y + 1 ⇒ 3x = 3y ⇒ x = y .

Denição 6.8 Uma função f : A → B chama-se sobrejetiva quando, para todo y ∈ B


existe pelo menos um x ∈ A tal que f (x) = y .

Exemplo 6.10 A função f : R → R, denida por f (x) = 2x + 1 é sobrejetiva.


y−1
De fato, Seja y ∈ R, tomando x = ∈ R, segue que
2
y−1 y − 1
f (x) = f ( ) = 2. + 1 = y − 1 + 1 = y.
2 2

Denição 6.9 Uma função f : A → B chama-se bijetiva quando é injetiva e sobrejetiva


ao mesmo tempo.

Exemplo 6.11 A função identidade f (x) = x é a mais simples das bijeções.

Denição 6.10 Se uma função f : A → B é bijetiva, então f possui uma inversa deno-
tada por f −1 : B → A tal que

x = f −1 (y) ⇔ y = f (x).

Observação 6.7 Se as funções f e g são inversas uma da outra, então

(f ◦ g)(x) = x e (g ◦ f )(x) = x.

Exemplo 6.12 Verique se a função f : R → R denida por f (x) = 21 x + 1 é bijetiva,


caso armativo, determine sua inversa.

Solução: Se f (x) = f (y), então


1 1 1 1
x+1= y+1 ⇒ x = y ⇒ x = y.
2 2 2 2

Logo, f é injetiva.
Agora, dado y ∈ R, tomemos x = 2(y − 1), então
1
f (x) = f (2(y − 1)) = .2(y − 1) + 1 = y − 1 + 1 = y.
2

Logo, f é sobrejetiva.

25
7 Funções Elementares

Portanto, f é bijetiva e assim, admite inversa. Para determinarmos a função inversa


procedemos da seguinte forma:
1o Passo: Determine x em função de y. Temos
1 1
y = f (x) ⇒ y = x + 1 ⇒ x = y − 1 ⇒ x = 2x − 2.
2 2
2o Passo: Troque x por y.
y = 2x − 2.

Assim, a função inversa de f (x) = 12 x + 1 é a função f −1 (x) = 2x − 2.


Conferindo:
1
f (f −1 (x)) = f (2x − 2) = (2x − 2) + 1 = x − 1 + 1 = x.
2
1 1
f −1 (f (x)) = f −1 ( x + 1) = 2.( x + 1) − 2 = x + 2 − 2 = x.
2 2

Observação 6.8 Os grácos de f e f −1 são simétricos com relação à reta y = x.

Exercício 6.1 Determine a inversa da função f : R → R denida por f (x) = x2 , x ≥ 0


e construa seu gráco.

7 Funções Elementares
7.1 Função Exponencial
Denição 7.1 Seja a ∈ R, 0 < a 6= 1, a função f : R → R denida por
f (x) = ax

é a função exponencial de base a.

26
7.1 Função Exponencial

O domínio da função exponencial é Dom(f ) = R. A imagem é Im(f ) = R∗+ .


Com relação ao gráco da função f (x) = ax podemos armar:

1. A curva que o representa está toda acima do eixo das abcissas, pois y = ax > 0,
∀ x ∈ R.

2. Corta o eixo das ordenadas no ponto (0, 1).

3. A função exponencial é crescente se se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.

Para a > 1, Temos

Para 0 < a < 1, Temos

Denição 7.2 A função f (x) = ex é a função exponencial natural cuja base é o


número e = 2, 718281 . . ..

7.1.1 Propriedades da Exponenciação


Se a > 0 e b > 0. Para quaisquer x, y ∈ R valem:

(i) ax .ay = ax+y

27
7.2 Função Logarítmica

ax
(ii) = ax−y
ay
(iii) (ax )y = (ay )x = axy

(iv) ax .bx = (ab)x


ax  a  x
(v) =
bx b

7.2 Função Logarítmica


Denição 7.3 Dado um número real a, 0 < a 6= 1, chamamos função logarítmica de base
a a função f : R∗+ → R denida por

f (x) = loga x.

O domínio da função exponencial é Dom(f ) = R∗+ . A imagem é Im(f ) = R.

Observação 7.1 As funções logarítmica e exponencial são inversas uma da outra.

Com relação ao gráco da função f (x) = loga x, podemos armar que:

1. está todo à direita do eixo y .

2. corta o eixo das abscissas no ponto (1, 0).

3. A função logarítmica é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.

4. É simétrico ao gráco da função f (x) = ax em relação a reta y = x.

Para a > 1, temos

28
7.2 Função Logarítmica

Para 0 ≤ a ≤ 1, a construção do gráco é análoga.

Observação 7.2 loge x é escrito como ln x (logaritmo natural).


Observação 7.3 log10 x é escrito como log x (logaritmo comum ou decimal).

7.2.1 Propriedades dos Logaritmos


Sejam x, y ∈ R, x > 0, y > 0.

(i) loga xy = loga x + loga y


x
(ii) loga = loga x − loga y
y
(iii) loga xy = y loga x

7.2.2 Propriedades das Inversas para ax e loga x


1. Base a: aloga x = x loga ax = x, a > 0, a 6= 1, x > 0.

2. Base e: eln x = x ln ex = x, x > 0.

Exemplo 7.1 Resolva ln x = 3t + 5 em função de x.


Solução:
ln x = 3t + 5

eln x = e3t+5

x = e3t+5 .

Exemplo 7.2 Resolva e5x = 3.


Solução:
e5x = 3

ln e5x = ln 3

ln(ex )5 = ln 3

5 ln ex = ln 3

5x = ln 3
ln 3
x = .
5

29
7.3 Funções Trigonométricas

7.3 Funções Trigonométricas


7.4 Função Seno
Considere a circunferência unitária com centro na origem abaixo.

Denominamos seno de x a ordenada OP1 do ponto P .

Denição 7.4 A função seno é a função f : R → R denida por f (x) = senx.

O domínio da função seno é R e o conjunto imagem é o intervalo [−1, 1].


A função seno é periódica e seu período é 2π .
O gráco da função f (x) = senx, é denominado senóide. Veja abaixo:

30
7.5 Função Cosseno

7.5 Função Cosseno


Denominamos cosseno de x a abcissa OP2 do ponto P , na circunferência unitária
acima.

Denição 7.5 A função cosseno é a função f : R → R denida por f (x) = cos x.

O domínio da função cosseno é R e o conjunto imagem é o intervalo [−1, 1].


A função cosseno é periódica e seu período é 2π .
O gráco da função f (x) = cos x, é denominado cossenóide. Veja abaixo:

7.6 Funções Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante


Estas funções são denidas em termos de seno e cosseno. Assim, temos

7.6.1 Funções Tangente e Secante

senx 1
tgx = e sec x =
cos x cos x
para os valores de x tais que cos x 6= 0.
Como cos x = 0 quando x = ± π2 , ± 3π
2
, ± 5π
2
, . . ., isto é, quando x = π
2
+ nπ , n ∈ Z,
temos
π
Dom(tg) = Dom(sec) = {x ∈ R; x 6= + nπ, n ∈ Z}.
2

31
7.7 Identidades Trigonométricas

7.6.2 Funções Cotangente e Cossecante

cos x 1
cotgx = e cosecx =
senx senx
para todos os valores de x tais que senx 6= 0.
Como senx = 0 para x = nπ , n ∈ Z, temos

Dom(cotg) = Dom(cosec) = {x ∈ R; x 6= nπ, n ∈ Z}.

Dado o triângulo retângulo abaixo, podemos obter as seguintes relações:

y x y
senθ = cos θ = tgθ =
r r x

7.7 Identidades Trigonométricas


Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo acima, segue que

x2 + y 2 = r 2

dividindo po r2 , obtemos
x2 y 2
+ 2 = 1.
r2 r
Assim, obtemos a identidade
cos2 θ + sen2 θ = 1. (1)
Agora, dividindo (1) por cos2 θ, temos

1 + tg2 θ = sec2 θ

e dividindo (1) por sen2 θ, temos

cotg2 θ + 1 = cosec2 θ.

32
8 Limites

8 Limites
8.1 Noção Intuitiva de Limite
Quando estamos realizando o estudo de funções, nossa primeira preocupação deve
ser o seu domínio (condição de existência), anal, só faz sentido utilizá-la nos pontos
onde esteja denida. No entanto, em muitos casos, é importante saber como a função se
comporta quando a variável está muito próxima de um ponto que não pertence ao seu
domínio. E para este estudo, nos valemos da teoria de limites, a qual permite a análise
de uma função em uma vizinhança muito próxima de um ponto, sem se preocupar com
o valor da função neste ponto. Assim, nos exemplos abaixo estudaremos casos em que a
variável esteja próxima de um número a, mas que não seja necessariamente igual a a.

Exemplo 8.1 Considere a função


x3 − 2x2
f (x) =
3x − 6
com a = 2. Note que 2 não está no domínio de f , pois, fazendo x = 2 obtemos a expressão
indeterminada 00 . A tabela a seguir obtida com uma calculadora, relaciona alguns valores
(com oito decimais) para x próximo de 2.

x f (x) x f (x)
1, 9 1, 20333333 2, 1 1, 47000000
1, 99 1, 302003333 2, 01 1, 34670000
1, 999 1, 33200033 2, 001 1, 33466700
1, 9999 1, 33320000 2, 0001 1, 33346667
1, 99999 1, 33332000 2, 00001 1, 33334667
1, 999999 1, 33333200 2, 000001 1, 33333467

Parece que quanto mais próximo de 2 está x, mais próximo de 4


3
está f (x), entretanto
não podemos ter certeza disto, porque calculamos apenas alguns valores da função para x
próximo de 2. Para obtermos um argumento mais convincente, fatoremos o numerador e
o denominador de f

x2 (x − 2)
f (x) = .
3(x − 2)

33
8.1 Noção Intuitiva de Limite

Se x 6= 2, podemos cancelar o fator comum x − 2. Assim, temos f (x) = 31 x2 e o gráco


de f é a parábola dada por y = 13 x2 com o ponto (2, 43 ) omitido, conforme a gura abaixo.

Exemplo 8.2 Considere a função


2x2 + x − 3
f (x) = .
x−1

com a = 1. Fatorando o numerador obtemos


(2x + 3)(x − 1)
f (x) = .
(x − 1)

Se x 6= 1 podemos dividir numerador e denominador por x − 1 para obter f (x) = 2x + 3.


Note que, quando x se aproxima de 1 tem-se que f (x) se aproxima de 5, ou seja, é possível
fazer o valor de f (x) tão próximo de 5 quanto desejarmos, tomando x sucientemente
próximo de 1, mas não necessariamente igual a 1. Ou ainda, o valor absoluto da diferença
f (x) − 5 tão pequeno quanto desejarmos, tomando o valor absoluto da diferença x −
1 sucientemente pequeno. Uma maneira mais precisa de notar isso é através de dois
símbolos para essas pequenas diferenças. Os símbolos comumente usados são as letras
gregas  (epsilon) e δ (delta). Assim enunciamos que para todo número  dado positivo
existe um número δ escolhido apropriadamente, tal que se |x − 1| for menor do que δ e
6 0 (isto é, x 6= 1), então |f (x) − 5| será menor do que , ou seja, dado um número
|x − 1| =
 > 0 qualquer, existe um número δ > 0 sucientemente pequeno, tal que se 0 < |x−1| < δ
então |f (x) − 5| < .
Por exemplo, se |x − 1| < 0, 1, então |f (x) − 5| = |2x + 3 − 5| = |2x − 2| = |2(x − 1)| =
2.|x − 1| < 2.0, 1 = 0, 2. Assim, dado  = 0, 2, tomamos δ = 0, 1 e armamos que se
0 < |x − 1| < 0, 1 então |f (x) − 5| < 0, 2. Analogamente, se |x − 1| < 0, 001, então

34
9 Denição Formal de Limite

|2x + 3 − 5| = 2.|x − 1| < 0, 002. Logo, se  = 0, 002, tomamos δ = 0, 001 e armamos


que se 0 < |x − 1| < 0, 001 então |f (x) − 5| < 0, 002.
Continuando com esse raciocínio podemos atribuir a  qualquer valor positivo, a m
de encontrar um valor adequado para δ , de tal forma que se |x − 1| for menor do que δ
e x 6= 1 (ou |x − 1| > 0), então |f (x) − 5| será menor do que . Podemos, resumir está
armação da seguinte forma:
Para todo  > 0 podemos encontrar um δ > 0, tal que se 0 < |x − 1| < δ , então
|f (x) − 5| < . Nestas condições, armamos que o limite de f (x) quando x tende a 1 é
igual a 5 ou, em símbolos
lim f (x) = 5.
x→1

A gura abaixo ilustra o signicado geométrico de  e δ .

Observação 8.1 Note que f (x) pode se tornar tão próximo de 5 quanto desejarmos,
tomando x sucientemente próximo de 1 e essa propriedade da função f não depende do
fato de f estar denida em x = 1.

9 Denição Formal de Limite


Agora, deniremos o limite de uma função em geral.

Denição 9.1 Seja f uma função denida num intervalo aberto I , contendo a, exceto
possivelmente no próprio a. Dizemos que o limite de f (x) quando x se aproxima de a é
L, e escrevemos
lim f (x) = L
x→a

se para todo  > 0, existe um δ > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ então |f (x) − L| < .

35
9 Denição Formal de Limite

Em outras palavras, se x 6= a está variando no intervalo (a − δ, a + δ) então f (x) ∈


(L − , L + ) sendo  e δ números positivos quaisquer, tão pequenos quanto se possa
imaginar. Na maioria dos casos δ dependerá de  e quanto menor o , menor será o δ .

Geometricamente, temos a seguinte representação.

A tabela abaixo resume o que foi discutido até agora.

Notação Signicado Intuitivo Interpretação


Geométrica

Podemos tornar f (x) tão


próximo de L quanto qui-
lim f (x) = L
x→a sermos, escolhendo x suci-
entemente próximo de a e
x 6= a.

Exemplo 9.1 Seja f (x) = 3x + 2. Usando a denição formal de limite, mostre que
lim f (x) = 11.
x→3

Solução: Devemos mostrar que, para todo  > 0, existe um δ > 0, tal que se
0 < |x − 3| < δ então |(3x + 2) − 11| < .

36
9.1 Unicidade do Limite

O exame da desigualdade envolvendo  proporciona uma chave para a escolha de δ .


Assim, temos

|3x + 2 − 11| < 

|3x − 9| < 

|3(x − 3)| < 

|3||(x − 3)| < 

3|x − 3| < 

|x − 3| < .
3
A última desigualdade nos sugere a escolha do δ . Assim, fazendo δ = 3 , obtemos que
se 0 < |x − 3| < δ então |(3x + 2) − 11| < .
Portanto, lim (3x + 2) = 11.
x→3

Exercício 9.1 Dado  = 0, 03, determine um δ > 0 tal que 0 < |x − (−2)| < δ ⇒
|(3x + 7) − 1| < .

Exercício 9.2 Mostre que:


a) lim (3x + 7) = 1 b) lim (4x − 1) = 11.
x→−2 x→3

9.1 Unicidade do Limite


O teorema a seguir estabelece que uma função não pode tender a dois limites diferentes
ao mesmo tempo. Ele é chamado de teorema de unicidade, pois garante que se o limite
de uma função existir, ele será único.

Teorema 9.1 (Unicidade do Limite) Se x→a


lim f (x) = L1 e lim f (x) = L2 , então
x→a
L1 = L2 .

9.2 Propriedades dos Limites


A seguir introduziremos propriedades que podem ser usadas para achar muitos limites
sem apelar para a pesquisa do número δ que aparece na denição formal de limite.

Proposição 9.1 (Propriedades dos Limites) Se x→a


lim f (x) = L e lim g(x) = M e k ∈
x→a
R, então:

37
9.2 Propriedades dos Limites

a) lim x = a e lim k = k (k constante);


x→a x→a

b) lim [f (x) ± g(x)] = L ± M ;


x→a

c) lim f (x).g(x) = L.M ;


x→a

d) lim kf (x) = kL;


x→a

f (x) L
e) lim = , M 6= 0;
x→a g(x) M
f) Se r e s são inteiros com s 6= 0, então lim [f (x)] s = L s , desde que L s ∈ R;
r r r

x→a

g) lim |f (x)| = |L|;


x→a

h) lim ln[f (x)] = ln[lim f (x)], se lim f (x) > 0;


x→a x→a x→a

i) lim sen [f (x)] = sen [lim f (x)];


x→a x→a

j) lim cos[f (x)] = cos[lim f (x)].


x→a x→a

Exercício 9.3 Seja f : R → R tal que f (x) = ax + b, com a, b ∈ R e a 6= 0 e seja


x0 ∈ R. Então, lim f (x) = f (x0 ).
x→x0

Exercício 9.4 Seja f : R → R tal que f (x) = ax2 + bx + c, com a, b, c ∈ R e a 6= 0 e


seja x0 ∈ R. Então, lim f (x) = f (x0 ).
x→x0

Teorema 9.2 Se p(x) é um polinômio, digamos p(x) = an xn + an−1 xn−1 + . . . + a1 x + a0 ,


com a0 , a1 , . . . , an ∈ R, então
lim p(x) = p(x0 ).
x→x0

Teorema 9.3 Se f (x) e q(x) são polinômios e q(x0 ) 6= 0, então


f (x) f (x0 )
lim = .
x→x0 q(x) q(x0 )
Exemplo 9.2 Utilize as propriedades dos limites para obter os seguintes limites:

a) lim 5
x→−3

Solução:
lim 5 = 5.
x→−3

38
9.2 Propriedades dos Limites

b) lim (2x + 3)
x→a

Solução:
lim (2x + 3) = 2a + 3.
x→a

c) lim
√ x
x→ 3

Solução:

lim
√ x = 3.
x→ 3

d) lim (x3 + 4x2 − 3)


x→2

Solução:
lim (x3 + 4x2 − 3) = lim x3 + lim 4x2 − lim 3 = 23 + 4.22 − 3 = 8 + 16 − 3 = 21.
x→2 x→2 x→2 x→2

x4 − x2 − 1
e) lim
x→1 x2 + 5
Solução:
x4 − x2 − 1 lim (x4 − x2 − 1) lim x4 − lim x2 − lim 1 14 − 12 − 1
x→1 x→1 x→1 x→1
lim = = = =
x→1 x2 + 5 lim (x2 + 5) lim x2 + lim 5 12 + 5
x→1 x→1 x→1
1−1−1 1
=− .
1+5 6

f) lim 4x2 − 3
x→−2

Solução:
√ q q p √
lim 4x2 − 3 = lim (4x2 − 3) = lim 4x2 − lim 3 = 4(−2)2 − 3 = 16 − 3 =
x→−2 x→−2 x→−2 x→−2

13.

Exemplo 9.3 Determine x→4


lim f (x) onde

 x − 3, se x 6= 4
f (x) =
 5, se x = 4

Solução: Quando calculamos x→4


lim f (x) estamos considerando valores de x próximos de
4, mas não iguais a 4. Assim,

lim f (x) = lim (x − 3) = 1.


x→4 x→4

39
9.2 Propriedades dos Limites

Nos casos em que, aplicando as propriedades dos limites obtemos uma expressão do
tipo 00 , que chamamos de indeterminação, temos que utilizar algum recurso algébrico para
eliminar a indeterminação e determinar, se existir, o limite.

Exemplo 9.4 Determine os seguintes limites.


x2 − 1
a) lim
x→1 x − 1

Solução: Neste caso, não podemos aplicar a propriedade do quociente pois temos
uma indeterminação do tipo 00 .

Porém se fatorarmos o numerador obtemos


x2 − 1 (x + 1)(x − 1)
= = x + 1 para x 6= 1.
x−1 x−1

Como no processo de limite os valores de x considerados são próximos de 1, mas


diferentes de 1, temos
x2 − 1
lim = lim (x + 1) = 2
x→1 x − 1 x→1

x2 + x − 2
b) lim
x→1 x2 − x
Solução: Assim como no item anterior, aqui temos uma indeterminação do tipo
0
0
. Neste caso, podemos fatorar o numerador e o denominador

x2 + x − 2 (x − 1)(x + 2) x+2
= = para x 6= 1.
x2 − x x(x − 1) x

Logo, obtemos
x2 + x − 2 x+2 3
lim 2
= lim = = 3.
x→1 x −x x→1 x 1


x−2
c) lim
x→4 x−4
Solução: Novamente, temos uma indeterminação do tipo 00 . Neste caso, para simplicar
o quociente, racionalizamos o numerador multiplicando o numerador e o denominador

por x + 2. Assim, temos
√ √ √
x−2 ( x − 2)( x + 2) x−4 1
= √ = √ =√ para x 6= 4.
x−4 (x − 4)( x + 2) (x − 4)( x + 2) x+2

40
10 Teorema do Confronto

Logo, √
x−2 1 1
lim = lim = √ = .
x→4 x − 4 x→4 x+2 4

Exercício 9.5 Calcule os seguintes limites:


√ √ √
6+x− 6 x2 − 4x + 3 25 + 3t − 5
a) lim b) lim c) lim .
x→0 x x→3 x2 − 9 t→0 t

10 Teorema do Confronto
Se não pudermos obter o limite de uma função diretamente, talvez possamos obtê-lo
indiretamente utilizando o teorema do confronto.

Teorema 10.1 (Teorema do Confronto) Sejam f , h e g funções tais que f (x) ≤


h(x) ≤ g(x) para todo x em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente em
x = a, e se
lim f (x) = lim g(x) = L
x→a x→a

então,
lim h(x) = L.
x→a

x2 x2
Exemplo 10.1 Sabendo que 1 − ≤ f (x) ≤ 1 + , para qualquer x 6= 0. Determine
4 2
lim f (x).
x→0

Solução:
Como
 x2   x2 
lim 1 − =1 e lim 1 + =1
x→0 4 x→0 2
pelo Teorema do Confronto, temos que

lim f (x) = 1.
x→0


Exemplo 10.2 Determinar x→0
lim x2 sen x1 .

41
10 Teorema do Confronto

Solução:
Usando o Teorema do Confronto, como todos os valores da função seno estão entre
−1 e 1, temos
1
0 ≤ sen ≤ 1, ∀ x 6= 0.

x
Multiplicando a desigualdade por x2 , temos
1
0 ≤ x2 sen ≤ x2 , ∀ x 6= 0.

x

Como lim 0 = 0 e lim x2 = 0, pelo Teorema do Confronto concluímos que


x→0 x→0


2 1
lim x sen = 0.
x→0 x

|x|
Exemplo 10.3 Mostre que x→0
lim √ = 0.
x4 + 4x2 + 7

Solução:
Note que,
|x|
0≤ √ ≤ |x|
x4 + 4x2 + 7
como lim 0 = 0 e lim |x| = 0. Portanto, pelo Teorema do Confronto, temos que
x→0 x→0

|x|
lim √ = 0.
x→0 x + 4x2 + 7
4

Proposição 10.1 Sejam f e g funções denidas para todo x em um intervalo aberto


contendo a. Suponha que lim f (x) = 0 e existe K > 0 tal que |g(x)| ≤ K para todo x
x→a
satisfazendo 0 < |x − a| < δ para algum δ > 0. Então, lim f (x).g(x) = 0.
x→a

Exercício 10.1 Calcule x→0


lim x sen x1 .

Exercício 10.2 Mostre que se x→a


lim |f (x)| = 0, então lim f (x) = 0.
x→a

Exercício 10.3 Sabendo que −|x| ≤ sen x ≤ |x| para todo x, calcule x→0
lim sen x.

Exercício 10.4 Sabendo que 0 ≤ 1 − cos x ≤ |x|, para todo x, calcule x→0
lim cos x.

42
11 Limites Laterais

11 Limites Laterais
Denição 11.1 Seja f uma função denida em um intervalo aberto (a, c). Dizemos que
um número L é o limite à direita da função f quando x tende para a, e escrevemos

lim f (x) = L
x→a+

se para todo  > 0, existe um δ > 0 tal que, se a < x < a + δ então |f (x) − L| < .

Denição 11.2 Seja f uma função denida em um intervalo aberto (d, a). Dizemos que
um número L é o limite à esquerda da função f , quando x tende para a, e escrevemos

lim f (x) = L
x→a−

se para todo  > 0, existe um δ > 0 tal que, se a − δ < x < a então |f (x) − L| < .

Observação 11.1 As propriedades dos limites também são válidas para os limites late-
rais.

x
Exemplo 11.1 Dada a função f (x) = . Determine lim+ f (x) e lim− f (x).
|x| x→0 x→0

Solução: Primeiro note que



 1, se x ≥ 0
f (x) =
 −1, se x < 0

logo,
x
lim+ = lim 1 = 1
x→0 |x| x→0+
e
x
lim− = lim (−1) = −1.
x→0 |x| x→0−
Note que lim− f (x) 6= lim+ f (x).
x→0 x→0


Exemplo 11.2 Dada a função f (x) = (1 + x − 3). Determinar, se possível, lim+ f (x)
x→3
e lim− f (x).
x→3

43
11 Limites Laterais

Solução: A função dada só é denida para x ≥ 3. Assim, não existe lim− f (x). Para
x→3
calcular lim+ f (x), podemos aplicar as propriedades dos limites. Temos,
x→3

lim+ f (x) = lim+ (1 + x − 3)
x→3 x→3

= lim+ 1 + lim+ ( x − 3)
x→3
q x→3
= 1+ lim+ (x − 3)
x→3

= 1+0

= 1.

Exemplo 11.3 Dada a função f (x) = |x|, determinar lim+ f (x) e lim− f (x).
x→0 x→0

Solução: Se x ≥ 0, então f (x) = x. Logo

lim f (x) = lim+ x = 0.


x→0+ x→0

Se x < 0, então f (x) = −x. Logo

lim f (x) = lim− (−x) = 0.


x→0− x→0

O próximo teorema estabelece uma relação existente entre os limites laterais e o limite
de uma função.

Teorema 11.1 Se f é uma função denida em um intervalo aberto contendo a, ex-


ceto possivelmente no ponto a, então lim f (x) = L se, e somente se lim+ f (x) = L e
x→a x→a
lim− f (x) = L.
x→a

Exemplo 11.4 Analizando os exemplos anteriores, podemos concluir que:


x
a) Não existe lim .
x→0 |x|

b) Não existe lim (1 + x − 3).
x→3

c) lim |x| = 0.
x→0

44
11 Limites Laterais



 x2 + 1, se x < 2

Exemplo 11.5 Seja f (x) = 2, se x = 2 . Determinar, se existirem, lim− f (x),
 x→2
se x > 2

 9 − x2 ,

lim+ f (x) e lim f (x). Esboce o gráco da função.


x→2 x→2

Solução: Se x < 2, então f (x) = x2 + 1. Portanto,

lim f (x) = lim− (x2 + 1) = 4 + 1 = 5.


x→2− x→2

Se x > 2, então f (x) = 9 − x2 . Portanto,

lim f (x) = lim+ (9 − x2 ) = 9 − 4 = 5.


x→2+ x→2

Como lim− f (x) = lim+ f (x) = 5, concluímos que lim f (x) = 5.


x→2 x→2 x→2
O gráco de f é dado pela gura abaixo.

Exemplo 11.6 Seja f uma função denida por





 x + 5, se x < −3
 √
f (x) =

9 − x2 , se −3≤x≤3
se x > 3

3 − x,

Determine, se existirem, cada um dos seguintes limites: lim − f (x), lim + f (x), lim f (x),
x→−3 x→−3 x→−3
lim f (x), lim+ f (x) e lim f (x).
x→3− x→3 x→3

Solução: Temos que,


lim f (x) = lim − (x + 5) = 2.
x→−3− x→−3

45
12 Limites no Innito

e

lim + f (x) = lim + 9 − x2 = 0.
x→−3 x→−3

Como lim − f (x) 6= lim + f (x), então lim f (x) não existe.
x→−3 x→−3 x→−3
Agora temos,


lim− f (x) = lim− 9 − x2 = 0.
x→3 x→3

e
lim f (x) = lim+ (3 − x) = 0.
x→3+ x→3

Como lim− f (x) = lim+ f (x), então lim f (x) = 0.


x→3 x→3 x→3

12 Limites no Innito
Nesta seção vamos considerar limites de funções, quando a variável independente cresce
ou diminui indenidamente.

Denição 12.1 Seja f uma função denida em um intervalo aberto (a, +∞). Denotamos

lim f (x) = L
x→+∞

quando para qualquer  > 0, existe M > 0 tal que se x > M então |f (x) − L| < .

Denição 12.2 Seja f uma função denida em um intervalo aberto (−∞, b). Denotamos

lim f (x) = L
x→−∞

quando para qualquer  > 0, existe N < 0 tal que se x < N então |f (x) − L| < .

Observação 12.1 As propriedades dos Limites também são válidas para limites no in-
nito.

Teorema 12.1 Se n é um número inteiro positivo, então


1
(i) lim = 0.
x→+∞ xn

1
(ii) lim = 0.
x→−∞ xn

46
12 Limites no Innito

1
Exemplo 12.1 Calcule x→+∞

lim 5 + .
x
Solução: Temos que
 1 1
lim 5+ = lim 5 + lim =5+0=5
x→+∞ x x→+∞ x→+∞ x

Vejamos agora como resolver indeterminações do tipo ±∞


±∞
.

Exemplo 12.2 Determine os seguintes limites:


4x − 3
a) lim
x→+∞ 2x + 5

Solução: Neste caso temos uma indeterminação do tipo +∞


+∞
. Assim, vamos dividir
o numerador e o denominador por x, obtendo
3
4x − 3 4− x 4−0
lim = lim 5 = = 2.
x→+∞ 2x + 5 x→+∞ 2 + 2+0
x

5x2 + 8x − 3
b) lim
x→+∞ 3x2 + 2
Solução: Novamente temos uma indeterminação do tipo +∞
+∞
. Assim, vamos
dividir o numerador e o denominador por x2 , obtendo
5x2 + 8x − 3 5 + x8 − x32 5+0−0 5
lim 2
= lim 2 = = .
x→+∞ 3x + 2 x→+∞ 3 + x2 3+0 3

11x + 2
c) lim
x→−∞ 2x3 − 1

Solução: Aqui temos uma indeterminação do tipo −∞


−∞
. Vamos dividir o numerador
e o denominador por x3 , obtendo
11
11x + 2 x2
+ x23 0+0
lim = lim 1 = = 0.
x→−∞ 2x3 − 1 x→−∞ 2 − 3 2−0
x

47
13 Limites Innitos

13 Limites Innitos
Nesta seção, em vez de exigir que f (x) que arbitrariamente próximo de um número
nito L para todo x sucientemente próximo de a, as denições de limites innitos exigem
que f (x) esteja arbitrariamente longe da origem.

Denição 13.1 Seja f uma função denida em um intervalo aberto contendo a, exceto
possivelmente no ponto a. Dizemos que

lim f (x) = +∞,


x→a

se para qualquer M > 0, existe um δ > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ então f (x) > M .

Denição 13.2 Seja f uma função denida em um intervalo aberto contendo a, exceto
possivelmente no ponto a. Dizemos que

lim f (x) = −∞,


x→a

se para qualquer N < 0, existe um δ > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ então f (x) < N .

Observação 13.1 O símbolo +∞ (mais innito) não representa um número real. É


apenas uma notação para denotar que f (x) cresce sem limite (tomando valores positivos
muito grandes) quando x se aproxima de um número real. O símbolo −∞ (menos innito)
é usado de modo análogo para indicar que f (x) decresce sem limite (tomando valores
negativos muito grandes) quando x se aproxima de um número real.

Teorema 13.1 Se n é um número inteiro positivo qualquer, então


1
(i) lim+ = +∞.
x→0 xn

1  +∞, se n é par
(ii) lim− n = .
x→0 x  −∞, se n é ímpar
Observação 13.2 As propriedades dos limites também são válidas para limites innitos,
embora devamos tomar cuidado quando combinamos funções envolvendo esses limites.

Exemplo 13.1 Determinar x→0
lim (x3 + x + x12 ).
Solução: Temos,
√ √
lim (x3 + x+ 1
x2
) = lim x3 + lim x + lim1
2 = 0 + 0 + ∞ = +∞.
x→0 x→0 x→0 x→0 x

48
14 Limites Innitos no Innito

Exemplo 13.2 Determinar lim+ |x|2 , lim x2 e lim x2 .


|x| |x|
x→0 x x→0− x→0
Solução: Para x > 0, temos |x| = x. Assim,
lim+ |x|
x2
= lim+ x
x2
= lim+ 1
x
= +∞.
x→0 x→0 x→0

Para x < 0, temos |x| = −x. Assim,


lim |x|2 = lim− −x
x2
= lim− −1
= +∞.
x→0− x x→0 x→0 x

Como lim |x|2 = lim |x|2 = +∞ , conclímos que lim |x|


x2
= +∞.
x→0+ x x→0− x x→0

1
Exemplo 13.3 Verique que não existe x→2
lim .
x−2
Solução: Para x > 2, temos que
1
lim+ = +∞.
x→2 x−2

Para x < 2, temos


1
lim− = −∞.
x→2 x−2

x2 + 3x + 1
Exemplo 13.4 Determine os limites laterais da função f (x) = , no ponto
x2 + x − 6
a = 2.
Solução: Temos
x2 + 3x + 1
lim = +∞
x→2+ x2 + x − 6

e
x2 + 3x + 1
lim− = −∞.
x→2 x2 + x − 6

14 Limites Innitos no Innito


Além dos limites vistos até agora, podemos ainda considerar os casos em que tanto x
quanto f (x) tendem para +∞ ou −∞, isto é, limites do tipo

lim f (x) = +∞, lim f (x) = −∞, lim f (x) = +∞ e lim f (x) = −∞.
x→+∞ x→+∞ x→−∞ x→−∞

Exemplo 14.1 Determine os seguintes limites.

49
15 Assíntotas Verticais e Horizontais

2x2 − 3
a) lim
x→−∞ 7x + 4

Solução: Vamos dividir o numerador e o denominador por x, obtendo


2x2 − 3 2x − x3
lim = lim = −∞.
x→−∞ 7x + 4 x→−∞ 7 + 4
x

−4x3 − 7x
b) lim
x→−∞ 2x2 − 3x − 10

Solução: Vamos dividir o numerador e o denominador por x2 , obtendo


−4x3 − 7x −4x − x7
lim = lim = +∞.
x→−∞ 2x2 − 3x − 10 x→−∞ 2 − 3 − 102
x x

c) lim (3x5 − 4x3 + 1)


x→+∞

Solução: Neste caso, temos uma indeterminação do tipo +∞−∞, para determinar
o limite utilizamos o seguinte artício
 
4 1
lim (3x5 − 4x3 + 1) = lim x5 3 − x2
+ x5
= +∞.
x→+∞ x→+∞

15 Assíntotas Verticais e Horizontais


Em aplicações práticas, encontramos com muita frequência grácos que se aproximam
de uma reta à medida que x cresce ou decresce. Estas retas são chamadas de assíntotas.
Vamos analisar as assíntotas horizontais e verticais.

Denição 15.1 A reta y = b é uma assíntota horizontal do gráco da função y = f (x)


se
lim f (x) = b ou lim f (x) = b.
x→+∞ x→−∞

A reta x = a é uma assíntota vertical do gráco da função y = f (x) se

lim f (x) = ±∞ ou lim f (x) = ±∞.


x→a+ x→a−

1
Exemplo 15.1 Analisando f (x) = , podemos observar o seguinte
x

1 1
lim =0 e lim =0
x→+∞ x x→−∞ x

50
15 Assíntotas Verticais e Horizontais

Assim, a reta y = 0 é a assíntota horizontal do gráco de f .


Temos também que
1 1
lim+ = +∞ e lim− = −∞
x→0 x x→0 x
Assim, a reta x = 0 é a assíntota vertical do gráco de f .
Note que o denominador é zero quando x = 0 e que a função não está denida aí.

x+3
Exemplo 15.2 Encontre as assíntotas do gráco de f (x) = .
x+2
Solução: Estamos interessados no comportamento da curva quando x → ±∞ e quando
x → −2, onde o denominador é zero.
Assim, a assíntota horizontal é a reta y = 1, pois lim f (x) = 1 e a assíntota vertical
x→±∞
é dada pela reta x = −2, pois x + 2 = 0 quando x = −2.

8
Exemplo 15.3 Encontre as assíntotas do gráco de f (x) = − .
x2 −4

51
16 Limite Fundamental

Solução: Estamos interessados no comportamento do gráco quando x → ±∞ e quando


x → ±2. Temos que lim f (x) = 0, logo a reta y = 0 é a assíntota horizontal da função.
x→±∞
Temos ainda que
8 8
lim+ − = −∞, lim− − = +∞,
x→2 x2 − 4 x→2 x2 − 4
8 8
lim + − = +∞ e lim − − = −∞
x→−2 x2 −4 x→−2 x2 −4
logo, a reta x = 2 e a reta x = −2 são assíntotas verticais. Note que as assíntotas verticais
são obtidas quando o denominador é zero, assim temos que x2 − 4 = 0 quando x = ±2.

16 Limite Fundamental
O seguinte limite é dito limite fundamental.
sen x
lim = 1.
x→0 x

Exemplo 16.1 Calcule os seguintes limites.


sen 2x
a) lim .
x→0 x
Solução: Neste caso, utilizaremos inicialmente alguns artifícios de cálculo como
segue
sen 2x sen 2x 2 sen 2x
lim = lim . = 2 lim = 2.1 = 2.
x→0 x x→0 x 2 x→0 2x

52
17 Funções Contínuas

sen 3x
b) lim .
x→0 sen 4x

Solução: Temos
sen 3x
sen 3x sen 3x
.3x 3 lim 3x 3 1 3
lim = lim 3x
sen 4x = x→0 sen 4x = . = .
x→0 sen 4x x→0 .4x 4 lim 4x 4 1 4
4x x→0

tg x
c) lim .
x→0 x
Solução: Neste caso, temos
sen x
tg x sen x 1 sen x 1
lim = lim cos x = lim . = lim . lim = 1.1 = 1.
x→0 x x→0 x x→0 x cos x x→0 x x→0 cos x

x sen x
Exercício 16.1 Determinar x→0
lim .
sen (2x2 )

1 − cos x
Exercício 16.2 Calcule x→0
lim .
x

17 Funções Contínuas
Quando denimos lim f (x) analisamos o comportamento da função f para valores de x
x→a
próximos de a, mas diferentes de a. Em muitos exemplos vimos que lim f (x) pode existir,
x→a
mesmo que f não seja denida no ponto a. Se f está denida em a e lim f (x) existe,
x→a
pode ocorrer que este limite seja diferente de f (a). No entanto, quando lim f (x) = f (a)
x→a
diremos que a função f é contínua em a.

Denição 17.1 Dizemos que uma função f é contínua no ponto a se as seguintes con-
dições forem satisfeitas:

(i) f está denida no ponto a;

(ii) lim f (x) existe;


x→a

(iii) lim f (x) = f (a).


x→a

Observação 17.1 Se (iii) é satisfeita, então (i) e (ii) também são vericadas.

53
17 Funções Contínuas

Observação 17.2 Se pelo menos uma das condições (i), (ii) ou (iii) não é satisfeita,
então f é dita descontínua em a.

Exemplo 17.1 Verique se as seguintes funções são contínuas no ponto a = 1.


x2 − 1
a) f (x) = .
x−1
Solução: Vericando a condição (i):
A função f não está denida em x = 1. Logo, não satisfaz a condição (i) da
Denição 17.1. Portanto, f não é contínua.

b) 
2
 x − 1,

se x 6= 1
g(x) = x−1 .
1, se x = 1

Solução: Vericando a condição (i):


A função g está denida no ponto a = 1.

Vericando a condição (ii):


Temos que
x2 − 1 (x + 1)(x − 1)
lim = lim = lim (x + 1) = 2.
x→1 x − 1 x→1 x−1 x→1

Logo, existe lim g(x).


x→1

Vericando a condição (iii):


Temos que g(1) = 1. Logo,
lim g(x) 6= g(1).
x→1

Assim, a função g não satisfaz a condição (iii) da Denição 17.1 e portanto não é
contínua.

Exemplo 17.2 Verique se a função f dada é contínua no ponto a = 0.



x

 , se x 6= 0
f (x) = |x| .
 0, se x = 0

Solução: Vericando a condição (i):


A função f está denida no ponto a = 0.

54
17 Funções Contínuas

Vericando a condição (ii):


Temos,
Se x > 0, então lim+ f (x) = lim+ 1 = 1.
x→0 x→0
Se x < 0, então lim− f (x) = lim− (−1) = −1.
x→0 x→0
Logo, não existe lim f (x) e portanto f não é contínua em a = 0.
x→0

 x + 3, se x ≥ −1
Exemplo 17.3 Verique que h(x) = é contínua em todos
 −x + 1, se x < −1
os pontos.
Solução: De fato, seja a ∈ R. Se a > −1, temos

lim h(x) = lim (x + 3) = a + 3 = h(a).


x→a x→a

Se a < −1, temos

lim h(x) = lim (−x + 1) = −a + 1 = h(a).


x→a x→a

Se a = −1, temos

lim h(x) = lim + (x + 3) = 2 = h(−1).


x→−1+ x→−1

e
lim h(x) = lim − (−x + 1) = 2 = h(−1).
x→−1− x→−1

Portanto, a função é contínua para todo a ∈ R.


1

 , se x 6= −2
Exemplo 17.4 Seja f (x) = x+2 . A função f não é contínua em

3, se x = −2
x = −2, pois
1
lim − f (x) = lim − = −∞
x→−2 x→−2 x+2
e
1
lim + f (x) = lim + = +∞.
x→−2 x→−2 x+2
Logo, não existe lim f (x) e, portanto f não é contínua em x = 2.
x→−2

55
17.1 Propriedades das Funções Contínuas

17.1 Propriedades das Funções Contínuas


Proposição 17.1 Se as funções f e g são contínuas em um ponto a, então

(i) f + g é contínua em a;

(ii) f − g é contínua em a;

(iii) f.g é contínua em a;


f
(iv) é contínua em a, desde que g(a) 6= 0.
g

Teorema 17.1 (i) Uma função polinomial é contínua em todo número real.

(ii) Uma função racional é continua em todos os pontos do seu domínio.

x3 + 1
Exemplo 17.5 Determine os pontos nos quais a função f (x) = 2 é contínua.
x −9
Solução: O domínio de f é o conjunto dos números reais, exceto aqueles para os quais
x2 − 9 = 0, isto é, x = ±3. Assím, D(f ) = R − {−3, 3}. Como f é uma função racional,
segue que f será contínua em todos os números reais, exceto 3 e −3.

Teorema 17.2 Se f é conínua em a e g é contínua em f (a), então a função composta


g ◦ f é contínua no ponto a.

Denição 17.2 Dizemos que f é contínua no intervalo fechado [a, b], quando f for con-
tínua no intervalo aberto (a, b) e vale as igualdades

lim f (x) = f (a) e lim f (x) = f (b).


x→a+ x→b−


Exercício 17.1 Verique se a função f (x) = 4 − x2 é contínua em [−2, 2].

Exercício 17.2 Determine o valor de k para que a função dada seja contínua no ponto
a = 2. 
 kx − 2, se x < 2
f (x) =
 2x3 , se x ≥ 2

56
18 Teorema do Valor Intermediário

18 Teorema do Valor Intermediário


Teorema 18.1 Seja f uma função contínua no intervalo fechado [a, b] e suponha que L
é um número real tal que f (a) < L < f (b), então existe pelo menos um c ∈ [a, b] tal que
f (c) = L.

Consequência do Teorema do Valor Intermediário: Se f é contínua em


[a, b] e se f (a) e f (b) tem sinais opostos, então existe pelo menos um c ∈ [a, b] tal que
f (c) = 0.

Exemplo 18.1 Mostre que a equação x3 − 4x + 8 = 0 admite pelo menos uma raiz real
no intervalo [−3, 0].
Solução: Temos que f em contínua em todo número real, em particular, f é contínua
em [−3, 0]. Além disso, temos que f (0) = 8 > 0 e f (−3) = −7 < 0. Portanto, pelo
teorema do valor intermediário existe pelo menos um c ∈ [−3, 0] tal que f (c) = 0, isto é,
a equação x3 − 4x + 8 = 0 admite pelo menos uma raiz real no intervalo [−3, 0].

Exercício 18.1 Mostre que a equação x3 + x − 1 = 0 possui pelo menos uma solução no
intervalo [0, 1].

57
19 Lista 2 - Unidade I

19 Lista 2 - Unidade I
1. Use a denição formal de limite para provar que:
a) lim (2x + 4) = 8 b) lim (−4x) = −20
x→2 x→5

c) lim 3 = 3 d) lim 3 − 12 x = 0

x→5 x→6

2. Usando as propriedades de limites, calcule.


x+2 3
a) lim (2x + 5) b) lim c) lim √
x→−2 x→2 x2 + 5x + 6 h→0 3h + 1 + 1
t2 + 3t − 10 −2x − 4 y−1
d) lim e) lim f) lim √
t→−5 t+5 x→−2 x3 + 2x2 y→1 y+3−2
√ √ √ √ √
x−1 x+2− 2 x x− 2
g) lim h) lim i) lim
x→1 x − 1 x→0 x x→2 3x − 4
cos x
j) lim x3 cos x k) lim 2 l) lim (x2 + 3)2
x→π x→0 x + 10 x→1

√ x2 − 4
m) lim x3 + x2 − 1 n) lim sen (x2 + 3x) o) lim
x→2 x→1 x→2 x − 2

3. Em cada caso calcule o limite de f (x), quando x → a.


√ √
x2 + 8 − 3 1− 1+x
a) f (x) = , a = −1 b) f (x) = √ ,a=3
x+1 x−1−x

x4 − 1 3− x
c) f (x) = ,a=1 d) f (x) = ,a=9
x3 − 1 9−x
x2 + x x2 + 8x − 20
e) f (x) = ,a=0 f) f (x) = ,a=2
x x2 − x − 2

(3 − x3 )4 − 16 3
x+2−1
g) f (x) = ,a=1 h) f (x) = , a = −1
x3 − 1 x+1
√ √
4x2 − 1 x− 3
i) f (x) = ,a= 1
2
j) f (x) = ,a=3
2x − 1 x−3

k) f (x) = 2senx − cos x + cotgx, a = π


2
l) f (x) = ex + 4x, a = 4
x2 − 5x + 4 x3 − 3x + 2
m) f (x) = ,a=1 n) f (x) = ,a=1
x−1 x2 − 1
√ √
x+3− 3 x−2
o) f (x) = ,a=0 p) f (x) = √ ,a=2
x 2x − 4

x−4 1 + 2x − 3
q) f (x) = √ ,a=4 r) f (x) = √ ,a=4
x−2 x−2

58
19 Lista 2 - Unidade I

f (x) − 5
4. Sabendo que lim = 3, calcule lim f (x).
x→2 x−2 x→2

5. Seja f uma função e suponha que |f (x)| ≤ x2 para todo x ∈ D(f ). Calcule, lim f (x).
x→0

6. Seja f uma função denida em R tal que para x 6= 1,


x2 − 1
−x2 + 3x ≤ f (x) ≤ .
x−1

Calcule lim f (x).


x→1

7. Considere a função g denida por



 1, se x ≤ 0
g(x) = .
 −1, se x > 0

Investigue a existência dos limites: lim g(x) e lim x2 g(x).


x→0 x→0

8. Determine lim+ f (x), lim− f (x) e lim f (x), se existirem, e esboce o gráco das
x→a x→a x→a
funções dadas.



 2, se x < 1

(a) f (x) = −1, se x = 1 , a = 1

se x > 1

 −3,


 −2, se x < 0
(b) f (x) = ,a=0
 2, se x ≥ 0

 x + 4, se x ≤ −4
(c) f (x) = , a = −4
 4 − x, se x > −4

 x2 , se x < 2
(d) f (x) = ,a=2
 8 − 2x, se x ≥ 2

(e) f (x) = |x − 5|, a = 5



 |x − 3| ,

se x 6= 3
(f) f (x) = x−3
0, se x = 3

59
19 Lista 2 - Unidade I

 3x + 2, se x < 4
9. Dada f (x) = . Ache o valor de k para o qual lim f (x)
 5x + k, se x ≥ 4 x→4

existe.



 x2 , se x ≤ −2

10. Dada f (x) = ax + b, se − 2 < x < 2 . Ache os valores de a e b tais que

se x ≥ 2


 2x + 6,
lim f (x) e lim f (x) ambos existam.
x→−2 x→2
√ √
11. Calcule lim+ x − 2 e verique se existe lim− x − 2.
x→2 x→2

1
12. Se f (x) = . Determine lim f (x) e lim f (x).
(x + 2)2 x→−2 x→+∞

13. Calcule os seguintes limites.


 
a) lim (2x3 + 5x2 − 1) b) lim 2+ 1
x2
+ 3
x
x→+∞ x→+∞
 t+1  t2 − 2t + t
c) lim d) lim
x→+∞ t2 + 1 t→+∞ 2t2 + 5t − 3

2x5 − 3x3 + 2 3x5 − x2 + 7


e) lim f) lim
x→+∞ −x2 + 7 x→−∞ 2 − x2

x2 + 3x + 1 x x + 3x − 10
g) lim h) lim
x→+∞ x x→+∞ x3

t2 − 1 x2 + 1
i) lim j) lim
t→+∞ t − 4 x→+∞ x + 1

x2 + 1 √ √
k) lim l) lim ( t2 + 1 − t2 − 1)
x→−∞ x + 1 t→+∞

√ x3 − 2x + 1
m) lim x( x2 − 1 − x) n) lim
x→+∞ x→−∞ x2 − 1
x x
o) lim+ p) lim−
x→3 x − 3 x→3 x − 3

x x
q) lim+ 2 r) lim− 2
x→2 x − 4 x→2 x − 4

x+6 1
s) lim+ 2 t) lim−
x→6 x − 36 x→3 |x − 3|
r
x−3 18x4 + x
u) lim+ v) lim
x→4 x2 − 2x + 8 t→+∞ 2x4 + 3x − 1
14. Determinar as assíntotas verticais e horizontais das seguintes funções.

60
19 Lista 2 - Unidade I

4 −3
a) f (x) = b) f (x) =
x−4 x+2
4 −1
c) f (x) = 2 d) f (x) =
x − 3x + 2 (x − 3)(x + 4)
1 2
e) f (x) = √ f) f (x) = − √
x+4 x−3
2x2 x
g) f (x) = h) f (x) = √
x2 − 16 x2
+ x − 12
4
i) f (x) = e x j) f (x) = 3 −
1

(x − 2)2
15. Usando os limites fundamentais, calcule.
sen 7x sen 4x sen 7x
a) lim b) lim c) lim
x→0 x x→0 3x x→0 4x
tg 2x 1 − cos x tg2 x
d) lim e) lim f) lim 3
x→0 x x→0 x2 x→0 x2
16. Verique se as seguintes funções são contínuas nos pontos indicados.
 senx ,

se x 6= 0
a) f (x) = x ,x=0
 0, se x = 0

b) f (x) = x − |x|, x = 0

3
 x − 8,

se x 6= 2
c) f (x) = x2 − 4 ,x=2
3, se x = 2



 x2 sen 1 , se x 6= 0
d) f (x) = x
,x=0
 0, se x = 0



 1 − x2 , se x < 1

e) f (x) = 1 − x, se x > 1 , x = 1

se x = 1


 1,

2
 x − 4,

se x 6= 2
f) f (x) = x−2 ,x=2
0, se x = 2



 x2 , se x ≥ −1
g) f (x) = , x = −1
 1 − |x|, se x < −1

61
19 Lista 2 - Unidade I

x2 − 3x + 7
h) f (x) = ,x=2
x2 + 1
17. Determine k de modo que as funções abaixo sejam contínuas.

 x2 + kx + 2, se x 6= 3
a) f (x) =
 3, se x = 3

 e2x , se x 6= 0
b) f (x) =
 k 3 − 7, se x = 0

 x + 2k, se x ≤ −1
c) f (x) =
 k2, se x > −1

18. Determine, se existirem, os pontos onde as seguintes funções não são contínuas.
x
a) f (x) =
(x − 3)(x + 7)

b) f (x) = (3 − x)(6 − x)
p

x3 + 3x − 1
c) f (x) =
x2 − 6x + 10
19. Seja f uma função real contínua, denida em torno do ponto a = 1, tal que f (x) =
x2 − 3x + 2
, para x 6= 1. Quanto vale f (1)? Justique.
x−1
20. Construa o gráco e analise a continuidade das seguintes funções.

 2 − x, se x > 1
a) f (x) =
 x2 , se x ≤ 1

 x−2 ,
 se x 6= 2
b) f (x) = |x − 2|
1, se x = 2



2
 x − 4,

se x 6= −2
c) f (x) = x+2
1, se x = −2

21. Sejam a ∈ R, k uma constante e f : R → R uma função denida no ponto a. Se


f (x) − f (a)
lim = k , prove que f é contínua no ponto a.
x→a x−a
22. Prove que a equação x5 + x + 1 = 0 tem pelo menos uma raiz no intervalo [−1, 0].

62
20 Respostas e Sugestões

20 Respostas e Sugestões
1.
a) δ = 
2
b) δ = 
4
c) qualquer δ d) δ = 2

2.
a) 1 b) 1
5
c) 3
2
d) −7 e) − 12

f) 4 g) 1
2
h) 1

2 2
i) 2
2
j) −π 3

k) 1
10
l) 16 m) 11 n) sen 4 o) 4
3.
a) − 13 b) − √2−3
1
c) 4
3
d) 1
6

e) 1 f) 4 g) −32 (Dica: faça u = 3 − x3 ) h) 1


3

(Dica: faça u = 3 x + 2)

i) 2 j) 1

2 3
k) 2 l) e4 − 16
m) −3 n) 0 o) 1

2 3
p) 0
q) 4 r) 4
3

4. 5

5. 0

6. 2

7. Não existe lim g(x) e lim x2 g(x) = 0.


x→0 x→0

8.
a) lim+ f (x) = 3, lim− f (x) = 2 e não existe lim f (x)
x→1 x→1 x→1

b) lim+ f (x) = 2, lim− f (x) = −2 e não existe lim f (x)


x→0 x→0 x→0

c) lim+ f (x) = 8, lim− f (x) = 0 e não existe lim f (x)


x→4 x→4 x→4

d) lim+ f (x) = 4, lim− f (x) = 4 e lim f (x) = 4


x→2 x→2 x→2

e) lim+ f (x) = 0, lim− f (x) = 0 e lim f (x) = 0


x→5 x→5 x→5

f) lim+ f (x) = 1, lim− f (x) = −1 e não existe lim f (x)


x→3 x→3 x→3

63
20 Respostas e Sugestões

9. −6

10. a = 3
2
eb=7

11. Quando x → 2+ o limite existe e vale 0. Quando x → 2− o limite não existe.

12. Quando x → −2, f (x) → +∞ e quando x → +∞, f (x) → 0.

13.
a) +∞ b) 2 c) 0 d) 1
2
e) −∞
f) +∞ g) +∞ h) 0 i) +∞ j) 1
k) −1 l) 0 m) − 21 n) −∞ o) +∞
p) −∞ q) +∞ r) −∞ s) +∞ t) +∞
u) 1
16
v) 3
14.
a) y = 0, x = 4 b) y = 0, x = −2
c) y = 0, x = 1, x = 2 d) y = 0, x = 3, x = −4
e) y = 0, x = −4 f) y = 0, x = 3
g) y = 2, x = −4, x = 4 h) y = −1, y = 1, x = 3, x = −4
i) y = 1, x = 0 j) y = 3, x = 2
15.
a) 7 b) 4
3
c) 7
4

d) 2 e) 1
2
f) 3
16.
a) f não é contínua em x = 0. b) f é contínua em x = 0.
c) f é contínua em x = 2. d) f é contínua em x = 0.
e) f não é contínua em x = 1. f) f não é contínua em x = 2.
g) f não é contínua em x = −1. h) f é contínua em x = 2.
17.
a) k = − 83 b) k = 2 c) k = 1

18.
a) x = 3, x = −7 b) 3 < x < 6 c) não existe

19. f (1) = −1 (justique)

64
20 Respostas e Sugestões

20.

a) f é contínua em todos os pontos.

b) f não é contínua em x = 2.

c) f não é contínua em x = −2.

21. Use as propriedades dos limites.

22. Use o Teorema do Valor Intermediário.

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