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fatos traumáticos e os respectivos sentimentos con- devido à percepção de Freud de que as mesmas
tidos nas lembranças, enquanto hoje os analistas vão encobriam a existência de “resistências”; f) estas
além disso e objetivam uma ressignificação dos sig- últimas resultam de repressões, sendo que o retor-
nificados atribuídos aos traumas que o paciente está no do reprimido manifesta-se pelo fenômeno da
rememorando na situação psicanalítica. “transferência”; g) sobretudo, o “caso Dora” ensi-
A necessidade de desfazer as repressões intro- nou a Freud a existência e a importância de o ana-
duziu dois elementos essenciais à teoria e à técnica lista reconhecer e trabalhar com a “transferência
da psicanálise: a descoberta das resistências incons- negativa”.
cientes e o uso das interpretações por parte do psi-
3. Teoria Estrutural. À medida que se apro-
canalista.
fundava na dinâmica psíquica, Freud tropeçava com
2. Teoria Topográfica. A teoria anterior per- o campo restrito da teoria topográfica, por demais
durou até 1897, quando então Freud deu-se conta estática, e ampliou-a com a concepção de que a
de que a teoria do trauma era insuficiente para ex- mente comportava-se como uma estrutura no qual
plicar tudo, e que os relatos das suas pacientes his- distintas demandas, funções e proibições, quer pro-
téricas não traduziam a verdade factual, mas sim vindas do consciente ou do inconsciente, interagiam
que eles estavam contaminados com as fantasias de forma permanente e sistemática entre si e com a
inconscientes que provinham de seus desejos proi- realidade externa. Desta forma, mais precisamente
bidos e ocultos. Daí, ele propôs a divisão da mente a partir do trabalho O ego e o id (1923), ele conce-
em três “lugares” (a palavra “lugar”, em grego, é beu a estrutura tripartide, composta pelas instân-
“topos”, daí teoria topográfica). A estes diferentes cias do id (com as respectivas pulsões), do ego (com
lugares ele denominou: Consciente, Pré-Consciente o seu conjunto de funções e de representações) e
e Inconsciente, sendo que o paradigma técnico pas- do superego (com as ameaças, castigos, etc). O
sou a ser: “tornar consciente o que estiver no in- paradigma técnico da psicanálise foi formulada por
consciente”. Freud como: “onde houver id (e superego), o ego
Em 1900, Freud publicou A interpretação de deve estar”.
sonhos, no qual ele comprova que o conteúdo do 4. Conceituações sobre o Narcisismo. Embora
sonho “manifesto” pode ser visto como um modo não tenha sido formulado como uma teoria, os estu-
disfarçado e “censurado” da satisfação de proibi- dos de Freud sobre o narcisismo abriram as portas
dos desejos inconscientes. A propósito, essa fase para uma mais profunda compreensão do psiquismo
teórica de Freud pode ser resumida com a sua afir- primitivo e constituíram-se como sementes que con-
mativa de que “todo sonho, e sintoma, tem um tinuam germinando e propiciando inúmeros vérti-
umbigo que conduz ao desconhecido do incons- ces de abordagem por parte de autores de todas cor-
ciente”, sendo que, pode-se acrescentar, é a desco- rentes psicanalíticas. De acordo com o pensamento
berta do significado simbólico dos sonhos e sinto- mais vigente entre os autores, pode-se dizer que, na
mas que inaugura a psicanálise como ciência pro- atualidade, um importante paradigma da psicanáli-
priamente dita. se atual pode ser formulado como “onde houver
A partir do seu fracasso com a análise de “Dora” Narciso, Édipo deve estar”. (Grunberger, 1979)
– escrito em 1901, mas que somente foi publicado 5. Dissociação do Ego. Aquele jovem Freud
em 1905, por razões de sigilo profissional –, Freud que ficara perplexo ao perceber uma dissociação
obrigou-se a fazer profundas reflexões, sendo que da mente que se manifestava nas pacientes histéri-
ele chegou a afirmar que, desde então, a técnica cas durante o transe hipnótico induzido por Charcot,
psicanalítica foi profundamente transformada. foi aprofundando suas pesquisas sobre este fasci-
Pode-se dizer que as principais transformações que nante enigma até que ele ficou convencido de que
se processaram nessa época foram: a) a psicanálise esta clivagem da mente em regiões conscientes e
deixou de ser uma detida investigação e busca de inconscientes não era específica e restrita às psico-
solução de, separadamente, sintoma por sintoma; ses e neuroses, mas que ela ocorria com todos indi-
b) a descoberta e a formulação do “princípio da víduos. Assim, desde os seus primeiros trabalhos
multideterminação” dos sintomas; c) o próprio pa- com pacientes histéricas, Freud já falava de uma
ciente é quem passou a tomar a iniciativa de pro- cisão interssistêmica da qual resultam núcleos psí-
por o assunto de sua sessão; d) o analista substituiu quicos independentes. No entanto, é a partir de seu
a atitude de comportar-se como um investigador trabalho sobre Fetichismo (1927) e, de forma mais
ativo e diretivo por uma atitude mais compreensi- consistente, em Clivagem do ego no processo de
va da dinâmica do sofrimento do analisando; e) defesa (1940), que escreveu ao apagar das luzes de
abandono total da técnica da hipnose e da sugestão sua imensa obra, é que Freud estudou a cisão ativa,
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Ponto de Vista Econômico Modelo Topográfico (1ª Tópica)


A “pulsão” – representante psíquico das exci- Freud empregou a palavra “aparelho” para ca-
tações provenientes do interior do corpo e que che- racterizar uma organização psíquica dividida em
gam ao psiquismo – é postulada por Freud como sistemas, ou instâncias psíquicas, com funções es-
um elemento quantitativo da economia psíquica, pecíficas para cada uma delas, que estão interliga-
segundo a sua hipótese que explicaria o funciona- das entre si, ocupando um certo lugar na mente.
mento do aparelho psíquico a partir dos modelos Em grego, “topos” quer dizer “lugar”, daí que o mo-
científicos da física mecanicista da sua época. As- delo tópico designa um modelo de lugares, sendo
sim, os processos mentais consistiriam na circula- que Freud descreveu a dois deles: a 1ª tópica é co-
ção e repartição de uma energia pulsional (catéxis), nhecida como Topográfica e a 2ª, como Estrutural.
de grandeza variável, e que sofre a ação de uma A noção de “aparelho psíquico”, como um con-
contracatéxis. Esse último conceito de “contracar- junto articulado de lugares – virtuais – surge mais
ga” aparece no trabalho O inconsciente (1915) e claramente na obra de Freud em A interpretação
nele Freud mostra que essas energias contracate- dos sonhos (1900), no qual, no célebre capítulo 7,
xizadas (mecanismos defensivos) são permanen- ele elabora uma analogia do psiquismo com um
tes e criam “resistências” que, da mesma forma que aparelho óptico, de como esse processa a origem,
as pulsões, também são inconscientes. transformação e o objetivo final da energia lumi-
A maior crítica que se faz contra esse ponto de nosa.
vista econômico decorre justamente do fato de que Nesse modelo tópico, o aparelho psíquico é
ele foi elaborado por Freud a partir daquelas con- composto por três sistemas: o inconsciente (Ics), o
cepções fisicalistas que surgiram no final do sécu- pré-consciente (Pcs) e o consciente (Cs). Algumas
lo XIX, quando, além dos princípios e leis da hi- vezes, Freud denomina a este último sistema de sis-
dráulica, também ocorreram a descoberta da ele- tema percepção-consciência
tricidade e do neurônio, de modo que Freud esta- O sistema consciente tem a função de receber
beleceu a concepção de que uma energia física per- informações provenientes das excitações prove-
corria as vias nervosas neuronais, tal como a ener- nientes do exterior e do interior, que ficam regis-
gia elétrica percorre pelos fios, sendo que em al- tradas qualitativamente de acordo com o prazer e/
gum momento de sua obra ele chegou a evidenciar ou, desprazer que elas causam, porém ele não re-
a sua esperança de que no futuro a energia psíqui- tém esses registros e representações como depósi-
ca poderia vir a ser quantificada. Penso que, mes- to ou arquivo deles. Assim, a maior parte das fun-
mo restrito aos conhecimentos da época, esses per- ções perceptivo-cognitivas-motoras do ego – como
mitiriam que Freud pudesse estender a sua concep- as de percepção, pensamento, juízo crítico, evoca-
ção para o fato da “potencialidade” da energia, ou ção, antecipação, atividade motora, etc., processam-
seja, assim entendo, da sua transformacionalidade, se no sistema consciente, embora esse funcione in-
tal como acontece, por exemplo, com a metáfora timamente conjugado com o sistema Inconsciente,
de uma queda d’água que tanto pode arrasar uma com o qual quase sempre está em oposição.
lavoura próxima, como também pode dar vida e
crescimento à mesma se ela for adequadamente dre-
nada; ou ela pode-se transformar em energia elétri- Pré-Consciente
ca, e daí em térmica, luminosa, etc.
O modelo mecânico quantitativo empregado por Esse sistema foi concebido como estando arti-
Freud está amplamente superado na atualidade por culado com o consciente e, tal como surge no Pro-
outros modelos, como o da cibernética, pelo qual jeto..., onde ele aparece esboçado com o nome de
uma energia mínima e não-específica pode desen- “barreira de contato”, funciona como uma espécie
cadear desproporcionais reações em cadeia e de de peneira que seleciona aquilo que pode, ou não,
efeitos retroativos; ou o modelo da moderna física passar para o Consciente.
quântica, que desvenda os segredos subatômicos Ademais, o pré-consciente também funciona
num campo onde uma mesma matéria, conforme como um pequeno arquivo dos registros, de modo
as condições do observador, tanto pode manifes- que a ele cabe sediar a fundamental função de con-
tar-se como “onda” ou como “partícula”. Não obs- ter as “representações-palavra” (conforme Freud,
tante isso, como antes foi assinalado, o modelo 1915), que consiste num conjunto de inscrições
econômico volta a ganhar importância na teoria e mnêmicas de palavras ouvidas e de como foram
prática da psicanálise.
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significadas pela criança. Essa formação de “re- que a palavra “estrutura” significa um conjunto de
presentação-palavra” é diferente da “representa- elementos que separadamente tem funções especí-
ção-coisa”, porquanto esta última opera no incons- ficas, porém que são indissociados entre si, inte-
ciente e suas inscrições não podem ser nomeadas ragem permanentemente e influenciam-se recipro-
ou, tampouco, lembradas voluntariamente, enquan- camente. Ou seja, diferentemente da 1ª Tópica, que
to a característica mais marcante do sistema Pré- sugere uma passividade, a 2ª Tópica é eminente-
Consciente é a de que os seus conteúdos, ao con- mente ativa, dinâmica. Essa concepção estrutura-
trário do Inconsciente, podem ser recuperados por lista ficou cristalizada em O ego e o id (1923) e
meio de um voluntário ato de esforço. consiste em uma divisão tripartide da mente em três
instâncias: o id, o ego e o superego.

Inconsciente
O ID
Esse sistema designa a parte mais arcaica do
aparelho psíquico, onde, por meio de uma herança Do ponto de vista topográfico, o inconsciente,
genética, existem pulsões (quando essas nunca como instância psíquica, virtualmente coincide com
emergem nos sistemas consciente e pré-conscien- o id, o qual é considerado o pólo psicobiológico da
te, elas são consideradas como “repressões primá- personalidade, fundamentalmente constituído pe-
rias”), acrescidas das respectivas energias e com las pulsões. Sob o ponto de vista econômico, o id é
“protofantasias” (como Freud as denominava, mas a um só tempo um reservatório e uma fonte de ener-
que também são conhecidas por “fantasias primiti- gia psíquica. Do ponto de vista funcional, ele é re-
vas, primárias ou originais”). Além disso, o incons- gido pelo princípio do prazer; logo, pelo processo
ciente também consiste num depósito de repres- primário. Do ponto de vista da dinâmica psíquica,
sões secundárias, as quais chegaram a emergir sob ele abriga e interage com as funções do ego e com
forma disfarçada no consciente (como nos sonhos os objetos, tanto os da realidade exterior, como
ou sintomas) e voltam a ser reprimidas para o In- aqueles que, introjetados, estão habitando o supe-
consciente. rego, com os quais quase sempre entra em confli-
Como foi dito, uma função que opera no siste- to, porém, não raramente, o id estabelece alguma
ma Inconsciente e que representa uma importante forma de aliança e conluio com o superego.
repercussão na prática clínica é que ela contém as
“representações de coisa”, as quais consistem em
uma sucessão de inscrições de primitivas expe- O EGO
riências e sensações provindas de todos os órgãos
dos sentidos, como o da visão, audição, tato, etc., e A afirmativa de Freud de que “no princípio tudo
que ficaram impressas na mente da criança numa era id” atesta que ele sempre concebeu que o ego
época em que ainda não haviam palavras para desenvolve-se a partir do id, pela persistente in-
nomeá-las. Funcionalmente, o Inconsciente opera fluência do mundo externo e da necessidade de
segundo as leis do “processo primário” e, além das adatação ao mesmo. No entanto, desde M. Klein
pulsões do id, esse sistema também opera muitas até os autores modernos, predomina amplamente a
funções do ego, bem como do superego. convicção de que o ego não se forma desde o id,
mas sim que ele é inato, tem energia própria e, ain-
da que de forma rudimentar, desde recém-nascido
Modelo Estrutural (2ª Tópica) o ego do bebê já está interagindo com a mãe.
Como a maior parte dos mecanismos de defesa
Insatisfeito com o “modelo topográfico”, por- era inconsciente, e como o ego era considerado a
quanto esse não conseguia explicar muitos fenô- fonte e a sede dessas defesas, nada mais natural de
menos psíquicos, em especial aqueles que emer- que Freud percebesse que o ego não era sinônimo
giam na prática clínica, Freud vinha gradativamente de consciente e nem sequer se superpunha e con-
elaborando uma nova concepção, até que, em 1920, fundia-se com este, mas, sim, que ele tinha raízes
mais precisamente a partir do importante trabalho no inconsciente. Esta última afirmativa consitui o
metapsicológico Além do princípio do prazer, ele maior fator diferenciador entre a 1ª e a 2ª Tópicas;
estabeleceu de forma definitiva a sua clássica con- no entanto, sempre deve ficar claro que uma não
cepção do aparelho psíquico, conhecido como invalida a outra; pelo contrário, elas comple-
modelo estrutural (ou dinâmico), tendo em vista mentam-se.
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Ainda persiste a clássica definição de que o ego mite a conduta de cada sujeito (nesse caso, alguns
é a principal instância psíquica, porquanto funcio- autores empregam a denominação de ego auxili-
na como mediadora, integradora e harmonizadora ar), como também ele habitualmente refere a uma
entre as pulsões do id, as exigências e ameaças do instância psíquica resultante da introjeção predo-
superego e as demandas da realidade exterior. Po- minante de “objetos maus”, de características tirâ-
rém, como propósito pedagógico, cabe considerar nicas e até cruéis, que sob diversas formas de amea-
o ego como uma conjunção de três pontos de vista: ças obrigam o sujeito a submeter-se aos manda-
1) Como um aparelho psíquico, com funções es- mentos daquilo que ele pode ou não pode, deve ou
senciais, na sua maior parte conscientes, para rela- não deve fantasiar, desejar, pensar, preferir, dizer,
cionar-se adaptativamente com a realidade do mun- fazer e, sobretudo, ser.
do exterior, como são, entre outras, as de percep- Ao longo de sua obra, Freud usou indistinta-
ção, pensamento, memória, atenção, antecipação, mente os termos “superego”, “ego ideal” e “ideal
discriminação, juízo crítico e ação motora. 2) Como do ego”, virtualmente como sinônimos. No entan-
sede e fonte de um conjunto de funções mais com- to, a psicanálise atual fica muito enriquecida com
plexas, na sua maior parte inconsciente, como é o uma sutil, porém necessária, diferença entre os con-
caso da produção de angústias, mecanismos de ceitos específicos que cada um desses termos com-
defesa, fenômenos de identificações e formação de porta, assim como também com outros termos
símbolos. 3) Como sede de representações que correlatos que seguem abaixo, não obstante o fato
determinam a imagem que o sujeito tem de si mes- de que todos eles continuem sendo apêndices do
mo e que estruturam o seu sentimento de identida- superego clássico, uma espécie de “primos-irmãos”
de e de auto-estima. dele. Assim, vale a pena discriminá-los separada-
mente.

O SUPEREGO
Superego
Classicamente, essa instância psíquica é enten-
dida segundo o significado da famosa frase de Freud Além dos aspectos descritos, o superego tam-
de que “o superego é o herdeiro do complexo de bém se caracteriza por ser quase totalmente de ori-
Édipo”, o que vem a significar que ele está consti- gem inconsciente, é composto e ditado pelos obje-
tuído pelo precipitado de introjeções e identifica- tos internos; o seu maior efeito é o de ser um gera-
ções que a criança faz com aspectos parciais dos dor de culpas, com as conseqüentes angústias e
pais, com suas proibições, exigências, ameaças, medos, e a sua pressão excessiva no psiquismo é a
mandamentos, padrões de conduta e o tipo de rela- maior responsável pelos quadros melancólicos e
cionamento desses pais entre si. Além disso, é im- obsessivos graves
prescindível levar em conta o aspecto da transgera-
cionalidade, ou seja, o fato de que o superego dos
pais do paciente, por sua vez, está identificado com Ego Ideal
a de seus próprios pais, e assim por diante numa
escalada de muitas gerações, sendo que isso inclui
na formação do superego os valores morais, éti- Enquanto o superego é considerado o “herdei-
cos, ideais, preconceitos e crenças ditadas pela cul- ro do complexo de Édipo”, o ego ideal constitui-se
tura na qual o sujeito está inserido. como o “herdeiro do narcisismo primário”. Por
A data de formação do superego é um assunto conseguinte, ele funciona no plano do imaginário,
polêmico na psicanálise, pelo fato de que os segui- alicerçado na fantasia onipotente, ilusória, própria
dores de Freud consideram que o seu início coinci- da indiscriminação com o outro (persistência da
de com o Édipo clássico de Freud, ou seja, por volta fantasia de fusão diádica-simbiótica com a mãe),
dos 4-5 anos, enquanto os autores kleinianos, res- em que “ter” é igual a “ser”, e vice-versa; por tudo
paldados na clínica com pacientes psicóticos e aná- isso, o sujeito portador de um ego ideal predomi-
lise com crianças, fazem retroagir aos primeiros nante no seu psiquismo, está sempre à espera do
meses de vida a formação dos precursores do su- máximo de si mesmo, além de nutrir ideais virtual-
perego, ligando-os à inata pulsão de morte. mente nunca alcançáveis. As identificações são
O que me parece que ninguém põe em dúvida é primárias, do tipo adesivo ou imitativo, e o senti-
o fato de que o termo “superego” tanto pode desig- mento de identidade resultante é o de falsidade. O
nar uma necessária estrutura que normatize e deli- ego ideal costuma estar muito distante do ego real,
porém, para manter a ilusão, o sujeito deve utilizar

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