EXPERIÊNCIA DE ESTRUTURAÇÃO DE PROCESSO SELETIVO PARA NOVOS MEMBROS

DE LIGA ACADÊMICA DE UM CURSO DE PSICOLOGIA: A BUSCA POR UMA SELEÇÃO

HORIZONTAL EM UNIVERSIDADE PARTICULAR DE SÃO PAULO
Autores: Andrea Faresin, Leda Iizuka, Mariana Azevedo Martins Costa, Aline Almeida Martins, Erica Pinto Campos
Universidade Nove de Julho – UNINOVE
E-mail: lipsuni9@gmail.com

INTRODUÇÃO
Compreende-se que as ligas acadêmicas expressam a busca do estudante por
uma experiência de formação que garanta espaços que fomentem construção de
novos saberes de maneira vivencial e integral, necessários inclusive em cursos
de Psicologia. A Liga de Psicologia da Saúde (LIPS), primeira liga acadêmica do
curso de Psicologia da Universidade Nove de Julho, criada em 2018, visa
propiciar conhecimento e experiências para os ligantes a partir do tripé
indissociável pesquisa-ensino-extensão. Após o período inicial de isolamento
pela pandemia da COVID-19 e encerramento da participação de alguns ligantes,
fez-se necessária a formação de uma nova equipe para a continuidade dessa
iniciativa.
OBJETIVO
Objetiva-se descrever a experiência de construção e implantação de um
processo seletivo para nova gestão da Liga de Psicologia da Saúde de uma
universidade privada em São Paulo visando um processo de seleção horizontal.
Destaca-se que apesar do ambiente remoto ter sido um facilitador dos encontros, foi no
encontro presencial que as trocas afetivas e relacionais puderam ser ampliadas,
valorizando os potenciais percebidos ao longo das entrevistas e dinâmicas de grupo. A
experiência presencial evidenciou a importância do corpo na formação, principalmente
após o período de isolamento social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidencia-se a importância de incentivar o pensamento crítico do estudante em uma
práxis, permeado por questões institucionais e sociais a fim de criar meios de cuidado e
retribuição ao próprio aluno e à sociedade. O que foi percebido através da reconstrução
e condução de uma liga acadêmica, o que permitiu que as estudantes experimentassem
a psicologia na prática de um outro ângulo, fazendo do período acadêmico um constante
“tornar-se psicólogo”. Sendo assim, “a técnica de grupo operativo consiste em um
trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os
sujeitos envolvidos. Aprender em grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma
atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações.
(BASTOS, 2010).

REFERÊNCIAS
MÉTODO BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière
Norteado por referencial teórico que privilegia o grupo como categoria de análise e Henri Wallon. Psicólogo informação, v. 14, n. 14, p. 160-169, 2010.
e intervenção¹, este processo de seleção da LiPs foi construído a partir de muitos
encontros no segundo semestre de 2022, para a seleção dos novos ligantes, CASTANHO, Pablo. Uma introdução aos grupos operativos: teoria e técnica.
Vínculo-Revista do NESME, v. 9, n. 1, p. 47-60, 2012.
como:
● Reuniões mensais remotas entre as ligantes e as supervisoras, para o PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
planejamento e acompanhamento das ações a serem realizadas no processo;
● Círculo de paz² remoto entre as ligantes e os estudantes interessados em PRANIS, K. Processos circulares de construção de paz. São Paulo: Palas Athena, 2010
ingressar na liga, como forma de se conhecerem e conhecerem a LIPS;
● Entrevistas individuais remotas realizadas pelas ligantes egressas com cada
estudante que continuou a demonstrar interesse após o Círculo da Paz;
● Encontro presencial realizado pelas ligantes egressas com os estudantes que
desejaram entrar na LiPs, após todas essas etapas de conhecimento e
aproximação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
No processo de reestruturação e consequentemente pela implantação de uma
nova gestão, a LIPS buscou intensificar a construção de experiências em que o
ligante percebe a teoria vivenciada na prática, em uma espiral dialética vivencial
afetiva multiplicadora.
Verifica-se nos encontros desde a seleção, que o grupo demonstrou acolhimento
das diferentes ideias e posições, autonomia e boa comunicação entre si.
A articulação e coesão do grupo resultou na nomeação de uma estudante recém
selecionada para o cargo de presidente da liga e engajamento dos novos ligantes
na elaboração de futuras atividades da LIPs. Segundo Pichon (1988) o grupo
operativo é definido como um conjunto de pessoas ligadas entre si por
constantes de tempo e espaço e articuladas por sua mútua representação
interna, propondo explícita e implicitamente uma tarefa, que constitui sua
finalidade. No grupo, os participantes interagem através de mecanismos de
assunção e adjudicação de papéis.
Mesmo recente, foi possível perceber em comparação a processos anteriores na
própria liga, uma melhor contemplação dos aspectos biopsicossociais dos
selecionados, respeitando individualidades e um passo a mais para a
horizontalidade no processo de seleção e gestão.