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Autores: Sonia Bahia
1.Introdução
Uma disciplina acadêmica é cercada de várias questões epistemológicas em seu manuseio, os quais
dizem respeito tanto à opção de uma linha teórica que a circunscreve, quanto á metodologia que a
viabilizará como meio de aprendizagem para alunos que, matriculados nessa enquanto componente
acadêmico, pretendem não só legitimar créditos de sua formação, como “aprender seus conteúdos”
inerentes ao seu ementário e proposição feita.
A disciplina ligada a essa experiência - técnicas de integração grupais - é um dos componentes
curriculares do curso de Psicologia da UFBA – Universidade federal da Bahia, a ser executada no
quinto semestre da linha das obrigatória do currículo validado e em uso pela coordenação acadêmica
do curso. No presente artigo discutiremos os dados obtidos tanto das avaliações realizadas pelos
alunos quanto das reflexões a que chegamos na aplicação da “técnica de grupos operativos” com seu
referente ECRO (esquema conceitual referencial operativo) durante o semestre de 2017.1. Nessa
esteira entendemos que este trabalho se inscreve em duas ambiências tanto nos questionamentos da
psicologia do ensino-aprendizagem assim como na validação do referencial teórico de Enrico Pichon
Riviere enquanto instrumentalizador de intervenção em grupos quanto na leitura do acontecer grupal
do ponto de vista da teoria instituída pelo teórico referenciado – a da psicologia social critica.
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Sonia Bahia – psicóloga, professora adjunta do Departamento de Psicologia da UFBA, mestre em sociologia,
doutora em Psicologia Social e pós-doutorado em História de Vida pela Universiteé Paris 7. Denis Diderot e Pela
Universidade Federal de Santa Catarina. Possuindo formação em Grupos Operativos pelo Núcleo de Psicologia
Social da Bahia.
Colocar os dados das demais autoras aqui.
Résumé
Une discipline universitaire est entouré de plusieurs questions épistémologiques dans la manipulation,
qui concernent aussi bien le choix d'une ligne théorique qui circonscrive, à la méthodologie qui
permettra comme un moyen d'apprentissage pour les étudiants qui se sont inscrits à ce que tout volet
académique, ne sont pas destinés seules les demandes légitimes de sa formation, comme « LEARN son
contenu » inhérents à leur ementário et proposition.
La discipline attachée à cette expérience - les techniques d'intégration du groupe - est l'une des
composantes scolaires de psychologie à UFBA - Université Fédérale de Bahia, à exécuter dans le
sixième semestre de la ligne de cours au choix du programme d'études validées et utilisées par la
coordination académique du cours . Dans cet article, nous allons discuter des données à la fois des
évaluations faites par les étudiants que les réflexions que nous avons atteint dans l'application des «
équipes opérationnelles techniques » avec son ECRO référent (schéma conceptuel de référence
d'exploitation) au cours de la première moitié de 2017,1. Sur cette piste, nous comprenons que ce
travail se divise en deux ambiances à la fois dans l'enseignement et l'apprentissage de la psychologie
de questions, ainsi que la validation du cadre théorique de Enrico Pichon Rivière en instrumentalizador
d'intervention en groupes et en lecture arrive Groupe du point de vue de la théorie établie référencé
par théorique - la psychologie sociale critique.
Resumen
Una disciplina académica está rodeado por varias cuestiones epistemológicas en la gestión, que se
refieren tanto a la elección de una línea teórica que circunscribe la metodología a ser una herramienta
de aprendizaje para los estudiantes que se han inscrito un componente académico, es no sólo las
demandas legítimas de su formación como "contenido de aprendizaje" inherente a su ementário y
propuesta.
Disciplina unido a esa experiencia - las técnicas de integración de grupo - es uno de los componentes
de la psicología educativa en la UFBA - Universidad Federal de Bahía, a ejecutar en el sexto semestre
de la línea actual para elegir y un programa validado utilizado por la coordinación académica del
curso. En este artículo, vamos a discutir los detalles de las dos evaluaciones realizadas por las
reflexiones de los estudiantes que hemos logrado en la implementación de "equipos de operaciones
técnicas" con su ORCE referente conceptual (diagrama de referencia de operación) durante el primera
media de 2017,1. De esta manera, entendemos que este trabajo se divide en dos espacios, dos áreas
de la psicología enseñanza y el aprendizaje, así como la validación del marco teórico de Enrico Pichon
Rivière instrumentalización de grupos de respuesta de lectura de la vista si tiene el grupo de
referencia la teoría teórico establecido - la psicología social crítica.
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- Aqui aparecem questões e obstáculos da linha da burocracia de uma academia. Como proceder para redimensionar uma turma
em duas contando com a anuência dos alunos? Visto que ao se matricularem saem sabendo que terão aulas de 4h continuas num
determinado dia da semana. Em que medida temos que arcar com questões jurídicas quando os alunos se sentem preteridos face a
divisão ou melhor redimensionamento? Nessa direção nos reconhecemos fazendo uma transgressão com os enquadres clássicos da
academia. Mesmo assim avançamos e procedemos a divisão da turma em duas no mesmo dia acordado e rea lizamos as
supervisões em horários alternativos acordados com cada trio de coordenação que se aglutinou.
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. Temas disparadores e textos correlatos – desde a instituição de duas turmas diferenciadas em seus propósitos apenas pelo
horário, estabeleceu-se a mesma trilha cujos “temas disparadores” deveriam os contornar. Seriam diferenciados então a partir de
suas diferenciações internas e de suas constituições como sujeitos assim como trama de vínculos se instituiria a partir de suas
relações. Na turma A que funcionou no horário das 8,30 as 10,30 seguiu-se o seguinte cronograma: 1. A ansiedade dos iniciantes; O
papel do integrante – Entregar-se para integrar-se; O grupo, fatores e vetores grupais, fases e momentos. A questão dos papeis;
Aprendizagem e comunicação – mundo interno/mundo externo, Matrizes de aprendizagem. Vinculo. A comunicação e a convivência
emocional; A escuta e o silencio; A rebelião contra o estomago. Tentativa de síntese e coesão. E o grupo B destaque-se aqui que
tais textos ainda que embasados na teoria Pichoniana foram elaborados pela docente Profª Drª Sonia Bahia e também pela Profª Drª
Denise Lemos, com o intuito de facilitar a compreensão das questões imanentes ao processo. Sendo esses de fácil compreensão e
leitura.
3. Marcos teóricos fundantes.
Partindo-se da compreensão de que o sujeito se construiu a partir de uma trama de relações que são
sociais, é necessário que se distingam duas dimensões diferenciadas imbricadas na concepção desse
conceito – uma de ordem intersubjetiva e outra de ordem intersubjetiva, esta segunda característica
que se interliga a instância social, cultural e indenitária.
A noção de subjetividade nasce na Idade Média. Como um construto esteve atrelado à idéia
dominante do ego cogito cartesiano “categoria do registro de pensamento” (BIRMAN, 2003, p. 22).
Mas é com Freud, no início do século XX, que se passa a perceber que o sujeito é fruto de outras
instâncias, que, não são necessariamente localizáveis no nível do seu consciente. O sujeito é um ser
cuja consciência só se ilumina por causa de outra instância, o inconsciente. Isto é, o homem não é
aquilo que ele pensa, como postulava Descartes. As observações clínicas de Freud a respeito dos
histéricos principalmente, concebe que o inconsciente funciona como um arquivo, constituindo-se
numa memória secreta de traços, os quais se compõem intrinsecamente com a sexualidade e têm o
desejo como sua força motriz. Tais pressupostos permitem considerar-se que as descobertas
freudianas apontam para o que BIRMAN (2003) intitulou de descentra mento do sujeito. Ainda de
acordo com Birman (idem), ao inventar a psicanálise, Freud inverte o campo dos saberes sobre o
psíquico. Ao formular o conceito de inconsciente, desloca os registros da subjetividade para além da
consciência e do Eu.
Nesse aspecto, Freud inaugura alguns pontos relevantes que subjazem à sua idéia de sujeito. O
primeiro ponto indica a existência de um psiquismo autônomo, em alguns momentos descolados dos
acontecimentos reais, sendo que o que importa não é o fato em si, mas a dimensão afetiva de suas
vivências. O segundo diz respeito ao modelo social que Freud adota, expresso tanto em Totem e tabu
(1913), quanto em O mal estar da civilização (1930), trabalhos nos quais aponta a necessidade de que
esse sujeito abra mão de sua satisfação pulsional, para pertencer a uma ordem social, destacando o
Édipo como construtor da sociedade original.
Reconhece Freud, pois, que o sujeito é produzido e reproduzido nesse conjunto de relações que o
engendram, tendo como destino a cumprir o alargamento de seu autoconhecimento (através da
técnica da psicanálise), o que terminaria por municiá-lo de uma condição de controle e sublimação,
para sua entrada na cultura e na civilização. Observa-se, também, que Freud atribui importância
crucial à família, como instância privilegiada do engendramento do sujeito, funcionando como uma
matriz por meio da qual cada sujeito emerge de uma teia relacional.
Do ponto de vista social, na noção de sujeito há algo que precisa ser elucidado, pois é decorrente da
compreensão de que só após a sua individuação se processar é que pode a pessoa se distanciar de seu
ego e, portanto, da vida individual na direção de um outro.
Compreende-se, que a noção dos grupos é imanente ao processo civilizador e humano, dado que bem
antes de reconhecer a importância do desenvolvimento de todas as usas habilidades, o homem se deu
conta de que em grupo e com seus iguais o homem potencializava suas ações tanto no sentido de
proteger-se como de alcançar novas metas, produtos e satisfações. O estudo sobre os grupos é a
confluência de vários estudos e disciplinas, como a sociologia, a psicologia e a antropologia. Quando a
psicologia entendeu a necessidade de diferenciar o proceder estudos e experiências sobre o
comportamento dos indivíduos em grupos e na sociedade funda-se a psicologia social. delimitada na
fronteira entre a Psicologia e a sociologia. Quando Kurt Lewin (1890 – 1948), desenvolveu novas
técnicas de investigação dos processos do homem em grupo e afirmou que a técnicas e métodos
convencionais não seriam passiveis de dar conta de tal empreitada iniciou-se a investigação
sistemática dos fenômenos de grupos, através da pesquisa-ação a daquilo que passou a intitular de
“dinâmica de grupo”.
A teoria dos grupos operativos elaborada por Pichon Riviere (1907 – 1977), a partir dos referencias da
Psicanalise Kleniana e da dinâmica dos grupos, originou-se num contexto inicialmente terapêutico no
hospital das Mercedes, onde exercia naquele instante a função de psiquiatra. A reflexão que elabora
sobre a saúde mental, a aprendizagem e praxis em grupos foi de tal relevância que se constitui ate
hoje num valioso suporte para a intervenção em grupos terapêuticos ou não. Não distinguindo entre
eles, pois seu argumento é de que o fundamental num grupo a realização de uma tarefa assumido por
todo grupo na qual a resolução de situações estereotipadas é que permite a obtenção de mudanças,
admitindo inclusive que todo grupo terapêutico proporciona aprendizagem de novas pautas
relacionais como todo grupo de aprendizagem enseja a criação de um clima propicio á resolução de
conflitos, e que, portanto, é também terapêutico. (Osorio, 2003:29).
Os grupos operativos se definem como grupos centrados na tarefa ... Há técnicas grupais centradas nos indivíduos,
são os chamados psicanalíticos ou de terapia, nos quais a tarefa esta centrada sobre aquele a quem chamamos
porta-voz...,outro tipo de técnica é o grupo centrado no grupo, na analise da sua própria dinâmica, técnica
inspirada em Kurt Lewin, o qual considera o grupo como totalidade..., para nós, a tarefa é o essencial do processo
grupal; por isso nossa insistência em chamá-los grupos centrados na tarefa.( Riviere,1970).
Não pretendemos aqui exaurir toda a teoria construída pelo Dr. Pichon Riviere pois a mesma inclui
desde a concepção de desenvolvimento humano (inspirada em Piaget) ate a construção de um aporte
de entendimento da doença mental única inspirada na Psicanalise de Melanie Klein. Contudo,
compreendemos que em sua obra há fortes traços da interdisciplinaridade hoje tão discutida, posto
que além da inspiração na linha psicanalítica, também inclui discussões com o marxismo e sua
concretude e o existencialismo Sarterano. Incluindo consideração sobre a teoria sistêmica e da
Comunicação em seus aportes, de onde retira a ideia da denominação “operatividade”, da concretude
do fazer dos sujeitos com os quais lida. Além de considerar sobremaneira a inspiração de Moreno (....)
em sua técnica Psicodramática, mas mormente, a teoria sobre os papeis , os quais formam a tessitura
da trama de vínculos na interativa e dinâmica grupal. Costumava afirmar que quando operamos em
grupo estamos na realidade co-operando, nos comunicando entre os sujeitos atores de uma
determinada tarefa. E que este jogo dialético instituído através das suas tarefas é que faz ressurgir um
sujeito em processo de mudança, e nessa direção é possível se afirmar que a aprendizagem é o
linhame da Saúde Mental. Não se limitou a investigar apenas dentro de hospitais mas abarcou vários
campos práticos, como família, escola e etc. E foi inspirada em aplicação no ensino que realizamos
essa experiência que narramos.
3.1. Sobre grupos operativos no ensino
Um dos momentos chave das investigações realizadas por Pichon Riviere deu-se na experiência de
Rosário (1958), que consistiu na pesquisa-ação para preparação das equipes de trabalho em técnicas
grupais no Instituto Argentino de Estudos Sociais (IADES). Desta forma adentra também nas praticas
educativas, questionando-as em suas formas de realizarem-se.
No ensino, o grupo trabalha sobre um tópico de estudo dado, porem quando o desenvolve, se forma
nos diferentes aspectos humanos. Coloca Pichon e os adeptos dessa linha teórica, que o fator humano
tem importância primordial sendo um instrumento de todos os instrumentos. Essa abordagem opões-
se a velha ilusão tão difundida de que o melhor jeito de e realizar uma tarefa é se excluir os fatores
subjetivos, contradizendo que o mais alto grau de desempenho e eficiência só se alcança quando se
incorpora o ser humano total. Considera-se, pois, que tais grupos são ao mesmo tempo grupo de
aprendizagem e de ensino. Dado que esses são pares dialéticos e integrantes e um processo único em
permanente movimento. Não só porque quando alguém aprende tem alguém que ensina como
também em virtude do princípio, segundo o qual não se pode ensinar concretamente enquanto não se
aprende e durante a própria tarefa de ensinar. Suprime assim a proposição tradicional que diz que um
satus ensina e outro aprende. Isto provoca ansiedade, devido á mudança e ao abandono á uma
conduta estereotipada. PICHON, Bleger e outros afirmam que:
Através da utilização da técnica do grupo operativo compreende-se que o pensar do sujeito também
se revelará comprometido, pois compreende-se que o pensar do sujeito não e inofensivo, assim como
o fazer pensar também não o é. Bachelard sintetiza afirmando que pensamos contra alguém, e
acrescente-se pensamos com alguém e para alguém ou algo. Este pensar vai aos poucos criando
referencias para cada sujeito, do seu próprio mundo interno e, ao ser questionado se coloca em
marcha um processo de mudança que muitas vezes apresenta-se com ansiedade e sofrimento . Aos
poucos vamos construindo um Ecro grupal que servirá de referencia para novas situações e vividas.
A tarefa de aprender e os temas correspondentes canalizam a tenção do coordenador e dos
participantes do grupo, mas fundamentalmente o que nos interessa são os seres humanos implicados
nas mesmas.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BAREMBLIT, Gregório ( 1986 ), Grupos teoria e técnica, Edições Graal, 2ª edição. RJ.
BLEGER, José ( 1979). Temas de Psicologia - entrevista e grupos. ed,. Martins Fontes SP.
CASTILHO, Aurea. ( 1994...2010) Dinâmica do trabalho em, grupo. Qualitymark. RJ. 5ª reimpressão.
CUNHA e LEMOS, Denise ( 2010). Grupos: o poder da construção coletiva. Ed Qualitymark. RJ.
FLERY E MARRA. (ORGS) ( 2005). Intervenções Grupais nas organizações. Ed. Agora. SP.
JANISER, Graciela ( 2011). Coordinando Grupos – Uma logica para os pequeños grupos. Ed. Lugar
editorial. Buenos Aires. Argentina
OSORIO, Luis Carlos ( 2003). Psicologia Grupal. Uma nova disciplina par o advento de uma nova era.
Artmed. POA.
QUIROGA, Ana ( 2009). Proceso de Constituicion del Mundo Interno. Ed, Cinco. Argentina
Textos da Escola de Psicologia Social de Pichon Riviere. Veiculados pelo Núcleo de Psicologia Social da
Bahia, alguns construídos por Sonia Bahia e outros por Denise Lemos