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Universidade Federal da Bahia – Instituto de Psicologia -

Uma aprendizagem significativa

Uma experiência de “grupos operativos” no ensino superior, através da disciplina, técnica


de INTERVENÇÂO GRUPAL no curso de psicologia da UFBA. – um estudo de caso.

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Autores: Sonia Bahia

Coautores: Thercia, Adeliana e Naiara

No campo do ensino, o grupo se prepara


para aprender e isto só se alcança enquanto
se aprende, quer dizer enquanto se trabalha.

Jose Bleger. 1961.

1.Introdução

Uma disciplina acadêmica é cercada de várias questões epistemológicas em seu manuseio, os quais
dizem respeito tanto à opção de uma linha teórica que a circunscreve, quanto á metodologia que a
viabilizará como meio de aprendizagem para alunos que, matriculados nessa enquanto componente
acadêmico, pretendem não só legitimar créditos de sua formação, como “aprender seus conteúdos”
inerentes ao seu ementário e proposição feita.
A disciplina ligada a essa experiência - técnicas de integração grupais - é um dos componentes
curriculares do curso de Psicologia da UFBA – Universidade federal da Bahia, a ser executada no
quinto semestre da linha das obrigatória do currículo validado e em uso pela coordenação acadêmica
do curso. No presente artigo discutiremos os dados obtidos tanto das avaliações realizadas pelos
alunos quanto das reflexões a que chegamos na aplicação da “técnica de grupos operativos” com seu
referente ECRO (esquema conceitual referencial operativo) durante o semestre de 2017.1. Nessa
esteira entendemos que este trabalho se inscreve em duas ambiências tanto nos questionamentos da
psicologia do ensino-aprendizagem assim como na validação do referencial teórico de Enrico Pichon
Riviere enquanto instrumentalizador de intervenção em grupos quanto na leitura do acontecer grupal
do ponto de vista da teoria instituída pelo teórico referenciado – a da psicologia social critica.

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Sonia Bahia – psicóloga, professora adjunta do Departamento de Psicologia da UFBA, mestre em sociologia,
doutora em Psicologia Social e pós-doutorado em História de Vida pela Universiteé Paris 7. Denis Diderot e Pela
Universidade Federal de Santa Catarina. Possuindo formação em Grupos Operativos pelo Núcleo de Psicologia
Social da Bahia.
Colocar os dados das demais autoras aqui.
Résumé

Une discipline universitaire est entouré de plusieurs questions épistémologiques dans la manipulation,
qui concernent aussi bien le choix d'une ligne théorique qui circonscrive, à la méthodologie qui
permettra comme un moyen d'apprentissage pour les étudiants qui se sont inscrits à ce que tout volet
académique, ne sont pas destinés seules les demandes légitimes de sa formation, comme « LEARN son
contenu » inhérents à leur ementário et proposition.
La discipline attachée à cette expérience - les techniques d'intégration du groupe - est l'une des
composantes scolaires de psychologie à UFBA - Université Fédérale de Bahia, à exécuter dans le
sixième semestre de la ligne de cours au choix du programme d'études validées et utilisées par la
coordination académique du cours . Dans cet article, nous allons discuter des données à la fois des
évaluations faites par les étudiants que les réflexions que nous avons atteint dans l'application des «
équipes opérationnelles techniques » avec son ECRO référent (schéma conceptuel de référence
d'exploitation) au cours de la première moitié de 2017,1. Sur cette piste, nous comprenons que ce
travail se divise en deux ambiances à la fois dans l'enseignement et l'apprentissage de la psychologie
de questions, ainsi que la validation du cadre théorique de Enrico Pichon Rivière en instrumentalizador
d'intervention en groupes et en lecture arrive Groupe du point de vue de la théorie établie référencé
par théorique - la psychologie sociale critique.

Resumen

Una disciplina académica está rodeado por varias cuestiones epistemológicas en la gestión, que se
refieren tanto a la elección de una línea teórica que circunscribe la metodología a ser una herramienta
de aprendizaje para los estudiantes que se han inscrito un componente académico, es no sólo las
demandas legítimas de su formación como "contenido de aprendizaje" inherente a su ementário y
propuesta.
Disciplina unido a esa experiencia - las técnicas de integración de grupo - es uno de los componentes
de la psicología educativa en la UFBA - Universidad Federal de Bahía, a ejecutar en el sexto semestre
de la línea actual para elegir y un programa validado utilizado por la coordinación académica del
curso. En este artículo, vamos a discutir los detalles de las dos evaluaciones realizadas por las
reflexiones de los estudiantes que hemos logrado en la implementación de "equipos de operaciones
técnicas" con su ORCE referente conceptual (diagrama de referencia de operación) durante el primera
media de 2017,1. De esta manera, entendemos que este trabajo se divide en dos espacios, dos áreas
de la psicología enseñanza y el aprendizaje, así como la validación del marco teórico de Enrico Pichon
Rivière instrumentalización de grupos de respuesta de lectura de la vista si tiene el grupo de
referencia la teoría teórico establecido - la psicología social crítica.

Palavras Chaves - Ensino/Aprendizagem, grupos, intervenções, psicologia.

Enseignement / apprentissage, les groupes, les interventions, la psychologie.

Enseñanza / Aprendizaje, grupos, intervenciones, psicología.

2. Do enquadre e das dificuldades de estabelecê-los numa disciplina acadêmica.

 O estabelecimento de condições para a aprendizagem embasada na metodologia Pichoniana requer


que se proceda a formação de “ grupos de aprendizagem”, isto é que os alunos ali inscritos passem a
se compreender e se reconhecerem como um grupo. Esse item ao mesmo tempo em que se constitui
como uma variável do enquadre ele se apresenta como um dos itens constitutivo do acontecer grupal.
Esse enquadre pressupõe um rigor de limite em termos de tempo e espaço e horário acordado para as
reuniões. Essa variável conforme explicitado no subtítulo dessa secção ao mesmo tempo em que se
apresenta como variável do enquadre é em muitos momentos um obstáculo da cultura acadêmica
vigente onde o aluno se responsabiliza apenas por seu desempenho individual e ou no máximo dos
seus colegas/parceiros, com os quais estabelece vínculos simbióticos que os encobre de ausências e
reflexões mais genuínas que os levem a elaborar novas condutas e os impulsione a mudar;
 Que os discentes entendam que se responsabilizarão por outros papéis dentro do grupo que não
apenas os de aprendizes de teoria, ouvintes passivos, mas também da metodologia e que para isso
deverão se reunir em outros horários acordados com a Professora-supervisora para o treinamento e
entendimento dos papeis referentes á coordenação/exposição teórica e observação. E também á
elaboração das sínteses de processo ou crônicas grupais. Além do papel de integrante e construtor da
teia e tessitura grupal;
 A maior construção nesse espaço extra sala/grupal é o de “psicólogo em treinamento através da
formação da atitude clinica pela “dissociação instrumental” que os leva a perceber a necessidade
distanciamento enquanto membro do grupo para lhes permitir aceder á compreensão da trama do
processo grupal na sua totalidade e a visualização do momento oportuno para intervir no processo e
no acontecer do grupo;
 Disponibilidade para aprender e vivenciar tais processos o que pressupõe mutuamente a implicação
consigo e com os colegas, no que se depreende um esforço extra tanto para se expor quanto a vencer
suas resistências internas para “aprender/aprendendo”, pois se sabe que isso é a verdadeira
aprendizagem real e significativa do trabalho. Só assim é possível se pensar em mudar e modificar
suas percepções de si e do outro;
 Rompimento do estereotipo clássico dos papéis de professor/aluno e do enquadre narcísico e
doutoral daquilo que se estabelece como sendo cátedra de ensino, mas que por vezes dá margem a
que possa se ter que enfrentar determinadas questões de direitos estabelecidos no ato de matricula
dos alunos com a instituição de ensino. Daí que muitas vezes os sintomas emergem já no primeiro
instante, quando é necessário que se divida os horários disponibilizado para a realização da disciplina
e talvez por conta dessa torcedura, se faça já o estabelecimento de percepções de privilégios. Numa
digressão das razões para a divisão da turma matriculada em duas distintas é o tamanho de sua
configuração – impossível a realização de um processo grupal genuíno com cinquenta alunos! Isso
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estaria bem mais para audiência assistencial do que para construção de grupo;
 Estabelecer espaços e possibilidades de e para a reflexão, de modo que ressurja a consciência de si e
do outro numa dimensão intrapsíquica diferenciada, permitindo a ampliação da sua significação
enquanto sujeito e ator social, mas também sua condição vincular de mutuamente implicado na
construção da sua alteridade isto do outro para o si mesmo;
 Fazer os aprendizes/participantes /integrantes compreenderem que sua tarefa atravessa dupla
ambiência. De participar como integrante e eventualmente como coordenador-observadores ou
expositores do processo;
 Definição de temas que sejam expressivos do caminho a ser trilhados. Essa trajetória a ser feita pelo
grupo se inscreve nos percursos claros e definidores de quais relações interpessoais. Constituem-se
em temas disparadores dos conteúdos das tarefas explicitas, são temas associados ao ementário da
disciplina e associados por isso mesmo as tarefas implícitas – aprender a se relacionar com os demais
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participantes numa relação de mutua representação interna e num vinculo produtivo;

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- Aqui aparecem questões e obstáculos da linha da burocracia de uma academia. Como proceder para redimensionar uma turma
em duas contando com a anuência dos alunos? Visto que ao se matricularem saem sabendo que terão aulas de 4h continuas num
determinado dia da semana. Em que medida temos que arcar com questões jurídicas quando os alunos se sentem preteridos face a
divisão ou melhor redimensionamento? Nessa direção nos reconhecemos fazendo uma transgressão com os enquadres clássicos da
academia. Mesmo assim avançamos e procedemos a divisão da turma em duas no mesmo dia acordado e rea lizamos as
supervisões em horários alternativos acordados com cada trio de coordenação que se aglutinou.

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. Temas disparadores e textos correlatos – desde a instituição de duas turmas diferenciadas em seus propósitos apenas pelo
horário, estabeleceu-se a mesma trilha cujos “temas disparadores” deveriam os contornar. Seriam diferenciados então a partir de
suas diferenciações internas e de suas constituições como sujeitos assim como trama de vínculos se instituiria a partir de suas
relações. Na turma A que funcionou no horário das 8,30 as 10,30 seguiu-se o seguinte cronograma: 1. A ansiedade dos iniciantes; O
papel do integrante – Entregar-se para integrar-se; O grupo, fatores e vetores grupais, fases e momentos. A questão dos papeis;
Aprendizagem e comunicação – mundo interno/mundo externo, Matrizes de aprendizagem. Vinculo. A comunicação e a convivência
emocional; A escuta e o silencio; A rebelião contra o estomago. Tentativa de síntese e coesão. E o grupo B destaque-se aqui que
tais textos ainda que embasados na teoria Pichoniana foram elaborados pela docente Profª Drª Sonia Bahia e também pela Profª Drª
Denise Lemos, com o intuito de facilitar a compreensão das questões imanentes ao processo. Sendo esses de fácil compreensão e
leitura.
3. Marcos teóricos fundantes.

Pensar em subjetividade é pensar, similarmente, em história, no mínimo na história da


construção desse conceito – ou melhor, nos ‘modos de conhecimentos’ por meio dos quais esse
conceito é legitimado e construído. Isso pressupõe que há acepções diferenciadas para o termo. Um
conceito, de certa forma, expressa não apenas a explicação de um termo ou de um objeto, mas
representa toda a sua história correlata. Assim foi e é com a subjetividade, cujos enunciados permitem
um diálogo e uma consolidação de questões e, que durante certo período, passam a ser tidos como
critério de verdade e ganham adesão para a sua circulação em determinados grupos e ambientes
acadêmicos e profissionais.

Partindo-se da compreensão de que o sujeito se construiu a partir de uma trama de relações que são
sociais, é necessário que se distingam duas dimensões diferenciadas imbricadas na concepção desse
conceito – uma de ordem intersubjetiva e outra de ordem intersubjetiva, esta segunda característica
que se interliga a instância social, cultural e indenitária.

No primeiro aspecto, aquele da ordem intra-subjetiva, pode-se pensar na palavra correlata –


subjetivação, decorrente da reflexão que cada sujeito opera sobre suas vivencias e experiências. Claro
que ao fazê-lo suas referências são sempre construídas a partir de outros, mas é isso o que permite a
construção do processo de individuação, que nada tem a ver com o isolamento do individualismo, e
sim a busca incessante de reconhecimento de seus afetos e desejos, que inclui um grau de
diferenciação dos outros. Essa capacidade de reflexão e consciência de si mesmo é o que melhor
explica a noção de subjetividade, que não pressupõe uma rejeição aos laços com a sociedade e
cultura; pelo contrário, é só através de seu reconhecimento que se torna possível desenvolver
relações de identificação.

A noção de subjetividade nasce na Idade Média. Como um construto esteve atrelado à idéia
dominante do ego cogito cartesiano “categoria do registro de pensamento” (BIRMAN, 2003, p. 22).
Mas é com Freud, no início do século XX, que se passa a perceber que o sujeito é fruto de outras
instâncias, que, não são necessariamente localizáveis no nível do seu consciente. O sujeito é um ser
cuja consciência só se ilumina por causa de outra instância, o inconsciente. Isto é, o homem não é
aquilo que ele pensa, como postulava Descartes. As observações clínicas de Freud a respeito dos
histéricos principalmente, concebe que o inconsciente funciona como um arquivo, constituindo-se
numa memória secreta de traços, os quais se compõem intrinsecamente com a sexualidade e têm o
desejo como sua força motriz. Tais pressupostos permitem considerar-se que as descobertas
freudianas apontam para o que BIRMAN (2003) intitulou de descentra mento do sujeito. Ainda de
acordo com Birman (idem), ao inventar a psicanálise, Freud inverte o campo dos saberes sobre o
psíquico. Ao formular o conceito de inconsciente, desloca os registros da subjetividade para além da
consciência e do Eu.

Nesse aspecto, Freud inaugura alguns pontos relevantes que subjazem à sua idéia de sujeito. O
primeiro ponto indica a existência de um psiquismo autônomo, em alguns momentos descolados dos
acontecimentos reais, sendo que o que importa não é o fato em si, mas a dimensão afetiva de suas
vivências. O segundo diz respeito ao modelo social que Freud adota, expresso tanto em Totem e tabu
(1913), quanto em O mal estar da civilização (1930), trabalhos nos quais aponta a necessidade de que
esse sujeito abra mão de sua satisfação pulsional, para pertencer a uma ordem social, destacando o
Édipo como construtor da sociedade original.

Reconhece Freud, pois, que o sujeito é produzido e reproduzido nesse conjunto de relações que o
engendram, tendo como destino a cumprir o alargamento de seu autoconhecimento (através da
técnica da psicanálise), o que terminaria por municiá-lo de uma condição de controle e sublimação,
para sua entrada na cultura e na civilização. Observa-se, também, que Freud atribui importância
crucial à família, como instância privilegiada do engendramento do sujeito, funcionando como uma
matriz por meio da qual cada sujeito emerge de uma teia relacional.

Do ponto de vista social, na noção de sujeito há algo que precisa ser elucidado, pois é decorrente da
compreensão de que só após a sua individuação se processar é que pode a pessoa se distanciar de seu
ego e, portanto, da vida individual na direção de um outro.

Compreende-se, que a noção dos grupos é imanente ao processo civilizador e humano, dado que bem
antes de reconhecer a importância do desenvolvimento de todas as usas habilidades, o homem se deu
conta de que em grupo e com seus iguais o homem potencializava suas ações tanto no sentido de
proteger-se como de alcançar novas metas, produtos e satisfações. O estudo sobre os grupos é a
confluência de vários estudos e disciplinas, como a sociologia, a psicologia e a antropologia. Quando a
psicologia entendeu a necessidade de diferenciar o proceder estudos e experiências sobre o
comportamento dos indivíduos em grupos e na sociedade funda-se a psicologia social. delimitada na
fronteira entre a Psicologia e a sociologia. Quando Kurt Lewin (1890 – 1948), desenvolveu novas
técnicas de investigação dos processos do homem em grupo e afirmou que a técnicas e métodos
convencionais não seriam passiveis de dar conta de tal empreitada iniciou-se a investigação
sistemática dos fenômenos de grupos, através da pesquisa-ação a daquilo que passou a intitular de
“dinâmica de grupo”.

A teoria dos grupos operativos elaborada por Pichon Riviere (1907 – 1977), a partir dos referencias da
Psicanalise Kleniana e da dinâmica dos grupos, originou-se num contexto inicialmente terapêutico no
hospital das Mercedes, onde exercia naquele instante a função de psiquiatra. A reflexão que elabora
sobre a saúde mental, a aprendizagem e praxis em grupos foi de tal relevância que se constitui ate
hoje num valioso suporte para a intervenção em grupos terapêuticos ou não. Não distinguindo entre
eles, pois seu argumento é de que o fundamental num grupo a realização de uma tarefa assumido por
todo grupo na qual a resolução de situações estereotipadas é que permite a obtenção de mudanças,
admitindo inclusive que todo grupo terapêutico proporciona aprendizagem de novas pautas
relacionais como todo grupo de aprendizagem enseja a criação de um clima propicio á resolução de
conflitos, e que, portanto, é também terapêutico. (Osorio, 2003:29).

Os grupos operativos se definem como grupos centrados na tarefa ... Há técnicas grupais centradas nos indivíduos,
são os chamados psicanalíticos ou de terapia, nos quais a tarefa esta centrada sobre aquele a quem chamamos
porta-voz...,outro tipo de técnica é o grupo centrado no grupo, na analise da sua própria dinâmica, técnica
inspirada em Kurt Lewin, o qual considera o grupo como totalidade..., para nós, a tarefa é o essencial do processo
grupal; por isso nossa insistência em chamá-los grupos centrados na tarefa.( Riviere,1970).

Não pretendemos aqui exaurir toda a teoria construída pelo Dr. Pichon Riviere pois a mesma inclui
desde a concepção de desenvolvimento humano (inspirada em Piaget) ate a construção de um aporte
de entendimento da doença mental única inspirada na Psicanalise de Melanie Klein. Contudo,
compreendemos que em sua obra há fortes traços da interdisciplinaridade hoje tão discutida, posto
que além da inspiração na linha psicanalítica, também inclui discussões com o marxismo e sua
concretude e o existencialismo Sarterano. Incluindo consideração sobre a teoria sistêmica e da
Comunicação em seus aportes, de onde retira a ideia da denominação “operatividade”, da concretude
do fazer dos sujeitos com os quais lida. Além de considerar sobremaneira a inspiração de Moreno (....)
em sua técnica Psicodramática, mas mormente, a teoria sobre os papeis , os quais formam a tessitura
da trama de vínculos na interativa e dinâmica grupal. Costumava afirmar que quando operamos em
grupo estamos na realidade co-operando, nos comunicando entre os sujeitos atores de uma
determinada tarefa. E que este jogo dialético instituído através das suas tarefas é que faz ressurgir um
sujeito em processo de mudança, e nessa direção é possível se afirmar que a aprendizagem é o
linhame da Saúde Mental. Não se limitou a investigar apenas dentro de hospitais mas abarcou vários
campos práticos, como família, escola e etc. E foi inspirada em aplicação no ensino que realizamos
essa experiência que narramos.
3.1. Sobre grupos operativos no ensino

Um dos momentos chave das investigações realizadas por Pichon Riviere deu-se na experiência de
Rosário (1958), que consistiu na pesquisa-ação para preparação das equipes de trabalho em técnicas
grupais no Instituto Argentino de Estudos Sociais (IADES). Desta forma adentra também nas praticas
educativas, questionando-as em suas formas de realizarem-se.
No ensino, o grupo trabalha sobre um tópico de estudo dado, porem quando o desenvolve, se forma
nos diferentes aspectos humanos. Coloca Pichon e os adeptos dessa linha teórica, que o fator humano
tem importância primordial sendo um instrumento de todos os instrumentos. Essa abordagem opões-
se a velha ilusão tão difundida de que o melhor jeito de e realizar uma tarefa é se excluir os fatores
subjetivos, contradizendo que o mais alto grau de desempenho e eficiência só se alcança quando se
incorpora o ser humano total. Considera-se, pois, que tais grupos são ao mesmo tempo grupo de
aprendizagem e de ensino. Dado que esses são pares dialéticos e integrantes e um processo único em
permanente movimento. Não só porque quando alguém aprende tem alguém que ensina como
também em virtude do princípio, segundo o qual não se pode ensinar concretamente enquanto não se
aprende e durante a própria tarefa de ensinar. Suprime assim a proposição tradicional que diz que um
satus ensina e outro aprende. Isto provoca ansiedade, devido á mudança e ao abandono á uma
conduta estereotipada. PICHON, Bleger e outros afirmam que:

O mais importante num campo cientifico não


é o acumulo de conhecimentos adquiridos,
mas a utilização dos mesmos como
instrumentos para indagar e atuar sobre a
realidade.(Bleger, 1961)...acreditam que
todos os seres humanos tem algo a ensinar ,
algo a partilhar.. por isso se cunhou o termo
ensinagem, uma vez que integra os dois
termos- ensino e aprendizagem.

Através da utilização da técnica do grupo operativo compreende-se que o pensar do sujeito também
se revelará comprometido, pois compreende-se que o pensar do sujeito não e inofensivo, assim como
o fazer pensar também não o é. Bachelard sintetiza afirmando que pensamos contra alguém, e
acrescente-se pensamos com alguém e para alguém ou algo. Este pensar vai aos poucos criando
referencias para cada sujeito, do seu próprio mundo interno e, ao ser questionado se coloca em
marcha um processo de mudança que muitas vezes apresenta-se com ansiedade e sofrimento . Aos
poucos vamos construindo um Ecro grupal que servirá de referencia para novas situações e vividas.
A tarefa de aprender e os temas correspondentes canalizam a tenção do coordenador e dos
participantes do grupo, mas fundamentalmente o que nos interessa são os seres humanos implicados
nas mesmas.

3.2 Intervenção em processos grupais.

Uma evolução do processo de pesquisa – ação se fez paulatinamente na medida em que os


profissionais se depararam com problemas diferentes a resolver, assim como compreenderam
também que a posição e o lugar ocupado pelo coordenador/observador dos processos grupais deveria
ser aquele que embora submergido na trama da relação, deveria ser capaz do distanciamento ótimo,
que se daria através do silencio e da capacidade de ler o manifesto e também o latente assim como a
capacidade de assinalar através de perguntas capazes de transformar o dilema e paradoxo vivido nos
grupos em problemas. Esse manejo dos papeis , fala e escuta são os principais instrumentos da
intervenção psicossocial em grupos. Tem como coadjuvantes o enquadre, o qual maneja a serviço da
redução da ansiedade e amplificação do dar-se conta. Dessa forma a intervenção em grupos face a
face foi prerrogativa seguida pelo próprio Pichon, distanciando-se da interpretação psicanalítica para
criar forma de fazer o leigo na teoria num co-participe do processo de intervir. Assinalar e não
interpretar, intervir ATRAVES DE PERGUNTAS OPERATIVAS, que devem ser capazes de operar,
intensificar a comunicação e o dialogo entre os participantes. Por isso há que se ficar atento ao
momento ótimo da intervenção para promover ao dinâmica de aprendizagem e de cura.

4. Síntese do processo do grupo A – do resultado alcançado.


Só Falta eu colocar a síntese do processo de sua turma

5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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BEAUCLAIR, João (2009). Dinâmica de grupos – MOP – Metodologia de Oficinas Psicosscioeducativas.


Wak editora. RJ.

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CASTILHO, Aurea. ( 1994...2010) Dinâmica do trabalho em, grupo. Qualitymark. RJ. 5ª reimpressão.

CUNHA e LEMOS, Denise ( 2010). Grupos: o poder da construção coletiva. Ed Qualitymark. RJ.

FLERY E MARRA. (ORGS) ( 2005). Intervenções Grupais nas organizações. Ed. Agora. SP.

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editorial. Buenos Aires. Argentina

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MAILHOT, Gerald. (...). Dinâmica e Gênese dos grupos.. Ed livraria Duas


Cidades.

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PICHON RIVIERE,( 1998) . O processo grupal. Ed. Martins fontes. SP

QUIROGA, Ana ( 2009). Proceso de Constituicion del Mundo Interno. Ed, Cinco. Argentina

_________________,( 2012) Matrices de aprendizagem constituicion del sujeito em el processo de


conocimento. Ed. Cinco. Argentina.

Textos da Escola de Psicologia Social de Pichon Riviere. Veiculados pelo Núcleo de Psicologia Social da
Bahia, alguns construídos por Sonia Bahia e outros por Denise Lemos

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