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INTEGRAÇÃO
Resumo
1
Pedagoga, Especializanda em Psicopedagogia. E-mail: fran-blz@yahoo.com.br. .
2
Pedagoga, Especializanda em Psicopedagogia. E-mail: hellenpaixao@yahoo.com.br
3
Pedagoga, Especializanda em Psicopedagogia. E-mail: pmanfre@hotmail.com
4
Pedagoga, Especializanda em Psicopedagogia. E-mail: susan_prince@hotmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
O que significa dizer que a Psicopedagogia foi criada, para atender as crianças com
dificuldades de aprendizagem, porém, com o passar do tempo, perceberam que “o espaço da
Psicopedagogia não podia se restringir aos consultórios, mas que deveria se estender às
instituições que promovem aprendizagem, visando principalmente a prevenção de
dificuldades no processo de aprender” (BARBOSA, 2001, p.19).
A princípio, a Psicopedagogia só ocorria no espaço da clínica, mas com o passar do
tempo, foi necessário ampliar sua ação, para o âmbito das instituições, com o objetivo de
desvelar a modalidade de aprendizagem institucional, visando principalmente a prevenção dos
obstáculos no processo de aprendizagem do grupo.
Psicopedagogia Institucional
Metodologia
O ponto de partida para o estudo de caso foram os motivos apresentados pela gestão,
que foram a dependência dos funcionários em relação à proprietária/gestora e a falta de
formação continuada dos mesmos. Em um primeiro momento elaboramos um esquema de
investigação, o qual envolveu diferentes grupos que compõem a instituição, buscando uma
visão mais ampla de seu funcionamento. Assim, com o objetivo de conhecer como a
Instituição aprende, como funciona, além de identificar a origem dos sintomas apresentados
pela mesma, fizemos uso dos seguintes instrumentos de pesquisa: Entrevista Operativa
Centrada no Modelo Ensino-Aprendizagem (E.O.C.M.E.A), grupo com atitude operativa
(ambos propostos pela teoria utilizada), observação da rotina no turno da manhã, entrevistas
com colaboradores, morador e administrador, análise do site da Instituição e entrevista
histórica com a gestão da instituição.
Por meio de tais instrumentos foi possível identificar as causas dos motivos
apresentados e o modo como as relações vinculares entre os integrantes pertencentes à
instituição são estabelecidas, o que viabilizou a elaboração do projeto de intervenção e a
indicação de formas de atuações possíveis, a fim de amenizar e extirpar os sintomas
apresentados.
como título “construam juntas a idosa que vocês querem ser”, utilizando materiais como papel
pardo, canetas, lápis e papeis coloridos, lãs, purpurina, etc.; e foi realizada com um grupo de
oito colaboradoras de diferentes funções. Para análise dos resultados, foi utilizado o Cone
Invertido de Pichón-Rivière (1994) com o objetivo de medir os termos dinâmicos e avaliar o
grupo durante a realização de uma tarefa, pois segundo o autor, as situações de mudança, sem
exceção, geram ansiedade, e estas produzem os medos básicos de sentimento de perda e de
ataques implícitos nas relações, que podem vir a se tornar ruídos na comunicação. Assim, há
algumas maneiras de comunicação, as quais, dependendo de como a mensagem chega ao
receptor, podem gerar obstáculos ou aproximar afetivamente a aprendizagem, por isso, deve
ser realizada com discernimento. Tal instrumento é composto de seis vetores de análise:
pertença, cooperação, pertinência, comunicação, aprendizagem e telê. A integração desses
elementos levará o grupo à mudança. Desta forma chegamos aos seguintes resultados:
Pertença: é o sentimento de pertencer à dinâmica grupal, o sentir-se parte do grupo. Neste
caso, notamos como negativa, pois não houve participação efetiva das oito colaboradoras,
onde uma não colaborou durante a construção da tarefa.
Cooperação: refere-se à parte do agir com outro, da capacidade de se colocar no lugar do
outro. O grupo apresentou-se de forma negativa, pela falta de colaboração e pela execução
da atividade não ser realizada por todas as pessoas do grupo.
Pertinência: está ligada à realização e eficácia da tarefa. O grupo realizou a consigna
proposta, entretanto, sem o trabalho de todos, logo este vetor também se mostrou
negativo;
Comunicação: representa o intercâmbio de informações e sentimentos que são veiculados
no interior do grupo. O grupo apresentou uma comunicação madura entre as participantes;
Aprendizagem: é a apreensão instrumental da realidade. O grupo permaneceu na transição
entre a pré-tarefa e a tarefa, não atingiu o objetivo proposto;
Telê: significa a distância afetiva que o grupo toma para a realização da tarefa, do
coordenador e do grupo. Observamos um positivo do grupo, devido à afinidade entre as
colaboradoras.
A análise do cone invertido mostrou que as queixas apresentadas pela Instituição de
dependência dos colaboradores e Após a análise do cone invertido foi possível organizar o
primeiro sistema de hipótese, :
Dimensão estrutural: gestão centralizadora, autoritária e narcísica – hipótese levantada
a partir do primeiro contato com a gestão, por meio de relatos da própria gestora, ex:
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“isso aqui é 90% da minha vida”; relação simbiótica entre gestores e colaboradores,
evidenciada por uma necessidade de aprovação, de recompensa e de dependência, ex:
“precisam de mim até para desligar a televisão”, “temos uma relação de amigas, não
me vêem como chefe”; falta de pró-atividade dos colaboradores – ex: durante a
execução da dinâmica, foi necessário que uma das colaboradoras fosse chamada, pelas
colegas, para a realização da tarefa diversas vezes, pois não estava cooperando com o
grupo, o mesmo ocorreu durante o grupo com atitude operativa, que consiste em o
grupo discutir sobre a tarefa realizada anteriormente.
No que tange as demais dimensões, a instituição mostrou-se da seguinte forma:
Dimensão da interação: boa aceitação da comunidade (moradores e familiares) – ex:
grande parte da clientela é proveniente do entorno onde a instituição está localizada;
local acessível – não há horário de visitas definido, familiares e amigos podem visitar
os moradores a qualquer hora do dia, desde que esteja na relação de visitas permitidas;
vínculo positivo do grupo – os colaboradores relataram gostar do ambiente de trabalho
e da equipe, ex: “o grupo daqui é maravilhoso, amo trabalhar neste lar.”.
Dimensão do conhecimento: profissionais experientes – maioria dos colaboradores
possui experiência profissional anterior; preocupação com o resultado final do
trabalho – ex: durante a execução da dinâmica na E.O.C.M.E.A, a seguinte frase
repetiu-se algumas vezes: “ela deve ficar linda, é uma idosa muito chique!”; indício de
uma aprendizagem escondida, por um medo aparente de expor o conhecimento – ex:
durante o Grupo com Atitude Operativa, alguns membros do grupo não se expuseram,
ou apenas concordaram com opiniões dadas anteriormente, evitando dar uma opinião
própria.
Dimensão funcional: boa organização de espaços e tempo – todo o ambiente pareceu
ser muito limpo e organizado; bom planejamento – há escalas de trabalho e horários
espalhados pela instituição; qualidade na prestação de serviço – o trato e zelo para
com as moradoras são visíveis; ausência de rotina da gestão – não há horários
definidos de permanência da gestão, que acarretava em carga horária superior às 10h
diárias.
Para validação das hipóteses apresentadas acima, buscou-se por instrumentos de
pesquisa que levantassem os sentimentos de pertença dos colaboradores e moradores em
relação à instituição, por meio de entrevistas; bem como observação da rotina dos
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Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Estado de São Paulo. Assembleia Legislativa. Lei nº 10.891, de 20 de setembro 2001. São
Paulo, 2001. Disponível em: http://www.abpp.com.br/integra-da-lei-10891-de-20-de-
setembro-de-2001. Acesso em: 19/07/2015.