Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A FORMAÇÃO DO CONCEITO
DE SOBERANIA
a história de um paradoxo
a história de um paradoxo
2014
Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira César — São Paulo — SP Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CEP 05413-909 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
PABX: (11) 3613 3000
SACJUR: 0800 055 7688 Silveira, Vladmir Oliveira da
De 2ª a 6ª, das 8:30 às 19:30 Direitos humanos : conceitos, significados e funções /
saraivajur@editorasaraiva.com.br Vladmir Oliveira da Silveira, Maria Mendez Rocasolano. —
Acesse: www.editorasaraiva.com.br/direito São Paulo : Saraiva, 2010.
1. Direitos humanos 2. Direitos humanos (Direito
Filiais internacional) I. Rocasolano, Maria. II. Título.
AMAZONAS/RONDÔNIA/RORAIMA/ACRE
Rua Costa Azevedo, 56 – Centro 10-03527 CDU-347.121.1
Fone: (92) 3633-4227 – Fax: (92) 3633-4782 – Manaus
BAHIA/SERGIPE Índice para catálogo sistemático:
Rua Agripino Dórea, 23 – Brotas
Fone: (71) 3381-5854 / 3381-5895 1. Direitos humanos : Direito civil 347.121.1
Fax: (71) 3381-0959 – Salvador
BAURU (SÃO PAULO)
Rua Monsenhor Claro, 2-55/2-57 – Centro
Fone: (14) 3234-5643 – Fax: (14) 3234-7401 – Bauru
CEARÁ/PIAUÍ/MARANHÃO
Av. Filomeno Gomes, 670 – Jacarecanga
Fone: (85) 3238-2323 / 3238-1384
Fax: (85) 3238-1331 – Fortaleza
DISTRITO FEDERAL
SIA/SUL Trecho 2 Lote 850 – Setor de Indústria e Abastecimento Diretor editorial Luiz Roberto Curia
Fone: (61) 3344-2920 / 3344-2951
Gerente editorial Thaís de Camargo Rodrigues
Fax: (61) 3344-1709 – Brasília
Editora assistente Olivia de Quintana Figueiredo Pasqualeto
GOIÁS/TOCANTINS
Av. Independência, 5330 – Setor Aeroporto Produtora editorial Clarissa Boraschi Maria
Fone: (62) 3225-2882 / 3212-2806 Preparação de originais
Fax: (62) 3224-3016 – Goiânia Arte e diagramação Isabela Agrela Teles Veras
MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSO Revisão de provas
Rua 14 de Julho, 3148 – Centro
Fone: (67) 3382-3682 – Fax: (67) 3382-0112 – Campo Grande
MINAS GERAIS
Serviços editoriais
Rua Além Paraíba, 449 – Lagoinha
Fone: (31) 3429-8300 – Fax: (31) 3429-8310 – Belo Horizonte Capa William de Paiva Rezende
PARÁ/AMAPÁ Produção gráfica Marli Rampim
Travessa Apinagés, 186 – Batista Campos Impressão
Fone: (91) 3222-9034 / 3224-9038
Fax: (91) 3241-0499 – Belém Acabamento
PARANÁ/SANTA CATARINA
Rua Conselheiro Laurindo, 2895 – Prado Velho
Fone/Fax: (41) 3332-4894 – Curitiba
PERNAMBUCO/PARAÍBA/R. G. DO NORTE/ALAGOAS
Rua Corredor do Bispo, 185 – Boa Vista
Fone: (81) 3421-4246 – Fax: (81) 3421-4510 – Recife
RIBEIRÃO PRETO (SÃO PAULO)
Av. Francisco Junqueira, 1255 – Centro
Fone: (16) 3610-5843 – Fax: (16) 3610-8284 – Ribeirão Preto
RIO DE JANEIRO/ESPÍRITO SANTO
Rua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119 – Vila Isabel
Fone: (21) 2577-9494 – Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 Data de fechamento da edição: xx-x-20xx
Rio de Janeiro
RIO GRANDE DO SUL Dúvidas?
Av. A. J. Renner, 231 – Farrapos Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito
Fone/Fax: (51) 3371-4001 / 3371-1467 / 3371-1567
Porto Alegre Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
SÃO PAULO ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva.
Av. Antártica, 92 – Barra Funda A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e
Fone: PABX (11) 3616-3666 – São Paulo punido pelo artigo 184 do Código Penal.
074.146.001.001
Nietzsche
Apresentação .................................................................................... 25
1. O
problema da fundação e o pressuposto evolutivo da semântica
da soberania .................................................................................. 29
Formação do conceito de soberania – 8ª PROVA – 1-4-2015 – m5/2/8/5/5/7/5/2
– 11 –
– 13 –
– 14 –
– 15 –
– 16 –
– 17 –
– 18 –
– 19 –
– 20 –
– 21 –
mente se veria aquilo que não pode ser visto porque cega, isto é,
a unidade da diferença, mas também porque se veria que o ab-
soluto é algo que é sensivelmente suprassensível, ver-se-ia exatamen-
te aquilo que o poder deve reprimir, a materialidade daquilo que
é imaterial, a usurpação da realidade daquilo que se sublima na
invenção da própria natureza divina.
Então, o povo veria que se torna soberano quando não tem
nenhum poder, ou melhor: que ele se torna soberano apenas após
ter se tornado um conceito jurídico, uma artificialidade. E que a
sua miserável reivindicação da mais alta soberania, não só é des-
provida de sentido, mas implica uma artificialidade ainda mais
marcada. Então, poder-se-ia ver que a história que se faz por si,
na realidade, como história do paradoxo, é narrativa de outra
coisa que não si mesma, é narrativa daquilo que deve ser manti-
do na exclusão porque, diversamente, não poderia funcionar nem
mesmo o paradoxo e o seu ocultamento, porque esse explodiria
contra si mesmo. É por isso que a história do paradoxo é a histó-
ria de como se produzem formas que produzem formas que
produzem formas, como escreve Juliana Neuenschwander Ma-
galhães: unidade de distinções que ocultam unidade de distinções.
Numa linguagem mais precisa, aquela história é uma narrativa
das discriminações que ocultam discriminações que ocultam dis-
– 22 –
nia está por detrás da teoria das fontes. Assim como na teologia,
do outro lado. Aos teóricos modernos da soberania, aqueles que
aspiram à realização de novas soberanias, à afirmação de novos
lugares, de novas colocações, de novas expansões da soberania,
com o reconhecimento de novos sujeitos da soberania, poder-se-ia
sugerir que procurassem primeiro a posição do sol. Que, natural-
mente, não pode ser observado.
Poderíamos continuar. Mas preferimos deixar para o leitor a
curiosidade de ler com os seus olhos a história da repressão da-
quilo que não deve ser visto.
Raffaele De Giorgi
– 23 –
– 25 –
– 26 –
– 27 –
– 29 –
– 30 –
– 31 –
4 “Ao senhor rei, por sua arte senhor e também arcebispo” S. Eng. Leg,
1290. Cit. The Oxford English Dictionary, A New English Dictionary on Histori-
cal Principles, v. X. Oxford: Clarendon Press, 1933, p. 487.
5 Conforme observa Ari Marcelo SOLON, os romanos não conheceram
o conceito de soberania, ainda que a ideia imperial de Roma tivesse de-
sempenhado um papel crucial na tradição deste conceito: “O direito ro-
mano outorgava majestas, imperium e potestas ao populus Romanus, cujo
direito de representação era exercido simultaneamente pelo Princeps e
pelo Senado” (SOLON, 1997: 21).
– 32 –
– 33 –
– 34 –
– 35 –
– 36 –
– 37 –
– 38 –
– 39 –
– 40 –
que podem ser lidas no testamento do rei São Luís, com as quais
encomenda a Felipe, seu filho e sucessor, que antes de tudo se
esforce em respeitar e honrar a Igreja. Mas, por outro lado, ocor-
reu também que o poder temporal derrogara alguns direitos do
poder espiritual, dado que desde o século VI, ao tempo de São
Gregório, o Grande, os imperadores pretendiam que um papa
eleito canonicamente não pudesse ascender à Santa Sé sem ter
antes obtido deles sua confirmação15.
– 41 –
– 42 –
17 “Pour che que nous parlons en che Livre pluriex de Souverain, & de
che que il puet & doit fere aucunes perſonnes ſi pourroient entendre pour
che que nous ne nommons ne Duc ne Comte, que che feuſut dou Roy,
mês en tous les liex là ou li Rois neſt pas nommés, nous entendons de
chaus qui tiennent em Baronnie, car chaſcuns des Barons ſi eſt Souverains
en ſe Baronnie” (BEAUMANOIR, 1690: 181).
18 “Voirs eſtt que li Roys eſ Souverains par deſſus de fon droit le general
garde dou Roiaume, parquoi il puet fere tex Eſtabliſſements comme il li
pleſt pour le quemun pourfit, & che que il etabliſt i doit eſter renu, & ſi
nen i a nul li grant defous li qui ne puiſt eſter trais en ſe Cour pour defau-
te de droit ou de faus jugements, & pour tous le cas qui touquent au Roy
& pour che que il eft Souverains par deffeut tous, nous le nommons quant
nous parlons d’aucune Souverainité qui a li touche” (BEAUMANOIR,
1690: 181).
19 O rei que no seu reino não reconhece superior é imperador.
20 “Un momento di eccezionale importanza per la storia della formola è
segnato dalla sua apparizione nelle fonti scientifiche dell’Italia meridio-
– 43 –
nale, e soprattutto nella più antica che a me fin ora sia riuscito di segan-
lare, il proemio di Marino da Caramanico al ‘Liber Constitutionum ‘ di
Federico II” (CALASSO, 1958: 125). Calasso discorda das teses, como a
de Ercole, que afirmam a prioridade de fontes francesas em relação às
italianas.
– 44 –
– 45 –
na teologia medieval.
Por outro lado, no período medieval, em que poder e direito
eram relativamente indiferentes um ao outro, já existia a neces-
sidade de um vínculo jurídico ao poder, ainda que, naquele con-
– 46 –
– 47 –
– 48 –
– 49 –
– 50 –
– 51 –
– 52 –
– 53 –
– 54 –
– 55 –
– 56 –
– 57 –
– 58 –
que, por sua vez, define-se como o âmbito onde um senhor exer-
ce sua soberania, ou seja, sua “superioridade”, manifestando-se
como seu poder de governar e fazer leis.
Esse paradoxo levou à necessidade de que, nos séculos se-
guintes, fosse superada a noção de um rei “senhor feudal”, pas-
sando-se à afirmação deste enquanto “senhor da lei” (sires de la
loy)40 e não mais de um território. Naquele momento, a socieda-
de sofre a passagem da estratificação característica da Idade Média
– 59 –
– 60 –
– 61 –
– 62 –
– 63 –
– 64 –
– 65 –
– 66 –
54 “Legal science also made repeated use of the rules of feudal law, even
in the field of public law in those cases (for example) where there was an
attempt to formulate the legal relationship between sovereignty and ter-
ritory; at the same time, Roman law sources were used in feudal law even
for the formulation of certain feudal rules. More generally, emphasis has
been rightly placed on the close ties existing in England and in France
between feudal structures and the structures of the state, with particular
regard to the personal nature of the ties with which the sovereign bound
to himself (and consequently to the service to the state) both those indi-
viduals who were in his confidence and bodies such as the privy Council.
Nor should we forget that the contractual theory of the modern state – that
of being based fundamentally on an agreement or ‘pact’ between sovereign
and subjects-citizens – has some roots in the feudal contract” (PADOA-S-
CHIOPPA, 1997: 345).
– 67 –
– 68 –
and is found among the motives underlying the political decisions made
by citizen assemblies and by the other organs of government; but , above
all, it was given greater worth in the interpretative reasoning of the jurists,
which constituted the argumentative and legal basis of the decisions, both
administrative and judicial” (SBRICCOLI, 1997: 44).
– 69 –
– 70 –
– 71 –
conjunto dos cidadãos pode observar uma lei imposta por eles
mesmos”. O que permite concluir: “a coerção enraiza-se na so-
berania do povo” (QUILLET in MARSÍLIO, 1968: 99). Portanto,
é o artifício de um povo legislador – o legislador é o povo porque
este é o único que pode limitar a si mesmo – que funda a unida-
de da vida política e, logo, a desejada “autonomia” das comuni-
dades particulares. Escreve Marsílio que esta é uma unidade “de
ordem”, uma unidade de homens que se dizem um, não porque
formalmente sejam um, mas sim porque são um em relação a
uma unidade quanto ao número62.
A novidade desta tese de que os cidadãos constituem a uni-
dade política, consequentemente, corresponde à formulação de
– 72 –
– 73 –
– 74 –
– 75 –
– 76 –
– 77 –
– 78 –
– 79 –
74 “Just as the king was elect by the people, in the same way he could
– 80 –
be deprived of his power by the people: the deposition of the king was a
matter for the people” (ULMANN, s/d: 203-204).
75 “Cum igitur jus quod habent Romani super imperium sit jus humanum
positivum. Non absque consensu expresso vel tacito totius universitatis
mortalium” (OCKHAM, Guilherme. Dia. III, tr.2, I, 1, c. XXIX, apud CRO-
SA, 1915: 38).
76 Skinner anota que isso “pode parecer paradoxal”, tendo em vista o
fato de que o Digesto tantas vezes fora invocado para legitimar o poder
absoluto dos governantes sobre os governados. Observa, a este propósito,
uma outra maneira de se usar a autoridade do direito romano para fun-
damentar uma posição constitucionalista, mediante uma adaptação de
argumentos de direito privado que justificassem o emprego da violência.
Era o caso da lei canônica que tratava dos juízes injustos, quando se pro-
cura saber “se é legítimo resistir a um juiz que está procedendo injusta-
mente”. A essa questão respondeu o Papa Inocêncio IV, dizendo que “se
um juiz procede de forma injusta em um caso que não é de sua jurisdição
(...) pode-se de fato resistir-lhe com violência”, da mesma forma que,
ainda segundo o Papa, “se um juiz causa uma injúria a alguém”, é lícito
“opor-lhe, impunemente, uma resistência violenta” (SKINNER, 1996:
404-405).
– 81 –
– 82 –
77 “Thought in almost all lands use is made of the leges and the jus
scriptum, England alone uses unwritten law and custom. There law de-
rives from nothing written [but] from that usage has approved” (BRAC-
TON, 1968: 19).
78 A esse propósito, escreve RADBRUCH que “(...) l’intera vita costitu-
zionale ha anche i suoi fondamenti positivi nel Common Law. In esso ha
le sue radici la monarchia: “Lex facit, quod ipse iste rex” (la legge fa sì che
egli sia re) scrive BRACTON, e Francis BACON chiama la regina Elisabet-
ta “a common law Queen” (una regina di diritto comune). L’Inghilterra
ha conservato questa concezione propria del diritto germanico anche
quando l’assolutismo continentale fece suo il principio romano del “prin-
ceps legibus solutus” (il principe sta sopra la legge). Il principio “The king
can do no wrong” (il re no può commettere ingiustizie) è solo un’equi-
voca formulazione del principio che il re, nel caso che violi il diritto, non
può essere punito e nel processo civile non può essere chiamato in giu-
dizio attraverso una citazione, ma tutt’al più nei singoli casi con una
‘petition of right’“ (RADBRUCH, 1962: 26).
– 83 –
– 84 –
81 “The king must not be under man but under God and under the law,
because laws makes the king, [Let him therefore bestow upon the law
what the law bestows upon him, namely, rule and power.] for there is no
rex where will rules rather than lex” (BRACTON, 1968: 33).
82 “And that he ought to be under the law appears clearly in the analo-
gy of Jesus Christ, whose vicegerent on earth he is, for though many ways
were open to Him for his ineffable redemption of the human race, the
true mercy of God chose this most powerful way to destroy the devil’s
work, he would use not the power of force but the reason of justice”
(BRACTON, 1968: 33).
83 Neste sentido, observa Kantorowicz: “Parece que a ênfase exagerada
(...) da máxima bractoniana, lex supra regem, levou a obscurecer indevi-
damente o aspecto oposto da doutrina de Bracton: ‘o rei acima da Lei’.
Não é preciso dizer que a condição do rei ‘acima da Lei’ era, em si mesma,
perfeitamente ‘legal’ e garantida pela Lei. Seus direitos supralegais, ser-
vindo ‘àquelas coisas que pertencem à jurisdição e à paz’ e sua proteção,
eram garantidos ao rei pela própria Lei” (KANTOROWICZ, 1998: 103).
84 “Quando o príncipe, no começo do diálogo, consulta seu chanceler
sobre a oportunidade de concentrar-se no estudo do direito civil, o minis-
tro lhe responde sem mais rodeios que o direito romano, como um todo,
é completamente avesso à natureza ‘política’ da constituição inglesa. (...)
O chanceler recomenda ao seu príncipe que se concentre inteiramente
no estudo dos costumes e estatutos ingleses, e que considere todas as leis
– 85 –
humanas, [quer] costumes, [quer] estatutos, a não ser que não desperte
qualquer dúvida seu status de leis naturais. Faz-se nesse momento o
elogio das leis costumeiras, com base no argumento (que mais tarde seria
reiterado por sir Edward Coke e, séculos depois, de novo por Burke) de
que são perfeitamente adaptadas às peculiaridades da situação inglesa,
enquanto os poderes do Parlamento são defendidos dando-se por razão
que, sempre que é aprovado um estatuto, todo inglês está representado”
(SKINNER, 1996: 335-336).
85 “And just as in the body natural, as the Philosopher said, the heart is
the first living thing, having in itself the blood which in sends forth to all
the members, whereby they are quickened and live, so in the body poli-
tic the intention of the people is the first living thing, having in it the
blood, namely, political provision for the interest of the people, which it
transmits to the head and all the members of the body, by which the body
is nourished and quickened” (Fortescue, 1997: 20-21).
– 86 –
se oculta um paradoxo.
Mas, contrariamente a tantos quantos o precederam, Fortes-
cue demonstra ter uma aguda consciência do caráter tautológico
de suas teses, fazendo remissão a Aristóteles, neste passo, para
reafirmar que Any principle is its own ground for holding it (Fortes-
cue, 1997: 15). Para o autor inglês, na raiz de todo princípio
fundante do governo e do direito, e mesmo daquele que aponta
o direito inglês como obra do povo inglês, encontramos um pa-
radoxo. Uma passagem do escrito In praise of the laws... é, aqui,
particularmente interessante e esclarecedora. Nela, Fortescue
narra o diálogo de um jovem príncipe, futuro rei da Inglaterra,
e seu preceptor.
– 87 –
87 “(…) two things afflict my mind and puzzle me, just as a boat in
troubled waters knows not wither to direct its bows. One is that when I
recollet how many years students in the curricula of the law devote to
their stude before they attain to an adequate expertise therein, I fear lest
I mayself spend the years of my youth in the same way. The second is
whether I shall devote myself to the study of the laws of England or of
the civil laws which are renowned throughout the world. For the people
should not be ruled by any save the best laws; as Aristotle says, ‘Nature
always covets the best. Hence I should willingly pay heed to your advice
in these things’” (Fortescue, 1997: 13).
88 Sobre o caráter paradoxal dos princípios gerais do direito, ver
NEUENSCHWANDER M. O uso criativo dos paradoxos do direito: a aplicação
dos princípios gerais do direito pela Corte de Justiça Europeia. Dissertação
de mestrado. Florianópolis: UFSC, 1994.
89 “These principles, indeed, are not discerned by force of argument nor
by logical demonstrations, but they are arrived at, as it is taught in the
second book of the ‘Posteriora’, by induction through the senses and the
memory” (Fortescue, 1997: 15).
– 88 –
– 89 –
– 90 –
– 91 –
– 92 –
– 93 –
– 94 –
– 95 –
– 96 –
– 97 –
– 98 –
– 99 –
– 100 –
– 101 –
tornam, tentando alçar seu derradeiro voo. Mas até onde se pode
voar com a noção de soberania popular?101 E, afinal de contas,
quem é o soberano?
101 “One says the Owl of Minerva begins its flight at twilight. But how
high can she fly? (...) And if one just lets the owl quod omnis tangit fly,
why not another owl?” (LUHMANN, 1998).
– 102 –
– 103 –
– 104 –
– 105 –
– 106 –
– 107 –
– 108 –
– 109 –
– 110 –
– 111 –
9 O que leva Léon Duguit, no século XX, a dizer que “Il est absolument
impossible d’expliquer humainement la souveraineté de l’État” (DUGUIT,
1927: 552).
– 112 –
– 113 –
– 114 –
– 115 –
– 116 –
– 117 –
– 118 –
– 119 –
– 120 –
– 121 –
25 Cf. MEINECKE, Die Idee der Staatsräson in der neuren Geschite, obra
apresentada e discutida por Michael Stolleis, no artigo L’idée de la raison
d’Etat de Friedrich Meinecke el la recherche actuelle (ZARKA, 1994). Essa
também é a opinião de Rodolfo de Mattei, que no entanto salienta que,
embora a essência da noção de “razão de Estado” esteja presente no pen-
samento de Maquiavel, o termo não aparece nos textos do secretário
florentino (MATTEI, 1979: 5). Contra esta tese afirma Vasoli que, exata-
mente por desconhecer o conceito de soberania, “comme principe et
fondement du pouvoir, raison véritable de son autorité et du caractère
nécessaire des dérogations aux ordennances légitimes et au système legal“,
Maquiavel não pode ser considerado o precursor das teorias da razão de
Estado dos séculos XVI e XVII (ZARKA, 1994: 50).
26 Maquiavel assume que “o povo pede minimamente para não ser
oprimido”, mas com isso nada mais faz que atribuir ao povo um papel
também minimamente relevante na vida política, embora sempre no
sentido de evitar-se a opressão.
– 122 –
– 123 –
– 124 –
– 125 –
– 126 –
– 127 –
– 128 –
– 129 –
– 130 –
– 131 –
– 132 –
– 133 –
2.2.3 Por outro lado, em outra vertente que irá evoluir tam-
bém na formulação da moderna noção de soberania, “direito de
resistência” é um conceito que designa outra possível solução para
o problema da tensão, manifestada já no tardo-medievo, entre
indiferença e diferença do direito e da política. Quando a tensão
entre unidade e diferença de direito e política resolve-se pela
supremacia do direito em face da política, tem-se a afirmação do
“direito de resistência”, que se desenvolve, ora como fundamen-
to, ora como decorrência, da construção da soberania como so-
berania popular.
– 134 –
– 135 –
– 136 –
– 137 –
– 138 –
– 139 –
– 140 –
– 141 –
– 142 –
– 143 –
– 144 –
– 145 –
– 146 –
51 Bouchet insiste naquilo que se deve entender, então, por povo: não
“la populace indisciplinée et turbulente dans laquelle on reconnâit le
monstre à plusieurs têtes”, mas sim “une multitude prudente légitimement
rassemblée” (cf. BURNS, 1997: 204).
52 “(...) le roi fait partie du peuple, e non le peuple du roi, et [que] le roi
e le peuple ne doivent pas être considérés comme des entités séparées,
mais que le pacte avec Dieu les deux ensemble” (cf. BURNS, 1997: 205).
– 147 –
– 148 –
– 149 –
– 150 –
– 151 –
– 152 –
– 153 –
59 “Wurde man es früher zulassen, sagt Althusius, dann wäre das Heil-
mittel schlimmer als die Krankheit“ (STOLLEIS; 1996: 19).
60 Definido por Althusius como “the process by which the ephors impe-
de the tyranny of the supreme magistrate by word and deed” (ALTHUSIUS,
1964: 187).
– 154 –
– 155 –
– 156 –
– 157 –
– 158 –
63 É assim que se diz que “il processo di formazione dello Stato sovra-
no d’età moderna sembrava poi aver completamente sospeso la vitalità
e la legittimità del diritto di resistenza con le sue pretese di stabilire
nuove categorie più adeguate alla realtà politica dei tempi. Che la pra-
ticabilità e la pensabilità del diritto dir esistenza non fossero, però, stati
completamente cancellati era stata la sorprendente scoperta derivante
dall’esperienza della resistenza tedesca del 20 luglio 1944” (DE BENE-
DICTIS, 2000: 19).
– 159 –
– 160 –
– 161 –
– 162 –
– 163 –
– 164 –
– 165 –
– 166 –
– 167 –
– 168 –
– 169 –
– 170 –
– 171 –
– 172 –
podem navegar pelo Novo Mundo, sendo livres para comerciar com os
bárbaros. Estes últimos, por sua vez, não podem proibir aos espanhóis de
realizar seu comércio, ao passo que estes o podem fazer em relação a
outros povos cristãos: “Los principes están obligados por derecho natural
a amar a los españoles; luego no les es lícito, si puede hacerse sin el pro-
prio daño, prohibirles sin causa alguna disfrute de bienes de aquellas
regiones. (...) Porque parece que obráran contra aquel proverbio que dice:
‘no hagas a otro lo que quieres que no te hagan a ti’. Y en suma es cierto
que no pueden los barbaros prohibir a los españoles su comercio, más que
los cristianos lo puedan prohibir a otros cristianos” (BOTELLA, CAÑEQUE,
GONZALO, 1994: 152).
82 A doutrina escolástica, ao mesmo tempo, antecipou aquelas teses
contratualistas que nos séculos posteriores encontraram sua fortuna, já
naquele período também defendidas pelos monarcômacos franceses e
pelos protestantes da Inglaterra e Escócia, sob a inspiração do direito
germânico. Assim, em Francisco de Vitoria, a exemplo de outros jesuítas
espanhóis, como Suàrez e Molina, estão presentes tanto teses contratua-
listas quanto teses “constitucionalistas”: o poder é confiado ao rei pela
República da comunidade, e o rei, ainda que possua a faculdade de fazer
as leis, encontra-se vinculado por suas próprias leis: “como nos pactos;
cada um é livre para estipular um pacto, mas depois deve respeitar-se
aquilo que foi pactuado” (VITORIA, Relectio de potestate civili apud
FASSÒ, 1982: 59).
– 173 –
– 174 –
– 175 –
– 176 –
– 177 –
– 178 –
– 179 –
– 180 –
– 181 –
11 “Si donc le Prince fouuerain eft exempt des loix de fes predeceffeurs,
beaucoup moins feroit il tenu aux oix & ordennaces qu’I fait: car on peut
bien receuoir loy d’autruy, mais il eft impoffible par nature de fe donner
loy, non plus que comander à foy mefme chofe qui defpéde de fa volon-
té, come dit la loy, Nulla obligatio confitere poteft, quae à voluntate promitten-
tis ftatum capit: qui eft vne raifon neceffaire, qui moftre euidemment que
le Roy ne peut eftre sujet a fes loix.”
12 “il faut que ceux-là qui font fouuerains, ne foient aucunement fugets
aux comandements d’autruy, & qu’ils puiffent donner loix aux fuets, &
caffet ou aneantir les loix inutiles, pour en faires d’autres: ce que ne peut
faire celuy qui eft fuget aux loix, ou à ceux qui ont commandement fur
luy” (BODIN, 1578: 96).
– 182 –
– 183 –
– 184 –
13 “Der Souverän ist Herr der Gesetze, nicht Herr des Rechts“ (QUA-
RITSCH, 1986: 53).
14 O trecho de Hobbes é bastante conhecido, mas merece ser reproduzi-
do: “The Law of Nature, and the Civill Law, contain each other, and are
of equall extent. For the Lawes of Nature, which consist in Equity, Justi-
ce, Gratutude, and other morall Vertues on these depending, in the con-
dition of meer Nature (as I have said before in the end of the 15th Chap-
ter,) are not properly Lawes, but qualities that dispose men to peace, and
to obedience. When a Common-wealth is once fettled, then are they
actually Lawes, and not before as being then the commands of the Com-
mon-wealth, and not therefore also Civil Lawes: For it is the Soveraign
Power that obliges men to obey then” (HOBBES, 1651: 138).
– 185 –
15 “(...) car c’eft vne loy diuine & naturelle, d’obeïr aux edits & ordon-
naces de celuy à qui Dieu a dóné la puiffance fur nous: si les edits n’eftoient
directement contaires à la loy de Dieu, qui eft par deffus tous les princes”
(BODIN, 1578: 111).
16 “Certo Bodin non assegna a nessuna autorità terrena il compito di far
valere la legge divina e naturale su un sovrano regnante ma la sua affer-
mazione della soggezione totale dei principi sovrani a una leggi superior
è troppo netta e decisa per poter essere trattata come marginale o secon-
daria. Leggi di Dio e leggi della natura sono essenziale alla sua teoria
della sovranità politica. Ma quali sono le leggi della natura? Come le ri-
conosceremo? Che forza vincolante possiedono? E perché mai un princi-
pe privo di ogni legame e svincolato da ogni autorità superiore dovrebbe
accettare dei vincoli cosí fastidiosi?” (HOLMES, 1998: 156).
– 186 –
– 187 –
– 188 –
– 189 –
– 190 –
– 191 –
– 192 –
– 193 –
– 194 –
– 195 –
28 Suàrez afirma ser esta uma tese comum entre os teólogos, de acordo
com Santo Tomás, bem como entre os juristas, citando Bartolo e vários
outros (SUÀREZ, Defensa, 1970: 330).
– 196 –
– 197 –
30 “le Droit de ntuare étant immuable, Dieu n’a pu rien établir de con-
traire aux Maximes de cette sorte de Droit” (GROTIUS, 1746: 73).
31 “(…) une autre source du Droit, savoir la volontè livre de Dieu, à
laquelle nous devons nous soumettre, come notre Raison même le dicte
d’une manière à ne nous laisser aucun doutte là-dessus. Mais le Droit
même de Nature, que nous avons établis ci-dessus, tant celui qui consiste
dans l’entretien de la Societé, que celui qui est ainsi appellé dans un sens
plus étendu; ce Droit, dis-je, quoi qu’il émane des principes internes de l’
Homme, peut néanmoins, & avec raison, être attribué à Dieu, parce qu’ il
a voulu qu’ il y eut en nous de tels principes“ (GROTIUS, 1746: 10).
32 É a partir de Grócio que o direito natural “(...) va a ser como una
– 198 –
– 199 –
– 200 –
– 201 –
– 202 –
37 “Il faut avouer néanmoins, que, quand les Princes s’engagent à suivre
certaines régles de Gouvernement, leur Souveraineté est restreinte & li-
mitée en quelque manière, soit que les obligations où ils entrent regardent
seulement l’ exercice de leur Pouvoir, ou qu’ elles tombent directment
sur le Pouvoir même” (GROTIUS, 1746: 146).
– 203 –
38 “Si donc un homme n’a point disposé en mourant de ce qui lui appar-
tenoit, & ne laisse d’ ailleurs aucun Parent; tous les droits qu’il avoit s’
éteignent avec lui, & tout ce qu’ il posseédoit est au premier occupant,
hormis le personnes. Ainsi les Esclaves recouvrent leur liberté, & les Peu-
ples, qui dépendoient de lui, redeviennent maîtres d’ eux mêmes: à moins
– 204 –
qu’ il n´y aît quelque Loi qui en empêche les prémiers, ou que les uns
& les autres ne renoncent volontairement à leur liberté. Car ce n’est pas
une chose qui soit de nature à être au prémier occupant” (GROTIUS,
1746: 375).
39 “Comme donc, entre plusieurs genres de Vie les uns meilleurs que les
autres, il est libre à chaque personne d’ embrasser celui qui lui plaît: de
même un Peuple peut choisir telle forme de Gouvernement que bon lui
semble; & ce n’ est point par l’ excellence d’ une certaine forme de Gou-
vernement, sur quoi les opinions sont trés partagées, qu´il faut juger du
droit que le Souverain sur ses Sujets, mais par entendue de la volonté de
ceux qui lui conféré ce droit.Or il peut y avoir plusieur raisons qui portent
un Peuple à se dépouller entiérement de la Souverainité, & á la remettre
entre les mains de quelque Prince, ou d’ un autre État (...)” (GROTIUS,
1746: 122).
– 205 –
– 206 –
– 207 –
– 208 –
– 209 –
44 As leis das natureza não são propriamente leis, dado que procedem
da natureza, “porém na medida em que são outorgadas por Deus nas
Sagradas Escrituras (...) é muito apropriado chamá-las pelo nome de leis:
pois a Sagrada Escritura é o verbo de Deus mandando, pelo maior de
todos os direitos, sobre todas as coisas” (HOBBES, 1998: I, III, 33).
45 “(...) Law in generall, is not Counsell, but Command; nor a Command
of any man to any man; but only of him, whose Command is addressed
to one formerly obliged to obey him” (HOBBES, 1651: 137).
– 210 –
vontade de alguém.
Neste quadro, aquela liberdade natural do homem, aquele
direito natural que consiste numa total ausência de impedimen-
tos no estado de natureza, deve ser tanto abrigada quanto restri-
ta pela lei civil. A finalidade de se fazer leis é, portanto, tão so-
mente a de restringir aquela situação inicial de liberdade
absoluta, no contexto da qual a paz não é possível47. Por isso, a
lei civil é sempre um produto da vontade daquele que tem poder
de mando, o soberano. E isso mesmo quando o direito manifesta-
46 “The Law of Nature therefore is a part of the Civill Law in all Com-
mon-wealths of the world. Reciprocally also, the Civill Law is a part of
the Dictates of Nature” (HOBBES, 1651: 138).
47 “Civill, and Naturall Law are not differents kinds, but differents parts
of Law; whereof one part being written, is called Civill, the others un-
written, Natural. But the Right of Nature, that is, the natural Liberty of
man, may by the Civill Law be abridged, and restrained: the end of making
Lawes, is no other, but such Restraint; without the which there cannot
possibly be any Peace. And Law was brought into the world for nothing
else, but to limit the naturall liberty of particular men, in such manner,
as they might not hurt, but assist one another, and joyn together against
a common Enemy” (HOBBES, 1651: 138).
– 211 –
48 “When long Use obtaineth the authority of a Law, it is not the Lenght
of Time that maketh the Authority, but the Will of the Soveraign signified
by his silence, (for Silence is sometimes an argument of Consent;) and it
is no longer Law, then the Soveraign shall have a question of Right grou-
nded, not upon his present Will, but upon the Lawes formerly made; the
Length of Time shall bring no prejudice to his Right; but the question shall
be judge by Equity” (HOBBES, 1651: 138).
– 212 –
– 213 –
to the lips of that Man, or Assembly, to whom they have given the Sove-
raigne Power; and at the other end to their own Ears” (HOBBES, 1651:
109).
52 “One Person, of whole Acts a great Multitude, by muttual Covenants
one with another, have made themselves every one the Author, to the
end he may use the strength and means of them all, as he shall think
expedient, for their Peace and Common Defense” (HOBBES, 1651: 88).
53 “And he that carreyeth this Person, is called Soveraigne, and faid to
have Soveraigne Power, and every one besides, his Subject” (HOBBES,
1651: 88).
– 214 –
– 215 –
– 216 –
– 217 –
– 218 –
– 219 –
– 220 –
– 221 –
– 222 –
– 223 –
to, sem defeitos, pois “assim como a coroa não é perfeita se seu
círculo não é inteiro, também a soberania não o é, se tiver algum
defeito”63.
A simbologia da coroa, trazida por Loyseau, em nosso enten-
der revela mais do que vem sugerir: revela, na verdade, um des-
locamento argumentativo na construção das teses da soberania.
Se, no período anterior, de defesa de um “poder divino dos reis”,
como podemos observar nos textos de D’Orleans (1620), a coroa
simbolizava a ligação dos soberanos com Deus, aqui ela simboli-
za a perfeição da soberania enquanto qualidade do poder. O poder
soberano é absoluto, então, não apenas porque é contrário à
natureza que este possa criar limitações para si mesmo (Bodin),
mas também porque este poder para ser perfeito – supremo – deve
ser ilimitado. O recurso aos elementos do moderno jusraciona-
lismo aparecem: o caráter ilimitado da soberania é uma condição
62 “Aussi le Prince & la loy ƒont comme relatifs, estant le Prince celuy
qui fait les loix, & la loy l’œuuvre du Prince” (LOYSEAU, 1660: Les Seig-
neuries, 21).
63 “Et comme la couronne ne peut eſtre ſi ſon circle non eſt entier, auſſi
la Souueraineté neſt point, ſi quelque choſe y defaut” (LOYSEAU, 1660:
Les Seigneuries, 12).
– 224 –
– 225 –
– 226 –
– 227 –
les maintenir. La Constitution & les Loix fondamentales sont le plan sur
lequel la Nation a résolu de travailler à son bonheur: l’ exécution est
confiée au Prince” (VATTEL, 1758: 20).
– 228 –
– 229 –
– 230 –
– 231 –
– 232 –
– 233 –
– 234 –
– 235 –
– 236 –
– 237 –
– 238 –
– 239 –
– 240 –
– 241 –
– 242 –
– 243 –
– 244 –
– 245 –
– 246 –
– 247 –
– 248 –
– 249 –
– 250 –
– 251 –
– 252 –
_____. The state in theory and practice. 5. ed. London: George Allen
and Unwin Ltd., 1951.
Pleyade, 1975.
LOCKE, John. Two treatises of gouvernement. Ed. com introd. de
Peter Laslett. Cambridge, 1967.
LOEWENSTEIN, Karl. Teoría de la costitucíon. 2. ed. Barcelona:
Ediciones Ariel, 1970.
– 253 –
– 254 –
– 255 –
– 256 –
– 257 –
1962.
ROCHA, Leonel Severo. A problemática jurídica: uma introdução
transdisciplinar. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor,
1985.
_____. (Org.). Paradoxos da auto-observação. Percursos da teoria
jurídica contemporânea. Curitiba: JM Editora, 1997.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Introd. Bertrand de Jouvenel. Du
contrat social. Genève: Les Editions du cheval ailé, 1947.
RUFFIA, Paolo Biscaretti Di. Contributo alla teoria giuridica della
formazione degli stati. Milano: Giuffrè, 1938.
SALCEDO, Juan Antonio Carrillo. Soberania del Estado y derecho
internacional. Madrid: Tecnos, 1976.
SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça em Hegel. Belo Hori-
zonte: UFMG, Faculdade de Direito, 1992. 2. v. mimeo.
______. A ideia de justiça em Kant. Seu fundamento na liberdade e
na igualdade. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1995.
SCHMITT, Carl. Le categorie del “politico”. Bologna: Il Mulino, 1972.
______. Scritti su Thomas Hobbes. Milano: Giuffrè, 1986.
– 258 –
– 259 –
– 260 –
VON FOERSTER, Heinz. Sistemi che osservano. Trad. it. Mauro Ce-
ruti e Umberta Telfner. Roma: Astrolabio, 1987.
WEBER, Max. Economia y sociedad. Esbozo de sociología compren-
siva. Ed. aos cuidados de Johannes Winkelmann. México:
Fondo de Cultura Economica, 1992.
WILKS, Michael. The problem of sovereignty in the later Middle Ages.
Cambridge, 1963.
WOLFE, Martin. Jean Bodin on taxes: the sovereignty-taxes pa-
radox. The Political Science Quarterly, 83 (1968).
WYDUCKEL, Dieter. Ius Publicum: Grundlagen und Entwicklung des
Öffentlichen Rechts und der deutschen Staatsrechtswissenschaft. Ber-
lin: Duncker & Humblot, 1984.
_______. Johannes Althusius in Großfield, B. (Org.). Westfälische
Jurisprudenz. Beiträge zur deutschen und Europäischen Re-
chtskultur; Festchrift aus Anlaß des 50jährigen Bestehens der
Juristischen Studiengesellschaft münster. Münster: Waxmann,
2000.
ZARKA, Yves Charles. Raison et déraison d’État. Théoriciens et
théories de la raison d’Etat aux XVIe et XVIIe siècles. Paris:
Presses Universitaires de France, 1994.
– 261 –
– 262 –