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Ata - Comissão Permanente


Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo
Reunião: 13ª Ordinária Sessão legislativa: 2ª Legislatura: 19ª
Data: 12/5/22
Horário de início: 13h16min Horário de encerramento: 15h20min
Local: Plenário Helvécio Arantes
Vídeo da reunião disponível no portal da Câmara

ABERTURA

Sob a presidência da vereadora Marcela Trópia e com a presença das

vereadoras Professora Marli e Macaé Evaristo, as duas últimas em presença

remota, reuniu-se a comissão.

Havendo quórum, a presidenta declarou abertos os trabalhos.

ORDEM DOS TRABALHOS

COMUNICAÇÃO DE APROVAÇÃO DE ATAS

Como não houve impugnação, a presidenta comunicou a aprovação das atas

da 11ª e da 12ª reuniões ordinárias, realizadas em 28/4 e 5/5/22, respectivamente.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
Finalidade: discutir a promoção da saúde mental nas escolas do Município
Requerimento de Comissão nº: 628/22
Autoria: vereadora Marcela Trópia

Compuseram a mesa, de forma remotaem presenças remotas: 1) Marilia de

Dirceu Salles Dias, representanteando da Secretaria Municipal de Educação -

SMEDmed; 2) Bernadete Quirino Duarte, representanteando da SMEDmed; 3)

Joana London, representanteando do Laboratório Inteligência de Vida - LIV; 4)

Adriano Gonçalves,o coordenador de Saúde Mental da Infância e da Adolescência


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da Secretaria Municipal de Saúde - SMSA, Adriano Gonçalves; 5) Carla Fernanda

Paiva Cordeiro, representanteando da Secretaria Municipal de Educação de

Londrina; 6) Carolina Campos, a fundadora e diretora executiva do Vozes da

Educação, Carolina Campos; 7) a psicóloga Carolina Dantas; 8) Fernando Libanio,

o coordenador de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente, Fernando

Libanio; 9) Rosália Diniz, representanteando da Secretaria de Estado de Educação -

SEE.

A presidenta agradeceu a presença de todas e de todos. Afirmou que a saúde

mental não é um problema novo e comentou que . Disse que, no entanto, é sabido

que o fechamento das escolas colaborou para um cenário catastrófico de lacunas de

aprendizagem e casos de problemas de saúde mental. Informou que sua própria

mãe, professora da rede particular, vivenciou casos recentes no local onde trabalha.

ApontouAnunciou que, conforme dados do Instituto Ayrton Senna, a cada 10 alunos

de São Paulo, sete7 manifestaram estarque estão com depressão. Disse que ainda

não há dados para Belo Horizonte. Afirmou que é preciso aprender com quem já

está cuidando desse assunto para que seja possível formular políticas públicas no

Município e no Estado.

Carolina Campos, por meio da apresentação de slides, usou apresentação de

eslaides em sua fala. Ddisse que é importante pensar que não voltamos após

período de escolas fechadas, pois, na verdade, estamos começando de novo.

Afirmou que é necessário estabelecer a diferença entre diferenciar saúde mental,

definida pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de competências

socioemocionais. Informou que, no ensino de competências socioemocionais, é

preciso mostrar para alunas e alunos como nomear sentimentos, ter resiliência e
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autogerenciar emoções. Afirmou que, caso a pessoa estejano entanto, se a pessoa

está doente, ela precisa ser tratada, mas e tal açãoisso não cabe àé papel da

escola. Acrescentou que a escola não tem condições de elaborarfazer diagnósticos.

Comentou a ocorrência de suicídios, o que inclui os e suicídios coletivos, no Brasil,

recentemente. Disse que a catástrofeo tsunami chegou e adolescentes têm lidado

estão lidando com o bullying, o luto e com outros processos,como e episódios de

automutilação e pensamentos suicidasconsideração de suicídio estão presentes.

Declarou que cabe à escola monitorar e encaminhar, mas não promover

tratamentoso papel da escola é monitorar e encaminhar, não tratar. Falou sobre a

importância dade ações de comunicação, pois falar de sentimento não pode ser

visto como uma açãoalgo erradoa e que envergonha. Informou que, para os

homens, o distanciamento em relação aos com os sentimentos é maior. Mencionou

estudo feito na Índia, país de dimensões continentais como o Brasil, em que foi

constatado que, em 566 escolas de Ensino Fundamental, 70% daose professoras e

professores acreditam que depressão é fraqueza e não doença. Comunicou que,

antes da pandemia, 30 professores foram afastados devido apor problemas de

saúde mental em Pernambuco, caso que se agravoudisse ter sido agravado com a

pandemia. Comentou que o deputado federal Idilvan Alencar protocolou o Projeto de

Lei nº 1.215/22, que dispõe sobre a criação de uma estratégia nacional para saúde

mental nas escolas. Afirmou que, no entanto, mesmo com a aprovação de tal

projetoque aprovada, Estados e Municípios também precisam ter iniciativas internas.

Elencou alguns fatores de sucesso, como ancoragem legal e orçamento específico;

intersetorialidade; comunicação e debate de estigma; equipe dedicada; formação

dos envolvidos, etc. Mencionou também casos de sucesso, como em Londrina, onde
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profissionais receberam formação com apoio do Ministério Público e se tornaram

mediadores do projeto; e, no Canadá, onde há convênio com clínicas particulares e

integração curricular. Afirmou que é a revisão curricular é muito importante. Apontou

que problemas da adolescência envolvem uma gama muito grande de aspectos e a

intervenção precoce é fundamental. Disse que, para isso, processos e fluxos claros

de encaminhamento devem ser estabelecidos. Destacou que o envolvimento da

comunidade também é um fator fundamentalfundamental fator de sucesso, pois as

escolas não estão isoladas umas das outrasem bolhas. Informou que o programa de

saúde mental de Londrina, que começou antes da pandemia, atende oito8 dos 10

fatores de sucessos listados em sua pesquisa e representa um excelente estudo de

caso.

A presidenta disse que a primeira fala destada audiência foi um excelente

ponto de partida, com o apontamento de várias verdades. Perguntou para a próxima

convidada, escritora do livro Meu adolescente: diálogos, memórias e conexões,

como ela observa o aumento das ocorrências de problemas de saúde mental nas

escolas e como estas instituiçõesas escolas podem ajudar.

Carolina Dantas informou que, durante a pandemia, enquanto as escolas

estavam vazias, os consultórios de Psicologia estavam superlotados de

adolescentes. Disse que os pais estavam despreparados para ouvir e lidar com a

angústia dos jovens. Afirmou que adolescentes são como esponjas de tudo o que

acontecia dentro das casas: adoecimentos, mortes, desemprego, etc. Disse que,

durante a pandemia, foi convidada para diversas palestras. Afirmou que a volta às

aulas presenciais trouxe sentimentos contraditóriosambivalentes para os jovens,

como o desejo de voltar, mas não pertencer mais, vergonha de corpos e vozes que
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passaram por mudanças etc. Afirmou que essas questões implicam em vergonha,

medo dede se expor aparecer, falta de traquejo social etc. Declarou que a

adolescência é plural. Comunicou que professores também foram bastante aos

consultórios. Disse que, após dois anos de pandemia, há casos de adolescentes que

regrediram ou não avançaram, além de jovens adultizados, que não tiveram a

oportunidade de vivenciar situações típicas da adolescência, em relação à

sexualidade e à sociabilidade. Informou que muitas escolas voltaram como se nada

tivesse acontecido, o que assustou alunas e alunos. Afirmou que essa volta

repentinaabrupta, influenciada por fatores, como a preparação corrida para o Exame

Nacional do Ensino Médio - Enem - e a competição do mercado, em alguns casos,

foi o grande erro das escolas. Comunicou que, na escola de seu filho, não houve

processo de readaptação. Comentou casos de alunas e alunos em surto, com

dificuldades de interação e chorando em véspera de provas nos corredores das

escolas. Disse que a sugestão que tem dado é promover rodas de conversa para

entender a realidade dos discentes. Afirmou que recontar traumas é essencial, pois

o adoecimento se dá, muitas vezes, por não ter sido possível compreenderelaborar

os eventos ocorridos ou fingir que nada aconteceu - lutos, perdas, términos de

namoro etc. Declarou que é preciso acolher e mudar a concepçãolente da escola

tradicional sobre a adolescência, ou seja, promover, em vez da punição e do castigo,

a conversa e o entendimento. Ressaltou que professoras e professores e demais

profissionais da equipe escolar também precisam de acolhimento, pois não é

possível que eles tratemacolham as feridas de outras pessoas se eles estão feridos

também. Informou que seu livro Meu adolescente: diálogos, memórias e conexões
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está sendo utilizado em escolas e possui sugestões de atividades práticas para

contato com adolescentes por meio de uma visãocom lente mais atualizada.

A presidenta agradeceu a importante reflexão levantada por Carolina Dantas

de que as escolas se movimentaram às pressas para o retorno, com o intuito de

para mostrar resultados. Questionou como as escolas podem dosar a busca pelo

aprendizado e qual o papel delas, observando que não podem não sendo o de

clinicar. Perguntou à próxima convidada como Londrina tem trabalhado essa

questão.

Carla Fernanda Paiva, por meio de apresentação por slides,usou

apresentação de eslaides em sua fala. iInformou que falaria, de forma resumida

sobre o Programa Valores, Inclusão, Desenvolvimento Humano e Afetividade - Vida.

Comunicou que o programa foi iniciado em 2015, promovendo, com base nos

preceitos da justiça restaurativa, ciclos de diálogo nas escolas. Disse que, com apoio

do juizado, a atuação do programa foi se desenvolvendo-se até chegarem a um

escopo de valorização das crianças em ações mais diretas, usando ferramentas da

justiça restaurativa. Afirmou que, muito antes da pandemia, o programa iniciou o

processo de inclusão de valores, afetividade e desenvolvimento humano, para

promover a humanização nas escolas. Declarou como é importante que as crianças

saibam reconhecer seus própriosos sentimentos e motivaçõeso motivo deles.

ApresentouMostrou fotos de ações nas escolas, cujo público-alvo é composto

porsão alunas e alunos de cinco5 a 11 anos de idade. Falou sobre as atividades de

diálogo e promoção da escuta e da fala. Destacou que, quando o programa foi

levado para as escolas, identificou-se a necessidade de preparar professoras e

professores para as possibilidades e encaminhamentos, como de uma criança que


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fala sobre abuso. Informou que há a realização de várias parcerias feitas, inclusive

com o Centro de Referência da Assistência Social - Cras. Informou que os diálogos

foram sistematizados em forma de aula, na qual, uma vez por semana, a turma

senta em forma de círculo para falar sobre determinado tema. Comunicou que,

durante a pandemia, foram elaborados vídeos e atividades para serem feitas

posteriormente sobre temas relacionados a valores e afetividade, de modo que

pudessem ser abordados dentro das casas das crianças com suas respectivas as

famílias. Afirmou que lives também foram realizadas para mães e pais e para

professoras e professores. Disse que, em determinado momento, ela e sua parceira

no projeto resolveram promover uma açãofazer algo que pudesse chamarque

chamasse mais a atenção das crianças. Mostrou fotos de bonecos que elas

confeccionaram para representar alunas e alunos da rede municipal. Explicou que,

a partir daí, os vídeos passaram a mostrar os bonecos em situações comuns, como

insatisfeitos com onão gostar do recente corte de cabelo e sentindosentir raiva.

Declarou que as famílias das crianças agradeceram muito o envio semanal do

conteúdo semanalmente durante a pandemia. Informou que, no presente anoem

2022, o programa passa por um novo momento, entendendo a necessidade ainda

maior de ações não só com as crianças, mas também com professoras e

professores. Disse que uma equipe de mediação conversa com os profissionais nas

escolas e os instrui a ficar vai para as escolas conversar os profissionais para que

fiquem mais preparados para dialogar com as crianças. Anunciou que, em 2021 e

2022, foram elaborados cadernos com atividades e orientações para professoras e

professores sobre assuntos como, o círculo de diálogo, confidencialidade etc.

Explicou que primeiro a turma assiste a um vídeo e depois se senta no círculo de


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diaálogo para refletir sobre algumas perguntas feitasinteração a partir de algumas

perguntas reflexivas. Explicou que a ideia é que as crianças falem sobre como elas

estão lidando com a situação reportada no vídeo, de modo que se promovam a

escuta e a criação de um ambiente seguro e de vínculo. Comunicou que também há

atividades para que as crianças desenvolvamerem em casa com suasas famílias.

Comentou situação em que a própria turma pediu que a professora fizesse um

círculo de diálogo para conversar sobre uma briga que havia acontecido na escola

durante o recreio. Mostrou mais fotos e contatos da equipe do projeto. Afirmou quea

base o cerne do programa é promover espaços seguros e sistematizados de escuta

e de fala seguros e sistematizados.

A presidenta elogiou as ações implementadas, pois são simples e lúdicas, e.

aAfirmou que a SMEDmed pode se orientar por meio delas pegar referências para

promover as atividades no Município. Disse que a experiência de Londrina foi muito

bem recomendada por diversas pessoas e instituições.

Rosália Diniz, mediante apresentação de slideseslaides, anunciou que

informaria as ações do Estado para promoção da saúde mental nas escolas. Citou

informações a respeito do perfil da rede estadual e seus atores, como: 3.550

escolas, uma média de 1,7 milhões de alunos, 210 mil servidores, 230 escolas

estaduais em Belo Horizonte etc. Informou que, durante a pandemia, o Programa

Saúde na Escola serviu para articular estudos em relação à continuidade dnas

aulas. Comunicou que foi criado o site Estude em Casa, que foi o instrumento de

apoio para o ensino remoto. Anunciou que, por meio do Programa Saúde na Escola,

foram elaboradas quatro cartilhas, que abordaram temas, como articulação

intersetorial de intuições e profissionais, apoio psicossocial - importância da


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alimentação saudável, atividade física, conversa e apoio familiar - e protocolos

sanitários. Disse que, em 2021, foi disponibilizado o Guia Prático de Acolhimento,

com reflexões sobre o ensino remoto, o retorno às aulas presenciais e o cuidado

necessário para o acolhimento. Informou que, neste anoem 2022, são lançadas

orientações para o retorno das aulas presenciais, com fortalecimento do vínculo da

comunidade escolar, manutenção de canais remotos de diálogos, para que não

houvesse quebra imediata, e desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Afirmou que a primeira semana após o retorno foi um momento de acolhimento, não

de preocupação com conteúdo. Anunciou que, entre 2018 e 2021, foi construído o

programa Adolescências: impasses e construções, composto por série de vídeos e

webaulas, abordando temas, como saúde do adolescente, sexualidade na

adolescência, puberdade, suicídio, violência sexual etc. Comunicou que o programa

foi elaborado em parceria com o Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina da

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Disse que, a partir desse material,

professoras e professores devem construir planos de aula a serem desenvolvidos

com alunas e alunos. Informou que um livro foi escrito com base nos estudos desse

projeto. NoticiouInformou que, em junho de 2021, houve encontros entre

professionais da Educação e da Saúde para conversar sobre a maneira adequada

de levarcomo levar as temáticas para a sala de aula. Disse que a SEE se

adiantousaiu na frente ao lançar uma resolução e um edital simplificado para

contratação de psicólogos e assistentes sociais para a rede de educação. Afirmou

que Educação não se faz sozinha e informou que o Estado conta com a Rede de

Proteção Social, composta pela Secretaria Estadual de Saúde - SES, a Secretaria

de Estado de Desenvolvimento Social - Sedese, conselhos tutelares, universidades,


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instituições parceiras, entre outras instituições etc. Ressaltou que professoras e

professores são responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem e não

podem ficar a cargo de tudo, devendo contar com a rede de apoio para

instrumentalizá-los.

A presidenta afirmou que o governo do Estado tem promovido muitas

açõesfeito muitas coisas e outras já estão engatilhadas. Concordou com a

importância de definir que a primeira semana após o retorno fosse voltada ao de

acolhimento. Disse que ficou feliz com o fato de que a Lei nº 13.935/19, sobre

serviços de psicologia e de serviço social nas escolas, tenha sido abordada na fala

da convidada.

Joana London citouinformou reflexão levantada em palestra sobre suicídio e

saúde mental nas escolas em relação aà re-ensinar alunas e alunos a aprenderem

dentro das escolas, pois isso foi deixado de lado durante a pandemia. Afirmou que,

em nenhum momento, crianças e adolescentes foram perguntados se e como

queriam retornar às aulas presenciais e como isso seria feito. Ressaltou que é

importante perguntar não só para ao corpo discente, mas tambémquanto para ao

corpo docente e àa comunidade escolar como se sentem com a volta. Mediante

exposiçãoapresentação de slideseslaides, apresentou o LIV, que, por meio de um

programa de educação socioemocional, leva para escolas do Brasil a bandeira de

“Escola que sente”. Afirmou que os aspectos socioemocionais e cognitivos não se

dissociam, pois só é possível aprender em espaços seguros. Apontou que o

socioemocional também envolve aprendizagem. Disse que não é possível tentara

tentativa de delimitarseparar o que é ou não o papel da escola não factível, o que na

verdade deve ser feito é entender o que fazer em cada caso. Informou que há vários
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conceitos para o termo de socioemocional e apresentou o adotado pelono LIV.

Declarou que o programa só funciona a partir de um olhar crítico e dividido em três

esferastríplice, que envolvem família, alunas e alunos e equipe escolar. Disse que a

equipe escolar não se restringeremete somente a professoras e professores, pois o

socioemocional envolve o que acontece nos corredores, nas portas, nos pátios e em

outros locaisetc. das escolas. Apresentou o trabalho desenvolvido pelo laboratório

paraa cada fase escolar, Educação Infantil, Ensino Fundamental nas fases iniciais e

nas finais e no Ensino Médio.Tal trabalho parte, partindo de uma alfabetização

emocional para reconhecimento de emoções básicas e passa por conceitos de

inteligência emocional e autorregulação, habilidades emocionais, como pensamento

crítico, criatividade e proatividade e, finalmente, projeto de vida. Apontou que todas

as ações têm como princípios norteadores a ética, a cidadania e a autonomia.

Mostrou fotos de algumas referências teóricas e informou que, dizendo que, quanto

mais diversidade houver no referencial teórico, mais chances de contemplação de

realidades diferentes, já que o laboratório atua em todo ono Brasil todo. Anunciou as

premissas do programa em relação a afetos, experiência e comunidade. Informou

que a conexão é criada por meio de ferramentas lúdicas, para crianças, e

audiovisuais, voltadas para adolescentes, em histórias ligadas à realidade do

público-alvo para desenvolverdisparar as discussões. Passou um vídeo para

exemplificar o material utilizado e. Aafirmou que é preciso respeitar a diversidade de

saberes e referências de cada escola. Mostrou o histórico do LIV na rede municipal

do Rio de Janeiro, que trabalhatrabalhando, desde 2019, em parceria com a SME

daquele Estado no Espaço Ser, um adaptação do LIV.


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A presidenta disse que ainda não tinha tido acesso ao conteúdo da

apresentação ainda. Comunicou que sua equipe entrará em contato para solicitar o

material.

Marilia de Dirceu declarou serafirmou que é uma pena que o Executivo tenha

ficado para o final. Comunicou que é professora da rede municipal de Educação há

36 anos e, atualmentehoje, coordena a Diretoria de Políticas Intersetoriais da

SMEDmed. Disse que essa diretoria articula, em prol da proteção da criança e do

adolescente, principalmente com a SMSA, Secretaria Municipal de Segurança e

Prevenção - SMSP - e com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança

Alimentar e Cidadania - SMASACmasac. Informou que essa diretoria é responsável

por um dos projetos estratégicos da SMEDmed, que é a melhoria da convivência e

da segurança no ambiente escolar. Comunicou que esse projeto existe desde 2017

e entende-se que ações relacionadas à melhoria da convivência escolar contribuem

para a saúde mental nas escolas. Anunciou dois subprojetos: o Plano de

Convivência e as Câmaras de Práticas Restaurativas, dizendo que o objetivo é que

todas as escolas tenham esses projetos implantados, o que impactará diretamente

no processo de ensino e aprendizagem. Declarou que, em 2018, houve a adesão ao

Programa Nós - Justiça Restaurativa na Escola, que tem ações previstas em termo

de cooperação técnica em duas etapas. Explicou que, na primeira etapa, há uma

formação de 32 horas para cinco5 participantes de cada escola e, na segunda,

ocorrem vivências e assessoria de tutores no interior das escolas. Disse ser

esperadoInformou que se espera que, ao final do processo, as escolas estejam

aptas a implantar núcleos de Observação de Solução dos Conflitos Escolares,

chamados na SMEDmed de Câmaras de Práticas Restaurativas, capazes de


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promoverpromovendo círculos de diálogo, construções de paz, Comunicação Não

Violenta - CNV etc. Informou dados sobre números de instituições de ensino da rede

municipal, das quais 160 aderiram ao Programa Nós. Disse que o processo foi

interrompidoparado durante a pandemia, mas 23 escolas já possuem câmaras

implantadas, 78 já finalizaram a primeira parte do processo e 16 já iniciaram, mas

não concluíram o processo de formação. Afirmou que essas instituições englobam

107 mil estudantes a serem atendidos com práticas restaurativas. Ressaltou que, em

2020, ocorreram oito encontros com professoras e professores na Jornada

Restaurativa, que buscarambuscando promover cuidado com o corpo docente e já

trabalhando a perspectiva de um recomeço. Comunicou que cada escola traçoufez o

seu mapa socioeducacional para identificar as condições de alunas e alunos. Falou

sobre o projeto realizado, em 2020, em parceria com uma Organização Não

Governamental - ONG, - chamadoa Fique Bem, Professor. Informou que, em 2021,

foi promovido o curso Aprendizado para Corações e Mentes, que contou com 79

participantes. Acrescentou que um investimento foi feito em um instrumento de

avaliação de clima escolar com oito dimensões, como relação entre ensino e

aprendizagem, relação com a comunidade escolar, infraestrutura da escola etc.

Informou que, neste ano, será feito um trabalho com os corpos docente e discente e

cada escola terá seu indicativo de clima escolar. Afirmou que profissionais das

escolas receberão formação para promover ações a partir de seus resultados em

cada dimensão. Disse que também é importante destacar as ações por meio do

Programa Saúde na Escola. Comunicou que o Grupo de Trabalho Intersetorial

Municipal - GTIM - reúne-se mensalmente para elaborarpensar em ações de

promoção e prevenção. Disse que a Portaria Interministerial nº 1.055/17 propõe 13


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ações de promoção e prevenção, mas o GTIM trabalha com 14, pois incluiu a

prevenção ao suicídio e à automutilação em 2018. Informou que foram

elaboradosfeitos cursos e palestras em parceria com a SMSA e a UFMG.

AcrescentouInformou que, desde 2018, é oferecido ao corpo docente o curso Eu e o

Outro: vivência do adolescer, voltado à prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras

drogas, ao direito reprodutivo, à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis

e ao suicídio e automutilação. Falou sobre o Programa Bolado, Pilhado, Pega a

Visão, que é voltado para alunas e alunos deem escolas com maior demanda,

principalmente de automutilação. Comunicou que, em casos de automutilação e

violência, deve ser preenchida e encaminhada uma ficha de identificação protetiva

para os órgãos competentes, para cuidados de ordem clínica. Falou sobre o Grupo

de Trabalho de Aprendizagem, que atua no apoio matricial à saúde no ambiente

escolar. Explicou que, em todos os casos identificados de atendimento clínico, a

porta de entrada são as unidades básicas de saúde, de preferência no centro de

saúde de referência no território. Informou que, no caso de adoecimento de

professoras e professoras, os Recursos Humanos - RH - e a Gerência de Saúde do

Servidor - GESEReser - são acionados.

Fernando Libanio ressaltou a importância que é importante da conexão e da

parceria entre as áreas da Saúde e da Educação nos territórios. Disse que essa

proximidade permite o acompanhamento próximo dos casos de adoecimento de

alunas e alunos, que, apesar de haver um olhar caso a caso, há similaridades nos

atendimentos. Falou sobre os fluxos, com entrada pelas equipes de saúde da família

e, dependendo da gravidade, principalmente em casos de possível suicídio,

encaminhamentos específicos para o Centro de Referência em Saúde Mental -


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CERSAMersam. Disse que as referências técnicas apoiam o trabalho desenvolvido.

Afirmou que o material mencionado por Rosália Diniz, feito em parceria com a

UFMG, também teve participação da Coordenadoria de Atenção Integral à Saúde da

Criança e do Adolescente. Declarou que o trabalho é de grande qualidade e pode

ser utilizado nas escolas.

Adriano Gonçalves disse que ficou feliz em participar desta audiência e em

compartilhar conhecimentos. Afirmou que têem ocorridoacontecido

encaminhamentos equivocados à SMSA. Anunciou a necessidade deDefendeu que

as escolas escutem alunas e alunos e tenham responsabilidade nos

encaminhamentos para não tolir ou intervir equivocadamente, agindo no tempo

inadequado. Mencionou casos de jovens encaminhados com suspeita de autismo

que, na verdade, precisavam apenas de estímuloestimulação para a retomada do

desenvolvimento. Parabenizou a presidenta pela iniciativa.

Às 15h16min, a presidenta prorrogou a reunião por uma hora.

Bernadete Quirino parabenizou a realização da presenteda audiência, que

disse ser uma das melhores das quais participou. Afirmou que o evento aconteceu

em momento apropriado, pois o volume de questões relacionadas à saúde mental é

grande. Declarou que, pelas apresentações feitas nesta audiência, pôde confirmar

que o provérbio que diz serque é necessária uma aldeia inteira para educar uma

criança é verdadeiro. Disse que o termo comunidade, termo visto em uma das

apresentações, significa tempo e espaço de ser em comum e isso não se faz sem

empatia.

Marilia de Dirceu mostrou o Guia de Orientações Escola: um lugar de

proteção, que disse visar subsidiar gestores escolares e indicar fluxos e protocolos.
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Informou que escolas, parceiros, unidades do Conselho Tutelar, entre outras

instituições, etc. receberam versões impressas do material para orientações

unificadas, apesar de ter ciência de que cada caso é ímpar.

A presidenta solicitou que o arquivo seja encaminhado à comissão. Iinformou

que o objetivo da comissão é criar espaço para se conhecer sobre o assunto e fazer

uma força-tarefa para construção de uma política pública. Disse acreditar que os

desafios advindos com aem consequência da pandemia ainda devem durar alguns

anos. Declarou que ela e a comissão estão à disposição. Agradeceu a presença

numerosamaciça de representantes do Executivo. Afirmou que o tema é pesado,

denso e triste e tem recebido muitas mensagens a respeito.

ENCERRAMENTO

Nada mais havendo a ser tratado, a presidenta declarou encerrados os

trabalhos.

Para constar, lavrou-se esta ata, que será assinada pela presidenta ou pelo

presidente da reunião em que for comunicada sua aprovação, conforme previsão

regimental, ou pela presidenta desta reunião.

ATA APROVADA
Distribuição para impugnação: _____/_____/_____
Comunicação de aprovação: _____/_____/_____

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Presidenta/Presidente

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