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02/05/2023, 14:20 Contribuição Sindical Rural

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL


 
As normas e enquadramento para a Contribuição Sindical Rural, foram instituídos pelo Decreto-Lei 1.166/1971, com a redação dada
pelo art. 5º da Lei 9.701/1998.
 
De acordo com o previsto no artigo 149 da Constituição Federal, a contribuição tem caráter tributário, sendo, portanto, compulsória,
independentemente de o contribuinte ser ou não filiado a sindicato. Esta contribuição existe desde 1943 e é cobrada de todos os
produtores rurais - pessoa física ou jurídica.
 
Entretanto, com a publicação da Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), que deu nova redação ao artigo 587 da CLT, a teor do contido
no caput do citado artigo que assim dispõe: "Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical...",  a partir de
11.11.2017 os produtores rurais pessoa jurídica não estão mais obrigados ao pagamento da contribuição sindical rural.
 
Como dispõe o referido artigo, havendo a opção do empregador em efetuar o pagamento, este deve ser recolhido no prazo indicado
abaixo, em favor da entidade sindical correspondente, a partir da aplicação de alíquotas sobre o VTNt abaixo indicado.
 
A cobrança da contribuição sindical rural é efetuada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), representante do
Sistema Sindical Rural.
 
Da mesma forma é o que dispõe a nova redação do art. 582 da CLT (alterado pela reforma trabalhista) quanto à da contribuição sindical
do empregado, a qual está condicionada a autorização prévia e expressa por parte do empregado, nos termos do disposto nos arts. 578 e
579 da CLT.
 
CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS - BOLETO BANCÁRIO - PERDA DA VALIDADE DA MP 873/2019
 
A Medida Provisória 873/2019 havia alterado o art. 582 da CLT dispondo que, havendo autorização expressa, a contribuição sindical
seria feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou equivalente eletrônico, que seria encaminhado obrigatoriamente à
residência do empregado ou, na hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa.
 
Por não ter sido votada pelo Congresso Nacional dentro do prazo de 120 dias, a citada medida provisória deixou de produzir seus
efeitos a partir de 29.06.2019.
 
Portanto, de 01.03.2019 a 28.06.2019, período de vigência da Medida Provisória 873/2019, ficou terminantemente proibido o
desconto da contribuição sindical em folha de pagamento por parte da empresa.
 
Neste período, o recolhimento deveria ser feito diretamente pelo próprio empregado que optou (POR ESCRITO) em contribuir, por
meio de boleto bancário enviado pelo sindicato.
 
Com a perda da validade da MP 873/2019, a contribuição sindical será devida na forma como estabeleceu a Lei 13.467/2017 (reforma
trabalhista), ou seja, mediante desconto em folha de pagamento, desde que haja autorização expressa (POR ESCRITO) por
parte do empregado ou profissional liberal.
 
TRABALHADOR RURAL
 
Considera-se trabalhador rural para efeito de enquadramento sindical:

A pessoa física que presta serviço a empregador rural mediante remuneração de qualquer espécie;
Quem, proprietário ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido o trabalho dos
membros da mesma família, indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração,
ainda que com ajuda eventual de terceiros.
 
EMPRESÁRIO OU EMPREGADOR RURAL
 
Nos termos do art. 5º, inciso II da Lei 9.701/1998, considera-se empresário ou empregador rural para efeito de enquadramento sindical:

A pessoa física ou jurídica que tendo empregado, empreende, a qualquer título, atividade econômica rural;
Quem, proprietário ou não e mesmo sem empregado, em regime de economia familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda
a força de trabalho e lhe garanta a subsistência e progresso social e econômico em área igual ou superior à dimensão do módulo
rural da respectiva região;
Os proprietários de mais de um imóvel rural, desde que a soma de suas áreas seja superior a dois módulos rurais da respectiva
região.
 
CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO
 
O cálculo da contribuição sindical do empregador rural é efetuado com base nas informações prestadas pelo proprietário rural ao
cadastro fiscal de imóveis rurais (CAFIR), administrado pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
 
O inciso II do artigo 17 da Lei 9.393/1996 autoriza a celebração de convênio entre a SRF e a CNA com o objetivo de fornecimento dos
dados necessários à cobrança da contribuição sindical rural.
 

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Assim, nos termos da Instrução Normativa SRF 19, de 17/02/98, que disciplina o procedimento de fornecimento de dados da SRF a
órgãos e entidades que detenham competência para cobrar e fiscalizar impostos, taxas e contribuições instituídas pelo poder público,
foi firmado o respectivo convênio entre a união – por intermédio da SRF – e a CNA, publicado no diário oficial da união de 21/05/98.
 
Para o cálculo da contribuição sindical rural devem-se observar as distinções de base de cálculo para os contribuintes, pessoas físicas e
jurídicas.
 
PESSOA FÍSICA
 
Para o trabalhador rural pessoa física, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do Valor da Terra Nua Tributável
(VTNt) de todas as propriedades rurais no País, constante no cadastro da Secretaria da Receita Federal, utilizado para lançamento do
Imposto Territorial Rural (ITR).
 
Conforme mencionado acima, a contribuição sindical rural da pessoa física depende de autorização expressa, porquanto se trata de uma
faculdade em contribuir ou não.
 
PESSOA JURÍDICA
 
Para a pessoa jurídica, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do capital social (PCS) atribuída ao imóvel. A
contribuição da pessoa jurídica é facultativa, conforme mencionado acima.
 
VALOR DO PAGAMENTO
 
Caso o produtor rural opte por recolher a contribuição sindical, o mesmo deverá fazê-lo em uma única guia por contribuinte,
contemplando todos os imóveis declarados à Secretaria da Receita Federal de sua propriedade.
 
O valor é calculado com base na tabela a seguir, vigente a partir de 1º de janeiro de 2023:
 
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adic
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$    
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$    
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$    
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$    
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$   
 
Nota: A tabela acima é válida desde Janeiro/2019 e não houve alteração dos valores desde então, conforme tabelas abaixo.
 
HISTÓRICO - VALORES DE REFERÊNCIA DOS ÚLTIMOS 2 ANOS
 
VALORES EM 2022
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adicio
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$       
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$      
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$       
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$     
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$    16
 
VALORES EM 2021
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adicio
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$       
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$      
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$       
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$     
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$    16
 
EXEMPLO PRÁTICO DE CÁLCULO
 
Como a tabela é progressiva, o valor da contribuição corresponde à soma da aplicação das alíquotas sobre a parcela do capital
social/VTN tributável distribuído em cada classe. A parcela adicional constante da tabela visa apenas simplificar o cálculo da
contribuição.
 
Valor do capital social (PCS) ou da Terra Nua Tributável (VTNt) dos imóveis do contribuinte: R$ 250.000,00
Valor Contribuição Sindical Rural = Capital social  x  % enquadrado na tabela + parcela adicional da classe
Valor Contribuição Sindical Rural = (R$ 250.000,00 x 0,10% ) + R$ 140,00
Valor Contribuição Sindical Rural = R$ 250,00 + R$ 140,00

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Valor Contribuição Sindical Rural = R$ 390,00


 
Cálculo Progressivo da Contribuição Sindical
 
Se não tivesse a tabela prática já com o valor do adicional da classe, o cálculo seria feito de forma progressiva de forma que o resultado
final seria o mesmo que o apurado acima. Vejamos no exemplo considerando o mesmo capital de R$ 250.000,00:
 
Cálculo Progressivo
Classes de capital social Parcela dos R$ Valor da
ou VTNt 250.000,00 que se Alíquota contribuição
previstas em lei enquadra em cada faixa em cada classe
R$       
Até R$ 8.749,50 R$        8.749,50 0,80%
70,00
R$     
De 8.749,51 A 87.495,00 R$      78.745,50 0,20%
157,50
De 87.495,01 A R$  
R$     162.505,00 0,10%
8.749.500,00    162,50
R$    
Valor total do Capital R$    250.000,00 -
390,00
 
No cálculo progressivo apura-se a contribuição sobre o valor máximo da respectiva classe, deduzindo-se, do cálculo da classe posterior,
a parcela do valor do capital social utilizado na classe anterior.
 
Clique aqui para obter a planilha de apuração da Contribuição Sindical Rural.
 
COMO PAGAR
 
Uma guia bancária, já preenchida, com o valor da contribuição sindical rural de 2023 é enviada ao produtor rural pela CNA, que
poderá ser paga em qualquer agência bancária, até a data do vencimento.
 
Após essa data, deverá procurar uma das agências do Banco do Brasil para fazer o pagamento da sua contribuição, no prazo máximo de
até 90 (noventa) dias após o vencimento.
 
Caso o proprietário de imóvel rural (que opte pelo pagamento) não receba a Guia de Recolhimento do exercício, deverá, munido da
cópia do Documento de Informação e Apuração do Imposto Territorial Rural (DIAT), procurar o sindicato rural do Município ou a
Federação da Agricultura do Estado a fim de que sejam adotadas as providências para a emissão de nova guia.
 
Desde 2010 a CNA passou a disponibilizar pela internet, no site Canal do Produtor, no link da contribuição sindical, a emissão de 2ª via
da guia da contribuição sindical rural, proporcionando maior rapidez e segurança ao contribuinte.
 
Nota: A 2ª via da guia da CSR, retirada após a data do vencimento, será acrescida de encargos legais.
 
 
Cobrança Até 1996
 
Até o exercício de 1996, a cobrança era de competência da SRF, juntamente com a do Imposto Territorial Rural (ITR). A partir de
1997, com a publicação da Lei 8.847/1994, quem faz a cobrança é a CNA, representante do Sistema Sindical Rural.
 
Correção ou Alteração de Informações do Proprietário ou do Imóvel
 
Em caso de solicitação de alteração cadastral, o proprietário rural deverá protocolar o pedido junto ao Sindicato Rural do seu
município, ou à Federação da Agricultura do Estado ou na CNA, endereçando o requerimento, em qualquer das hipóteses, à CNA,
juntamente com as seguintes documentações comprobatórias:

Escritura pública de compra e venda devidamente registrada no cartório de imóveis; ou


Cópia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
 
IMPUGNAÇÃO
 
Caso não haja concordância com os dados lançados na guia da contribuição sindical rural, as impugnações deverão ser endereçadas até
a data do vencimento à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, pelo e-mail cna@cna.org.br ou pelo endereço abaixo:
Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil – CNA
Departamento de Arrecadação e
Cadastro
SGAN Q. 601 Bloco K
Edifício Antônio Ernesto de Salvo
Brasília/DF
CEP – 70.830-021
 
PARCELAMENTO - IMPOSSIBILIDADE

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A contribuição sindical não pode ser parcelada por força do que dispõe o artigo 580 da CLT, o qual estabelece que a contribuição
sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente.
 
VENCIMENTO
 
Para o ano de 2023 o vencimento da obrigação será:

Para as pessoas jurídicas, até o dia 22/05/2023, e


Para as pessoas físicas, até o dia 22/05/2023, conforme consta no site da CNA.
 
Nota: Caso o dia 22/05 não seja dia útil, sugerimos aos que optarem pelo recolhimento, que antecipem o pagamento para o dia útil
imediatamente anterior ao vencimento.
 
DESTINO DA ARRECADAÇÃO
 
Os recursos arrecadados, retirados os custos da cobrança, são distribuídos conforme estabelece o artigo 589 da CLT, segundo a tabela
abaixo:
 
Distribuição / Entidade (%)
Ministério do Trabalho 20%
Sindicato Rural 60%
Federação de Agricultura do Estado 15%
CNA 5%
Total 100%
 
Nota: Quando os recursos arrecadados se referem a imóveis localizados em municípios onde não existe sindicato rural organizado ou
extensão de base, os recursos são assim distribuídos:
20% para o Ministério do Trabalho e Emprego;
60% para a Federação da Agricultura; e
20% para a CNA.
 
PENALIDADES
 
Em caso de não pagamento da contribuição e/ou pagamento em atraso, as penalidades aplicáveis estão previstas na CLT, que são:
 
Não pagamento - artigo 608 da CLT
 
O sistema sindical rural promoverá a cobrança judicial. Sem o comprovante de pagamento da contribuição sindical rural, o produtor
pessoa física ou jurídica:

Não poderá participar do processo licitatório;


Não obterá registro ou licença para funcionamento ou renovação de atividades para os estabelecimentos agropecuários;
A não observância deste procedimento pode, inclusive, acarretar, de pleno direito, a nulidade dos atos praticados, nos dois itens
anteriores.
 
Pagamento em atraso - artigo 600 da CLT
 
Se o pagamento for efetuado após a data do vencimento, terá:

Multa de 10% (dez por cento) nos primeiros 30 (trinta) dias;


Adicional de 2% (dois por cento) por mês subsequente de atraso;
Juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e atualização monetária.
 
CERTIDÃO E DECLARAÇÃO NEGATIVA DE DÉBITOS
 
O contribuinte tem à sua disposição, no site Canal do Produtor, a comprovação das quitações da Contribuição Sindical Rural por meio
da certidão ou declaração negativa de débitos.

Certidão Negativa de Débito da CSR – essa opção está disponível para aqueles proprietários cujas contribuições dos últimos
cinco exercícios estejam quitadas;
Declaração Negativa de Débito da CSR – essa opção serve para comprovar exercícios pagos, mesmo que não estejam com a
totalidade dos últimos cinco exercícios quitados.
Para tanto, é necessário que o proprietário informe o seu CPF ou CNPJ e o número do imóvel (SRF) de sua propriedade, constante na
guia de recolhimento da Contribuição Sindical Rural.
 
JURISPRUDÊNCIA

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AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. SUMARÍSSIMO. NULIDADE POR NEGATIVA DE


PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Não se constata nulidade do acórdão regional por negativa de prestação jurisdicional, pois o TRT
expôs os motivos pelos quais concluiu que o recurso ordinário deveria ser denegado, ao registrar que a parte autora não observou o
disposto na legislação para fins de correta constituição do crédito tributário. Agravo desprovido. AÇÃO DE COBRANÇA.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO RÉU. OBRIGATORIEDADE . Não merece
provimento o agravo que não desconstitui os fundamentos da decisão monocrática. Conforme consignado na decisão agravada, o
processo está sob o rito sumaríssimo, de modo que fica inviabilizada a análise dos dispositivos de lei invocados e da divergência
jurisprudencial colacionada. Ademais, de acordo com a jurisprudência desta Corte,a contribuição sindical constitui uma espécie de
tributo, razão pela qual a sua cobrança depende da regular constituição do crédito tributário, por meio do ato administrativo
denominado "lançamento", sendo imprescindível a notificação pessoal do devedor, além da publicação de editais em jornais de grande
circulação, como determina o artigo 605 da CLT. E, no caso, tendo em vista que a parte autora não comprovou a notificação pessoal da
ré, conforme asseverou o Regional, premissa insuscetível de ser revista nesta instância recursal de natureza extraordinária, nos termos
da Súmula nº 126 do TST, inviável o processamento da ação em apreço, porquanto não satisfeito o regular lançamento do crédito
tributário, o que afasta a violação dos dispositivos constitucionais apontados. Havendo, na decisão monocrática, as razões de decidir
deste Relator, tem-se por atendida a exigência da prestação jurisdicional, ainda que o resultado do julgamento seja contrário ao
interesse da parte. Agravo desprovido. (TST - Ag-AIRR: 00244663520205240076, Relator: Jose Roberto Freire Pimenta, Data de
Julgamento: 28/09/2022, 3ª Turma, Data de Publicação: 30/09/2022).

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
RURAL. COMUNICAÇÃO PESSOAL E TEMPESTIVA DO DEVEDOR. NECESSIDADE. AUSÊNCIA DE TRANSCENDÊNCIA.
(...). O artigo 605, da CLT, ao dispor em relação à publicação dos editais, estabelece um pressuposto formal de publicidade, através do
qual objetiva-se identificar o devedor. Com isso em vista, cumpre perscrutar se os ditames do art. 605 da CLT foram devidamente
observados, de modo a assegurar o regular procedimento de cobrança, isto é, se houve a publicação de editais concernentes ao
recolhimento do tributo, por 3 dias, nos jornais de maior circulação local, com antecedência de até 10 dias da data de vencimento da
obrigação. Isso porque, a contribuição sindical se reveste de natureza tributária, e, portanto deve observar as regras e princípios que
lhes são correlatos. Na hipótese vertente, contudo, constato que os editais colacionados pela ora recorrente, id 8d294f8 e fac36f7, não
estão de acordo com a mencionada regra entabulada no preceito legal. Isto porque, tratam-se de notificações genéricas e
indistintamente dirigidas aos ‘produtores rurais’, não possuindo a efetiva identificação do devedor, o que claramente se afasta do
intuito colimado pela norma celetista. Aliás, os documentos se revelam praticamente ilegíveis, dado o seu tamanho diminuto, e, do
pouco que se consegue ler, neles não se identifica destinatário definido, nem a menção ao valor devido. Sendo certo que, sem a
notificação pessoal do contribuinte não há que se falar em constituição válida do crédito referente à contribuição sindical rural. Quanto
à necessidade de identificação correta do contribuinte, no mesmo sentido do que exposto até aqui, já se encontra sedimentado o
entendimento no Excelso Pretório Trabalhista (...). O C. TST firmou entendimento de que, para a cobrança da contribuição sindical
rural, é indispensável que a parte instrua a ação com a guia de recolhimento, a cópia do edital expedido e a comprovação da notificação
pessoal do devedor, que não pode ser suprida pela comprovação de publicação dos editais em jornais de grande circulação. Com efeito,
a ausência de notificação pessoal do sujeito passivo torna inexistente o crédito tributário e acarreta a impossibilidade jurídica do pedido
de cobrança. (...). Em julgamento ao agravo de instrumento, a Sexta Turma concluiu pela ausência dos indicadores da transcendência
do recurso de revista interposto sob a égide da Lei 13.467/2017. Nos termos do artigo 896-A, § 4º, da CLT, é irrecorrível acórdão de
Turma proferido em sede de recurso de revista, por meio do qual se considera ausente a transcendência da causa. Como consequência
lógica, a decisão da Turma que afasta a transcendência, em sede de agravo de instrumento, também deve ser irrecorrível. Assim,
incabíveis os embargos de declaração opostos. Embargos de declaração de que não se conhece " (ED-AIRR-12074-28.2017.5.15.0041,
6ª Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 16/04/2021).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO


SUMARÍSSIMO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. ENQUADRAMENTO DO CONTRIBUINTE. VÍCIOS. INEXISTÊNCIA.
(...). "O Tribunal Regional revela fundamento suficiente para a manutenção do julgado, na medida em que, conforme se depreende do
acórdão recorrido, não restou comprovado o enquadramento do réu como sujeito passivo da contribuição sindical rural, ônus que
competia à autora, por se tratar de fato constitutivo do seu direito, não havendo falar, portanto, na ocorrência de fato gerador da
contribuição sindical rural. Dessa forma, a Corte de origem declarou que, ao revés do que sustenta a autora, era seu o ônus de provar
que o réu ostentava a necessária condição de produtor ou empregador rural na época em relação à qual se busca a sua condenação, por
se tratar de fato constitutivo da sua pretensão. Assim, acentuou que, do conjunto probatório, observa-se que a autora não se
desincumbiu de forma satisfatória do aludido encargo processual, uma vez que a guia expedida com base nas declarações prestadas à
Secretaria da Receita Federal, por si só, não ratifica o enquadramento do réu nas hipóteses legais que ensejam o pagamento do tributo.
Além disso, o acórdão recorrido consignou que o réu comprovou ter firmado contrato de arrendamento com a Companhia Agrícola
Quatá, o que deixa claro que ele não explorou economicamente a propriedade rural durante o período sub judice. A Corte de origem
esclareceu ainda que a alegação recursal de que a atividade desenvolvida pelo arrendatário implicaria na responsabilização do
demandado - arrendante - não foi sequer aventada na causa de pedir. Por fim, consignou que revela-se preclusa a oportunidade de a
recorrente manifestar-se nos autos acerca de eventuais divergências existentes nos mapas que acompanharam o contrato de
arrendamento, haja vista ter restado silente no prazo deferido pelo juízo a quo para apresentação de réplica, deixando para se insurgir
tão somente na esfera recursal. Assim, o Tribunal de origem concluiu que não existem nos autos elementos de prova capazes de
demonstrar a condição de empregador ou de empresário rural do réu. Não subsiste a alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, da CF, porque a
Corte Regional não se furtou a apreciar lesão ou ameaça a direito. Não se constata ofensa às garantias constitucionais positivadas nos
incisos LIV e LV do artigo 5º da Carta Magna, pois em nenhum momento foi negado à recorrente o pleno exercício do contraditório e
da ampla defesa, tampouco deixou de ser observado o devido processo legal. Nesse contexto, não há cogitar em violação dos
dispositivos constitucionais invocados." (...). As razões dos embargos de declaração não se enquadram em nenhum dos permissivos dos
arts. 897-A da CLT e 1.022 do CPC, pois o acórdão embargado expôs suficientes fundamentos para manter a decisão do Regional,
porquanto não restou comprovado o enquadramento do réu como sujeito passivo da contribuição sindical rural. Embargos de
declaração rejeitados. (ED-AIRR - 1000075-25.2017.5.02.0461 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento:
24/04/2019, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 26/04/2019).

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. CNA.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. AÇÃO DE COBRANÇA. SUJEITO PASSIVO. NOTIFICAÇÃO PESSOAL. EXIGÊNCIA.

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A Confederação agravante não consegue viabilizar o acesso à via recursal de natureza extraordinária, ante o que dispõe o art. 896, § 7º,
da CLT, no sentido de que não cabe recurso de revista quando o tema recursal estiver pacificado por iterativa e notória jurisprudência
do Tribunal Superior do Trabalho, como ocorre, na espécie, no que diz respeito à necessidade de notificação pessoal do sujeito passivo
para a constituição do crédito referente à contribuição sindical rural. Precedentes da SbDI-1 e das oito Turmas do TST. Agravo a que se
nega provimento. (Ag-AIRR - 1000153-94.2017.5.02.0242 , Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento:
12/12/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/12/2018).

RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA AJUIZADA SOB A ÉGIDE DO CPC DE 1973. ART. 485, IX, CPC DE 1973.
ERRO DE FATO NÃO CARACTERIZADO. EXISTÊNCIA DE PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL. INDEVIDA A
COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. 1. Tese inicial fundada na alegação de que o Juízo prolator da decisão
rescindenda incorreu em erro de fato, ao ignorar os documentos carreados aos autos originários, os quais comprovariam ser indevida a
cobrança de contribuição sindical rural. 2. Segundo a definição legal, há erro de fato quando o juiz considerar existente fato inexistente,
ou inexistente fato efetivamente ocorrido (art. 485, IX, § 1º, do CPC de 1973), sendo relevante, em qualquer caso, que não tenha
havido controvérsia ou pronunciamento judicial a respeito (CPC/1973, art. 485, IX, § 2º). Nesses termos, o erro de fato apto a autorizar
o corte rescisório não corresponde a simples equívoco no julgamento, mas a uma autêntica falha de percepção do juiz sobre ponto
decisivo da controvérsia. 3. No caso em exame, o que o Autor alega como erro de fato consiste na circunstância de ter sido condenado
a pagar contribuição sindical rural, relativa ao período de 2006 a 2010, embora os documentos juntados aos autos primitivos
demonstrassem que a soma das áreas de seus imóveis rurais era inferior a dois módulos rurais. 4. Ocorre, todavia, que houve
pronunciamento judicial sobre o fato em relação ao qual o Autor aponta ter havido erro de percepção do julgador. Com efeito, ao
interpor recurso ordinário, o Autor pleiteou o indeferimento do pedido de cobrança de contribuição sindical rural, alegando que o fato
gerador do tributo é a qualidade de ser proprietário do imóvel, na forma estabelecida na lei. Desse modo, argumentou que, tendo sido
reconhecida a existência de condomínio de proprietários, deveria ter havido isenção do pagamento da contribuição, já que cada um dos
quatro proprietários possuía fração ideal inferior a dois módulos rurais, considerando que a soma das áreas rurais analisadas era de
2,4266 módulos rurais. Em contrarrazões, os Réus argumentaram que o Autor não refutava a sua condição de proprietário e produtor
rural, tampouco negava, aliás, até comprovava documentalmente, que a soma das áreas de seus imóveis rurais atingia 2,4266 módulos
rurais, o que excluía a possibilidade da isenção prevista em lei. E o Juízo prolator solucionou a polêmica compreendendo ser devida a
contribuição sindical rural, porque ultrapassada a dimensão de dois módulos rurais impostos legalmente para isenção do pagamento do
tributo, conforme consignado em defesa e comprovado pelos documentos juntados pelo próprio Autor (então réu). Assim, constatado
que o fato em torno do qual supostamente houve erro foi objeto de pronunciamento judicial no processo originário, inviável o corte
rescisório postulado. Vale lembrar que não cabe ação rescisória para melhor exame da prova produzida nos autos da ação matriz. 5.
Ademais, ao contrário do alegado pelo Autor, o Juízo prolator da decisão censurada não ignorou fato existente para deferir o
pagamento da contribuição sindical rural. Ora, o Colegiado, ao considerar devida a contribuição sindical rural, baseou-se nos elementos
de convicção trazidos aos autos, especialmente os documentos que agora o Autor diz terem sidos ignorados, os quais indicavam,
segundo a visão do juízo prolator da decisão rescindenda, que os imóveis rurais abrangiam área superior a dois módulos rurais.
Recurso ordinário conhecido e desprovido. (RO - 5072-06.2014.5.09.0000 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de
Julgamento: 10/04/2018, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 13/04/2018).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. AÇÃO DE COBRANÇA


DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. NATUREZA COGNITIVA. CERTIDÃO DE DÍVIDA EXPEDIDA PELO MINISTÉRIO
DO TRABALHO E EMPREGO. VÍCIOS. INEXISTÊNCIA. Ao acórdão desta Oitava Turma que não conheceu do seu recurso de
revista a CNA opõe embargos de declaração sustentando a existência de omissão no julgado. Argumenta que a matéria atinente às
inconstitucionalidades diretas alegadas decorrentes da exigência da certidão de dívida expedida pelas autoridades regionais do
Ministério do Trabalho e Emprego, na forma do artigo 606 da CLT, para a cobrança da contribuição sindical rural, está mais do que
pacificada no âmbito desta Corte Superior. Cita julgado em que, em caso semelhante, restou reconhecida a existência de afronta ao
artigo 8º, I, da Constituição Federal, assim como decisão que admitiu embargos à SDI-1 do TST. Prequestiona os arts. 5º, XXXV, e 8º,
I, da CF. De plano, é conveniente ressaltar que, em embargos de declaração, não se analisa dissenso pretoriano. Ora, o acórdão
embargado foi claro ao consignar que a ofensa ao art. 8º, I, da CF seria, no máximo, reflexa, uma vez que referido dispositivo não trata
especificamente sobre a necessidade de apresentação, com a peça inicial, do necessário título executivo (certidão de dívida expedida
pelo Ministério do Trabalho e Emprego) relativo à dívida objeto da postulação judicial para cobrança da contribuição sindical, de modo
que seria necessário averiguar a legislação infraconstitucional que rege a matéria (art. 606 da CLT). Ademais, consta expressamente no
acórdão embargado que "Não subsiste a alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, da CF, porque a Corte Regional não se furtou a apreciar lesão
ou ameaça a direito." (...) As razões dos embargos de declaração não se enquadram em nenhum dos permissivos dos arts. 897-A da
CLT e 1.022 do CPC/2015, pois o acórdão embargado expressamente consignou os motivos pelos quais concluiu pela inexistência de
violação direta dos dispositivos constitucionais invocados, a teor do art. 896, § 9°, da CLT. Embargos de declaração rejeitados. (ED-RR
- 12282-26.2014.5.15.0038 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 03/05/2017, 8ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 05/05/2017).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI


13.015/2014. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. AÇÃO DE COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL.
NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEVEDOR. O v. acórdão extinguiu o processo sem resolução do mérito, aduzindo
que, além de não estar comprovada a publicação dos editais nos jornais de maior circulação local (art. 605 da CLT), as publicações
colacionadas são genéricas e não houve a correta notificação do sujeito passivo. O C. TST firmou entendimento no sentido de que, para
a cobrança da contribuição sindical rural, é indispensável que a parte instrua a ação com a guia de recolhimento, a cópia do edital
expedido e a comprovação da notificação pessoal do devedor, que não pode ser suprida pela comprovação de publicação dos editais em
jornais de grande circulação. Com efeito, a ausência de notificação pessoal do sujeito passivo torna inexistente o crédito tributário e
acarreta a impossibilidade jurídica do pedido de cobrança. (...). Por fim, o C. TST firmou o entendimento de que é pressuposto legal
para a cobrança judicial da contribuição sindical rural a publicação de editais em jornais de grande circulação local. A publicação de
referidos editais no Diário Oficial ou em jornais que possuam projeção estadual, mas não alcançam a necessária abrangência local, não
atende a determinação contida no art. 605 da CLT, pois dificulta ou impossibilita o conhecimento da cobrança ao contribuinte que tem
seu domicílio em zona rural, onde o acesso a tais jornais se mostra restrito. Não demonstrada nenhuma das hipóteses de cabimento do
recurso de revista previstas no art. 896, § 9º, da CLT. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega provimento. (AIRR -

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11288-22.2014.5.15.0030 , Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 03/05/2017, 4ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 05/05/2017).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. RITO
SUMARÍSSIMO - DESCABIMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. NOTIFICAÇÃO
PESSOAL DO SUJEITO PASSIVO. PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO
PROCESSO. (...) O Regional manteve a sentença pela qual foi extinto o processo sem resolução do mérito, pelos fundamentos assim
reproduzidos nas razões de recurso de revista, nos termos do art. 896, § 1º-A, I, da CLT (fl. 492-PE): "Com efeito, dispõe o artigo 605
da CLT, aplicável à hipótese, que 'as entidades sindicais são obrigadas a promover a publicação de editais concernentes ao
recolhimento do imposto sindical, durante 3 (três) dias, nos jornais de maior circulação local e até 10 (dez) dias da data fixada para
depósito bancário'. Note-se que o referido dispositivo exige, como requisito de validade para a cobrança do imposto sindical, a
publicação de editais em jornais de maior circulação local, de forma que a não observância de tais requisitos inviabiliza a própria
cobrança judicial. Assim, em que pese a recorrida ter juntado aos autos cópias simples dos jornais de maior circulação local com a
publicação de editais às fls. 36/71, verifico que tais publicações são genéricas, não constando nelas a indicação expressa do nome do
recorrido (Sr. José Goldberg), notificando-o pessoalmente do débito referente às contribuições sindicais rurais pretendidas na
exordial. Ora, tais publicações não se prestam a notificar o requerido do débito referente às contribuições sindicais rurais pretendidas
pela recorrente, o que permite concluir que está ausente, portanto, um pressuposto de constituição válido e regular do processo. Pelo o
exposto, torna-se impossível o reconhecimento da constituição do débito e conduz à conclusão de que a reclamante deixou de juntar
peças essenciais à propositura do feito. (...) Desta forma, diante da publicação inválida dos editais para a cobrança das contribuições
sindicais rurais, posto que em desacordo com o disposto no artigo 605 da CLT, é evidente que estão ausentes os pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, nos termos do artigo 267, inciso IV do CPC, de maneira que a
presente ação não preencheu todas as condições da ação, pelo que a extinção do processo sem resolução do mérito é medida que se
impõe". Mantenho o r. despacho. (...) 1. Tratando-se de recurso de revista contra decisão proferida em processo submetido ao
procedimento sumaríssimo, mostra-se indispensável a demonstração de violação de preceito da Constituição Federal (art. 896, § 9º, da
CLT). 2. Os recursos de natureza extraordinária se caracterizam pela fundamentação que vincula a Corte para a qual dirigidos,
objetivando, precipuamente, a higidez do direito objetivo - do ponto de vista da Federação. Em tal norte, o recurso de revista se destina
a outorgar a interpretação do direito federal e a uniformizar a jurisprudência (CLT, art. 896). Assim, escudado em alegação de ofensa a
preceito da Constituição Federal estranho à matéria posta em discussão, não merece ser processado o recurso de revista, porquanto
desatendidos os pressupostos intrínsecos de admissibilidade. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 3073-
09.2013.5.15.0025 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 08/06/2016, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 17/06/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Inviável o


reconhecimento da alegada nulidade, tendo em vista os termos da Súmula nº 184 do TST e também o disposto na Súmula nº 459 do
TST. 2. CNA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. MEDIDA CAUTELAR DE NOTIFICAÇÃO JUDICIAL CUMULADA COM
PROTESTO INTERRUPTIVO DA PRESCRIÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL DO
DEVEDOR. O Regional assegurou que os fundamentos lançados pela CNA na presente ação não se sustentavam pelos seguintes
motivos: 1º) não há comprovação nos autos de que a demandante tenha tentado notificar extrajudicialmente a parte demandada, sendo
que os editais colacionados aos autos não se prestam para tal fim, porquanto não mencionam especificamente o nome do réu, contendo
texto genérico; 2º) o domicílio do réu, segundo endereço informado na petição inicial, está situado em área urbana (centro de Santa
Maria), sendo, portanto, de fácil localização; 3º) inexiste prova nos autos de que o réu estivesse, de alguma forma, dificultando sua
localização. Desse modo, segundo o acórdão recorrido, a CNA não logrou comprovar as tentativas frustradas de notificação
extrajudicial do réu. Nessa perspectiva, assentou a Corte de origem que, em face da não constituição do crédito tributário, pela ausência
de prévia e pessoal notificação do devedor, não há falar em prazo prescricional a ser interrompido. Logo, ausente a prova da tentativa
frustrada de notificação extrajudicial relativa à exigência contida no art. 145 do CTN, não restou preenchido o requisito essencial para
se requerer a medida judicial pretendida. Assim, correta a decisão do Regional que manteve a sentença que extinguiu o processo sem
resolução de mérito. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR - 20000-91.2015.5.04.0702 , Relatora Ministra: Dora
Maria da Costa, Data de Julgamento: 15/06/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/06/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CNA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. NOTIFICAÇÃO DO


SUJEITO PASSIVO. NECESSIDADE. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. A jurisprudência desta Corte é no sentido de
que a contribuição sindical rural, por ser espécie de tributo, pressupõe o regular lançamento para a constituição em crédito. Com efeito,
em observância ao comando normativo disposto no art. 145 do CTN, entende-se que é imprescindível a notificação pessoal do devedor
da cobrança da contribuição sindical rural. Portanto, não se afigura suficiente para a constituição do crédito tributário a mera
publicação de editais em jornais de grande circulação visando à ciência do devedor. Precedentes. Nesse contexto, não há como
assegurar o processamento do recurso de revista quando o agravo de instrumento interposto não desconstitui os termos da decisão
denegatória que, assim subsiste por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR-1667-63.2011.5.15.0108, 3ª
Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT 27/9/2013).
 
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO
PESSOAL DO SUJEITO PASSIVO. PUBLICAÇÃO DE EDITAIS EM JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO. O artigo 605 da
CLT dispõe que -as entidades sindicais são obrigadas a promover a publicação de editais concernentes ao recolhimento do imposto
sindical, durante 3 (três) dias, nos jornais de maior circulação local e até 10 (dez) dias da data fixada para depósito bancário-. Extrai-se
desse dispositivo legal que a publicação de editais tem por fim dar ciência ao sujeito passivo acerca da obrigação tributária concernente
à contribuição sindical rural. Contudo, esse procedimento, por si só, não constitui uma relação processual válida, porquanto não se
pode afirmar que a publicação em jornal tem alcance na região onde está situado o sujeito passivo a ensejar a sua efetiva ciência do
débito e a sua condição de réu. Tratando-se a contribuição sindical rural de modalidade de tributo, pressupõe-se o seu regular
lançamento para a constituição do crédito, nos termos do artigo 145 do Código Tributário Nacional. Com efeito, o cálculo do montante
do tributo devido é feito a partir do lançamento (artigo 142 do CTN), o que se dá com a notificação pessoal do sujeito passivo
tributário, que fica possibilitado de quitar o débito tributário, de forma antecipada, sem a incidência de juros, multa e correção
monetária. Na hipótese, o Tribunal de origem consignou que -a publicação dos editais na forma prescrita no artigo supracitado
representa requisito indispensável para viabilizar a ação de cobrança. Descumprido o preceito, tornam-se os autores carecedores da

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ação, por falta de interesse de agir-. Ademais, não há notícias nos autos sobre a existência de notificação pessoal do sujeito passivo do
tributo, requisito essencial para regular lançamento e constituição do débito tributário. Ilesos os artigos 605 da CLT e 267, inciso VI, do
CPC. Recurso de revista não conhecido. (RR-1922566-62.2008.5.09.0900, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta,
DEJT 19/10/2012).
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL - NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO SUJEITO PASSIVO -
NECESSIDADE. O Eg. Tribunal de origem julgou indevida a cobrança da contribuição sindical rural, ao fundamento de não ter sido
comprovada a notificação pessoal do contribuinte. (...) Como primeiro passo, destaco que, apesar do litígio não envolve relação de
emprego ou de trabalho, a competência material deste ramo do judiciário tornou-se incontroversa a partir da edição da EC n. 45/2.004,
a qual conferiu nova redação ao art. 114, da Carta Magna e sepultou o entendimento anteriormente contido na Súmula n. 222, do STJ.
Em tese o recorrido ostenta a condição de contribuinte perante a entidade recorrente, a qual o representa no plano sindical patronal. A
recorrente, por seu turno, está legitimada a cobrar diretamente a contribuição sindical, sem vinculação ao tributo sobre a propriedade
rural, ou seja, o ITR lançado pelo INCRA (art. 24, Lei n. 8.847/94 e art. 17, da Lei n. 9.393/96). Com efeito, em vista da natureza
tributária da contribuição seria imperativa a prévia notificação pessoal do devedor (art. 217, CTN), na forma do art. 145, do mesmo
Código. A documentação encartada pela autora comprova a publicação de editais, como exige o art. 605, da CLT (fls. 30/56), mas não
há qualquer prova de que as guias de fls. 15/17 tenham sido anteriormente entregues ao contribuinte. Para resumir: a Confederação está
dotada de legitimidade para lançar e cobrar o tributo de natureza parafiscal. Não obstante, está obrigada a respeitar os procedimentos
previstos no Código Tributário Nacional, em especial a prévia notificação pessoal do devedor. O que se observa nos recentes anais do
judiciário trabalhista é que a mesma Confederação aqui "despejou" centenas ou milhares de ações de cobrança sem a prévia adoção das
medidas administrativas próprias atinentes ao regular lançamento. (...) Portanto, ainda que se repute incontroversa a condição de
contribuinte ostentada pelo recorrido e se considere a CNA legitimada para a cobrança, inclusive em relação às proporções reservadas
pela lei às entidades de rango inferior (sindicato e federação) inafastável a exigência do regular lançamento para posterior cobrança
judicial do tributo em questão. Diante do exposto, decido CONHECER do recurso interposto por CONFEDERAÇÃO DA
AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL e a ele dar PARCIAL PROVIMENTO para reformar a r. Sentença, porém, para também
EXTINGUIR A AÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, ante a ausência de interesse processual nos termos do artigo 267, VI, do
CPC, conforme fundamentação. (fls. 298/301). Eis os fundamentos do acórdão que rejeitou os Embargos de Declaração: VOTO (...) A
Embargante alega que o acórdão embargado partiu de premissa equivocada, consubstanciando erro de fato, porquanto "a necessidade
de notificação pessoal do contribuinte não o exime de efetuar o devido pagamento" (fl. 371). Assevera que a regularidade da
notificação do contribuinte, por meio de edital, torna despicienda a sua notificação pessoal. Afirma, por fim, a existência de contradição
e omissão no acórdão embargado. A C. 8ª Turma analisou devidamente a matéria que lhe foi submetida, razão por que não se ressente o
julgado de nenhuma omissão, contradição, obscuridade ou equívoco. Da leitura das razões expendidas nos Embargos de Declaração,
depreende-se que a Embargante não apontou, de forma expressa, omissão existente no acórdão embargado. Tampouco explicitou em
que consistiria a contradição alegada. Ademais, ficou consignada no acórdão embargado, de forma clara e expressa, a necessidade de
notificação pessoal do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário, não sendo suficiente, para fins de observância do
princípio da publicidade, a publicação de editais em jornais de circulação eminentemente urbana. Conclui-se, assim, que a existência de
"erro de fato" alegada pela Embargante traduz a sua intenção de, na suposta alegação de vícios no acórdão embargado, rediscutir os
fundamentos adotados pela C. 8ª Turma e obter o reexame da matéria julgada, pretensão que não se coaduna com as hipóteses de
cabimento da via eleita, descritas nos artigos 897-A da CLT e 535 do CPC. Embargos de Declaração rejeitados, pois inexistentes
omissão, contradição ou obscuridade. (ED-AIRR - 514-03.2011.5.15.0073 , Relator Desembargador Convocado: João Pedro Silvestrin,
Data de Julgamento: 18/12/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: 07/01/2014).
 
ACÓRDÃO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO LEI 8.847/94 VIGÊNCIA DO
DECRETO-LEI 1.166/71 INCIDÊNCIA DAS PENALIDADES DO ART. 600 DA CLT. As penalidades previstas de forma específica
no art. 600 da CLT são aplicáveis na hipótese de recolhimento da contribuição sindical rural fora do prazo, nos termos do Decreto-Lei
1.166/71, cuja vigência é indiscutível em face de sua menção expressa na Lei 8.847/94, que transferiu da Receita Federal para a
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil a atribuição de arrecadar o tributo. Não há, portanto, que se falar em revogação tácita
pelas Leis 8.022/90 e 8.383/91, que versaram de forma genérica sobre as receitas arrecadadas pelo INCRA. A Consolidação das Leis
do Trabalho, em seus arts. 578 a 610, regulamentou expressamente a contribuição sindical, estabelecendo as seguintes penalidades para
a hipótese de atraso no recolhimento, verbis : Art. 600. O recolhimento da contribuição sindical efetuado fora do prazo referido neste
Capítulo, quando espontâneo, será acrescido da multa de 10% (dez por cento), nos 30 (trinta) primeiros dias, com o adicional de 2%
(dois por cento) por mês subsequente de atraso, além de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária, ficando,
nesse caso, o infrator isento de outra penalidade. Assim sendo, DOU PROVIMENTO ao recurso para, reformando o acórdão regional,
determinar a incidência das penalidades previstas no art. 600 da CLT sobre o valor da contribuição sindical recolhido fora do prazo,
conforme postulado na inicial. NÚMERO ÚNICO PROC: RR - 352/2006-022-24-00. Ministro Relator - Ives Gandra Martins Filho.
Brasília, 12 de dezembro de 2007.
 
EMENTA: Sindicato: contribuição sindical da categoria: recepção. A recepção pela ordem constitucional vigente da contribuição
sindical compulsória, prevista no art. 578 CLT e exigível de todos os integrantes da categoria, independentemente de sua filiação ao
sindicato resulta do art. 8º, IV, in fine, da Constituição; não obsta à recepção a proclamação, no caput do art. 8º, do princípio da
liberdade sindical, que há de ser compreendido a partir dos termos em que a Lei Fundamental a positivou, nos quais a unicidade (art.
8º, II) e a própria contribuição sindical de natureza tributária (art. 8º, IV) – marcas características do modelo corporativista resistente -,
dão à medida da sua relatividade (cf. MI 144, Pertence, RTJ 147/868, 874); nem impede a recepção questionada a falta da lei
complementar prevista no art. 146, III, CF, à qual alude o art. 149, à vista do disposto no art. 34, §§ 3º e 4º, das Disposições
Transitórias (cf. RE 146733, Moreira Alves, RTJ 146/684, 694)."
 
EMENTA: Embargos infringentes. Contribuição sindical rural. Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Competência da
Justiça do Trabalho. Aplicação imediata do texto constitucional, nos termos da Emenda Constitucional n.º 45/04 e art. 114, III, da
Constituição Federal. Incompetência absoluta que se reconhece deste Tribunal de Justiça para processar e julgar estes embargos
infringentes, com remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região. Precedente já dirimido pelo STJ.
Descabimento dos embargos infringentes. Não conhecimento.
1. Após a Emenda Constitucional n.º 45/04, a Justiça do Trabalho passou a deter competência para processar e julgar não só as ações
sobre representação sindical, como também os feitos intersindicais e os processos que envolvam sindicatos e empregadores ou

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sindicatos e trabalhadores. 2. As ações de cobrança de contribuição sindical propostas pelo sindicato, federação ou confederação
respectiva contra o empregador, após a referida Emenda, devem ser processadas e julgadas pela Justiça Laboral. Rel.: Ruy Francisco
Thomaz/7.ª Câm. Cível. EMBARGOS INFRINGENTES N.º 237.786-6/01.
 
Base legal:  Lei 9.701/98 e Decreto-Lei 1.166/71;
Artigo 600 e 608 da CLT e os citados no texto.

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Guia Trabalhista - Índice

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