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A pessoa física que presta serviço a empregador rural mediante remuneração de qualquer espécie;
Quem, proprietário ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido o trabalho dos
membros da mesma família, indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração,
ainda que com ajuda eventual de terceiros.
EMPRESÁRIO OU EMPREGADOR RURAL
Nos termos do art. 5º, inciso II da Lei 9.701/1998, considera-se empresário ou empregador rural para efeito de enquadramento sindical:
A pessoa física ou jurídica que tendo empregado, empreende, a qualquer título, atividade econômica rural;
Quem, proprietário ou não e mesmo sem empregado, em regime de economia familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda
a força de trabalho e lhe garanta a subsistência e progresso social e econômico em área igual ou superior à dimensão do módulo
rural da respectiva região;
Os proprietários de mais de um imóvel rural, desde que a soma de suas áreas seja superior a dois módulos rurais da respectiva
região.
CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO
O cálculo da contribuição sindical do empregador rural é efetuado com base nas informações prestadas pelo proprietário rural ao
cadastro fiscal de imóveis rurais (CAFIR), administrado pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
O inciso II do artigo 17 da Lei 9.393/1996 autoriza a celebração de convênio entre a SRF e a CNA com o objetivo de fornecimento dos
dados necessários à cobrança da contribuição sindical rural.
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Assim, nos termos da Instrução Normativa SRF 19, de 17/02/98, que disciplina o procedimento de fornecimento de dados da SRF a
órgãos e entidades que detenham competência para cobrar e fiscalizar impostos, taxas e contribuições instituídas pelo poder público,
foi firmado o respectivo convênio entre a união – por intermédio da SRF – e a CNA, publicado no diário oficial da união de 21/05/98.
Para o cálculo da contribuição sindical rural devem-se observar as distinções de base de cálculo para os contribuintes, pessoas físicas e
jurídicas.
PESSOA FÍSICA
Para o trabalhador rural pessoa física, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do Valor da Terra Nua Tributável
(VTNt) de todas as propriedades rurais no País, constante no cadastro da Secretaria da Receita Federal, utilizado para lançamento do
Imposto Territorial Rural (ITR).
Conforme mencionado acima, a contribuição sindical rural da pessoa física depende de autorização expressa, porquanto se trata de uma
faculdade em contribuir ou não.
PESSOA JURÍDICA
Para a pessoa jurídica, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do capital social (PCS) atribuída ao imóvel. A
contribuição da pessoa jurídica é facultativa, conforme mencionado acima.
VALOR DO PAGAMENTO
Caso o produtor rural opte por recolher a contribuição sindical, o mesmo deverá fazê-lo em uma única guia por contribuinte,
contemplando todos os imóveis declarados à Secretaria da Receita Federal de sua propriedade.
O valor é calculado com base na tabela a seguir, vigente a partir de 1º de janeiro de 2023:
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adic
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$
Nota: A tabela acima é válida desde Janeiro/2019 e não houve alteração dos valores desde então, conforme tabelas abaixo.
HISTÓRICO - VALORES DE REFERÊNCIA DOS ÚLTIMOS 2 ANOS
VALORES EM 2022
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adicio
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$ 16
VALORES EM 2021
Classes de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável VTNt (em R$) Alíquota Parcela Adicio
Até 4.373,75 Contribuição Mínima de R$
De 4.373,76 a 8.749,50 0,80%
De 8.749,51 a 87.495,00 0,20% R$
De 87.495,01 a 8.749.500,00 0,10% R$
De8.749.500,01 a 46.664.000,00 0,02% R$
Acima de 46.664.000,00 Contribuição Máxima de R$ 16
EXEMPLO PRÁTICO DE CÁLCULO
Como a tabela é progressiva, o valor da contribuição corresponde à soma da aplicação das alíquotas sobre a parcela do capital
social/VTN tributável distribuído em cada classe. A parcela adicional constante da tabela visa apenas simplificar o cálculo da
contribuição.
Valor do capital social (PCS) ou da Terra Nua Tributável (VTNt) dos imóveis do contribuinte: R$ 250.000,00
Valor Contribuição Sindical Rural = Capital social x % enquadrado na tabela + parcela adicional da classe
Valor Contribuição Sindical Rural = (R$ 250.000,00 x 0,10% ) + R$ 140,00
Valor Contribuição Sindical Rural = R$ 250,00 + R$ 140,00
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A contribuição sindical não pode ser parcelada por força do que dispõe o artigo 580 da CLT, o qual estabelece que a contribuição
sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente.
VENCIMENTO
Para o ano de 2023 o vencimento da obrigação será:
Certidão Negativa de Débito da CSR – essa opção está disponível para aqueles proprietários cujas contribuições dos últimos
cinco exercícios estejam quitadas;
Declaração Negativa de Débito da CSR – essa opção serve para comprovar exercícios pagos, mesmo que não estejam com a
totalidade dos últimos cinco exercícios quitados.
Para tanto, é necessário que o proprietário informe o seu CPF ou CNPJ e o número do imóvel (SRF) de sua propriedade, constante na
guia de recolhimento da Contribuição Sindical Rural.
JURISPRUDÊNCIA
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"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
RURAL. COMUNICAÇÃO PESSOAL E TEMPESTIVA DO DEVEDOR. NECESSIDADE. AUSÊNCIA DE TRANSCENDÊNCIA.
(...). O artigo 605, da CLT, ao dispor em relação à publicação dos editais, estabelece um pressuposto formal de publicidade, através do
qual objetiva-se identificar o devedor. Com isso em vista, cumpre perscrutar se os ditames do art. 605 da CLT foram devidamente
observados, de modo a assegurar o regular procedimento de cobrança, isto é, se houve a publicação de editais concernentes ao
recolhimento do tributo, por 3 dias, nos jornais de maior circulação local, com antecedência de até 10 dias da data de vencimento da
obrigação. Isso porque, a contribuição sindical se reveste de natureza tributária, e, portanto deve observar as regras e princípios que
lhes são correlatos. Na hipótese vertente, contudo, constato que os editais colacionados pela ora recorrente, id 8d294f8 e fac36f7, não
estão de acordo com a mencionada regra entabulada no preceito legal. Isto porque, tratam-se de notificações genéricas e
indistintamente dirigidas aos ‘produtores rurais’, não possuindo a efetiva identificação do devedor, o que claramente se afasta do
intuito colimado pela norma celetista. Aliás, os documentos se revelam praticamente ilegíveis, dado o seu tamanho diminuto, e, do
pouco que se consegue ler, neles não se identifica destinatário definido, nem a menção ao valor devido. Sendo certo que, sem a
notificação pessoal do contribuinte não há que se falar em constituição válida do crédito referente à contribuição sindical rural. Quanto
à necessidade de identificação correta do contribuinte, no mesmo sentido do que exposto até aqui, já se encontra sedimentado o
entendimento no Excelso Pretório Trabalhista (...). O C. TST firmou entendimento de que, para a cobrança da contribuição sindical
rural, é indispensável que a parte instrua a ação com a guia de recolhimento, a cópia do edital expedido e a comprovação da notificação
pessoal do devedor, que não pode ser suprida pela comprovação de publicação dos editais em jornais de grande circulação. Com efeito,
a ausência de notificação pessoal do sujeito passivo torna inexistente o crédito tributário e acarreta a impossibilidade jurídica do pedido
de cobrança. (...). Em julgamento ao agravo de instrumento, a Sexta Turma concluiu pela ausência dos indicadores da transcendência
do recurso de revista interposto sob a égide da Lei 13.467/2017. Nos termos do artigo 896-A, § 4º, da CLT, é irrecorrível acórdão de
Turma proferido em sede de recurso de revista, por meio do qual se considera ausente a transcendência da causa. Como consequência
lógica, a decisão da Turma que afasta a transcendência, em sede de agravo de instrumento, também deve ser irrecorrível. Assim,
incabíveis os embargos de declaração opostos. Embargos de declaração de que não se conhece " (ED-AIRR-12074-28.2017.5.15.0041,
6ª Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 16/04/2021).
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. CNA.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. AÇÃO DE COBRANÇA. SUJEITO PASSIVO. NOTIFICAÇÃO PESSOAL. EXIGÊNCIA.
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A Confederação agravante não consegue viabilizar o acesso à via recursal de natureza extraordinária, ante o que dispõe o art. 896, § 7º,
da CLT, no sentido de que não cabe recurso de revista quando o tema recursal estiver pacificado por iterativa e notória jurisprudência
do Tribunal Superior do Trabalho, como ocorre, na espécie, no que diz respeito à necessidade de notificação pessoal do sujeito passivo
para a constituição do crédito referente à contribuição sindical rural. Precedentes da SbDI-1 e das oito Turmas do TST. Agravo a que se
nega provimento. (Ag-AIRR - 1000153-94.2017.5.02.0242 , Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento:
12/12/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/12/2018).
RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA AJUIZADA SOB A ÉGIDE DO CPC DE 1973. ART. 485, IX, CPC DE 1973.
ERRO DE FATO NÃO CARACTERIZADO. EXISTÊNCIA DE PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL. INDEVIDA A
COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. 1. Tese inicial fundada na alegação de que o Juízo prolator da decisão
rescindenda incorreu em erro de fato, ao ignorar os documentos carreados aos autos originários, os quais comprovariam ser indevida a
cobrança de contribuição sindical rural. 2. Segundo a definição legal, há erro de fato quando o juiz considerar existente fato inexistente,
ou inexistente fato efetivamente ocorrido (art. 485, IX, § 1º, do CPC de 1973), sendo relevante, em qualquer caso, que não tenha
havido controvérsia ou pronunciamento judicial a respeito (CPC/1973, art. 485, IX, § 2º). Nesses termos, o erro de fato apto a autorizar
o corte rescisório não corresponde a simples equívoco no julgamento, mas a uma autêntica falha de percepção do juiz sobre ponto
decisivo da controvérsia. 3. No caso em exame, o que o Autor alega como erro de fato consiste na circunstância de ter sido condenado
a pagar contribuição sindical rural, relativa ao período de 2006 a 2010, embora os documentos juntados aos autos primitivos
demonstrassem que a soma das áreas de seus imóveis rurais era inferior a dois módulos rurais. 4. Ocorre, todavia, que houve
pronunciamento judicial sobre o fato em relação ao qual o Autor aponta ter havido erro de percepção do julgador. Com efeito, ao
interpor recurso ordinário, o Autor pleiteou o indeferimento do pedido de cobrança de contribuição sindical rural, alegando que o fato
gerador do tributo é a qualidade de ser proprietário do imóvel, na forma estabelecida na lei. Desse modo, argumentou que, tendo sido
reconhecida a existência de condomínio de proprietários, deveria ter havido isenção do pagamento da contribuição, já que cada um dos
quatro proprietários possuía fração ideal inferior a dois módulos rurais, considerando que a soma das áreas rurais analisadas era de
2,4266 módulos rurais. Em contrarrazões, os Réus argumentaram que o Autor não refutava a sua condição de proprietário e produtor
rural, tampouco negava, aliás, até comprovava documentalmente, que a soma das áreas de seus imóveis rurais atingia 2,4266 módulos
rurais, o que excluía a possibilidade da isenção prevista em lei. E o Juízo prolator solucionou a polêmica compreendendo ser devida a
contribuição sindical rural, porque ultrapassada a dimensão de dois módulos rurais impostos legalmente para isenção do pagamento do
tributo, conforme consignado em defesa e comprovado pelos documentos juntados pelo próprio Autor (então réu). Assim, constatado
que o fato em torno do qual supostamente houve erro foi objeto de pronunciamento judicial no processo originário, inviável o corte
rescisório postulado. Vale lembrar que não cabe ação rescisória para melhor exame da prova produzida nos autos da ação matriz. 5.
Ademais, ao contrário do alegado pelo Autor, o Juízo prolator da decisão censurada não ignorou fato existente para deferir o
pagamento da contribuição sindical rural. Ora, o Colegiado, ao considerar devida a contribuição sindical rural, baseou-se nos elementos
de convicção trazidos aos autos, especialmente os documentos que agora o Autor diz terem sidos ignorados, os quais indicavam,
segundo a visão do juízo prolator da decisão rescindenda, que os imóveis rurais abrangiam área superior a dois módulos rurais.
Recurso ordinário conhecido e desprovido. (RO - 5072-06.2014.5.09.0000 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de
Julgamento: 10/04/2018, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 13/04/2018).
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11288-22.2014.5.15.0030 , Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 03/05/2017, 4ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 05/05/2017).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. RITO
SUMARÍSSIMO - DESCABIMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. NOTIFICAÇÃO
PESSOAL DO SUJEITO PASSIVO. PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO
PROCESSO. (...) O Regional manteve a sentença pela qual foi extinto o processo sem resolução do mérito, pelos fundamentos assim
reproduzidos nas razões de recurso de revista, nos termos do art. 896, § 1º-A, I, da CLT (fl. 492-PE): "Com efeito, dispõe o artigo 605
da CLT, aplicável à hipótese, que 'as entidades sindicais são obrigadas a promover a publicação de editais concernentes ao
recolhimento do imposto sindical, durante 3 (três) dias, nos jornais de maior circulação local e até 10 (dez) dias da data fixada para
depósito bancário'. Note-se que o referido dispositivo exige, como requisito de validade para a cobrança do imposto sindical, a
publicação de editais em jornais de maior circulação local, de forma que a não observância de tais requisitos inviabiliza a própria
cobrança judicial. Assim, em que pese a recorrida ter juntado aos autos cópias simples dos jornais de maior circulação local com a
publicação de editais às fls. 36/71, verifico que tais publicações são genéricas, não constando nelas a indicação expressa do nome do
recorrido (Sr. José Goldberg), notificando-o pessoalmente do débito referente às contribuições sindicais rurais pretendidas na
exordial. Ora, tais publicações não se prestam a notificar o requerido do débito referente às contribuições sindicais rurais pretendidas
pela recorrente, o que permite concluir que está ausente, portanto, um pressuposto de constituição válido e regular do processo. Pelo o
exposto, torna-se impossível o reconhecimento da constituição do débito e conduz à conclusão de que a reclamante deixou de juntar
peças essenciais à propositura do feito. (...) Desta forma, diante da publicação inválida dos editais para a cobrança das contribuições
sindicais rurais, posto que em desacordo com o disposto no artigo 605 da CLT, é evidente que estão ausentes os pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, nos termos do artigo 267, inciso IV do CPC, de maneira que a
presente ação não preencheu todas as condições da ação, pelo que a extinção do processo sem resolução do mérito é medida que se
impõe". Mantenho o r. despacho. (...) 1. Tratando-se de recurso de revista contra decisão proferida em processo submetido ao
procedimento sumaríssimo, mostra-se indispensável a demonstração de violação de preceito da Constituição Federal (art. 896, § 9º, da
CLT). 2. Os recursos de natureza extraordinária se caracterizam pela fundamentação que vincula a Corte para a qual dirigidos,
objetivando, precipuamente, a higidez do direito objetivo - do ponto de vista da Federação. Em tal norte, o recurso de revista se destina
a outorgar a interpretação do direito federal e a uniformizar a jurisprudência (CLT, art. 896). Assim, escudado em alegação de ofensa a
preceito da Constituição Federal estranho à matéria posta em discussão, não merece ser processado o recurso de revista, porquanto
desatendidos os pressupostos intrínsecos de admissibilidade. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 3073-
09.2013.5.15.0025 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 08/06/2016, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 17/06/2016).
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ação, por falta de interesse de agir-. Ademais, não há notícias nos autos sobre a existência de notificação pessoal do sujeito passivo do
tributo, requisito essencial para regular lançamento e constituição do débito tributário. Ilesos os artigos 605 da CLT e 267, inciso VI, do
CPC. Recurso de revista não conhecido. (RR-1922566-62.2008.5.09.0900, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta,
DEJT 19/10/2012).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL - NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO SUJEITO PASSIVO -
NECESSIDADE. O Eg. Tribunal de origem julgou indevida a cobrança da contribuição sindical rural, ao fundamento de não ter sido
comprovada a notificação pessoal do contribuinte. (...) Como primeiro passo, destaco que, apesar do litígio não envolve relação de
emprego ou de trabalho, a competência material deste ramo do judiciário tornou-se incontroversa a partir da edição da EC n. 45/2.004,
a qual conferiu nova redação ao art. 114, da Carta Magna e sepultou o entendimento anteriormente contido na Súmula n. 222, do STJ.
Em tese o recorrido ostenta a condição de contribuinte perante a entidade recorrente, a qual o representa no plano sindical patronal. A
recorrente, por seu turno, está legitimada a cobrar diretamente a contribuição sindical, sem vinculação ao tributo sobre a propriedade
rural, ou seja, o ITR lançado pelo INCRA (art. 24, Lei n. 8.847/94 e art. 17, da Lei n. 9.393/96). Com efeito, em vista da natureza
tributária da contribuição seria imperativa a prévia notificação pessoal do devedor (art. 217, CTN), na forma do art. 145, do mesmo
Código. A documentação encartada pela autora comprova a publicação de editais, como exige o art. 605, da CLT (fls. 30/56), mas não
há qualquer prova de que as guias de fls. 15/17 tenham sido anteriormente entregues ao contribuinte. Para resumir: a Confederação está
dotada de legitimidade para lançar e cobrar o tributo de natureza parafiscal. Não obstante, está obrigada a respeitar os procedimentos
previstos no Código Tributário Nacional, em especial a prévia notificação pessoal do devedor. O que se observa nos recentes anais do
judiciário trabalhista é que a mesma Confederação aqui "despejou" centenas ou milhares de ações de cobrança sem a prévia adoção das
medidas administrativas próprias atinentes ao regular lançamento. (...) Portanto, ainda que se repute incontroversa a condição de
contribuinte ostentada pelo recorrido e se considere a CNA legitimada para a cobrança, inclusive em relação às proporções reservadas
pela lei às entidades de rango inferior (sindicato e federação) inafastável a exigência do regular lançamento para posterior cobrança
judicial do tributo em questão. Diante do exposto, decido CONHECER do recurso interposto por CONFEDERAÇÃO DA
AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL e a ele dar PARCIAL PROVIMENTO para reformar a r. Sentença, porém, para também
EXTINGUIR A AÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, ante a ausência de interesse processual nos termos do artigo 267, VI, do
CPC, conforme fundamentação. (fls. 298/301). Eis os fundamentos do acórdão que rejeitou os Embargos de Declaração: VOTO (...) A
Embargante alega que o acórdão embargado partiu de premissa equivocada, consubstanciando erro de fato, porquanto "a necessidade
de notificação pessoal do contribuinte não o exime de efetuar o devido pagamento" (fl. 371). Assevera que a regularidade da
notificação do contribuinte, por meio de edital, torna despicienda a sua notificação pessoal. Afirma, por fim, a existência de contradição
e omissão no acórdão embargado. A C. 8ª Turma analisou devidamente a matéria que lhe foi submetida, razão por que não se ressente o
julgado de nenhuma omissão, contradição, obscuridade ou equívoco. Da leitura das razões expendidas nos Embargos de Declaração,
depreende-se que a Embargante não apontou, de forma expressa, omissão existente no acórdão embargado. Tampouco explicitou em
que consistiria a contradição alegada. Ademais, ficou consignada no acórdão embargado, de forma clara e expressa, a necessidade de
notificação pessoal do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário, não sendo suficiente, para fins de observância do
princípio da publicidade, a publicação de editais em jornais de circulação eminentemente urbana. Conclui-se, assim, que a existência de
"erro de fato" alegada pela Embargante traduz a sua intenção de, na suposta alegação de vícios no acórdão embargado, rediscutir os
fundamentos adotados pela C. 8ª Turma e obter o reexame da matéria julgada, pretensão que não se coaduna com as hipóteses de
cabimento da via eleita, descritas nos artigos 897-A da CLT e 535 do CPC. Embargos de Declaração rejeitados, pois inexistentes
omissão, contradição ou obscuridade. (ED-AIRR - 514-03.2011.5.15.0073 , Relator Desembargador Convocado: João Pedro Silvestrin,
Data de Julgamento: 18/12/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: 07/01/2014).
ACÓRDÃO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO LEI 8.847/94 VIGÊNCIA DO
DECRETO-LEI 1.166/71 INCIDÊNCIA DAS PENALIDADES DO ART. 600 DA CLT. As penalidades previstas de forma específica
no art. 600 da CLT são aplicáveis na hipótese de recolhimento da contribuição sindical rural fora do prazo, nos termos do Decreto-Lei
1.166/71, cuja vigência é indiscutível em face de sua menção expressa na Lei 8.847/94, que transferiu da Receita Federal para a
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil a atribuição de arrecadar o tributo. Não há, portanto, que se falar em revogação tácita
pelas Leis 8.022/90 e 8.383/91, que versaram de forma genérica sobre as receitas arrecadadas pelo INCRA. A Consolidação das Leis
do Trabalho, em seus arts. 578 a 610, regulamentou expressamente a contribuição sindical, estabelecendo as seguintes penalidades para
a hipótese de atraso no recolhimento, verbis : Art. 600. O recolhimento da contribuição sindical efetuado fora do prazo referido neste
Capítulo, quando espontâneo, será acrescido da multa de 10% (dez por cento), nos 30 (trinta) primeiros dias, com o adicional de 2%
(dois por cento) por mês subsequente de atraso, além de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária, ficando,
nesse caso, o infrator isento de outra penalidade. Assim sendo, DOU PROVIMENTO ao recurso para, reformando o acórdão regional,
determinar a incidência das penalidades previstas no art. 600 da CLT sobre o valor da contribuição sindical recolhido fora do prazo,
conforme postulado na inicial. NÚMERO ÚNICO PROC: RR - 352/2006-022-24-00. Ministro Relator - Ives Gandra Martins Filho.
Brasília, 12 de dezembro de 2007.
EMENTA: Sindicato: contribuição sindical da categoria: recepção. A recepção pela ordem constitucional vigente da contribuição
sindical compulsória, prevista no art. 578 CLT e exigível de todos os integrantes da categoria, independentemente de sua filiação ao
sindicato resulta do art. 8º, IV, in fine, da Constituição; não obsta à recepção a proclamação, no caput do art. 8º, do princípio da
liberdade sindical, que há de ser compreendido a partir dos termos em que a Lei Fundamental a positivou, nos quais a unicidade (art.
8º, II) e a própria contribuição sindical de natureza tributária (art. 8º, IV) – marcas características do modelo corporativista resistente -,
dão à medida da sua relatividade (cf. MI 144, Pertence, RTJ 147/868, 874); nem impede a recepção questionada a falta da lei
complementar prevista no art. 146, III, CF, à qual alude o art. 149, à vista do disposto no art. 34, §§ 3º e 4º, das Disposições
Transitórias (cf. RE 146733, Moreira Alves, RTJ 146/684, 694)."
EMENTA: Embargos infringentes. Contribuição sindical rural. Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Competência da
Justiça do Trabalho. Aplicação imediata do texto constitucional, nos termos da Emenda Constitucional n.º 45/04 e art. 114, III, da
Constituição Federal. Incompetência absoluta que se reconhece deste Tribunal de Justiça para processar e julgar estes embargos
infringentes, com remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região. Precedente já dirimido pelo STJ.
Descabimento dos embargos infringentes. Não conhecimento.
1. Após a Emenda Constitucional n.º 45/04, a Justiça do Trabalho passou a deter competência para processar e julgar não só as ações
sobre representação sindical, como também os feitos intersindicais e os processos que envolvam sindicatos e empregadores ou
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sindicatos e trabalhadores. 2. As ações de cobrança de contribuição sindical propostas pelo sindicato, federação ou confederação
respectiva contra o empregador, após a referida Emenda, devem ser processadas e julgadas pela Justiça Laboral. Rel.: Ruy Francisco
Thomaz/7.ª Câm. Cível. EMBARGOS INFRINGENTES N.º 237.786-6/01.
Base legal: Lei 9.701/98 e Decreto-Lei 1.166/71;
Artigo 600 e 608 da CLT e os citados no texto.
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