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Introdução à

Segurança do Trabalho
Professor Mestre Especialista
Yutaka Mario Kobayashi Júnior
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira

Diretor de Ensino e Pós-graduação


Daniel de Lima

Diretor Administrativo
Eduardo Santini

Coordenador NEAD - Núcleo


de Educação a Distância
Jorge Van Dal

Coordenador do Núcleo de Pesquisa


Victor Biazon
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Secretário Acadêmico Centro, Paranavaí-PR
Tiago Pereira da Silva (44) 3045 9898

Projeto Gráfico e Editoração UNIFATECIE Unidade 2


André Oliveira Vaz Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Revisão Textual Paranavaí-PR
Kauê Berto (44) 3045 9898

UNIFATECIE Unidade 3
Web Designer Rua Pernambuco, 1.169,
Thiago Azenha Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898

UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
Saída para Nova Londrina
FICHA CATALOGRÁFICA Paranavaí-PR
FACULDADE DE TECNOLOGIA E (44) 3045 9898
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
JÚNIOR, Yutaka Mario Kobayashi. www.fatecie.edu.br
Introdução à Segurança do Trabalho.
Yutaka. Mario Kobayashi Júnior.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 116 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTOR

Professor Mestre Especialista Yutaka Mario Kobayashi Júnior

● Mestre em tecnologias limpas pelo Centro Universitário de Maringá (2019);


● Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Esta-
dual de Maringá (2010);
● Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá (2007);

Atua como docente de engenharia civil há 11 anos. É professor de engenharia civil


e arquitetura no Centro Universitário UniFatecie (2018 até o momento) em 2020 começou
a fazer parte do Núcleo Docente Estruturante do curso de engenharia civil da UniFatecie.
Área acadêmica de atuação: Estruturas e todas subáreas.

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/0913796918242414


APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

A disciplina de Introdução à Segurança do Trabalho tem como objetivo principal


proporcionar conhecimentos prevencionistas na formação acadêmica do aluno, de forma
que eles possam exercer suas atividades profissionais de forma prudente e consciente.
Para tanto, apresentamos tópicos que abordam as exigências normativas para que o traba-
lho seja realizado com o mínimo de risco possível para o colaborador e a empresa. Explore
conosco as páginas a seguir e faça parte desse seleto grupo que executa suas ações de
maneira responsável, sem colocar em risco sua integridade física e a dos demais colegas,
zelando pelo sucesso de seu grupo de trabalho e da empresa onde exerce suas atividades.
Além dos os conhecimentos apresentados, você será convidado a refletir se aprofundar nos
conteúdos de interesse, navegando por sites indicados no material didático.
Esperamos que a disciplina seja fator determinante em sua postura profissional e
que os conhecimentos adquiridos aqui façam parte de sua carreira.
Seja bem-vindo!
SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 6
Segurança do Trabalho: Definições e Organização

UNIDADE II.................................................................................................... 40
Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização

UNIDADE III................................................................................................... 71
Segurança do Trabalho na Indústria da Construção

UNIDADE IV................................................................................................... 94
Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização
UNIDADE I
Segurança do Trabalho: Definições e
Organização
Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior

Plano de Estudo:
● Segurança do Trabalho- Introdução
● CIPA
● SESMT
● Acidente de Trabalho
● Higiene do Trabalho
● Riscos Ambientais

Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender o que é a segurança do trabalho e sua importância para os
colaboradores.
● Aprender sobre o papel e as responsabilidades de cada indivíduo ou empresa.
● Capacitar para o bom desempenho das boas práticas de segurança do trabalho.

6
INTRODUÇÃO

Olá,

Esta unidade foi preparada especialmente para você. Você sabe do que essa dis-
ciplina se refere? Você conhece alguém que já sofreu um acidente de trabalho? Alguém
que já levou um choque operando algum maquinário ou até mesmo escorregou num piso
molhado? Já ouviu falar naquela pessoa que sofreu um acidente de carro enquanto viajava
a trabalho? Você conhece algum empresário que teve a produção interrompida devido à
um acidente de trabalho? Pois é, os acidentes de trabalho acontecem em grande escala
no Brasil, isso pode ser considerada uma questão cultural e ao mesmo tempo de muita
imprudência, sabe por quê? Alguma vez você viu uma pessoa em cima de um telhado sem
equipamento nenhum de segurança? Ou então alguém operando equipamento de solda
sem utilizar a máscara de solda? Tenho certeza que sim, essas atitudes fazem do Brasil o
4º país em maior número de acidentes de trabalho no mundo.
Seja bem-vindo à esta unidade, espero que este conteúdo seja enriquecedor para
sua carreira profissional.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 7


1 SEGURANÇA DO TRABALHO - INTRODUÇÃO

1.1 Objetivo
A disciplina de Higiene e Segurança do Trabalho tem como objetivo instruir os
alunos sobre medidas preventivas de exercer suas atividades profissionais e de seus
colaboradores de forma adequada e segura, a fim de eliminar ou mitigar os efeitos de
fatores perigosos que conduzem ao acidente e as doenças ocupacionais. Aproveite este
material, ele te ajudará a se tornar um profissional de atitudes responsáveis, com ações
que não colocam em risco sua integridade física e dos demais profissionais da empresa
que trabalha. Materiais de apoio serão sugeridos no decorrer da apostila, siga atentamente
cada indicação.

1.2 Definição
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de:
== Normas Regulamentadoras;
== Leis complementares;
== Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratifica-
das pelo Brasil;
== Convenções coletivas (sindicatos).

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 8


1.3 O que é a Segurança do Trabalho?
Conjunto de medidas adotadas a fim de reduzir os acidentes de trabalho, saúde
ocupacional, e zelar pela integridade física do colaborador.

1.4 Acidente
Qualquer acontecimento trágico, infeliz que ocasione dano, perda, dor ou morte.

REFLITA

Ás vezes um segundo basta para fazer uma escolha; e o resto da vida é insuficiente
para corrigir o que poderia ter sido evitado.

Fonte: http://www.e-medoffice.com.br/treinamentos_8_8.html

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 9


2 NR-5:2019 - CIPA

2.1 Objetivo
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a pre-
venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do traba-
lhador.

2.2 Constituição
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração
direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem
como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através
de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover
o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambien-
te e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do
mesmo.

2.3 Organização
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de
acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-5:2019.
== Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles
designados.
== Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
== O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem
decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no
Quadro I da NR-5:2019, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos nor-
mativos de setores econômicos específicos.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.
O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 10


Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia útil
após o término do mandato anterior.
Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não
poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros,
ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encer-
ramento das atividades do estabelecimento.

SAIBA MAIS

Você sabia que a CIPA é um instrumento essencial para a redução de acidentes de


trabalho?
Para saber mais sobre isso você pode consultar o endereço: https://enit.trabalho.gov.br/
portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---MANUAL-DA-CI-
PA.pdf

Fonte: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2019/04/cipa-instrumento-essencial-para-a-
-reducao-de-acidentes-de-trabalho

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 11


QUADRO 1 - Direcionamento dos Membros da CIPA

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf

2.4 Atribuições
A CIPA terá por atribuição:
== Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos;
== Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
== Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de pre-
venção necessárias;
== Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho;
== Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas;
== Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no tra-
balho;

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 12


== Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
== Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como
cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança
e saúde no trabalho;
== Participar em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução;
== Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
== Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Preven-
ção da AIDS.

Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao


desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas
constantes do plano de trabalho.

2.4.1 Atribuições dos Empregados


== Participar da eleição de seus representantes;
== Colaborar com a gestão da CIPA;
== Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
== Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à pre-
venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

2.4.2 Atribuições do Presidente


== Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
== Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
== Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
== Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
== Delegar atribuições ao Vice-Presidente;

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 13


2.4.3 Atribuições do Vice-Presidente
== Executar atribuições que lhe forem delegadas;
== Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afasta-
mentos temporários;

2.4.4 Atribuições em Conjunto do Presidente e do Vice-Presidente


== Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvi-
mento de seus trabalhos;
== Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
== Delegar atribuições aos membros da CIPA;
== Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
== Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
== Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
== Constituir a comissão eleitoral.

2.4.5 Atribuições do Secretário


== Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para apro-
vação e assinatura dos membros presentes;
== Preparar as correspondências;
== Outras que lhe forem conferidas.

2.5 Funcionamento da CIPA


== A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preesta-
belecido.
== As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal
da empresa e em local apropriado.
== As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamen-
to de cópias para todos os membros.
== As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Minis-
tério do Trabalho e Emprego.
== Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
== Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação
de medidas corretivas de emergência;
== Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 14


== Houver solicitação expressa de uma das representações.
== As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
== Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na
ata da reunião.
== Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimen-
to justificado.
== O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião
ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente
efetivar os encaminhamentos necessários.
== O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
== A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por
suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de
eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 15


3 NR-4:2016 - SESMT

3.1 O que é o SESMT?


O SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho
e em Medicina do Trabalho é um grupo de profissionais contratados pela empresa para
promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

3.2 Quais são os profissionais responsáveis?


Os profissionais que podem ser contratados para constituir o SESMT são Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de
Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

3.3 Quais estabelecimentos deverão obrigatoriamente constituir um SESMT?


As empresas que possuem certo número de empregados com determinado grau de
risco em sua atividade principal, de acordo com o Quadro 2 da NR-4:2016, deve constituir
um SESMT.

3.4 Um canteiro de obras é considerado estabelecimento?


Sim, porém existe uma exceção. Canteiro de obras com menos de 1 mil colabora-
dores situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal, segundo o item 4.2.1 não
serão considerados estabelecimentos, e sim integrantes da empresa de engenharia princi-
pal responsável a quem caberá organizar o SESMT. Entretanto, somente os engenheiros
de segurança do trabalho, médicos do trabalho e enfermeiros do trabalho poderão ficar
centralizados, ou seja, para técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem
do trabalho o dimensionamento deverá ser realizado por canteiro de obra ou frente de
trabalho, conforme o Quadro 2 da NR-4:2016.

3.5 Tipos de SESMT


Existem 4 tipos de SESMT, são eles Individual, Centralizado, Comum e Sazonal,
esses grupos são definidos pela Norma Regulamentadora 4, para saber qual o tipo atenderá
determinada empresa deve-se fazer as seguintes perguntas:
== Qual o grau de risco da atividade principal da empresa?
== Qual o números de empregados da empresa?
== Quantos estabelecimentos a empresa possui?
== Qual a distância entre os estabelecimentos?

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 16


== É canteiro de obras?
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada categoria.

3.5.1 Individual
É aquele em que o estabelecimento se enquadra (de acordo com o número de
empregados e o grau de risco de sua atividade principal) no Quadro 2 da NR-4:2016.

3.5.2 Centralizado
Quando a empresa possui mais de um estabelecimento e constitui um SESMT
centralizado para que atenda a todos os estabelecimentos, nesse caso o dimensionamento
deverá ser feito através da soma do número de colaboradores e do grau de risco mais alto.
Isto é possível somente caso a distância entre os estabelecimentos seja igual ou inferior a
5 Km.

3.5.3 Comum
A empresa que contratar outras empresas para prestar serviços em seu estabele-
cimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas,
sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.

3.5.4 Sazonal
Temos apenas um caso previsto pela NR-4:2016. Quando as empresas operam
em regime sazonal, o SESMT deve ser dimensionado utilizando a média aritmética de
trabalhadores do ano civil anterior.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 17


QUADRO 2- Dimensionamento dos SESMT

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf

Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho:
== Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do traba-
lho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes.
== Determinar, quando esgotados todos os meios para a eliminação do risco e este
persistir, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual
- EPI;
== Colaborar, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecno-
lógicas da empresa;
== Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do
disposto nas NR’s;
== Manter permanente relacionamento com a CIPA, apoiá-la, treiná-la e atendê-la,
conforme dispõe a NR-5:2019;
== Promover a realização de atividades de conscientização;
== Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 18


== Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos
na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doen-
ça ocupacional;
== Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças
ocupacionais e agentes de insalubridade;
== Manter os registros na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da
mesma por um período não inferior a 5 (cinco) anos;
== As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente
prevencionistas. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao
salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de
acidente estão incluídos em suas atividades.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 19


4 ACIDENTE DE TRABALHO

4.1 O que é acidente de trabalho?


Acidente de trabalho é o acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Também é considerado acidente de trabalho quando:
== Você estiver em viagem a serviço da empresa ou prestando serviços por ordem
da empresa mesmo que fora do local de trabalho;
== Doenças profissionais (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho);
== Doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho).

4.2 O que fazer quando o colaborador sofre acidente de trabalho?


Quando ocorrer algum acidente de trabalho o empregador deve obrigatoriamente
emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), em caso de não cumprimento da
emissão deste documento, o empregador ficará sujeito a uma multa emitida pelo Ministério
do Trabalho e o valor varia de acordo com a gravidade do acidente apurada pelo órgão
fiscalizador. Cabe ao empregado encaminhar para a empresa o atestado e o laudo médico
para então a empresa encaminhar para a contabilidade, que fará a transmissão de afasta-
mento para o Presidencial Social e receberá o formulário de transmissão informando a data
e local para o funcionário se comparecer a uma agência do INSS.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 20


4.3 O que é condição insegura?
É quando o ambiente de trabalho apresenta perigo e/ou risco ao colaborador.

4.4 O que é ato inseguro?


É um comportamento irregular consciente ou inconscientemente, que expõe o
colaborador ao risco.

4.5 O que é Negligência?


Falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse, de atenção. Pode ser
considerado negligência a omissão sobre uma condição insegura.

4.6 O que é Imprudência?


Sem prudência; ausência de cautela. Pode ser considerado imprudência uma ação
que conduza a um ato inseguro.

4.7 O que é Imperícia?


Que não possui perícia, experiência; sem competência nem habilidade. Executar
determinado serviço sem que haja um conhecimento técnico necessário.

REFLITA
Um operador de máquinas sofreu um acidente de trabalho ao operar uma guilhotina com
o equipamento em pleno funcionamento, pode-se dizer que o acidente foi causado por
uma negligência, imprudência ou imperícia?
Fonte: Autor.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 21


5 NR-24:2019 - HIGIENE DO TRABALHO

A NR-24:2019 estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem


observadas pelas organizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações ter
como base o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente.

5.1 Instalações Sanitárias


Todo estabelecimento deve ser dotado de instalação sanitária constituída por bacia
sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e por lavatório.
== As instalações sanitárias masculinas devem ser dotadas de mictório, exceto
quando essencialmente de uso individual.
Deve ser atendida a proporção mínima de uma instalação sanitária para cada grupo
de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, separadas por sexo.
== Será exigido um lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades com
exposição e manuseio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes,
aerodispersóides ou que provoquem a deposição de poeiras, que impregnem a
pele e roupas do trabalhador.
== Em estabelecimentos com funções comerciais, administrativas ou similares,
com até 10 (dez) trabalhadores, poderá ser disponibilizada apenas uma insta-
lação sanitária individual de uso comum entre os sexos desde que garantidas
condições de privacidade.
As instalações sanitárias devem:
== Ser mantidas em condição de conservação, limpeza e higiene;
== Ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável;
== Peças sanitárias íntegras;
== Possuir recipientes para descarte de papéis usados;
== Ser ventiladas para o exterior ou com sistema de exaustão forçada;
== Dispor de água canalizada e esgoto ligados à rede geral ou a outro sistema que
não gere risco à saúde e que atenda à regulamentação local;
== Comunicar-se com os locais de trabalho por meio de passagens com piso e
cobertura, quando se situarem fora do corpo do estabelecimento.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 22


5.2 Componentes Sanitários
Os compartimentos destinados às bacias sanitárias devem:
== Ser individuais;
== Ter divisórias com altura que mantenham seu interior indevassável com vão
inferior que facilite a limpeza e a ventilação;
== Ser dotados de portas independentes, providas de fecho que impeçam o devas-
samento;
== Possuir papel higiênico com suporte e recipiente para descarte de papéis hi-
giênicos usados, quando não for permitido descarte na própria bacia sanitária,
devendo o recipiente possuir tampa quando for destinado às mulheres;
== Possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência
desse, deve haver área livre de pelo menos 0,60m (sessenta centímetros) de
diâmetro entre a borda frontal da bacia sanitária e a porta fechada.
Poderá ser disponibilizado mictório tipo individual ou calha coletiva, com anteparo.
== No mictório do tipo calha coletiva, cada segmento de, no mínimo, 0,60m (ses-
senta centímetros), corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento
da calha.
== No mictório do tipo calha coletiva, quando inexistir anteparo, cada segmento de,
no mínimo, 0,80m (oitenta centímetros), corresponderá a uma unidade para fins
de dimensionamento da calha.
== Os mictórios devem ser construídos com material impermeável e mantidos em
condições de limpeza e higiene.
O lavatório poderá ser tipo individual, calha ou de tampo coletivo com várias cubas,
possuindo torneiras, sendo que cada segmento de 0,60m (sessenta centímetros) corres-
ponde a uma unidade para fins de dimensionamento do lavatório.
O lavatório deve ser provido de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou
secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas.
Será exigido, para cada grupo de trabalhadores ou fração, 1 (um) chuveiro para
cada:
== 10 (dez) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja exposição e manu-
seio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides,
que impregnam a pele e roupas do trabalhador;
== 20 (vinte) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja contato com
substâncias que provoquem deposição de poeiras que impregnam a pele e as

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 23


roupas do trabalhador, ou que exijam esforço físico ou submetidas a condições
ambientais de calor intenso.
== Devem fazer parte ou estar anexos aos vestiários.
Os compartimentos destinados aos chuveiros devem:
== Ser individuais e mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene;
== Ter portas de acesso que impeçam o devassamento;
== Dispor de chuveiro de água quente e fria;
== Ter piso e paredes revestidos de material impermeável e lavável;
== Dispor de suporte para sabonete e para toalha;
== Possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência
deste, no mínimo 0,80m (oitenta centímetros) por 0,80m (oitenta centímetros).

5.3 Vestiários
Todos os estabelecimentos devem ser dotados de vestiários quando:
== A atividade exija a utilização de vestimentas de trabalho ou que seja imposto o
uso de uniforme cuja troca deva ser feita no próprio local de trabalho; ou
== A atividade exija que o estabelecimento disponibilize chuveiro.
== Os vestiários devem ser dimensionados em função do número de trabalhadores
que necessitam utilizá-los, até o limite de 750 (setecentos e cinquenta) trabalha-
dores, conforme o seguinte cálculo: área mínima do vestiário por trabalhador =
1,5 - (nº de trabalhadores / 1000).
== Em estabelecimentos com mais de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhado-
res, os vestiários devem ser dimensionados com área de, no mínimo, 0,75m²
(setenta e cinco decímetros quadrados) por trabalhador.

Os vestiários devem:
== Ser mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene;
== Ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável;
== Ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada;
== Ter assentos em material lavável e impermeável em número compatível com o
de trabalhadores; e
== Dispor de armários individuais simples e/ou duplos com sistema de trancamento.
== É admitido o uso rotativo de armários simples entre usuários, exceto nos casos
em que estes sejam utilizados para a guarda de Equipamentos de Proteção

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 24


Individual - EPI e de vestimentas expostas a material infectante, substâncias
tóxicas, irritantes ou que provoquem sujidade.

Nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante,


substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides, bem como naquelas em que haja con-
tato com substâncias que provoquem deposição de poeiras que impregnam a pele e as
roupas do trabalhador devem ser fornecidos armários de compartimentos duplos ou dois
armários simples.
== Ficam dispensadas de disponibilizar 2 (dois) armários simples ou armário duplo
as organizações que promovam a higienização diária de vestimentas ou que
forneçam vestimentas descartáveis, assegurada a disponibilização de 1 (um)
armário simples para guarda de roupas comuns de uso pessoal do trabalhador.
== Os armários simples devem ter tamanho suficiente para que o trabalhador guar-
de suas roupas e acessórios de uso pessoal.
As empresas que oferecerem serviços de guarda volume para a guarda de roupas
e acessórios pessoais dos trabalhadores estão dispensadas de fornecer armários.
Nas empresas desobrigadas de manter vestiário, deve ser garantido o fornecimento
de escaninho, gaveta com tranca ou similar que permita a guarda individual de pertences
pessoais dos trabalhadores ou serviço de guarda-volumes.

5.4 Locais para Refeições


Os empregadores devem oferecer aos seus trabalhadores locais em condições
de conforto e higiene para tomada das refeições por ocasião dos intervalos concedidos
durante a jornada de trabalho.
Os locais para tomada de refeições para atender até 30 (trinta) trabalhadores,
devem:
== Ser destinados ou adaptados a este fim;
== Ser arejados e apresentar boas condições de conservação, limpeza e higiene; e
== Possuir assentos e mesas, balcões ou similares suficientes para todos os usuá-
rios atendidos.
== Garantir meios para conservação e aquecimento das refeições;
== Local e material para lavagem de utensílios usados na refeição;
== Fornecer água potável.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 25


Os locais destinados às refeições para atender mais de 30 (trinta) trabalhadores,
devem:
== Ser destinados a este fim e fora da área de trabalho;
== Ter pisos revestidos de material lavável e impermeável;
== Ter paredes pintadas ou revestidas com material lavável e impermeável;
== Possuir espaços para circulação;
== Ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada, salvo em
ambientes climatizados artificialmente;
== Possuir lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local, atendendo
aos requisitos do subitem 24.3.4;
== Possuir assentos e mesas com superfícies ou coberturas laváveis ou descartá-
veis, em número correspondente aos usuários atendidos;
== Ter água potável disponível;
== Possuir condições de conservação, limpeza e higiene;
== Dispor de meios para aquecimento das refeições; e
== Possuir recipientes com tampa para descarte de restos alimentares e descartá-
veis.

5.5 Cozinhas
Quando as empresas possuírem cozinhas, estas devem:
== Ficar anexas aos locais para refeições e com ligação para os mesmos;
== Possuir pisos e paredes revestidos com material impermeável e lavável;
== Dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou ventilação exaus-
tora;
== Possuir lavatório para uso dos trabalhadores do serviço de alimentação, dispon-
do de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas;
== Ter condições para acondicionamento e disposição do lixo de acordo com as
normas locais de controle de resíduos sólidos; e
== Dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos trabalhadores que manipulam
gêneros alimentícios, separados por sexo.
== Em câmaras frigoríficas devem ser instalados dispositivos para abertura da por-
ta pelo lado interno, garantida a possibilidade de abertura mesmo que trancada
pelo exterior.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 26


Os recipientes de armazenagem de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser ins-
talados em área externa ventilada, observadas as normas técnicas brasileiras pertinentes.

5.6 Alojamento
Alojamento é o conjunto de espaços ou edificações, composto de dormitório, insta-
lações sanitárias, refeitório, áreas de vivência e local para lavagem e secagem de roupas,
sob responsabilidade do empregador, para hospedagem temporária de trabalhadores.
Os dormitórios dos alojamentos devem:
== Ser mantidos em condições de conservação, higiene e limpeza;
== Ser dotados de quartos;
== Dispor de instalações sanitárias, respeitada a proporção de 01 (uma) instalação
sanitária com chuveiro para cada 10 (dez) trabalhadores hospedados ou fração;
e
== Ser separados por sexo.
== As instalações sanitárias devem estar localizadas a uma distância máxima de
50 m.
Os quartos dos dormitórios devem:
== Possuir camas correspondente ao número de trabalhadores alojados no quarto,
vedado o uso de 3 (três) ou mais camas na mesma vertical, e ter espaçamentos
vertical e horizontal que permitam ao trabalhador movimentação com segurança;
== Possuir colchões certificados pelo INMETRO;
== Possuir colchões, lençóis, fronhas, cobertores e travesseiros limpos e higieniza-
dos, adequados às condições climáticas;
== Possuir ventilação natural, devendo esta ser utilizada conjuntamente com a
ventilação artificial, levando em consideração as condições climáticas locais;
== Possuir capacidade máxima para 8 (oito) trabalhadores;
== Possuir armários;
== Ter, no mínimo, a relação de 3,00 m² (três metros quadrados) por cama simples
ou 4,50 m² (quatro metros e cinquenta centímetros quadrados) por beliche, em
ambos os casos incluídas a área de circulação e armário; e
== Possuir conforto acústico conforme NR-17:2018.
== As camas superiores dos beliches devem ter proteção lateral e escada fixas à
estrutura.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 27


== Os armários dos quartos devem ser dotados de sistema de trancamento e com
dimensões compatíveis para a guarda de roupas e pertences pessoais do tra-
balhador, e enxoval de cama.
== Os trabalhadores alojados no mesmo quarto devem pertencer, preferencialmen-
te, ao mesmo turno de trabalho.
Os locais para refeições devem ser compatíveis com os requisitos do item 24.5 da
NR-24:2019, podendo ser parte integrante do alojamento ou estar localizados em ambien-
tes externos.
== Quando os locais para refeições não fizerem parte do alojamento, deverá ser
garantido o transporte dos trabalhadores.
== É vedado o preparo de qualquer tipo de alimento dentro dos quartos.
Os alojamentos devem dispor de locais e infraestrutura para lavagem e secagem
de roupas pessoais dos alojados ou ser fornecido serviço de lavanderia.
Os pisos dos alojamentos devem ser impermeáveis e laváveis.
Deve ser garantida coleta de lixo diária, lavagem de roupa de cama, manutenção
das instalações e renovação de vestuário de camas e colchões.
Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes instruções gerais de uso:
== Os sanitários deverão ser higienizados diariamente;
== É vedada, nos quartos, a instalação e utilização de fogão, fogareiro ou similares;
== Ser garantido o controle de vetores conforme legislação local.
== Os trabalhadores hospedados com suspeita de doença infectocontagiosa
devem ser submetidos à avaliação médica que decidirá pelo afastamento ou
permanência no alojamento.

5.7 Vestimenta de trabalho


Vestimenta de trabalho é toda peça ou conjunto de peças de vestuário, destinada
a atender exigências de determinadas atividades ou condições de trabalho que impliquem
contato com sujidade, agentes químicos, físicos ou biológicos ou para permitir que o traba-
lhador seja mais bem visualizado, não considerada como uniforme ou EPI.
O empregador deve fornecer gratuitamente as vestimentas de trabalho.
A vestimenta não substitui a necessidade do EPI, podendo seu uso ser conjugado.
Cabe ao empregador quanto às vestimentas de trabalho:

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 28


== Fornecer peças que sejam confeccionadas com material e em tamanho ade-
quado, visando o conforto e a segurança necessária à atividade desenvolvida
pelo trabalhador;
== Substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que danificadas;
== Fornecer em quantidade adequada ao uso, levando em consideração a neces-
sidade de troca da vestimenta; e
== Responsabilizar-se pela higienização com periodicidade necessária nos casos
em que a lavagem ofereça riscos de contaminação.
== Nos casos em que seja inviável o fornecimento de vestimenta exclusiva para
cada trabalhador, deverá ser assegurada a higienização prévia ao uso.
As peças de vestimentas de trabalho, quando usadas na cabeça ou face, não de-
vem restringir o campo de visão do trabalhador.

5.8 Disposições gerais


Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potá-
vel, sendo proibido o uso de copos coletivos.
== O fornecimento de água deve ser feito por meio de bebedouros na proporção
de, no mínimo, 1 (um) para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores ou
fração, ou outro sistema que ofereça as mesmas condições.
== Quando não for possível obter água potável corrente, essa deverá ser fornecida
em recipientes portáteis próprios e hermeticamente fechados.
== Os locais de armazenamento de água potável devem passar periodicamente
por limpeza, higienização e manutenção, em conformidade com a legislação
local.
Deve ser realizada periodicamente análise de potabilidade da água dos reservató-
rios para verificar sua qualidade, em conformidade com a legislação.
A água não-potável para uso no local de trabalho ficará separada, devendo ser
afixado aviso de advertência da sua não potabilidade.
Os locais de armazenamento de água, os poços e as fontes de água potável serão
protegidos contra a contaminação.
Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gê-
nero de atividade.
== O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de
trabalho e por processo que reduza ao mínimo o levantamento de poeiras.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 29


Todos os ambientes previstos nesta norma devem ser construídos de acordo com
o código de obras local, devendo:
== Ter cobertura adequada e resistente, que proteja contra intempéries;
== Ter paredes construídas de material resistente;
== Ter pisos de material compatível com o uso e a circulação de pessoas;
== Possuir iluminação que proporcione segurança contra acidentes.
== Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de
2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros), exceto nos quartos de dormitórios
com beliche, cuja medida mínima será de 3,00 m (três metros).
== As instalações elétricas devem ser protegidas para evitar choques elétricos.
== Devem ser garantidas condições para que os trabalhadores possam interromper
suas atividades para utilização das instalações sanitárias.
Em edificações com diversos estabelecimentos, todas as instalações previstas
na NR-24:2019 podem ser atendidas coletivamente por grupo de empregadores ou pelo
condomínio, mantendo-se o empregador como o responsável pela disponibilização das
instalações.
== O dimensionamento deve ser feito com base no maior número de trabalhadores
por turno.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 30


6 NR-7:2020 - DOENÇAS OCUPACIONAIS

A Norma Regulamentadora – NR-7:2020 estabelece diretrizes e requisitos para o


desenvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas
organizações, com o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados em
relação aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerencia-
mento de Risco - PGR da organização.

6.1 Diretrizes
São diretrizes do PCMSO:
== Rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho;
== Detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais;
== Definir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou tarefas
determinadas;
== Subsidiar a implantação e o monitoramento da eficácia das medidas de preven-
ção adotadas na organização;
== Subsidiar análises epidemiológicas e estatísticas sobre os agravos à saúde e
sua relação com os riscos ocupacionais;
== Subsidiar decisões sobre o afastamento de empregados de situações de traba-
lho que possam comprometer sua saúde;
== Subsidiar a emissão de notificações de agravos relacionados ao trabalho, de
acordo com a regulamentação pertinente;
== Subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social;
== Acompanhar de forma diferenciada o empregado cujo estado de saúde possa
ser especialmente afetado pelos riscos ocupacionais;
== Subsidiar a Previdência Social nas ações de reabilitação profissional;
== Subsidiar ações de readaptação profissional;
== Controlar da imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacio-
nais, sempre que houver recomendação do Ministério da Saúde.

6.2 Responsabilidades
Compete ao empregador:
== Garantir a elaboração e efetiva implantação do PCMSO;
== Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;
== Indicar médico do trabalho responsável pelo PCMSO.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 31


6.3 Planejamento
O PCMSO deve ser elaborado considerando os riscos ocupacionais identificados e
classificados pelo PGR.
Inexistindo médico do trabalho na localidade, a organização pode contratar médico
de outra especialidade como responsável pelo PCMSO.
A organização deve garantir que o PCMSO:
== Descreva os possíveis agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais
identificados e classificados no PGR;
== Contenha planejamento de exames médicos clínicos e complementares neces-
sários, conforme os riscos ocupacionais identificados, atendendo ao determina-
do nos Anexos da NR-7:2020;
== Contenha os critérios de interpretação e planejamento das condutas relaciona-
das aos achados dos exames médicos;
== Seja conhecido e atendido por todos os médicos que realizarem os exames
médicos ocupacionais dos empregados;
== Inclua relatório analítico sobre o desenvolvimento do programa.
O médico responsável pelo PCMSO, caso observe inconsistências no inventário
de riscos da organização, deve reavaliá-las em conjunto com os responsáveis pelo PGR.
O PCMSO deve incluir a realização obrigatória dos exames médicos:
== Admissional;
== Periódico;
== De retorno ao trabalho;
== De mudança de riscos ocupacionais;
== Demissional.
Os empregados devem ser informados, durante o exame clínico, das razões da
realização dos exames complementares e dos resultados de tais exames.
Para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá Atestado de
Saúde Ocupacional - ASO, que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado,
devendo ser fornecido em meio físico quando solicitado.

6.4 Documentação
Os dados dos exames clínicos e complementares deverão ser registrados em pron-
tuário médico individual sob a responsabilidade do médico responsável pelo PCMSO, ou
do médico responsável pelo exame, quando a organização estiver dispensada de PCMSO.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 32


O médico responsável pelo PCMSO deve elaborar relatório analítico do Programa,
anualmente.
A organização deve garantir que o médico responsável pelo PCMSO considere, na
elaboração do relatório analítico, os dados dos prontuários médicos a ele transferidos, se
for o caso.
Caso o médico responsável pelo PCMSO não tenha recebido os prontuários
médicos ou considere as informações insuficientes, deve informar o ocorrido no relatório
analítico.
O relatório analítico deve ser apresentado e discutido com os responsáveis por
segurança e saúde no trabalho da organização, incluindo a CIPA, quando existente, para
que as medidas de prevenção necessárias sejam adotadas na organização.

6.4.1 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI


MICROEMPRESA – ME
EMPRESA DE PEQUENO PORTE - EPP

As MEI, ME e EPP desobrigadas de elaborar PCMSO, de acordo com o subitem


1.8.6 da NR-1:2020, devem realizar e custear exames médicos ocupacionais admissionais,
demissionais e periódicos, a cada dois anos, de seus empregados.
A organização deve informar, ao médico do trabalho ou ao serviço médico especia-
lizado em medicina do trabalho, que está dispensada da elaboração do PCMSO, de acordo
com a NR-1:2020, e que a função que o empregado exerce ou irá exercer não apresenta
riscos ocupacionais.
Para cada exame clínico ocupacional, o médico que realizou o exame emitirá ASO,
que deve ser disponibilizado ao empregado, mediante recibo, em meio físico, quando assim
solicitado.
O relatório analítico não será exigido para:
== Microempreendedores Individuais - MEI;
== ME e EPP dispensadas da elaboração do PCMSO.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 33


6.4.2 Exames complementares obrigatórios em determinados ambientes de traba-
lho:
== Monitoração da exposição ocupacional a agentes químicos;
== Controle médico ocupacional da exposição a níveis de pressão sonora elevados;
== Controle radiológico e espirométrico da exposição a agentes químicos;
== Controle médico ocupacional de exposição a condições hiperbáricas;
== Controle médico ocupacional da exposição a substâncias químicas cancerígenas
e a radiações ionizantes.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 34


7 NR-9:2020 - RISCOS AMBIENTAIS

7.1 Do objeto e campo de aplicação.


A Norma Regulamentadora – NR-9:2020 estabelece a obrigatoriedade da elabora-
ção e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam tra-
balhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipa-
ção, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento
da empresa.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa
no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar
articulado com o PCMSO previsto na NR-7:2020.
A NR-9:2020 estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem obser-
vados na execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação
coletiva de trabalho.

7.2 Da estrutura do PPRA.


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a se-
guinte estrutura:
== Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
== Estratégia e metodologia de ação;
== Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
== Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

7.3 Do desenvolvimento do PPRA.


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
== Antecipação e reconhecimentos dos riscos;
== Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
== Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
== Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
== Monitoramento da exposição aos riscos;
== Registro e divulgação dos dados.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 35


A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos
ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os
riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando
aplicáveis:
== A sua identificação;
== A determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
== A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes
no ambiente de trabalho;
== A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expos-
tos;
== A caracterização das atividades e do tipo da exposição;
== A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprome-
timento da saúde decorrente do trabalho;
== Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis
na literatura técnica;
== A descrição das medidas de controle já existentes.
A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
== Comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na
etapa de reconhecimento;
== Dimensionar a exposição dos trabalhadores;
== Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

7.4 Das responsabilidades.

7.4.1 Do empregador:
== Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade
permanente da empresa ou instituição.

7.4.2 Dos trabalhadores:


== Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
== Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
== Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 36


7.5 Da informação.
Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber in-
formações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados
na execução do PPRA.
Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e
suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre
os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos.

7.6 Das disposições finais.


Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo
local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previs-
tas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais
gerados.
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho
e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos,
previsto na NR-5:2019, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do
PPRA em todas as suas fases.

SAIBA MAIS

Para mais informações sobre Segurança e Higiene no trabalho, você pode consultar no
seguinte endereço:
https://segurancadetrabalho.com.br/

Os termos técnicos utilizados em segurança do trabalho podem ser encontrados em:


www.areaseg.com/segpedia/index.html#indices

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 37


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro aluno, chegamos ao final dessa apostila e até aqui você pôde se instruir a
respeito do que é a Segurança do Trabalho, a constituição e organização da CIPA e do
SESMT, e alguns fatores essenciais para manter boas práticas que possam mitigar os ris-
cos de acidente do trabalho. Você viu também as normas de higiene do trabalho, para que
haja um ambiente apropriado para execução dos serviços contratados dos colaboradores.
Nesta unidade foi apresentado também diretrizes e requisitos para o desenvolvi-
mento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organiza-
ções, com o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados em relação
aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de
Risco - PGR da organização.
Por fim, esta unidade abordou a Norma Regulamentadora – NR-9:2020 que es-
tabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os em-
pregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade
dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente con-
trole da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente
de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 38


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: CIPA
Autor: Nestor Waldhelm Neto
Editora: Viena
Sinopse: A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças relaciona-
das ao trabalho. Suas ações devem buscar conciliar o trabalho com
a preservação da vida e a promoção da saúde dos trabalhadores
da empresa em que atuam. O livro CIPA – NR 5 Implementando e
Mantendo apresenta um conteúdo dinâmico com itens importantes
e que devem ser conhecidos por profissionais da área. O livro está
dividido em doze capítulos que permitem ao leitor conhecer gra-
dativamente os tópicos abordados sobre a atuação da CIPA nas
empresas. Entre os tópicos abordados destacam-se: a segurança
no trabalho; as Normas Regulamentadoras (NRs) e as leis rela-
cionadas à segurança e saúde ocupacional; os conceitos básicos
sobre a CIPA; a obrigatoriedade, os objetivos, a composição e os
tipos de CIPA; a organização e as atribuições dos membros da co-
missão; como montar uma CIPA; o treinamento para os membros;
orientações sobre ergonomia; dicas e a importância da avaliação
dos potenciais riscos para o trabalhador; os equipamentos de pro-
teção individual e coletiva; a obrigatoriedade e a certificação dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); a responsabilidade
do empregador e do trabalhador em relação aos EPIs; o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT); conceito, tipos de acidente de trabalho e a
importância da prevenção; orientações para empresa e para o
trabalhador quanto aos acidentes de trabalho;

FILME/VÍDEO
Título: Premonição 2
Ano: 2003
Sinopse: Kimberly está na estrada com amigos quando tem a
visão de um acidente com inúmeros carros e mortes, inclusive
a sua. Apavorada, ela para na tentativa de evitar a ocorrência.
Mas, infelizmente, o acidente acontece. Contudo, algumas das
pessoas que deveriam ter morrido acabam se salvando. E é aí que
o pesadelo começa. Agora, a morte voltará para levar, um a um,
todos aqueles que tiveram o traçado de seu destino alterado pela
premonição da garota.

UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 39


UNIDADE II
Saúde e Segurança Ocupacional e sua
Fiscalização
Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior

Plano de Estudo:
● Atividades e Operações Insalubres;
● Atividades e Operações Perigosas;
● Ergonomia;
● Fiscalização e Penalidades;
● Sinalização de Segurança.

Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender o que é uma atividade insalubre, níveis de insalubridade e tempo de
exposição máximo para executar essa tarefa.
● Aprender o que é a periculosidade, identificar operações perigosas e valor de
remuneração ao colaborador por essa exposição ao risco.
● Capacitar para fatores importantes de postura ergonômica em atividades profissionais.
● Apresentar o modo de sinalização adequado, funcionamento da fiscalização e as
respectivas penalidades de não cumprimento das NR’s.

40
INTRODUÇÃO

Olá,

Nesta unidade iremos estudar sobre alguns fatores que influenciam na saúde e
segurança ocupacional do colaborador, como reduzi-los ou neutralizá-los a fim de garantir
a saúde e integridade física do colaborador e evitar doenças ocupacionais.
Será apresentado a você também formas de reduzir os riscos de acidente de tra-
balho através de sinalizações de segurança que garantem ao colaborador um ambiente de
trabalho com condições mais seguras para desempenho de suas atividades.
A fiscalização e devidas penalidades serão os temas finais desta unidade, eles
garantem o melhor cumprimento das normas regulamentadoras em uma determinada em-
presa, e são essenciais para a defesa dos direitos do colaborador e do empregador.
Bons estudos!

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 41


1 NR-15:2019 -ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

1.1 Introdução
A palavra insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença sendo
que a insalubridade é a qualidade de insalubre;
O Ministério do Trabalho aprova o quadro das atividades e operações insalubres e
adota normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado
a esses agentes.

1.2 Objetivo
O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a
percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
● 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
● 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
● 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas conside-


rado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção
cumulativa.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 42


A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do paga-
mento do adicional respectivo.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
== Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de traba-
lho dentro dos limites de tolerância;
== Com a utilização de equipamento de proteção individual.

SAIBA MAIS

A palavra Insalubridade vem do latim insalubrĭtas,ātis, e significa caracte-


rística ou condição do que é insalubre, que por sua vez se define como:
1- que não é bom para a saúde (diz-se esp. de lugar); malsão, deletério;
2- que causa doença; insalutífero;
3- capaz de prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador (diz-se de condição de
trabalho).

Fonte: https://www.dicio.com.br/insalubre/

1.3 Agentes Físicos

1.3.1 Ruído Contínuo ou Intermitente


Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Li-
mites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Os níveis de ruído contínuo
ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão
sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de
tolerância fixados no Quadro abaixo.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 43


QUADRO 1 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf

Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos
que não estejam adequadamente protegidos.
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a
ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma
que, se a soma das seguintes frações: C1/T1+ C2/T2 + C3/T3 + ... + Cn/Tn exceder a
unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação acima, Cn indica
o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a
máxima exposição diária permissível a este nível.
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído,
contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco
grave e iminente.

1.3.2 Ruído de Impacto


Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica
de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.
Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de
nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 44


As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para
ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente
deverá ser avaliado como ruído contínuo.
Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com circuito de
resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e
circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção ade-
quada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de
resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida
(FAST), oferecerão risco grave e iminente.

1.3.3 Exposição ao Calor


A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e
procedimentos descritos na Norma de Higiene Ocupacional NHO06 da FUNDACENTRO
nos seguintes aspectos:
== Determinação de sobrecarga térmica por meio do índice IBUTG -Índice de Bulbo
Úmido Termômetro de Globo;
== Equipamentos de medição e formas de montagem, posicionamento e procedi-
mentos de uso dos mesmos nos locais avaliados;
== Procedimentos quanto à conduta do avaliador;
== Medições e cálculos.

A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade reali-
zada pelo trabalhador com as opções apresentadas no Quadro 3.
Caso uma atividade específica não esteja apresentada no Quadro 3, o valor da taxa
metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido Quadro.
São caracterizadas como insalubres as atividades ou operações realizadas em
ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial de calor sempre que o IBUTG (médio)
medido ultrapassar os limites de exposição ocupacional estabelecidos com base no Índice
de Bulbo Úmido Termômetro de Globo apresentados no Quadro 1 ( ) e determi-
nados a partir da taxa metabólica das atividades, apresentadas no Quadro 2, ambos do
anexo nº3.
O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio - e a Taxa Metabólica
Média - , a serem considerados na avaliação da exposição ao calor, devem ser aqueles

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que, obtidos no período de 60 (sessenta) minutos corridos, resultem na condição mais
crítica de exposição.
A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, devendo ser des-
consideradas as situações de exposições eventuais ou não rotineiras nas quais os traba-
lhadores não estejam expostos diariamente.
Os limites de exposição ocupacional ao calor, , estão apresentados no
Quadro 1 deste anexo para os diferentes valores de taxa metabólica média ( ).
As situações de exposição ocupacional ao calor, caracterizadas como insalubres,
serão classificadas em grau médio.
Laudo Técnico para caracterização da exposição ocupacional ao calor
A caracterização da exposição ocupacional ao calor deve ser objeto de laudo técni-
co que contemple, no mínimo, os seguintes itens:
a) Introdução, objetivos do trabalho e justificativa;
b) Avaliação dos riscos, descritos no item 2.3 do Anexo n° 3 da NR-9:2020;
c) Descrição da metodologia e critério de avaliação, incluindo locais, datas e horá-
rios das medições;
d) Especificação, identificação dos aparelhos de medição utilizados e respectivos
certificados de calibração conforme a NHO 06 da Fundacentro, quando utilizado
o medidor de IBUTG;
e) Avaliação dos resultados;
f) Descrição e avaliação de medidas de controle eventualmente já adotadas;
g) Conclusão com a indicação de caracterização ou não de insalubridade.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 46


QUADRO 2- Limite de exposição ocupacional ao calor

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf

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QUADRO 3- Taxa metabólica por tipo de atividade.

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 48


1.3.4 Vibração
Pode ser considerado condição de trabalho insalubre a exposição às Vibrações de
Mãos e Braços (VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI).
Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os
estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO.
Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocu-
pacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) de 5 m/s2.
Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites
de exposição ocupacional diária a VCI:
a) Valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2;
b) Valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.

Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve comprovar


a avaliação dos dois parâmetros acima descritos.
As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição ocu-
pacional são caracterizadas como insalubres em grau médio.

1.3.5 Frio
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em
locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho.

1.3.6 Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com
umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão conside-
radas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

1.4 Agentes Químicos

1.4.1 Agentes cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção.


Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agen-
tes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados
os limites de tolerância constantes do Quadro nº 4.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 49


Todos os valores fixados no Quadro nº 4 -Tabela de Limites de Tolerância são
válidos para absorção apenas por via respiratória.

QUADRO 4- Tabela de Limites de Tolerância

* ppm -partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.


** mg/m3-miligramas por metro cúbico de ar.
*** Tabela completa disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-11.pdf

Todos os valores fixados no Quadro n.o1 como “Asfixiantes Simples” determinam


que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima
de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concen-
tração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.
Na coluna “Valor teto” estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tole-
rância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.
Na coluna “Absorção também pela pele” estão assinalados os agentes químicos
que podem ser absorvidos, por via cutânea, e, portanto, exigindo na sua manipulação o uso
da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 50


A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de
amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez)
amostragens, para cada ponto -ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das
amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.
Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultra-
passar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de
risco grave e iminente.
Valor máximo = L.T. x F. D.
Onde:
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro n.° 4.
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro n.° 5.

QUADRO 5- Fator de Desvio

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf

O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das


concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro n.° 4.
Para os agentes químicos que tenham “Valor teto” assinalado no Quadro n.° 4
(Tabela de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando
qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados
no mesmo quadro.
Os limites de tolerância fixados no Quadro n.° 4 são válidos para jornadas de traba-
lho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito) horas semanais
dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da CLT.

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1.4.2 Carvão
== Insalubridade de grau máximo
Trabalho permanente no subsolo em operações de corte, furação e desmonte, de
carregamento no local de desmonte, em atividades de manobra, nos pontos de transferên-
cia de carga e de viradores.
== Insalubridade de grau médio
Demais atividades permanentes do subsolo compreendendo serviços, tais como:
operações de locomotiva, condutores, engatadores, bombeiros, madeireiros, trilheiros e
eletricistas.
== Insalubridade de grau mínimo
Atividades permanentes de superfícies nas operações a seco, com britadores,
peneiras, classificadores, carga e descarga de silos, de transportadores de correia e de
teleférreos.

1.4.3 Mercúrio
== Insalubridade de grau máximo
Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio.

1.4.4 Substâncias Cancerígenas


Para as substâncias ou processos as seguir relacionados, não deve ser permitida
nenhuma exposição ou contato, por qualquer via:
== 4 -amino difenil (p-xenilamina);
== Produção de Benzidina;
== Betanaftilamina;
== 4 -nitrodifenil,
Entende-se por nenhuma exposição ou contato significa hermetizar o processo ou
operação, através dos melhores métodos praticáveis de engenharia, sendo que o traba-
lhador deve ser protegido adequadamente de modo a não permitir nenhum contato com o
carcinogênico.
Sempre que os processos ou operações não forem hermetizados, será considerada
como situação de risco grave e iminente para o trabalhador.
Para o Benzeno, deve ser observado o disposto no anexo 13-A.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 52


1.4.5 Operações Diversas
== Insalubridade de grau máximo
Operações com cádmio e seus compostos, extração, tratamento, preparação de
ligas, fabricação e emprego de seus compostos, solda com cádmio, utilização em fotografia
com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante, em revestimentos metáli-
cos, e outros produtos.
Operações com as seguintes substâncias:
-Éter bis (cloro-metílico)
-Benzopireno
-Berílio
-Cloreto de dimetil-carbamila
-3,3’ –dicloro-benzidina
-Dióxido de vinilciclohexeno
-Epicloridrina-
Hexametilfosforamida
-4,4’ -metileno bis (2-cloro anilina)
-4,4’ -metileno dianilina
-Nitrosaminas
-Propano sultone
-Betapropiolactona
-Tálio
-Produção de trióxido de amônio ustulação de sulfeto de níquel.

== Insalubridade de grau médio


Aplicação a pistola de tintas de alumínio.
Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem).
Fabricação de emetina e pulverização de ipeca.
Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico sulfúrico, bromídrico, fosfórico,
pícrico.
Metalização a pistola.
Operações com o timbó.
Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira.
Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cromagem, zinca-
gem, cobreagem, anodização de alumínio.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 53


Telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do tipo Morse e recepção
de sinais em fones.
Trabalhos com escórias de Thomas: remoção, trituração, moagem e acondiciona-
mento.
Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas.
Trabalhos na extração de sal (salinas).Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.
== Insalubridade de grau mínimo
Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição apoeiras.
Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos
em geral, em sacos ou a granel.

1.5 Agentes Biológicos


Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é
caracterizada pela avaliação qualitativa.

== Insalubridade de grau máximo


Trabalho ou operações, em contato permanente com:
-Pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de
seu uso, não previamente esterilizados;
-Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais
portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
-Esgotos (galerias e tanques);
-Lixo urbano (coleta e industrialização).

== Insalubridade de grau médio


Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com
material infecto-contagiante, em:
-Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacina-
ção e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se uni-
camente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam
objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados);
-Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos desti-
nados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha
contato com tais animais);

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 54


-Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e
outros produtos;
-Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técni-
co);
-Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente
ao pessoal técnico);
-Cemitérios (exumação de corpos);
-Estábulos e cavalariças;
-Resíduos de animais deteriorados.

SAIBA MAIS

Os agentes de risco são classificados por cores de identificação, sendo os agentes fí-
sicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes representados pelas respectivas
cores: verde, vermelho, marrom, amarelo e azul.

Para mais informações acesse: http://cipa.fmrp.usp.br/Html/MapaRisco.htm

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 55


2 NR-16:2019 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a


percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acrésci-
mos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro
de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT.
Para os fins da Norma Regulamentadora –NR-16:2019 são consideradas atividades
ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a:
a) degradação química ou autocatalítica;
b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos
sísmicos, choque e atritos.
As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em
quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclu-
são para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para
os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos
liquefeitos.
Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido combustível todo
aquele que possua ponto de fulgor maior que 60ºC (sessenta graus Celsius) e inferior ou
igual a 93ºC (noventa e três graus Celsius).

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 56


2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos
São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no Quadro
n.° 6, seguinte:

QUADRO 6- Atividades ou Operações Perigosas

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf

O trabalhador, cuja atividade esteja enquadrada nas hipóteses acima discriminadas,


faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes
de gratificações, prêmios ou participações nos lucros ou participações nos lucros da empre-
sa, sendo-lhe ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente
devido.
Este texto não substitui o publicado no DOU3.São consideradas áreas de risco:
a) Nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e
produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de
artifício, a área compreendida no Quadro n.º 7:

QUADRO 7- Faixa de Terreno até a Distância Máxima

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 57


b) Nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no
Quadro n.º 8:

QUADRO 8- Faixa de Terreno até a Distância Máxima

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf

c) Nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicos


(pólvora negra e pólvora chocolate ou parda), área de operação compreendida
no Quadro n.º 9:

QUADRO 9- Faixa de Terreno até a Distância Máxima

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 58


d) Quando se tratar de depósitos barricados ou entrincheirados, para o efeito da
delimitação de área de risco, as distâncias previstas no Quadro n.º 9 podem ser
reduzidas à metade.
e) Será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim en-
tendido qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas.

2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis


São consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se
dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco
adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas:

QUADRO 10- Adicional para Operações Perigosas

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 59


Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 60


3 NR-17:2018 - ERGONOMIA

Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adap-


tação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, trans-
porte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais
do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisio-
lógicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido
nesta Norma Regulamentadora.

3.1 Mobiliário dos postos de trabalho.


Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de traba-
lho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 61


a) Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a
altura do assento;
b) Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) Ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimenta-
ção adequados dos segmentos corporais.
Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, os pedais e demais
comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que pos-
sibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do
trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requi-
sitos mínimos de conforto:
a) Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) Borda frontal arredondada;
d) Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da
análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao
comprimento da perna do trabalhador.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.

3.2 Equipamentos dos postos de trabalho.


Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequa-
dos às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:
a) Ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação
freqüente do pescoço e fadiga visual;

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 62


b) Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo ve-
dada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque
ofuscamento.
Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais
de vídeo devem observar o seguinte:
a) Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipa-
mento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar
corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador
ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira
que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximada-
mente iguais;
d) Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 63


4 NR-28:2020 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

4.1 Fiscalização
A fiscalização do cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre
segurança e saúde do trabalhador será efetuada obedecendo ao disposto nos Decretos n.º
55.841, de 15/03/65, e n.º 97.995, de 26/07/89, no Título VII da CLT e no § 3º do art. 6º da
Lei n.º 7.855, de 24/10/89 e nesta Norma Regulamentadora.
Aos processos resultantes da ação fiscalizadora é facultado anexar quaisquer docu-
mentos, quer de pormenorização de fatos circunstanciais, quer comprobatórios, podendo,
no exercício das funções de inspeção do trabalho, o agente de inspeção do trabalho usar
de todos os meios, inclusive audiovisuais, necessários à comprovação da infração.
O agente da inspeção do trabalho deverá lavrar o respectivo auto de infração à
vista de descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares contidos nas Normas
Regulamentadoras urbanas e rurais, considerando o critério da dupla visita, elencados no
Decreto n.º 55.841, de 15/03/65, no Título VII da CLT e no § 3º do art. 6º da Lei n.º 7.855,
de 24/10/89.
O agente da inspeção do trabalho, com base em critérios técnicos, poderá notificar
os empregadores concedendo prazos para a correção das irregularidades encontradas.
Poderão ainda os agentes da inspeção do trabalho lavrar auto de infração pelo
descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do
trabalhador, à vista de laudo técnico emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou
médico do trabalho, devidamente habilitado.

4.2 Embargo ou Interdição


Quando o agente da inspeção do trabalho constatar situação de grave e iminente
risco à saúde e/ou integridade física do trabalhador, com base em critérios técnicos, deverá
propor de imediato à autoridade regional competente a interdição do estabelecimento, setor
de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo parcial ou total da obra, determinando
as medidas que deverão ser adotadas para a correção das situações de risco.
A autoridade regional competente, à vista de novo laudo técnico do agente da ins-
peção do trabalho, procederá à suspensão ou não da interdição ou embargo.
A autoridade regional competente, à vista de relatório circunstanciado, elaborado
por agente da inspeção do trabalho que comprove o descumprimento reiterado das disposi-
ções legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, poderá convocar

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 64


representante legal da empresa para apurar o motivo da irregularidade e propor solução
para corrigir as situações que estejam em desacordo com exigências legais.
Entende-se por descumprimento reiterado a lavratura do auto de infração por 3
vezes no tocante ao descumprimento do mesmo item de norma regulamentadora ou a
negligência do empregador em cumprir as disposições legais e/ou regulamentares sobre
segurança e saúde do trabalhador, violando-as reiteradamente, deixando de atender às
advertências, intimações ou sanções e sob reiterada ação fiscal por parte dos agentes da
inspeção do trabalho.

4.3 Penalidades
As infrações aos preceitos legais e/ou regulamentadores sobre segurança e saúde
do trabalhador terão as penalidades aplicadas conforme o disposto no quadro de gradação
de multas (Anexo I), obedecendo às infrações previstas no quadro de classificação das
infrações (Anexo II) da Norma Regulamentadora 28.
Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifí-
cio ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada na forma do art. 201,
parágrafo único, da CLT, conforme os seguintes valores estabelecidos:

QUADRO 11- Valor da Multa (em UFIR)

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-28-atualizada-2020.pdf

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 65


5 NR-26:2015 –SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

5.1 Cor na segurança do trabalho


Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de tra-
balho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de se-
gurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos
e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais.
A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de
acidentes.
O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração,
confusão e fadiga ao trabalhador.

5.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Pro-


duto Químico
O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos
perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabe-
lecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
A classificação de substâncias perigosas deve ser baseada em lista de classifica-
ção harmonizada ou com a realização de ensaios exigidos pelo processo de classificação.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 66


Na ausência de lista nacional de classificação harmonizada de substâncias perigo-
sas pode ser utilizada lista internacional.
Os aspectos relativos à classificação devem atender ao disposto em norma técnica
oficial vigente.
A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso a segurança
e saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo Sistema Globalmente
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização
das Nações Unidas.
A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com informações escritas,
impressas ou gráficas, relativas a um produto químico, que deve ser afixada, impressa ou
anexada à embalagem que contém o produto.
A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos:
a) Identificação e composição do produto químico;
b) Pictograma(s) de perigo;
c) Palavra de advertência;
d) Frase(s) de perigo;
e) Frase(s) de precaução;
f) Informações suplementares.

Os aspectos relativos à rotulagem preventiva devem atender ao disposto em norma


técnica oficial vigente.
O produto químico não classificado como perigoso a segurança e saúde dos traba-
lhadores conforme o GHS deve dispor de rotulagem preventiva simplificada que contenha,
no mínimo, a indicação do nome, a informação de que se trata de produto não classificado
como perigoso e recomendações de precaução.
O fabricante ou, no caso de importação, o fornecedor no mercado nacional deve
elaborar e tornar disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo
produto químico classificado como perigoso.
O formato e conteúdo da ficha com dados de segurança do produto químico devem
seguir o estabelecido pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotula-
gem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
No caso de mistura deve ser explicitado na ficha com dados de segurança o nome
e a concentração, ou faixa de concentração, das substâncias que:

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 67


a) Representam perigo para a saúde dos trabalhadores, se estiverem presentes
em concentração igual ou superior aos valores de corte/limites de concentração
estabelecidos pelo GHS para cada classe/categoria de perigo; e
b) Possuam limite de exposição ocupacional estabelecidos.
Os aspectos relativos à ficha com dados de segurança devem atender ao disposto
em norma técnica oficial vigente.
O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas com dados de
segurança dos produtos químicos que utilizam no local de trabalho.

REFLITA

Quanto tempo leva para sinalizar possíveis riscos de acidentes? Os acidentes podem
deixar marcas que o tempo não apaga.

Fonte: autor

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 68


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro aluno, chegamos ao fim de mais uma unidade, até aqui você já aprendeu itens
essenciais que podem garantir a segurança e saúde ocupacional do colaborador, aprendeu
sobre as fiscalizações e penalidades que garantem os direitos dos colaboradores e do
empregador.
Espero que essa unidade tenha sido de grande aproveitamento em sua carreira
profissional. Nas próximas unidades você estudará sobre a segurança do trabalho de sua
área de atuação, até breve.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 69


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Noções básicas de direito: para Técnicos em Segurança do
Trabalho
Autor: Diva Barbosa Nunes
Editora: Difusão
Sinopse: Sabe-se que não é pré-requisito ser advogado para exer-
cer a profissão de Técnico em Segurança do Trabalho. No entanto,
o profissional desta área precisa ter conhecimentos básicos da
legislação a fim de desempenhar seu papel e ainda garantir sua
integridade profissional. O livro Noções Básicas de Direito para
Técnicos em Segurança do Trabalho nasceu com este propósito.
É um instrumento de apoio que traz aspectos fundamentais das
normas jurídicas para estudantes, professores e demais interessa-
dos em assimilar uma visão abrangente do mundo preventivo, uma
vez que facilita o entendimento dos conceitos éticos, filosóficos,
aspectos criminais e da responsabilidade civil. Nele você poderá
encontrar respostas para questões do dia a dia de sua atividade,
sem ter que buscar inúmeros tratados e códigos.

FILME/VÍDEO
Título: Fábrica de Loucuras
Ano: 1986
Sinopse: Quando uma fábrica de automóveis localizada em uma
pequena cidade americana é fechada, um pânico generalizado
toma conta do lugar, pois a maioria dos habitantes trabalha na fá-
brica. Até que um funcionário (Michael Keaton) vai até Tóquio, na
tentativa de convencer os japoneses a assumirem a fábrica. Eles
concordam com a proposta, mas como os métodos de trabalho
oriental e ocidental são bem distintos, um choque cultural se torna
inevitável.

UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 70


UNIDADE III
Segurança do Trabalho na
Indústria da Construção
Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior

Plano de Estudo:
● Condições de Segurança e Saúde no trabalho na Indústria da Construção

Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender o que é necessário para a segurança do trabalho na construção.
● Aprender sobre o papel e as responsabilidades de cada colaborador ou empresa.
● Instruir sobre manuseio de determinadas máquinas.
● Orientar as medidas de segurança para operações específicas.

71
INTRODUÇÃO

Olá,

Esta unidade aborda a Segurança do Trabalho em sua área de atuação, nela você
poderá tomar conhecimento de exigências específicas para ambientes de trabalho que
farão parte de sua carreira. Dentre todos os itens, você verá com maior ênfase como de-
verá ser a organização e funcionamento de canteiros de obras, bem como documentos e
planejamentos obrigatórios para que se cumpra as exigências da norma regulamentadora
NR-18:2020.
Como você pode observar a norma sofreu alterações recentemente, e todo o con-
teúdo apresentado nesta apostila está atualizado. Espero que você faça um bom aproveito
dessa unidade, ela foi prepara com carinho para sua capacitação profissional.
Bons estudos!

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 72


1 NR-18:2020 – CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚS-
TRIA DA CONSTRUÇÃO

1.1 Introdução
Esta norma se aplica às atividades da indústria da construção e às atividades e
serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de
manutenção de obras de urbanização.

1.2 Objetivo
Esta Norma Regulamentadora - NR tem o objetivo de estabelecer diretrizes de
ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e
no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

SAIBA MAIS
Esta unidade aborda apenas a NR18:2020 de uma forma reduzida, e cita alguns itens
de outras normas regulamentadoras de Segurança do Trabalho, para acesso na ín-
tegra de todas as normas, acesse o site ENIT- Inspeção do Trabalho, disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/
sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 73


1.3 Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
São obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR nos canteiros de obras,
contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de prevenção.
O PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do
trabalho e implementado sob responsabilidade da organização.
Em canteiros de obras com até 7 m de altura e com, no máximo, 10 trabalhadores,
o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança do trabalho e imple-
mentado sob responsabilidade da organização.
O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01:2020, deve conter
os seguintes documentos:
== Projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de traba-
lho, elaborado por profissional legalmente habilitado;
== Projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legal-
mente habilitado;
== Projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legal-
mente habilitado;
== Projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando
aplicável, elaborados por profissional legalmente habilitado;
== Relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas
especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.
O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se encontra o canteiro
de obras.
As empresas contratadas devem fornecer ao contratante o inventário de riscos
ocupacionais específicos de suas atividades, o qual deve ser contemplado no PGR do
canteiro de obras.
As frentes de trabalho devem ser consideradas na elaboração e implementação do
PGR.
São facultadas às empresas construtoras, regularmente registradas no Sistema
CONFEA/CREA, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado em segurança
do trabalho, mediante cumprimento dos requisitos previstos nos subitens seguintes, a ado-
ção de soluções alternativas às medidas de proteção coletiva previstas na NR18:2020, a
adoção de técnicas de trabalho e o uso de equipamentos, tecnologias e outros dispositivos
que:

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 74


== Propiciem avanço tecnológico em segurança, higiene e saúde dos trabalhado-
res;
== Objetivem a implementação de medidas de controle e de sistemas preventivos
de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na
indústria da construção;
== Garantam a realização das tarefas e atividades de modo seguro e saudável.

As tarefas a serem executadas mediante a adoção de soluções alternativas devem


estar expressamente previstas em procedimentos de segurança do trabalho, nos quais
devem constar:
== Os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estarão expostos;
== A descrição dos equipamentos e das medidas de proteção coletiva a serem
implementadas;
== A identificação e a indicação dos EPI a serem utilizados;
== A descrição de uso e a indicação de procedimentos quanto aos Equipamentos
de Proteção Coletiva (EPC) e EPI, conforme as etapas das tarefas a serem
realizadas;
== A descrição das medidas de prevenção a serem observadas durante a exe-
cução dos serviços, dentre outras medidas a serem previstas e prescritas por
profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho.

As tarefas envolvendo soluções alternativas somente devem ser iniciadas com


autorização especial, precedida de análise de risco e permissão de trabalho, que contemple
os treinamentos, os procedimentos operacionais, os materiais, as ferramentas e outros
dispositivos necessários à execução segura da tarefa.
A documentação relativa à adoção de soluções alternativas integra o PGR do cantei-
ro de obras, devendo estar disponível no local de trabalho e acompanhada das respectivas
memórias de cálculo, especificações técnicas e procedimentos de trabalho.

1.4 Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho - PCMAT


Segundo a NR-18:2020, são obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT,
nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos
constantes na Norma e outros dispositivos complementares de segurança. Além disso,
ele deve contemplar as exigências contidas na NR-9:2020–Programa de Prevenção de

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 75


Riscos Ambientais– PPRA. O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento, à disposição
do Órgão Regional do Ministério do Trabalho– MTb. Este Programa deve ser elaborado e
executado por profissional legalmente habilitado na Área de Segurança do Trabalho e sua
implementação é de responsabilidade do empregador ou condomínio.
A Norma Regulamentadora 18:2020 exige que o PCMAT apresente os seguintes
itens:
== Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho na indústria da constru-
ção civil de tarefas e operações (riscos de acidentes e doenças ocupacionais,
medidas preventivas);
== Projeto de execução de proteções coletivas, conforme as etapas da edificação;
== Especificações técnicas das proteções coletivas e individuais utilizadas;
== Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT,
também de acordo com os estágios da construção;
== Layout inicial e atualizado do canteiro de obras, incluindo previsão de dimensio-
namento das áreas de vivência;
== Programa educativo que contemple a temática da prevenção de acidentes (com
carga horária).
O PCMAT deve ser elaborado por um profissional legalmente habilitado na área de
segurança do trabalho.

1.4.1 Áreas de Vivência


As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores,
condições mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em
perfeito estado de conservação, higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
== Instalação sanitária;
== Vestiário;
== Local para refeição;
== Alojamento, quando houver trabalhador alojado.
As instalações da área de vivência devem atender, no que for cabível, ao disposto
na NR-24:2019 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho).
A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada,
dotada de assento com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo
de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma)
unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 76


É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de
obras ou fora dele, contemplando as seguintes instalações:
== Cozinha, quando houver preparo de refeições;
== Local para refeição;
== Instalação sanitária;
== Lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das
roupas;
== Área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado
o local de refeição para este fim.
Deve ser de, no máximo, 150m o deslocamento do trabalhador do seu posto de
trabalho até a instalação sanitária mais próxima.
É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores,
no canteiro de obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de bebedouro
ou outro dispositivo equivalente, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 25
(vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o uso de copos coletivos.
O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de
trabalho ao bebedouro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior a
100m no plano horizontal e 15m no plano vertical.
Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:
== Instalação sanitária e lavatório para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração,
com respiro e ventilação, de material para lavagem e enxugo das mãos e garan-
tida a higienização diária dos módulos;
== Local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de
conforto e higiene, e com a devida proteção contra as intempéries.

1.4.2 Instalações Sanitárias


As instalações sanitárias devem:
== Ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;
== Ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo
a manter o resguardo conveniente;
== Ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;
== Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;
== Não ser ligado diretamente com os locais destinados às refeições;
== Ser independente para homens e mulheres, quando necessário;

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 77


== Ter ventilação e iluminação adequadas;
== Ter instalações elétricas adequadamente protegidas.
== A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório,
na proporção de 01 conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração,
bem como de chuveiro, na proporção de 01 unidade para cada grupo de 10
trabalhadores ou fração.

1.4.2.1 Chuveiros
== A área mínima necessária para utilização de cada chuveiro é de 0,80m², com
altura de 2,10m do piso.
== Os pisos dos locais onde forem instalados os chuveiros devem ter caimento que
assegure o escoamento da água para a rede de esgoto e ser material antiderra-
pante ou provido de estrados de madeira.
== Os chuveiros devem ser de metal ou plástico, individual ou coletivo, dispondo
de água quente.
== Deve haver um suporte para sabonete e cabide para toalha, correspondente a
cada chuveiro.

1.4.2.2 Vestiários
Todo canteiro de obra deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores
que não residem no local.
A localização do vestiário deve ser próxima aos alojamentos e/ou à entrada da
obra, sem ligação direta como local destinado às refeições.
Os vestiários devem:
== Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;
== Ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente;
== Ter cobertura que proteja contra as intempéries;
== Ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;
== Ter iluminação natural e/ou artificial;
== Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;
== Ser mantido em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza;
== Ter bancos em número suficiente para atender aos usuários, com largura míni-
ma de 0,30m.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 78


1.4.2.3 Local para Refeições
Nos canteiros de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições,
ao qual deve obedecer aos seguintes critérios:
== Ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições;
== Ter piso de material lavável;
== Ter cobertura que proteja das intempéries;
== Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horá-
rio das refeições;
== Ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial;
== Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;
== Ter mesas com tampos lisos e laváveis;
== Ter assentos em número suficiente para atender aos usuários;
== Ter depósito, com tampa, para detritos;
== Não estar situado em subsolos ou porões das edificações;
== Não ter comunicação direta com as instalações sanitárias;
Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não de cozi-
nha, em todo canteiro de obra deve haver local exclusivo para o aquecimento de refeições,
dotado de equipamento adequado e seguro para o aquecimento.
É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalha-
dores, por meio de bebedouro de jato inclinado ou outro dispositivo equivalente, sendo
proibido o uso de copos coletivos.

1.5 Instalações Elétricas

As instalações elétricas temporárias devem ser executadas e mantidas conforme


projeto elétrico elaborado por profissional legalmente habilitado.
Os condutores elétricos devem:
== Ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de pessoas e materiais;
== Estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e contra agentes capazes
de danificar a isolação;
== Possuir isolação em conformidade com as normas técnicas nacionais vigentes;
== Possuir isolação dupla ou reforçada quando destinados à alimentação de má-
quinas e equipamentos elétricos móveis ou portáteis.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 79


É obrigatória a utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR), como medida de
segurança adicional nas instalações elétricas, nas situações previstas nas normas técnicas
nacionais vigentes.
Os quadros de distribuição das instalações elétricas devem:
== Ser dimensionados com capacidade para instalar os componentes dos circuitos
elétricos que o constituem;
== Ser constituídos de materiais resistentes ao calor gerado pelos componentes
das instalações;
== Ter as partes vivas inacessíveis e protegidas aos trabalhadores não autorizados;
== Ter acesso desobstruído;
== Ser instalados com espaço suficiente para a realização de serviços e operação;
== Estar identificados e sinalizados quanto ao risco elétrico;
== Estar em conformidade com a classe de proteção requerida;
== Ter seus circuitos identificados.

Os dispositivos de manobra, controle e comando dos circuitos elétricos devem:


== Ser compatíveis com os circuitos elétricos que operam;
== Ser identificados;
== Possuir condições para a instalação de bloqueio e sinalização de impedimento
de ligação.

Em todos os ramais ou circuitos destinados à ligação de equipamentos elétricos,


devem ser instalados dispositivos de seccionamento, independentes, que possam ser acio-
nados com facilidade e segurança.
Os circuitos energizados em alta tensão e em extra baixa tensão devem ser insta-
lados separadamente dos circuitos energizados em baixa tensão, respeitadas as definições
de projeto.
As áreas de transformadores e salas de controle e comando devem ser separadas
por barreiras físicas, sinalizadas e protegidas contra o acesso de pessoas não autorizadas.
Os canteiros de obras devem estar protegidos por Sistema de Proteção contra Des-
cargas Atmosféricas - SPDA, projetado, construído e mantido conforme normas técnicas
nacionais vigentes.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 80


1.6 Demolição
Deve ser elaborado e implementado Plano de Demolição, sob responsabilidade de
profissional legalmente habilitado, contemplando os riscos ocupacionais potencialmente
existentes em todas as etapas da demolição e as medidas de prevenção a serem adotadas
para preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores.
O Plano de Demolição deve considerar:
== As linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e ga-
sosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento
de água e outros;
== As construções vizinhas à obra;
== A remoção de materiais e entulhos;
== As aberturas existentes no piso;
== As áreas para a circulação de emergência;
== A disposição dos materiais retirados;
== A propagação e o controle de poeira;
== O trânsito de veículos e pessoas.

1.7 Escavação, fundação e desmonte de rochas

O serviço de escavação, fundação e desmonte de rochas deve ser realizado e


supervisionado conforme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado.
Os locais onde são realizadas as atividades de escavação, fundação e desmonte
de rochas, quando houver riscos, devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna,
e barreira de isolamento em todo o seu perímetro, de modo a impedir a entrada de veículos
e pessoas não autorizadas.
Toda escavação com profundidade superior a 1,25 m somente pode ser iniciada
com a liberação e autorização do profissional legalmente habilitado, atendendo o disposto
nas normas técnicas nacionais vigentes.
O projeto das escavações deve levar em conta a característica do solo, as cargas
atuantes, os riscos a que estão expostos os trabalhadores e as medidas de prevenção.

1.8 Estruturas Metálicas


Toda montagem, manutenção e desmontagem de estrutura metálica deve estar sob
responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 81


Na montagem de estruturas metálicas, o SPIQ e os meios de acessos dos trabalha-
dores à estrutura devem estar previstos no PGR da obra.
Nas operações de montagem, desmontagem e manutenção das estruturas metá-
licas, o trabalhador deve ter recipiente e/ou suporte adequado para depositar materiais e/
ou ferramentas.

1.8.1 Trabalho a quente


Considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esmeri-
lhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento,
centelha ou chama.
Deve ser elaborada análise de risco específica para trabalhos a quente quando:
== Houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno;
== For realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim.
Nos locais onde se realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção preli-
minar, de modo a assegurar que o local de trabalho e áreas adjacentes:
== Estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis, tóxicos
e contaminantes;
== Sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis
com o trabalho a quente.

1.9 Carpintaria
A serra circular deve atender às disposições a seguir:
== Ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior
e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material
metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimen-
sionamento suficiente para a execução das tarefas;
== Ter a carcaça do motor aterrada eletricamente;
== As transmissões de força mecânica devem estar protegidas por anteparos fixos
e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma.
== Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor.
== A carpintaria deve ter piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura
capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 82


1.10 Medidas de prevenção contra queda de altura

É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de


trabalhadores ou de projeção de materiais e objetos no entorno da obra, projetada por
profissional legalmente habilitado.
As aberturas no piso devem:
== Ter fechamento provisório constituído de material resistente travado ou fixado
na estrutura;
== Ser dotada de sistema de proteção contra quedas.
Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório
de toda a abertura, constituído de material resistente, travado ou fixado à estrutura, até a
colocação definitiva das portas.
É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de
trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à concre-
tagem da primeira laje.
A proteção, quando constituída de anteparos rígidos com fechamento total do vão,
deve ter altura mínima de 1,2 m (um metro e vinte centímetros).
A proteção, quando constituída de anteparos rígidos em sistema de guarda-corpo e
rodapé, deve atender aos seguintes requisitos:
== Travessão superior a 1,2 m (um metro e vinte centímetros) de altura e resis-
tência à carga horizontal de 90 kgf/m (noventa quilogramas-força por metro),
sendo que a deflexão máxima não deve ser superior a 0,076 m (setenta e seis
milímetros);
== Travessão intermediário a 0,7 m de altura e resistência à carga horizontal de 66
kgf/m;
== Rodapé com altura mínima de 0,15 m rente à superfície e resistência à carga
horizontal de 22 kgf/m;
== Ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta
o fechamento seguro da abertura.

1.11 Máquinas, equipamentos, ferramentas


As máquinas e os equipamentos devem atender ao disposto na NR-12:2019 (Se-
gurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos).
As máquinas e equipamentos estacionários devem estar localizados em ambiente
coberto e com iluminação adequada às atividades.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 83


Devem ser elaborados procedimentos de segurança para o trabalho com máquinas,
equipamentos e ferramentas não contempladas no campo de aplicação da NR-12:2019.
Nas obras com altura igual ou superior a 10 m, é obrigatória a instalação de máqui-
na ou equipamento de transporte vertical motorizado de materiais.
O plano de carga para movimentação de carga suspensa deve ser elaborado para
cada equipamento e conter as seguintes informações:
== Endereço do local onde o equipamento estiver instalado e a duração prevista
para sua utilização;
== Razão social, endereço e CNPJ do fabricante, importador, locador ou proprietá-
rio do equipamento e do responsável pela montagem, desmontagem e serviços
de manutenção;
== Tipo, modelo, ano de fabricação, capacidade, dimensões e demais dados téc-
nicos;
== Conter croquis ou planta baixa, mostrando a área coberta pela operacionalização
do equipamento, de todas possíveis interferências dentro e fora dos limites da
obra, e os principais locais de carregamento e descarregamento de materiais;
== Indicar as medidas previstas para isolamento das áreas sob cargas suspensas
e das áreas adjacentes que eventualmente possam estar sob risco de queda de
materiais;
== Especificar todos os dispositivos e acessórios auxiliares de içamento que devem
ser utilizados em cada operação, tais como ganchos, lingas, calços, contene-
dores especiais, balancins, manilhas, roldanas auxiliares e quaisquer outros
necessários;
== Detalhar procedimentos especiais que se façam necessários com relação
à movimentação de peças de grande porte, quanto à preparação da área de
operações, velocidades e percursos previstos na movimentação da carga,
sequenciamento de etapas necessárias, utilização conjunta de mais de um
equipamento de guindar, ensaios e/ou treinamentos preliminares e qualquer
outra situação singular de alto risco;
== Conter lista de verificação do equipamento e dos dispositivos auxiliares de mo-
vimentação de carga, emitida pelo fabricante, locador ou profissional legalmente
habilitado;
== Conter lista de verificação para plataforma de carga e descarga, emitida por
profissional legalmente habilitado;

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 84


== Conter medidas preventivas complementares quando no mesmo local houver
outro equipamento de guindar com risco de interferência entre seus movimentos.
Para grua, além do disposto neste subitem, deve ser indicada a altura inicial e final,
o comprimento da lança, a capacidade de carga na ponta, a capacidade máxima de carga,
se provida ou não de coletor elétrico e a planilha de esforços sobre a base e sobre os locais
de ancoragens do equipamento.

1.12 Andaime e plataforma de trabalho


Os andaimes devem atender aos seguintes requisitos:
== Ser projetados por profissionais legalmente habilitados, de acordo com as nor-
mas técnicas nacionais vigentes;
== Ser fabricados por empresas regularmente inscritas no respectivo conselho de
classe;
== Ser acompanhados de manuais de instrução, em língua portuguesa, fornecidos
pelo fabricante, importador ou locador;
== Possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, com exceção
do lado da face de trabalho;
== Possuir sistema de acesso ao andaime e aos postos de trabalho, de maneira
segura, quando superiores a 0,4 m de altura.

As torres de andaimes, quando não estaiadas ou não fixadas à estrutura, não po-
dem exceder, em altura, 4 (quatro) vezes a menor dimensão da base de apoio.
Os andaimes devem possuir registro formal de liberação de uso assinado por pro-
fissional qualificado em segurança do trabalho ou pelo responsável pela frente de trabalho
ou da obra.
A superfície de trabalho do andaime deve ser resistente, ter forração completa,
ser antiderrapante, nivelada e possuir travamento que não permita seu deslocamento ou
desencaixe.
Em relação ao andaime e à plataforma de trabalho, é proibido:
== Utilizar andaime construído com estrutura de madeira, exceto quando da impos-
sibilidade técnica de utilização de andaimes metálicos;
== Retirar ou anular qualquer dispositivo de segurança do andaime;
== Utilizar escadas e outros meios sobre o piso de trabalho do andaime, para atingir
lugares mais altos.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 85


O ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiais no andaime deve ser
escolhido de modo a não comprometer a sua estabilidade e a segurança do trabalhador.
A manutenção do andaime deve ser feita por trabalhador capacitado, sob super-
visão e responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado, obedecendo às
especificações técnicas do fabricante.
É proibido trabalhar em plataforma de trabalho sobre cavaletes que possuam altura
superior a 1,5 m e largura inferior a 0,9 m.
Nas edificações com altura igual ou superior a 12 m, a partir do nível do térreo,
devem ser instalados dispositivos destinados à ancoragem de equipamentos e de cabos de
segurança para o uso de SPIQ, a serem utilizados nos serviços de limpeza, manutenção e
restauração de fachadas.
O andaime simplesmente apoiado deve:
== Ser apoiado em sapatas sobre base rígida e nivelada capazes de resistir aos
esforços solicitantes e às cargas transmitidas, com ajustes que permitam o
nivelamento;
== Ser fixado, quando necessário, à estrutura da construção ou edificação, por
meio de amarração, de modo a resistir aos esforços a que estará sujeito.
O acesso ao andaime simplesmente apoiado, cujo piso de trabalho esteja situado
a mais de 1 m (um metro) de altura, deve ser feito por meio de escadas, observando-se ao
menos uma das seguintes alternativas:
== Utilizar escada de mão, incorporada ou acoplada aos painéis, com largura mí-
nima de 0,4 m e distância uniforme entre os degraus compreendida entre 0,25
m e 0,3 m;
== Utilizar escada para uso coletivo, incorporada interna ou externamente ao an-
daime, com largura mínima de 0,6 m, corrimão e degraus antiderrapantes.
O andaime simplesmente apoiado, quando montado nas fachadas das edificações,
deve ser externamente revestido por tela, de modo a impedir a projeção e queda de mate-
riais.
O andaime simplesmente apoiado, quando utilizado com rodízios, deve:
== Ser apoiado sobre superfície capaz de resistir aos esforços solicitantes e às
cargas transmitidas;
== Ser utilizado somente sobre superfície horizontal plana, que permita a sua se-
gura movimentação;
== Possuir travas, de modo a evitar deslocamentos acidentais.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 86


É proibido o deslocamento das estruturas do andaime com trabalhadores sobre os
mesmos.

1.13 Sinalização de Segurança


O canteiro de obras deve ser sinalizado com o objetivo de:
== Identificar os locais de apoio;
== Indicar as saídas de emergência;
== Advertir quanto aos riscos existentes, tais como queda de materiais e pessoas
e o choque elétrico;
== Alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI;
== Identificar o isolamento das áreas de movimentação e transporte de materiais;
== Identificar acessos e circulação de veículos e equipamentos;
== Identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e
radioativas.

É obrigatório o uso de vestimenta de alta visibilidade, coletes ou quaisquer outros


meios, no tórax e costas, quando o trabalhador estiver em serviço em áreas de movimen-
tação de veículos e cargas.

REFLITA
A melhor forma de evitar a frase “Eu já ia avisar” é AVISANDO.
Fonte: autor

1.14 Capacitação
A capacitação dos trabalhadores da indústria da construção será feita de acordo
com o disposto na NR-01:2020.
A capacitação, quando envolver a operação de máquina ou equipamento, deve ser
compatível com a máquina ou equipamento a ser utilizado.
Os treinamentos devem ser realizados em local que ofereça condições mínimas de
conforto e higiene.
Os treinamentos devem possuir avaliação de modo a aferir o conhecimento adqui-
rido pelo trabalhador, exceto para o treinamento inicial.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 87


1.15 Serviços em flutuantes
As plataformas flutuantes devem estar regularmente inscritas na Capitania dos
Portos e, portar:
== Título de Inscrição de Embarcação - TIE ou Provisão de Registro de Propriedade
Marítima - PRPM originais;
== Certificado de Segurança de Navegação - CSN válido.

Na periferia da plataforma flutuante, deve haver guarda-corpo de proteção contra


quedas de trabalhadores (balaustrada.
As superfícies de trabalho das plataformas flutuantes devem ser antiderrapantes.
Os locais de embarque, escadas e rampas devem possuir piso antiderrapante, em
bom estado de conservação e dotados de guarda-corpos e corrimão.
Na execução de trabalho com risco de queda na água, deve ser usado colete sal-
va-vidas, disponibilizados em número mínimo igual ao de pessoas a bordo.

1.16 Movimentação e transporte de materiais e pessoas (elevadores)


As disposições deste item aplicam-se à instalação, montagem, desmontagem,
operação, teste, manutenção e reparos em elevadores para transporte vertical de materiais
e de pessoas em canteiros de obras ou frentes de trabalho.
É proibida a instalação de elevador tracionado com cabo único e aqueles adaptados
com mais de um cabo, na movimentação e transporte vertical de materiais e pessoas, que
não atendam as normas técnicas nacionais vigentes.
Toda empresa fabricante, locadora ou prestadora de serviços de instalação, mon-
tagem, desmontagem e manutenção, seja do equipamento em seu conjunto ou de parte
dele, deve ser registrada no respectivo conselho de classe e estar sob responsabilidade de
profissional legalmente habilitado.
Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem ser di-
mensionados por profissional legalmente habilitado e atender às normas técnicas nacionais
vigentes ou, na sua ausência, às normas técnicas internacionais vigentes.
Os serviços de instalação, montagem, operação, desmontagem e manutenção
devem ser executados por profissional capacitado, com anuência formal da empresa e sob
a responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 88


1.16.1 São atribuições do operador:
● Manter o posto de trabalho limpo e organizado;
● Organizar a carga e descarga de material no interior da cabine;
● Separar materiais de pessoas no interior da cabine;
● Comunicar e registrar ao técnico responsável pela obra qualquer anomalia no
equipamento;
● Acompanhar todos os serviços de manutenção no equipamento.

Toda empresa usuária de equipamentos de movimentação e transporte vertical de


materiais e/ou pessoas deve possuir os seguintes documentos disponíveis no canteiro de
obras:
● Programa de manutenção preventiva, conforme recomendação do locador,
importador ou fabricante;
● Termo de entrega técnica de acordo com as normas técnicas nacionais vigentes
ou, na sua ausência, de acordo com o determinado pelo profissional legalmente
habilitado responsável pelo equipamento;
● Laudo de testes dos freios de emergência a serem realizados, no máximo, a
cada 90 (noventa) dias, assinado pelo responsável técnico pela manutenção
do equipamento ou, na sua ausência, pelo profissional legalmente habilitado
responsável pelo equipamento, contendo os parâmetros mínimos determinados
por normas técnicas nacionais vigentes;
● Registro, pelo operador, das vistorias diárias realizadas antes do início dos
serviços, conforme orientação dada pelo responsável técnico do equipamento,
atendidas as recomendações do manual do fabricante;
● Laudos dos ensaios não destrutivos dos eixos dos motofreios e dos freios de
emergência, sendo a periodicidade definida por profissional legalmente habili-
tado, obedecidos os prazos máximos previstos pelo fabricante no manual de
manutenção do equipamento;
● Manual de orientação do fabricante;
● Registro das atividades de manutenção conforme item 12.11 da NR-12:2019;
● Laudo de aterramento elaborado por profissional legalmente habilitado.

É proibido o uso de chave do tipo comutadora e/ou reversora para comando elétrico
de subida, descida ou parada.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 89


Todos os componentes elétricos ou eletrônicos que fiquem expostos às condições
meteorológicas devem ter proteção contra intempéries.
Devem ser observados os seguintes requisitos de segurança durante a execução
dos serviços de montagem, desmontagem, ascensão e manutenção de equipamentos de
movimentação vertical de materiais e de pessoas:
● Isolamento da área de trabalho;
● Proibição, se necessário, da execução de outras atividades nas periferias das
fachadas onde estão sendo executados os serviços;
● Proibição de execução deste tipo de serviço em dias de condições meteoroló-
gicas adversas.

As torres dos elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a
face da cabine e a face da edificação seja de, no máximo, 0,2 m (vinte centímetros).
Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada barreira
(cancela) que tenha, no mínimo, 1,8 m (um metro e oitenta centímetros) de altura, impedin-
do que pessoas exponham alguma parte de seu corpo no interior da mesma.
A barreira (cancela) da torre do elevador deve ser dotada de dispositivo de inter-
travamento com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança, de
modo a impedir sua abertura quando o elevador não estiver no nível do pavimento.
O fechamento da base da torre do elevador deve proteger todos os lados até uma
altura de pelo menos 2,0 m (dois metros) e ser dotado de proteção e sinalização, de forma
a proibir a circulação de trabalhadores através da mesma.
O elevador de materiais e/ou pessoas deve dispor, no mínimo, de:
● Cabine metálica com porta;
● Horímetro;
● Iluminação e ventilação natural ou artificial durante o uso;
● Indicação do número máximo de passageiros e peso máximo equivalente em
quilogramas;
● Botão em cada pavimento a fim de garantir comunicação única através de painel
interno de controle.

1.16.2 Movimentação de pessoas


O transporte de passageiros no elevador deve ter prioridade sobre o de cargas.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 90


Na construção com altura igual ou superior a 24 m (vinte e quatro metros), é obri-
gatória a instalação de, pelo menos, um elevador de passageiros, devendo seu percurso
alcançar toda a extensão vertical da obra, considerando o subsolo.
O elevador de passageiros deve ser instalado, no máximo, a partir de 15 m (quinze
metros) de deslocamento vertical na obra.

1.16.3 Movimentação de materiais


Na movimentação de materiais por meio de elevador, é proibido:
● Transportar materiais com dimensões maiores do que a cabine no elevador;
● Transportar materiais apoiados nas portas da cabine;
● Transportar materiais do lado externo da cabine, exceto nas operações de mon-
tagem e desmontagem do elevador;
● Transportar material a granel sem acondicionamento apropriado;
● Adaptar a instalação de qualquer equipamento ou dispositivo para içamento de
materiais em qualquer parte da cabine ou da torre do elevador.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 91


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Olá,

Esta unidade abordou a Segurança do Trabalho em sua área de atuação, nela você
pôde aprender as exigências específicas para ambientes de trabalho que farão parte de sua
carreira. Você conheceu as regulamentações para áreas em comum dos colaboradores,
a importância no manuseio de máquinas, trabalho de demolições, escavações, algumas
atividades específicas, como por exemplo trabalho em altura, e outros fatores que podem
mitigar os riscos de acidente de trabalho.
Foi abordado também as documentações obrigatórias para a construção civil, bem
como os itens que devem constituir o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o
PCMAT (Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho), que devem ser elaborados
por um profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho.

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 92


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Segurança do Trabalho na Construção Civil
Autor: Antônio Nunes Barbosa Filho
Editora: Atlas
Sinopse: Em todo o mundo, a presença e o modo de atuação
da Construção Civil estão diretamente associados ao grau de
dinamismo ou pujança da economia local. Não importa onde, esta
indústria é intensa empregadora de mão de obra. Em razão dessa
característica e de muitos outros fatores, não raro, acidentes
ocupacionais de diversas gravidades, inclusive muitos fatais, têm
lugar. Mas acredita-se firmemente que esta produção pode ser
obtida sem vitimar trabalhadores. Versando a respeito de questões
técnicas e, sobretudo, na elaboração de interpretações das condi-
ções que resultam neste cenário, este livro propõe reflexões que
possam contribuir para a desconstrução desta ainda realidade, em
direção a uma produção civil intrinsecamente segura, sobretudo
com a adequada elaboração de rotinas e do gerenciamento da in-
tegridade laboral. Ao longo dos capítulos são discutidas questões
relativas à formação e participação dos trabalhadores no sistema
de saúde e segurança do trabalho, as repercussões do acidente de
trabalho, normas regulamentadoras aplicadas à construção civil,
organização do canteiro de obras, segurança do trabalho em ativi-
dades de desconstrução (demolição), em valas e escavações, nos
ambientes confinados, no trabalho em altura, na movimentação de
materiais e de pessoas, na carpintaria e no trato com ferramen-
tas manuais, entre outras. Ademais, em capítulo específico, são
apresentados relatos e discutidos alguns acidentes do segmento
recentemente acontecidos em nosso país. O livro traz ainda um
capítulo adicional com questões para estudo e aprofundamento
dos temas apresentados. Livro-texto para disciplinas relativas à
Saúde e Segurança do Trabalho, Condições de Trabalho e Meio
Ambiente e correlatas. Leitura complementar para as disciplinas
Gerenciamento da Construção Civil, Administração de Recursos
Humanos e Gestão da Competitividade. Obra de interesse para
profissionais e estudantes das áreas de Construção Civil, Saúde e
Segurança do Trabalho, Meio Ambiente, bem como para aqueles
dedicados ao Direito do Trabalho e Empresarial.

FILME/VÍDEO
Título: Acidente de trabalho: série de reportagens especiais aborda
o tema
Ano: 2015
Sinopse: 28 de abril é o Dia Nacional em Memória das Vítimas de
Acidentes e Doenças do Trabalho. O programa Jornada preparou
três reportagens especiais para abordar o tema e destacar a im-
portância da prevenção.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UaVuUNV5bK4

UNIDADE III Segurança do Trabalho na Indústria da Construção 93


UNIDADE IV
Trabalho em Condições
Inseguras e Sinalização
Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior

Plano de Estudo:
● Trabalho em Altura;
● Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados;
● Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos;
● Mapa de Risco.

Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender o que é necessário para operar em altura;
● Aprender o que é regulamentado para operações em ambientes confinados;
● Compreender os fatores importantes para manuseio de máquinas e equipamentos.
● Apresentar o mapa de risco e como deve ser elaborado.

94
INTRODUÇÃO

Caro Aluno,

Chegamos a unidade final dessa disciplina, nesse momento você será orientado
sobre os cuidados para operar em condições de altura e espaço confinado, além de tomar
conhecimento sobre cuidados na operação de máquinas e equipamentos. Esses fatores
influenciam muito na saúde e integridade física do colaborador.
Por fim, você será apresentado ao mapa de risco, nesse tópico você aprenderá as
simbologias e a correta representação através de um croqui do ambiente de trabalho da
empresa.
Espero que esta unidade contribua com sua aprendizagem. Bons estudos!

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 95


1 NR-35:2019 – TRABALHO EM ALTURA

1.1 Introdução
Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m do nível
inferior, onde haja risco de queda.

1.2 Objetivo
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com
esta atividade.

1.3 Responsabilidades

1.3.1 Cabe ao empregador:


== Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas na NR35.
== Assegurar a realização da Análise de Risco -AR e, quando aplicável, a emissão
da Permissão de Trabalho -PT;
== Desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho
em altura;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 96


== Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho
em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medi-
das complementares de segurança aplicáveis;
== Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medi-
das de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
== Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medi-
das de controle;
== Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as
medidas de proteção definidas na NR-35:2019;

== Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou


condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não
seja possível;
== Estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho
em altura;
== Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da
atividade;
== Assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista na NR
35:2019.

1.3.2 Cabe aos trabalhadores:


== Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclu-
sive os procedimentos expedidos pelo empregador;
== Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas na
NR-35:2019;
== Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afeta-
das por suas ações ou omissões no trabalho.

1.4 Capacitação e Treinamento


Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi sub-
metido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito
horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir:
== Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
== Análise de Risco e condições impeditivas;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 97


== Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e
controle;
== Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
== Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e limitação de uso;
== Acidentes típicos em trabalhos em altura;
== Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate
e de primeiros socorros.
O treinamento periódico bienal deve ter carga horária mínima de oito horas, confor-
me conteúdo programático definido pelo empregador e deve ser ministrado por instrutores
com comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em
segurança no trabalho.

1.5 Planejamento, Organização e Execução


Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalha-
dor capacitado e autorizado.
No planejamento do trabalho devem ser adotadas, de acordo com a seguinte hie-
rarquia:
== Medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de
execução;
== Medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade
de execução do trabalho de outra forma;
== Medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de queda
não puder ser eliminado.
Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será definida
pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.
A execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar
as condições do local de trabalho já previstas na análise de risco.
Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.

REFLITA
O que você faria se visse uma pessoa sobre um telhado de uma residência em estado
molhado e sem EPI? Você alertaria sobre os riscos ou ignoraria?
Fonte: autor

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 98


2 NR-33:2019 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

2.1 Objetivo e Definitivo


Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação
de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores
que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação hu-
mana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente
é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enrique-
cimento de oxigênio.

2.2 Responsabilidades

2.2.1 Cabe ao Empregador:


== Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma;
== Identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
== Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
== Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços con-
finados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de
emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes
com condições adequadas de trabalho;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 99


== Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medi-
das de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;
== Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão,
por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante
no anexo II da NR-33:2019;
== Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde
irão desenvolver suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
== Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos traba-
lhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que
eles possam atuar em conformidade com a NR-33:2019;
== Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição
de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e
== Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes
de cada acesso aos espaços confinados.

2.2.2 Cabe aos Trabalhadores:


== Colaborar com a empresa no cumprimento da NR-33:2019;
== Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;
== Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua
segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
== Cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com rela-
ção aos espaços confinados.

2.3 Capacitação e Treinamento


É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a prévia capa-
citação do trabalhador.
O empregador deve desenvolver e implantar programas de capacitação quando
houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos procedimentos
de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam adequados.
A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada dentro do horário de
trabalho contendo:
== Identificação dos espaços confinados;
== Critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
== Conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;
== Legislação de segurança e saúde no trabalho;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 100


== Programa de proteção respiratória;
== Área classificada;
== Operações de salvamento.

Os instrutores designados pelo responsável técnico, devem possuir comprovada


proficiência no assunto.
Ao término do treinamento deve-se emitir um certificado contendo o nome do traba-
lhador, conteúdo programático, carga horária, a especificação do tipo de trabalho e espaço
confinado, data e local de realização do treinamento, com as assinaturas dos instrutores e
do responsável técnico.

2.4 Emergência e Salvamento


O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e resga-
te adequados aos espaços confinados incluindo, no mínimo:
== Descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da Análise de
Riscos;
== Descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem executadas
em caso de emergência;
== Seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação, iluminação
de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de vítimas;
== Acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução das
medidas de resgate e primeiros socorros para cada serviço a ser realizado; e
== Exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de acidentes
em espaços confinados.

O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir


aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.
A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os possíveis cená-
rios de acidentes identificados na análise de risco.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 101


2.5 ANEXO I – Sinalização para Identificação de Espaço Confinado

Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-33.pdf

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 102


3 NR-12:2019- SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

3.1 Objetivo
Esta Norma define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de
proteção para resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece
requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de
projeto e de utilização de máquinas e equipamentos, e ainda à sua fabricação, importação,
comercialização, exposição e cessão a qualquer título e em todas as atividades econômicas.

3.2 Das Disposições Gerais


● As disposições da NR-12:2019 referem-se a máquinas e equipamentos novos
e usados, exceto nos itens em que houver menção específica quanto à sua
aplicabilidade.
● As máquinas e equipamentos comprovadamente destinados à exportação es-
tão isentos do atendimento dos requisitos técnicos de segurança previstos na
NR-12:2019.

É permitida a movimentação segura de máquinas e equipamentos fora das insta-


lações físicas da empresa para reparos, adequações, modernização tecnológica, desativa-
ção, desmonte e descarte.
É permitida a segregação, o bloqueio e a sinalização que impeçam a utilização
de máquinas e equipamentos, enquanto estiverem aguardando reparos, adequações de
segurança, atualização tecnológica, desativação, desmonte e descarte.
O empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e
equipamentos, capazes de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
São consideradas medidas de proteção, a ser adotadas nessa ordem de prioridade:
● Medidas de proteção coletiva;
● Medidas administrativas ou de organização do trabalho; e
● Medidas de proteção individual.

3.3 Cabe aos trabalhadores:


● Cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de opera-
ção, alimentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte,
desativação, desmonte e descarte das máquinas e equipamentos;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 103


● Não realizar qualquer tipo de alteração nas proteções mecânicas ou dispositivos
de segurança de máquinas e equipamentos, de maneira que possa colocar em
risco a sua saúde e integridade física ou de terceiros;
● Comunicar seu superior imediato se uma proteção ou dispositivo de segurança
foi removido, danificado ou se perdeu sua função;
● Participar dos treinamentos fornecidos pelo empregador para atender às exi-
gências/requisitos descritos nesta NR;
● Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta
NR.

3.4 Instalações e dispositivos elétricos.


Os circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos devem
ser projetados e mantidos de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque
elétrico, incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto nas normas
técnicas oficiais e, na falta destas, nas normas internacionais aplicáveis.
Devem ser aterradas, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as carcaças,
invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e equipamentos que não façam
parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão.
Os circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos que
estejam ou possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos de-
vem ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade,
isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes.
Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equipamentos devem aten-
der aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
● Oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;
● Possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos
abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;
● Localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as partes
móveis ou cantos vivos;
● Não dificultar o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das máquinas;
● Não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e
● Ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 104


Os quadros ou painéis de comando e potência das máquinas e equipamentos
devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
● Possuir porta de acesso mantida permanentemente fechada, exceto nas situa-
ções de manutenção, pesquisa de defeitos e outras intervenções, devendo ser
observadas as condições previstas nas normas técnicas oficiais ou nas normas
internacionais aplicáveis;
● Possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso
por pessoas não autorizadas;
● Ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e
ferramentas;
● Possuir proteção e identificação dos circuitos; e
● Observar ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.

As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e equipamentos


devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme as normas técnicas oficiais
vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e contato elétrico adequado, com
características equivalentes aos condutores elétricos utilizados e proteção contra riscos.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que utilizem energia elétrica
fornecida por fonte externa devem possuir dispositivo protetor contra sobrecorrente, dimen-
sionado conforme a demanda de consumo do circuito.
São proibidas nas máquinas e equipamentos:
● A utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;
● A utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; e
● A existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam energia
elétrica.

As baterias devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:


● Localização de modo que sua manutenção e troca possam ser realizadas facil-
mente a partir do solo ou de uma plataforma de apoio;
● Constituição e fixação de forma a não haver deslocamento acidental; e
● Proteção do terminal positivo, a fim de prevenir contato acidental e curto-circuito.
Os serviços e substituições de baterias devem ser realizados conforme indicação
constante do manual de operação.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 105


3.5 Dispositivos de partida, acionamento e parada.
Os dispositivos de partida, acionamento e parada das máquinas devem ser proje-
tados, selecionados e instalados de modo que:
● Não se localizem em suas zonas perigosas;
● Possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa
que não seja o operador;
● Impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por qual-
quer outra forma acidental;
● Não acarretem riscos adicionais;
● Dificulte-se a burla.

Os comandos de partida ou acionamento das máquinas devem possuir dispositivos


que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizadas.
As máquinas e equipamentos, cujo acionamento por pessoas não autorizadas
possam oferecer risco à saúde ou integridade física de qualquer pessoa, devem possuir
sistema que possibilite o bloqueio de seus dispositivos de acionamento.
Os componentes de partida, parada, acionamento e controles que compõem a
interface de operação das máquinas e equipamentos fabricados a partir de 24 de março de
2012 devem:
● Possibilitar a instalação e funcionamento do sistema de parada de emergência,
quando aplicável, conforme itens e subitens do capítulo sobre dispositivos de
parada de emergência, desta NR; e
● Operar em extrabaixa tensão de até 25VCA ou de até 60VCC.

3.6 Sistemas de segurança.


As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de se-
gurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança
interligados, que resguardem proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores.
Quando utilizadas proteções que restringem o acesso do corpo ou parte dele, de-
vem ser observadas as distâncias mínimas conforme normas técnicas oficiais ou normas
internacionais aplicáveis.
Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados de modo a atender
aos seguintes requisitos:

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 106


● Ter categoria de segurança conforme apreciação de riscos prevista nas normas
técnicas oficiais;
● Estar sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado;
● Possuir conformidade técnica com o sistema de comando a que são integrados;
● Instalação de modo que dificulte a sua burla;
● Manterem-se sob vigilância automática, ou seja, monitoramento, se indicado
pela apreciação de risco, de acordo com a categoria de segurança requerida,
exceto para dispositivos de segurança exclusivamente mecânicos; e
● Paralisação dos movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem
falhas ou situações anormais de trabalho.

Os sistemas de segurança, se indicado pela apreciação de riscos, devem exigir


rearme (“reset”) manual.
A proteção deve ser móvel quando o acesso a uma zona de perigo for requerido
mais de uma vez por turno de trabalho, observando-se que:
● A proteção deve ser associada a um dispositivo de intertravamento quando sua
abertura não possibilitar o acesso à zona de perigo antes da eliminação do
risco; e
● A proteção deve ser associada a um dispositivo de intertravamento com bloqueio
quando sua abertura possibilitar o acesso à zona de perigo antes da eliminação
do risco.

As máquinas e equipamentos dotados de proteções móveis associadas a dispositi-


vos de intertravamento devem:
● Operar somente quando as proteções estiverem fechadas;
● Paralisar suas funções perigosas quando as proteções forem abertas durante
a operação; e
● Garantir que o fechamento das proteções por si só não possa dar início às
funções perigosas.

Os dispositivos de intertravamento com bloqueio associados às proteções móveis


das máquinas e equipamentos devem:
Permitir a operação somente enquanto a proteção estiver fechada e bloqueada;

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 107


Manter a proteção fechada e bloqueada até que tenha sido eliminado o risco de
lesão devido às funções perigosas da máquina ou do equipamento; e
Garantir que o fechamento e bloqueio da proteção por si só não possa dar início às
funções perigosas da máquina ou do equipamento.
As proteções devem ser projetadas e construídas de modo a atender aos seguintes
requisitos de segurança:
● Cumprir suas funções apropriadamente durante a vida útil da máquina ou pos-
sibilitar a reposição de partes deterioradas ou danificadas;
● Ser constituídas de materiais resistentes e adequados à contenção de projeção
de peças, materiais e partículas;
● Fixação firme e garantia de estabilidade e resistência mecânica compatíveis
com os esforços requeridos;
● Não criar pontos de esmagamento ou agarramento com partes da máquina ou
com outras proteções;
● Não possuir extremidades e arestas cortantes ou outras saliências perigosas;
● Resistir às condições ambientais do local onde estão instaladas;
● Dificulte-se a burla;
● Proporcionar condições de higiene e limpeza;
● Impedir o acesso à zona de perigo;
● Ter seus dispositivos de intertravamento protegidos adequadamente contra
sujidade, poeiras e corrosão, se necessário;
● Ter ação positiva, ou seja, atuação de modo positivo; e
● Não acarretar riscos adicionais.

SAIBA MAIS
A revista Proteção publicou em Novembro/2016 alguns pontos de agarramento que cau-
sam acidentes nos equipamentos e máquinas, bem como formas de prevenir-se nesses
pontos, o conteúdo está disponível em: https://protecaomais.com.br/upload/protecao_
protegildo/148.pdf

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 108


4 MAPA DE RISCO

O mapa de risco é uma representação do tipo e gravidade de risco em determi-


nados ambientes, capazes de prejudicar a saúde do colaborador. Esses riscos podem ter
origem no processo de trabalho e na organização do trabalho, e podem ser representados
por cores, como exemplificado na tabela abaixo.

TABELA 1- Identificação de Riscos

Fonte: Mattos, U.A.O, 1993, Mapa de Riscos: o controle da saúde dos trabalhadores. DEP, 21:60.

A gravidade do risco é representada por diferentes diâmetros de um círculo, poden-


do ser classificada como grande, médio ou pequeno:

Tabela 2: Representação da Gravidade do Risco.

Fonte: autor.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 109


O mapa de risco é elaborado a partir de um croqui do ambiente de trabalho, poden-
do coexistir diferentes tipos de risco em um mesmo ambiente:

ANEXO 2- Mapa de Riso

Fonte: autor.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 110


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade você pôde aprender sobre as responsabilidades do empregador,


dos trabalhadores, o treinamento e o planejamento para trabalho em altura e para trabalho
em espaços confinados.
Foi abordado também a importância da segurança do trabalho ao operar máquinas
e equipamentos, a responsabilidade dos trabalhadores, a instalação de forma adequada,
bem como a projeção dos dispositivos de acionamento e parada.
Por fim foi apresentado a você o mapa de risco, uma ferramenta cuja função é
alertar sobre diferentes riscos em cada ambiente de trabalho.
Espero que os conhecimentos adquiridos aqui tenham o auxiliado em sua formação
acadêmica e sejam aplicados em sua carreira profissional.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 111


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Dia a dia da Prevenção
Autor: Cosmo Palasio de Moraes Jr.
Editora: Difusão Editora
Sinopse: Dia a dia da prevenção não é apenas uma publicação
técnica, trata-se de uma obra que relata as experiências de um
profissional que, dentro de grandes empresas, atua de forma sé-
ria, procurando melhorar as condições de trabalho e a qualidade
de vida dos funcionários. Sua vivência e conhecimentos dos pro-
cedimentos de segurança servem como referência para novos e
experientes profissionais. O livro é uma reflexão sobre a profissão
de técnico em segurança do trabalho e tem uma narrativa envol-
vente que ensina, de maneira concisa, como alcançar a excelência
profissional seguindo procedimentos e tratando a Segurança e a
Saúde do trabalhador como algo essencial no dia a dia.

FILME/VÍDEO
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma
“máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à
loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo
período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa,
mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova
vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é
preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de
operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida
para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas
não têm mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda
está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das
órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue
escapar.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 112


REFERÊNCIAS

MATTOS, U. A. O. Mapa de Riscos: o controle da saúde pelos trabalhadores. DEP, 21: 60, 1993.
Disponível em: <http://www.pucminas.br/cipa/index_padrao.php?pagina=618>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-04- Serviços Especializados Em Engenha-


ria de Segurança e em Medicina do trabalho. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/
images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-04.pdf >.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-05- Comissão Interna de Prevenção de Aci-


dentes. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.
pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-07- Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/
NR-07-atualizada-2020.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-09- Programa de Prevenção de Riscos Am-


bientais. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-09-atualizada-2019.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-12 - Segurança no Trabalho em Máquinas


e Equipamentos. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-12.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres.


Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualiza-
da-2019.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 1. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-01.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 2. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-02.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 3. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-03-atualizada-2019.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 8. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-08.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 9. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-09.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 10. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-10.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 11. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-11.pdf>.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 113


MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –
Anexo 13. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-13.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-15- Atividades e Operações Insalubres –


Anexo 14. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-
-15-Anexo-14.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-16- Atividades e Operações Perigosas.


Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualiza-
da-2019.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-17- Ergonomia. Disponível em: <https://enit.


trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-18- Condições de Segurança e Saúde no


Trabalho na Indústria da Construção. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-18-atualizada-2020.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-24- Condições Sanitárias e de Conforto


nos Locais de Trabalho. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-24-atualizada-2019.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-26- Sinalização de Segurança. Disponível


em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-26.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-28- Fiscalização e Penalidades. Disponí-


vel em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-28-atualizada-2020.
pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em


Espaços Confinados. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-33.pdf>.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR-35 - Trabalho em Altura. Disponível em: <


https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-35.pdf>.

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 114


CONCLUSÃO

De acordo com o aprendido nesta disciplina pudemos refletir que a segurança do


trabalho não é só uma exigência de órgãos públicos, ela representa a conscientização da
humanidade em relação ao bem-estar em ambientes de trabalho.
Você também estudou sobre as fiscalizações e penalidades, documentos obrigató-
rios, e constituição de equipes como CIPA e SESMT, bem como a responsabilidade de cada
indivíduo dentro dessas organizações.
Vimos que muitas vezes, os colaboradores envolvidos no processo não têm a per-
cepção dos riscos a que estão submetidos, bem com a participação do SESMT, estes em
situação contrária conhecem os riscos, mas não são capazes de identificar sua presença,
pois não estão ligados diretamente à atividade da empresa, a ponte para solucionar esse
problema é a elaboração de um mapa de risco que tem por objetivo conscientizar sobre os
riscos e contribuir para eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los. Como vimos nessa disciplina
além do mapa de risco existem outras ferramentas essenciais para garantir a saúde e
integridade do colaborador e bom funcionamento da empresa como, por exemplo, capaci-
tações e treinamentos, equipamentos de proteção individual, sinalização, entre outros.
A partir de agora, você tem um papel diferenciado na sociedade, você se torna
responsável pela evolução dessa conscientização, principalmente através de seu exemplo.
Foi um prazer apresentá-lo a essa disciplina e participar de sua formação acadêmica.
Até mais!

UNIDADE IV Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 115

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