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Luciano Costa Figueiredo

Comissão Interna
de Prevenção de
Acidentes
Comissão Interna de
Prevenção de
Acidentes
Luciano Costa Figueiredo

Comissão Interna
de Prevenção de
Acidentes

Natal/RN
2014
presidente
PROF. PAULO DE PAULA

diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES

diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU

diretora de produção de projeto


PROFA. JUREMA DANTAS

FICHA TÉCNICA

gestão de produção de materiais didáticos


PROFA. LEIDEANA BACURAU

coordenação de design instrucional


PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA

projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA

diagramação
MAURIFRAN GALVÃO

designer instrucional
ITSUO MACÊDO OKASHITA

revisão de língua portuguesa


PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES

revisão das normas da ABNT


LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR

ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA

Catalogação da Publicação na Fonte (CIP).


Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.

F475c Figueiredo, Luciano Costa.


Comissão interna de prevenção de acidentes / Luciano
Costa Figueiredo ; edição e revisão do Instituto Tecnológico
Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014.
77 p. : il.

ISBN 978-85-68100-29-5
Inclui referências

1. Prevenção de acidentes. 2. Segurança do trabalho.


3. CIPA. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título.

RN/ITB/LCFJ CDU 331.452


”Um sonho é um sonho até que se acorde. Um homem
pode acalentar esse sonho ou arregaçar as mangas e pensar
no que é preciso para torná-lo realidade.”
(Eike Batista)
Índice iconográfico

Atividade Vocabulário Importante

Mídias Curiosidade Querendo mais

Você conhece? Internet Diálogos

O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:

Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.

Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.

Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.

Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.

Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.

Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.

Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.

Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.

Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional 09
Palavra do professor autor 11
Apresentação das competências 13

Competência 01
Contextualizar a importância da CIPA no ambiente laboral 17
Objetivo da CIPA 17
A constituição da CIPA 18
Das contratantes e contratadas 19
Como a CIPA se organiza? 20
Resumo 24
Autoavaliação 25

Competência 02
Estabelecer as responsabilidades da CIPA e dos cipeiros 29
Atribuições da CIPA 29
Atribuições do empregador 32
Resumo 35
Autoavaliação 35

Competência 03
Operacionalizar as rotinas da CIPA 39
Entendendo como funciona a CIPA 39
O treinamento da CIPA 41
Resumo 42
Autoavaliação 43

Competência 04
Executar o processo eleitoral da CIPA 47
Eleição da CIPA 47
O processo eleitoral 47
Resumo 49
Autoavaliação 49

Competência 05
Identificar os riscos ocupacionais 55
Risco e perigo 55
Riscos ambientais 59
Resumo 61
Autoavaliação 61

Competência 06
Elaboraro mapa de riscos 65
O Mapa de riscos ambientais 65
As Cores e os mapas de riscos 67
Representação gráfica 68
Resumo 73
Autoavaliação 73

Referências 75
Gabarito 76
Conheça o autor 77
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 9
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Palavra do professor autor
Olá!!
Bem, este é o estudo sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). O as-
sunto ao qual nos referimos é regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) através de uma Norma Regulamentadora
(NR) específica.
A CIPA é um dispositivo prevencionista vital para o bom andamento das condições de 11
saúde e segurança dentro de qualquer empresa. Constitui-se basicamente por trabalha-
dores do próprio estabelecimento, onde parte destes são indicados pela empresa, e outra
parte eleitos. Geralmente estas pessoas são aquelas que têm mais facilidade de comuni-
cação e de levar os problemas do dia a dia para o (SESMT), Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - e a direção da empresa. A grande
vantagem desta comissão é que sua formação é constituída pelo trabalhador, ou seja,
aquele que realmente conhece as peculiaridades das tarefas e atividades da empresa.
Dentre as ações mais importantes da CIPA, temos as inspeções nos locais de trabalho, a
fiscalização e sugestão quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), apoio
na implementação de novas ações prevencionistas, etc.
Vamos entender como se realiza o processo eleitoral da CIPA, suas peculiaridades e
quais as obrigações e direitos dos membros que fazem parte desta comissão. Preste aten-
ção nos exercícios ao longo deste estudo e nas avaliações ao final de cada competência.
Um forte abraço e bons estudos!
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

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Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Apresentação das competências
Caro Aluno,
na primeira competência, você será capaz de conduzir o processo de eleição, instalação
e posse da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), assim como, o acompa-
nhamento e suporte durante toda a gestão.
Inicialmente você deve obter conhecimentos sobre o tema e para isso, apresentarei o
objetivo pelo qual a CIPA foi criada, como ela está constituída e como se organiza. 13
Na segunda competência você vai familiarizar-se com o que cada membro da CIPA terá
como responsabilidade. O comprometimento e a forma como cada um desempenha suas
atribuições são de vital importância para o pleno andamento dessa comissão.
Já na terceira competência você aprenderá como operacionalizar a rotina da CIPA. Sa-
berá sobre a estrutura e funcionamento da CIPA, bem como, a necessidade de treinamento
para se tornar um membro eleito ou indicado.
Na quarta competência você finalmente terá o entendimento de todo o processo eleito-
ral, os preparativos, documentos e execução das atividades para eleger uma comissão que
trabalhe em prol da prevenção de acidentes de trabalho e da saúde do trabalhador.
Na quinta competência você já deve dominar os riscos ambientais. Esta competência é
muito importante para que um membro da CIPA possa exercer suas atividades, ajudando
tanto aos colegas empregados, como ao empregador, na prevenção de acidentes e doen-
ças do trabalho.
Na sexta e última competência vamos descrever a confecção do mapa de riscos, ferra-
menta extremamente importante para evidenciar os problemas na empresa e incentivar a
busca por melhorias e proteção ao trabalhador.
Então, vamos começar? Prepare seu caderno de anotações e o lápis, se acomode de
forma bem confortável e vamos a nossa primeira competência!
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

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Competência
01
Contextualizar a importância
da CIPA no ambiente laboral
Contextualizar a importância
da CIPA no ambiente laboral
Imagine um ambiente de trabalho, seja uma fábrica, uma obra na construção civil, uma
fazenda, um comércio, um porto, etc. Qualquer ambiente de trabalho apresenta seus ris-
cos específicos e se um desses riscos estiver fora de controle, a principal vítima será o
trabalhador, concorda?

Já pensou em uma empresa que não aplica nenhuma ação para prevenir a ocorrência

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de acidentes e doenças? Que os funcionários não são esclarecidos sobre os riscos ao qual
estão expostos? Que não são adotados equipamentos de proteção na empresa? Que não
possui pessoas capacitadas e treinadas para viabilizar medidas visando tornar o ambiente
de trabalho saudável e seguro?

Seria um verdadeiro caos concorda? Com inúmeras consequências negativas para to-
dos: para a própria empresa, economia, previdência social, trabalhador, sendo este o que
mais sente os danos, por ser a pessoa diretamente ligada às possíveis inseguranças no
ambiente de trabalho.

Boa parte das empresas no Brasil possui menos de 50 funcionários e são classificadas
com grau de risco inferior a quatro, portanto, não são obrigadas a constituir SESMT. Desta 17
forma não possuem profissionais com conhecimentos específicos em matéria de seguran-
ça e saúde no trabalho, para orientar e trabalhar os aspectos prevencionistas segundo o
tipo de atividade de cada empresa.

Assim, é muito comum encontrarmos estabelecimentos que não possuem CIPA cons-
tituída, muitas vezes o empregador nem sequer sabe o que significa CIPA e qual a impor-
tância para seu negócio. Após denúncias de trabalhadores e/ou fiscalizações por parte do
Ministério do Trabalho, ou sindicato da categoria, estas empresas começaram a regularizar
sua situação conforme legislação trabalhista.

Objetivo da CIPA
O Objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é prevenir acidentes e doen-
ças decorrentes do trabalho, preservando a vida e promovendo a saúde dos trabalhadores,
de forma compatível e permanente.

A CIPA cumpre com seu objetivo observando e relatando as condições de risco que se
encontram no ambiente de trabalho, solicitando medidas de redução, neutralização e/ou
eliminação de riscos. Os membros que constituem a comissão discutem sobre os aciden-
tes ocorridos e encaminham os resultados ao SESMT ao empregador, além dessas medi-
das eles também orientam a todos sobre a prevenção de acidentes.

Para que isto aconteça os empregados e empregadores devem trabalhar em conjunto,


no intuito de diminuir e até mesmo eliminar os riscos presentes nos locais de trabalho,
evitando que acidentes e doenças ocorram durante as atividades do dia a dia.

A constituição da CIPA
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

1943), em seu art. 163 afirma que será obrigatória a constituição de CIPA, de conformida-
de com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais
de obra nelas especificadas. Este mesmo artigo segue dizendo que o mesmo órgão do
governo regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento da CIPA.

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 5, COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE


ACIDENTES, do Ministério do Trabalho e Emprego, regulamentada pela Portaria 3.214/78,
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administra-
ção direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem
como outras instituições que admitam trabalhadores devem constituir CIPA e mantê-la em
18 regular funcionamento.

Internet
Visite a página do Ministério do Trabalho e Emprego! Lá você encontrará
toda legislação pertinente atualizada, inclusive as Normas Regulamenta-
doras. Acesse: <http://www.mte.gov.br>.

Em outras palavras, todo estabelecimento que admita, por exemplo, empregados regi-
dos pela CLT devem constituir CIPA e mantê-la atuante durante o seu mandato, sob pena
de sanções legais em caso de não cumprimento de suas obrigações.

A NR-5 ainda aborda sobre a obrigação de constituir CIPA em casos onde exista a utili-
zação de mão de obra do trabalhador avulso.

As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avul-


sos e às entidades que lhes tomem serviços. Observadas as disposições estabelecidas
em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos. (BRASIL, 2011, ex-
traído da internet).

A Previdência Social define trabalhador avulso como sendo a pessoa que presta serviço
a várias empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra.

Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/informaes-2/categoria-de-segurados/>.
Acesso em: 28 ago. 2014.

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Pode haver situações em que duas ou mais empresas estejam atuando em conjunto no
mesmo estabelecimento, caso isso ocorra é necessário que haja, entre os membros da CIPA
ou seus designados, alguns mecanismos de integração que objetive promover o desenvolvi-
mento de ações preventivas de acidentes, doenças no ambiente de trabalho e instalações de
uso coletivo, que podem também participar da administração desses mecanismos.

Das contratantes e contratadas


É considerado como estabelecimento aquele local cujos empregados exercem suas ati-
vidades, quando se trata de empresas prestadoras de serviços ou empreiteiras. Temos 19
por exemplo os canteiros de obras, que são considerados estabelecimentos por existirem
trabalhadores exercendo suas atividades.

De acordo com a NR-5, sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com
as das contratadas, ou com os designados, definir mecanismos de integração e de partici-
pação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA´s existentes no estabe-
lecimento (BRASIL, 2011).

Para entender melhor, imagine as empresas que trabalham no ramo de energia, a Petro-
brás, por exemplo, propicia a formação destes centros industriais. Nas áreas onde ela atua exis-
tem diversas outras empresas que dão apoio à exploração e produção do petróleo, e as CIPA’s,
ou os designados de cada uma dessas empresas, devem estar integrados à CIPA da Petrobrás,
isso quer dizer que as reuniões e as ações de prevenção serão feitas por todas as empresas,
seguindo a mesma linha de raciocínio, evitando ações desorganizadas, já que os riscos são
teoricamente comuns a todos os trabalhadores daquele centro industrial ou comercial.
[...] a empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, sua CIPA, os designados e os demais trabalha-
dores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre
os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as
medidas de proteção adequadas. (BRASIL, 2011, extraído da internet).

Por fim, na NR-5 ainda considera que “a empresa contratante adotará as providências
necessárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas, que atuam no
seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.” (BRASIL, 1999,
extraído da internet).

Como a CIPA se organiza?


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Deve compor a CIPA os representantes do empregador e dos empregados, isso é feito


para que haja igualdade nos direitos e deveres de cada uma das partes. Ou seja, a CIPA é
bilateral e sempre deve atuar com o objetivo de prevenir os acidentes e doenças, os quais
trazem prejuízos para ambas as partes quando ocorrem.

Para dimensionar o número de membros eleitos em um estabelecimento, siga os pas-


sos a seguir:

1º - Descubra a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da empresa,


que pode ser consultado através do Cartão CNPJ, no site da Receita Federal;

20

Importante
CNAE é o instrumento de padronização nacional dos códigos de ativida-
de econômica e dos critérios de enquadramento, utilizados pelos diversos
órgãos da Administração Tributária do país, e é aplicada a todos os agen-
tes econômicos que estão engajados na produção de bens e serviços, po-
dendo compreender estabelecimentos de empresas privadas ou públicas,
estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições
sem fins lucrativos e agentes autônomos (pessoa física).
Fonte: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/tx-
tcnae.htm>. Acesso em: 28 ago. 2014.

2º - Com o CNAE em mãos consulte o Quadro III da NR-5 que informa a Relação da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas, com correspondente agrupamento para
dimensionamento da CIPA, e verifique a qual grupo este CNAE pertence;
CNAE DESCRIÇÃO GRUPO
05.00-3 Extração de carvão mineral C-1
06.00-0 Extração de petróleo e gás natural C-1
07.10-3 Extração de minério de ferro C-1
07.21-9 Extração de minério de alumínio C-1
07.22-7 Extração de minério de estanho C-1
07.23-5 Extração de minério de manganês C-1
07.24-3 Extração de minério de metais preciosos C-1
07.25-1 Extração de minerais radioativos C-1
07.29-4 Extração de minerais metálicos não-ferrosos não especificados anteriormente C-1
08.10-3 Extração de pedra, areia e argila C-1
08.91-6 Extração de minerais para fabricação de adubos, fertilizantes e outros produtos químicos C-1

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08.92-4 Extração de mrefino de sal marinho e sal-gema C-1
08.93-2 Extração de gemas (pedras preciosas e semipreciosas) C-1

Quadro 1 – Classificação de Atividades Econômicas


Fonte: Brasil (2011).

3º - Agora consulte o Quadro I da NR 05 e encontre a linha que corresponde ao grupo


encontrado e cruze com a coluna que indica o número de funcionários existentes no esta-
belecimento.

N° DE
ACIMA DE 10.000
21
*GRUPOS

EMPREGADOS NO 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 2501


PARA CADA GRUPO
ESTABELECIMENTO A A A A A A A A A A A A A DE 2.500
N° DE MEMBROS 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1000 2500 5000 10000
ACRESCENTAR
DA CIPA
Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1a
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
C-2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2

Quadro 2 – Quantitativo da CIPA


Fonte: Brasil (2011).

Pronto! Agora você conseguiu identificar quantas pessoas serão eleitas para compor
a CIPA de seu estabelecimento. E mais, perceba que o Quadro I da NR-5 ainda informa a
quantidade de titulares e suplentes. O empregador deverá, de acordo com a norma, desig-
nar os seus representantes em igual quantidade aos eleitos.
Importante
Não esqueça que no momento em que se elegem os representantes dos
empregados e os representantes do empregador, já devemos também
eleger e indicar os membros suplentes. Exemplo: se o Quadro I da NR-5 in-
formar que deverão ser eleitos para representar os empregados da empre-
sa, 4 membros titulares e 3 membros suplentes, o empregador deverá in-
dicar também 4 membros titulares e 3 membros suplentes. Assim teremos
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nesta CIPA, 8 membros titulares e 6 suplentes, totalizando 14 pessoas.

Não podemos esquecer que a eleição dos representantes dos empregados, titulares
e suplentes, deverá ocorrer em escrutínio secreto, ou seja, a votação será feita com o
uso de urnas e os votos serão em seguida apurados. Participarão deste processo de
votação e apuração, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os em-
pregados interessados.

Para determinar quem será titular ou suplente após a contagem dos votos deverá ser
considerada a ordem decrescente de votos recebidos, ou seja, do mais votado para o me-
22
nos votado. Em caso de empate na apuração dos votos será usado como critério de
desempate o candidato que tiver mais tempo de empresa.

Atividade 01
Um estabelecimento que atua no ramo de construção de edifícios com
CNAE 41.20-4 e com um efetivo de 160 funcionários irá iniciar o processo
eleitoral para o mandato da nova gestão da CIPA. Quantos membros este
estabelecimento terá que eleger? A CIPA terá um total de quantos titulares
e quantos suplentes? Informe sua resposta no fórum de discussão.

Em alguns casos, a empresa não tem em seu quadro o número de pessoas suficien-
te para a formação da CIPA, então a empresa não se enquadra no Quadro I da NR 05,
porém deverá designar um responsável pelo cumprimento dos objetivos da norma tra-
balhista, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através
de negociação coletiva.

O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, sendo permitida
uma reeleição. Ou seja, imagine que o mandato de uma CIPA qualquer se inicie no dia 24
de março de um ano qualquer. Os membros que foram votados e eleitos farão parte desta
comissão até o dia 23 de março do ano seguinte ao início do ano do mandato. Caso eles
desejem se candidatar novamente para o próximo mandato, até 23 de março de dois anos
após o início do mandato eles podem, pois é permitida por lei uma reeleição.

Para estes membros que foram escolhidos democraticamente, é proibida a dispensa


arbitrária da companhia. A dispensa arbitrária é aquela que não existe motivo para demitir
o funcionário, mas a empresa resolve desligar o empregado. Você entende agora que os

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membros eleitos têm direito a uma estabilidade no emprego? Esta estabilidade se inicia no
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

Porém, você deve entender que caso o empregado cometa alguma falta grave, ou ainda
tenha em seu contrato de trabalho estipulado dia de início e fim das suas atividades na
empresa (contrato temporário), ou a empresa encerre suas atividades na região, etc., fica
caracterizado um motivo justo ou justa causa. Desta forma sim, o empregado eleito para
CIPA pode ser demitido do estabelecimento.

23

Importante
O empregado que se candidata a membro eletivo da CIPA adquire imedia-
tamente uma estabilidade no emprego. Caso ele não seja eleito ou perca a
eleição para outros candidatos, sua estabilidade também é encerrada e o
mesmo pode ser dispensado pela empresa a qualquer momento.

Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas ati-
vidades normais na empresa, sendo proibida a transferência para outro estabelecimento
sem a sua anuência, ou seja, sem que o empregado concorde com esta mudança. Não se
considera nesta situação transferência a que não acarretar necessariamente a mudança
do seu domicílio.

O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária


para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no
trabalho analisadas nas reuniões da CIPA.
Entre os membros indicados da CIPA será escolhido pelo empregador, o presidente des-
ta comissão e entre os eleitos titulares será escolhido o vice-presidente. A escolha do vice-
-presidente deve ser democrática e será feita apenas pelos eleitos titulares e suplentes.
Geralmente é escolhido o mais votado entre eles, porém o critério de escolha pode ser
outro, desde que atenda o critério democrático.

A posse dos membros da CIPA, eleitos e designados, será no primeiro dia útil após o tér-
mino do mandato anterior. Quando for caso da primeira CIPA do estabelecimento, a posse
poderá acontecer no dia seguinte ao da votação.

Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu subs-
tituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso, necessária a concor-
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dância do empregador.

Toda a documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de elei-


ção e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar no estabelecimento
à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e uma cópia deve ser en-
caminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada. O empregador
deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da
CIPA, mediante recibo.

A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá

24 ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda
que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento
das atividades do estabelecimento.

Curiosidade
Até 2011 deveria ser protocolado o registro da CIPA junto ao Ministério
do Trabalho, pois era exigido legalmente pela NR-5. Porém com a última
alteração pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 não é mais
necessário esse registro.

Resumo
Nessa competência você pôde estudar e entender sobre a formação da CIPA dentro de
um estabelecimento.

Inicialmente você entendeu qual o objetivo da CIPA, onde a NR 05 deixa claro que esta
comissão deve trabalhar no intuito da prevenção do acidente, e de doenças ocupacionais.

Em seguida você teve a oportunidade de compreender que a CIPA deve ser constituída
por estabelecimento e não por empresa, visto que uma empresa pode ter vários estabeleci-
mentos espalhados em determinada região. Você viu também que a legislação trabalhista
não deixou de fora os trabalhadores avulsos, como por exemplo, aqueles que trabalham
nos portos.

Também foi apresentado como devemos tratar a CIPA no caso de empresas que sub-
contratam outras empresas, as chamadas subcontratadas, empreiteiras.

Para finalizar, você viu como esta comissão deve ser organizada entre os empregados

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


e o empregador e, além disso, teve a oportunidade de aprender a dimensionar a CIPA atra-
vés do tipo de atividade exercida pelo estabelecimento e o número de empregados que lá
trabalham, podendo determinar quantos membros titulares e suplentes ela terá, além de
saber a diferença básica entre os que foram eleitos ou indicados.

Autoavaliação
1. Qual o objetivo da CIPA?

a) A prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho;

b) A prevenção de acidentes e doenças que afetam as pessoas; 25


c) A prevenção de doenças hereditárias nos trabalhadores;

d) A prevenção de acidentes de trânsito com os trabalhadores.

2. Quem tem a obrigação de constituir CIPA?

a) Todas as instituições que admitam trabalhadores como empregados;

b) As empresas privadas e instituições que admitam trabalhadores como empregados;

c) As empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administra-


ção direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas,
bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados;

d) As empresas públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta


e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como
outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
3. Por quanto tempo um empregado pode fazer parte da CIPA como membro eleito?

a) Um ano;

b) Um ano, permitida uma reeleição;

c) Sempre que for eleito para membro desta comissão;

d) Dois anos.

4. João é vice-presidente da CIPA e seu mandato termina daqui a 4 meses. Ele pode ser
demitido hoje da empresa que trabalha?
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a) Sim, desde que a dispensa dele seja justificada;

b) Sim, caso o empregador julgue necessário;

c) Não;

d) Não, a menos que sejam nos últimos 30 dias de mandato.

5. Uma montadora de automóveis, hoje com 350 funcionários está abrindo seu processo
eleitoral para a CIPA. Quantos serão os membros eleitos?

a) 05 membros efetivos e 04 membros suplentes;


26
b) 05 membros efetivos e 05 membros suplentes;

c) 04 membros efetivos e 04 membros suplentes;

d) 04 membros efetivos e 05 membros suplentes.


Competência
02
Estabelecer as
responsabilidades
da CIPA e dos cipeiros
Estabelecer as
responsabilidades
da CIPA e dos cipeiros
Você conhece quais são as responsabilidades de um cipeiro? Sabe o que ele faz e
como deve atuar para garantir ações prevencionistas em seu ambiente de trabalho? Cipeiro: termo utili-
zado para designar
Muitas empresas possuem CIPA constituída, porém ela existe apenas para cumprir uma os empregados que

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


integram a CIPA.
formalidade, mas na prática não atuam ativamente. As responsabilidades não ficam bem
definidas e as pessoas buscam se candidatar apenas para ter a estabilidade no emprego,
o que acaba indo contra a filosofia prevencionista e a legislação em vigor.

Imagine você fazendo parte de uma empresa assim? Você se sentiria seguro? E se você
fizesse parte desta comissão, se sentiria confortável sabendo que está ali apenas para
“tapear” a fiscalização?

Você vai ser apresentado agora às responsabilidades da CIPA e de cada um de seus


membros. Conhecer o papel de cada um é importante para melhor administrar esta comis-
são e cobrar ações de seus representantes.
29

Atribuições da CIPA
Você vai estudar agora o que a CIPA deve garantir que seja feito durante o seu mandato
com o apoio do empregador e dos demais empregados da empresa, além do auxílio do
SESMT, que é o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-
balho, do qual os técnicos de segurança também fazem parte. Vejamos agora o que trata
a NR-5 sobre esse assunto (BRASIL, 2011):

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a partici-


pação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, quando for o caso;

Importante
Como qualquer pessoa da empresa pode compor o quadro da CIPA, obe-
decendo apenas a condição de eleito pelos empregados ou de indicado
pelo empregador, não existe pré-requisito que determine a exigência de
determinados conhecimentos. Capacitar os membros da CIPA então é a
forma de se transferir conhecimento para que eles possam, durante seu
mandato, identificar os riscos e ajudar a propor soluções para eliminar ou
diminuir estes riscos do ambiente de trabalho. Desta forma os membros
passam a ter o conhecimento necessário para a confecção do mapa de
riscos que veremos mais adiante em nossos estudos.

b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de proble-


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

mas de segurança e saúde no trabalho;

c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção


necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho, visan-


do a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde
dos trabalhadores;

30
Importante
Estas verificações tem o intuito da prevenção, identificar os possíveis pro-
blemas e propor soluções para a correção. Em caso de acidentes que por-
ventura possam ocorrer, a CIPA também deve participar da investigação do
ocorrido e realizar auditorias tanto no local como em outros departamen-
tos, para evitar que o evento danoso volte a se repetir.

e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano
de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador,
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho, relacio-
nados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina


ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos tra-
balhadores;

i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do Programa de Controle Médico e


Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como


cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho;

k) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da aná-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


lise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução
dos problemas identificados;

l) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham


interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

m) Requisitar à empresa as cópias das CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)


- emitidas;

n) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção


de Acidentes do Trabalho (SIPAT);

o) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção 31


da AIDS (BRASIL, 2011).

Algumas definições importantes


ACORDO COLETIVO DE TRABALHO – É o acordo que estipula condições de trabalho aplicá-
veis, no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho.
A celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultada aos sindicatos representativos
das categorias profissionais, de acordo com o art. 611 § 1º da CLT.

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO – O artigo 611 da CLT define Convenção Coletiva


de Trabalho, como o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos re-
presentativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
(Disponível em: <http://www.dji.com.br/decretos_leis/1943-005452-clt/clt611a625.
htm>. Acesso em: 28 ago. 2014).
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho é um documento emitido para reconhecer um
acidente de trabalho ou uma doença ocupacional, regulamentada pela Previdência Social.
(Disponível em: <http://www.misodor.com/SAUDETRABALHO.html>. Acesso em: 28 ago.
2014).

Atividade 01
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A atual gestão da CIPA de uma empresa do ramo calçadista realiza todo mês
uma auditoria de segurança, em alguns locais pré-determinados do estabele-
cimento, e prepara um relatório que é encaminhado para o SESMT e para a
direção da empresa. Sempre que encontram irregularidades, os membros da
CIPA solicitam melhorias e mudanças nos locais de trabalho. No mês passado
chegaram até a solicitar a interdição de um equipamento, pois estava sem o
aterramento e dava choques no funcionário que o utilizava, e também não
tinha uma tampa de proteção que impedia que alguém prendesse sua mão
nas engrenagens.
Estas atitudes da CIPA estão corretas? Caso positivo, existe justificativa legal
32 para ela agir desta forma dentro do local de trabalho? E você? Concorda com
estas ações? Socialize suas respostas no fórum, para discutirmos melhor este
tema e trocarmos ideias com outros alunos.

Atribuições do empregador
Ao se tornar um profissional da segurança do trabalho, você terá como função alertar
e direcionar o empregador para o correto cumprimento das normas. Os membros da CIPA
terão obrigações que precisam ser cumpridas dentro do estabelecimento e em horário
normal de trabalho. É comum que os empregados eleitos para a Comissão, assim como os
indicados, fiquem presos às atribuições relacionadas à sua função original dentro da em-
presa, e o empregador não queira, ou não permita sua participação nas ações e reuniões
da CIPA. A NR-5 é bem clara e estabelece que cabe ao empregador proporcionar aos mem-
bros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo
suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

O empregador não pode impedir nem pôr dificuldades para que as reuniões e ações da
CIPA ocorram ao longo do mandato. Muitas vezes os membros indicados pelo estabeleci-
mento não se sentem na obrigação de participar das atividades da comissão, pois sempre
há uma tarefa mais importante a ser cumprida. Este tipo de atitude vai contra o que diz a
legislação, que deixa bem claro que todos devem participar e o empregador deve propiciar
os meios necessários ao desempenho de suas atribuições. Além disso, as reuniões devem
ser realizadas dentro do horário normal de trabalho, sem prejuízo algum para o empre-
gado. Nos casos em que as reuniões forem realizadas fora do horário normal, deve ser

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


considerado como Hora Extraordinária, portanto hora paga ao empregado, seja ele eleito
ou indicado, suplente ou titular.

Atribuições dos empregados


Não necessariamente todos os empregados da empresa farão parte da CIPA, mas todos
os empregados têm responsabilidades e devem contribuir para o bom andamento das ati-
vidades prevencionistas dentro do estabelecimento. Afinal de contas, a segurança do tra-
balhador é responsabilidade de todos e não apenas do técnico de segurança, engenheiro
de segurança ou membro da CIPA. Dentre as suas responsabilidades temos: 33
a) Participar da eleição de seus representantes;

b) Colaborar com a gestão da CIPA;

c) Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador, situações de risco e apresentar suges-


tões para melhoria das condições de trabalho;

d) Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção


de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Atribuições do presidente da CIPA


Você precisa entender que o presidente coordena as decisões da CIPA. Elas são demo-
cráticas e devem ser tomadas por todos os eleitos e indicadas, inclusive o Presidente. Suas
funções são:

a) Convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b) Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando


houver, as decisões da comissão;
c) Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d) Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e) Delegar atribuições ao vice-presidente (BRASIL, 2011).

Atribuições do vice-presidente da CIPA


O vice-presidente é escolhido entre os membros eleitos e titulares, e, da mesma forma
que o presidente, tem suas responsabilidades atribuídas pela NR 5:

a) Executar atribuições que lhe forem delegadas;


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

b) Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos


temporários (BRASIL, 2011).

Atribuições comuns do presidente e vice-presidente da CIPA


a) Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento
de seus trabalhos;

b) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos pro-


postos sejam alcançados;
34
c) Delegar atribuições aos membros da CIPA;

d) Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f) Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;

g) Constituir a comissão eleitoral.

(Fonte: <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/5.htm>. Acesso em:


28 ago. 2014.)

Atribuições do secretário da CIPA


Outro membro que compõe a CIPA é o secretário, que pode ser membro eleito ou indica-
do. Ele também tem suas atribuições e são de extrema importância para o bom andamento
das atividades, e o cumprimento legal de seus dispositivos. Geralmente toda a documenta-
ção da CIPA passa pelo secretário, ou melhor, ele é quem as elabora. Suas atribuições são:

a) Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e


assinatura dos membros presentes;

b) Preparar as correspondências;

c) Outras que lhe forem conferidas.

(Fonte: <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/5.htm>. Acesso em:


28 ago. 2014).

Resumo
Nesta competência você estabeleceu as atribuições e responsabilidades de todos os

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


membros envolvidos com a CIPA, dentro de um estabelecimento.

Inicialmente você estudou as atribuições da CIPA como um todo, entendendo seu papel
junto ao estabelecimento e trabalhadores.

Em seguida você identificou as diferenças de responsabilidades de cada um que, direta


ou indiretamente, mantém a CIPA em seu pleno de funcionamento, iniciando pelo empre-
gador, em seguida pelos empregados e depois pelos seus membros.

Para finalizar foram apresentadas as diferenças básicas nas funções do presidente e


vice-presidente, além de mostrar o que eles têm em comum. Sem esquecer o secretário
que tem a missão de preparar as atas, textos e correspondências que os membros da CIPA
solicitam e se fazem necessários.
35

Autoavaliação
1. Quais das alternativas abaixo melhor expressam as atribuições da CIPA?

a) Identificar os riscos do processo de trabalho e realizar, periodicamente, verificações nos


ambientes e condições de trabalho;

b) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho e elabo-


rar o PPRA da empresa;

c) Elaborar o PPRA da empresa e elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preven-
tiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

d) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de tra-
balho e encaminhar os trabalhadores para os exames médicos periódicos e demissionais.

2. Que responsabilidade o presidente e o vice-presidente da CIPA têm em comum?


a) Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT e preparar a ata de reunião da CIPA;

b) Preparar a ata de reunião da CIPA e divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhado-


res do estabelecimento;

c) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento e promover


o relacionamento da CIPA com o SESMT;

d) Constituir a comissão eleitoral e escolher o secretário da CIPA.

3. Uma determinada empresa solicita que a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


avalie um documento que reúne informações acerca da segurança e saúde no trabalho.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Tal documento é denominado:

a) Gerenciador de riscos ambientais;

b) Gerenciador de riscos;

c) Gerenciador Interno de riscos ambientais;

d) Mapa de riscos ambientais.

4. Assinale a alternativa incorreta no que diz respeito às atribuições da CIPA:


36 a) Participar e investigar as causas e consequências das doenças ocupacionais, em con-
junto com o SESMT;

b) Refazer o mapa de riscos da empresa a cada período de 5 anos;

c) Zelar e promover a divulgação das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho;

d) A cada ano, juntamente com o SESMT, promover a Semana Interna de Prevenção de


Acidentes do Trabalho (SIPAT).

5. Qual das alternativas melhor define as atribuições do secretário da CIPA?

a) Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e


assinatura dos membros presentes;

b) Preparar as correspondências do diretor da empresa;

c) Convocar as eleições da CIPA;

d) Constituir a comissão eleitoral.


Competência
03 37

Operacionalizar
as rotinas da CIPA
Operacionalizar
as rotinas da CIPA

Como relatado na competência anterior, muitas vezes o empregador não permite que
seu empregado, membro da CIPA, participe das reuniões, em virtude de suas obrigações
inerentes a sua função. O empregador ainda sugere que tais reuniões sejam realizadas
fora do horário normal de trabalho, após o término do expediente. Encontramos problemas
também quando acontece algum grave acidente, que necessita de reuniões extraordiná-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


rias, que são solicitadas de urgência e muitas vezes os empregadores não as autorizam.
Outra dificuldade é em relação aos treinamentos da CIPA, que devem ser feitos em horário
normal de trabalho e tem carga horária mínima determinada, além de conteúdo programá-
tico pré-estabelecido, porém alguns empregadores tentam, de alguma forma, fazer com
que essa ação aconteça em outro momento que não seja o horário coerente com a norma.
Para evitar que isso ocorra, você precisa ter pleno conhecimento da NR-5 e instruir o em-
pregador, mostrando as consequências do não funcionamento da CIPA de forma adequa-
da, suas implicações legais e sanções que a empresa pode receber por parte dos órgãos
fiscalizadores. Agora vamos nos apropriar dessa funcionalidade?
39

Entendendo como funciona a CIPA


A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário pré-estabelecido.
Este calendário deve ser confeccionado logo no primeiro mês de mandato, e todos os mem-
bros devem receber uma cópia, assim como o empregador, para que tenham ciência das
datas dos encontros mensais e possam se programar previamente. Além disso, é interes-
sante que alguns dias antes de cada reunião todos os membros sejam lembrados de seu
compromisso com a comissão. Uma cópia pode ainda ser fixada em um local visível a todos
os funcionários do estabelecimento, com o intuito de comunicar à empresa os momentos
de reuniões dos cipeiros.

Essas reuniões ordinárias da CIPA deverão ser realizadas durante o expediente normal
da empresa e em local apropriado, e para registro terão atas assinadas pelos presentes
com encaminhamento de cópias para todos os membros. As atas devem ficar no estabele-
cimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em situações especiais reuniões extraordinárias deverão ser realizadas:


a) Quando houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação
de medidas corretivas de emergência;

b) Quando ocorrer acidente do trabalho, grave ou fatal;

c) Quando houver solicitação expressa de uma das representações.

Em cada reunião decisões precisam ser tomadas e ações colocadas em prática. Estas
decisões serão preferencialmente por consenso dos presentes e não havendo consenso,
e esgotadas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo
de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

Ao ser tomada uma decisão na CIPA, não implica dizer que tal ação não possa ser mo-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

dificada. O pedido de reconsideração pode ser feito por aquele que não concordou com
determinado ponto discutido e decidido, mediante requerimento justificado. Este pedido
será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo
o presidente e o vice-presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

Curiosidade
Você sabia que o membro da CIPA eleito pode perder seu mandato e também
40
sua estabilidade como cipeiro? Isso mesmo! O membro titular perderá o man-
dato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões
ordinárias sem justificativa. O suplente que substitui o titular que saiu da CIPA
é o próximo mais votado, seguindo a sequência decrescente dos votos regis-
trada na ata da eleição, os motivos devem ser registrados em ata de reunião.
Fonte: <http://www.sorocaba.unesp.br/Home/CIPA/Manual_da_CIPA.PDF>.
Acesso em: 28 ago. 2014.

No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto,


em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA. Qualquer outro funcioná-
rio pode ser indicado como presidente, mesmo que ainda não faça parte da CIPA, porém
terá que participar do treinamento do cipeiro, exigido na NR-5, que é de 20 horas, fala-
remos mais em outro momento sobre esse treinamento. Logo, é mais vantagem indicar
alguém que já faz parte do grupo da CIPA, pois já recebeu este treinamento.

No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da repre-


sentação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.
Se por algum motivo não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador
deverá realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências estabelecidas para o
processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela metade. Nesta
situação, por um caso especial, o mandato do membro eleito em processo eleitoral extra-
ordinário deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da comissão. Em
outras palavras, vamos supor que faltem apenas 2 meses para encerrar o mandato da
gestão da CIPA da empresa que trabalho, e um dos membros eleitos foi retirado da comis-
são por faltar em 5 reuniões ordinárias. Não existe mais suplente disponível, pois todos já
foram aproveitados, então faz-se necessário realizar uma eleição extraordinária. Assim, o
candidato mais votado assumirá a vaga entre os eleitos e seu mandato será apenas de 2

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


meses, acompanhando o restante da comissão, porém sua estabilidade permanece até 1
ano após o final de seu mandato, totalizando 1 ano e 2 meses. Essa eleição extraordinária
não desobriga o novo membro da CIPA de realizar o treinamento obrigatório, que deverá ser
realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

(Fonte: <http://www.sorocaba.unesp.br/Home/CIPA/Manual_da_CIPA.PDF>. Acesso


em: 28 ago. 2014.)

Atividade 01 41

Você é o presidente da CIPA da empresa onde trabalha e acaba de ser in-


formado que há poucos instantes ocorreu um acidente de trabalho, em tal
ocasião um colaborador perdeu a mão. Dois dias antes houve uma reunião
ordinária da CIPA e um dos assuntos tratados foi o agendamento, para
a semana vigente, de uma auditoria de segurança, exatamente no setor
onde houve o acidente. Então, quais as ações imediatas que você tomaria
nesta situação e por quê? Explique sua conclusão no fórum.

O treinamento da CIPA
De acordo com a norma regulamentadora expedida pela portaria 3.214/78, a empresa
deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da
posse, a menos que seja CIPA em primeiro mandato, onde o treinamento será realizado no
prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse (BRASIL, 2011).

Você se lembra de que logo no início nós falamos em designado? Designado é aquela
pessoa escolhida quando não existe enquadramento da empresa no Quadro I da NR 05.
Então, neste caso a empresa promoverá anualmente treinamento para o designado res-
ponsável pelo cumprimento do objetivo da norma regulamentadora (BRASIL, 2011).

O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo;

b) Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

c) Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos


existentes na empresa;
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

d) Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e medidas de pre-


venção;

e) Noções sobre as legislações, trabalhista e previdenciária, relativas à segurança e


saúde no trabalho;

f) Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

g) Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da


Comissão. (BRASIL, 2011, extraído da internet).

42
Como já dito anteriormente, o treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas
em no máximo oito horas diárias, e será realizado durante o expediente normal da empresa.
Este curso poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.

Caso a CIPA considere a capacitação insatisfatória, caberá à empresa escolher outra


entidade ou profissional que ministrará novo treinamento. Os membros devem evidenciar
a manifestação por novo treinamento em ata.

Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treina-


mento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará a com-
plementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre a decisão (BRASIL, 2011).

Resumo
Neste estudo você desenvolveu a competência de operacionalizar as rotinas da CIPA
dentro do estabelecimento e também compreendeu melhor sobre a capacitação que os
membros devem receber para atuar durante o seu mandato.

Inicialmente foi apresentado o funcionamento e você pôde entender como são


estabelecidas as reuniões e decisões da comissão, compreendeu o que deve ser feito em
caso de substituição de algum membro da CIPA, e os motivos que fazem um membro eleito
perder seu mandato.

Finalizamos com o treinamento, e nesse momento, você pôde conhecer os assuntos


que devem ser abordados no curso de formação do cipeiro, além de sua carga horária mí-
nima e condições para sua realização.

Autoavaliação

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


1. Quantas reuniões a CIPA deverá ter durante o seu mandato?

a) No mínimo 12 reuniões extraordinárias;

b) No mínimo 12 reuniões ordinárias e 12 extraordinárias;

c) No mínimo 12 reuniões ordinárias e nenhuma extraordinária;

d) No mínimo 12 reuniões ordinárias.

2. Ao entrar na CIPA a estabilidade temporária no emprego do candidato eleito está garan- 43


tida até o final do mandato?

a) Não, pois para não perder a estabilidade o membro não pode faltar mais do que 06
reuniões ordinárias sem justificativa, de acordo com o item 5.30 da NR-5;

b) Sim, pois apenas os membros indicados perdem a estabilidade se faltarem a alguma


reunião da CIPA;

c) Não, pois para não perder a estabilidade, o membro não pode faltar mais do que 04
reuniões ordinárias sem justificativa, de acordo com o item 5.30 da NR-5;

d) Sim, pois o membro eleito foi escolhido através de votação secreta.

3. Quando deve ser feito o treinamento de capacitação dos membros da CIPA?

a) Deve ser realizado antes do término da posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimen-
to, nos primeiros 30 dias após a posse;

b) Deve ser realizado após a posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimento, nos primei-
ros 30 dias antes da posse;
c) Deve ser realizado antes do término da posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimen-
to, não é obrigatória a sua realização;

d) Deve ser realizado após a posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimento, não é obri-
gatória a sua realização.

4. Qual a carga horária deste treinamento e quem poderá realizá-lo?

a) 08 horas e poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados;

b) 20 horas e poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas minis-


trados;

c) 20 horas e poderá ser ministrado pelo Presidente da CIPA do mandato anterior;

d) 08 horas e poderá ser ministrado pelo Presidente da CIPA do mandato anterior.

5. Julgue os itens a seguir em verdadeiro ou falso, e em seguida qual das alternativas me-
lhor representa suas respostas.

I. O treinamento da CIPA deve obrigatoriamente contemplar o assunto “noções sobre a


44
dependência do cigarro e do álcool”;

II. O treinamento será distribuído em no máximo oito horas diárias e será realizado duran-
te o expediente normal da empresa;

III. No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto,


em dois dias úteis, obrigatoriamente entre os membros da CIPA;

IV. As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do


Trabalho e Emprego;

V. No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da repre-


sentação do empregador, escolherão o substituto, entre os representantes titulares dos
empregados, em dois dias úteis.

a) V, V, V, V, V;

b) F, V, V, F, V;

c) V, V, F, V, F;

d) F, V, F, V, F.
Competência
04
Executar o processo
eleitoral da CIPA
Executar o processo
eleitoral da CIPA

Diante de rumores da visita de fiscais do trabalho, infelizmente algumas empresas ten-


tam organizar uma CIPA de um dia para o outro, também tentam garantir membros es-
pecíficos na comissão, com o intuito de facilitar o descumprimento de itens da NR-5 no
decorrer do mandato. E também acontece, em alguns casos, essa interferência por parte
do empregador para evitar dar a estabilidade temporária a alguns trabalhadores que, ao

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


seu olhar, não têm uma boa conduta, tentando assim, evitar possíveis problemas futuros
com esse empregado, que seria eleito para compor a comissão.

Eleição da CIPA
Todo processo bem elaborado exige prazos e datas para acontecer, e com o processo
eleitoral da CIPA não é diferente. Existem datas que devem ser cumpridas para garantir a
idoneidade do processo. Faz-se necessário também, que todos os empregados tenham co-
nhecimento da eleição, podendo assim se candidatar, caso se sintam confortáveis para isso.
47
O empregador tem obrigação de convocar eleições para escolha dos representantes
dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do man-
dato em curso. Quando se tratar de Processo Eleitoral para CIPA de primeiro mandato, não
se faz necessário seguir este prazo de 60 dias.

A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao


sindicato da categoria profissional. Este comunicado pode ser feito através de ofício proto-
colado direcionado à entidade sindical da região.

Será constituída a Comissão Eleitoral (CE), no prazo mínimo de 55 dias, pelo presidente
e vice-presidente da CIPA. O intuito dessa comissão é organizar o processo eleitoral; no caso
do estabelecimento ainda não existir a CIPA, tal comissão será constituída pela empresa.

O processo eleitoral
O processo eleitoral observará as seguintes condições, conforme NR-5 (BRASIL, 2011,
extraído da internet):

a) Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo


mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;

b) Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de
quinze dias;

c) Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independen-


temente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

d) Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

e) Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias, antes do término do man-


dato da CIPA, quando houver;

f) Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.

g) Voto secreto;

h) Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de re-


presentante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela co-
missão eleitoral;

i) Faculdade de eleição por meios eletrônicos;

j) Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um perí-


odo mínimo de cinco anos.
48

Importante
De acordo com a NR-5, havendo participação inferior a cinquenta por cen-
to dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a co-
missão eleitoral deverá organizar outra votação, que ocorrerá no prazo
máximo de dez dias. (BRASIL, 1999, extraído da internet).

A NR-5 diz que:

As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade des-


centralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA e
compete a esta unidade, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a
sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.

Em caso de anulação, a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a con-
tar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. Quando a anulação se der antes
da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior,
quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.


Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração,


em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância
de suplentes. (BRASIL, 2011, extraído da internet).

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


Atividade 01
A gestão atual da CIPA da Empresa LIMPABEM Produtos de Limpeza Ltda.
teve início no dia 10/09/2013. A partir daí eu gostaria que você como
presidente da comissão fizesse todo o cronograma do processo eleitoral
da CIPA, do mandato seguinte, para que não percam o prazo e tenham
complicações com o Ministério do Trabalho e o Sindicato da Categoria.

49

Resumo
Neste estudo você tornou-se capaz de executar o processo eleitoral que é obrigatório
para a constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

Desta forma você tem o conhecimento necessário e mínimo para garantir que prazos
sejam cumpridos e que nenhuma etapa da eleição de uma CIPA fique a desejar.

Uma eleição planejada e executada, dentro do que estipula a norma regulamentadora


nº 5 garante à empresa regularidade em seu processo eleitoral, clareza e transparência
para todos os empregados e empregador.

Autoavaliação
1. Caso a CIPA atual tenha tomado posse no dia 10/01/2014, qual a data que deverá
iniciar o processo eleitoral do ano seguinte?

a) 10 de setembro de 2014;
b) 10 de outubro de 2014;

c) 10 de novembro de 2014;

d) 10 de dezembro de 2014.

2. Em uma empresa com 200 funcionários, quantos votos são necessários, no mínimo,
para validar a eleição?

a) 50;

b) 100;
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

c) 101;

d) 150.

3. Na eleição da CIPA de um estabelecimento, João e Antônio ficaram com a mesma quan-


tidade de votos. Qual deles entrará para a CIPA?

a) O candidato que tiver maior idade;

b) O candidato que se inscreveu primeiro;

c) O candidato que tiver menor idade;


50
d) O candidato que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

4. Considere(V) Verdadeiro ou (F) Falso para as afirmações abaixo, e em seguida assinale


a alternativa que melhor represente suas escolhas:

• Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo


mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias, antes do término do mandato em curso;

• Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quin-
ze dias;

• Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independente-


mente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

• Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição.

a) V, V, V, V;

b) F, F, F, F;

c) V, F, V, F;
d) F, V, F, V.

5. Considere (V) Verdadeiro ou (F) Falso para as afirmações abaixo, e em seguida assinale
a alternativa que melhor representa suas escolhas:

I. Realização da eleição no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do man-


dato da CIPA, quando houver;

II. Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e


em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados;

III. Voto secreto;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


IV. Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de repre-
sentante do empregador, em número a ser definido pela comissão eleitoral.

a) V, V, V, V

b) F, V, V, F

c) V, F, V, F

d) F, V, F, V

51
Competência
05
Identificar
os riscos ocupacionais
Identificar
os riscos ocupacionais
Uma das funções dos membros da CIPA é ajudar a identificar os problemas presentes
no ambiente de trabalho e sugerir mudanças e medidas preventivas. O profissional de se-
gurança deve saber orientar bem os cipeiros para que eles possam realizar esta tarefa da
melhor forma possível e assim colher resultados satisfatórios.

Nesta competência você vai diferenciar os riscos presentes nos locais de trabalho e

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


buscar resolver da melhor forma possível, quando se deparar com essas situações em seu
dia a dia. Vamos também identificar os perigos que rodeiam os trabalhadores e os riscos
aos quais estão expostos.

Inicialmente, você vai definir e diferenciar o conceito de risco e perigo. Isso mesmo,
diferenciá-los, pois são bem diferentes um do outro. Esse é o primeiro passo, e após identi-
ficar os riscos, cabe aos profissionais da área de segurança e aos membros da CIPA, propor
melhorias no ambiente de trabalho, para que estes riscos sejam minimizados e até mesmo
eliminados, garantindo a proteção adequada ao trabalhador. Lembre-se que devemos sem-
pre trabalhar com segurança, para tirar o melhor proveito das tarefas e maximizar os lucros
das empresas que trabalhamos. 55

Risco e perigo
É muito comum no dia a dia as pessoas confundirem risco com perigo e vice-versa.
Apesar de serem diferentes, um está intimamente ligado ao outro e vamos aprender a
diferenciá-los agora.

Começaremos definindo o que é risco, imaginando alguém que deseje atravessar uma
rodovia extremamente movimentada. Perguntamos a nós mesmos se existe a possibili-
dade desta pessoa sofrer um atropelamento. A resposta é SIM, pois se ela está perto de
veículos em alta velocidade, pode ser que um deles venha a atropelá-la.

E quanto mais próximo a pessoa esteja do trânsito intenso maior a possibilidade de


acidente, ou seja, se estou no acostamento da rodovia um veículo desgovernado pode me
atropelar, porém se eu estiver no meio da rodovia as chances desse mesmo veículo me
acertar são bem maiores. Em resumo, existe RISCO de atropelamento e esse risco pode ser
maior em função da minha aproximação do trânsito, ou menor, se eu me afasto dele. Caso
não tenha nenhum fluxo de veículos próximo podemos considerar o risco nulo.
Importante
Risco α possibilidade de ocorrer o evento
Sempre que utilizarmos o símbolo “α”, significará que algo é diretamen-
te proporcional a outra coisa, ou seja, o risco é diretamente proporcional
à possibilidade de ocorrência de algo. Isso significa que quanto maior a
chance de alguma coisa acontecer, maior é o risco e quanto menor a chan-
ce, menor também será o risco.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

É óbvio que quanto mais perto eu estou de algo, maior a chance dele me atingir. A
partir do momento que algo me atinge e provoca um efeito negativo sobre mim, digo
que sofri um DANO. Cortes, perfurações, luxações, traumas físicos e psicológicos, agra-
vamento das funções orgânicas (uma asma, que dificulta o sistema respiratório), ou
seja, doenças em geral, são exemplos de danos que podem ser provocados sobre o ser
humano, chamado dano pessoal. Em suma, os danos pessoais podem ser caracteri-
zados como lesões ou perturbações funcionais. Da mesma forma temos os danos ao
patrimônio e o dano ambiental.
56
Voltando a utilizar sua imaginação, vamos pensar que nesta rodovia circulem apenas
bicicletas. A possibilidade de atropelamento continua existindo, mas reflita sobre os danos
que uma bicicleta pode causar em alguém que foi atropelado por ela. Substitua as bicicle-
tas agora por caminhões. Perceba que a possibilidade de atropelamento ainda faz parte
de nosso exemplo, mas a gravidade deste atropelamento aumentou consideravelmente.
Isso quer dizer que os danos causados por um atropelamento de um caminhão são bem
maiores que os danos causados pelo atropelamento de uma bicicleta, sem dúvidas. Com
base nestas informações concluímos que:

Risco à gravidade do dano


Ou seja, o risco é diretamente proporcional à gravidade do dano causado. A partir
dessas deduções podemos tentar relacionar o risco tanto com a possibilidade de
ocorrência de um determinado evento, quanto com a gravidade do dano provocado
por este evento. Se pudéssemos transformar em uma fórmula matemática teríamos
a seguinte expressão:
Risco é = probabilidade de ocorrência do dano x gravidade do dano
Como já dito anteriormente, quanto mais próximo estou de algo, maior as chances dele
me atingir. Além disso, quanto maior o tempo que eu fico perto deste “algo”, maiores as
chances de ser atingido e provocar danos. Uma coisa é a pessoa que uma vez por dia pre-
cisa atravessar a rodovia movimentada para ir ao trabalho, outra situação completamente
diferente é o sujeito que passa o dia na rodovia, atravessando de um lado para o outro,
vendendo seus produtos para aqueles veículos que param. E agora pergunto quem tem
mais chances de ser atropelado? O vendedor é claro! Logo conseguimos relacionar o risco
também ao tempo e à frequência de exposição ao possível causador do dano, neste caso,
o trânsito intenso.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


Outro exemplo é o caso de um trabalhador que exerce suas atividades em uma sala
com bastante ruído. A cada hora ele precisa entrar nesta sala e coletar informações dos
equipamentos; ele permanece desenvolvendo essa atividade por 30 minutos, que é igual
a 0,5 horas, em seguida ele vai para o escritório onde não há ruído de motores. Essa ativi-
dade é repetida cerca de oito vezes ao dia, completando sua jornada de trabalho. Então, o
trabalhador fica exposto ao ruído intenso durante 8 horas x 0,5 horas = 4 horas por dia. As
outras 4 horas são realizadas dentro de sua sala fechada. Vale ressaltar também que no
momento em que ele está em seu escritório, ele não está livre do ruído. O ar-condicionado
faz ruído, as pessoas conversando fazem ruído, o que difere do outro ambiente é a intensi-
57
dade de ruído ao qual ele está exposto, que irá provocar algum mal em sua saúde ou não,
ou seja, lhe causará um dano ou não, dependendo da concentração deste agente danoso
no ambiente de trabalho.

A exposição depende destes fatores – o tempo, a frequência e a intensidade ou con-


centração. Sendo assim, temos uma segunda expressão que nos dá o conceito do risco:

Risco = exposição x gravidade dos efeitos à saúde


De acordo com o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHAS)
18001:2007, o risco é a “combinação entre a probabilidade de ocorrência de um evento ou
exposição perigosa e a gravidade da lesão ou doença, que pode ser causada pelo evento
ou exposição.” (MORAES, 2009, p. 245).
Internet
Segue o link da página da OHSAS, onde você pode ler e saber um pouco
mais sobre esta organização: <http://www.ohsas-18001-occupational-he-
alth-and-safety.com/>.

No âmbito da Segurança e Saúde do Trabalho, todos aqueles riscos existentes no am-


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

biente de trabalho, que de algum modo podem afetar o indivíduo de forma agressiva, são
considerados riscos ambientais. De acordo com o item 9.1.5 da NR-9 – Programas de
Prevenção de Riscos Ambientais sabe-se que, para efeito desta NR, consideram-se riscos
ambientais “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador”. (BRASIL, 2014, extraído da internet).

A NR-3 – Embargo ou Interdição, em seu item 3.1.1, dá um conceito mais específico para
o que consideramos Risco Grave e Iminente: “Considera-se grave e iminente risco, toda con-
dição ambiental de trabalho que possa causar acidente do trabalho ou doença profissional
58 com lesão grave à integridade física do trabalhador.” (BRASIL, 2011, extraído da internet).

Diante dos conceitos expostos, podemos observar que o risco é algo provável, incerto,
mas que tem potencial para acontecer. Esta possibilidade se dá em virtude de variáveis já
explicitadas, tais como: o tempo, a frequência e a intensidade de exposição, além da natu-
reza do agente, que pode ser mais ou menos capaz de provocar danos à pessoa.

Por outro lado o perigo não é incerto, pelo contrário, ele está presente a nossa volta.
Desde um piso sujo de óleo, até um tanque com um gás altamente inflamável e sob pres-
são. O perigo é algo inerente a uma situação, a um objeto ou a uma ação. Portanto, é algo
que não será facilmente eliminado, ao contrário do risco que pode ser reduzido, neutraliza-
do e até mesmo eliminado.

O perigo é tudo aquilo que nos põe em uma situação de ameaça, ou ainda toda fonte ou
situação que possa provocar danos em alguém. De acordo com o Sistema de Gestão de Saúde
e Segurança Ocupacional (OSHAS) 18001:2007, define-se o perigo como “fonte ou situação
com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao
meio ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes”. (MORAES, 2009, p. 247).

Por exemplo, se temos uma situação em que estamos diante de um vaso de pressão,
onde sabemos que há possibilidade de explosão, pois está pressurizado, compreendemos
que pode haver consequências aos danos provocados, podendo ser eles os patrimoniais,
os ambientais e/ou os pessoais, esse vaso é o perigo, e quanto mais próximo estiver do
equipamento, maior será a chance de ser atingido, se porventura ele chegar a explodir. Por
isso dizemos que quando eu me afasto consideravelmente do perigo o risco desaparece,
pois não mais serei atingido por ele. O perigo, pelo contrário, continua lá; a sua ou a minha
exposição é que mudou em relação a ele.

Ao afirmar que uma determinada estrada é perigosa quero salientar que caso eu tran-
site por ela, estou correndo sério risco de sofrer um acidente. Essa estrada pode até ser
perigosa, devido às curvas fechadas, à falta de sinalização, falta de acostamento, etc. Ou

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


ainda a uma associação destas possibilidades.

A NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade define perigo como


“situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde
das pessoas por ausência de medidas de controle.” (BRASIL, 2004, extraído da internet).

O perigo faz parte da rotina de todos nós, para não correr riscos é necessário saber
lidar de forma consciente com ele. Antes de qualquer coisa é preciso identificar os
perigos que nos rodeiam e a partir daí perceber os riscos que eles oferecem. Assim
podemos saber qual a melhor forma de agir com o perigo identificado. Existem diversas
ferramentas que podemos utilizar em nosso dia a dia, entre elas a Análise Preliminar
59
de Riscos (APR), a Análise Preliminar de Perigos (APP), o estudo de Operabilidade e
Perigos (HAZOP). Cabe aos profissionais, colocar essas ferramentas em prática e cons-
cientizar os empresários da real necessidade de atuar de forma preventiva, evitando
assim, custos e danos para a sociedade.

Existem diversas ferramentas para nos auxiliar na identificação de riscos e perigos


presentes no ambiente de trabalho. Pois é, além de identificar, algumas dessas
ferramentas propõem medidas preventivas, com o objetivo de eliminar ou ainda
minimizar os possíveis riscos que o trabalhador possa estar exposto. Entre estas
ferramentas temos a Análise Preliminar de Riscos (APR), a Análise Preliminar de
Perigos (APP), o estudo de Operabilidade e Perigos (HAZOP).

Riscos ambientais
Agora que você já sabe diferenciar o risco do perigo vamos seguir adiante e entender
quais são os principais riscos ambientais presentes no ambiente de trabalho. A NR-9, que
trata do PPRA, divide os riscos ambientais em agentes físicos, químicos e biológicos.

1. Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar ex-
postos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o
ultrassom;

2. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, ne-
blinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

3. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,


vírus, entre outros. (BRASIL, 2014, extraído da internet).

Além desses agentes definidos na Norma Regulamentadora, são conhecidas também mais
duas categorias de risco:

4. O risco ergonômico é todo fator que afeta de forma negativa, do ponto de vista psicofi-
siológico o trabalhador e prejudica sua saúde. Como exemplos nós temos os movimen-
tos repetitivos, monotonia, postura inadequada, levantamento e transporte manual de
cargas, etc.

5. O risco mecânico ou de acidente é todo fator que venha a provocar um acidente envol-
60
vendo os objetos de trabalho e o ser humano. Exemplos: a energia elétrica, desníveis,
queda de material, movimentação de cargas, queda de altura, pisos escorregadios, ata-
que de animais peçonhentos, etc. (BRASIL, 2014, extraído da internet).

Abaixo um quadro que ajuda a identificar e visualizar estes riscos:

RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS


FÍSICOS QUÍMICOS BIÓLOGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES

Vírus Arranjo Físico


Ruído Poeira Esforço físico Intenso
inadequado

Fumos Levantamento e Máquinas e


Vibração Bactérias
Metálicos transporte de pesos equipamentos
Ferramentas
Radiação
Névoas Protozoários Postura inadequada inadequadas ou
Ionizante
defeituosas
Radiação Controle rígido de
Neblinas Fungos Eletricidade
não Ionizante produtividade
Probabilidade de
Fino Gases Parasitas Ritmos excessivos
incêndio ou explosão
Trabalho em turno e Armazenamento
Calor Vapores Bacilos
noturno inadequado
RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS
FÍSICOS QUÍMICOS BIÓLOGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES

Bacilos Animais peçonhentos


Pressões Produtos Jornada de trabalho
Anormais Químicos em Geral prolongada

Umidade Monotonia e
repetividade
Quadro 3 – Riscos ambientais
Fonte: adaptado de <http://4.bp.blogspot.com/-ji0B_M6mbao/UY-dQO2UF8I/AAAAAAAAALQ/-u-lhFlgDCI/s400/Riscos+am
bientais+(com+corre%C3%A7%C3%B5es).jpg>. Acesso em: 29 ago. 2014.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


Atividade 01
Imagine uma obra de um edifício e liste todos os riscos que são possíveis
de serem encontrados. Não se esqueça de dividi-los em riscos físicos, quí-
micos, biológicos, ergonômicos ou de acidente.

Resumo
Nessa competência você aprendeu a diferenciar o risco do perigo e a identificar os
riscos ambientais essenciais para que inicie um trabalho de prevenção de acidentes e 61
doenças ocupacionais.

Iniciamos falando das diferenças básicas entre o risco e o perigo e como eles se com-
plementam. A partir daí foram dados vários exemplos do nosso cotidiano no intuito de você
conseguir assimilar da melhor forma o conteúdo por completo.

Em seguida iniciamos os estudos dos riscos ambientais norteados pela NR-9, que re-
gulamenta os agentes físicos, químicos e biológicos, além de conhecer outros também
amplamente utilizados, o ergonômico e o de acidente.

Autoavaliação
1. O que são os agentes de riscos físicos?

a) Formas de energia a que os trabalhadores possam estar expostos;

b) Riscos relacionados a exercícios físicos realizados pelo trabalhador;

c) São todos os riscos que não são os químicos;

d) São os mesmos que riscos ergonômicos.


2. Classifique os riscos a seguir conforme o tipo de agente: ruído, choque elétrico, fumos
metálicos.

a) Risco físico, físico e químico, respectivamente;

b) Risco físico, de acidente e químico, respectivamente;

c) Risco de acidente, de acidente e químico, respectivamente;

d) Risco físico, de acidente e biológico, respectivamente.


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

3. Imagine um eletricista exercendo sua atividade em cima de um poste por onde passa
cabos energizados. Assim, assinale a alternativa que melhor representa um dos riscos
e um dos perigos que este profissional está exposto, respectivamente:

a) Energia elétrica e choque elétrico;

b) Queda de altura e energia elétrica;

c) Altura e choque elétrico;

d) Choque elétrico e altura.

62
4. Assinale a alternativa incorreta.

a) Quanto mais vezes houver exposição ao perigo maior o risco;

b) Quanto mais tempo durar a exposição ao perigo maior o risco;

c) Quanto mais vezes houver exposição ao risco, maior o perigo;

d) Sempre que alguém se expõe ao perigo, corre riscos.

5. Referente a risco ergonômico, assinale a resposta correta.

a) É todo fator que afeta de forma negativa, do ponto de vista psicofisiológico o trabalhador
e prejudica sua saúde;

b) É todo fator que afeta de forma negativa, apenas do ponto de vista psicológico o traba-
lhador e prejudica sua saúde;

c) Os fatores de risco ergonômico não trazem prejuízo a saúde do trabalhador;

d) Os movimentos repetitivos, monotonia, postura inadequada, levantamento e transporte


manual de cargas, não são considerados fatores de risco ergonômico.
Competência
06
Elaborar
o mapa de riscos
Elaborar
o mapa de riscos
Você sabia que muitos acidentes ocorrem por falta de informação? É comum que os
funcionários não conheçam os riscos presentes no ambiente de trabalho aos quais estão
expostos. Geralmente isso acontece com pessoas que acabaram de iniciar sua vida profis-
sional e ainda não têm experiência e também o contrário, existem aqueles que já adquiri-
ram experiência, mas se deparam com algum maquinário novo e precisarão se apropriar

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


do conhecimento.

Imagine você, sem nunca ter pisado em um determinado ambiente, ter que trabalhar
nesse lugar. Você saberia identificar todos os riscos ocupacionais e ainda como se proteger
deles? Ou ainda um funcionário antigo, que se depara com uma máquina ou ferramenta
nova, será que ele saberá reconhecer, imediatamente, o perigo que este equipamento re-
presenta? Pois é, para isso é que existe o mapa de riscos. Esta ferramenta ajuda a expor os
riscos de um ambiente para todos os trabalhadores de uma empresa. Sejam eles novatos
ou não naquele setor.

Vamos agora iniciar nossa última competência sobre a CIPA.


65

O Mapa de riscos ambientais


Você já sabe que uma das obrigações do cipeiro é a confecção e manutenção do mapa
de riscos dos setores da empresa. Isso quer dizer que é obrigação dele manter esta fer-
ramenta atualizada no ambiente de trabalho, porém para confeccionar o mapa de riscos,
qualquer pessoa pode e deve se envolver. Quanto mais pessoas com conhecimento do seu
local de trabalho opinar, melhor, pois o documento terá cada vez mais informações confiá-
veis e próximas da realidade.

O mapeamento de riscos, no Brasil, surgiu através da portaria nº 5 de 20/08/92, modi-


ficada pelas portarias nº 25 de 29/12/94 e portaria nº 8 de 23/02/99, tornando obrigató-
ria a elaboração de mapa de riscos pela CIPA.

Vejamos uma breve linha do tempo:

1921 – Primeira CIPA foi formada no Brasil (LIGHT-RJ);

1945 – Regulamentação da CIPA.

1964 – Participação cada vez maior do sindicato dos trabalhadores e instituto nacional de saúde.
1985 – Fundação Jorge Duprat e Figueiredo – Fundacentro MG.

(Fonte: <https://docs.google.com/presentation/d/1tLwaegtqLo3HC6x09lOip6woSCyhPqZ
FZfTFgSBr5ZE/embed#slide=id.i39>. Acesso em: 29 ago. 2014).

Você conhece?
A Fundação Jorge Duprat e Figueiredo – Fundacentro MG, desenvolve cur-
so de CIPA com introdução do mapa de riscos através de modelo operário
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

italiano de 1972. Esta Fundação tem como principal objetivo a produção e


difusão de conhecimentos que contribuam para a promoção da segurança
e saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Fonte: <http://jazu.in/
RKt>. Acesso em: 29 ago. 2014.

Mas afinal, o que é o mapa de riscos? É um levantamento dos locais de trabalho, repre-
sentado graficamente, que aponta os riscos sentidos e observados pelos trabalhadores,
de acordo com a sua sensibilidade. Nesta representação podemos identificar o tipo de
risco presente no ambiente, a fonte geradora do risco, o grau, e a quantidade de pessoas
66
expostas aos mesmos.

A maior dificuldade das empresas ao realizarem mapeamentos ambientais está na falta


de capacidade, informação e subsídios técnicos para identificar, avaliar e controlar os ris-
cos existentes dentro de seus processos produtivos.

Vejamos alguns benefícios para a empresa com a confecção do mapa de riscos:

• Facilita a administração da prevenção de acidentes e de doenças do trabalho;

• Ganho da qualidade e produtividade;

• Aumento de lucros diretamente;

• Informa os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos, cumprindo assim dis-
positivos legais.

(Disponível em: <http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/4427/


material/Aula%209MAPA-RISCOS-AMBIENTAIS.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2014).

Agora vejamos alguns benefícios para os trabalhadores com a confecção do mapa de riscos:

• Propicia o conhecimento dos riscos que podem estar sujeitos os colaboradores;


• Fornece dados importantes relativos à sua saúde;

• Conscientiza quanto ao uso dos EPI´s.

(Disponível em: <http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/4427/


material/Aula%209MAPA-RISCOS-AMBIENTAIS.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2014).

As Cores e os mapas de riscos


O mapa de riscos é uma ferramenta visual, portanto as cores nos auxiliam bastante e
facilitam a identificação dos riscos em determinado setor.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


Vimos na competência anterior que os riscos estão divididos basicamente em 5 diferen-
tes grupos: físico, químico, biológico, ergonômico, mecânico ou acidente.

Os riscos físicos: ruídos, vibrações, radiação ionizante (raios x, alfa, gama) radiação não
ionizante (radiação do sol, radiação de solda), temperaturas extremas (frio / calor), pres-
sões anormais e umidade.

O ruído é definido como um som indesejável, produto das atividades diárias desenvol-
vidas pelos grupos sociais, e é medido através de escala em decibéis (dB). A propagação
de ondas sonoras através das vibrações mecânicas, em que ocorre o fluxo de energia é
denominada de som.

O movimento regular, irregular ou senoidal, que seja executado ao redor de um ponto


67
fixo é denominado de vibração.

As radiações ionizantes são partículas que ao entrar em contato com os elétrons de


um átomo emitem energia em vários níveis, provocando a ionização. E as radiações não
ionizantes não tem poder de ionização, elas apenas ativam os átomos.

O frio e o calor estão relacionados com a agitação das moléculas de determinado corpo
ou substância. Quanto maior a agitação das moléculas, maior é a energia, ou seja, maior
é o calor. Ao transferir essa energia de um corpo para outro, temos transferência de calor.
Essa transferência se dá do corpo de mais energia para o de menos energia.

As pressões anormais podem ser hipobáricas e hiperbáricas.

Hipobárica: pressões menores que a pressão atmosférica. Isso acontece quando a pes-
soa encontra-se em altitudes elevadas.

Hiperbárica: Ao contrário da hipobárica, ocorre quando a pessoa se sujeita a pressões


maiores que a atmosférica.

Os riscos químicos: São aerodispersóides como, por exemplo, as poeiras, fumos metáli-
cos, névoas, neblinas, gases, vapores, produtos químicos em geral etc.

As poeiras são pequenas partículas, provindas de várias origens, têm composições va-
riadas e são depositadas a partir da suspensão das mesmas no ar.

Os fumos metálicos são formados pelo contato do oxigênio do ar, que oxida os vapores
e gases, que se desprendem das fusões dos eletrodos.

A névoa é a composição de partículas no estado líquido, que sofrem rupturas. Um exem-


plo é quando a umidade do ar passa para o estado líquido. A aplicação de agrotóxico é um
exemplo de névoa prejudicial à saúde.

A neblina também é composta por partículas líquidas, porém não se origina da ruptura
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

do líquido e sim da condensação das partículas que estão presentes no ar.

Vapores são substâncias que passam do estado líquido para o gasoso, é o resultado da
alteração do seu estado normal associado à temperatura ambiental.

Risco biológico: microrganismos indesejáveis como as bactérias (antraz), fungos (para-


sitas), protozoários, bacilos (bacilo de Koch).

Risco ergonômico: está relacionado ao ambiente de trabalho inadequado, como levan-


tar peso de forma incorreta, sem meios auxiliares corretos, trabalhar com uma postura
inadequada.

68 Riscos de acidentes: são dos mais variados (iluminação inadequada, pré-disposição a


incêndio, piso escorregadio, armazenamento, ferramenta inadequada, máquina defeituo-
sa, mordida de cobra, aranha, escorpião).

Existe uma associação de cores para cada grupo de risco, isso torna mais fácil e rápida
a identificação visual e a representação do risco.

Observe a tabela e perceba como se dá essa associação:

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE


FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTE

Layout: Plano, Fonte: <http://www.saudeetrabalho.com.br/download/mapa-comsat.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2014.


condições, esboço,
equipamento, sis-
tema da empresa
e deve ficar afixado
Representação gráfica
em local visível
O mapa de riscos é representado graficamente, através de círculos coloridos e tama-
a todos os
trabalhadores. nhos proporcionalmente diferentes (riscos pequeno, médio e grande), sobre o Layout.
Podemos ter em um ambiente de risco considerado pequeno e em outro ambiente o
mesmo risco, porém presente com uma intensidade bem maior. Assim um círculo pequeno
representa um risco pequeno, um círculo médio representa um risco médio e um círculo
grande representa um risco grande.

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Figura 1 – Gradação do risco
Fonte: autoria própria (2014).

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Figura 2 – Gradação do risco


Fonte: autoria própria (2014).

Na imagem vemos um exemplo de como poderia ficar um mapa de riscos. Não existe
um modelo padrão, que deve ser seguido por todos os estabelecimentos para confeccionar
este mapa, esse exemplo é para que você tenha ideia de como você iniciará a construção
de um mapa de riscos. Cada um deve adaptar de acordo com a sua realidade. Sinta-se livre
para criar o seu da forma que achar mais conveniente. Porém algumas informações são
importantes e devem constar em seu mapa, como por exemplo, uma legenda de cores e
gradação do risco, a data de elaboração, o setor ao qual faz referência.

Vamos agora exemplificar para você entender melhor. Suponha que você vai fazer o
mapa de riscos de uma oficina mecânica onde trabalham 4 pessoas. Nesta oficina temos
01 mecânico, 01 soldador e 02 ajudantes.
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Fonte: Oliveira (2014).

A primeira coisa a se fazer é listar os riscos identificados no local e trabalho. Então va-
mos imaginar o seguinte:

O Mecânico faz serviços de tornearia, carrega peças pesadas, tem contato com óleos
e graxas, faz uso de lixadeiras e esmerilador para a realização de suas atividades. Logo
poderíamos listar os seguintes riscos:

• Risco físico – ruído (uso de lixadeira e esmerilador esporadicamente na oficina);

• Risco químico – Óleos e graxas (sempre lubrificando uma peça ou outra);

• Risco biológico – Nenhum identificado;

• Risco ergonômico – Levantamento e carregamento de pesos (sempre que necessá-


rio movimentar uma peça mais pesada);

• Risco de acidente – Corte/escoriações pelo uso da lixadeira/esmerilador, prensa-


gem das mãos no torno, tropeço devido à organização do local de trabalho, choque
elétrico, pois equipamentos elétricos têm emendas nos cabos, etc.
O soldador trabalha com a máquina de solda, fazendo soldas de acordo com o tipo de
serviço solicitado. Os riscos aos quais ele se expõe poderiam ser:

• Risco físico – Ruído (uso da lixadeira e esmerilhador pelo mecânico esporadicamen-


te na oficina), radiação não ionizante pelo uso da solda;

• Risco químico – Fumos metálicos (uso contínuo do equipamento de solda);

• Risco biológico – Nenhum identificado;

• Risco ergonômico – Levantamento e carregamento de pesos (sempre que necessá-


rio movimentar uma peça mais pesada);

• Risco de acidente – Tropeço devido à organização do local de trabalho, choque elétrico.

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Os ajudantes dão apoio aos profissionais, carregam os materiais para os locais de uso e
realizam outras tarefas conforme orientado pelo mecânico e soldador. Os riscos aos quais
eles se expõem poderiam ser:

• Risco físico – Ruído (uso da lixadeira e esmerilhador pelo mecânico esporadicamen-


te na oficina);

• Risco químico – Nenhum identificado;

• Risco biológico – Nenhum identificado;

• Risco ergonômico – Levantamento e carregamento de pesos (sempre que necessá-


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rio movimentar uma peça mais pesada);

• Risco de acidente – Tropeço devido à organização do local de trabalho, choque elétrico.

A partir destas informações já podemos montar o nosso mapa de riscos.

Atividade 01
Escolha um setor de trabalho. Pode ser onde você trabalha, ou um ami-
go, seus pais, não importa. Analise as atividades e os riscos aos quais
os trabalhadores deste setor estão expostos e faça o mapa de riscos do
local escolhido.
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Figura 3 – Exemplo de mapa de riscos


Fonte: autoria própria (2014).

Perceba que foi feito um pequeno esboço do local de trabalho. Não há necessidade
de ser muito elaborado. O importante é que as pessoas entendam a informação a ser
72 transmitida.

Podemos perceber que o mapa de riscos é da oficina que tem 05 funcionários. Possui
a data da elaboração e quem elaborou. No croqui do local de trabalho foram colocados os
círculos correspondentes a cada tipo de risco e dentro de cada círculo tem um número, que
identifica a quantidade de pessoas expostas a determinado problema.

Por exemplo, na oficina tem 01 pessoa que está exposta a fumos metálicos, o que é
considerado um risco grande.

Não foi citada a fonte geradora, mas pode-se citar, caso queira. No centro tem um ris-
co médio, representado em um círculo na cor verde, o ruído. Assim como na lateral já foi
informado que existe o agente de risco “ruído”, nos riscos físicos; não havia necessidade
de ter escrito a mesma informação, mesmo assim foi escrito. Poderia ter posto abaixo do
círculo verde o nome do equipamento que gera o ruído, deixaria o documento mais rico de
informação, mas isso é critério de quem elabora.

Então, viu como é fácil? Agora é só você pegar esta ideia e expandir para outros ambien-
tes da empresa. Pratiquem!
Resumo
Neste estudo você tornou-se capaz de confeccionar um mapa de riscos de acordo com
os conceitos que foram mostrados. Você agora está pronto para preparar o do seu local de
trabalho e garantir que todos os trabalhadores tenham conhecimento dos riscos e saibam
a melhor forma de preveni-los.

Iniciamos a competência apresentando um pouco da história do mapa de riscos e por-


que temos que colocar esta ferramenta em prática. Em seguida identificamos as cores nor-
malmente usadas para elaborá-los, falamos das cores associadas a cada risco, detalhando
cada um deles com alguns exemplos.

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Colocamos também nossa teoria em prática, através de exemplos encontrados em nos-
so dia a dia. Vimos como fazer um mapa de riscos e assim poder deixá-lo à disposição dos
empregados do estabelecimento.

Autoavaliação
1. Assinale a alternativa que não cita as vantagens em ter o mapa de riscos em um esta-
belecimento.

a) Facilita a administração da prevenção de acidentes e de doenças do trabalho;


73
b) Informa os riscos que o trabalhador está exposto, cumprindo assim dispositivos legais;

c) Propicia o conhecimento dos riscos que podem estar sujeitos os colaboradores;

d) Diminui o lucro da empresa devido à baixa produtividade dos trabalhadores.

2. Que cor representa o risco ergonômico?

a) Azul;

b) Vermelho;

c) Amarelo;

d) Marrom.

3. Ruído e piso escorregadio são riscos representados por quais cores, respectivamente?

a) Azul e verde;

b) Vermelho e azul;
c) Verde e azul;

d) Verde e vermelho.

4. Quem elabora o mapa de riscos

a) Apenas a CIPA;

b) A CIPA com a ajuda dos trabalhadores da empresa;

c) O Engenheiro de Segurança do Trabalho;

d) O Técnico de Segurança do Trabalho.


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5. O que significa a graduação do risco?

a) Significa você graduar o risco em pequeno, médio ou grande. No mapa de riscos faze-
mos isso através de círculos pequenos, médios e grandes;

b) Significa você identificar os riscos através de cores: verde, vermelho, marrom, amarelo
e azul;

c) Significa você listar os riscos para analisar em outro momento;

d) Significa você escolher os EPI’s para cada tipo de risco.


74
Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Introdução à higiene ocupacional. São
Paulo: Fundacentro, 2004. Disponível em: <https://www.fasul.edu.br/portal/app/
webroot/files/links/Seguran%C3%A7a%20Trabalho/Introdu%C3%A7%C3%A3o_
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1978. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Alterada pela Portaria
MTE n.º 1.297, de 13 de agosto de 2014. Brasília, DF: MTE, ago. 2014. Disponível

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A47594D040147D1414815672F/
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______. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho


de 1978. NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Alterado
pela Portaria GM n.º 598, de 07 de dezembro de 2004. Brasília, DF: MTE, dez. 2004.
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_______. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho


de 1978. NR 3 – Embargo ou Interdição. Alterado pela Portaria SIT n.º 199, de 17 de
janeiro de 2011. Brasília, DF: MTE, jan. 2011. Disponível em: <http://portal.mte.gov. 75
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1978. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Alterado Portaria SIT
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portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909DC0131678641482340/nr_05.pdf>.
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MORAES, Giovanni. Elementos do sistema de gestão de SMSQRS: teoria da


vulnerabilidade. 2. ed. São Paulo: Gerenciamento verde, 2009. 1 V. Disponível em:
<http://jazu.in/RKf>. Acesso em: 29 ago. 2014.

OLIVEIRA, Rafael Eufrásio de. Banco de imagens e ilustrações itb. Natal: ITB, 2014.
Somente il.
Gabarito
Autoavaliação
Competência 01 Competência 04
1. a 1. c

2. c 2. c

3. b 3. d
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

4. a 4. a

5. a 5. b

Competência 02 Competência 05
1. a 1. a

2. c 2. b

3. d 3. d
76
4. b 4. c

5. a 5. a

Competência 03 Competência 06
1. d 1. d

2. c 2. c

3. a 3. c

4. b 4. b

5. d 5. a
Conheça o autor

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


Luciano Costa Figueiredo
Luciano Figueiredo é Engenheiro de Produção com especialização em Engenharia de
Segurança no Trabalho, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Lecio-
nou para alunos de cursos técnicos de Petróleo e Gás e também no curso de Segurança do
Trabalho, bem como para estudantes de graduação do curso de Tecnologia em Segurança
do Trabalho. Atualmente atua em uma empresa de engenharia, no Estado do RN, e já atuou
77
na indústria calçadista e da construção civil.

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