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Comissão Interna
de Prevenção de
Acidentes
Comissão Interna de
Prevenção de
Acidentes
Luciano Costa Figueiredo
Comissão Interna
de Prevenção de
Acidentes
Natal/RN
2014
presidente
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU
FICHA TÉCNICA
projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional
ITSUO MACÊDO OKASHITA
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
ISBN 978-85-68100-29-5
Inclui referências
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional 09
Palavra do professor autor 11
Apresentação das competências 13
Competência 01
Contextualizar a importância da CIPA no ambiente laboral 17
Objetivo da CIPA 17
A constituição da CIPA 18
Das contratantes e contratadas 19
Como a CIPA se organiza? 20
Resumo 24
Autoavaliação 25
Competência 02
Estabelecer as responsabilidades da CIPA e dos cipeiros 29
Atribuições da CIPA 29
Atribuições do empregador 32
Resumo 35
Autoavaliação 35
Competência 03
Operacionalizar as rotinas da CIPA 39
Entendendo como funciona a CIPA 39
O treinamento da CIPA 41
Resumo 42
Autoavaliação 43
Competência 04
Executar o processo eleitoral da CIPA 47
Eleição da CIPA 47
O processo eleitoral 47
Resumo 49
Autoavaliação 49
Competência 05
Identificar os riscos ocupacionais 55
Risco e perigo 55
Riscos ambientais 59
Resumo 61
Autoavaliação 61
Competência 06
Elaboraro mapa de riscos 65
O Mapa de riscos ambientais 65
As Cores e os mapas de riscos 67
Representação gráfica 68
Resumo 73
Autoavaliação 73
Referências 75
Gabarito 76
Conheça o autor 77
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 9
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Palavra do professor autor
Olá!!
Bem, este é o estudo sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). O as-
sunto ao qual nos referimos é regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) através de uma Norma Regulamentadora
(NR) específica.
A CIPA é um dispositivo prevencionista vital para o bom andamento das condições de 11
saúde e segurança dentro de qualquer empresa. Constitui-se basicamente por trabalha-
dores do próprio estabelecimento, onde parte destes são indicados pela empresa, e outra
parte eleitos. Geralmente estas pessoas são aquelas que têm mais facilidade de comuni-
cação e de levar os problemas do dia a dia para o (SESMT), Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - e a direção da empresa. A grande
vantagem desta comissão é que sua formação é constituída pelo trabalhador, ou seja,
aquele que realmente conhece as peculiaridades das tarefas e atividades da empresa.
Dentre as ações mais importantes da CIPA, temos as inspeções nos locais de trabalho, a
fiscalização e sugestão quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), apoio
na implementação de novas ações prevencionistas, etc.
Vamos entender como se realiza o processo eleitoral da CIPA, suas peculiaridades e
quais as obrigações e direitos dos membros que fazem parte desta comissão. Preste aten-
ção nos exercícios ao longo deste estudo e nas avaliações ao final de cada competência.
Um forte abraço e bons estudos!
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
12
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Apresentação das competências
Caro Aluno,
na primeira competência, você será capaz de conduzir o processo de eleição, instalação
e posse da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), assim como, o acompa-
nhamento e suporte durante toda a gestão.
Inicialmente você deve obter conhecimentos sobre o tema e para isso, apresentarei o
objetivo pelo qual a CIPA foi criada, como ela está constituída e como se organiza. 13
Na segunda competência você vai familiarizar-se com o que cada membro da CIPA terá
como responsabilidade. O comprometimento e a forma como cada um desempenha suas
atribuições são de vital importância para o pleno andamento dessa comissão.
Já na terceira competência você aprenderá como operacionalizar a rotina da CIPA. Sa-
berá sobre a estrutura e funcionamento da CIPA, bem como, a necessidade de treinamento
para se tornar um membro eleito ou indicado.
Na quarta competência você finalmente terá o entendimento de todo o processo eleito-
ral, os preparativos, documentos e execução das atividades para eleger uma comissão que
trabalhe em prol da prevenção de acidentes de trabalho e da saúde do trabalhador.
Na quinta competência você já deve dominar os riscos ambientais. Esta competência é
muito importante para que um membro da CIPA possa exercer suas atividades, ajudando
tanto aos colegas empregados, como ao empregador, na prevenção de acidentes e doen-
ças do trabalho.
Na sexta e última competência vamos descrever a confecção do mapa de riscos, ferra-
menta extremamente importante para evidenciar os problemas na empresa e incentivar a
busca por melhorias e proteção ao trabalhador.
Então, vamos começar? Prepare seu caderno de anotações e o lápis, se acomode de
forma bem confortável e vamos a nossa primeira competência!
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
14
Competência
01
Contextualizar a importância
da CIPA no ambiente laboral
Contextualizar a importância
da CIPA no ambiente laboral
Imagine um ambiente de trabalho, seja uma fábrica, uma obra na construção civil, uma
fazenda, um comércio, um porto, etc. Qualquer ambiente de trabalho apresenta seus ris-
cos específicos e se um desses riscos estiver fora de controle, a principal vítima será o
trabalhador, concorda?
Já pensou em uma empresa que não aplica nenhuma ação para prevenir a ocorrência
Seria um verdadeiro caos concorda? Com inúmeras consequências negativas para to-
dos: para a própria empresa, economia, previdência social, trabalhador, sendo este o que
mais sente os danos, por ser a pessoa diretamente ligada às possíveis inseguranças no
ambiente de trabalho.
Boa parte das empresas no Brasil possui menos de 50 funcionários e são classificadas
com grau de risco inferior a quatro, portanto, não são obrigadas a constituir SESMT. Desta 17
forma não possuem profissionais com conhecimentos específicos em matéria de seguran-
ça e saúde no trabalho, para orientar e trabalhar os aspectos prevencionistas segundo o
tipo de atividade de cada empresa.
Assim, é muito comum encontrarmos estabelecimentos que não possuem CIPA cons-
tituída, muitas vezes o empregador nem sequer sabe o que significa CIPA e qual a impor-
tância para seu negócio. Após denúncias de trabalhadores e/ou fiscalizações por parte do
Ministério do Trabalho, ou sindicato da categoria, estas empresas começaram a regularizar
sua situação conforme legislação trabalhista.
Objetivo da CIPA
O Objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é prevenir acidentes e doen-
ças decorrentes do trabalho, preservando a vida e promovendo a saúde dos trabalhadores,
de forma compatível e permanente.
A CIPA cumpre com seu objetivo observando e relatando as condições de risco que se
encontram no ambiente de trabalho, solicitando medidas de redução, neutralização e/ou
eliminação de riscos. Os membros que constituem a comissão discutem sobre os aciden-
tes ocorridos e encaminham os resultados ao SESMT ao empregador, além dessas medi-
das eles também orientam a todos sobre a prevenção de acidentes.
A constituição da CIPA
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
1943), em seu art. 163 afirma que será obrigatória a constituição de CIPA, de conformida-
de com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais
de obra nelas especificadas. Este mesmo artigo segue dizendo que o mesmo órgão do
governo regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento da CIPA.
Internet
Visite a página do Ministério do Trabalho e Emprego! Lá você encontrará
toda legislação pertinente atualizada, inclusive as Normas Regulamenta-
doras. Acesse: <http://www.mte.gov.br>.
Em outras palavras, todo estabelecimento que admita, por exemplo, empregados regi-
dos pela CLT devem constituir CIPA e mantê-la atuante durante o seu mandato, sob pena
de sanções legais em caso de não cumprimento de suas obrigações.
A NR-5 ainda aborda sobre a obrigação de constituir CIPA em casos onde exista a utili-
zação de mão de obra do trabalhador avulso.
A Previdência Social define trabalhador avulso como sendo a pessoa que presta serviço
a várias empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra.
Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/informaes-2/categoria-de-segurados/>.
Acesso em: 28 ago. 2014.
De acordo com a NR-5, sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com
as das contratadas, ou com os designados, definir mecanismos de integração e de partici-
pação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA´s existentes no estabe-
lecimento (BRASIL, 2011).
Para entender melhor, imagine as empresas que trabalham no ramo de energia, a Petro-
brás, por exemplo, propicia a formação destes centros industriais. Nas áreas onde ela atua exis-
tem diversas outras empresas que dão apoio à exploração e produção do petróleo, e as CIPA’s,
ou os designados de cada uma dessas empresas, devem estar integrados à CIPA da Petrobrás,
isso quer dizer que as reuniões e as ações de prevenção serão feitas por todas as empresas,
seguindo a mesma linha de raciocínio, evitando ações desorganizadas, já que os riscos são
teoricamente comuns a todos os trabalhadores daquele centro industrial ou comercial.
[...] a empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, sua CIPA, os designados e os demais trabalha-
dores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre
os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as
medidas de proteção adequadas. (BRASIL, 2011, extraído da internet).
Por fim, na NR-5 ainda considera que “a empresa contratante adotará as providências
necessárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas, que atuam no
seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.” (BRASIL, 1999,
extraído da internet).
20
Importante
CNAE é o instrumento de padronização nacional dos códigos de ativida-
de econômica e dos critérios de enquadramento, utilizados pelos diversos
órgãos da Administração Tributária do país, e é aplicada a todos os agen-
tes econômicos que estão engajados na produção de bens e serviços, po-
dendo compreender estabelecimentos de empresas privadas ou públicas,
estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições
sem fins lucrativos e agentes autônomos (pessoa física).
Fonte: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/tx-
tcnae.htm>. Acesso em: 28 ago. 2014.
2º - Com o CNAE em mãos consulte o Quadro III da NR-5 que informa a Relação da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas, com correspondente agrupamento para
dimensionamento da CIPA, e verifique a qual grupo este CNAE pertence;
CNAE DESCRIÇÃO GRUPO
05.00-3 Extração de carvão mineral C-1
06.00-0 Extração de petróleo e gás natural C-1
07.10-3 Extração de minério de ferro C-1
07.21-9 Extração de minério de alumínio C-1
07.22-7 Extração de minério de estanho C-1
07.23-5 Extração de minério de manganês C-1
07.24-3 Extração de minério de metais preciosos C-1
07.25-1 Extração de minerais radioativos C-1
07.29-4 Extração de minerais metálicos não-ferrosos não especificados anteriormente C-1
08.10-3 Extração de pedra, areia e argila C-1
08.91-6 Extração de minerais para fabricação de adubos, fertilizantes e outros produtos químicos C-1
N° DE
ACIMA DE 10.000
21
*GRUPOS
Pronto! Agora você conseguiu identificar quantas pessoas serão eleitas para compor
a CIPA de seu estabelecimento. E mais, perceba que o Quadro I da NR-5 ainda informa a
quantidade de titulares e suplentes. O empregador deverá, de acordo com a norma, desig-
nar os seus representantes em igual quantidade aos eleitos.
Importante
Não esqueça que no momento em que se elegem os representantes dos
empregados e os representantes do empregador, já devemos também
eleger e indicar os membros suplentes. Exemplo: se o Quadro I da NR-5 in-
formar que deverão ser eleitos para representar os empregados da empre-
sa, 4 membros titulares e 3 membros suplentes, o empregador deverá in-
dicar também 4 membros titulares e 3 membros suplentes. Assim teremos
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Não podemos esquecer que a eleição dos representantes dos empregados, titulares
e suplentes, deverá ocorrer em escrutínio secreto, ou seja, a votação será feita com o
uso de urnas e os votos serão em seguida apurados. Participarão deste processo de
votação e apuração, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os em-
pregados interessados.
Para determinar quem será titular ou suplente após a contagem dos votos deverá ser
considerada a ordem decrescente de votos recebidos, ou seja, do mais votado para o me-
22
nos votado. Em caso de empate na apuração dos votos será usado como critério de
desempate o candidato que tiver mais tempo de empresa.
Atividade 01
Um estabelecimento que atua no ramo de construção de edifícios com
CNAE 41.20-4 e com um efetivo de 160 funcionários irá iniciar o processo
eleitoral para o mandato da nova gestão da CIPA. Quantos membros este
estabelecimento terá que eleger? A CIPA terá um total de quantos titulares
e quantos suplentes? Informe sua resposta no fórum de discussão.
Em alguns casos, a empresa não tem em seu quadro o número de pessoas suficien-
te para a formação da CIPA, então a empresa não se enquadra no Quadro I da NR 05,
porém deverá designar um responsável pelo cumprimento dos objetivos da norma tra-
balhista, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através
de negociação coletiva.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, sendo permitida
uma reeleição. Ou seja, imagine que o mandato de uma CIPA qualquer se inicie no dia 24
de março de um ano qualquer. Os membros que foram votados e eleitos farão parte desta
comissão até o dia 23 de março do ano seguinte ao início do ano do mandato. Caso eles
desejem se candidatar novamente para o próximo mandato, até 23 de março de dois anos
após o início do mandato eles podem, pois é permitida por lei uma reeleição.
Porém, você deve entender que caso o empregado cometa alguma falta grave, ou ainda
tenha em seu contrato de trabalho estipulado dia de início e fim das suas atividades na
empresa (contrato temporário), ou a empresa encerre suas atividades na região, etc., fica
caracterizado um motivo justo ou justa causa. Desta forma sim, o empregado eleito para
CIPA pode ser demitido do estabelecimento.
23
Importante
O empregado que se candidata a membro eletivo da CIPA adquire imedia-
tamente uma estabilidade no emprego. Caso ele não seja eleito ou perca a
eleição para outros candidatos, sua estabilidade também é encerrada e o
mesmo pode ser dispensado pela empresa a qualquer momento.
Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas ati-
vidades normais na empresa, sendo proibida a transferência para outro estabelecimento
sem a sua anuência, ou seja, sem que o empregado concorde com esta mudança. Não se
considera nesta situação transferência a que não acarretar necessariamente a mudança
do seu domicílio.
A posse dos membros da CIPA, eleitos e designados, será no primeiro dia útil após o tér-
mino do mandato anterior. Quando for caso da primeira CIPA do estabelecimento, a posse
poderá acontecer no dia seguinte ao da votação.
Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu subs-
tituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso, necessária a concor-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
dância do empregador.
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
24 ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda
que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento
das atividades do estabelecimento.
Curiosidade
Até 2011 deveria ser protocolado o registro da CIPA junto ao Ministério
do Trabalho, pois era exigido legalmente pela NR-5. Porém com a última
alteração pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 não é mais
necessário esse registro.
Resumo
Nessa competência você pôde estudar e entender sobre a formação da CIPA dentro de
um estabelecimento.
Inicialmente você entendeu qual o objetivo da CIPA, onde a NR 05 deixa claro que esta
comissão deve trabalhar no intuito da prevenção do acidente, e de doenças ocupacionais.
Em seguida você teve a oportunidade de compreender que a CIPA deve ser constituída
por estabelecimento e não por empresa, visto que uma empresa pode ter vários estabeleci-
mentos espalhados em determinada região. Você viu também que a legislação trabalhista
não deixou de fora os trabalhadores avulsos, como por exemplo, aqueles que trabalham
nos portos.
Também foi apresentado como devemos tratar a CIPA no caso de empresas que sub-
contratam outras empresas, as chamadas subcontratadas, empreiteiras.
Para finalizar, você viu como esta comissão deve ser organizada entre os empregados
Autoavaliação
1. Qual o objetivo da CIPA?
a) Um ano;
d) Dois anos.
4. João é vice-presidente da CIPA e seu mandato termina daqui a 4 meses. Ele pode ser
demitido hoje da empresa que trabalha?
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
c) Não;
5. Uma montadora de automóveis, hoje com 350 funcionários está abrindo seu processo
eleitoral para a CIPA. Quantos serão os membros eleitos?
Imagine você fazendo parte de uma empresa assim? Você se sentiria seguro? E se você
fizesse parte desta comissão, se sentiria confortável sabendo que está ali apenas para
“tapear” a fiscalização?
Atribuições da CIPA
Você vai estudar agora o que a CIPA deve garantir que seja feito durante o seu mandato
com o apoio do empregador e dos demais empregados da empresa, além do auxílio do
SESMT, que é o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-
balho, do qual os técnicos de segurança também fazem parte. Vejamos agora o que trata
a NR-5 sobre esse assunto (BRASIL, 2011):
Importante
Como qualquer pessoa da empresa pode compor o quadro da CIPA, obe-
decendo apenas a condição de eleito pelos empregados ou de indicado
pelo empregador, não existe pré-requisito que determine a exigência de
determinados conhecimentos. Capacitar os membros da CIPA então é a
forma de se transferir conhecimento para que eles possam, durante seu
mandato, identificar os riscos e ajudar a propor soluções para eliminar ou
diminuir estes riscos do ambiente de trabalho. Desta forma os membros
passam a ter o conhecimento necessário para a confecção do mapa de
riscos que veremos mais adiante em nossos estudos.
30
Importante
Estas verificações tem o intuito da prevenção, identificar os possíveis pro-
blemas e propor soluções para a correção. Em caso de acidentes que por-
ventura possam ocorrer, a CIPA também deve participar da investigação do
ocorrido e realizar auditorias tanto no local como em outros departamen-
tos, para evitar que o evento danoso volte a se repetir.
e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano
de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador,
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho, relacio-
nados à segurança e saúde dos trabalhadores;
Atividade 01
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
A atual gestão da CIPA de uma empresa do ramo calçadista realiza todo mês
uma auditoria de segurança, em alguns locais pré-determinados do estabele-
cimento, e prepara um relatório que é encaminhado para o SESMT e para a
direção da empresa. Sempre que encontram irregularidades, os membros da
CIPA solicitam melhorias e mudanças nos locais de trabalho. No mês passado
chegaram até a solicitar a interdição de um equipamento, pois estava sem o
aterramento e dava choques no funcionário que o utilizava, e também não
tinha uma tampa de proteção que impedia que alguém prendesse sua mão
nas engrenagens.
Estas atitudes da CIPA estão corretas? Caso positivo, existe justificativa legal
32 para ela agir desta forma dentro do local de trabalho? E você? Concorda com
estas ações? Socialize suas respostas no fórum, para discutirmos melhor este
tema e trocarmos ideias com outros alunos.
Atribuições do empregador
Ao se tornar um profissional da segurança do trabalho, você terá como função alertar
e direcionar o empregador para o correto cumprimento das normas. Os membros da CIPA
terão obrigações que precisam ser cumpridas dentro do estabelecimento e em horário
normal de trabalho. É comum que os empregados eleitos para a Comissão, assim como os
indicados, fiquem presos às atribuições relacionadas à sua função original dentro da em-
presa, e o empregador não queira, ou não permita sua participação nas ações e reuniões
da CIPA. A NR-5 é bem clara e estabelece que cabe ao empregador proporcionar aos mem-
bros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo
suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.
O empregador não pode impedir nem pôr dificuldades para que as reuniões e ações da
CIPA ocorram ao longo do mandato. Muitas vezes os membros indicados pelo estabeleci-
mento não se sentem na obrigação de participar das atividades da comissão, pois sempre
há uma tarefa mais importante a ser cumprida. Este tipo de atitude vai contra o que diz a
legislação, que deixa bem claro que todos devem participar e o empregador deve propiciar
os meios necessários ao desempenho de suas atribuições. Além disso, as reuniões devem
ser realizadas dentro do horário normal de trabalho, sem prejuízo algum para o empre-
gado. Nos casos em que as reuniões forem realizadas fora do horário normal, deve ser
b) Preparar as correspondências;
Resumo
Nesta competência você estabeleceu as atribuições e responsabilidades de todos os
Inicialmente você estudou as atribuições da CIPA como um todo, entendendo seu papel
junto ao estabelecimento e trabalhadores.
Autoavaliação
1. Quais das alternativas abaixo melhor expressam as atribuições da CIPA?
c) Elaborar o PPRA da empresa e elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preven-
tiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
d) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de tra-
balho e encaminhar os trabalhadores para os exames médicos periódicos e demissionais.
b) Gerenciador de riscos;
Operacionalizar
as rotinas da CIPA
Operacionalizar
as rotinas da CIPA
Como relatado na competência anterior, muitas vezes o empregador não permite que
seu empregado, membro da CIPA, participe das reuniões, em virtude de suas obrigações
inerentes a sua função. O empregador ainda sugere que tais reuniões sejam realizadas
fora do horário normal de trabalho, após o término do expediente. Encontramos problemas
também quando acontece algum grave acidente, que necessita de reuniões extraordiná-
Essas reuniões ordinárias da CIPA deverão ser realizadas durante o expediente normal
da empresa e em local apropriado, e para registro terão atas assinadas pelos presentes
com encaminhamento de cópias para todos os membros. As atas devem ficar no estabele-
cimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em cada reunião decisões precisam ser tomadas e ações colocadas em prática. Estas
decisões serão preferencialmente por consenso dos presentes e não havendo consenso,
e esgotadas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo
de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
Ao ser tomada uma decisão na CIPA, não implica dizer que tal ação não possa ser mo-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
dificada. O pedido de reconsideração pode ser feito por aquele que não concordou com
determinado ponto discutido e decidido, mediante requerimento justificado. Este pedido
será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo
o presidente e o vice-presidente efetivar os encaminhamentos necessários.
Curiosidade
Você sabia que o membro da CIPA eleito pode perder seu mandato e também
40
sua estabilidade como cipeiro? Isso mesmo! O membro titular perderá o man-
dato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões
ordinárias sem justificativa. O suplente que substitui o titular que saiu da CIPA
é o próximo mais votado, seguindo a sequência decrescente dos votos regis-
trada na ata da eleição, os motivos devem ser registrados em ata de reunião.
Fonte: <http://www.sorocaba.unesp.br/Home/CIPA/Manual_da_CIPA.PDF>.
Acesso em: 28 ago. 2014.
Atividade 01 41
O treinamento da CIPA
De acordo com a norma regulamentadora expedida pela portaria 3.214/78, a empresa
deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da
posse, a menos que seja CIPA em primeiro mandato, onde o treinamento será realizado no
prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse (BRASIL, 2011).
Você se lembra de que logo no início nós falamos em designado? Designado é aquela
pessoa escolhida quando não existe enquadramento da empresa no Quadro I da NR 05.
Então, neste caso a empresa promoverá anualmente treinamento para o designado res-
ponsável pelo cumprimento do objetivo da norma regulamentadora (BRASIL, 2011).
a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo;
42
Como já dito anteriormente, o treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas
em no máximo oito horas diárias, e será realizado durante o expediente normal da empresa.
Este curso poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.
Resumo
Neste estudo você desenvolveu a competência de operacionalizar as rotinas da CIPA
dentro do estabelecimento e também compreendeu melhor sobre a capacitação que os
membros devem receber para atuar durante o seu mandato.
Autoavaliação
a) Não, pois para não perder a estabilidade o membro não pode faltar mais do que 06
reuniões ordinárias sem justificativa, de acordo com o item 5.30 da NR-5;
c) Não, pois para não perder a estabilidade, o membro não pode faltar mais do que 04
reuniões ordinárias sem justificativa, de acordo com o item 5.30 da NR-5;
a) Deve ser realizado antes do término da posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimen-
to, nos primeiros 30 dias após a posse;
b) Deve ser realizado após a posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimento, nos primei-
ros 30 dias antes da posse;
c) Deve ser realizado antes do término da posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimen-
to, não é obrigatória a sua realização;
d) Deve ser realizado após a posse, e caso seja a 1ª CIPA do estabelecimento, não é obri-
gatória a sua realização.
a) 08 horas e poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados;
b) 20 horas e poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
5. Julgue os itens a seguir em verdadeiro ou falso, e em seguida qual das alternativas me-
lhor representa suas respostas.
II. O treinamento será distribuído em no máximo oito horas diárias e será realizado duran-
te o expediente normal da empresa;
a) V, V, V, V, V;
b) F, V, V, F, V;
c) V, V, F, V, F;
d) F, V, F, V, F.
Competência
04
Executar o processo
eleitoral da CIPA
Executar o processo
eleitoral da CIPA
Eleição da CIPA
Todo processo bem elaborado exige prazos e datas para acontecer, e com o processo
eleitoral da CIPA não é diferente. Existem datas que devem ser cumpridas para garantir a
idoneidade do processo. Faz-se necessário também, que todos os empregados tenham co-
nhecimento da eleição, podendo assim se candidatar, caso se sintam confortáveis para isso.
47
O empregador tem obrigação de convocar eleições para escolha dos representantes
dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do man-
dato em curso. Quando se tratar de Processo Eleitoral para CIPA de primeiro mandato, não
se faz necessário seguir este prazo de 60 dias.
Será constituída a Comissão Eleitoral (CE), no prazo mínimo de 55 dias, pelo presidente
e vice-presidente da CIPA. O intuito dessa comissão é organizar o processo eleitoral; no caso
do estabelecimento ainda não existir a CIPA, tal comissão será constituída pela empresa.
O processo eleitoral
O processo eleitoral observará as seguintes condições, conforme NR-5 (BRASIL, 2011,
extraído da internet):
b) Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de
quinze dias;
g) Voto secreto;
Importante
De acordo com a NR-5, havendo participação inferior a cinquenta por cen-
to dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a co-
missão eleitoral deverá organizar outra votação, que ocorrerá no prazo
máximo de dez dias. (BRASIL, 1999, extraído da internet).
Em caso de anulação, a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a con-
tar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. Quando a anulação se der antes
da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior,
quando houver, até a complementação do processo eleitoral.
49
Resumo
Neste estudo você tornou-se capaz de executar o processo eleitoral que é obrigatório
para a constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Desta forma você tem o conhecimento necessário e mínimo para garantir que prazos
sejam cumpridos e que nenhuma etapa da eleição de uma CIPA fique a desejar.
Autoavaliação
1. Caso a CIPA atual tenha tomado posse no dia 10/01/2014, qual a data que deverá
iniciar o processo eleitoral do ano seguinte?
a) 10 de setembro de 2014;
b) 10 de outubro de 2014;
c) 10 de novembro de 2014;
d) 10 de dezembro de 2014.
2. Em uma empresa com 200 funcionários, quantos votos são necessários, no mínimo,
para validar a eleição?
a) 50;
b) 100;
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
c) 101;
d) 150.
• Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quin-
ze dias;
a) V, V, V, V;
b) F, F, F, F;
c) V, F, V, F;
d) F, V, F, V.
5. Considere (V) Verdadeiro ou (F) Falso para as afirmações abaixo, e em seguida assinale
a alternativa que melhor representa suas escolhas:
a) V, V, V, V
b) F, V, V, F
c) V, F, V, F
d) F, V, F, V
51
Competência
05
Identificar
os riscos ocupacionais
Identificar
os riscos ocupacionais
Uma das funções dos membros da CIPA é ajudar a identificar os problemas presentes
no ambiente de trabalho e sugerir mudanças e medidas preventivas. O profissional de se-
gurança deve saber orientar bem os cipeiros para que eles possam realizar esta tarefa da
melhor forma possível e assim colher resultados satisfatórios.
Nesta competência você vai diferenciar os riscos presentes nos locais de trabalho e
Inicialmente, você vai definir e diferenciar o conceito de risco e perigo. Isso mesmo,
diferenciá-los, pois são bem diferentes um do outro. Esse é o primeiro passo, e após identi-
ficar os riscos, cabe aos profissionais da área de segurança e aos membros da CIPA, propor
melhorias no ambiente de trabalho, para que estes riscos sejam minimizados e até mesmo
eliminados, garantindo a proteção adequada ao trabalhador. Lembre-se que devemos sem-
pre trabalhar com segurança, para tirar o melhor proveito das tarefas e maximizar os lucros
das empresas que trabalhamos. 55
Risco e perigo
É muito comum no dia a dia as pessoas confundirem risco com perigo e vice-versa.
Apesar de serem diferentes, um está intimamente ligado ao outro e vamos aprender a
diferenciá-los agora.
Começaremos definindo o que é risco, imaginando alguém que deseje atravessar uma
rodovia extremamente movimentada. Perguntamos a nós mesmos se existe a possibili-
dade desta pessoa sofrer um atropelamento. A resposta é SIM, pois se ela está perto de
veículos em alta velocidade, pode ser que um deles venha a atropelá-la.
É óbvio que quanto mais perto eu estou de algo, maior a chance dele me atingir. A
partir do momento que algo me atinge e provoca um efeito negativo sobre mim, digo
que sofri um DANO. Cortes, perfurações, luxações, traumas físicos e psicológicos, agra-
vamento das funções orgânicas (uma asma, que dificulta o sistema respiratório), ou
seja, doenças em geral, são exemplos de danos que podem ser provocados sobre o ser
humano, chamado dano pessoal. Em suma, os danos pessoais podem ser caracteri-
zados como lesões ou perturbações funcionais. Da mesma forma temos os danos ao
patrimônio e o dano ambiental.
56
Voltando a utilizar sua imaginação, vamos pensar que nesta rodovia circulem apenas
bicicletas. A possibilidade de atropelamento continua existindo, mas reflita sobre os danos
que uma bicicleta pode causar em alguém que foi atropelado por ela. Substitua as bicicle-
tas agora por caminhões. Perceba que a possibilidade de atropelamento ainda faz parte
de nosso exemplo, mas a gravidade deste atropelamento aumentou consideravelmente.
Isso quer dizer que os danos causados por um atropelamento de um caminhão são bem
maiores que os danos causados pelo atropelamento de uma bicicleta, sem dúvidas. Com
base nestas informações concluímos que:
biente de trabalho, que de algum modo podem afetar o indivíduo de forma agressiva, são
considerados riscos ambientais. De acordo com o item 9.1.5 da NR-9 – Programas de
Prevenção de Riscos Ambientais sabe-se que, para efeito desta NR, consideram-se riscos
ambientais “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador”. (BRASIL, 2014, extraído da internet).
A NR-3 – Embargo ou Interdição, em seu item 3.1.1, dá um conceito mais específico para
o que consideramos Risco Grave e Iminente: “Considera-se grave e iminente risco, toda con-
dição ambiental de trabalho que possa causar acidente do trabalho ou doença profissional
58 com lesão grave à integridade física do trabalhador.” (BRASIL, 2011, extraído da internet).
Diante dos conceitos expostos, podemos observar que o risco é algo provável, incerto,
mas que tem potencial para acontecer. Esta possibilidade se dá em virtude de variáveis já
explicitadas, tais como: o tempo, a frequência e a intensidade de exposição, além da natu-
reza do agente, que pode ser mais ou menos capaz de provocar danos à pessoa.
Por outro lado o perigo não é incerto, pelo contrário, ele está presente a nossa volta.
Desde um piso sujo de óleo, até um tanque com um gás altamente inflamável e sob pres-
são. O perigo é algo inerente a uma situação, a um objeto ou a uma ação. Portanto, é algo
que não será facilmente eliminado, ao contrário do risco que pode ser reduzido, neutraliza-
do e até mesmo eliminado.
O perigo é tudo aquilo que nos põe em uma situação de ameaça, ou ainda toda fonte ou
situação que possa provocar danos em alguém. De acordo com o Sistema de Gestão de Saúde
e Segurança Ocupacional (OSHAS) 18001:2007, define-se o perigo como “fonte ou situação
com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao
meio ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes”. (MORAES, 2009, p. 247).
Por exemplo, se temos uma situação em que estamos diante de um vaso de pressão,
onde sabemos que há possibilidade de explosão, pois está pressurizado, compreendemos
que pode haver consequências aos danos provocados, podendo ser eles os patrimoniais,
os ambientais e/ou os pessoais, esse vaso é o perigo, e quanto mais próximo estiver do
equipamento, maior será a chance de ser atingido, se porventura ele chegar a explodir. Por
isso dizemos que quando eu me afasto consideravelmente do perigo o risco desaparece,
pois não mais serei atingido por ele. O perigo, pelo contrário, continua lá; a sua ou a minha
exposição é que mudou em relação a ele.
Ao afirmar que uma determinada estrada é perigosa quero salientar que caso eu tran-
site por ela, estou correndo sério risco de sofrer um acidente. Essa estrada pode até ser
perigosa, devido às curvas fechadas, à falta de sinalização, falta de acostamento, etc. Ou
O perigo faz parte da rotina de todos nós, para não correr riscos é necessário saber
lidar de forma consciente com ele. Antes de qualquer coisa é preciso identificar os
perigos que nos rodeiam e a partir daí perceber os riscos que eles oferecem. Assim
podemos saber qual a melhor forma de agir com o perigo identificado. Existem diversas
ferramentas que podemos utilizar em nosso dia a dia, entre elas a Análise Preliminar
59
de Riscos (APR), a Análise Preliminar de Perigos (APP), o estudo de Operabilidade e
Perigos (HAZOP). Cabe aos profissionais, colocar essas ferramentas em prática e cons-
cientizar os empresários da real necessidade de atuar de forma preventiva, evitando
assim, custos e danos para a sociedade.
Riscos ambientais
Agora que você já sabe diferenciar o risco do perigo vamos seguir adiante e entender
quais são os principais riscos ambientais presentes no ambiente de trabalho. A NR-9, que
trata do PPRA, divide os riscos ambientais em agentes físicos, químicos e biológicos.
1. Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar ex-
postos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o
ultrassom;
Além desses agentes definidos na Norma Regulamentadora, são conhecidas também mais
duas categorias de risco:
4. O risco ergonômico é todo fator que afeta de forma negativa, do ponto de vista psicofi-
siológico o trabalhador e prejudica sua saúde. Como exemplos nós temos os movimen-
tos repetitivos, monotonia, postura inadequada, levantamento e transporte manual de
cargas, etc.
5. O risco mecânico ou de acidente é todo fator que venha a provocar um acidente envol-
60
vendo os objetos de trabalho e o ser humano. Exemplos: a energia elétrica, desníveis,
queda de material, movimentação de cargas, queda de altura, pisos escorregadios, ata-
que de animais peçonhentos, etc. (BRASIL, 2014, extraído da internet).
Umidade Monotonia e
repetividade
Quadro 3 – Riscos ambientais
Fonte: adaptado de <http://4.bp.blogspot.com/-ji0B_M6mbao/UY-dQO2UF8I/AAAAAAAAALQ/-u-lhFlgDCI/s400/Riscos+am
bientais+(com+corre%C3%A7%C3%B5es).jpg>. Acesso em: 29 ago. 2014.
Resumo
Nessa competência você aprendeu a diferenciar o risco do perigo e a identificar os
riscos ambientais essenciais para que inicie um trabalho de prevenção de acidentes e 61
doenças ocupacionais.
Iniciamos falando das diferenças básicas entre o risco e o perigo e como eles se com-
plementam. A partir daí foram dados vários exemplos do nosso cotidiano no intuito de você
conseguir assimilar da melhor forma o conteúdo por completo.
Em seguida iniciamos os estudos dos riscos ambientais norteados pela NR-9, que re-
gulamenta os agentes físicos, químicos e biológicos, além de conhecer outros também
amplamente utilizados, o ergonômico e o de acidente.
Autoavaliação
1. O que são os agentes de riscos físicos?
3. Imagine um eletricista exercendo sua atividade em cima de um poste por onde passa
cabos energizados. Assim, assinale a alternativa que melhor representa um dos riscos
e um dos perigos que este profissional está exposto, respectivamente:
62
4. Assinale a alternativa incorreta.
a) É todo fator que afeta de forma negativa, do ponto de vista psicofisiológico o trabalhador
e prejudica sua saúde;
b) É todo fator que afeta de forma negativa, apenas do ponto de vista psicológico o traba-
lhador e prejudica sua saúde;
Imagine você, sem nunca ter pisado em um determinado ambiente, ter que trabalhar
nesse lugar. Você saberia identificar todos os riscos ocupacionais e ainda como se proteger
deles? Ou ainda um funcionário antigo, que se depara com uma máquina ou ferramenta
nova, será que ele saberá reconhecer, imediatamente, o perigo que este equipamento re-
presenta? Pois é, para isso é que existe o mapa de riscos. Esta ferramenta ajuda a expor os
riscos de um ambiente para todos os trabalhadores de uma empresa. Sejam eles novatos
ou não naquele setor.
1964 – Participação cada vez maior do sindicato dos trabalhadores e instituto nacional de saúde.
1985 – Fundação Jorge Duprat e Figueiredo – Fundacentro MG.
(Fonte: <https://docs.google.com/presentation/d/1tLwaegtqLo3HC6x09lOip6woSCyhPqZ
FZfTFgSBr5ZE/embed#slide=id.i39>. Acesso em: 29 ago. 2014).
Você conhece?
A Fundação Jorge Duprat e Figueiredo – Fundacentro MG, desenvolve cur-
so de CIPA com introdução do mapa de riscos através de modelo operário
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Mas afinal, o que é o mapa de riscos? É um levantamento dos locais de trabalho, repre-
sentado graficamente, que aponta os riscos sentidos e observados pelos trabalhadores,
de acordo com a sua sensibilidade. Nesta representação podemos identificar o tipo de
risco presente no ambiente, a fonte geradora do risco, o grau, e a quantidade de pessoas
66
expostas aos mesmos.
• Informa os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos, cumprindo assim dis-
positivos legais.
Agora vejamos alguns benefícios para os trabalhadores com a confecção do mapa de riscos:
Os riscos físicos: ruídos, vibrações, radiação ionizante (raios x, alfa, gama) radiação não
ionizante (radiação do sol, radiação de solda), temperaturas extremas (frio / calor), pres-
sões anormais e umidade.
O ruído é definido como um som indesejável, produto das atividades diárias desenvol-
vidas pelos grupos sociais, e é medido através de escala em decibéis (dB). A propagação
de ondas sonoras através das vibrações mecânicas, em que ocorre o fluxo de energia é
denominada de som.
O frio e o calor estão relacionados com a agitação das moléculas de determinado corpo
ou substância. Quanto maior a agitação das moléculas, maior é a energia, ou seja, maior
é o calor. Ao transferir essa energia de um corpo para outro, temos transferência de calor.
Essa transferência se dá do corpo de mais energia para o de menos energia.
Hipobárica: pressões menores que a pressão atmosférica. Isso acontece quando a pes-
soa encontra-se em altitudes elevadas.
Os riscos químicos: São aerodispersóides como, por exemplo, as poeiras, fumos metáli-
cos, névoas, neblinas, gases, vapores, produtos químicos em geral etc.
As poeiras são pequenas partículas, provindas de várias origens, têm composições va-
riadas e são depositadas a partir da suspensão das mesmas no ar.
Os fumos metálicos são formados pelo contato do oxigênio do ar, que oxida os vapores
e gases, que se desprendem das fusões dos eletrodos.
A neblina também é composta por partículas líquidas, porém não se origina da ruptura
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Vapores são substâncias que passam do estado líquido para o gasoso, é o resultado da
alteração do seu estado normal associado à temperatura ambiental.
Existe uma associação de cores para cada grupo de risco, isso torna mais fácil e rápida
a identificação visual e a representação do risco.
69
Na imagem vemos um exemplo de como poderia ficar um mapa de riscos. Não existe
um modelo padrão, que deve ser seguido por todos os estabelecimentos para confeccionar
este mapa, esse exemplo é para que você tenha ideia de como você iniciará a construção
de um mapa de riscos. Cada um deve adaptar de acordo com a sua realidade. Sinta-se livre
para criar o seu da forma que achar mais conveniente. Porém algumas informações são
importantes e devem constar em seu mapa, como por exemplo, uma legenda de cores e
gradação do risco, a data de elaboração, o setor ao qual faz referência.
Vamos agora exemplificar para você entender melhor. Suponha que você vai fazer o
mapa de riscos de uma oficina mecânica onde trabalham 4 pessoas. Nesta oficina temos
01 mecânico, 01 soldador e 02 ajudantes.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
70
Fonte: Oliveira (2014).
A primeira coisa a se fazer é listar os riscos identificados no local e trabalho. Então va-
mos imaginar o seguinte:
O Mecânico faz serviços de tornearia, carrega peças pesadas, tem contato com óleos
e graxas, faz uso de lixadeiras e esmerilador para a realização de suas atividades. Logo
poderíamos listar os seguintes riscos:
Atividade 01
Escolha um setor de trabalho. Pode ser onde você trabalha, ou um ami-
go, seus pais, não importa. Analise as atividades e os riscos aos quais
os trabalhadores deste setor estão expostos e faça o mapa de riscos do
local escolhido.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Perceba que foi feito um pequeno esboço do local de trabalho. Não há necessidade
de ser muito elaborado. O importante é que as pessoas entendam a informação a ser
72 transmitida.
Podemos perceber que o mapa de riscos é da oficina que tem 05 funcionários. Possui
a data da elaboração e quem elaborou. No croqui do local de trabalho foram colocados os
círculos correspondentes a cada tipo de risco e dentro de cada círculo tem um número, que
identifica a quantidade de pessoas expostas a determinado problema.
Por exemplo, na oficina tem 01 pessoa que está exposta a fumos metálicos, o que é
considerado um risco grande.
Não foi citada a fonte geradora, mas pode-se citar, caso queira. No centro tem um ris-
co médio, representado em um círculo na cor verde, o ruído. Assim como na lateral já foi
informado que existe o agente de risco “ruído”, nos riscos físicos; não havia necessidade
de ter escrito a mesma informação, mesmo assim foi escrito. Poderia ter posto abaixo do
círculo verde o nome do equipamento que gera o ruído, deixaria o documento mais rico de
informação, mas isso é critério de quem elabora.
Então, viu como é fácil? Agora é só você pegar esta ideia e expandir para outros ambien-
tes da empresa. Pratiquem!
Resumo
Neste estudo você tornou-se capaz de confeccionar um mapa de riscos de acordo com
os conceitos que foram mostrados. Você agora está pronto para preparar o do seu local de
trabalho e garantir que todos os trabalhadores tenham conhecimento dos riscos e saibam
a melhor forma de preveni-los.
Autoavaliação
1. Assinale a alternativa que não cita as vantagens em ter o mapa de riscos em um esta-
belecimento.
a) Azul;
b) Vermelho;
c) Amarelo;
d) Marrom.
3. Ruído e piso escorregadio são riscos representados por quais cores, respectivamente?
a) Azul e verde;
b) Vermelho e azul;
c) Verde e azul;
d) Verde e vermelho.
a) Apenas a CIPA;
a) Significa você graduar o risco em pequeno, médio ou grande. No mapa de riscos faze-
mos isso através de círculos pequenos, médios e grandes;
b) Significa você identificar os riscos através de cores: verde, vermelho, marrom, amarelo
e azul;
OLIVEIRA, Rafael Eufrásio de. Banco de imagens e ilustrações itb. Natal: ITB, 2014.
Somente il.
Gabarito
Autoavaliação
Competência 01 Competência 04
1. a 1. c
2. c 2. c
3. b 3. d
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
4. a 4. a
5. a 5. b
Competência 02 Competência 05
1. a 1. a
2. c 2. b
3. d 3. d
76
4. b 4. c
5. a 5. a
Competência 03 Competência 06
1. d 1. d
2. c 2. c
3. a 3. c
4. b 4. b
5. d 5. a
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