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APOSTILA 3° Bim - 2° ANO - 2022
• Montou um aparelho administrativo no Brasil, passando o
1. GOVERNO D. JOÃO VI NO BRASIL Império português a ser governado do Brasil e não mais de
Portugal. Criou o Banco do Brasil e fundou universidade.
1) O contexto europeu e a fuga da corte portuguesa (1807)
➢ Elevação do Brasil a Reino Unido (1815)
• Com a derrota de Napoleão, os vencedores se reuniram no
➢ Conflito entre França e Inglaterra
Congresso de Viena, o qual só podia participar reinos
• No período do Império de Napoleão, a França tinha a
independentes. D. João VI, para mandar seus representantes,
Inglaterra como sua maior inimiga. A frota naval francesa
mudou a situação política do Brasil, tornando-o um Reino
não conseguia vencer a marinha inglesa, então Napoleão
Unido a Portugal e Algarves.
decretou o Bloqueio Continental para prejudicar
economicamente a Inglaterra.
3) Revolução Pernambucana (1817)
➢ Situação de Portugal
• Tornou-se dependente da Inglaterra desde o fim da União
➢ Situação de Pernambuco
Ibérica (1640), ficando em situação limite quando a França
• Era uma região influenciada pelas idéias liberais européias e
exige que Portugal corte relações e declarara guerra à
com tradição de luta deste a invasão holandesa. Estava em crise
Inglaterra. O regente D. João VI prorrogou ao máximo a sua
econômica devido à perda de mercado internacional do açúcar
decisão.
e surto de seca. A situação então piorou com o aumento de
➢ Acordo Secreto
impostos com os gastos para manter a corte portuguesa no Rio
• D. João VI fez acordo secreto com Inglaterra e tentou ganhar
de Janeiro.
tempo com os franceses. Na indecisão do regente, as tropas
➢ Rompimento com governo central
francesas marcharam contra Portugal e os ingleses
• Acompanhando a tradição francesa, os liberais promoviam
pressionaram para D. João VI aceitar o acordo secreto. Sob a
banquetes para difundir as idéias liberais e republicanas. O
ameaça dos canhões ingleses o regente decidiu fugir para o
governador de Pernambuco mandou prender os líderes do
Brasil com a corte.
banquete e a revolta estourou. Mataram um oficial português,
prenderam o governador e proclamaram a República.
2) Medidas de D, João VI no Brasil
➢ Fim do movimento
• Sem apoio de movimentos estrangeiros pró-independência,
➢ Revogação do Alvará de 1785
Pernambuco foi atacada por terra pelo governador da Bahia e
• Revogou o alvará expedido por D. Maria, a louca, que
por mar pela frota enviada por D. João VI. Os líderes foram
proibia a produção de manufaturas no Brasil.
capturados e condenados à morte e prisão.
➢ Abertura dos portos em 1808
• Com Lisboa ocupada pelos franceses e os portos brasileiros
4) Política Externa de D. João VI
abarrotados de produtos, D. João VI abriu o comércio às
nações amigas, rompendo o pacto colonial.
➢ Ocupação da Guiana Francesa (1808/10 a 1817)
➢ Tratado de Aliança, Amizade e Comércio (1810)
• Na disputa internacional entre França e Inglaterra, D. João VI,
• Trato feito com a Inglaterra no qual baixou as tarifas
apoiando os ingleses, fez uma incursão à Guiana Francesa e
alfandegárias do mercado brasileiro. Os produtos ingleses
solidificou posições no Amapá. Após acordos de fronteira, a
pagariam 15%, os de Portugal 16% e demais países 24%,
Guiana foi devolvida à França em 1817.
além de outras vantagens políticas aos ingleses.
➢ Ocupação do Uruguai (1816 a 1825)
➢ “Inversão brasileira”
• Aproveitando-se do conflito entre as colônias espanholas e a
Espanha, a esposa de D. João VI, Carlota Joaquina, filha de

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Carlos IV da Espanha, reclama territórios nesta colônia. D. Brasil e as decisões políticas tomadas por Dom João acabaram
João foi incentivado a intervir na banda oriental do rio da por facilitar todo este processo. Não era intenção de Dom João
Prata, dominando a região que passou posteriormente a se fazer isso, mas o fato do Rei querer permanecer no Brasil, longe
chamar província Cisplatina. dos conflitos europeus, exigiu que ele montasse uma estrutura

5) Revolução Liberal do Porto (1820) de Estado e desse certas liberdades ao Brasil.


Posteriormente a elite colonial brasileira, influenciada pelas
➢ Crise portuguesa ideias iluministas, não admiti retrocessos. A abertura dos Portos
• Portugal perdeu o pacto colonial com o Brasil, lhe em 1808, dando liberdade de comércio para outros países, e a
prejudicando economicamente. Os franceses invadiram seu elevação do Brasil à categoria de Reino Unido em 1815, são
território, provocando a fuga da família real. Estes foram
algumas dessas medidas. Os portugueses que estavam
expulsos sob o comando dos ingleses, que ficaram no
elaborando uma constituição liberal (após a revolução do
governo português após a saída dos franceses.
Porto) para o novo governo português não pensavam da mesma
➢ Revolução Liberal
forma, pois as atitudes de seus membros demonstravam o claro
• Havia sociedades secretas como o Sinédrio, que discutiam
interesse de deixar o Brasil novamente sobre total controle de
as idéias iluministas e liberais. Influenciadas por estas
Portugal, como era nos tempos da colônia.
idéias e estimulados pela revolução liberal espanhola, o
Sinédrio iniciou uma revolução liberal que expulsou os
ingleses de Portugal. Dom João quando foi embora em 1821pressionado pelas
➢ As cortes de Lisboa cortes portuguesas para voltar para Portugal com a ameaça de
• Tinham idéias contraditórias uma vez que defendiam um perder o trono, ele deixou no Brasil Dom Pedro com o cargo de
governo liberal para Portugal, colocando o governo de D. príncipe Regente. Antes disso, porém, D. João tinha enviado
João VI sob juramento de uma Constituição, porém deputados brasileiros para participar do processo
queriam recolonizar o Brasil. País agrário e sem constitucional que estava sendo comandada pelas Cortes
desenvolvimento manufatureiro, dependiam do pacto
Portuguesas. A ideia dos brasileiros era incluir nessa nova
colonial.
constituição portuguesa os direitos dados por Dom João ao
➢ O retorno de D. João VI (1821)
Brasil. Os brasileiros não tiveram sucesso e voltaram já falando
• As cortes juraram lealdade a D. João VI, mas ele deveria
em Independência. Dom João soube do ocorrido e já percebia o
retornar imediatamente a Portugal e respeitar a
Constituição que estava sendo elaborada pelas cortes de grande interesse da sociedade brasileira em proclamar a

Lisboa. Com o risco de perder o trono português, D. João independência. Por esse motivo que ele acabou deixando seu

VI decidiu voltar a Portugal nomeando seu filho, D. Pedro filho aqui. Diz a tradição histórica que ao nomear o príncipe
I, príncipe regente do Brasil. Regente ele disse: “se alguém tiver que fazer a independência,
que faça você que é meu filho e me respeita”.

2. INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A chegada de Dom João sozinho a Portugal não agradou na
das cortes portuguesas que começaram o processo de pressão pela
A independência do Brasil é um processo que ocorreu entre volta de Dom Pedro para o reino lusitano, pois como príncipe

1821, com a volta do Governo de Dom João para Portugal, e Regente aqui no Brasil ficava difícil a transferência de todas as

1823, quando termina a última batalha nas guerras de decisões políticas para Portugal. Lembrando do interesse de

independência. Portugal voltar o velho domínio Colonial

Não podemos esquecer que a vinda da família real para o Alguns movimentos no país em prol a independência já

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aconteciam como, por exemplo, o apoio da Imprensa com ps significaria a fragmentação territorial do Brasil. Possivelmente
jornais como O cada região faria o seu processo de independência em separado.
Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa, que já há muito Foi aí que surgiu a ideia de se montar um abaixo-assinado pedindo
tempo criticava o governo de Dom João. Este jornal era produzido para Dom Pedro ficar. No dia 9 de Janeiro de 1822 Dom Pedro
em Londres e entrava secretamente no Brasil. A partir de 1821 fez a proclamação do famoso Dia do Fico.
outros jornais surgiram apoiando o processo de independência
como O Tamoio, o Revérbero Constitucional Fluminense e Nesta queda de braço entre D. Pedro e Portugal, em abril
o Correio do Rio de Janeiro. de 1822 as cortes portuguesas decretaram que as províncias não
precisariam mais acatar as ordens de Dom Pedro e da capital Rio
Além da Imprensa, outro grupo que vai ter grande importância de Janeiro. Poderiam montar juntas de governo provincial e se
no processo de independência do Brasil serão as lojas maçônicas. relacionar direto com o governo português. O objetivo era
Grande parte da elite brasileira participava das discussões enfraquecer o poder político do príncipe pegente na capital.
políticas dentro das lojas maçônicas e estas vão se posicionar
contra as tentativas das cortes portuguesas em colocar o Brasil de Dom Pedro já havia demitido todos os portugueses do seu
volta na condição de colônia. Vários nomes que participavam do
conselho de ministros e formando um conselho composto só por
processo de independência como José Bonifácio Joaquim,
brasileiros. Em Maio de 1822, diante da tentativa de
Gonçalves Ledo e o Cônego Januário Barbosa , participavam de
desestabilização o poder de Dom Pedro feito pelas cortes
grupos maçônicos. Lojas como o Grande Oriente do Brasil
portuguesas com aquela liberação da criação das juntas de
tiveram grande influência na formação das ideias de
governo, foi decretado o cumpra-se pelos novos ministros, ou
independência.
seja, qualquer decisão vinda de Portugal só poderia ser cumprida
no Brasil com a aprovação prévia do Príncipe Regente. Esse novo
Alguns conflitos nesse processo se iniciaram antes mesmo
grupo de ministros também decretou que Dom Pedro se tornava
da Proclamação oficial de Dom Pedro. Em agosto de 1821
o defensor Perpétuo do Brasil.
aconteceu um grande conflito em Pernambuco que resultou
na convenção de Beberibe, expulsando os exércitos
Em junho de 1822, percebendo que o processo de
portugueses da província e apoiando o movimento
independência era inevitável, Dom Pedro convocou uma
constitucionalista. Na Bahia também se iniciam conflitos armados
assembleia constituinte para se construir um conjunto de leis para
entre os brasileiros em portugueses desde 1821 volta de Dom João
o país (esta só se forma após a independência, em 1823).
para Portugal. Os baianos começaram a fugir para o Recôncavo e
o Comandante português Inácio Luís madeira de Melo assumiu o
Diante desta queda de braço o governo Português envia para
comando da província. Em fevereiro de 1822 começavam as lutas
o Brasil um decreto em agosto de 1822. Esse anulava todas as
para expulsar os portugueses da Bahia. Várias histórias de lutas
decisões tomadas por Dom Pedro e decretava o seu imediato
como da freia Joana Angélica, morta ao esconder soldados
retorno. Foi considerado um ultimato contra D. Pedro.
brasileiros no convento ou de Maria Quitéria de Jesus, que
pegou o uniforme de soldado do pai, cortou o cabelo e lutou Diante desta pressão portuguesa e dos conflitos armados já
acontecendo na Bahia, José Bonifácio articulava entre a elite
em seu lugar.
política o processo de independência
Diante desse contexto e das pressões portuguesas a Maçonaria
vai articular a permanência de Dom Pedro no Brasil, visto que era José Bonifácio é considerado pela história tradicional como

de fundamental importância esta atitude, uma vez que o patrono da independência. Foi um dos principais articuladores

processo de independência era inevitável e a volta de Dom Pedro da separação entre Brasil e Portugal, sendo a ponte entre os

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nobres que gravitavam em torno de D. Pedro e a elite agrária. Ele O reconhecimento da Independência do Brasil se deu
incentivava o processo ao lado de Dona Leopoldina, regente primeiramente pelos Estados Unidos, dentro do projeto da
provisório daqueles momentos finais, já que D. Pedro estava em doutrina Monroe que defendia a America para os americanos,
viagem para São Paulo. ou seja, um movimento ideológico de apoio a independência
dos povos americanos em relação ao domínio europeu. Esse
Antes de partir para São Paulo, D. Pedro passou o cargo de reconhecimento não teve nenhuma exigência política ou
regente para sua esposa, D. Leopoldina. Ela , sabendo da pressão econômica. O governo Inglês, para reconhecer a independência
portuguesa, ela se reuniu com o conselho de estado e assinou do Brasil, exigiu que Dom Pedro renovasse os tratados de
um decreto de independência. Enviou, juntamente com uma 1810, que dava benefícios alfandegários aos produtos Ingleses
carta de José Bonifácio, uma segunda carta explicando a situação comercializados no Brasil. Dom João exigiu o pagamento de
e as ameaças dos portugueses. Apesar da influência de Bonifácio, dois milhões de libras para reconhecer a independência. Dom
seu papel na independência foi muito importante, pois era pública Pedro aceitou a oferta pegando dinheiro emprestado com a
sua simpatia pela causa.
Inglaterra e pagando a Portugal, que tinha dívidas com os
ingleses, ou seja, o que houve não foi um pagamento e sim
A caminho de São Paulo, o regente recebeu as cartas de D.
uma transferência de dívidas, pois o dinheiro nem precisava sair
Leopoldina e José Bonifácio, além das ordens vindas de Portugal
da Inglaterra.
que anulava suas decisões. Era sete de setembro e o príncipe
regente declarou a Independência do Brasil. Sobre o ato do
A independência do Brasil se deu por um movimento político,
chamado grito do Ypiranga a versão oficial se baseia na obra feita
mas não podemos esquecer as guerras de independência, com
durante o segundo reinado. Na pintura, D. Pedro está em um
cavalo branco com espada em punho. Essa versão contestada pelo sentimentos nacionalistas e grandes participações heróicas em
fato da na época não se usar cavalos nesse trecho da viagem ou nossa história, principalmente nas batalhas da Bahia e do Piauí.
em viagens longas. A comitiva estava parada quando alcançado Ainda assim foi o movimento fortemente político de pacto entre
pelo portador das cartas. Um relato da época diz que o Imperador Dom Pedro e a elite agrária. O príncipe recebeu o apoio para se
estava “desarranjado”. Seja qual versão verdadeira, o fato era a tornar o imperador do Brasil, em troca não tocava em questões
separação consumada. fundamentais da sociedade e da economia brasileira como a
questão escravista a distribuição desigual da terra e o fundamento
Após a declaração de independência, algumas províncias de uma economia agroexportadora baseada na monocultura. Isso
fizeram resistência na adesão, ou por já estar em conflito, como ajuda a explicar o atraso social brasileiro.
na Bahia, ou por haver divisões internas entre: grupos que
apoiavam os portugueses e grupos que apoiavam a independência. 3. O PRIMEIRO REINADO
Isso aconteceu, por exemplo, no Grão Pará, que por muitos anos
1) O Processo Constitucional
foi uma província independente do governo geral junto com o
Maranhão. Após muitos conflitos só em 1823 vão aderir
Para começar a montar o Estado Imperial, era
definitivamente, juntamente com Maranhão, que também necessário dar prosseguimento ao processo constitucional. Os
sofreu com ação da marinha inglesa a serviço de Dom Pedro. O grupos políticos da época, ou seja, os “partidos”, eram na
Piauí foi outra província que também resistiu à independência verdade grupos que divergiam quanto à forma de ordenação
por força da presença de portugueses nas juntas de governo. do poder, e dividida-se
Houve a famosa batalha de Jenipapo em 1823. Esta foi o último entre o “Partido Português”, formado por maioria de

conflito na guerra de independência. portugueses comerciantes e pessoas ligadas à corte de D. Pedro


I e a favor de um governo unitarista, centralizador e o “Partido

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Brasileiro”, onde a maioria era formada pela aristocracia rural do anteprojeto da Constituição anterior, mudando a medida
brasileira, sendo estes monarquistas liberais a favor de governo censitária do voto para valor de renda em dinheiro e inseriu um
“mais descentralizado”, defendendo maior poder para o quarto poder, o Poder Moderador, sendo este utilizado somente
Legislativo. Havia também o chamado “Partido Radical”, com pelo imperador. Tinha uma forma liberal, mas na prática era
idéias republicanas, mas com pouca representação nesta centralista/unitarista, afastando um pouco a aristocracia rural de
disputa política. D. Pedro I era, em regra, Liberal, porém não D. Pedro I, que passou a contar mais com o apoio do “Partido
deixou de ter, durante o seu governo atitudes autoritárias, e Português”. Os cargos de Deputado e Senadores eram
também era muito influenciado por políticos centralizadores disputados apenas por quem tinha determinada renda, sendo o
como José Bonifácio. O próprio processo de Aclamação como cargo de senador Vitalício, eleito para formar uma lista tríplice
Imperador mostrou isto. Ele aceitou o título de imperador e para a escolha final do imperador.
defensor perpétuo do Brasil, mas não jurou antes de pronta a
Constituição como queriam os liberais do Partido Brasileiro. A
É proibida a reprodução total ou parcial deste
Assembléia Constituinte convocada em junho de 1822, só se
conteúdo, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação
reuniu em 1823, com a presença de 89, do 100 representantes
dos direitos de autoria (Lei nº. 9.610/98) é crime estabelecido
eleitos nas diversas províncias e tinha maioria de liberais
pelo artigo 184 do Código Penal.
monarquistas descentralizadores (Partido Brasileiro). Recebeu
um recado na abertura de seus trabalhos, o qual D. Pedro I
falou que fizessem uma Constituição digna dele e do Brasil. 2) A Confederação do Equador (1824)
O anteprojeto de Constituição de 1823 (que ficou
conhecido como a Constituição da Mandioca), redigida por
Antônio Carlos Andrada, previa eleição censitária com a Motivos do conflito
medida na quantidade de alqueires de mandioca plantados por Sendo Pernambuco de tradição liberal e revolucionária,
eleitor, dificultando a participação política de comerciantes que protestou contra a dissolução da Assembléia de 1823. A
não tivesse esse tipo de renda, por exemplo. Dividia os poderes Câmaras Municipais de Olinda e Recife se recusaram a jurar a
em Legislativo, Executivo e Judiciário. O imperador não Constituição de 1824 e não aceitaram a substituição do
poderia vetar ou mudar artigos da Constituição, ficando a cargo presidente de província Pais de Andrade pelo indicado pelo
do Legislativo. A economia continuaria liberal, e não se tocava imperador, Francisco de Pais Barreto. O movimento
na questão da escravidão (ou seja, o que a Lei não diz que é O governo de Pais de Andrade proclamou em 1824 a
proibido, pode ser feito). Confederação do Equador, apoiado pela elite rural e por líderes
D. Pedro I não aceitou um projeto que limitava o seu liberais como Cipriano Barata e Frei Caneca, que apoiavam o
poder. A Constituição colocava o Imperador como chefe do movimento separatista atráves da imprensa. Como medidas
poder Executivo, o que e não o agradou, iniciando um conflito iniciais adotaram a Constituição da Grã-Colômbia e aboliram
entre a Assembléia e o imperador. Após a resposta negativa do o tráfico de escravos na região.
Imperador, a Assembléia Constitucional entrou em reunião A Repressão do governo
permanente, jurando só sair do prédio após preparar novo A medida em relação à escravidão afastou o apoio da elite rural
projeto. Os constituintes passaram a noite apreensivos, local do movimento. O governo central aproveitou a cisão e
esperando alguma reação do Imperador. No fim da madrugada, reprimiu o movimento utilizando tropas mercenárias. Frei
D. Pedro I, com o auxílio de sua tropa, dissolveu a Assembléia, Caneca, que fez resistência no interior, foi condenado à morte.
prendendo algumas lideranças e expulsando-a do país como os
irmãos Andrada. Este episódio ficou conhecido como “A noite
3) Relações Internacionais
da agonia”. Em 1824, D. Pedro I Outorgou (impôs) uma
Constituição redigida por um Conselho de Estado de 10 pessoas,
nomeada pelo imperador. Esta nova carta seguiu as linhas gerais Renovação dos Tratados com a Inglaterra

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Entre 1827 e 1828, o Brasil renovou os Tratados de 1810 com a Partidários do imperador o assassinaram e ninguém foi
Inglaterra, mantendo assim uma política de livre cambismo. punido. O crime abalou a opinião pública que passou a
Esta atitude o que desagradou bastante uma parcela da elite desconfiar de D. Pedro I. Noite das Garrafadas
colonial, interessada na proteção do mercado brasileiro. Pode- Na busca de apoio às províncias o imperador foi a Minas, mas
se acrescentar a questão da Lei Anti-Tráfico Negreiro assinada foi mal recebido. Devido esta recepção fria, os portugueses do
por Rio de Janeiro resolveram fazer uma festa de retorno para o
D. Pedro, porém nunca levada em conta, ficando famosa como mesmo. Brasileiros resolveram acabar com a festa e foram
“a lei para inglês ver”. recebidos com garrafas lançadas das janelas e sacadas das
A Guerra da Cisplatina casas.
Esta guerra (1825-1827) foi para manter a região que foi Troca de Ministério
dominada durante o governo de D. João VI e interesses políticos Opositores acusaram D. Pedro I pela crise política e convulsões
na região. Acabou consumindo recursos do combalido Tesouro nas ruas e pedem para trocar ministério. O imperador nomeia
Nacional e sacrificando os jovens soldados, o que a tornava um ministério neutro, chamado de Ministério Brasileiro. Porém
bastante impopular. A Inglaterra tinha interesses comercias, este ministério não reprimiu as manifestações populares e D.
incentivando a independência do Uruguai. A guerra e a derrota Pedro trocou novamente, colocando um ministério de
fez aumentar a impopularidade de D. Pedro I. defensores do "absolutismo", chamado de Ministério dos
Marqueses.
4) A crise econômica Abdicação do trono
D. Pedro I perdeu apoios da elite agrária, dos políticos
Crises na Exportação e na Economia monarquistas e dos militares, que, juntamente com a pressão
Os produtos tradicionais exportados estavam em queda no popular, o faz abrir mão do poder em 7 de abril de 1831,
mercado internacional e os gastos com empréstimos externos, abdicando o trono a favor de seu filho. Estava consolidada a
pagamento de mercenários nas lutas de independência e revoltas independência sem o perigo do retorno de união do Brasil com
internas, na Guerra da Cisplatina, etc. fazia com que a crise Portugal e a aristocracia rural colocada no poder.
econômica no Império aumentasse. A sociedade passou a
criticar e se opor ao governo de D. Pedro I.
4. O PERÍODO REGENCIAL
Falência do Banco do Brasil
O Banco do Brasil ficou quebrado após a saída de D. João VI,
1) A regência Trina
que limpou os seus cofres antes de partir para Lisboa. Durante
o 1° Reinado não conseguiu se manter, falindo após um acordo
Provisória Constituição
com o “Partido Português”.

de 1824
5) Crise política e abdicação de D. Pedro I
Pela Constituição do Império, o descendente do imperador só
poderia assumir o governo se maior de 18 anos, ou um parente
Sucessão do trono português
herdeiro será regente se maior que 25 anos. Sem estas
Com a morte de D. João VI em 1826, D. Pedro passou a ajudar
condições, o governo ficará com uma Regência Trina eleita.
financeiramente a guerra entre os liberais e os absolutistas que
Regência Provisória
apoiavam o seu irmão, D. Miguel. A intervenção nos assuntos
Para conter as agitações populares foi escolhida uma regência
portugueses trazia desconfiança da sociedade em relação a D.
trina provisória até a eleição da nova regência. Ela foi montada
Pedro I e os gastos de ajuda aos liberais mais prejuízo aos cofres
mantendo-se um equilíbrio entre os conservadores, liberais e os
do Império.
militares. Foram eleitos Francisco de Lima e Silva (exército) ,
Morte de Líbero Badaró Carneiro Campos (Conservador) e Nicolau Pereira (Liberais).
Jornalista de São Paulo fazia forte crítica a D. Pedro I.
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Durou de abril a maio de 1831. Buscou estabelecer paz interna. Araújo Lima se tornou um conservador extremo. Lutou pelo fim
Deu anistia aos revoltosos contra D. Pedro I e presos políticos. da descentralização dada pelo ato adicional de 1834. Em seu
governo criaram instituições ligadas ao governo como o IHGB
Poder para a Câmara
e
A Câmara passou a ter mais poder uma vez que o Poder
Moderador ficou suspenso e a regência trina não poderia Arquivo Público (atual Arquivo Nacional). Saiu do governo
dissolver a mesma. após
Grupos Políticos
o “golpe da maioridade”.
Liberal Moderado: Buscavam autonomia para as províncias,
Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840)
mas defendiam o regime monárquico.
Ocorrido dentro do governo de Araújo Lima, facilitava a volta
Liberal Exaltado: Eram a favor de uma República Federalista
da centralização do poder retirando a autonomia dada às
nos moldes americanos.
províncias no Ato Adicional de 1834.
Restaurador: Queriam a volta de D. Pedro I ao poder.

3) O Golpe da Maioridade (1840)


2) O avanço liberal e o regresso

Clube da Maioridade
conservador Regência Trina Permanente
Os liberais queriam retornar ao poder e para isto iniciaram a
O poder ficou equilibrado entre a aristocracia do norte, a
divulgação da idéia de antecipar a maioridade de D. Pedro II.
aristocracia do sul e os militares. As agitações populares e a
Os liberais tinham apoio dos palacianos (pessoas que viviam
instabilidade política continuaram. Foram escolhidos Francisco
em torno do jovem imperador), que queriam de alguma forma
de Lima, Bráulio Muniz ( Norte) e Costa Carvalho (Sul).
se beneficiar do poder.
Guarda Nacional (1831)
“Quero Já”
Diogo Feijó era Ministro da Justiça e criou uma força
Os liberais conduziam agitações pela antecipação da
paramilitar censitária com o objetivo de manter a ordem social
maioridade e, diante das petições pela restauração monárquica,
e defender a integridade territorial do Império. As tropas
o regente Araújo Lima dirigiu-se ao imperador para perguntar-
formadas pelo governo eram feitas pelas elites locais.
lhe quando ele queria assumir o poder.
Ato Adicional de 1834 – Experiência Republicana
Foi criada por causa das pressões e agitações dos Liberais
4) Revoltas do Período
Exaltados. Algumas medidas:
Autonomia política para as províncias - Criação do legislativo
Balaiada – Maranhão (1838/41)
provincial.
Havia uma disputa entre os partidos Liberal (bem-te-vi) e
Extinguiu o Conselho de Estado (Era usado pelo imperador
Conservador (Cabanos). Eles usavam os vaqueiros como massa
para consulta no uso do Poder Moderador).
de manobra política. Foi a partir da prisão autoritária de um
Criou a Regência Una
mulato, e a sua posterior libertação na vila de Manga que
Instituiu o Município
negros, mulatos e soldados revoltados, iniciam um movimento
Neutro.
de destruição por onde a rebelião passava. Fizeram algumas
Regência Una de Feijó (1835/37)
exigências para acabar com o conflito, mas o governo não
Feijó era um liberal, mas queria um executivo centralizado.
aceitou. A rebelião continuou até ser desbaratada pelo futuro
Grandes revoltas começam em seu governo (Cabanagem e
Duque de Caxias.
Farroupilha). Foi acusado de ser simpatizante com os
Sabinada – Bahia (1837/38)
Farroupilhas. Não conseguiu resolver as agitações sociais,
A instabilidade política na Bahia cresceu após a guerra de
sendo criticado e pressionado, o que acabou fazendo-o
independência. Estando também a região em crise econômica,
renunciar.
as camadas médias e populares se revoltaram contra o governo
Regência Una de Araújo Lima (1837/40)
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da regência, e proclamaram a república até a maioridade de D.
Pedro II. O movimento foi duramente reprimido pelas tropas
do governo, que contou com apoio dos grandes proprietários
rurais da região. Cabanagem – Pará (1834/40)

A economia e o comércio eram controlados por


comerciantes portugueses, enquanto a situação da população
era de miséria. Com a independência não houve mudanças.
Mestiços, brancos pobres e indígenas, juntos com grandes
proprietários de terras tomam o governo local rompendo com a
Regência. Em 1836 a revolta se radicaliza, e o jovem Eduardo
Angelim rompe com o Império proclamando a República. O
movimento foi reprimido de forma rigorosa pelas tropas do
governo.

Farroupilha – Rio Grande do Sul (1835/45) O pagamento de


altos impostos pelos produtos fabricados na região, não
protegendo o charque gaúcho da concorrência externa, o alto
preço do sal e a falta de interesse do governo em dar assistência
à região, levou a oligarquia da região a se revoltar contra o
governo central. A revolução acabou rompendo com o governo
e proclamando a República Juliana. Após desgastes de ambos
os lados, o movimento terminou com um acordo entre as partes
presidido por Bento Gonçalves e Duque de Caxias. Foi a Paz
de Ponche Verde, que, dentre outras cláusulas, devolvia as
propriedades tomadas dos Farroupilhas, ingressavam os
comandantes e as tropas farroupilhas no exército e dava
liberdade aos negros que lutaram na revolução.

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