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Trabalho Prático de Viticultura

Influência da casta no vigor, fertilidade e


produção da videira

Marco Neves, nº 26071


1. Introdução 2

2. Objetivos 2

3. Material 2

4. Métodos 2
4.1. Clima e solo 3
4.2. Caracterização morfológica da videira 6
4.3. Casta e Porta-enxerto 6
4.3.1. Porta-enxerto 6
4.3.2. Castas 7
4.3.2.1. Problemas no lenho encontrados 8
4.4. Sistema de condução e técnicas culturais 8

5. Resultados 10

6. Discussão 11

8. Referências bibliográficas 14

Anexos 16

1
1. Introdução

As variedades ou castas apresentam uma identidade morfológica única das mesmas, que se
define pela sua morfologia (p.e. morfologia das folhas), comportamento, resposta ao stress entre
outros critérios de variabilidade.

Neste trabalho, queremos avaliar o nível de abrolhamento, fertilidade, vigor e produção nas
castas Macabeu e Moscatel Galego. Para tal, vamos caracterizar o local a nível edafo-climático, a
tecnologia vitícola utilizada, o porta-enxerto usado, técnicas culturais, sistema de condução, fatores
de produção e as decisões tomadas ao longo do ano até à colheita.

Toda a análise destas castas é realizada na Vinha dos Brancos ou Vinha da Meia Encosta, na
Tapada da Ajuda. Esta vinha apresenta um compasso de 2,5 m: 1 m, uma densidade de 4000 pl/ha,
com uma orientação das linhas na direção Norte-Sul e um sistema de condução em poda curta, 4 a 7
talões por videira.

2. Objetivos

- Contacto directo com uma vinha de castas brancas instalada na Tapada da Ajuda conduzida
em monoplano vertical ascendente e podada em cordão Royat unilateral.

- Observação da estrutura das cepas, morfologia dos órgãos e análise do efeito da casta nas
respostas anuais ao nível do abrolhamento, fertilidade, produção e vigor.

- Aprofundar o reconhecimento da estrutura das cepas, dos órgãos da videira e a sua


localização.

3. Material

- Fichas de registo; - Fita métrica;

- Lápis/caneta/computador ou tablet; - Balança dinamómetro;

- Planta da vinha; - Ráfia;

- Tesoura de poda;

4. Métodos

Foram feitas várias visitas à vinha de castas brancas conduzidas em monoplano vertical
ascendente, tendo sido atribuídas ao nosso grupo 4 linhas correspondentes a 2 castas, as linhas 4 e
5 da casta Macabeu e as linhas 6 e 7 da casta Moscatel Galego, todas com porta enxertos 110 R. Em
cada linha selecionamos 5 videiras que foram sujeitas aos seguintes registos:

a) Identificação de todos os órgãos aéreos;

b) Determinação da carga (nº de olhos) deixada à poda no ano anterior;

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c) Contagem do número de sarmentos de acordo a sua classificação em normal ou ladrão e
registo da base para a extremidade da ordem do olho de origem dos sarmentos normais no
talão;

d) Estimativa do número de cachos por sarmento e por videira através da base do pedúnculo
dos cachos deixados pelos vindimadores.

e) Poda das respetivas videiras, separação da lenha do ano e respetiva contagem e pesagem
em balança dinamómetro.

4.1. Clima e solo

No Instituto Superior de Agronomia, na vinha de castas brancas, há uma estação


meteorológica que fornece dados diários sobre a precipitação, a velocidade do vento, a humidade
relativa do ar e da temperatura e a intensidade da radiação solar. Com estas observações
conseguimos caracterizar os aspectos climáticos da área em estudo.

Fig. 1 - Desenho esquemático dos elementos da estação meteorológica.

Elementos da Estação Meteorológica:

- Termohigrómetro mede a humidade relativa do ar e temperaturas maximas e minimas;


- Psicrómetro é um instrumento constituído por um termómetro seco e outro húmido, destinado
a determinar a humidade relativa da atmosfera;
- Piranômetro um instrumento que mede a intensidade da radiação solar global incidente numa
superfície;
- Pluviómetro também conhecido por udómetro, que mede a a precipitação;

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- Anemómetro, instrumento que mede a velocidade do vento ou de outros fluídos em
movimento;

Caracterização climática

De acordo com a classificação climática de Thornthwaite, o clima da Tapada da Ajuda


(coordenadas geográficas 38°42'27.6"N 9° 10' 56.3"W) caracteriza-se como temperado húmido, com
verão quente e seco e um inverno fresco e chuvoso, como podemos ver na Fig.2 onde nos meses de
verão (Junho, Julho, Agosto e Setembro) temos temperaturas médias altas e precepitações médias
baixas, enquanto nos meses de inverno (Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março) observamos o
oposto. Assim, podemos classificá-lo como Csa (Anexo 1). A altitude varia entre os 20 a 140 m acima
do nível do mar.

Fig. 2 - Temperatura Média e Precipitação Média observadas durante os meses de Janeiro a


Dezembro de 2022. Fonte: www.meteoagri.com

Para um clima ser classificado como Csa tem que seguir os seguintes requisitos: para ser
considerado do tipo C a temperatura média do mês mais quente tem de ser superior ou igual a 10 °C,
como observamos na Fig. 2 para o mês de Julho que tem 24,7 °C, e a temperatura média do mês
mais frio tem de ser inferior a 18 °C, mas superior a -3 °C, como observamos na Fig. 2 para o mês de
Janeiro que tem 11,6 °C; para ser considerado do tipo s a precipitação do mês mais seco do verão,
tem de ser inferior a 30 mm e menor que um terço da precipitação do mês mais húmido do inverno, o
que é cosntatado na Fig. 2 para o mês de Agosto e Dezembro, respetivamente; e para ser
considerado do tipo a temperatura média do mês mais quente tem de ser 22 °C ou superior,
confirmado na Fig. 2 para o mês de Julho.

Índices bioclimáticos

Considerando a importância da temperatura no crescimento da videira e composição do


bago, foram desenvolvidos diversos índices bioclimáticos. Estes índices são ferramentas de zonagem
vitícula com o objetivo de classificar e comparar a aptidão das diferentes zonas para a produção de

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uva, identificando e caracterizando novas áreas para a plantação e selecionando as melhores castas
a plantar nas devidas regiões. Também são usados para estimar o potencial de maturação e
compreender a variabilidade na composição dos bagos à vindima. Assim, temos:

- Índice de Winkler (IW), que foi um dos primeiros a ser desenvolvido e é bastante simples. É
calculado com base nos graus-dia acumulados (somatório das temperaturas ativas, ou seja,
temperatura média subtraída pela temperatura base da videira) e calcula-se entre 1 de Abril e
31 de Outubro. A nossa região tem cerca de 1700 graus-dia (Anexo 2a) e é caracterizada por
favorecer a produção de uvas com alto teor de açúcar, mas pouca acidez.

- Índice de Frescura Noturna à Maturação (IF), que é calculado pela média das temperaturas
mínimas do mês de maturação das uvas, Setembro. Este índice tem como objetivo aperfeiçoar
a avaliação dos potenciais qualitativos das regiões vitícolas, em relação aos aromas devido aos
metabolitos secundários presentes nas uvas, os polifenóis, assim como na cor, pois as
amplitudes térmicas significativas com noites amenas durante a fase de maturação tendem a
ser favoráveis para a produção de vinhos de qualidade. A região em estudo pertence à classe
IF 2.1 (Anexo 2b) que descreve noites temperadas quentes (>16 e ≤18ºC).

- Índice Heliotérmico de Huglin (IH). O índice heliotérmico de Huglin difere do índice de Winkler
por integrar a duração do dia e a temperatura máxima do ar, variáveis que têm uma forte
intervenção sobre o desenvolvimento e qualidade da uva. No cálculo considera o período entre
1 de Abril e 30 de Setembro. Permite uma boa discriminação do clima da região, combinado
com o IF, no que respeita às condições heliotérmicas globais durante o ciclo vegetativo da uva
e as condições de noite fria durante o período de maturação. A região em estudo pertence à
classe IH 4 (Anexo 2c) que descreve um clima temperado quente (>2100 e ≤2400).

Caracterização edáfica

De acordo com as classificações World Reference Base for Soil Resources (WRB) e dos
Solos de Portugal, os solos da Tapada da Ajuda são classificados como vertissolos, que apresentam
4 tipos de horizontes: Ap, B, BC e C.

Segundo Cardoso, os solos da vinha do Pavilhão pertencem à família dos barros


castanho-avermelhados não calcários originária de basaltos ou doleritos ou outras rochas eruptivas
básicas (Cb). São solos evoluídos, com teor de colóides de montemorilonite, o que lhes permite ter
características especiais, elevada plasticidade (enquanto húmido) e rijeza enquanto seco, podendo
apresentar fendilhamento quando o teor de humidade é muito baixo.

De acordo com Medina, esta família de solos é caracterizada por um perfil do tipo Ap Bw C,
de espessura entre 80 a 114 cm. É composta por poucos elementos grosseiros (pedras e calhaus -
Anexo 3). A origem destes solos é a rocha basaltica, com teores de argila superiores a 30%, com
presença de calcário fino na parte inferior de Bw ou só em C, podendo ou não conter calcário
grosseiro.

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4.2. Caracterização morfológica da videira

Fig. 3 - Constituição de uma videira (a) e de um talão (b).

4.3. Casta e Porta-enxerto

4.3.1. Porta-enxerto

A técnica da enxertia foi introduzida principalmente após a invasão pela filoxera e consiste em
unir duas videiras distintas, soldando fisiologicamente as raízes de uma videira (o porta-enxerto ou
cavalo) à parte área da variedade de interesse (o garfo ou cavaleiro). A escolha do porta-enxerto é
uma das decisões mais importantes de um viticultor, porque este irá reflectir-se na qualidade do
produto final – as uvas. Até à introdução do porta-enxerto, as videiras (o manso) eram plantadas
diretamente no solo e sobre as suas próprias raízes.

Nas castas em estudo, foi utilizado o porta-enxerto 110 Richter, sendo também uma cultivar
de porta-enxerto, resultante do cruzamento entre Berlandieri Rességuier nº 2 com Rupestris Martin.

Dados ampelográficos - Extremidade folhosa tearânea com bordadura avermelhada. Folhas


jovens verdes com reflexos bronzeados. Pigmentação antociânica média nas folhas da extremidade,
entrenós e nós vermelhos, gomos com pigmentação antociânica média. Folhas adultas brilhantes,
pequenas, reniformes, glabras, finamente bolhosas, com seio peciolar em U aberto, em forma de
chaveta. Dentes curtos, largos e convexos. Página inferior glabra.

Notas de adaptação e comportamento - Muito vigoroso, bem adaptado a solos pobres secos
e pedregosos. Imprime produtividade elevada, sendo de evitar em solos férteis ou húmidos, onde
pode provocar atrasos na maturação ou desavinho em castas mais sensíveis. Adapta-se bem a solos
com teores relativamente baixos tanto de potássio, como de magnésio. é moderadamente suscetível
a nematodes galícolas (género Meloidogynae). Não tolera solos salinos e resiste a teores de calcário
de 17%. Revela alguma falta de afinidade com o clone 101 da casta Syrah, que se manifesta por
clorose foliar.

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4.3.2. Castas

Moscatel Galego

É conhecido como Moscatel a bago Menudo (Espanha), Muscat à Petits Grains e Muscat de
Frontignan (França). Em Portugal está distribuído sobretudo na região do Douro, dando origem ao
vinho generoso designado por Moscatel de Favaios. Esta também é cultivada na região de Palmela,
mas em menor quantidade sendo designada como Moscatel do Douro.

Dados ampelográficos - Folha adulta média, com seios laterais pouco marcados, perfil
irregular e de fraco empolamento. Limbo pouco enrugado ou liso, com página inferior glabra, com
dentes médios retilíneos e irregulares. Seio peciolar aberto em V, por vezes fechado. Cacho médio,
cónico alado, de compacticidade variável em função da sensibilidade ou grau de ocorrência de
desavinho. Bago médio, verde amarelado ou roxo, na variante clonal com essa cor. Película pouco
espessa, polpa mole e suculenta com sabor a moscatel.

Dados vitícolas e enológicos - Casta muito precoce, de vigor médio, pelo que em solos férteis
e determinados anos, é bastante sensível ao desavinho e bagoinha (acidentes fisiológicos que
provocam quebra na produção maioritariamente devido a fatores abióticos).

Uma casta bastante sensível ao oídio. Os mostos desta destinam-se à elaboração de vinhos
generosos moscatéis, ou lotes de vinhos secos, para conferir aromas terpénicos.

Porte semi-erecto. Vigor médio. Adapta-se bem a terrenos calcários. Sensível ao oídio e à
podridão cinzenta. Bastante sensível aos ácaros.

Macabeu

De origem bastante controversa, a Macabeo é também conhecida pelo nome de Viura. Isso
certamente contribuiu para a confusão quanto a sua origem. Há quem diga que a casta é proveniente
da Ásia Menor, dos Pirineus Orientais (França) ou ainda da própria Espanha, da comunidade de
Aragão.

Dados ampelográficos - Casta com floração média tardia, maturação tardia e ciclo longo.
Folhas adultas grandes, com cinco lóbulos. Seio peciolar pouco aberto ou fechado. Cachos muito
grandes e compactos, com pedúnculo curto. Bagos de tamanho médio grande, de forma arredondada
e pele grossa, muito uniformes e com pouca pruína. Porte erguido.

Dados vitícolas e enológicos - Casta com vigor médio alto, alta fertilidade e de alta produção.
É uma casta rústica e adaptável, evitando a sua plantação em fatores abióticos extremos (solos
frescos e húmidos como em solos demasiado secos), onde demonstra propensa à dessecação e
senescência precoce das folhas. Devido às suas boas características de produção é aconselhado um
sistema de poda curta, sendo este adaptado consoante o comportamento e vigor da casta.
Variavelmente sensível ao vento, sendo mais conveniente a produção em plano unilateral vertical.
Para conseguir uma produção de qualidade é importante controlar o rendimento e o excesso de vigor
evitando todos aqueles fatores que o favorecem: rega, fertilizante nitrogenado excessivo, marcos
longos de plantação, porta-enxertos vigorosos. Ainda assim é importante a eleição adequada da data
da vindima e uma esmerada elaboração para conseguir vinhos de qualidade.

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É muito sensível à podridão cinzenta (Botrytis cinerea), sensível a ácaros, oídio, necrose
bacteriana e pouco sensível ao míldio. O macabeo é uma variedade polivalente. Segundo as
condições de cultivo, permite obter brancos secos, espumosos e inclusive vinhos doces naturais.

Os vinhos apresentam uma baixa concentração em potássio, com níveis médios de ácido
tartárico e de ácido málico. Em ocasiões a sua carga aromática potencia-se na mistura com outras
variedades.

4.3.2.1. Problemas no lenho encontrados

Durante a poda das nossas cepas em estudo deparamo-nos com sinais de doença do lenho.
Sinais estes que remetem para problemas associados a fungos presentes no xilema e as videiras
como resposta produzem taninos condensados de modo a “isolarem” o agente patogénico em causa
(fungo) para que ele não progrida e cause mais danos nos tecidos xilemicos.

Existem diferentes doenças do lenho, como por exemplo pé-negro (causado por fungos
Cylindrocarpon spp. e Campylocarpon spp.), doença de Petri ou “esca em vinhas jovens” (causado
por fungos Phaeomoniella chlamydospora e Phaeoacremonium spp.) ou doença de esca
(destacando se como causadores Pa. chlamydospora, Eutypa lata, Botryosphaeria spp.).

Os sintomas de doenças do lenho foram encontrados tanto nas videiras da casta Macabeu
como nas da casta Moscatel Galego.

Fig. 4 - Sintomas de doenças do lenho (a) e (b).

4.4. Sistema de condução e técnicas culturais

O sistema de condução utilizado ao longo da vinha é o Monoplano Vertical Ascendente


(Anexo 4). Promove o crescimento vertical do tronco através do auxílio de varas fixas ou móveis que
o mantém vertical. Este é o sistema mais utilizado nas vinhas por se adaptar melhor à mecanização,
em relação a outros sistemas.

Alguns estudos apontam para a boa adaptação à vindima mecânica, à pré-poda e à


orientação mecânica do coberto. O bom funcionamento deste sistema exige a orientação da
vegetação em momento oportuno, implicando uma elevada necessidade de mão de obra em parcelas
onde esta etapa seja feita manualmente (Magalhães, 2019).

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O sistema de poda utilizado foi do tipo poda curta em cordão Royat Unilateral. Esta poda foi
realizada em videiras de 4 a 7 talões, geralmente a 2 olhos. Este sistema é apenas indicado para
sebes ascendentes.

Uma vez estabelecido, a maior vantagem deste sistema reside na facilidade e rapidez de
execução e por outro lado os cachos ficam bem expostos e acessíveis aos tratamentos. Como
inconveniente, é exigente na poda de formação que é também demorada, e é difícil de equilibrar a
vegetação em todo o cordão (Vinho Verde, https://viticultura.vinhoverde.pt/pt/sistemas-de-poda).

O sistema de rega utilizado foi de fertirrega. A vinha está dividida em dois setores com 0,8 ha
cada:

- 1º setor: linha 1 a 29
- 2º setor: linha 30 a 63

Neste sistema, as linhas encontram-se afastadas por 2,5 m com um gotejador por cepa, de
2,5 L/h afastados de 1 metro.
Para fazer a ligação ao sistema de fertirrega (Anexo 5), o antigo tubo de abastecimento foi
cortado, o porta-rampas foi fechado e depois seccionado na zona da linha 30. Um tubo que vem da
casa da rega liga-se ao porta-rampas no início (linha 1) regando o setor 2, e o outro tubo vem
enterrado paralelamente ao porta-rampas até à linha 30, onde é ligado ao porta-rampas para
abastecer o setor 1 (Powerpoints fornecidos).

O centro de Fertirrega foi instalado no antigo PT, perto da cantina, pois apresenta diversas
vantagens em relação a outras localizações consideradas, tais como:

- Fica no centro de toda a área a regar;


- Tem instalação elétrica a funcionar;
- A conduta com água que vem do reservatório debaixo do miradouro passa a uma distância
de 10 m;
- A pressão hidrostática disponível é de cerca de 8 bares.

O reservatório que é abastecido pelo furo tem um sistema que permite que a bomba entre em
funcionamento quando atinge um nível mínimo e que pare quando atinge um máximo. Esta solução é
semelhante à que temos em casa e permite que a água esteja sempre disponível. O problema de
excesso de pressão foi ultrapassado com a introdução de um regulador (Powerpoints fornecidos).

As operações/ técnicas culturais e fatores de produção utilizados, respectivos apenas às


nossas castas, com respectivas datas e descrições, encontram-se descritas no caderno de campo da
vinha de 2022, que se encontra no Anexo 6.

5. Resultados

Devido a uma impossibilidade de fazer a poda numa das linhas da casta Macabeu (linha 4),
utilizámos, para essa linha, valores do ano anterior de um sarmento (0,041 kg), também da casta
Macabeu. Na linha 7, já da casta Moscatel Galego, também não foi possível a poda de duas videiras,
pelo que, para os cálculos, usamos o peso da lenha de poda apenas das 3 videiras que conseguimos

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efetivamente podar, bem como o valor do peso médio dos cachos apenas para essas videiras. É de
realçar que os valores do peso dos cachos por casta também nos foram fornecidos pelo docente.

Após o registo dos valores em excel, decidimos utilizar diversas fórmulas, como podemos ver
de seguida, para obter alguns dos resultados pretendidos.

Percentagem de abrolhamento = Nº olhos abrolhados (independentemente de terem originado um ou


mais sarmentos) / Carga à poda x 100

Percentagem de abrolhamento múltiplos = Nº de abrolhamentos múltiplos (olhos que originam 2 ou


mais sarmentos) / Carga à poda x 100

Índice de fertilidade potencial = Nº cachos / Nº olhos abrolhados

Índice de fertilidade prático = Nº cachos / carga à poda

Índice de Ravaz = produção (kg) / peso da lenha de poda (kg)

Quadro 1 - Valores médios e desvios padrão respetivos do número de olhos abrolhados por cepa, da
carga deixada à poda, do número de ladrões por cepa, da percentagem de abrolhamento, do número
de sarmentos normais, da percentagem de abrolhamentos múltiplos e de abrolhamento da coroa.

Nº de % de
Nº de olhos Carga à Nº de % de
ladrões % de abrolhamento
Castas abrolhados poda por sarmentos abrolhamentos
por abrolhamento do olho da
por videira videira normais múltiplos
videira coroa

Macabeu 8,9 11,6 12,2 ± 3,6 76,2 ± 9,9 9,8 ± 2,3 8,4 ± 9,9 10 ± 30

Moscatel
11,8 12,3 12 ±1,3 96,3 ± 6,4 12,1 ± 1,2 2,4 ±3,8 10 ± 30
Galego

Quadro 2 - Valores médios e desvios padrão respectivos do peso médio dos cachos e da lenha da
poda, estimativa da produção de uvas, dos índices de fertilidade potencial e prático, do índice de
ravaz e dos diâmetros do tronco a 10 e 20 cm da enxertia.

Peso
Estimativa Média Ø 10 Média Ø 20
médio Peso da Índice de Índice de Índice
da cm acima cm acima
Castas dos lenha de fertilidade fertilidade de
produção enxertia enxertia
cachos poda (kg) potencial prático Ravaz
de uvas (cm) (cm)
(kg)

Macabeu 0,447 0,64 ± 0,2 2,9 ± 0,8 0,52 ± 0,19 0,42 ± 0,17 5 ± 2,2 14,04 ± 1,2 13,09 ± 1,2

Moscatel
0,186 0,46 ± 0,02 1,5 ± .0,3 0,50 ± 0,14 0,50 ± 0,16 3,3 ± 0,6 14,66 ± 0,8 14,02 ± 0,7
Galego

Iremos então analisar os valores obtidos e comparar os seus resultados, tendo também por
base os gráficos obtidos para alguns parâmetros de ambas as castas em estudo no Anexo 7.

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6. Discussão

O tratamento de dados referentes às 20 cepas, 5 de cada 2 linhas de cada casta das uvas
brancas, castas Macabeu e Moscatel Galego, que foram selecionadas de forma a ter um número
semelhante de talões foram submetidos à análise de variância (ANOVA).

A percentagem de abrolhamento consiste num indicador de crescimento vegetativo potencial


da planta sendo dado com base no número de olhos, de 1º, 2º e de 3º ordem deixados à poda que
abrolham, não incluindo os olhos da coroa, dependendo assim da carga à poda e do vigor da videira.
Assim, ao observarmos o quadro 1 vemos que a casta Moscatel Galego e a casta Macabeu
apresentam uma carga à poda semelhante, em média, 12 olhos por videira, apesar de ser
ligeiramente superior na casta Moscatel Galego. Em relação ao nº olhos abrolhados enquanto a casta
Moscatel Galego tem um maior número de olhos abrolhados, em média 12, a casta Macabeu tem
apenas, em média, 9 olhos abrolhados por cepa, traduzindo-se, assim, numa maior percentagem de
abrolhamento para a casta Moscatel Galego. O desvio-padrão deste parâmetro é elevado,
principalmente para a casta Macabeu, havendo grande dispersão de dados.

O índice de fertilidade reflete o número de cachos que foram originados por olho abrolhado,
assim, confirmamos claramente que se a videira produzir um maior número de cachos em relação
aos olhos abrolhados traduz-se numa maior produção de uva reduzindo o crescimento vegetativo.
Analisando o quadro 2 referente ao índice de fertilidade potencial confirmamos que a casta Macabeu
tem um maior índice, visto apresentar menos olhos abrolhados reduzindo no crescimento vegetativo,
de forma a direcionar os seus nutrientes para maximizar a produção de uva. Para o índice de
fertilidade prático constatamos que a casta Moscatel Galego tem um maior índice, visto apresentar
uma maior carga à poda, ou seja, maior quantidade de olhos deixados à poda dos anos anteriores,
que é proporcionalmente superior ao número de cachos entre as duas castas em estudo. Salienta-se,
ainda, que para estes dois parâmetros verifica-se alguma homogeneidade nos dados, visto o valor do
desvio-padrão ser relativamente pequeno.

Em relação ao número de sarmentos normais, sarmentos de unidade de frutificação, ou seja,


que sustentam a produção de cachos e por isso da uva, é maior na casta Moscatel Galego, o que era
de esperar visto ter um maior número de olhos abrolhados, pelo quadro 1.

No que toca ao número de sarmentos ladrões, sarmentos que abrolham fora da unidade de
frutificação, tendo uma fertilidade bastante inferior, são importantes serem contabilizados, visto
consumirem os nutrientes destinados às unidades de frutificação. Esta percentagem é indicador do
potencial vigor da cepa, pois quanto maior o número de sarmentos ladrões significa que a cepa tem
força para crescer e engrossar. Deste modo pode-se reduzir os ladrões ao aumentar o número de
olhos a preservar por talão aquando da poda, pois cargas à poda reduzidas reforçam o crescimento
de rebentos de olhos adventícios, os ladrões. Assim, o número de sarmentos ladrões depende da
poda dos anos anteriores e da complexidade dos talões. Deste modo, pelo quadro 1 vemos que a
casta Macabeu apresenta um maior número de ladrões comparativamente à casta Moscatel Galego.
Concluímos que há um maior desequilíbrio nas videiras da casta Macabeu devendo aumentar o

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número de olhos a preservar por talão aquando da poda, com o objetivo de maximizar a produção de
uva.

A contabilização do número de abrolhamentos verificados nos olhos da coroa é importante,


visto ser um indicador de desequilíbrio na videira que quando abrolha condiciona o vigor dos
restantes sarmentos, sendo a sua fertilidade baixa. Os olhos da coroa raramente abrolham (Fig. 6),
uma vez que a videira promove o abrolhamento dos olhos de acordo com a dominância apical (Fig.
5), no entanto se tiver nutrientes suficientes e uma carga à poda reduzida pode promover
abrolhamento do olho da coroa, bem como dos olhos adventícios, os ladrões. Assim, este parâmetro
depende do número de olhos deixados aquando da poda, ou seja, da poda dos anos anteriores.
Deste modo deve-se intervir com uma poda corretiva e com a correção do número de lançamentos
normais e ladrões, de maneira a controlar a resposta da planta, de forma a promover a máxima
produção de uva com qualidade. Ao analisar o quadro 1 apuramos que ambas as castas em estudo
revelam uma igual percentagem de abrolhamento do olho da coroa, mas com um grande grau de
dispersão referente a dados com valores muito heterogéneos, visto ser raro o abrolhamento de um
olho da coroa.

Fig. 5 – Talão com 2 olhos abrolhados Fig. 6 – Talão com olho da coroa abrolhado

A percentagem de abrolhamentos múltiplos consiste no facto de num olho haver pelo menos
2 abrolhamentos, e esta é maior na casta Macabeu, apesar do elevado grau de dispersão entre
dados, o que juntamente com o número de sarmentos de ladrões, reforça que esta casta tem um
maior desequilíbrio. Perante isto, podemos já concluir que a casta Macabeu apresenta maior vigor
devendo aumentar, mais uma vez, no número de olhos a preservar por talão aquando da poda.

A respeito da estimativa da produção de uvas fornecido pelo número e o peso médio do


cacho, a casta Macabeu apresenta uma maior estimativa de produção de uva, pois apesar de estar
em maior desequilíbrio, apresenta uma maior índice de fertilidade potencial, bem como um maior
peso médio dos cachos. Para este parâmetro consta-se homogeneidade nos dados, visto o valor do
desvio-padrão ser muito baixo.

O peso da lenha da poda (Fig. 7) permite determinar o vigor das castas. O vigor da videira
está relacionado com diversos parâmetros fisiológicos e agronómicos, como a área foliar, a produção,
as dimensões, a caracterização do coberto, entre outras, podendo ser definido pela taxa de
crescimento dos sarmentos. E como esperado, pelo quadro 2, a casta que apresenta maior peso da
lenha da poda é a Macabeu, no entanto, como houve alguns imprevistos na recolha de dados de
campo, podemos confirmar esta afirmação através do diâmetro a 10 e a 20 cm do tronco da zona de
enxertia (Fig 8 e 9). Assim, constatamos que tanto a 10 como a 20 cm da zona de enxertia o diâmetro
do tronco é maior na casta Moscatel Galego contrariando o que foi dito anteriormente. No entanto, o

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grau de dispersão dos dados do diâmetro do tronco é maior na casta Macabeu, enquanto na casta
Moscatel Galego há homogeneidade nos dados, isto pode-se dever ao facto de a casta Macabeu
estar em maior desequilíbrio, alocando as reservas para a produção da uva, em vez de serem usadas
no crescimento vegetativo, reduzindo no vigor dos sarmentos e aumentando na estimativa de
produção da uva, devido a um maior índice de fertilidade potencial e por sua vez a um menor nº de
olhos abrolhados. Assim, é possível perceber que a casta Macabeu, apesar de tudo, tem maior vigor
ao se refletir numa maior produção de uva, e não no crescimento vegetativo.

Fig. 7 - Peso da lenha Fig. 8 - Diâmetro do tronco a Fig. 9 - Diâmetro do tronco a

da poda 10 cm acima da enxertia 20 cm acima da enxertia

A razão entre frutificação e vegetação é dada pelo peso dos frutos produzidos e o peso da
lenha da poda, avaliando, assim, o equilíbrio entre a produção de uva e o vigor das videiras, sendo
estimado pelo Índice de Ravaz. De acordo com Kliewer e Dokoozlian (2005), o Índice de Ravaz deve
situar-se entre 5 e 10, para alcançar a maturação da uva, embora valores acima de 7 já indicam
algum risco de esgotamento das reservas da planta, como os carboidratos e os nutrientes, devido a
algum excesso de produção de uva, sendo que índices acima de 10 representam videiras pouco
vigorosas e com elevada produção. Já os valores menores que 5 caracterizam o excesso de vigor
das videiras e a baixa produção de uva. A partir do quadro 2 observamos que a casta Macabeu
apresenta um maior índice de ravaz. Enquanto a casta Moscatel Galego revela baixa produção e
excesso de vigor, razão pela qual a média do diâmetro do tronco é maior comparativamente à casta
Macabeu, a casta Macabeu apresenta um vigor e produção equilibrados, visto estar dentro dos
valores normais. Contudo é possível aumentar este valor, visto que esta casta tem vigor suficiente
para sustentar um maior número de olhos por talão aquando da poda, razão pela qual salientou-se
algum desequilíbrio relativamente ao número de sarmentos ladrões e à percentagem de
abrolhamentos múltiplos.

7. Conclusão

A casta Macabeu é a que tem mais vigor em função da maior estimativa de produção de uva,
apesar de a casta Moscatel Galego apresentar em média um maior diâmetro do tronco tanto a 10 cm
quanto a 20 cm acima da enxertia. Esta situação pode ser justificada pelo índice de ravaz em que
como a casta Moscatel galego apresenta um valor inferior a 5 traduz-se numa baixa produção e
excesso de vigor. A casta Macabeu apresenta um maior valor do índice de ravaz dentro dos
parâmetros normais traduzindo-se num vigor e produção equilibrados. No entanto, como já foi

13
referido, é possível aumentar este valor, visto que esta casta tem vigor suficiente para sustentar um
maior número de olhos por talão aquando da poda, razão pela qual salientou-se algum desequilíbrio
relativamente ao número de sarmentos ladrões e à percentagem de abrolhamentos múltiplos.

Assim, para a casta Macabeu deve-se aumentar a carga de gemas possibilitando um melhor
equilíbrio vegetativo-produtivo, com redução do peso de poda, e obtenção do Índice de Ravaz mais
elevado e adequado para a elaboração de vinhos de qualidade. Para a casta Moscatel Galego
deve-se reduzir a carga à poda de forma a alocar as reservas para maximizar a produção de uva,
com o objetivo de aumentar o índice de ravaz.

Em suma torna-se bastante importante uma correta intervenção na poda, visto que controla a
resposta da planta ao número de lançamentos normais e ladrões, com o objetivo de a casta
responder com um vigor suficiente para assegurar a produção do ano seguinte e a perenidade das
videiras.

8. Referências bibliográficas

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15
Anexos
Anexo 1 – Clima de Portugal Continental, segundo a classificação climática de Koppen. Fonte: IPMA

Anexo 2 – Índices em Portugal Continental: a) Índice de Winkler (IW); b) Índice de Frescura Noturna à
Maturação (IF) c) Índice Heliotérmico de Huglin (IH);

Fonte: IPMA

16
Anexo 3 - Dados analíticos do perfil do solo Fonte: Victorino G. Adaptado: Medina.

Anexo 4 - Representação do Monoplano Vertical Ascendente. Fonte: Revista Brasileira de Fruticultura,


29.

Anexo 5 - Sistema de fertirrega utilizado para a rega das castas Macabeu (MA) e Moscatel Galego
(MG).

17
Anexo 6 - Operações culturais realizadas de dezembro de 2021 a agosto de 2022 às castas Macabeu
(MA) e Moscatel Galego (MG). Fonte: Powerpoints fornecidos.

Data Casta Fenologia Operação Máquinas Nome Finalidade Quant. Obs.


Cultural Comercial
(S.A.)

Dez - Fev MA e MG Repouso Poda Tesoura manual e elétrica


Vegetativo

Jan - Fev MA e MG Repouso Controlo de Tractor New Controlo de infestantes na entre-linha com o
Vegetativo infestantes Holland + corta-mato
Corta-mato

01/04/22 MA Repouso 1º Tractor New Curenox Míldio e 3 kg/ha Volume


Vegetativo/ Tratamento Holland + (Oxicloreto Escoriose 5 kg/ha de
Abrolhamen Fitossanitário Pulverizador de cobre) calda:
to Thiovit Jet 50 L
(Enxofre
molhável)

01/04/22 MG Cachos 1º Tractor New Cabrio top Míldio e 1,5 Volume


visíveis/ Tratamento Holland + (Metirame + Escoriose kg/ha de
Botões Fitossanitário Pulverizador Piraclostrob calda:
Florais ina) 150 L
Separados

08 a MA e MG Cachos Controlo de Tractor New Controlo de infestantes na entre-linha com o


11/04/22 visíveis/ infestantes Holland + corta-mato
Botões Corta-mato
Florais
Separados

13/04/22 MA e MG Cachos 2º Tractor New Cabrio top Míldio e 1,5 Volume


visíveis/ Tratamento Holland + (Metirame + Escoriose kg/ha de
Botões Fitossanitário Pulverizador Piraclostrob Doenças 100 calda:
Florais ina) 200 L
de lenho ml/ha
Separados Score
(Difenocona
zol)

29/04/22 MA e MG Cachos 3º Tractor New Armetil Míldio e 2 kg/ha Volume


visíveis/ Tratamento Holland + (Folpete + Escoriose 300 de
Botões Fitossanitário Pulverizador Metalaxil) ml/ha calda:
Oídio/
Florais Kusabi 450 L
Botrytis
Separados (Pirifenona)

05 - MA e MG Cachos Aplicação de Tractor New Spotlight Controlo 500 Volume


10/05/22 visíveis/ Herbicida Holland + Plus de ml/ha de
Botões Pulverizador (Carfentraz infestantes 50 ml/hl calda:
Florais + Pistolas ona-etilo) 950 L
Separados Genapol
(Surfactante
sódico)

06/05/22 MA e MG Cachos 4º Tractor New Ridomil Míldio 2 kg/ha Volume


visíveis/ Tratamento Holland + (Folpete + de

18
Botões Fitossanitário Pulverizador Metalaxil-M) calda:
Florais 450 L
Separados

12/05/22 MA e MG Botões Controlo de Tractor New Controlo de infestantes na entre-linha com o


Florais infestantes Holland + corta-mato
Separados/ Corta-mato
Floração

26/05/22 MA e MG Alimpa/ 5º Tractor New Melody Míldio 1,5 Volume


Bago de Tratamento Holland + Cobre Oídio kg/ha de
Chumbo Fitossanitário Pulverizador (Oxicloreto calda:
200
de cobre + ml/ha 450 L
iprovalicarb
e)
Score
(Difenocona
zol)

07/06/22 MA e MG Bago de 6º Tractor New Melody Míldio 1,5 Volume


Ervilha Tratamento Holland + Cobre Oídio kg/ha de
Fitossanitário Pulverizador (Oxicloreto 5 kg/hl calda:
de cobre + 500 L
iprovalicarb
e)
Souf
(Enxofre
molhável)

24/06/22 MA e MG Bago de 7º Tractor New Score Oídio 200 Volume


Ervilha/ Tratamento Holland + (Difenocona ml/ha de
Fecho dos Fitossanitário Pulverizador zol) calda:
cachos 300 L

24/06/22 MA Bago de 7º Tractor New Melody Míldio 1,3 Volume


Ervilha/ Tratamento Holland + (Folpete + kg/ha de
Fecho dos Fitossanitário Pulverizador iprovalicarb calda:
cachos e) 150 L

09/08/22 MG Plena Vindima - Adega do ISA


Maturação

30/08/22 MA Plena Vindima - Adega Belém e do ISA


Maturação

19
Anexo 7 - Gráficos de bigodes das variáveis presentes nos quadros 1 e 2, comparando as
castas estudadas.

20
21
22

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