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INSTITUTO SUPERIOR CATÓLICA DE TEOLOGIA

CABINDA

TAREFA DE ECLESIOLOGIA

JESUS CRISTO CRIOU OU NÃO CRIOU A IGREJA

Nome: Pedro Tibúrcio

Professor: Pd. João Baptista

CABINDA, 2023
JESUS CRISTO CRIOU OU NÃO CRIOU A IGREJA

A festa de Pentecostes, que originalmente era a festa das colheitas, assumiu um


grande significado para os cristãos: o Pentecostes passou a significar o começo da
missão apostólica dos discípulos de Jesus e da Igreja, bem como a criação da Igreja
como uma instituição humana, histórica, concreta e a sua caminhada no tempo.

A comunidade primitiva de Jerusalém passou a ser constituída pelos apóstolos,


pelos seguidores de Cristo (os discípulos) e por pessoas recém-convertidas ao
cristianismo. No dia de Pentecostes, eram cerca de 120 pessoas. Mas este grupo
original foi crescendo graças à acção dos apóstolos, sobretudo devido à sua
pregação.

Entre o grupo apostólico, o destaque fica por conta do apóstolo Pedro, constituído
como chefe da comunidade e cabeça da Igreja. É ele o primeiro missionário e o
primeiro pregador depois de Pentecostes.

A princípio, os cristãos participam da vida comum do povo, mas aos poucos vai se
formando uma comunidade à parte, com vida própria. Gradativamente, a
comunidade cristã também vai se organizando especialmente para prover o
atendimento aos seus pobres, órfãos e viúvas. Porém, desde o começo a Igreja
passou a enfrentar dificuldades como as perseguições. A Igreja cresceria, a partir
de então, sobre o sangue dos mártires.

A primeira dificuldade enfrentada foi o conflito com o judaísmo oficial. Isto


provocou a primeira perseguição e a morte dos primeiros mártires. Entre eles,
citamos Santo Estevão e São Tiago (cf. At 7,54-60; 8,1-4). Por causa da
perseguição, a Igreja se dispersou pela Samaria e Judeia.

A segunda dificuldade foi o conflito com os discípulos de João Batista a respeito do


messianismo de Jesus.

As outras dificuldades foram os embates com as falsas doutrinas que surgiam,


sobretudo com o gnosticismo (gnosis = conhecimento). Mas o cristianismo passou a
crescer e expandir-se graças à acção missionária dos apóstolos e com as viagens
missionárias de Paulo. Outro elemento que reforçou muito este crescimento foi a
vida interna da comunidade. Esta se baseava na doutrina segura dos apóstolos, na
centralidade da Eucaristia (fracção do Pão), na posse em comum dos bens e no
testemunho da ressurreição. (cf. At 42-47).
A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA:

Na Igreja primitiva, destacava-se o grupo apostólico. Sua autoridade fundava-se no


mistério pascal de Jesus Cristo, do qual o grupo foi testemunha. Os apóstolos foram
convocados por Cristo e estiveram com Ele.

Os Apóstolos:

 Exerciam sua autoridade, não como poder, mas como ministério e como
serviço.
 Pela imposição das mãos, constituíam representantes seus nas comunidades
fundadas e lhes conferiam autoridade para o governo da comunidade e
serviço litúrgico. São os apóstolos quem escolhem os diáconos.
 São eles os primeiros responsáveis pela obra de evangelização.

Depois da morte dos apóstolos, os seus representantes tornam-se seus sucessores.


Começa então na Igreja uma nova era, a Era Apostólica, o tempo dos Santos
Padres. Deste modo, aos poucos as comunidades recebem uma nova forma de
organização, mas não ainda hierárquica.

Bispos e presbíteros

Existiam os bispos e presbíteros, os doutores, os anciãos, profetas, diáconos e


outros ministérios naturais. O papel do bispo não se revestia ainda da importância
que teria mais tarde. Bispos e padres exerciam o governo das comunidades de
modo colegiado; estavam em condição de equivalência.

Nas maiores comunidades, um Conselho de Presbíteros cuidava de sua direcção.


Somente depois de 200 anos, o ministério do bispo vai ficando restrita a uma única
pessoa. A comunidade cristã participa da autoridade dos apóstolos e de seus
sucessores. Existe a corresponsabilidade.

No século II, começou-se a definir-se o ministério do bispo. Eram estas as suas


funções principais:

 É o bispo quem convoca os presbíteros e lhes confere autoridade.


 É ele quem dirige a vida das comunidades, especialmente a vida litúrgico-
sacramental.
 É ele o responsável pelo ensino, pela incorporação ou mesmo pela expulsão
de algum membro da comunidade.
 É o bispo quem também se torna responsável pela formação dos candidatos
ao sacerdócio.

Ministérios e serviços

Desde o tempo dos apóstolos, já existiam os ministérios nas comunidades. Mas, à


medida em que o ministério eclesiástico foi ganhando importância, foram surgindo
normas mais preciosas para a pessoa que passasse a assumir algum serviço ou
ministério na comunidade. Veio a exigência do celibato, da virgindade consagrada
e da dedicação em tempo integral às funções eclesiásticas. Porém, uma coisa era
bastante clara: quanto mais baseada na fraternidade, menor era a necessidade de
uma autoridade forte como se daria em épocas subsequentes.

A grande preocupação estava na unidade da Igreja. Para ser cristão era preciso, em
primeiro lugar, a Profissão de Fé e a participação na vida litúrgico-sacramental da
comunidade. Era necessária a unidade da comunidade com o bispo, da comunidade
entre si e da comunidade com as outras Igrejas locais. A expressão mais visível
desta unidade eram os Símbolos (Profissão de Fé), os concílios e as colectas que se
faziam para auxiliar as comunidades mais necessitadas. Aos poucos surgiu a
consciência do primado do bispo de Roma.

Como consequência da vida interna da Igreja, do apostolado e da evangelização, lá


pelo ano 100 da Era Cristã, já existiam cerca de 50 comunidades cristãs, espalhadas
pela Ásia, Oriente Médio, África e Europa. No ano 200, as comunidades seriam
cerca de 100, concentradas especialmente nas cidades.

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