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POLÍTICA SETORIAL – ASSISTÊNCIA SOCIAL

Após 1988, a assistência social passa a integra o tripé da seguridade social juntamente com as
políticas de saúde e seguridade social.

Em 1993, a promulgação da LOAS (Lei orgânica de assistência social – lei 8742 – 1993)
firmando como um direito do cidadão e dever do Estado, como política de seguridade social
não contributiva, que provê os mínimos sociais realizados em conjunto com ações de iniciativa
públicas e privadas para garantir os atendimentos de necessidades básicas.

LOAS = inovação da assistência social = política descentralizada e participativa

Como fruto de debates (participação da sociedade) se desenvolve em 2004 a Política Nacional


de Assistência Social (PNAS), que prevê a organização do SUAS atribuindo ao Estado de forma
descentralizada, a responsabilidade por organizar os serviços sociais do Brasil tendo como
parâmetros as diretrizes nacionais e as realidades sócio territoriais de cada região.

O SUAS coordenado pelo Ministério do desenvolvimento social prevê um modelo de gestão


participativa com responsabilidade nas 3 esferas de Governo (União, Estados e Municípios.)

NOB – Normas operacionais básicas – NOB – SUAS

Regras para o controle social, financiamento, vigilância socioassistencial, classificação de


repasses financeiros de acordo com o porte populacional do município / Estado.

SUAS foi implantado pela Lei 12.435 de 2011

Políticas sociais são um meio de concretizar direitos sociais e necessidades humanas na


perspectiva de uma cidadania ampliada.

Política social e administração social caminham juntas mas não significam a mesma coisa.
CARACTERIZAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA

Política social publica consolida uma ação que se propõe a atender as necessidades sociais cuja
resolução ultrapassa a iniciativa privada e requer decisão coletiva = JUSTIÇA SOCIAL

As políticas sociais publicas precisam ser amparadas por leis impessoais e objetivas
garantidoras de direitos e por isso relacionada ao Estado.

O Bem estar está relacionado com a política social visto que esta compete garantir a população
níveis de renda e acesso a recursos básicos buscando impedir a pobreza extrema, abandono e
desabrigo.

As políticas sociais privadas visam promover melhorias sociais para um público alvo especifico.

No contexto atual, as políticas sociais segmentadas e fragmentadas são caracterizadas como


politicas focalizadas com cunho assistencialista como os programas de transferência de renda
forjando assim o atendimento aos direitos de cidadania. Atuando como um instrumento de
representação social.
Um problema: Desvinvular o Social do Público / descrença e sucateamento dos serviços
públicos – Privatização vendida como única saída (Terceirização dos serviços sócio
assistenciais).

Nas sociedades pré-capitalistas as questões sociais tinham cunho filantrópico e caritativo.


Situações de privação econômica justificadas como fenômenos naturais, fruto do
comportamento do indivíduo devido a déficit de educação, incapacidade de planejamento
financeiro e comportamento com tendência a vadiagem.

As igrejas desempenhavam um papel importante no processo do alívio da pobreza. Ações


sociais para garantir o mínimo necessário à sobrevivência, postura moralista e religiosa. Ajuste
do indivíduo a sociedade/ ensino de profissões. A migração do campo para as cidades
aumentou a população indigente especialmente após a Revolução Industrial que causou
imenso desemprego nas cidades.

No século XIX com o liberalismo econômico o Estado deduz que distribuir auxílios aumenta a
pobreza e por isso passamos por um momento de criminalização desta. Repressão e reclusão
dos pobres. Mendicância considerada crime. Pobre = Marginal.

Diferenciação entre pobre e trabalhador:

Estado passa a obrigar que os pobres trabalhem em troca do básico (alimentação e moradia) e
se não aceitassem (ou não tivessem capacidade) eram presos ou mortos.

Perspectiva da administração social da pobreza:

1. Predomínio do individualismo
2. Bem estar individual maximiza o bem estar coletivo
3. Predomínio da liberdade e competição
4. Lei da necessidade
5. Estado mínimo
6. Políticas sociais estimulam o ócio
7. Políticas sócias como paliativo

A resistência (LUTAS) da classe trabalhadora, foram essenciais para que a proteção social
saísse da CARIDADE para o caráter de DIREITO SOCIAL.

No Brasil, o contexto era um pouco diferente porque muitos operários eram ex escravos. É
considerado um País de desenvolvimento desigual e combinado.

Meios de participação na sociedade:

1. Associações de socorro mutuo


2. Ligas operárias
3. Sindicatos
A economia brasileira era baseada em monocultura. Os primeiros sindicatos no ínicio do
século XIX tiveram influência dos imigrantes que contribuíram para a politização e
organização da classe trabalhadora. Obrigação do Estado em assumir demandas da
questão social.

Nessa mesma perspectiva, Otto Von Bismark na Alemanha, desenvolveu um sistema de


compensação de renda para os trabalhadores por meio das caixas de seguro – saúde,
aposentadoria entre outras. = SISTEMA BISMARCKIANO

Prevê um seguro social público obrigatório descontado diretamente da folha de pagamentos


para garantirem uma ajuda do estado em momentos de ausência de emprego e renda.

Esse modelo não garante o fim da miséria pois só contempla os empregados assalariados.

Em 1942 é lançado na Inglaterra o relatório BEVERIDGE sobre seguro social = PLANO


BEVERIDGE que deu origem ao WELFARE STATE:

1. Aumento das responsabilidades do Estado


2. Universalização Sistemas Serviços Sociais
3. Rede de Segurança (SUS, SUAS)

O modelo Beveridiano prometia combater a ignorância, sujeira, enfermidades, preguiça e


miséria.

A crise de 1929 faz o Estado perceber que a pobreza é reflexo da má distribuição de renda e do
precário desenvolvimento social e econômico dos países.

Para John Maynard Keynes o problema da distribuição de renda estaria vinculado ao excesso
de mão de obra não absorvida pela esfera produtiva, ou seja, uma parte da população fica
impedida de vender sua força de trabalho e com isso fica sem renda.

Com a crise capitalista e a ameaça socialista no Pós 2ª Guerra Mundial, os Governos


implementaram uma série de políticas sociais para apaziguar os ânimos.

A solução para a pobreza do Pós Guerra viria dos investimentos em políticas sociais e no pleno
emprego.

O Estado Social deveria intervir:

1. Responder a algumas necessidades da população carente;


2. Criar condições para a produção e o consumo, incentivando a contenção do
desemprego e ou transferência de renda;
A política social passou a ser considerada uma disciplina acadêmica das chamadas Ciências
Sociais rompendo com a concepção de ADMINISTRAÇÃO SOCIAL.

Revisão:

Século XVI

1. Cultura da pobreza;
2. Culpabilização do individuo
3. Problemas de educação, planejamento e comportamento;
4. Ações de caridade e filantropia

Século XIX

1. Caso de polícia
2. Criminalização da pobreza
3. Vadiagem é vista como ameaça a ordem
4. Ações de repreensão e castigo

Século XX

1. Caso de política
2. Maior organização dos trabalhadores e pressão pelo reconhecimento de direitos
sociais
3. A questão social internalizada pelo Estado
4. Políticas de Assistência social

Até 2 anos antes da Proclamação da República não havia nenhuma Legislação Social no Brasil.

1888: Criação das caixas de socorro

1889: direito a pensão e férias de 15 dias (ferroviários)

1891: 1ª legislação de apoio a infância

1892: Pensão para funcionários da Marinha

1907: Direito a Organização em Sindicatos

1911: Redução da Jornada de trabalho para 12 horas

1923: LEI ELOY CHAVES – Caixas de aposentadoria e pensão (CAPS)

(Marco da formatação da política social brasileira, institucionalização da previdência social e


foi base para a política de seguridade social)

1927: Código de Menores


A introdução da política social brasileira ocorre durante o Estado Novo (1930-1940) – período
pós crise. Migrando caridade para Direito Social.

No fim da década de 1930, Getúlio Vargas passou a implantar diversos programas de


assistência aos problemas sociais = assistencialismo; A primeira legislação brasileira que
responsabiliza o Estado pelo atendimento aos pobres é a CARTA CONSTITUCIONAL DE 1934.

A política de assistência começa a ser desenhada com a criação da LBA (Legião Brasileira de
Assistência) que primeiro atendia familiares de pessoas convocadas para a Guerra e depois
para a população pobre em geral.

Fim dos anos 1940: TEORIA DE MARSHALL

1. Direitos Civis (século XVIII)


2. Direitos Políticos (século XIX)
3. Direitos sociais (século XX)
(Bem estar social e econômico = exercer cidadania = CIDADÃO DE DIREITOS).

Do Estado Novo até a constituição de 1988 a assistência social estava ligada a filantropia;

Artigo 3 da Constituição:

Construção de uma sociedade livre, justa e solidária; Garantia do desenvolvimento nacional,


erradicação da pobreza e da marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais;
promoção do bem de todos sem preconceitos de origem, sexo, cor ou qualquer forma de
discriminação.

Objetivos da política de seguridade social brasileira:

1. Universalidade de cobertura de atendimento;


2. Uniformidade
3. Seletividade e distributividade;
4. Irredutibilidade;
5. Equidade;
6. Diversidade;
7. Caráter democrático e descentralizado da administração.

A seguridade social preconizada na Constituição figura um sistema de proteção social por meio
do qual a sociedade proporcionaria a seus membros uma série de medidas públicas contra as
privações econômicas e sociais. Sejam decorrentes de riscos sociais (enfermidade,
maternidade, acidente de trabalho, invalidez, velhice ou morte. Sejam fatores econômicos:
desemprego, pobreza, vulnerabilidade.

A Saúde é para todos, a previdência é para quem contribui e a assistência social é para quem
dela necessitar.
Objetivos da Política de assistência social

1. A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e a velhice;


2. Amparo às crianças e adolescentes carentes
3. Promoção da integração ao mercado de trabalho;
4. Habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração
a vida comunitária;
5. A garantia de um salário mínimo de benefício mensal a pessoa com deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família.

A assistência social configura-se como possibilidade de reconhecimento público da


legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo.

A política de assistência social é determinada pela relação entre as forças sociais e políticas
na qual se funda e que repercute na legitimidade do seu estatuto de política pública.

A LOAS (Lei orgânica da assistência social) formaliza a assistência como política pública.

FNAS = Fundo Nacional de assistência social – É constituído com recursos da União, dos
Estados e do Município. (Empregadores / trabalhadores/ dinheiro de loterias e apostas)

Conselhos de assistência social são instancias deliberativas compostas por governo e


sociedade civil.

Política de assistência social: Proteção social (Garantia da segurança necessária para a


sobrevivência, rendimento, autonomia, acolhida, convívio e vivencia familiar e
comunitária).
A PNAS define como publico da assistência social: cidadãos ou grupos em situações de
vulnerabilidade e risco social - É uma política para quem dela precisar / desconsidera

renda.

Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas


setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingencias
sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.

Art 4 da LOAS, princípios:

1. Supremacia dos atendimentos as necessidades sociais;


2. Universalização dos direitos sociais a fim de tornar o cidadão alcançável pelas demais
políticas públicas;
3. Respeito a dignidade do cidadão, à autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
de qualidade, bem como à convivência familiar vedando-se qualquer comprovação
vexatória sem necessidade.
4. Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer
natureza, garantindo equivalência entre populações rurais e urbanas;
5. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais.

Art 5.

1. Descentralização político administrativa para estados e municípios


2. Participação popular
3. Primazia da responsabilidade do estado na condução da Política de assistência
social em cada esfera de Governo;

Análise cronológica:
Vulnerabilidade social não é só econômica, ainda que os de menor renda estejam mais
vulneráveis pelas dificuldades de acesso aos fatores e condições de enfrentamento a riscos e
agressões sociais.

Atuar com a vulnerabilidade significa reduzir fragilidades e capacitar as potencialidades –


sentido educativo.

Trabalhar situações de risco supõe conhecer as incidências, as causalidades, as dimensões dos


danos para estimar as possibilidades de reparação e superação, o grau de agressão do risco, o
grau da vulnerabilidade ou resistência ao risco;

Os modernos sistemas de proteção representam formas históricas de consenso político, de


sucessivas e intermináveis pactuações que buscam responder: Quem será protegido? Como
será protegido? Quanto necessita de proteção?

A proteção social é um conjunto de ações, atenções, benefícios e auxílios, ofertados pelo SUAS
para redução e prevenção do impacto dos riscos sociais.
A definição do território de atuação precisa de diversas análises:

Conexão entre a questão do território e a articulação dos serviços ofertados é um grande


desafio.

A operacionalização da política assistencial tem como base o território


Nos municípios de porte 1 e 2 contam com rede reduzida e simplificada de assistência social;

Os municípios de médio porte já contam com alguma rede de proteção básica. Quando há
necessidade de proteção especial utilizam serviços dos municípios maiores vizinhos (assim
como as cidades de porte 1 e 2)

Os municípios de Grande porte e as metrópoles precisam ter rede completa de assistência


social prevendo inclusive os atendimentos das cidades menores do entorno.

GEOPROCESSAMENTO: é uma ferramenta que possibilita a visualização da realidade do tecido


social.

As desigualdades produzidas na Sociedade brasileira agravam as situações de vulnerabilidade


tornando a realidade um tecido social de alta complexidade e de difícil ação, o que aumenta
ainda mais o desafio da articulação entre territorialidade e intersetorialidade, tendo em vista
que uma politica social isoladamente não conta com elementos suficientes para desvendar a
problemática que se apresenta nos contextos em que elas acontecem.

Objetivos da PNAS:

1. Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção básica e ou especial


para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitar;
2. Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o
acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em área urbana e
rural
3. Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família
e que garantam a convivência familiar e comunitária

A preocupação em assegurar a participação popular na gestão das políticas públicas serve para
regular a atuação do Estado às reais necessidades da população, caracterizando assim os
princípios básicos do Estado Democrático de Direito (Conselhos gestores e conferências de
assistência social).

CIB = Comissões intergestoras BIPARTITE = espaço de articulação gestores municipais e


estaduais da política de assistência social
CIT = Comissão Intergestores TRIPARTITE = Gestores federais, estaduais e municipais

As conferências de assistência social deveriam ocorrer a cada 4 anos (segundo a LOAS) e são
espaços de caráter deliberativo em que é debatida e avaliada a politica de assistência social.
Também são propostas novas diretrizes; Os debates coletivos ocorrem com participação social
dos usuários;

Os fundos de assistência social são fundos especiais que reúnem os recursos financeiros para
assistência social.

Para receber o repasse do Fundo Nacional para o Fundo Municipal, os Municípios devem se
habilitar em um dos níveis de Gestão do SUAS (Inicial, básica ou plena) e comprovar o uso de
recursos próprios na execução da política.

Ao adotar a concepção de pisos em substituição ao cálculo PER CAPITA, e considerar as


diferenças socioterritoriais, porte dos municípios e níveis de complexidade cujo financiamento
será de acordo com o tamanho populacional de cada município, além de considerar o
diagnóstico socioterritorial que demonstrara a vulnerabilidade e risco social eminente.

LEI DE COTAS
Lei 12.711 /2012 – Garante reserva de 50% das matrículas por curso / turno nas Universidades
e institutos para alunos oriundos integralmente do Ensino Médio Público; Sendo que metade
destas vagas para os jovens com menor renda e a outra metade para os jovens oriundos de
famílias com renda superior a um salário mínimo e meio.

EIXOS ESTRUTURANTES DO SUAS

A ressignificação substitui sobretudo o paradigma do assistencialismo pelo da proteção social


por meio do acesso universal aos benefícios, serviços e programas na perspectiva do
desenvolvimento de capacidades, de convívio e socialização de acordo com as potencialidades
e projetos pessoais e coletivos.

SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS NO SUAS:

1. Vigilância Social
2. Proteção Social
3. Defesa Social

VIGILÂNCIA SOCIAL – 1° eixo estruturante

Construção de análises e indicadores, identificação dos eixos sociais como situações de


violência, negligencia, maus tratos, fragilidades ou rompimentos de vínculos familiares:

Formas de violência domestica: abuso ou violência física, sexual, psicológica, negligência,


trabalho infantil

Vigilância socioassistencial relaciona-se ao planejamento, organização e execução de ações


desenvolvidas pela gestão:

1. Sobre demandas e situações de vulnerabilidade;


2. Sobre padrões de oferta de serviços socioassistenciais, questão de financiamento, tipo,
volume, localização e qualidade de ofertas e condições de acesso.

Reconhecimento do território, demandas, ferramentas existentes e monitoramento;

2° eixo estruturante – PNAS

SEGURANÇA DE SOBREVIVÊNCIA ou rendimento e autonomia através de benefícios


continuados e eventuais que assegurem proteção básica.

SEGURANÇA DE CONVIVIO FAMILIAR Restabelecimento de vínculos familiares


(acompanhamento, terapias, atividades culturais, sociais e sócio educativas).
SEGURANÇA DE ACOLHIDA Proteção a situações de abandono (oferta de moradias).

Quando se fala de proteção social reconhece-se que ela exista em princípio pela
obrigatoriedade do Estado prover aos cidadãos garantia a vida com dignidade.

3º eixo – DEFESA SOCIAL

A proteção básica e a especial devem ser organizadas de forma a garantir aos seus usuários o
acesso ao conhecimento dos direitos socioassistenciais e sua defesa:

1. Atendimento digno, atencioso, respeitoso, ausente de procedimentos vexatórios;


2. Ao tempo – acessar a Rede de serviços sem esperas excessivas;
3. A informação clara e acessível;
4. Protagonismo;
5. Oferta qualificada de serviço;
6. Convivência familiar e comunitária;

USUÁRIOS: São os cidadãos que se encontram em situação de vulnerabilidade e riscos sociais


que acessam os serviços do SUAS.

 Indiferente de sua condição sócio econômica.

Qualquer cidadão seja ele refugiado, imigrante, indígena, quilombola, cigarro, membro de
outros povos e comunidades, tem direitos a assistência social.

DIREITOS GARANTIDOS PELA PRÁTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:

ARTIGO 4º do CNAS

1. Acesso a atendimento, assessoramento e defesa e garantia de direitos que lhes


garantam suporte socioassistencial;
2. Acesso a informações e orientações sobre serviços, programas, projetos, benefícios e
transferência de renda, no âmbito da política pública de assistência social em
linguagem clara, simples e acessível;
3. Usufruir do reconhecimento dos seus direitos frente a sociedade;
4. Usufruir de serviços e programas socioassistenciais de qualidade;

ACESSO AO BPC
O Usuário deve receber orientação e deve ter os formulários preenchidos pelo CRAS ou outro
serviço do SUAS ou de outra política (saúde por exemplo) e depois realizar o agendamento no
INSS;

DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUAS:

1. Conhecer nome e credencial de quem o atende;


2. Ser respeitado;
3. Ser atendido no menor tempo possível;
4. Receber os encaminhamentos para outros serviços ou instituições por escrito;
5. Privacidade;
6. Personalidade preservada;

Todas as informações solicitadas pelo usuário sobre seu prontuário, (ou acesso ao SUAS),
devem ser efetivados sempre que possível focando o empoderamento e autonomia do sujeito.

SOBRE A PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO USUÁRIO

1. Reconhecimento da importância da sua intervenção na vida pública e no acesso as


oportunidades para seu protagonismo social, político e sua cidadania.
2. Acesso a participação em Fóruns, Conselhos, Associações, Movimentos sociais, etc;
3. Acesso às tecnologias existentes;

O profissional do SUAS deverá ter conhecimento da rede intersetorial dos serviços, seja
nas políticas de educação, saúde, assistência social, cultura, trabalho e renda, previdência
social, habitação, etc

NÍVEIS DE PROTEÇÃO SOCIAL PELO SUAS

O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo para a


Gestão da Assistência Social:

 Consolida o modo de Gestão Compartilhada;


 Estabelece as responsabilidades entre União, Estados e Municípios;
 Fundamenta-se nos compromissos da PNAS;
 Orienta-se pela unidade de propósitos – alcance de Direitos pelos usuários;
 Regula Hierarquia, vínculos e responsabilidades;
 Respeita a territorialidade;
 Reconhece desigualdades regionais;
 Articula sua dinâmica.

Segundo a NOB – SUAS 2005 a proteção social de assistência social consiste no conjunto de
ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS para redução e prevenção
dos impactos da questão social.

Princípios:

 Matricialidade familiar
 Territorialização
 Proteção proativa
 Integridade a seguridade social
 Integração às políticas sociais e econômicas

Matricialidade Familiar – Núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia,


sustentabilidade e protagonismo social; A defesa do direito de convivência familiar supera o
conceito de família como unidade econômica. A família deve ser apoiada e ter acesso a
condições para responder com o seu sustento; Fortalecimento de possibilidades de convívio,
educação e proteção social na própria família.
DEFINIÇÕES DAS AÇÕES:

SERVIÇOS: são atividades continuadas;


PROGRAMAS: ações integradas e complementares para melhorar os benefícios e serviços
assistenciais – não se caracterizando como ação continuada;

PROJETOS: Investimento econômico social nos grupos em situação de pobreza. Integra a rede
de proteção básica e eventualmente públicos de outras complexidades;
CRAS – PAIF (ATENDIMENTO INTEGRADO À FAMÍLIA)

Principal serviço orfertado pelo CRAS;

Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado com finalidade de fortalecer a
função protetiva das famílias – prevenir ruptura de vínculos;

As ações do PAIF não podem possuir caráter terapêutico.

O PAIF deve ser ofertado exclusivamente pelo CRAS, desenvolvido em Instituições públicas por
funcionários públicos;

O CRAS é a única unidade de serviço que além de ofertar o PAIF é responsável por fazer a
gestão da Proteção social básica no seu território de abrangência, além de promover
articulação com os CREAS ou outros serviços de proteção social.

BUSCA ATIVA:
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Ocorre quando as situações preventivas não foram suficientes ou não chegaram a tempo.

Situações se Extrema pobreza e exclusão social; Agravadas por situações de relacionamentos e


agressões a vida.

Tem objetivo de reconstruir os vínculos familiares e comunitários e fortalecer os indivíduos


para o enfrentamento das situações de risco;

Grupos mais vulneráveis: Crianças e jovens, idosos, pessoas com deficiência, populações
LGBTQAI+, mulheres e populações em situação de RUA.
PRINCIPAIS DEMANDAS DO CREAS

1. Criança e adolescente em situação de trabalho;


2. Adolescente em medida sócio protetiva;
3. Criança e adolescente em situações de abuso e violência sexual;
4. Uso de drogas e situações de abandono;
5. Negligência, maus tratos e violência;

PETI = PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL


VIGILÂNCIA SOCIO ASSISTENCIAL produz, sistematiza as informações, constrói indicadores e
índices territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem
sobre as pessoas e suas famílias;

Identifica pessoas com redução da capacidade pessoal, com deficiência ou abandono;

Identifica incidências de vítimas de violência;

Identifica situações de apartação social;

Exerce vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social;

O profissional deve ter capacidade de produzir e avaliar dados qualitativos e quantitativos;


(Gráficos, Tabelas, relatórios, indicadores e documentos e etc);

RESPONSABILIDADE DA GESTÃO: Planejamento das ações, Relatórios, prestação de contas,


construção de mapas, coordenar censo do SUAS, Gestão dos cadastros, Análise periódica dos
dados, alimentar sistemas de informação, estabelecer articulações intersetoriais;
Os recursos do IGD SUAS podem ser gastos desde que constem em orçamento e devem ser
destinados para o aprimoramento da gestão de serviços e organização do SUAS, gestão de
trabalho e educação, gestão de informação, implementação da vigilância socioassistencial,
gestão articulada do BPC, monitoramento do SUAS, etc

Os conceitos de risco, vulnerabilidade e território são inter relacionados na atuação da


Vigilância socioassistencial e se constituem conceitos chave para a execução da política de
assistência social.

CAD SUAS = um aplicativo que comporta todas as informações cadastrais dos órgãos gestores
de assistência social;

CENSO SUAS = é um instrumento de avaliação e monitoramento dos serviços, programas,


projetos e benefícios da política de assistência social. É composto por 7 questionários: (CRAS,
CREAS, CENTRO POP, etc); É realizado uma vez por ano, no 2º semestre.
RMA = Instrumento de vigilância que afere a demanda que é atendida no CRAS e no CREAS.
Suas informações permitem dimensionar tipo, volume e padrões de qualidade dos serviços
prestados pela rede de assistência;

RMA UNIDADE: Dados mensais consolidados sobre as famílias em acompanhamento no PAIF


ou PAEFI;

RMA Família: Acompanhamento individual dos atendimentos e encaminhamentos;

PRONTUÁRIO SUAS: Possibilita a identificação das ações desenvolvidas, encaminhamentos,


evolução e resultados. As informações do prontuário subsidiam os relatórios; (Prontuário só
pode ser acessado pelo técnico de referência e pela família envolvida diretamente);

CAD ÚNICO = Famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (ou 3 no
total), além de famílias cadastradas em outros programas sociais. Traz informação do
domicilio, família e de cada integrante;

CECAD = Aplicativo para elaboração de mapas de vulnerabilidade e risco social;

MI – SOCIAL = (Matriz de informação social) = reúne em um único local as informações


oriundas dos diferentes aplicativos e programas e permite o monitoramento dos serviços e
ações desenvolvidas pelo MDS (Ministério da Cidadania);

RI = Relatório de informações sociais = informações divididas por municípios;

SUAS WEB = Informações sobre cofinanciamento federal = ferramenta criada para


regulamentar a transferência automática de recursos do Fundo Nacional de assistência social
para os fundos municipais e estaduais;
Instrumentos de gestão

Plano de assistência social é um instrumento de planejamento para organizar as ações da


política de assistência social. Criado pelo gestor público com o planejamento de 4 anos e deve
ser avaliado pelo Conselho de Assistência social. – ROMPER COM A ORGANIZAÇÃO BASEADA
NO IMPROVISO.

O plano define objetivos e permite a articulação antecipada de consequências e resultados,


busca romper com as práticas assistencialistas e clientelistas.

O plano deve ser flexível, dinâmico e participativo;

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