Você está na página 1de 8

O ENSINO DE VALORES MORAIS E ÉTICOS DESENVOLVIDOS PELO PROJETO

VALORES DA VIDA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE CRUZ ALTA.

RECK, Vanessa Costa Corrêa,1 RECK, Eduardo Müller,2


LAUXEN, Sirlei de Lourdes3

RESUMO
Palavras chave: Educação. Valores. Aprendizagem. Princípios. Escola.

O presente artigo tem por objetivo discutir a importância do ensino de valores no


contexto escolar, analisando a influência das artes e literatura na transmissão e formação de
valores morais, da mesma maneira, investigar o impacto dos princípios bíblicos também como
instrumento para verificar e encontrar meios para combater as principais dificuldades
enfrentadas pelas escolas na relação entre professores, alunos e sociedade. Foi realizada uma
pesquisa bibliográfica sobre o ensino de valores na escola, bem como a importância das artes
e literatura para o ensino de valores. Relata-se então uma iniciativa desenvolvida na cidade de
Cruz Alta, através do Projeto Valores da Vida, que presta serviços voluntários de apoio às
escolas públicas municipais e estaduais através do ensino de valores morais e éticos. Os
resultados são alcançados gradativamente, dia após dia, podendo ser visto nas atitudes e no
relacionamento das crianças com a sociedade em geral.

ABSTRACT
Key Words: Education. Values. Learning. Principles. School

This article aims to discuss the importance of teaching values in the school context,
by analyzing the influence of the arts and literature in the transmission and formation of moral
values, likewise investigate the impact of biblical principles also as a tool to check and find
ways to combat the main difficulties faced by schools in the relationship between teachers,
students and society. Was held a bibliographic research on teaching values at school, and the
importance of the arts and literature for teaching values. It is reported an initiative developed
in the city of Cruz Alta, through the Project Values of Life, which provides volunteer services
to support municipal and state public schools by teaching moral and ethical values. Results
are achieved gradually, day after day, can be seen in attitudes and relationships of children
with society in general.

1.INTRODUÇÃO
Observa-se hoje a realidade das instituições escolares que, em muitos casos, deixam
de cumprir o seu papel de educadora em valores, fazendo com que o sistema de referência
ética de seus alunos se limite à convivência humana. Não existe um padrão definitivo de
moralidade, e nenhuma declaração ou posicionamento pode ser considerado absolutamente
certo ou errado, melhor ou pior.
1
Mestrando em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, na Universidade de Cruz Alta. Contato:
vavareck@hotmail.com
2
Mestrando em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, na Universidade de Cruz Alta. Contato:
edureck@hotmail.com
3
Doutora em Educação; docente do Mestrado em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da
Universidade de Cruz Alta. Contato slauxen@unciruz.edu.br
Estas proposições afetam toda uma concepção de valores estabelecidos pela história.
O relativismo destrói os valores morais, pois qualquer coisa que vamos fazer depende das
circunstancias e não da moral. Esta é a realidade de muitas escolas, onde os valores estão
sendo invertidos, acarretando nas diversas dificuldades enfrentadas no ambiente escolar como
o bulling, onde crianças e adolescentes passam por humilhações racistas, difamatórias ou
separatistas, o que gera um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, também
enfrentam o uso de drogas, as desigualdades, a violência resultando em total falta de
humanidade dos alunos, sem referenciais de cidadania e de respeito ao próximo.
Os valores dão sentido à vida, estabelecem prioridades, fixam limites morais e
definem regras de conduta. Diante deste quadro de turbulência moral, torna-se cada vez mais
urgente achar a verdadeira bússola para orientação de nossas convicções. Frente a isso, o
projeto Valores da Vida procura apresentar a Bíblia como referencial necessário para nortear
nosso posicionamento e nossas atitudes diante do relativismo moral predominante em nossa
sociedade. Este estudo vai analisar e propor melhorias na qualidade do trabalho já
desenvolvido pelo Projeto Valores da vida, além de auxiliar na redução dos problemas
enfrentados pelas escolas, bem como trabalhar na conscientização dos alunos, familiares e
comunidade escolar sobre a sua responsabilidade e o seu papel na resolução deste problema,
que com certeza, trará benefícios concretos não apenas aos alunos envolvidos, mas para toda a
comunidade escolar.
Como resultado, é percebido diariamente dentro do contexto das escolas trabalhadas
relatos de professores e familiares sobre a melhora dos indivíduos envolvidos, destaca-se um
melhor relacionamento durante as atividades e também se pode ver um aprimoramento do
trabalho desenvolvido pelos voluntários do Projeto Valores da Vida.

2.1. A Importância do Ensino de Valores na Educação


A educação em valores que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações socais,
é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de situações e
fenômenos que exige, a cada dia, intervenções sistemáticas e planejadas dos profissionais da
educação escolar. 
A educação em valores é uma exigência da sociedade atual inserida no mundo
globalizado e marcado, no início deste século, por tantas mudanças tecnológicas e novos
paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos por diferentes agentes sociais. A
Educação com vias de transformação do ser humano e da sociedade precisa estar intimamente
vinculada aos valores das civilizações antigas e, evidentemente, às que perduraram até os dias
atuais.
Segundo Jean Piaget (1976), “os valores são investimentos afetivos”. Isso significa
que, apesar de se apoiarem em conceitos, estão relacionados a emoções, tanto positivas
quanto negativas. Logo, educar para os valores é ajudar aos filhos ou alunos a descobrirem
ideias e valores em que realmente se acredita. Os valores constituem o conjunto de qualidades
que salientam nossas diferenças como seres humanos independentemente de credo, raça,
condição social ou religião, e como já nos foi dito anteriormente, estando presentes em todas
as filosofias ou crenças religiosas. Os valores dignificam e ampliam a nossa capacidade de
percepção.
A educação escolar não se restringe mais, como no passado, a mera transmissão de
conhecimentos, onde a atividade de ensinar era centrada no professor, detentor dos saberes e o
aluno, um mero recebedor da matéria. Os PCN’s afirmam que “cabe à escola empenhar-se na
formação moral de seus alunos...” (p. 32). Na sociedade atual, com a ampliação das
ambiências de formação escolar, o aluno passa a ser o centro do processo didático-pedagógico
e a educação escolar, agora, entendida como processo de desenvolvimento físico, intelectual e
moral do educando.
Em suma, podemos dizer que educamos em valores quando os alunos se fazem
entender e entendem os demais colegas; aprendem a respeitar e a escutar o outro; aprendem a
ser solidários, a ser tolerantes, a trabalhar em, a compartilharem ou socializarem o que sabem,
a ganharem e a perderem, a tomarem decisões, enfim. É, assim, o resultado da educação em
valores na escola: ajudar os alunos a se desenvolverem como pessoas humanas e faz ser
possível, visível ou real, O desenvolvimento harmonioso de todas as qualidades do ser
humano.
Um dos pontos altos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é  o
reconhecimento da importância dos valores na educação escolar. No seu artigo 3º, a LDB
elenca, entre os princípios de ensino, vinculados diretamente a educação em valores, a
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber
(inciso II), pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; (inciso III); IV - respeito à
liberdade e apreço à tolerância (inciso IV) e gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino (inciso VIII).  
 O artigo 27 da LDB faz referência à educação em valores ao determina que os
conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes “a
difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de
respeito ao bem comum e a ordem democrática” (inciso I).
Em síntese, a escola, como instituição que exerce decisivo papel na formação do
aluno, deve desenvolver suas atividades não só cognitivas como também voltadas para a
transmissão de valores, como elemento indispensável para a formação da cidadania.
Tratando desta questão, Marques (2001) centra sua reflexão nos ensinamentos
aristotélicos, no sentido de se alcançar a educação em valores por meio do desenvolvimento
das virtudes. A propósito, afirma Marques (2001,p. 35) “A pessoa virtuosa e aquela que sabe
o que faz, que e conhecedora de seus deveres, que escolhe deliberadamente seguir a conduta
reta e é capaz de repetidamente executar a retidão com espirito e vontade inabalável”.
Para transmitir as virtudes, não há necessidade de uma disciplina autônoma
independente, mas um comportamento profissional e social do professor, comprometido com
os valores que serão transmitidos. O hábito de praticar estas ações levará a construção de uma
verdadeira cidadania.
Embora esses autores possam divergir em que valores são mais importantes para
serem trabalhados na escola acredito que convergem em um pensamento, o de que é
necessário ensinar valores. Se a escola deixa de cumprir esse papel, o sistema de referência
ético de seus alunos estará limitado à convivência humana que pode ser rica em se tratando de
vivências pessoais, mas pode estar também carregada de desvios de postura, atitude
comportamento ou conduta.
Desse modo, pode-se dizer que as atitudes do professor são exemplos para que se
construam valores morais. Valores estes que proporcionem o desenvolvimento da autonomia,
como sugere Piaget (1994 e 1996). O objetivo da escola, ao trabalhá-los, é desenvolver a
autonomia moral e cognitiva dos alunos, propiciando a reflexão, questionando o conjunto de
regras e normas que regem o seu funcionamento, na ordem micro, do funcionamento social,
na ordem macro, para permitir a assimilação e a consciência de como valores e atitudes são
importantes para viver socialmente.

2.2. Influência das Artes no Aprendizado


O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira, segunda edição), em duas de suas definições da palavra arte assim se expressa:
“atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético,
carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de
prolongamento ou renovação”...; “a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir
tais sensações ou sentimentos ....”
Os seres humanos são dotados de criatividade e possuem a capacidade de aprender e
de ensinar. A criatividade da criança precisa ser trabalhada e desenvolvida, e é por meio do
trabalho realizado com a arte nas escolas que isso será possível. A escola é um espaço de
conhecimento e aprendizagem, assim, as artes - música, literatura, pintura, dança, teatro -
passam a ser fundamentais para o desenvolvimento perceptivo da criança.
A música tanto ajuda no nosso desenvolvimento intelectual como no estímulo a
criatividade e também na possibilidade de expressar nossos diversos sentimentos por meio
dos sons. De acordo com Blacking a música pode influenciar e iniciar uma ação social, dessa
forma “a música passa a ser um dos meios pelas quais a estrutura social é criada” e “a música
não é apenas reflexiva, mas também gerativa, tanto como sistema cultural quanto como
capacidade humana” (BLACKING, 2007).
A música é arte que se faz presente em diversos momentos da vida exercendo
importante papel na formação do ser humano desde a infância, tendo em vista que ainda em
fase intrauterina a criança já está interagindo com a linguagem musical.
O teatro estimula o indivíduo no seu desenvolvimento mental e psicológico. A
dramatização das histórias faz com que as crianças vivenciem papéis, o que é muito
importante para relacionar-se com os outros. Ela se desenvolve percebendo, emoção, ritmo,
melodia, rima e das imagens que a envolvem trazendo alegria e o prazer. O teatro tem o
poder de criação e provocação do imaginário, ele não é real, é forte componente na
autoconstrução da pessoa, pois oferece prazer, estímulos e incentivos que favorecem o
desenvolvimento da percepção, da criatividade, da sensibilidade e da fantasia. Ele é um forte
alimento ao imaginário permitindo à criança o conhecimento de si mesmo, do mundo que a
rodeia, possibilitando uma relação entre o real e o imaginário.
Segundo Courtney, “a imaginação dramática deve ser ajudada e assistida por todos
os métodos modernos de educação” (2003, p.4) os métodos educativos geralmente se realizam
por metáforas, principalmente nos primeiros anos da escolaridade, portanto é essencial o
entendimento e compreensão desta linguagem e produção de sentidos na criança.
A capacidade teatral está presente na vida da criança desde seu ingresso na escola,
quando vivencia de forma espontânea o jogo de faz de conta. Cabe à escola e ao professor
incentivar desde esse momento as atividades teatrais. Para isso, pode utilizar jogos que
trabalhem a imaginação, a ação e as relações em grupo, sem perder as características lúdicas e
espontâneas.
A dança também constitui um veículo de educação e de transmissão de valores e
normas na sociedade, assim como de conhecimentos sobre as relações de poder e do
funcionamento da estrutura da comunidade. PORTINARI (1989) defende que o homem,
como ser social e religioso, sempre sentiu necessidade de se comunicar com os seus
semelhantes, e para isso, antes de dominar a linguagem e de usar a expressão oral como meio
de se comunicar, recorreu ao próprio corpo para estabelecer contato com as divindades e
comunicar-se com os seus semelhantes.
A dança tem a capacidade de desenvolver o pensamento e os sentimentos, pois, ela
pode promover no espírito um estado de alegria, afastando depressões e tristezas, quando bem
direcionada. Em crianças, a dança pode disciplinar e organizar as suas competências e
consciências assim como abrir oportunidades de vivência e convivência sã na sociedade.
O uso da dança como prática pedagógica favorece a criatividade, além de favorecer
no processo de construção de conhecimento e atualmente, a dança tem se tornado um estilo
alternativo nas práticas pedagógicas, por orientar o movimento corporal de cada aluno de
forma a explorar sua capacidade de criação, estimulando o autoconhecimento e favorecendo
para aprendizagem.
Segundo LABAN, (1990) “Quando criamos e nos expressamos por meio da dança,
interpretamos seus ritmos e formas, aprendemos a relacionar o mundo interior com exterior”.
Diante disso, dançar é tão importante para uma criança quanto falar, contar ou aprender
geografia. Segundo VERDERI (2009) “a dança na escola deverá ter um papel fundamental
como atividade pedagógica... e por meio dessas mesmas atividades reforçar a autoestima, a
autoimagem, a autoconfiança e o autoconceito”. Também visando estimular a sensibilidade da
criança, incentivando-a a pensar, sentir e agir de maneira diferente, por meio do uso da dança,
buscando favorecer o desenvolvimento do potencial criador do indivíduo.
A Literatura e a narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, onde já
demonstra seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando
algum personagem. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça
muitas histórias desde a mais tenra idade. Outro fato relevante é o vínculo afetivo que se
estabelece entre o contador das histórias e a criança.
Da mesma forma através da leitura a criança constrói uma postura crítico-reflexiva,
extremamente relevante à sua formação cognitiva. Sem limites de idade, ouvir, ler ou contar
história é para muitas pessoas um dos grandes prazeres da vida.
Ouvindo histórias se pode sentir emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a
irritação, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade e tantas outras
coisas mais, pois, além de ouvir, é sentir e enxergar com os olhos do imaginário!
(ABRAMOVICH, apud Marcelino, 1989, p. 36).

E é através da literatura infantil que a criança vai identificando-se com o personagem


e através da história pode sentir emoções importantes, como a raiva, a tristeza, o medo, a
alegria, a insegurança a tranquilidade e assim a história também auxilia a criança a esclarecer
e a lidar com suas angústias, como a morte, a perda, o preconceito.
Todo o desenvolvimento da criança e sua aprendizagem decorrem das condições
sociais em que o individuo está inserido. Acredita-se então que a leitura pode estar integrada
com a educação, pois é na escola que a criança amplia seus conhecimentos adquiridos no seu
dia-a-dia, desenvolve a socialização e cria caminhos para continuar a conquistar seu espaço na
sociedade.
A brincadeira em grupo favorece princípios como cooperação, liderança e
competição. O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a
criança. Através do brincar ela aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações
sociais, elabora sua autonomia de ação, organiza emoções, não sendo assim um mero
passatempo, mas ajudando no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de
socialização e descoberta do mundo.
O brincar tanto em casa quanto na escola, tem seu lado positivo, traz benefícios a
criança, fazendo com que ela cresça. Independente de cultura, de classe social, “a brincadeira
é universal, favorece crescimento [...]” já dizia Winnicott (1997, p.51).
Para as crianças o brincar é um meio de comunicação, um meio de expressão, ele
proporciona a satisfação no desenvolvimento da criança, e também desperta desejos e
curiosidades.

A criança expressa-se pelo ato lúdico e é através desse ato que infância carrega
consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura infantil,
desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos
conteúdos, a fim de se renovar a cada nova geração. É pelo brincar e refletir a
brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber fazer,
incorporando-o a cada novo brincar. (CRAIDY e KAERCHER, 2001, p.103).

Vários educadores comentam e confirmam que é preciso o professor ter em sua


pratica docente a ludicidade, e é ele quem cria espaços, auxilia com os materiais e participa
sendo mediador do conhecimento. “Nós na realidade, acabamos monitorando as crianças,
fazendo com que elas dêem asas a sua imaginação, criatividade, e, através disso, elas vão nos
trazendo coisas enriquecedoras”, afirma Negrine (1994, p.47)
Dessa forma, percebe-se como o brincar é algo essencial para o desenvolvimento
infantil. Uma criança que não consegue brincar deve ser objeto de preocupação.
Disponibilizar espaço e tempo para brincadeiras, portanto, significa contribuir para um
desenvolvimento saudável. É importante também que os adultos resgatem sua capacidade de
brincar, tornando-se, assim, mais disponíveis para as crianças enquanto parceiros e
incentivadores de brincadeiras.
A Bíblia pode ser usada como referencial, pois conforme Livro de II Timóteo está
escrito que toda escritura é divinamente inspirada e apta para ensinar, corrigir e instruir em
justiça, de acordo com este princípio não cabe “o que eu acho”, nem “o que eu penso” ou “o
que todos fazem”, mas sim o que a Bíblia diz. E nela podemos encontrar uma série de
princípios fundamentais, que não estão ligados a uma religião específica, mas são valores
universais, presentes em toda a história da civilização humana e de suma importância para o
desenvolvimento de um convívio social mais fraterno e harmonioso, tais como: submissão às
autoridades (Romanos 13.1-7), perdão (colossenses 3.13), confissão (I João 1.9), amizade
(Provérbios 13. 20;), Honestidade (Colossenses 3.9). Responsabilidade (Eclesiastes 5. 4-5),
bom uso da língua (Efésios 4. 29), serviço, amor ao próximo, entre outros.

2.3 O Projeto Valores da Vida.


O projeto Valores da Vida, vinculado à organização não governamental, Instituição
Debaixo da Videira, existe há 6 anos e atua em 18 escolas públicas no município de Cruz
Alta, trabalhando por meio das artes e também princípios bíblicos os quais Jesus ensinou e foi
o maior exemplo deles, vem de encontro a realidade atual com o objetivo de resgatar os
valores morais e éticos cada vez mais deturpados na sociedade, diminuindo as dificuldades
enfrentadas pelas escolas em decorrência da falta dos mesmos, proporcionando um
relacionamento harmonioso do indivíduo com seus amigos e familiares, consigo mesmo e
com Deus, e auxiliando no desenvolvimento de uma autoimagem positiva, consciente de suas
próprias habilidades e limitações.
Diante do quadro de turbulência moral atual, torna-se cada vez mais urgente achar a
verdadeira bússola para orientação de nossas convicções e o projeto Valores da Vida procura
apresentar através dos princípios bíblicos uma referência para nortear nossas atitudes.
Como fazer para convencer aquele aluno que vive em meio a tanta violência e
descaso social, onde o crime é coisa corriqueira, quase normal, de que precisam estudar, se
dedicar e se comprometer com a escola, para que num futuro a longo prazo, ele seja
recompensado por seus esforços? Como fazer isso se a vida ilegal lhe mostra que existem
maneiras mais fáceis e rápidas de se conseguir o que se deseja materialmente?
Foi pensando nisso que surgiu o Projeto Valores da Vida, que visa primeiramente,
resgatar os valores éticos e morais adormecidos, esquecidos ou abandonados por nossos
alunos, mas fundamentais como instrumentos de comunicação e convívio social, para que
então eles tenham consciência da necessidade do aprender, não só para a escola, mas,
principalmente, para a vida.
O projeto tem levado a cada jovem e criança uma nova perspectiva de vida, de um
mundo mais justo e honesto. Aonde é possível viver de maneira correta sem corromper os
princípios de caráter, honestidade e dignidade. Temos crescido rapidamente nos últimos anos
e visamos ainda alcançar um público muito maior, para que esses “Valores da Vida”
continuem sendo semeados nos corações e produzam frutos de esperança, de um futuro mais
digno e feliz e de uma sociedade cheia de princípios.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos concluir que o ensino de valores possui um papel


imprescindível no processo de aprendizagem não apenas dentro do contexto escolar, mas na
sociedade em geral, ressignificando princípios de cidadania, que contribuem para a
conscientização do indivíduo em relação ao seu papel na sociedade.
O Artigo partiu da ideia de que o aluno aprende a partir de situações desafiadoras e
significativas e que todas as pessoas são capazes quando desejam realizar algo. Neste sentido,
o Projeto Valores da Vida, desenvolvido em diversas escolas públicas da cidade de Cruz Alta,
tem auxiliado neste processo, trabalhando as artes como a principal ferramenta para a prática
do ensino de valores na escola. Através das artes conseguimos fazer com que eles reflitam e
meditem sobre os atos corretos a serem tomados e até mesmo o tipo de vocabulário que estão
proferindo no seu dia a dia.
 Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido historicamente, a
instituição escolhida pelo Estado e pela família, como o melhor lugar para o ensino-
aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando de educação para a vida em
sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho. 

4. REFERÊNCIAS

BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília:


Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

BLACKING, John. Música, cultura e experiência. Trad. André- Kees de Moraes Schouten.
Cadernos de Campos. São Paulo, n.16, pp.201-218, 2007.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional.

BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais de língua portuguesa: terceiro e quarto ciclo


do ensino Fundamental. Brasília MEC, 2001.

COURTNEY, Richard. Jogo, Teatro & Pensamento. São Paulo: Perspectiva, 2003.

CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gládis Elise E. da Silva. Educação Infantil: pra
que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.


Positivo Livros, 2009.

LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone, 1990.

MARQUES, Isabel A. Dançando na escola – São Paulo: Cortez, 2003.


NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil – Simbolismo e Jogo. Porto
Alegre: PRODIL, 1994.

PIAGET, Jean. A formação de símbolo na Criança: Imitação, jogo , imagem e


representação. Tradução de Álvaro Cabral e Cristiane Oiticia. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.

_______, J. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.

_______, J. Os procedimentos da educação moral. In: MACEDO, L. de (Org.). Cinco


estudos de Educação Moral. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996

PORTINARI, M. História da Dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

VERDERI, EB .Dança na escola: uma abordagem pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009.

WINNICOTT, Donald W. O brincar e a realidade. Rio de janeiro: Imago, 1997.

Você também pode gostar