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UBERLÂNDIA
2020
CONTEXTUALIZAÇÃO E LEVANTAMENTO DE DADOS
Atualmente, a empresa apresenta diversas falhas em seu processo de gestão, como, por
exemplo, não diferenciar as etapas de cada atividade desenvolvida na produção, apesar de
dispor de processos diferenciados de produção. A empresa também não realiza gestão de
estoques, o que causa tanto a falta de informação para uso na contabilidade gerencial, quanto a
perda física desses estoques. Consequentemente a tudo isso, as informações que o gestor da
empresa dispõe acabam sendo desatualizadas, o que impossibilita o uso delas na avaliação dos
custos.
Aplicando a fórmula acima citada, o gerente chega nos seguintes valores de matéria-prima
consumida:
Discriminação Carroceria Pequena Carroceria Média Carroceria Grande
Madeira R$ 750,00 R$ 1.500,00 R$ 2.500,00
Parafusos R$ 70,00 R$ 100,00 R$ 150,00
Tintas e lixas R$ 180,00 R$ 250,00 R$ 600,00
Ferragens R$ 100,00 R$ 150,00 R$ 300,00
Total R$ 1.100,00 R$ 2.000,00 R$ 3.550,00
Através do levantamento dos custos com mão-de-obra direta, chegou-se no custo de
R$ 4,8831 por hora trabalhada. Aplicando esse valor ao total de horas necessárias para
fabricação de cada tamanho de carroceria, os valores encontrados foram os seguintes:
Carroceria Total de horas usadas no processo de Custo da mão-de-obra direta/unidade
/tamanho fabricação
Pequeno 18 horas R$ 87,8965
Médio 27 horas R$ 131,8437
Grande 45 horas R$ 219,7395
Total 90 horas R$ 439,4797
O próximo passo foi, então, a apuração dos custos diretos (variáveis) totais unitários de
cada tamanho de carroceria fabricada. Para isso, foram utilizados os valores, anteriormente
levantados de: matéria-prima, mão-de-obra direta, e, pintura terceirizada. Os resultados
constam na tabela abaixo.
Deve-se observar que, para apuração das margens de contribuição unitárias foram feitos
os cálculos anteriormente descritos, de confronto do preço de venda de um item com a
somatória dos custos variáveis com as despesas variáveis, enquanto, para apuração das margens
de contribuição totais, foi feita a multiplicação da margem de contribuição unitária pela
quantidade vendida de cada produto.
3_ RANKING DE RENTABILIDADE/PRODUTIVIDADE
Sendo o ponto de equilíbrio contábil o indicador que traz como resultado a quantidade
mínima a ser vendida para que os custos e despesas do processo de fabricação sejam cobertos,
ou seja, pagos, para calcular tal indicador considerando que a empresa analisada fabrica e
comercializa mais de um produto, deve ser utilizada a seguinte fórmula:
𝒄𝒖𝒔𝒕𝒐𝒔 𝒇𝒊𝒙𝒐𝒔
𝑷. 𝑬. 𝑼𝒏𝒊𝒅. 𝑴𝒊𝒙 =
(∑ 𝑴. 𝑪. 𝑼𝒏. 𝒊 ∗ 𝑿𝒊) / (𝑿𝒊)
𝑹$ 𝟔. 𝟖𝟓𝟑, 𝟎𝟎
𝑷. 𝑬. 𝑼𝒏𝒊𝒅. 𝑴𝒊𝒙 = = 𝟒, 𝟗𝟐
𝑹$ 𝟖. 𝟑𝟓𝟓, 𝟓𝟐 /𝟔
Interpretando, é necessário perceber que o valor total dos custos fixos, anteriormente
calculados, é dividido pela razão entre a somatória das margens de contribuição unitárias,
também anteriormente calculada, pela somatória das unidades produzidas no período.
Aplicado o cálculo, tem-se o resultado de 4,92, que deve ser analisado da seguinte
maneira: para que os custos e despesas do período sejam satisfeitos, é necessária a venda
mínima de 4,92 unidades de carrocerias. Qual tamanho de carroceria? Veremos adiante.
5_ PARTICIPAÇÃO DOS DIFERENTES PRODUTOS NO PONTO DE EQUILÍBRIO
É possível então verificar que, quando falamos anteriormente que é necessária a venda
mínima de 4,92 unidades de carrocerias para que os custos e despesas do período sejam
satisfeitos, na verdade devemos ler essa informação da seguinte maneira: para que os custos e
despesas sejam pagos, é necessária a venda mínima de 1,64 unidades da carroceria pequena,
2,46 unidades da carroceria média, e, 0,82 unidades da carroceria grande.
6_ MARGEM DE SEGURANÇA
Valores % do total
Faturamento Bruto R$ 28.500,00 100%
(-) CPV (R$ 15.293,56) 54%
(-) Custos Variáveis (R$ 13.441,06) 47%
(-) Despesas Variáveis (R$ 1.852,50) 7%
Margem de contribuição R$ 13.206,44 46%
(-) Custos indiretos (R$ 6.853,00) 24%
Resultado Mensal R$ 6.353,44 22%
Observando a tabela acima é possível verificar que o faturamento bruto foi de R$28.500,
valor esse conseguido através da aplicação dos preços de venda sobre as quantidades vendidas.
Deste montante foi então retirado o custo dos produtos vendidos, que foi buscado em outros
cálculos anteriormente feitos: apuração dos custos variáveis e apuração das despesas variáveis,
ambos multiplicados pelas respectivas quantidades vendidas.
Isso quer dizer que, havendo mão-de-obra insuficiente para a produção regular da
empresa, a ordem de prioridade na produção deve ser a anteriormente citada, já que o primeiro
lugar rende maior amortização dos custos e despesas fixas do que os demais.
Agora que o gerente da Carrocerias Marcondes Ltda. está em posse de todos os dados
necessários para uma gestão eficiente, muitos problemas podem ser evitados, bem como os
custos podem ser controlados a fim de aumentar os lucros. Indicadores econômicos e
financeiros, como por exemplo, margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de
segurança, entre outros, serão de grande valia no processo de gerencialmente empresa.
Para Martins (2006), a margem de contribuição é o ganho bruto sobre a venda realizada,
ou seja, é a quantia de recursos obtida por determinada empresa para pagar as despesas fixas e
arrecadar lucro, tratando-se da subtração das despesas e custos variáveis do preço de venda.
Mostrando então o quanto cada produto contribuiu para a formação do lucro, saber desse
indicador é de extrema importância ao gestor da Carrocerias Marcondes, para que se analise a
viabilidade da continuidade ou da descontinuidade da fabricação de cada tamanho de carroceria.
Não é o caso no período atualmente analisado, mas se, em algum momento futuro das
operações, a margem de contribuição de alguma das carrocerias for negativa, por exemplo,
significa que esse item não está produzindo lucro, muito pelo contrário, está atuando como
gargalo dos resultados, e a interrupção ou suspensão da fabricação desse item deve ser uma
opção a se considerar.
Considerando agora o aspecto de vendas da empresa, Dutra (2017) relata que no ponto
de equilíbrio, a produção de determinada empresa é suficiente para igualar as receitas ao custo,
de modo que, nesse ponto não é possível a obtenção de lucro, já que os recursos produzidos são
suficientes apenas para a remuneração de seus fatores de produção.
Ou seja, saber o ponto de equilíbrio será de extrema necessidade ao gestor, para que se
evite ao máximo produzir e vender uma quantidade inferior ao valor encontrado nesse
indicador, pois, caso isso ocorra, o prejuízo do período é certo. Infere-se então uma relação
direta entre o ponto de equilíbrio e a saúde financeira da empresa. Em um negócio equilibrado,
será possível verificar o retorno do investimento, e o desequilíbrio constante será indício de que
as operações não vão bem, sendo urgentemente necessária a tomada de atitudes condizentes.
Tendo ciência desse dado, o gerente poderá se manter atento a distância que cada
produto fica, mensalmente, do ponto de equilíbrio, podendo assim intensificar ou reduzir os
esforços na produção de cada tamanho de carroceria. Não existe motivo, por exemplo, de deixar
a margem de segurança acima de duas unidades mensais, já que, considerando as expectativas
de mercado, sabemos que essas unidades não serão vendidas e ainda passarão a despender
gastos com armazenamento.
E, por fim, mas não menos importante, temos a demonstração do resultado do exercício,
que, segundo Martins (2018), tem como função fornecer aos usuários das informações contábeis
da empresa, os dados essenciais sobre a formação do resultado, ou seja, a receita líquida e todas
as suas deduções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2017.