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COLÉGIO INDÍGENA ARUANA

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

MANAUS/AM

2022
SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................... 3
Papel Social Da Escola .................................................................................. 4
Identificação ................................................................................................... 5
Histórico ......................................................................................................... 6
Fundamentação Teórica ................................................................................ 7
Fins e Princípios Norteadores ...................................................................... 10
Objetivos e Metas ........................................................................................ 11
Metodologia ................................................................................................. 13
Quadro Funcional ........................................................................................ 14
Espaços, Recursos e Ações ........................................................................ 15
Projetos ....................................................................................................... 16
Matriz Curricular, Disciplinas e Conteúdos Curriculares ............................... 17
Organização Curricular ................................................................................ 19
Material Didático .......................................................................................... 21
Sistema de Avaliação................................................................................... 22
Conselho de Classe ..................................................................................... 24
Inclusão ....................................................................................................... 25
Formação Continuada ................................................................................. 26
Regimento Escolar ....................................................................................... 27
As Famílias e a Comunidade ....................................................................... 31
Referências Bibliográficas ............................................................................ 32

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INTRODUÇÃO

Quando bem estruturado, o projeto pedagógico pode ser uma ferramenta poderosa para a
formação de cidadãos críticos e compromissados com a justiça social. Ele também serve como
uma forma de garantir a continuidade e qualidade do ensino, evitando que os professores
fiquem soltos em relação à sua prática de ensino, e proporcionando um ambiente de trabalho
mais colaborativo. A proposta de elaboração do Projeto Político Pedagógico para a Educação
Escolar Indígena trás elementos das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica para
a Educação Escolar Indígena.

No entanto, é importante que o projeto pedagógico seja sempre contemplado com uma
formação pedagógica contínua, além da dotação de recursos adequados, tais como
equipamentos adequados, infraestrutura e orçamento suficientes para que as práticas e
objetivos propostos possam ser concretizados.

Assim, pode-se afirmar que o projeto pedagógico é uma ferramenta essencial para a
construção de uma educação de qualidade, que se preocupa em formar cidadãos críticos,
comprometidos e capazes de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. Contudo, sua efetividade depende de uma abordagem colaborativa e da dotação de
recursos adequados, que permitam a concretização dos objetivos propostos.

"O Projeto Político Pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação
intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um
projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-
político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. (...)
Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de
se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas
de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade." (Veiga, 1995)

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PAPEL SOCIAL DA ESCOLA

A escola é o lugar onde a criança se desenvolve plenamente, e durante os anos o


educando cria ligações e relações de afinidade com toda a comunidade escolar. Buscando
formar um cidadão com consciencia critica e capaz de atuar na sociedade. Resgatando e
respeitando sua cultura e principios.

Nessa definição esclarecemos nossa:

• MISSÃO
Temos como missão garantir a continuidade da história, reafirmar identidades, com uma
educação de qualidade, e acesso a tecnologia.

• VISÃO
Crescer e inovar para ser reconhecido pela comunidade como o melhor colégio do norte da
ilha, sendo referência de ensino e qualificação dos seus profissionais.

• VALORES

✓ CRIATIVIDADE
Estimular o conhecimento através de metodos especificos.
✓ COMPROMETIMENTO
Desenvolver um bom trabalho contando com toda a equipe escolar, com a comunidade, para
desenvolver um bom trabalho.
✓ COLETIVIDADE
Estabelecer vínculos para o desenvolvimento individual e coletivo.
✓ GENTILEZA
Respeitar e promover o bem estar comum por meio de atitudes gentis.
✓ CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Intensificar a educação ambiental e o monitoramento das terras indigenas e ações
preventivas.
✓ SUPERAÇÃO
Melhoria da oferta de ensino de acordo com a necesisdade do territorio em que a escola esta
inserido.
✓ CARÁTER
Contribuir com saberes que orientem ações éticas, respeitem as diferenças e suas culturas
e desenvolvam admiração por suas origens.

Diante disso, é necessário buscar compreender as necessidades e fundamentações


teóricas que asseguram a qualidade do ensino nas práticas educacionais estabelecidas. Com
o auxílio das concepções filosóficas que a entidade escolar Colégio Indígena Aruana.

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IDENTIFICAÇÃO

O Colégio Indígena Aruana é uma entidade de iniciativa publica prestadora de serviços


educacionais mantida com recursos municipais.
Está assegurada na Constituição Federal Brasileira de 1988, na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) que assegura às comunidades indígenas o
direito à educação diferenciada, específica e bilíngue.
Com o apoio da Funai que apoia a educação indígena voltado a sustentabilidade, e
contribui para a elaboração do PPP. Ministra Educação Infantil e Ensino Fundamental.

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HISTÓRICO

Fundado em 2012, o Colégio Indígena Aruana teve como fator de grande motivação a
busca por construir uma escola digna e com a identidade local onde os pais possam aprender
junto com os filhos.
Uma escola que prepare as crianças para a vida em sociedade e que desenvolve
habilidades e competências naturais para que, futuramente possam dar seguimento a seus
estudos, e após isso se for de seu interesse voltar para dar apoio e educação de qualidade
para as futuras gerações.
Assim se identifica o colégio Aruana, buscando garantir o direito dos povos indígenas
com compromisso e respeito a educação diferenciada e garantida.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para Munduruku, “educar é fazer sonhar”, com isso a educação escolar indigena
se torna magica para todos os que tem contato. A propria existencia e o contexto
em que vivem o educam a todo momento, em todos os espaços que frequentam .

(...) Minha compreensão aumentou quando em grupo


deitávamos sob a luz das estrelas para contemplá-las
procurando imaginar o universo imenso diante de nós, que
nossos pajés tinham visitado em sonhos. Educação para
nós se dava no silêncio. Nossos pais nos ensinavam a
sonhar com aquilo que desejávamos. (...) Educar é fazer
sonhar. Aprendi a ser índio, pois aprendi a sonhar. Ia para
outras paragens. Passeava nelas. Aprendia com elas.
Percebi que na sociedade indígena educar é arrancar de
dentro para fora, fazer brotar os sonhos e, às vezes, rir do
mistério da vida. (MUNDURUKU, 1996, p.38).

Além do que se pode aprender em escolas, os povos indigenas costumam aprender


com os mais velhos, atraves do ato de ouvir historias contadas pelos ansioes e guardiaos, as
crianças resgatam a todo momento sua historia, e desenvolvem admiração pelo seu povo.
Educa-se, portanto, para a compreensão do mundo e para apresenta-los o caminho do bem
estar, da alegria, da liberdade e do sentido.

Encontramos no pensamento de Edgar Morin ressonância quando este se refere aos


saberes importantes e necessários a ter em conta no ensino do futuro. A sua proposta é o
resultado de uma investigação que lhe encarregou fazer a UNESCO, (Organização das
Nações Unidas para a educação, ciência e cultura), 1999. Sobre o tema de um futuro viável
para a educação do mundo. O pensador Galo opina acertadamente que não se pode
desenvolver uma autêntica educação se esta não se apoia na justiça, na democracia
verdadeira, na igualdade e na harmonia com o entorno. Para levar um modelo assim à prática
Morin pensa que sete hão de ser os saberes necessários à educação do futuro.

1. Um conhecimento capaz de criticar o próprio conhecimento. As


cegueiras do conhecimento são o erro e a ilusão. Cada pessoa está
condicionada pelo seu próprio mundo emotivo, pelas suas percepções
da realidade, pelo seu mundo cultural e por influências sociológicas. As
teorias científicas não estão para sempre imunizadas contra o erro.
Resulta difícil entender que tenhamos uma educação que visa transmitir
conhecimentos e seja cega quanto ao que é o próprio conhecimento
humano. Sem aprofundar sobre os seus dispositivos, enfermidades,
dificuldades, tendências ao erro e à ilusão, e não se preocupe em fazer
conhecer o que “é conhecer”. Temos, por tanto, que introduzir e

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desenvolver na educação o estudo das características cerebrais,
mentais, culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e
modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais que o
conduzem ao erro ou à ilusão.

2. Discernir as informações chave, tendo claros os princípios do


conhecimento pertinente: Os estudantes têm que saber escolher os
pontos chave dentro da abundância atual de informação. É preciso
escolher o prioritário e analisar os contextos dos problemas e das
informações. Existe um problema capital, sempre ignorado, que é o da
necessidade de promover o conhecimento capaz de apreender
problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos
parciais ou locais. A supremacia do conhecimento, fragmentado de
acordo com as disciplinas, impede frequentemente de operar o vínculo
entre as partes e a totalidade, e deve ser substituída por um modo de
conhecimento capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua
complexidade e seu conjunto. É necessário desenvolver a aptidão
natural do espírito humano para situar todas essas informações em um
contexto e um conjunto. É preciso ensinar os métodos que permitam
estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as
partes e o todo em um mundo complexo. O que pode fazer-se baseando-
se sempre no método científico de pesquisa, nas relações causa-efeito
e no uso nas aulas do método didático integral da globalização e
interdisciplinar.

3. Ensinar a condição humana: reconhecer a nossa humanidade comum


em que vivemos. E, ao mesmo tempo, a diversidade da nossa condição
humana. A humanidade é uma e diversa. Compreender que o “humano”
é sempre físico, biológico, psicológico, social e cultural, e essa unidade
complexa da natureza humana é totalmente “desintegrada”, não
entendida, porque foi artificialmente dividida ou desligada, na educação
atual, pelas várias disciplinas. Tomando isto como base, devem levar-se
os estudantes a compreender a unidade e a complexidade do ser
humano. Utilizando a Didática interdisciplinar.

4. Ensinar a identidade terrena: a revolução tecnológica permitiu voltar a


unir o que antes sempre esteve disperso. A pátria comum é a Terra, por
isso temos que lograr um sentimento de pertença à mesma, embora
existam diferenças essenciais. É necessário ensinar aos jovens alunos
a história da era planetária, iniciada com as navegações portuguesas,
seguidas das castelhanas, francesas, inglesas e holandesas, que
puseram em comunicação todos os continentes a partir do século XVI.
Para o bem e para o mal, o mundo interligou-se. A problemática atual é
planetária, porque todos os seres humanos têm problemas e um destino
comum.

5. Enfrentar as incertezas: o século XX derrubou a previsibilidade do futuro.


Caíram impérios que pensavam perpetuar-se. A educação deve ir já
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unida à incerteza e às reações e ações imprevisíveis. Temos que ensinar
aos estudantes a estratégia que leve a pensar o imprevisto, pensar a
incerteza, intervir no futuro através do presente, com as informações
obtidas no tempo e a tempo. É preciso aprender a navegar um oceano
de incertezas. O futuro é aberto e incerto, mas temos dados para, pelo
menos, tentar minorar as dificuldades.

6. Ensinar a compreensão: devemos melhorar a nossa compreensão dos


demais, o respeito pelas ideias dos outros e os seus modelos de vida,
sempre e quando não atentem contra a dignidade humana. Há que
entender os outros códigos éticos, os ritos e costumes. Não marcar
ninguém com uma etiqueta. Evitar o egoísmo e o etnocentrismo.
Caraterístico este das ditaduras, o nazismo, o estalinismo e o fascismo.
Compreender que a compreensão é meio e fim da comunicação
humana, mas, infelizmente, a educação para a compreensão não se faz
em quase que nenhum lugar. Precisamos de compreensão mútua.
Precisamos estudar a incompreensão, o racismo, a xenofobia, o
dogmatismo. Para isso temos que desenvolver em todas as aulas e
estabelecimentos de ensino de todos os níveis a “Educação para a Paz
e a Não Violência”. Como faziam Tagore e Gandhi.

7. A ética do género humano: ensinar a verdadeira democracia é um dever


ético. Mas também necessita diversidade e antagonismos: a democracia
não consiste numa ditadura da maioria. À que soem tender os governos
que conseguem nas eleições maiorias absolutas. Os nossos estudantes
têm que compreender a natureza “trinitária” do ser humano: indivíduo-
sociedade-espécie. A ética indivíduo-espécie consiste no controle da
sociedade pelo indivíduo e do indivíduo pela sociedade, por meio de
uma democracia autêntica. A ética indivíduo-espécie implica, no
presente século, a construção e efetivação da cidadania terrestre ou
planetária.

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FINS E PRINCÍPIOS NORTEADORES

De acordo com Veiga (1991, p. 82), os princípios do PPP são: igualdade, qualidade, gestão
democrática, liberdade/autonomia e valorização do magistério. Fundamentados pelas ações
pedagogicas.

A escola, sendo uma instituição humana, deve propiciar tanto aos alunos como aos
educadores o desenvolvimento de valores humanos perenes, que propiciam o desenvolvimento
integral do ser humano. Competências como o senso de justiça, liberdade responsável, respeito
mútuo, pensamento autônomo, sinceridade, solidariedade, capacidade de amar e ser amado...

Valores e princípios como base para a construção do conhecimento e percepção integral


para melhor aproveitamento do potencial da inteligência.

Buscando trazer para o contexto escolar as experiencias diarias da criança com sua familia,
suas crenças e costumes, fazendo uma mescla entre o saber, assim, podem dividir suas ideias
colaborando para um saber maior de toda a sala de aula. Saberes esses que seram usados
para sempre e jamais esquecidos.

Para Libâneo,
“A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática,
possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no
processo de tomada de decisão e no funcionamento da organização
escolar. A participação proporciona melhor conhecimento dos objetivos
e das metas da escola, de sua estrutura organizacional e de sua
dinâmica, de suas relações com a comunidade, e propicia um clima de
trabalho favorável a maior aproximação entre professores, alunos e
pais.” (LIBÂNEO, 2013, p.89).

Em síntese, acreditamos nos princípios e valores que uma colaboração entre a


comunidade e o ambiente escolar possam possibilitar aos educandos e na sua capacidade de
evoluir e transformar o meio em que vive.

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OBJETIVOS E METAS

Objetivo Geral
Proporcionar a formação da criança na primeira etapa escolar, garantindo
continuidade em seu processo de escolarização.

Assim o objetivo do Colégio Aruana é implementar uma educação de qualidade, que


reconheça e valorize as diferenças existentes entre os discentes e dessa forma estimule e
desenvolva inteligências e competências, contribuindo assim, no aflorar das verdadeiras
vocações.

Objetivos Específicos
Seguindo o estipulado pelo Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Escolar Indígena na Educação temos por objetivo

• Desevolvimento, avaliação de todos os projetos educativos;

• Tornar a Educação Escolar Indígena projeto orgânico, articulado e sequenciado


de Educação Básica entre suas diferentes etapas e modalidades;

• Assegurar que os princípios da especificidade, do bilingüismo e multilinguismo,


da organização comunitária e da interculturalidade fundamentem os projetos
educativos das comunidades indígenas, valorizando suas línguas e
conhecimentos tradicionais;

• Assegurar que o modelo de organização e gestão da escola leve em consideração


as práticas socioculturais e econômicas das respectivas comunidades;

• Formar professores especialistas em saberes tradicionais, como os tocadores de


instrumentos musicais, contadores de narrativas, míticas, pajés e xamãs,
rezadores, raizeiros, parteiras, organizadores de rituais, conselheiros e outras
funções próprias e necessárias ao bem viver dos povos indígenas;

• Zelar para que o direito à educação escolar diferenciada seja garantido às


comunidades indígenas com qualidade social e pertinência pedagógica, cultural,
linguística, ambiental e territorial, respeitando as lógicas, saberes e perspectivas
dos próprios povos indígenas.

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Meta

• Qualificar e aperfeiçoar a ação docente (metodologia) através da discussão e


momentos de planejamento e formação aos educadores;

• Incentivar e desenvolver atividades artísticas e culturais;

• Recuperar suas memórias históricas, e a reafirmação de suas identidades


étnicas;

• Acesso às informações, conhecimentos técnicos, científicos e culturais da


sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-indígenas.

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METODOLOGIA

A metodologia da escola indígena pode variar de acordo com a comunidade e a região


em que está localizada, pois cada povo indígena possui suas próprias tradições e formas de
transmitir conhecimento. Entretanto, de maneira geral, o Colégio Aruana busca valorizar e
preservar a cultura, língua e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas localizados.
Portanto, nossa escola adota uma abordagem mais integrada com a realidade e o
contexto das comunidades, buscando promover uma educação que respeite e fortaleça a
identidade indígena. Isso inclui o uso da língua materna como língua de instrução,
incorporação de práticas culturais e conhecimentos tradicionais nos currículos, valorização da
oralidade, conexão com o meio ambiente e valorização da sabedoria ancestral.

Além disso, incentivamos uma abordagem participativa, onde os estudantes são


incentivados a ter um papel ativo em seu próprio aprendizado, respeitando suas experiências
e conhecimentos prévios. A nossa pedagogia indígena também envolve atividades práticas,
aprendizado por meio da observação e do diálogo, e uma ênfase na relação equilibrada entre
os seres humanos e a natureza.

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QUADRO FUNCIONAL

A estrutura organizacional do Colégio Aruana compreende:

• Direção Geral
• Coordenação Pedagógica
• Professores
• Colaboradores internos e externos

Existe uma divisão no processo de gestão escolar que ainda impera nas escolas.

E segundo Paro (2010) e suas respectivas análises:


Isso significa que não apenas direção, serviços de secretaria e
demais atividades que dão subsídios e sustentação à atividade
pedagógica da escola são de natureza administrativa, mas
também a atividade pedagógica em si – pois a busca de fins não
se restringe às atividades-meio, mas continua, de forma ainda
mais intensa, nas atividades-fim (aquelas que envolvem
diretamente o processo ensino-aprendizado). (PARO, 2010,
p.765)

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ESPAÇOS, RECURSOS E AÇÕES

O Colégio Aruana tem um espaço físico envolvido por uma natureza, onde os alunos
são estimulados a interagir e respeitar o meio ambiente em toda a sua diversidade, sabendo
que o ser humano é figura destacada desse meio.
Também é assegurado a escola indigena a estrutura adequada às necessidades dos
estudantes e das especificidades pedagógicas da educação diferenciada, garantindo
laboratórios, bibliotecas, espaços para atividades esportivas e artístico-culturais, assim como
equipamentos que garantam a oferta de uma educação escolar de qualidade sociocultural.

• Espaço arborizado: local utilizado para aulas ao ar livre, bem como, atividades
recreativas.

• Trilha ecológica: área verde, onde pode se observar a paisagem, a fauna e a


flora.

• Horta: Espaço de vivência ambiental, com canteiros, viveiro de mudas e casa


ambiental.

• Parque externo: possui diversos brinquedos para desenvolvimento da


coordenação motora ampla, socialização e ludicidade. Possui no seu entorno
espaço reservado para educação ambiental.

• Ginásio poliesportivo: espaço onde são realizadas atividades físicas e eventos.

• Espaço multiuso: local para aulas extras, como dança e artes marciais

• Cantina: conta com um cardápio elaborado pela gastronomia local, que


oferece alimentos produzidos com qualidade, saborosos e nutritivos.

• Biblioteca: espaço destinado à pesquisa, leitura, empréstimo de livros,


narração de histórias, realização de exposições, ações culturais, referência,
pesquisa e orientação;

• Salas de aula: seis salas para ensino infantil.

• Três banheiros.

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PROJETOS

Percebe-se a necessidade de ações mais eficazes que possibilitem a qualificação do


trabalho pedagógico e a afirmação da cidadania no cotidiano escolar por meio de projetos
educativos. As escolas indígenas desenvolvem uma variedade de projetos que visam fortalecer
as comunidades, promover a sustentabilidade e preservar a cultura e os conhecimentos
tradicionais. Aqui estão alguns exemplos de projetos realizados pela nossa escola:

1. Projetos de valorização da cultura: Projetos que visam preservar e promover a


cultura e os conhecimentos tradicionais de suas comunidades. Isso inclui atividades como
danças tradicionais, cerimônias, produção de artesanato, contação de histórias, ensino da
língua materna e atividades que resgatem a memória ancestral.

2. Projetos de educação bilíngue e tradução: Propende desenvolver projetos de


educação bilíngue, onde a língua materna é valorizada e utilizada como língua de instrução
juntamente com o idioma nacional. Além disso, há esforços de tradução de materiais
educacionais e literários para a língua indígena, promovendo o acesso ao conhecimento na
língua ancestral.

3. Projetos de engajamento com a comunidade: Desenvolvimento e realização de


projetos que envolvam a participação ativa dos membros da comunidade, como eventos
culturais, palestras, oficinas, encontros com líderes tradicionais, entre outras atividades de
engajamento.

4. Projeto Sustentabilidade: Dedicado à conscientização dos alunos em relação à


alimentação saudável, construção e manutenção de horta orgânica, reaproveitamento do óleo
de cozinha em parceria com o projeto ReÓleo, separação de lixo, compostagem, coleta de
pilhas e baterias e saídas de estudos.

5. Escola de Pais: Esse projeto objetiva estreitar a convivência da equipe pedagógica


com os pais, a fim de somar possibilidades de conhecer melhor o contexto dos alunos, abrindo
novas perspectivas de atuação e compartilhar informações, conhecimentos e práticas sobre o
processo do desenvolvimento humano e da aprendizagem. Esse projeto contempla encontros
mensais que serão pré-agendados pela escola.

6. Saídas de estudos/Vivências Extraescolares: Tem como objetivo complementar a


teoria onde os alunos podem experimentar novas vivências, observar o meio ambiente, adquirir
conhecimentos culturais e artísticos.

7. Capacitação dos profissionais: Encontros mensais para trocas de experiências,


estudos de casos, oficinas, debates, vivências. Cursos externos.

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MATRIZ CURRICULAR, DISCIPLINAS E CONTEÚDOS CURRICULARES

A organização curricular da escola indígena pode variar dependendo da comunidade e


das diretrizes adotadas. No entanto, muitas escolas indígenas buscam incorporar tanto os
conhecimentos tradicionais e culturais das comunidades indígenas quanto os conteúdos
educacionais formais.

Em relação aos conhecimentos tradicionais, a escola indígena pode incluir em seu


currículo temas como a história e a cultura do povo indígena local, práticas e rituais
tradicionais, conhecimentos sobre o meio ambiente e a natureza, medicina tradicional,
artesanato e habilidades tradicionais.

Já em relação aos conteúdos educacionais formais, a escola indígena geralmente segue


as diretrizes do currículo nacional, adaptando-os para atender às necessidades e realidades
específicas da comunidade indígena. Isso pode envolver o ensino de matemática, língua
portuguesa (ou outra língua oficial do país), ciências, história, geografia, educação física,
entre outras disciplinas.

Muitas vezes, as escolas indígenas buscam promover uma abordagem mais integrada,
em que os conhecimentos tradicionais e os conteúdos educacionais formais se
complementam. Isso pode ser feito por meio de projetos interdisciplinares, atividades
práticas que envolvam a comunidade, estudos do meio, valorização da oralidade e narrativas
indígenas, entre outras estratégias pedagógicas.

Além disso, em algumas escolas indígenas, é dada ênfase à língua materna como língua
de instrução ou como disciplina específica, visando à preservação e revitalização da língua
indígena.

É importante ressaltar que a organização curricular da escola indígena deve ser


desenvolvida em diálogo com a comunidade, levando em consideração suas necessidades,
tradições, valores e aspirações.

INFANTIL
• De ordem física (corpo e movimento);
• De ordem afetiva (emoções e equilíbrio);
• De ordem cognitiva (linguagens, raciocínio lógico – matemático);
• De ordem ética (valores norteadores);
• De ordem estética (artes);
• De ordem pessoal (conhecimento de si em seus aspectos mental, emocional e
psíquico);
• De ordem social (conhecimento do mundo).

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Habilidades Infantil 2 Infantil 3 Infantil 4 Infantil 5

Capoeira, futsal, Capoeira, futsal, Capoeira, futsal, Capoeira, futsal,


Ordem Física parque, ed. Física, parque, ed. Física, parque, ed. Física, parque, ed. Física,
psicomotricidade. psicomotricidade. psicomotricidade. psicomotricidade.
Roda de conversa, Roda de conversa, Roda de conversa, Roda de conversa,
Ordem Afetiva
massagem e massagem e massagem e massagem e
relaxamento, jogos. relaxamento, jogos. relaxamento, jogos. relaxamento, jogos.
Arte, jogos, inglês, Raciocínio lógico, arte, Raciocínio lógico, Pré-alfabetização,
contações de histórias. jogos, inglês, contações leitura, arte, jogos, raciocínio lógico,
Ordem Cognitiva
de histórias. inglês, contações de leitura, arte, jogos,
histórias. inglês, contações de
histórias.

Hora do conto, valores e Hora do conto, oficina Hora do conto, oficina Hora do conto, oficina de
princípios, teatro, ed. de educação no trânsito, de educação no educação no trânsito, valores
Ordem Ética Ambiental. valores e princípios, trânsito, valores e e princípios, teatro, ed.
teatro, ed. Ambiental. princípios, teatro, ed. Ambiental.
Ambiental.
Ordem Arte, musicalização, Arte, musicalização, Arte, musicalização, Arte, musicalização,
Estética teatro. teatro. teatro. teatro.
Roda de conversa, ed. Roda de conversa, ed. Roda de conversa, ed. Roda de conversa, ed.
Ordem
ambiental, hora do ambiental, hora do ambiental, hora do ambiental, hora do
Pessoal
conto, filme, teatro. conto, filme, teatro. conto, filme, teatro. conto, filme, teatro.
Hora do conto, teatro, Hora do conto, teatro, Hora do conto, teatro, Hora do conto, teatro, jogos,
jogos, filme, inglês, saída jogos, filme, inglês, saída jogos, filme, inglês, filme, inglês, saída de estudo,
Ordem Social de estudo, culinária, ed. de estudo, culinária, ed. saída de estudo, culinária, ed.
Ambiental. Ambiental. culinária, ed. Ambiental.
Ambiental.

Número mínimo de dias de efetivo trabalho escolar: 200 dias.

Número mínimo de semanas letivas: 40 semanas.

Número de dias semanais de efetivo trabalho escolar: 05 dias.

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ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

É desenvolvida conforme a lei 9394/96 LDB (Lei de Diretrizes e Bases), salientando a


inclusão da lei 10.639/03.
Entende-se como currículo todas as atividades desenvolvidas pelo Colégio Aruana,
visando o alcance dos objetivos estabelecidos.
Ele é formado por dois conjuntos de ações, que interagem entre si e se complementam.
A grade curricular e o conjunto de atividades e práticas que dela decorrem.

Atividades complementares
São realizadas para oportunizar aos alunos ferramentas significativas para o pleno
desenvolvimento de suas potencialidades.
Nesse planejamento consideramos relevante os seguintes aspectos, conduzindo-os
dentro dos pilares da educação propostos pela Organização das Nações Unidas para a
educação, ciência e cultura (UNESCO).

Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender,


descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se
mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção
permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o
pensar.

Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do
trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto
a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito
cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao
trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber
comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de
técnicas a serem trabalhadas.

Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por


ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a
percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a
ter prazer no esforço comum.

Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético,


responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade,
iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem
precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.

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Organização curricular para período integral
A opção de turno integral, os estudantes têm acesso a diversas atividades
extracurriculares, a fim de estimulá-los em suas potencialidades.
É um tempo dedicado às atividades extraclasse, que contribuem para o
desenvolvimento intelectual e social das crianças, além de despertar seu interesse para
diferentes áreas. Com isso, os alunos acabam desenvolvendo mais atenção e interesse
nas disciplinas que cursam no horário regular. Isso sem contar que também criam
responsabilidade com materiais, horários de estudo e várias outras tarefas.

Organização curricular para educação ambiental


A Educação Ambiental deverá contribuir para o desenvolvimento de hábitos, atitudes
e comportamentos que propiciem a formação de uma cultura voltada para um meio ambiente
saudável e para o uso racional de recursos naturais. De indiscutível importância para a
sustentação da vida no planeta, a educação ambiental está no coração do marco inaugural
do Colégio Aruana, e o seu forte e consolidado desenvolvimento carrega a força dos sonhos
do fundador dessa escola.

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MATERIAL DIDÁTICO

Nas escolas indígenas, os materiais didáticos podem variar dependendo das


necessidades e recursos disponíveis em cada comunidade. No entanto, no Colégio Aruana
existem algumas abordagens e recursos educacionais que são utilizados:

1. Livros e materiais impressos: Livros didáticos, adaptados para atender às especificidades


culturais e linguísticas da comunidade indígena. Esses materiais podem abordar temas como
história, matemática, ciências, língua portuguesa (ou outra língua oficial), entre outros.

2. Materiais audiovisuais: Vídeos, documentários e recursos audiovisuais são utilizados como


complemento às aulas, auxiliando na compreensão de conceitos, na apresentação de histórias
e na valorização da cultura indígena. Esses materiais podem ser produzidos tanto por
instituições educacionais quanto por membros das próprias comunidades indígenas.

3. Materiais artesanais: Materiais artesanais, como instrumentos musicais tradicionais,


tecidos, objetos de arte e artesanato, podem ser utilizados nas escolas indígenas como forma
de ensinar sobre as tradições culturais e estimular a criatividade dos estudantes.

É importante ressaltar que muitas escolas indígenas também valorizam e incorporam os


conhecimentos tradicionais transmitidos oralmente, por meio de histórias, cantos, danças e
práticas culturais. Esses conhecimentos podem ser compartilhados diretamente pelos
membros mais experientes da comunidade, sem a necessidade de materiais didáticos
convencionais.

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SISTEMA DE AVALIAÇÃO

O sistema de avaliação das escolas indígenas pode variar dependendo do


contexto e das políticas educacionais adotadas em cada país.

Algumas características do nosso sistema de avaliação:

1. Avaliação formativa: As escolas indígenas tendem a adotar uma abordagem


de avaliação formativa, focada no acompanhamento contínuo do progresso dos estudantes
ao longo do tempo. Em vez de apenas avaliar o desempenho em provas e testes, valoriza-
se a observação do desenvolvimento das habilidades e conhecimentos dos estudantes por
meio de atividades práticas, projetos, participação em aula e diálogo com a comunidade.

2. Avaliação contextualizada: Considerando que a educação indígena valoriza


a diversidade cultural e a aprendizagem baseada na realidade das comunidades, os sistemas
de avaliação tendem a levar em conta o contexto cultural, social e linguístico dos estudantes.
Isso implica em avaliar não apenas os conhecimentos acadêmicos, mas também as
habilidades, conhecimentos tradicionais e a participação dos estudantes nas práticas
culturais da comunidade.

3. Valorização dos conhecimentos tradicionais: Nas escolas indígenas, os


conhecimentos tradicionais têm importância fundamental. Portanto, os sistemas de avaliação
podem incluir formas de reconhecer, valorizar e avaliar esses conhecimentos, seja por meio
de atividades práticas, projetos relacionados à cultura e tradições, ou pela valorização da
oralidade e sabedoria ancestral.

4. Participação comunitária: As escolas indígenas frequentemente envolvem a


participação ativa da comunidade no processo de avaliação. Isso pode incluir a participação
de anciãos, líderes tradicionais, pais e membros da comunidade em avaliações e reuniões
para discutir o progresso dos estudantes, compartilhar feedback e tomar decisões
relacionadas à educação.

É importante ressaltar que a avaliação nas escolas indígenas deve ser sensível à
diversidade cultural, respeitando as formas de conhecimento e valorizando a identidade dos
estudantes indígenas. A inclusão e o respeito às perspectivas indígenas no processo de
avaliação são fundamentais para uma educação mais equitativa e significativa.

ENSINO FUNDAMENTAL I

A avaliação se dá mediante aplicação de atividades dirigidas, estas podem ser


individuais e/ou em grupo e acontecem durante o trimestre. Nos trabalhos em grupo o aluno
é avaliado individualmente de acordo com a sua participação.

A entrega dos conceitos aos pais ocorre trimestralmente, conforme calendário anual.
Do 1º e 2º ano, período reservado para a “alfabetização integral” as notas são convertidas
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em conceitos (conforme tabela), e assim, registradas no rendimento escolar do aluno, sem
o objetivo de promoção, salvo condições especiais mediante concordância entre as partes
(escola/família) e visando o melhor aproveitamento.

Conversão AE – Atingiu com Êxito (entre 9 e 10);


: A – Atingiu com Apoio (entre 7 e 8);

AP – Atingiu Parcialmente  6.

As avaliações não deverão ultrapassar o limite máximo de 10 questões.

As disciplinas de arte, música e educação física não necessariamente terão avaliações


escritas.
*As disciplinas com até duas aulas semanais poderão ter a quantidade de avaliações
reduzidas.
** Quando não necessitar de apresentação o trabalho de pesquisa terá peso 10.

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CONSELHO DE CLASSE

O conselho de classe é uma instância educativa, prevista em lei, da maior importância


para o processo educativo do Colégio Aruana. Sua função básica é contribuir para melhoria
do processo ensino- aprendizagem, mediante uma discussão coletiva dos professores,
coordenadores e direção, pais e alunos quando houver necessidade, na busca de saídas
para as dificuldades que o processo apresenta.
Como conselho de classe, a lei lhe confere o direito de referendar ou modificar a visão
parcial que cada professor tem dos alunos na sua disciplina, buscando perceber e analisar
o desenvolvimento dos mesmos de uma forma mais ampla e global, considerando os
diversos critérios estabelecidos para analisar o desempenho do aluno no seu processo de
formação.

24
INCLUSÃO

A inclusão no Colégio Aruana é um aspecto essencial e deve ser buscada de forma ativa
e abrangente. É fundamental garantir que todos os estudantes indígenas tenham acesso a
uma educação de qualidade, respeitando sua diversidade cultural, linguística e individual.

1. Valorização da identidade indígena: A escola indígena deve reconhecer, valorizar e


promover a identidade indígena dos estudantes. Isso pode ser feito através da inclusão de
conteúdos curriculares relevantes para a cultura e história indígena, uso da língua materna
como língua de instrução ou como disciplina, realização de atividades culturais, entre outros.

2. Respeito à diversidade linguística: Muitas comunidades indígenas possuem suas


próprias línguas tradicionais. A escola indígena deve reconhecer e valorizar essas línguas,
garantindo que os estudantes tenham a oportunidade de aprender e usar sua língua materna
na educação. Isso pode incluir programas de ensino bilíngue, tradução de materiais didáticos
e apoio ao desenvolvimento e preservação da língua indígena.

3. Acessibilidade física e cultural: As escolas indígenas devem garantir que suas


instalações e recursos sejam acessíveis a todos os estudantes, considerando suas
necessidades físicas, culturais e linguísticas. Isso inclui proporcionar um ambiente seguro e
adequado, considerando aspectos como acessibilidade para pessoas com deficiência,
estrutura física apropriada para práticas culturais e espaços que reflitam a identidade
indígena.

4. Envolvimento com a comunidade: A inclusão na escola indígena também envolve a


participação ativa e significativa da comunidade indígena. Isso pode ser realizado por meio
do envolvimento dos pais, líderes tradicionais, anciãos e membros da comunidade nas
decisões e práticas educacionais. Essa parceria fortalece a conexão entre a escola e a
comunidade, promovendo a participação efetiva dos estudantes e a valorização dos
conhecimentos tradicionais.

5. Sensibilidade cultural e pedagógica: A equipe educacional da escola indígena deve ter


uma sensibilidade cultural e pedagógica, compreendendo as perspectivas, necessidades e
desafios dos estudantes indígenas. Isso envolve a formação contínua dos professores, a
incorporação de práticas pedagógicas inclusivas e o respeito às formas de conhecimento
indígena.

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FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação continuada é uma parte fundamental do desenvolvimento profissional dos


educadores nas escolas indígenas. A formação continuada busca aprimorar o conhecimento
e as habilidades dos professores, capacitando-os para oferecer uma educação de qualidade.

1. Sensibilidade cultural e pedagógica: A formação continuada deve abordar a sensibilidade


cultural e pedagógica dos educadores, ajudando-os a compreender as perspectivas, valores,
tradições e desafios enfrentados pelas comunidades indígenas. Isso envolve o aprendizado
sobre a história, a cultura e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, bem como
estratégias pedagógicas adequadas para atender às necessidades dos estudantes indígenas.

2. Língua e cultura indígena: A formação continuada pode incluir programas de ensino e


aprendizado da língua indígena, bem como o aprofundamento sobre a cultura, práticas
tradicionais e rituais das comunidades indígenas. Isso auxilia os educadores a valorizarem a
língua e a cultura indígena no ambiente escolar, fortalecendo a identidade dos estudantes e
promovendo uma educação mais inclusiva.

3. Metodologias pedagógicas inclusivas: A formação continuada pode fornecer aos


educadores ferramentas e estratégias pedagógicas inclusivas que atendam às necessidades
e estilos de aprendizagem dos estudantes indígenas. Isso pode incluir abordagens
pedagógicas participativas, métodos de ensino baseados na cultura e na oralidade, uso de
recursos educacionais contextuais e envolvimento da comunidade no processo de ensino-
aprendizagem.

4. Uso de tecnologia educacional: A formação continuada também pode abordar o uso


adequado de recursos tecnológicos na educação indígena, como o acesso a computadores,
tablets e internet. Isso inclui o treinamento dos educadores no uso de tecnologia educacional
e recursos digitais relevantes para a educação indígena, promovendo a inovação pedagógica
e a inclusão digital.

5. Troca de experiências e aprendizado colaborativo: A formação continuada pode


proporcionar espaços de troca de experiências e aprendizado colaborativo entre os
educadores indígenas. Esses espaços promovem o compartilhamento de práticas
pedagógicas bem-sucedidas, a discussão de desafios enfrentados e o fortalecimento da rede
de apoio entre os educadores.

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REGIMENTO ESCOLAR

O regimento escolar regulamenta o funcionamento do Colégio e estabelece normas


que facilitam o relacionamento colégio, pais e/ou responsáveis, professores e alunos.

É importante que a família e o aluno, se inteirem das normas pré-estabelecidas neste


regimento. Os pais e/ou responsáveis deverão observar os seguintes aspectos:
• Possibilitar que o aluno cumpra os horários estabelecidos pelo colégio;
• Garantir que o aluno, nas dependências do colégio, esteja sempre uniformizado e de
posse da agenda escolar;
• Conferir todos os dias a agenda escolar e assinar as comunicações;
• Acompanhar todas as atividades escolares do aluno, a fim de saber do seu processo de
aprendizagem ou dificuldade para poder auxiliá-lo.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
1. Horário regular: Adotamos horário de funcionamento regular, com aulas durante a manhã
e/ou tarde, geralmente de segunda a sexta-feira. Nesses casos, o horário de início e término
das aulas pode variar de acordo com as necessidades da comunidade.

2. Calendário adaptado: o calendário escolar pode ser adaptado para se adequar às práticas
culturais e tradições locais. Isso pode incluir interrupções no calendário para participação em
eventos tradicionais, períodos de colheita ou outras atividades relacionadas à vida
comunitária.

É importante ressaltar que as decisões sobre os horários de funcionamento das escolas


indígenas são tomadas em consulta à comunidade, levando em consideração suas
necessidades, tradições e valores.

UNIFORME

O uniforme identifica o aluno, desta forma, sempre que vier ao colégio (no
seu turno ou no contraturno) o aluno deverá apresentar-se uniformizado.

MATERIAL ESCOLAR

Todo material de uso individual do aluno deverá ser identificado, o material é


fornecido pela instituição.

27
DIREITOS DO ALUNO

• Participar das aulas e demais atividades sociais, cívicas e recreativas promovidas


pela instituição;
• Ter acesso a uma educação de qualidade, com respeito à diversidade de crenças
e de política, de valores e de costumes, através do apoio de educadores qualificados
para esta tarefa;
• Ser tratado com educação e respeito pelos colegas, educadores e funcionários;
• Tomar conhecimento das notas e/ou conceitos obtidos em avaliações e trabalhos
realizados;
• Solicitar orientação aos educadores em sala de aula para sanar as dúvidas
existentes;
• Solicitar, caso se julgue prejudicado, revisão de avaliações dentro do prazo máximo
de 48 horas a partir da divulgação das mesmas.
• Em caso de agressão verbal ou física estará o aluno sujeito as seguintes consequências:

1. Conversa expositiva para esclarecer o fato (Advertência verbal);


2. Comunicação escrita aos responsáveis sobre o ocorrido (Advertência escrita);
O Colégio entende que disciplinar mediante a autoconscientização, se os
limites disciplinares forem ultrapassados, devem ser objeto de análise e reflexão entre
a escola, aluno e pais.
As medidas disciplinares aplicadas ao corpo discente não estarão disponíveis
aos pais e/ou responsáveis e não serão registradas em seu histórico escolar,
devendo constar apenas nos assentamentos escolares.

28
ALIMENTAÇÃO

O lanche é fornecido exclusivamente pelo colégio

SAÚDE

• As vacinas deverão estar em dia;

• Nenhuma criança poderá apresentar-se no colégio com doença


infectocontagiosa (gripe, tosse, conjuntivite, entre outras) ou febril;

• Verificar diariamente se a criança apresenta lêndeas ou piolhos e quando


houver tratar antes de trazer para a escola;

• Medicamentos de qualquer natureza serão ministrados no colégio somente em


caso de extrema necessidade e mediante apresentação de prescrição médica;

• Em caso de febre ou dores repentinas, os pais serão chamados;

• Em todos os casos é necessário comunicar o colégio.

29
ORIENTAÇÃO AOS PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

• Seguir rigorosamente os horários de entrada e saída, para melhor


aproveitamento da rotina escolar;

• Possibilitar que o aluno cumpra os horários estabelecidos pelo colégio;

• Acompanhar todas as atividades escolares do aluno, a fim de saber do seu


processo de aprendizagem ou dificuldade para poder auxiliá-lo;

• Sempre que solicitado pelo colégio, buscar auxílio de profissionais


especializados para ajudar no desenvolvimento do aluno;

• Quando necessário retirar o aluno antes do término das aulas, solicitar na


coordenação ou secretaria.

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AS FAMÍLIAS E A COMUNIDADE

Compreendemos a escola como organismo vivo da comunidade onde está inserida,


e, como tal representa os interesses desta comunidade. A tríade escola, família e
comunidade dialogam e interagem, alicerçadas no objetivo comum de oferecer a melhor e
mais eficiente formação às nossas crianças e adolescentes, cuidando de sua segurança e
bem estar em todos os aspectos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VEIGA, I. P. A. (org.) Escola: um espaço do PPP. 4 ed. Campinas: Papirus, 1998.

Perspectiva para reflexão em torno do PPP. In.: Escola: Espaço para o PPP. 4 Ed. Campinas:
Papirus, 1998.

. PPP da Escola: uma construção coletiva, In.: PPP da Escola:


Uma construção possível. 7 Ed. Campinas, SP. Papirus, 1995.

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