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Atividade 4 para fins de participação

Estado laico e Federação brasileira

1) A Lei nº 1864/2008 do Estado de Rondõnia assim dispôs:


Art. 1º Fica a Bíblia Sagrada considerada em suas diversas traduções
para a língua portuguesa, oficializada no Estado de Rondônia como livro-
base de fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de
comunidades, igrejas e grupos.
Essa lei viola o Estado laico? Justifique.

O princípio do Estado laico no Brasil é definido no art. 19, inciso I da


Constituição Federal de 1988, o qual reforça a separação entre religião e Estado
no Brasil, proibindo que o governo estabeleça cultos religiosos, subvencione
igrejas, dificulte relações ou mantenha relações de dependência com instituições
religiosas. Ou seja, a menos que o governo estabeleça uma religião central,
estabeleça cultos ou mantenha relações com alguma religião específica, o
princípio do Estado laico não está sendo violado pela lei do Estado de Rondônia.
Na lei nº 1864/2008 do Estado de Rondônia, é clara a violação ao princípio
do Estado Laico, pois a própria redação dispõe que a Bíblia Sagrada servirá
como livro base de fonte doutrinária para fundamentar, usos e costumes de
comunidades, igrejas e grupos e como o estado é laico e não pode manter
relações com instituições religiosas, ao estabelecer tal redação, acaba por ferir
o princípio do estado laico.
2)A Lei “promulgada” 74/2010 do Estado do Amazonas assim dispôs:
“Art. 1º - As unidades escolares da rede estadual de ensino e as
bibliotecas públicas estaduais ficam obrigadas a manter em seus acervos
ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada. Parágrafo único. A
obrigatoriedade prevista no caput não implica em restrição ou
impedimento para a manutenção, nos acervos, de livros sagrados de
outras tradições religiosas.
Art. 2º - Os exemplares da Bíblia Sagrada deverão ser colocados à
disposição de alunos, professores e demais usuários, em local visível e de
fácil acesso.
Art. 3º - É vedado proibir, restringir ou limitar o acesso aos
exemplares da Bíblia Sagrada ou qualquer outro livro sagrado mantidos
nos acervos do Poder Público.
Parágrafo único. Será sempre garantida a liberdade de opção
religiosa e filosófica, sendo vedada a obrigatoriedade de participação em
qualquer atividade confessional.”
Essa lei viola o Estado laico? Justifique.

A lei promulgada 74/2010 do Estado de Amazonas, estabelece a


obrigatoriedade de manter um exemplar da Bíblia Sagrada em unidades
escolares da rede estadual de ensino e bibliotecas públicas estaduais.
Entretanto, o simples acesso a Bíblia Sagrada não implica a preferência a uma
religião específica, pois a interpretação da redação da Bíblia, é diferente a cada
pessoa.
Além disso, o parágrafo único do artigo 3 da Lei 74/2010 garante a
liberdade de opção religiosa e filosófica, vedando a obrigatoriedade de
participação em qualquer atividade confessional.
Portanto, a lei 74/2010 não viola o princípio do Estado Laico.

3)A Constituição do Estado do Rio de Janeiro determina:


Art. 91. São servidores militares estaduais os integrantes da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.
§ 12 Será designado para as corporações da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar um pastor evangélico que desempenhará a
função de orientador religioso em quartéis, hospitais e presídios com
direito a ingressar no oficialato capelão.
Essa norma da Constituição Estadual viola o Estado laico?
Justifique.

É vedado a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, estabelecer


cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência.
Portanto, quando o Estado designa para as corporações Policiais e de
Bombeiros um pastor evangélico, comete uma ofensa direta ao princípio do
Estado Laico, pois é estabelecido através do estado um pastor de uma religião
específica, coisa que o inciso I, art. 19 da CF de 88 veda completamente.

4) O decreto do Estado de São Paulo 65563 de 11/03/2021 estabeleceu


com base na Lei Federal 13.979/2020, as seguintes medidas:
Artigo 2º - As medidas emergenciais instituídas por este decreto
consistem na vedação de:
I - atendimento presencial ao público, inclusive mediante retirada ou
"pegue e leve", em bares, restaurantes, "shopping centers", galerias e
estabelecimentos congêneres e comércio varejista de materiais de
construção, permitidos tão somente os serviços de entrega ("delivery") e
"drive-thru";
II - realização de:
a) cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo;
b) eventos esportivos de qualquer espécie;
III - reunião, concentração ou permanência de pessoas nos espaços
públicos, em especial, nas praias e parques, observado o disposto no § 1º
do artigo 8º-A do Decreto nº 64.994, de 28 de maio de 2020, acrescentado
pelo Decreto nº 65.540, de 25 de fevereiro de 2021;
IV - desempenho de atividades administrativas internas de modo
presencial em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços não
essenciais.
A regra do artigo 2º, inciso II, “a” viola o Estado laico? Justifique.

O artigo 2º, inciso II, alínea "a" do Decreto do Estado de São Paulo
65563/2021 estabelece a vedação da realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas de caráter coletivo como medida emergencial em resposta
à situação de emergência de saúde pública.
A vedação temporária de atividades religiosas coletivas durante a situação
de emergência de saúde pública não implica na violação do princípio do Estado
laico, pois a medida não está dirigida especificamente contra uma religião ou
crença religiosa em particular, mas sim em conter a propagação do vírus em
locais onde haja aglomerações, o que inclui atividades religiosas, eventos
esportivos e etc.
Portanto, o artigo 2, inciso II, alínea a, não implica na violação do princípio
do Estado Laico.

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