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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS DE PALMAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

RELATÓRIO AULA PRÁTICA DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

DISCENTE:
VANESSA ANDRADE SILVA

Palmas/TO
2019
INTRODUÇÃO
O termo antropometria tem sua origem do grego: anthropo, que significa homem, e
metron, medida (ROSSI, CARUSO, GALANTE, 2015). É a medida do tamanho corporal e de
suas proporções, sendo um dos indicadores diretos do estado nutricional do indivíduo
(LOPES, OLIVEIRA, BLEIL, 2008).
As medidas antropométricas mais utilizadas na avaliação antropométrica são: peso,
estatura, dobras/pregas cutâneas e circunferências (LOPES, OLIVEIRA, BLEIL, 2008). Pela
antropometria, é possível, primeiramente, estudar a composição corporal humana e os seus
diversos constituintes; normalmente a massa corporal total é expressa pelas respectivas
porcentagens de gordura e massa magra, e, posteriormente, especificar quais desses
componentes estão relacionados com os processos de saúde, doença e qualidade de vida do
indivíduo (ROSSI, CARUSO, GALANTE, 2015). Não são necessários matérias e
equipamentos de alto custo, de fácil manuseio. Logo as medidas antropométricas podem nos
fornecer resultados tão precisos quanto, se comparado, a instrumentos e tecnologias
sofisticadas.
O estado nutricional de uma população ou de um grupo específico é um excelente
indicador de qualidade de vida e proporciona subsídios para uma intervenção nutricional
adequada, promovendo uma vida mais saudável e levando ao bem-estar da comunidade
(ROSSI, CARUSO, GALANTE, 2015). Outrossim, a antropometria vem nos dar a respostas
sobre exatamente esse estado nutricional, para que na anamnese o profissional consiga nos
frutos do seu trabalho a melhor maneira de ajudar seu paciente.
OBJETIVOS

Aprender a avaliar o estado nutricional a partir da antropometria.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Aferir as medidas de peso, altura, circunferência e dobras/pregas cutâneas;
 Praticar dobras cutâneas;
 Usar os equipamentos (adipômetro, estadiômetro, fita métrica inelástica, balança);
 Realizar os cálculos com as medidas aferidas;
 Reconhecer a necessidade de uso de técnicas padronizadas para coleta de dados;
 Reconhecer a importância de ambiente adequado para coleta de dados;
 Conhecer as características dos equipamentos utilizados;
MATERIAIS E MÉTODOS

MATERIAIS:

1. Adipômetro
2. Estadiômetro
3. Fita métrica inelástica
4. Balança
5. Caneta para quadro branco

Adipômetro: Cescorf clínico e científico (Figuras 6.11F e G). Desenho e mecanismo


similares aos do Harpenden; relógio Mitutoyo modificado de alta precisão e sensibilidade.
Apresenta precisão de 0,1mm, pressão de abertura de 10 g/mm² e superfície de contato de 90
mm². Ainda existem outros modelos (Figura 6.11), feitos de diversos materiais e com
durabilidade, precisão e escalas diferenciadas; tanto analógicos como digitais, cuja aplicação e
acurácia ainda estão sendo estudadas.
Estadiômetro: O Estadiômetro é o equipamento mais indicado para realizar a mensuração
da estatura durante uma avaliação física. Oferecem Estadiômetros Portáteis para atender os
profissionais que realizam avaliações em campo ou trabalham como personal e Estadiômetros
Fixos para os profissionais que atendem em academias, consultórios, clínicas ou
ambulatórios.
Fita métrica inelástica: Trena com fita de fibra de vidro inelástica e maleável.
Balança: A balança antropométrica digital é um equipamento eletrônico de precisão,
utilizado em hospitais, clinicas, farmácias e consultórios médicos para pesagem com
capacidade de 201 kg. Este equipamento permite a verificação de peso.

MÉTODOS:

Integrantes do grupo: Acsa, Luihara, Nayara, Júlia e Vanessa Andrade.

Massa Corporal: É considerada uma medida simples que representa a soma de todos
os componentes corporais (água, gordura, ossos e músculos) e relaciona-se com o equilíbrio
proteico-energético do indivíduo (MUSSOI, 2014).

Técnica:
a) a pessoa deve estar sem calçados e com roupas leves
b) sem adornos nos cabelos e bolsos;
c) a pessoa deve posicionar-se sobre a plataforma da balança apoiada nos dois pés, olhar ao
horizonte e manter-se imóvel, se possível de costas para o painel de números;
d) o avaliador deve fazer a leitura e registro da medida obtida;
e) repetir o procedimento, se necessário e fazer a média da medida;
Estatura: Segunda medida mais tradicional e mais utilizada que expressa a dimensão
longitudinal ou linear do corpo humano. A altura representa o somatório dos quatro
componentes do corpo: membros inferiores (pernas), pelve, coluna vertebral e crânio. O termo
estatura é aplicado como sinônimo de altura. (ROSSI, CARUSO, GALANTE, 2015).

Técnica:
a) A pessoa deve estar sem calçados, com roupas leves, sem adornos na cabeça e nos bolsos;
b) A pessoa deve ser posicionada à superfície de uma parede lisa, sem rodapés em cinco
pontos: calcanhares, panturrilha, nádegas, clavícula e região occipital;
c) Posicionar a cabeça segundo o plano de Frankurt;
d) Baixar o cursor até tocar a parte superior da cabeça e realizar a leitura do valor obtido;
e) Se necessário repetir o procedimento, registrar o valor obtido e fazer a média dos dois
valores;

Dobras cutâneas: Está alicerçada na observação de que grande quantidade de gordura


corporal total encontra-se no tecido subcutâneo. No entanto, a disposição da gordura não se
apresenta uniforme por todo o corpo. As medidas devem ser feitas em várias regiões para
obter um termo médio de sua quantidade (ROSSI, CARUSO, GALANTE, 2015).
As principais dobras utilizadas são:
Dobra cutânea triciptal (DCT)
Dobra cutânea biciptal (DCB)
Dobra cutânea subescapular (DCSE)
Dobra cutânea suprailíaca (DCSI)
Porém existem outras dobras cutâneas também utilizadas, especialmente em atletas:
Dobra cutânea peitoral ou do tórax (DCP)
Dobra cutânea abdominal (DCA)
Dobra cutânea da coxa (DCC)
Dobra cutânea da panturrilha (DCPant)

Técnica:
a) Identificar e marcar o local a ser medido com a caneta;
b) Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador
da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado;
c) Pinçar a prega com o calibrador, exatamente no local marcado;
d) Manter a prega entre os dedos até o término da aferição;
e) A leitura deverá ser realizada no milímetro mais próximo em cerca de 2 a 3 segundos;
f) Utilizar a média de 3 medidas;

Circunferências: Utilizadas para verificação do tamanho de secções transversais e dimensões


do corpo, indicam crescimento, estabelecendo o padrão muscular, e verificam a distribuição
de gordura corporal (MUSSOI, 2014).
As principais medidas são:
Circunferência da cintura (CC)
Circunferência do quadril (CQ)
Circunferência abdominal (CA)
Circunferência do braço (CB)

Técnica:
Circunferência do braço:
a) Flexionar o braço a ser avaliado formando um ângulo de 90 graus.
b) Localizar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano.
c) Solicitar ao indivíduo que fique com o braço estendido ao longo do corpo com a palma da
mão voltada para a coxa.
d) Contornar o braço com fita flexível no ponto marcado de forma ajustada evitando
compressão da pele ou folga.
e) O resultado é comparado aos valores de referência.

Circunferência da cintura:
a) Indivíduo em pé, usando fita métrica não elástica.
b) A fita deve circundar o indivíduo na linha natural da cintura, na região mais estreita entre o
tórax e o quadril, geralmente no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela.
c) Leitura deve ser feita no momento da expiração.

Circunferência do quadril:
a) A fita deverá circundar o quadril na região de maior perímetro entre a cintura e a coxa, com
o indivíduo usando roupas finas.

RESULTADOS

Massa Corporal Júlia 1ª dia


Peso 50,0
Estatura 1,59

Circunferência Júlia 1ª dia


Braço 23,5
Braço contraído 24,5
Peitoral 80,0
Cintura 63,5
Quadril 88,5
Coxa proximal 54,0
Panturrilha 33,5

DP Júlia Medidas 1ª dia Médias


Subescapular 13 11,2 12,3 12,17
Tricipital 13,5 13,5 13,5 13,50
Bicipital 5,0 5,0 5,0 5,00
Peitoral 5,5 5,5 5,5 5,50
Supra ilíaca 12,2 13,0 12,0 12,40
Abdominal 16,5 16,5 14,5 15,83
Axilar média 18,5 17,5 18,5 18,17
Coxa 20,0 19,0 19,0 19,33
Panturrilha 27,5 22,0 19,5 23

DP Júlia Medidas 2ª dia Médias


Subescapular 15,0 13,0 14,5 14,17
Tricipital 14,0 13,0 13,0 13,33
Bicipital 5,0 5,0 4,5 4,83
Peitoral 4,5 5,5 4 4,67
Supra ilíaca 16,0 13,0 14,5 14,50
Abdominal 16,0 15,0 15,0 15,33
Axilar média 8,5 7,0 7,0 7,50
Coxa 28,5 29,5 26,0 28,00
Circunferência
64,5 64,5 64,5 64,5
da cintura

MEDIDAS DO 1ª DIA DE AULA PRÁTICA

Jackson e Pollock 7 dobras cutâneas


Dc = 1,097 -0,00046971(X1)+0,00000056(X1)² -0,00012828(X2)
Dc = Densidade Corporal
X1 = ∑ 7 DOC (peitoral + axilar medial + tríceps + subescapular + supra ilíaca + abdome +
coxa)
X2 = Idade em anos

Dc = 1,097 - 0,00046971 ( 96,9 ) + 0,00000056 ( 96,9 )² - 0,00012828 ( 23 )


Dc = 1,097 - 0,045514899 + 0,00000056 ( 9389,61) - 0,00295044
Dc = 1,097 - 0,045514899 + 0,0052581816 - 0,00295044
Dc = 1,0537928426

%GC = [ ( 5,01 / Dc ) – 4,57 ] * 100

%GC = [ ( 5,01 /1,0537928426) – 4,57 ] * 100


%GC = [ ( 4,7542551035 ) – 4,57 ] * 100
%GC = [ 0,1842551035 ] * 100
%GC = 18,43

PERCENTUAL DE GORDURA

Σ de Dobras Cutâneas Durnin & Wormersley, 1974

Bicipital + tricipital + subescapular + suprailíaca


%G = 5,00 + 13,50 + 12,17 + 12,40
%G = 43,07  40 tabelado  23,4%
Protocolo - (Lean, Han, Deurenberg, 1996)

Circunferência de cintura
Gc% = (0,439 x CC) + (0,221 x Idade anos) – 9,4
Gc% = (0,439 x 63,5 ) + (0,221 x 23) – 9,4
Gc% = ( 27,8765 ) + ( 5,083 ) – 9,4
Gc% = 32,9595 – 9,4
Gc% = 23,5595

MEDIDAS DO 2ª DIA DE AULA PRÁTICA

Jackson e Pollock 7 dobras cutâneas


Dc = 1,097 -0,00046971(X1)+0,00000056(X1)² -0,00012828(X2)
Dc = Densidade Corporal
X1 = ∑ 7 DOC (peitoral + axilar medial + tríceps + subescapular + supra ilíaca + abdome +
coxa)
X2 = Idade em anos

Dc = 1,097 - 0,00046971 ( 97,5 ) + 0,00000056 ( 97,5 )² - 0,00012828 ( 23 )


Dc = 1,097 - 0,045796725 + 0,00000056 (9506,25) - 0,00295044
Dc = 1,097 - 0,045796725 + 0,0053235 - 0,00295044
Dc = 1,053576335

%GC = [ ( 5,01 / Dc ) – 4,57 ] * 100

%GC = [ ( 5,01 / 1,053576335 ) – 4,57 ] * 100


%GC = [ (4,0755230924) – 4,57 ] * 100
%GC = [ 0,1852320924 ] * 100
%GC = 18,52

PERCENTUAL DE GORDURA

Σ de Dobras Cutâneas Durnin & Wormersley, 1974

Bicipital + tricipital + subescapular + suprailíaca


%G = 4,83 + 13,33 + 14,17 + 14,50
%G = 46,83  45 tabelado  25,0%

Protocolo - (Lean, Han, Deurenberg, 1996)

Circunferência de cintura
Gc% = (0,439 x CC) + (0,221 x Idade anos) – 9,4
Gc% = (0,439 x 64,5 ) + (0,221 x 23) – 9,4
Gc% = ( 28,3155 ) + ( 5,083 ) – 9,4
Gc% = 33,3985 – 9,4
Gc% = 23,9985

DISCUSSÃO

As medidas antropométricas realizadas em ambos dias apresentaram poucas diferenças


entre si, mesmo sendo a primeira vez que usávamos os aparelhos e instrumentos, conseguimos
resultados concisos.
Dos resultados obtidos na primeira aula prática a pessoa aferida obteve os seguintes
valores de percentual de gordura: 18,43; 23,4 e 23,55. Logo entre os métodos Durnin &
Wormersley, 1974 e Lean, Han, Deurenberg, 1996, obtivemos percentuais muito próximos, se
comparado ao protocolo de 7 dobras.
No segundo dia os resultados de percentual de gordura variaram entre si, e não
obtivemos nenhum dos resultados iguais ou muito semelhantes.
Contudo se comparado ambos os dias, os resultados achados em cada um dos
protocolos se equiparam. Cabendo uma investigação afundo das medidas que usamos e da
sensibilidade de cada protocolo. As diferenças entre avaliados foram mínimas, devido as
proximidades dos resultados apresentados.
Cabe discutir a diferença nos valores de cada pode ser devido a prática das avaliadores
com o uso do equipamento, e o nervosismo de primeiro dia, explicando os valores terem dado
pouco menores que da aula pratica do dia 2.
Minhas maiores dificuldades diante as aulas praticas de antropometria, foram o uso
dos equipamentos, a leitura do Adipômetro cientifico é difícil, até mesmo ligar a balança foi
algo desafiador, entender como cada equipamento faz a leitura, pessoas baixas como eu
podem ter dificuldade em aferir altura no paciente pelo estadiômetro cabendo o avaliador
maneiras de superar esse empecilho, trabalhar em grupo também gera muita dificuldades.
Eu tenho muitas dúvidas em como aplicar a antropometria nas diferentes fases da vida,
como crianças, idosos, pessoas com algum tipo de dificuldade, vejo muito o pessoal recém-
formado perguntando nas redes sociais sobre como atender pessoas amputadas e etc. Já dentro
das aulas, tenho dúvidas ainda sobre quão profunda ou rasa deve ser minha pegada com o
Adipômetro, e como relacionar esses números ao estado nutricional do indivíduo.

CONCLUSÃO

As medidas antropométricas podem ser fontes rápidas e de baixo custo para a coleta de
informações. Os métodos e todos os instrumentos são geralmente portáteis e de custo
relativamente baixo. Entretanto, requer treinamento adequado para uma avaliação fidedigna e
com resultados de acordo a realidade do paciente.
Conclui-se que dos resultados obtidos, tiremos quase nenhuma diferença entre os
avaliadores, e do primeiro dia ao segundo dia de aula prática os resultados encontrados se
assemelham em todas suas características.

REFERÊNCIAS
Lopes A., Oliveira A. F., Bleil R. T. Apostila De Avaliação Nutricional I. Faculdade Assis
Gurgacz. Revisado em 2008.

Mussoi, Thiago Durand. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao


envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

Rossi L., Caruso L., Galante A. P.. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

Sanny. ESTADIÔMETROS E ANTROPÔMETROS. Disponível em:


https://www.sanny.com.br/estadiometros-antropometros. Acesso em: 10 de dezembro de
2019.
Broonell. Fita métrica para calcular o imc. Disponível em:
https://www.broonell.com.br/fita-metrica-imc.html. Acesso em: 10 de dezembro de 2019.

Marte científica. Balança antropométrica digital. Disponível em:


http://www.marte.com.br/equipamentos-laboratorio/balanca-antropometrica-digital.php.
Acesso em: 10 de dezembro de 2019.

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