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Curso de Nutrição

Manual de Avaliação Nutricional. Equipe de professores de Avaliação


Nutricional

2018.1

MANUAL DE AULA
TEÓRICA E PRÁTICA

AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL
2

SUMÁRIO

I. MEDIDAS ............................................................................................................................................4

1. PESO ..............................................................................................................................................4

2. ALTURA / ESTATURA .................................................................................................................5

3. CIRCUNFERÊNCIAS .......................................................................................................................8

4. DOBRAS CUTÂNEAS (DC) ......................................................................................................... 14

5. DIÂMETROS ......................................................................................................................20

II. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ADULTOS .................................................................. 21

1. PESO ........................................................................................................................................... 21

2. INDICE DE MASSA CORPORAL – IMC ................................................................................ 25

3. CIRCUNFERÊNCIAS ................................................................................................................ 25

4. DOBRAS CUTÂNEAS............................................................................................................... 28

5. MEDIDAS SECUNDÁRIAS ...................................................................................................... 31

6. OUTROS ÍNDICES .................................................................................................................... 36

FÓRMULAS DE ESTIMATIVA DE PERCENTUAL DE GORDURA ...................................... 37

Padrões de referência para classificação de percentual de gordura ..................................... 42

COMPOSIÇÃO CORPORAL (SISTEMA CORPÓREO TOTAL) ............................................ 44

III AVALIAÇÃO CLÍNICA E EXAME FÍSICO.................................................................................. 45

Exame físico: avalia perda de gordura subcutânea e massa muscular: ............................... 58

10.4 – Instrumento de rastreamento nutricional ........................................................................ 59

Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ASG) ........................................................................... 59

IV. AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA ......................................................................................................... 63

V. ÍNDICES DE PROGNÓSTICOS ................................................................................................. 68

VI. GASTO ENRGÉTICO DE ADULTOS........................................................................................69


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INTRODUÇÃO

A avaliação nutricional, segundo a American Dietetic Association, é a


abordagem para a definição do estado nutricional utilizando as histórias médica,
alimentar e medicamentosa, o exame físico, as medidas antropométricas e os exames
bioquímicos. Segundo a Lei nº 8234/91, do Ministério do Trabalho, que regulamenta
a profissão, é da atribuição do nutricionista a realização da avaliação nutricional na
prática clínica, estabelecendo o diagnóstico nutricional.
O diagnóstico nutricional inclui a avaliação do paciente, por meio da
realização de métodos subjetivos, objetivos e análise de parâmetros bioquímicos, que
são examinados a partir de padrões de referências estabelecidos por meio de
investigações científicas, além de informações obtidas pela anamnese nutricional
(uma entrevista que permite o levantamento detalhado dos antecedentes fisiológicos,
patológicos e sócio-econômicos e culturais do paciente e de seus familiares, com a
finalidade de facilitar o diagnóstico), complementadas por dados dietéticos,
antropométricos, bioquímicos e de composição corporal (Guimarães e Galante, 2009).
Nesse contexto, a avaliação nutricional assume um papel fundamental, uma
vez que consiste na interpretação de múltiplos indicadores para definição de um
diagnóstico nutricional. Tem como objetivo identificar situações de riscos ou distúrbios
nutricionais já estabelecidos, possibilitando uma intervenção adequada de forma a
auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo. O estado
nutricional de uma população ou grupo específico é um excelente indicador de
qualidade de vida e proporciona subsídios para uma intervenção nutricional
adequada, promovendo uma vida mais saudável e levando ao bem estar da
comunidade.
Dessa forma, o presente manual se propõe a auxiliar no aprendizado,
incorporando técnicas e conceitos atuais de avaliação do estado nutricional através
da antropometria, exames bioquímicos e físicos. Pretende-se oferecer subsídios para
a correta mensuração das diversas partes do corpo, comparando-as com padrões de
normalidade e níveis críticos estabelecidos pela comunidade científica, tendo como
objetivo rastrear e identificar indivíduos ou grupos populacionais em risco nutricional;
subsidiar diagnóstico nutricional; monitorar estado nutricional; avaliar programas e
projetos voltados para a promoção e/ou recuperação nutricional.
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I. MEDIDAS

1. PESO
1.1 Balança Eletrônica

- Quando se tratar de balança eletrônica, posicionar o indivíduo a ser


medido no centro da base da balança, mantê-lo parado e realizar a leitura diretamente
do visor.

1.2 Balança Mecânica

- Travar antes de sua utilização

- Calibrar a balança garantindo que a agulha do braço e o fiel estejam


nivelados. Travar novamente

- Posicionar o indivíduo a ser medido no centro da base da balança

- Destravar a balança somente após o indivíduo estar posicionado

- Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar quilos (kg)

- Para determinar gramas mover em seguida o cursor menor

- Esperar que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados

- Travar a balança para que ela não perca a estabilidade das molas

- Fazer a leitura bem de frente para o equipamento garantindo a precisão


da medida e anotar o peso imediatamente

- Retornar os cursores para a posição inicial na escala numérica e travar a


balança.

Observações:

- A pessoa deve ser pesada com o mínimo de roupa possível e sem


sapatos. Solicitar que retire todos os ornamentos e todos os objetos dos bolsos,
principalmente chaves, cintos, celulares, óculos, etc.

- De preferência, realizar a pesagem antes de grandes refeições

- A pessoa deve estar sem calçados (sapatos, chinelos, tênis)


5

Modelos de balanças de plataforma, mecânica e digital

2. ALTURA / ESTATURA

Técnica de aferição de altura/estatura

- Os pés devem estar juntos, com os calcanhares, nádegas e ombros


encostados na barra escalonada do estadiômetro ou na parede. Os pés devem formar
um ângulo reto com as pernas. Os ossos internos dos calcanhares devem se tocar
bem;

- A pessoa deve estar ereta, sem esticar ou encolher a cabeça e o tronco,


olhando para frente, fazendo com que o topo da orelha e o ângulo externo do olho
formem linhas paralelas ao teto. Os braços devem estar estendidos para baixo, soltos
ao longo do corpo, e os pés, unidos e encostados à parede;

- Uma barra horizontal ou uma placa de madeira deve ser abaixada para se
apoiar sobre o topo da cabeça, a qual deve estar livre de tiaras, fitas, tranças, bobes
e penteados de volume;

- Deve-se fazer uma ligeira compressão, o suficiente para comprimir o cabelo;

- Pode-se utilizar um esquadro para melhor precisão das medidas;

- Retire o indivíduo avaliado;

- Faça a leitura, e o valor da medida antropométrica obtida deve ser anotado


imediatamente, com segurança e boa caligrafia;
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- Registre a medida o mais próximo de 0,5cm (se for abaixo de 0,5cm,


arredondar para menor, se mais, arredondar para mais);

TÉCNICA DE AFERIÇÃO DA ALTURA DO JOELHO

- O paciente deve permanecer deitado em posição supina.

- Com joelho e tornozelo dobrados em ângulo 90ºC (usar esquadros), mede-se o


comprimento do joelho com paquímetro ou fita métrica;

- No caso de pacientes que não tem dificuldades de sentar, este é posicionado


sentado, com os pés apoiados no chão firme.

- Mede-se o comprimento do joelho, do ponto externo logo abaixo da rótula (cabeça


da tíbia) até superfície do chão

Estimativa de peso através da altura do joelho para adultos

Fórmulas 1
Homens:
P = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69

Mulheres:
P = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) – 62,35

Onde,
CB = Circunferência do braço (cm)
CP = Circunferência da panturrilha (cm)
AJ = Altura do joelho (cm)
DCSE = Dobra Cutânea triciptal (mm)
Fonte: Chumlea et al., 1985

Fórmula 2
P = 0,5759 x CB + 0,5263 x CAB + 1,2452 x CP – 4,8689 x SEXO – 32,9241
Onde,
CB = Circunferência do braço (cm)
CAB = Circunferência abdominal (cm)
CP = Circunferência da panturrilha (cm)
SEXO = masculino (1), feminino (2)
Fonte: Rabito et al., 2008
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Fórmulas de estimativa de peso para portadores de necessidades especiais


Idade/sexo Raça branca Raça negra
Feminino
6 a 18 anos (CJ x 0,77) + (CB x 2,47) – 50,16 (CJ x 0,71) + (CB x 2,59) – 50,43
19 a 59 anos (CJ x 1,01) + (CB x 2,81) – 66,04 (CJ x 1,24) + (CB x 2,97) – 82,48
Masculino
6 a 18 anos (CJ x 0,68) + (CB x 2,64) – 50,08 (CJ x 0,59) + (CB x 2,73) – 48,32
19 a 59 anos (CJ x 1,19) + (CB x 3,21) – 86,82 (CJ x 1,09) + (CB x 3,14) – 83,72
Fonte: Chumlea et al., 1994

Estimativa da altura através da altura do joelho

Idade Brancos Negros


Sexo masculino
6 – 18 anos 40,54 + (2,22 x AJ) 39,6 + (2,18 x AJ)
19 – 60 anos 71,85 + (1,88 x AJ) 73,42 + (1,79 x AJ)
Sexo feminino
6 – 18 anos 43,21 + (2,14 x AJ) 46,59 + (2,02 x AJ)
19 – 60 anos 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x I) 68,1 + (1,86 x AJ) – (0,06 x I)
Fonte: Chumlea et al., 1994

Onde,
I = Idade (anos)
AJ = Altura do joelho (cm)
CJ = Circunferência do joelho (cm)
CB = Circunferência do braço (cm)
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3. CIRCUNFERÊNCIAS

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA AFERIÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIAS

Efetuar as medidas no hemicorpo direito do indivíduo

Utilizar a fita antropométrica inelástica e flexível, de preferência, constituída de fibra


de vidro

Aplicar a tensão à fita para que esta se ajuste firmemente ao local a ser medido, sem
“enrugar” a pele ou comprimir os tecidos subcutâneos.

A) CIRCUNFERÊNCIA DO PUNHO

- É medida ao redor do punho, com o antebraço levemente estendido, na região


imediatamente após os processos estilóides do rádio e da ulna do punho direito.

- Utilizado como indicador de crescimento. Aliado à altura, fornece tamanho da


ossatura (compleição corporal).

B) CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO

- Manter os braços soltos, ao longo do tronco e as mãos viradas para as coxas;

- Utilizando a fita métrica, medir em volta do braço na altura do nível mediano entre o
processo acromial da escápula e o olécrano (ponto médio)
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Aferição do Ponto médio: O braço deve estar flexionado formando um ângulo de


90º. Medir a distância entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna. O ponto
médio encontra-se na metade dessa distância.

C) CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

- Medir em volta do quadril no nível de maior protuberância posterior dos glúteos no


plano horizontal
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D) CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL - CAbd

- Medir ao redor da região abdominal em seu maior perímetro (geralmente na altura


do umbigo) ao final da expiração normal

Obs: A localização da circunferência abdominal é o diâmetro na altura da cicatriz


umbilical. Os consensos americanos consideram a circunferência abdominal como
marcador de doenças cardiovasculares. Para os brasileiros, considera-se a
circunferência da cintura. Podemos utilizar a circunferência abdominal para avaliar
acúmulo de tecido adiposo na região inferior do abdômen.

E) CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA - CC

- É medida no ponto médio da distância entre a última costela (arco costal) e a crista
ilíaca (geralmente o menor perímetro), no sentido horizontal, ao final de uma expiração
normal, sem compressão da pele.
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F) CIRCUNFERÊNCIA DA COXA

a. Circunferência da Coxa Proximal - Ccxp

- Medir ao redor da coxa na posição distal da dobra glútea (logo abaixo)

b. Circunferência da Coxa Medial - Ccxm


12

- Medir ao redor da coxa no ponto médio da distância entre a linha inguinal e a borda
proximal da patela
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G) CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA - CPant

- É determinada ao redor do perímetro máximo do músculo da panturrilha, no sentido


horizontal.
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4. DOBRAS CUTÂNEAS (DC)


É um método relativamente simples, de baixo custo e menos invasivo para avaliar
as reservas gordurosas. Podem ser utilizadas para medir a quantidade de tecido
adiposo subcutâneo, que está diretamente relacionado ao volume de gordura total do
organismo. São mensuradas através de adipômetros ou plicômetros, de alta qualidade
como Harpenden, Lange, Holtain, Lafayette, Sanny, Cescorf entre outros.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA AFERIÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS

1. O paciente deve estar de pé, com os braços relaxados e estendidos ao longo


do corpo (posição anatômica). O avaliado não deve estar usando hidratantes, óleos
corporais ou qualquer outra substância que possa influenciar o pinçamento da dobra;
2. Não realizar medida logo após uma atividade física;
3. Padronizar o lado direito que será utilizado para medição e mantê-lo nas
demais aferições;
4. Identificar e marcar o local a ser aferido;
5. Segurar firmemente a dobra formada com os dedos polegar e indicador da mão
esquerda (caso seja destro) e da mão direita (caso seja canhoto) a 1 cm do local
marcado;
6. Destacar a dobra de modo a assegurar que o tecido muscular não tenha sido
pinçado (manter a dobra pressionada com os dedos durante a aferição), garantindo
somente a medição da pele e do tecido adiposo. Elevar a dobra por volta de 1cm
acima do ponto de medida e mantê-la elevada enquanto faz a medida;
7. Posicionar adipômetro perpendicular a dobra exatamente no local marcado e
soltar as hastes lentamente (1 cm abaixo do pinçamento dos dedos);
8. Fazer a leitura 4 segundos após a pressão ter sido aplicada (após soltar a
pressão das hastes);
9. Abrir as hastes do adipômetro para removê-lo do local e fechá-lo lentamente
para prevenir danos ou perdas de calibragem;
10. Realizar no mínimo três (3) medidas num mesmo ponto de referência. Se os
valores diferirem mais de 5% um do outro, uma nova série de 3 medidas deve ser
realizada. Deve-se fazer a média aritmética dos 3 valores;
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11. No caso de aferições de dobras cutâneas em diferentes locais, sugere-se


realizar as medidas de forma rotativa, em vez de leituras consecutivas em cada local;
12. Não soltar a dobra enquanto não fizer a leitura.

A) DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL - DCT

- Deve ser medida na direção vertical, paralelamente ao eixo longitudinal, na parte


posterior do braço, relaxado e estendido ao longo do corpo. É aferida no ponto médio
entre o processo acromial da escápula (acrômio) e o olecrano da ulna. Na parte
posterior do braço marcar com lápis 2cm para o lado direito e 2 cm para o lado
esquerdo, 2 cm para cima e 2 cm para baixo.
Aferição do Ponto médio: O braço deve estar flexionado formando um ângulo de
90º. Medir a distância entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna. O ponto
médio encontra-se na metade dessa distância.

B) DOBRA CUTÂNEA BICIPTAL – DCB

- Medida na direção vertical, paralelamente ao eixo longitudinal, na parte anterior do


braço, com a palma da mão voltada para fora. É aferida no ponto médio. Na parte
anterior do braço marcar com lápis 2cm para o lado direito e 2 cm para o lado
esquerdo, 2 cm para cima e 2 cm para baixo.
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C) DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR – DCSE

- Medir obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos


costais, sendo localizada a 2 cm abaixo do ângulo inferior da escápula.
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D) DOBRA CUTÂNEA SUPRA-ILÍACA – DCSI

- Obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre


o ultimo arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média;
- É necessário que o avaliado afaste levemente o braço para trás para permitir a
execução da medida.

D) DOBRA CUTÂNEA AXILAR MÉDIA – DCAM

- Medir no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginaria
transversal na altura do apêndice xifóide do esterno.
- A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado
deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida.
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E) DOBRA CUTÂNEA PEITORAL OU TORÁCICA – DCTO

- Medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, com diferença para homens e


mulheres:

a) HOMENS
- Medida no ponto médio da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo;

b) MULHERES
- Medida no terço superior da distância entre linha axilar anterior e o mamilo;
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F) DOBRA CUTÂNEA ABDOMINAL – DCAbd

- Medida no sentido paralelo ao eixo longitudinal


- É medida no sentido vertical aproximadamente 2 cm à direita da cicatriz umbilical
- Pinçar os dedos 1 cm acima da linha umbilical e posicionar o adipômetro na altura
da linha umbilical

G) DOBRA CUTÂNEA COXA – DCCx

G.1. DOBRA CUTÂNEA COXA Proximal – DCCx P


- Medir paralelamente ao eixo longitudinal sobre o músculo reto-femoral, a um terço
da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela;
- Para facilitar o pinçamento dessa dobra, o avaliado devera deslocar levemente o
membro inferior direito à frente, com uma semiflexão do joelho, e sustentar o peso do
corpo quase que totalmente sobre o membro inferior esquerdo.

G.1. DOBRA CUTÂNEA COXA Medial – DCCx M


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- Medir paralelamente ao eixo longitudinal sobre o músculo reto-femoral, na metade


da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela;

H) DOBRA CUTÂNEA PANTURRILHA - DCPant

- A dobra deve ser pinçada no ponto de circunferência máxima da panturrilha na parte


de dentro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.
- Para execução dessa medida, o avaliado deverá estar sentado, com a articulação
do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio

5. DIÂMETROS

5.1 Bi – epicondiliano de úmero

- Distância entre os epicôndilos medial e lateral do úmero, com o avaliado


em posição ortostática, braço flexionado em 90º com o braço. O paquímetro
ficará um pouco inclinado devido o epicôndilo medial se localizar
inferiormente ao lateral.
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5.2 Bi – condiliano de fêmur

- Distância entre os côndilos medial e lateral do fêmur, estando o avaliado


sentado com os pés apoiados no chão, a coxa formando um ângulo de 90º
com o tronco e a perna formando ângulo de 90º.
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II. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ADULTOS

PESO

1.1 Peso Ideal

É utilizado para calcular as necessidades calórico e protéicas quando o paciente


está restrito ao leito e não se dispõe de cama balança no setor para a obtenção da
altura e do peso atual, e o paciente ou familiar não informam a altura e o peso usual.

a) Peso ideal estimado pelo IMC ideal

Peso ideal = A2 x IMC ideal

onde IMC ideal Homens = 22 kg/m2


Mulheres = 20,8 kg/m2

b) Peso ideal estimado pela compleição óssea (Metropolitan life)

- Calcula-se a compleição através da fórmula:

altura (cm)
r=
circunferência do punho (cm)

Estrutura corporal Homens Mulheres


Pequena > 10,4 > 11
Média 9,6 – 10,4 10,1 – 11
Grande < 9,6 < 10,1

- Verificar o peso ideal na Tabela Metropolitan Life de acordo com a idade e sexo
(página seguinte).
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TABELA DE PESO IDEAL DE ACORDO COM A COMPLEIÇÃO E O SEXO

HOMENS MULHERES

Altura (cm) Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande

142 41.8 46.0 49.5

143 42.3 54.3 49.8

144 42.8 45.6 50.1

145 43.2 45.9 50.2

146 43.7 46.6 51.2

147 44.1 47.3 51.8

148 44.6 47.7 51.8

149 45.1 48.1 51.8

150 45.5 48.6 53.2

151 46.2 49.3 54.0

152 46.8 50.0 54.5

153 47.3 50.5 55.0

154 47.8 51.0 55.5

155 50.0 53.6 58.2 48.2 51.4 55.9

156 50.7 54.3 58.8 48.9 52.3 56.8

157 51.4 55.0 59.5 49.5 53.2 57.7

158 51.8 55.5 60.0 50.0 53.6 58.3

159 52.2 56.5 60.5 50.5 54.0 58.9

160 52.7 56.4 60.9 50.9 54.5 59.5

161 53.2 56.2 61.5 51.5 55.3 60.1

162 53.7 56.8 62.1 52.1 56.1 60.7

163 54.4 57.7 62.7 52.7 56.8 61.4

164 55.0 58.5 63.4 53.6 57.7 62.3

165 55.9 59.5 64.1 54.5 58.6 63.2

166 56.3 60.1 64.8 55.1 59.2 63.8

167 57.1 60.7 65.6 55.7 59.8 64.4


24

168 57.7 61.4 66.4 56.4 60.5 65.0

HOMENS MULHERES

Altura (cm) Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande Estatura Pequena Estatura Média Estatura Grande

169 58.6 62.3 67.5 57.3 61.4 65.9

170 59.5 63.2 68.6 58.2 62.2 66.8

171 60.1 63.8 69.2 58.8 62.8 67.4

172 60.7 64.4 69.8 59.4 63.4 68.0

173 61.4 65.0 70.5 60.0 64.4 68.6

174 62.3 65.9 71.4 60.9 65.0 69.3

175 63.2 66.8 72.3 61.8 65.9 70.9

176 63.8 67.5 72.9 62.4 66.5 71.7

177 64.4 68.2 73.5 63.0 67.1 72.5

178 65.0 69.0 74.4 63.6 67.7 73.2

179 65.9 69.9 75.3 64.5 68.6 74.1

180 66.8 70.9 76.4 65.5 69.5 75.0

181 67.4 71.7 77.1 66.1 70.1 75.6

182 68.0 72.5 77.8 66.7 70.7 76.2

183 68.6 73.2 78.6 67.3 71.4 76.8

184 69.6 74.4 79.8

185 70.9 75.0 80.9

186 71.5 75.8 81.7

187 72.1 76.6 82.5

188 72.7 77.3 83.2

189 73.3 78.0 83.8

190 73.9 78.7 84.4

191 74.5 79.5 85.0

c) Peso ajustado
25

Peso ajustado = (PA – PI) x 0,25 + PI

Onde:
PA = Peso atual
PI = Peso ideal
Obs: o peso ajustado também é chamado de peso ideal corrigido. É calculado e
utilizado quando o paciente apresenta adequação de peso atual em relação ao peso
ideal superior a 110% ou inferior a 90%

d) Peso ideal para pacientes amputados

Peso ideal = (100% - %segmento amputado) x peso ideal


100

Contribuição percentual do segmento corporal amputado

Membro amputado Proporção de peso (%)


Mão 0,8
Antebraço 2,3
Braço até ombro 6,6
Pé 1,7
Perna abaixo do joelho 7,0
Perna acima do joelho 11,0
Perna inteira 18,6
Fonte: Martins C., 2000

e) Peso atual ajustado na retenção hídrica

- Avaliar e classificar o edema ou ascite e subtrair do peso aferido ou estimado

Estimativa de retenção hídrica conforme edema


Retenção de peso
Classificação Local
(kg)
+ (mínimo) Tornozelo 1
++ (discreto cacifo ou fóvea) Joelho 3a4
+++ (moderado, apaga relevo ósseo) Raiz da coxa 5a6
++++ (pronunciado, deforma seguimento
Anasarca 10 a 12
comprometido)
Fonte: Riella e Martins (2001)
26

Estimativa de retenção hídrica conforme ascite


Intensidade Característica ascite
Leve Visível apenas no ultrasson Subtrair 2,2kg
Moderada Detectável pela "abaulamento dos flancos"
Subtrair 6kg
ao exame físico
Grave Claramente visível Subtrair 14kg
Fonte: James (1989)

1.2 Adequação de peso

a) Adequação de peso atual em relação ao ideal

% do peso atual em relação ao ideal = Peso atual x 100


Peso ideal

Classificação
Percentual (%) Classificação
> 120 Obesidade
110 – 120 Sobrepeso
90 – 110 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton, (1979)

b) Adequação de peso atual em relação ao habitual

% de peso atual em relação ao habitual = Peso atual x 100


Peso habitual

Percentual (%) Classificação


> 120 Obesidade
110 – 120 Sobrepeso
90 – 110 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton (1979)
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c) Percentual de perda de peso recente em relação ao tempo

% de perda de peso recente = (Peso habitual – Peso atual) x 100


Peso habitual

Período % Perda Leve % Perda moderada % Perda intensa


1 semana - <2 >2
1 mês <5 5 >5
3 meses < 7,5 7,5 > 7,5
≥ 6 meses < 10 10 > 10
Fonte: Blackburn et al., 1977

2. INDICE DE MASSA CORPORAL – IMC

Peso (kg)
IMC =
Altura (m)2

Classificação IMC (kg/m2) Risco de Comorbidades


Magreza Grau III < 16,0 Alto
Magreza Grau II 16,0 – 16,99 Moderado
Magreza Grau I 17,0 – 18,49 Baixo
Normal (eutrófico) 18,5 – 24,99 Normal
PréObeso / Sobrepeso 25 – 29,99 Baixo
Obesidade grau I 30 – 34,99 Moderado
Obesidade grau II 35 – 39,99 Alto
Obesidade grau III ≥ 40,0 Muito alto
(OMS, 1995 e 1998)

3. CIRCUNFERÊNCIAS

3.1 Circunferência da cintura (CC) e Circunferência abdominal (CAbd)

Risco de complicações metabólicas Homens (cm) Mulheres (cm)


Sem risco < 94 < 80
Risco alto ≥ 94 ≥ 80
Risco muito alto ≥ 102 ≥ 88
28

Fonte: WHO, 1998


3.2 Relação Cintura/Quadril (RCQ)

Circunferência da cintura (cm)


RCQ=
Circunferência do quadril (cm)

Classificação quanto ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares

a) WHO, 1998
Homens = RCQ > 1,0 cm (RISCO)
Mulheres = RCQ > 0,85 cm (RISCO)

b) Bray e Gray, 1988


Magnitude de risco para a Saúde
Idade Baixo Moderado Alto Muito alto
Mulheres
20 – 29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82
30 – 39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84
40 – 49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87
50 – 59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88
60 – 69 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0,90
Homens
20 – 29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94
30 – 39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96
40 – 49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,96 – 1,00 > 1,00
50 – 59 < 0,90 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02
60 – 69 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03

3.3 Circunferência do Braço – CB

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50

Percentual (%) Classificação


> 120 Obesidade
110 – 120 Sobrepeso
90 – 110 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
29

Fonte: Blackburn e Thornton, (1979)

Percentil
- consultar a Tabela referente a CB de acordo com idade e sexo (Tabelas 1 e 2).

Percentil Classificação
< P5 Circunferência reduzida
P5 – P15 Risco de Circunferência reduzida
P15 – P85 Normal
> P85 Circunferência aumentada
Fonte: Frisancho, 1990

Tabela 1 – Percentis de circunferência do braço (cm) de acordo com a idade para HOMENS
Idade Percentis
(anos) 5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 26,0 27,1 27,7 28,7 30,7 33,0 34,4 35,4 37,2
25 - 29,9 27,0 28,0 28,7 29,8 31,8 34,2 35,5 36,6 38,3
30 - 34,9 27,7 28,7 29,8 30,5 32,5 34,9 35,9 36,7 38,2
35 - 39,9 27,4 28,6 29,5 30,7 32,9 35,1 36,2 36,9 38,2
40 - 44,9 27,8 28,9 29,7 31,0 32,8 34,9 36,1 36,9 38,1
45 - 49,9 27,2 28,6 29,4 30,6 32,6 34,9 36,1 36,9 38,2
50 - 54,9 27,1 28,3 29,1 30,2 32,3 34,5 35,8 36,8 38,3
55 - 59,9 26,8 28,1 29,2 30,4 32,3 34,3 35,5 36,6 37,8

Tabela 2 – Percentis de circunferência do braço (cm) de acordo com a idade para MULHERES
Idade Percentis
(anos) 5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 22,4 23,3 24,0 24,8 26,8 29,2 31,2 32,4 35,2
25 - 29,9 23,1 24,0 24,5 25,5 27,6 30,6 32,5 34,3 37,1
30 - 34,9 23,8 24,7 25,4 26,4 28,6 32,0 34,1 36,0 38,5
35 - 39,9 24,1 25,2 25,8 26,8 29,4 32,6 35,0 36,8 39,0
40 - 44,9 24,3 25,4 26,2 27,2 29,7 33,2 35,5 37,2 38,8
45 - 49,9 24,2 25,5 26,3 27,4 30,1 33,5 35,6 37,2 40,0
50 - 54,9 24,8 26,0 26,8 28,0 30,6 33,8 35,9 37,5 39,3
55 - 59,9 24,8 26,1 27,0 28,2 30,9 34,3 36,7 38,0 40,0
30

4. DOBRAS CUTÂNEAS

4.1 Dobra cutânea triciptal – DCT

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (mm) x 100


DCT percentil 50

Percentual (%) Classificação


> 120 Obesidade
110 – 120 Sobrepeso
90 – 110 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton (1979)

Percentil
- consultar a Tabela referente a DCT de acordo com idade e sexo (Tabelas 3 e 4).

Percentil Classificação
< P5 Magro
P5 – P15 Abaixo da média
P15 – P75 Média
P75 – P85 Acima da média
> P85 Gordura excessiva
Fonte: Frisancho, 1990

Tabela 3 – Percentis da dobra cutânea do tríceps (mm) de acordo com a idade para HOMENS
Percentis
Idade
5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 4 5 5,5 7 10 14,5 17,5 20 23,5
25 - 29,9 4 5 6 8 11 15,5 19 21,5 25
30 - 34,9 4,5 6 6,5 8,5 12 16,5 20 22 25
35 - 39,9 4,5 6 7 8 12 16 18,5 20,5 24,5
40 - 44,9 5 6 6,9 8 12 16 19 21,5 26
45 - 49,9 5 6 7 8 12 16 19 21 25
50 - 54,9 5 6 7 8 11,5 15 18,5 20,8 25
55 - 59,9 5 6 6,5 8 11,5 15 18 20,5 25

Tabela 4 – Percentis da dobra cutânea do tríceps (mm) de acordo com a idade para
MULHERES
31

Percentis
Idade
5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 9 11 12 14 18,5 24,5 28,5 31 36
25 - 29,9 10 12 13 15 20 26,5 31 34 38
30 - 34,9 10,5 13 15 17 22,5 29,5 33 35,5 41,5
35 - 39,9 11 13 15,5 18 23,5 30 35 37 41
40 - 44,9 12 14 16 19 24,5 30,5 35 37 41
45 - 49,9 12 14,5 16,5 19,5 25,5 32 35,5 38 42,5
50 - 54,9 12 15 17,5 20,5 25,5 32 36 38,5 42
55 - 59,9 12 15 17 20,5 26 32 36 39 42,5

5. MEDIDAS SECUNDÁRIAS

a) Circunferência Muscular do Braço (CMB)

CMB (cm) = CB (cm) – [DCT (cm) x π, onde (π = 3,14)]

Para facilitar  CMB (cm) = CB (cm) – [DCT (mm) x 0,314)]

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100


CMB percentil 50

Percentual (%) Classificação


> 90 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton, (1979)

Percentil
- consultar a Tabela referente a CMB de acordo com idade e sexo (Tabelas 5 e 6).

Percentil Classificação
< P5 Baixa musculatura
P5 – P15 Abaixo da média
P15 – P85 Média
P85 – P95 Acima da média
32

> P95 Musculatura desenvolvida: bom estado nutricional


Fonte: Frisancho, 1990

Tabela 5 – Percentis de CMB (cm) de acordo com idade para HOMENS

Idade Percentis
5 10 25 50 75 90 95
19 - 24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1
25 - 34,9 24,3 25 26,4 27,9 29,8 31,4 32,6
35 - 44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7
45 - 54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30 31,8 32,6
55 – 59,9 23,8 24,5 26 27,8 29,5 31 32

Tabela 6 – Percentis de CMB (cm) de acordo com idade para MULHERES


Idade Percentis
5 10 25 50 75 90 95
19 - 24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9
25 - 34,9 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4
35 - 44,9 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2
45 - 54,9 18,7 19,3 20,6 22 23,8 26 27,4
55 – 59,9 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28

b) Área muscular do Braço (AMB)

AMB (cm2)= CMB2/ 4 π

c) AMB corrigida (AMBc)

HOMENS  AMBc = AMB – 10


MULHERES  AMBc = AMB – 6,5

Formas de interpretação

Adequação da AMBc (%) = AMBc obtida (cm) x 100


AMBc percentil 50
33

Percentual (%) Classificação


> 90 Eutrófico (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton (1979)

Percentil
- consultar a Tabela referente a AMBc de acordo com idade e sexo (Tabelas 7 e 8).
Percentil Classificação
< P5 Desnutrição grave
P5 – P15 Desnutrição moderada / leve
> P15 Eutrofia
Fonte: Frisancho, 1990

Tabela 7 – Percentis de AMBc (cm2) de acordo com idade para HOMENS

Idade Percentis
5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65 72
25 - 29,9 36,6 39,9 42,4 46 53 61,4 66,1 68,9 74,5
30 - 34,9 37,9 40,9 43,4 47,3 54,4 63,2 67,6 70,8 76,1
35 - 39,9 38,5 42,6 44,6 47,9 55,3 64 69,1 72,7 77,6
40 - 44,9 38,4 42,1 45,1 48,7 56 64 68,5 71,6 77
45 - 49,9 37,7 41,3 43,7 47,9 55,2 63,3 68,4 72,2 76,2
50 - 54,9 36 40 42,7 46,6 54 62,7 67 70,4 77,4
55 - 59,9 36,5 40,8 42,7 46,7 54,3 61,9 66,4 69,6 75,1

Tabela 8 - Percentis de AMBc (cm2) de acordo com idade para MULHERES

Idade Percentis
5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39 44,2
25 - 29,9 20,5 21,9 23,1 25,2 29,4 34,9 38,5 41,9 47,8
30 - 34,9 21,1 23 24,2 26,3 30,9 36,8 41,2 44,7 51,3
35 - 39,9 21,1 23,4 24,7 27,3 31,8 38,7 43,1 46,1 54,2
40 - 44,9 21,3 23,1 25,5 27,5 32,3 39,8 45,8 49,5 55,8
45 - 49,9 21,6 24,6 24,8 27,4 32,5 39,5 44,7 48,4 56,1
50 - 54,9 22,2 24,8 25,7 28,3 33,4 40,4 46,1 49,6 55,6
55 - 59,9 22,8 24,5 26,5 28,7 34,7 42,3 47,3 52,1 58,8
34

Tabela 9 -Percentis de AMB (cm2) segundo a idade e a compleição física para HOMENS
Percentis
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
Compleição pequena / Brevilíneo
19 - 24,9 30,8 33,8 35,8 38,7 44,6 51,3 55,2 58,1 63,2
25 - 29,9 33,5 36,8 39,2 41,8 47,6 53,5 57,7 61,2 63,7
30 - 34,9 35,0 37,5 38,9 42,0 48,8 56,4 60,0 62,7 66,9
35 - 39,9 34,7 38,7 40,9 44,1 50,7 57,5 61,7 63,8 70,0
40 - 44,9 34,9 38,1 40,6 44,2 51,6 58,2 61,6 64,5 66,9
45 - 49,9 32,8 36,5 38,9 42,9 49,1 55,7 59,5 63,3 68,8
50 - 54,9 33,8 36,0 38,2 41,5 47,6 55,5 60,7 63,8 69,3
55 - 59,9 31,2 35,4 37,8 41,7 47,8 54,3 58,8 61,4 64,2
Compleição Média / Normolíneo
19 - 24,9 35,5 38,2 40,8 43,6 49,5 56,5 60,8 63,2 69,3
25 - 29,9 37,0 40,1 42,9 46,8 53,2 60,9 65,6 67,7 73,0
30 - 34,9 38,5 42,2 44,8 48,0 54,3 61,8 65,7 68,6 72,7
35 - 39,9 39,9 43,1 45,2 48,8 55,9 64,0 69,0 71,6 75,6
40 - 44,9 39,2 42,6 45,8 49,2 56,3 64,0 68,0 71,1 74,4
45 - 49,9 39,0 42,6 45,6 49,4 55,9 63,7 69,6 72,8 76,2
50 - 54,9 37,6 41,8 44,5 47,7 54,2 62,5 65,9 69,6 74,1
55 - 59,9 39,2 42,5 44,4 48,5 54,8 62,2 66,7 69,5 75,0
Compleição Grande / Longilíneo
19 - 24,9 37,6 40,8 43,0 47,3 54,6 63,5 67,0 71,6 76,7
25 - 29,9 42,6 45,7 48,8 52,6 60,4 67,3 72,8 75,8 81,2
30 - 34,9 44,2 46,9 49,2 53,3 62,6 70,6 75,3 78,8 84,0
35 - 39,9 43,2 46,0 48,9 51,8 59,9 70,3 76,6 79,4 82,8
40 - 44,9 44,9 47,4 49,6 53,2 60,0 69,8 74,4 79,4 83,7
45 - 49,9 42,9 46,3 48,1 52,4 59,6 67,5 71,1 74,9 86,4
50 - 54,9 41,8 46,0 47,8 51,6 59,4 67,6 72,5 77,6 85,4
55 - 59,9 42,3 45,0 47,9 52,9 59,8 66,9 71,8 75,3 83,8
Fonte: Frisancho (1990)
35

Tabela 10 - Percentis de AMB (cm2) segundo a idade e a compleição física para MULHERES
Percentis
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
Compleição pequena / Brevilíneo
19 - 24,9 18,2 19,6 20,7 22,5 25,5 29,2 31,2 32,8 36,2
25 - 29,9 19,5 20,0 21,6 23,2 26,9 30,8 33,3 35,2 38,1
30 - 34,9 19,1 21,6 22,4 24,5 27,8 31,4 33,7 36,2 38,8
35 - 39,9 19,7 21,4 22,9 24,4 28,8 32,5 35,4 37,5 42,2
40 - 44,9 20,9 22,1 23,9 25,7 28,9 33,2 36,0 37,9 41,8
45 - 49,9 19,1 21,5 22,6 24,3 28,3 33,3 36,1 38,7 41,2
50 - 54,9 20,8 22,1 23,9 25,5 29,1 33,4 36,7 38,5 41,3
55 - 59,9 20,4 22,3 23,6 25,8 30,2 34,8 37,6 41,3 45,1
Compleição Média / Normolíneo
19 - 24,9 19,8 21,9 23,2 24,9 28,4 32,8 35,2 37,2 40,7
25 - 29,9 20,7 22,1 23,3 25,0 29,0 33,9 36,8 39,0 43,3
30 - 34,9 21,4 23,1 24,2 26,3 30,8 36,1 39,4 41,8 46,4
35 - 39,9 21,4 23,6 24,9 27,3 31,4 37,3 40,8 43,0 47,0
40 - 44,9 21,2 23,2 25,1 27,2 31,6 37,7 43,1 47,1 52,3
45 - 49,9 22,2 23,6 25,5 27,9 32,2 37,9 42,5 45,4 49,6
50 - 54,9 22,8 25,2 26,2 28,5 33,7 40,0 43,5 46,7 51,4
55 - 59,9 23,7 25,3 26,6 28,7 34,5 41,5 44,9 49,2 53,4
Compleição Grande / Longilíneo
19 - 24,9 21,9 23,8 25,3 27,3 31,9 38,7 43,9 47,5 55,8
25 - 29,9 22,2 25,4 26,8 29,3 34,5 42,0 46,8 50,3 60,1
30 - 34,9 24,0 25,8 27,3 30,1 36,3 45,1 50,7 55,1 61,2
35 - 39,9 23,9 27,4 29,1 32,2 39,1 47,2 53,7 61,0 72,1
40 - 44,9 26,2 28,8 30,5 32,9 40,3 49,5 54,4 58,7 71,6
45 - 49,9 25,0 28,0 29,4 32,5 39,7 49,0 58,3 62,8 69,9
50 - 54,9 25,1 28,4 30,1 33,4 39,6 49,5 54,8 59,7 68,4
55 - 59,9 27,0 30,0 32,4 35,8 42,0 51,0 58,5 62,2 65,7
Fonte: Frisancho (1990)
36

d) Área de Gordura do Braço (AGB)

AGB (cm2) = ATB - AMB

Em que:
ATB (cm2)= CB2/ 4 π
e
AMB (cm2)= CMB2/ 4 π

Formas de interpretação

Adequação da AGB (%) = AGB obtida (cm) x 100


AGB percentil 50

Formas de interpretação

Percentual (%) Classificação


> 120 Obesidade
110 – 120 Sobrepeso
90 – 110 Eutrofia (normal)
80 – 89 Desnutrição leve
70 – 79 Desnutrição moderada
< 69 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e Thornton (1979)

Percentil

- consultar a Tabela referente a AGB (cm2) de acordo com idade e sexo (Tabelas 11
e 12).

Percentil Classificação

< P5 Magro
P5 – P15 Abaixo da média
P15 – P75 Média
P75 – P85 Acima da média
> P85 Gordura excessiva
Fonte: Frisancho, 1990
37

Tabela 11 - Percentis de AGB (cm2) segundo a idade e a compleição física para HOMENS
Percentis de AGB(cm²) de acordo com idade para homens
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 5,5 6,9 7,7 9,2 13,9 21,5 26,8 30,7 37,2
25 - 29,9 6 7,3 8,4 10,2 16,3 23,9 29,7 33,3 40,4
30 - 34,9 6,2 8,4 9,7 11,9 18,4 25,6 31,6 34,8 41,9
35 - 39,9 6,5 8,1 9,6 12,8 18,8 25,2 29,6 33,4 39,4
40 - 44,9 7,1 8,7 9,9 12,4 18 25,3 30,1 35,3 42,1
45 - 49,9 7,4 9 10,2 12,3 18,1 24,9 29,7 33,7 40,4
50 - 54,9 7 8,6 10,1 12,3 17,3 23,9 29 32,4 40
55 - 59,9 6,4 8,2 9,7 12,3 17,4 23,8 28,4 33,3 39,1
Fonte: Frisancho (1990)

Tabela 12 - Percentis de AGB (cm2) segundo a idade e a compleição física para MULHERES
Percentis de AGB(cm²) de acordo com idade para mulheres
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
19 - 24,9 10 12 13,5 16,1 21,9 30,6 37,2 42 51,6
25 - 29,9 11 13,3 15,1 17,7 24,5 34,8 42,1 47,1 57,5
30 - 34,9 12,2 14,8 17,2 20,4 28,2 39 46,8 52,3 64,5
35 - 39,9 13 15,8 18 21,8 29,7 41,7 49,2 55,5 64,9
40 - 44,9 13,8 16,7 19,2 23 31,3 42,6 51 56,3 64,5
45 - 49,9 13,6 17,1 19,8 24,3 33 44,4 52,3 58,4 68,8
50 - 54,9 14,3 18,3 21,4 25,7 34,1 45,6 53,9 57,7 65,7
55 - 59,9 13,7 18,2 20,7 26 34,5 46,4 53,9 59,1 69,7
38

6. OUTROS ÍNDICES

6.1. Índice de Conicidade (Índice C)


- Utilizado para avaliar a obesidade e a distribuição de gordura corporal,
considerando que a obesidade central está associada às doenças cardiovasculares.

INDICE C = Circunferência da cintura (m)


0,109 x √peso (kg)/estatura (m)

Classificação quanto ao diagnóstico de obesidade central e risco de doenças


cardiovasculares:
Homens = IC < 1,25 (NORMAL)
Mulheres = IC < 1,18 (NORMAL)
(Fonte: Avaliação Nutricional: Novas Perspectivas, 2015)

6.2. Índice de Adiposidade Corporal (IAC)

% gordura corporal = circunferência do quadril (cm) -18

Altura (m) x √altura (m)

Formas de interpretação

Classificação Homens Mulheres


Excepcionalmente baixa 6 – 10% 10 – 15%

Baixa 11 – 14% 16 – 19%


Ideal 15 – 18% 20 – 25%
Moderada 19 – 24% 26 – 29%
Excesso de gordura > 25% > 30%
39

FÓRMULAS DE ESTIMATIVA DE PERCENTUAL DE GORDURA

7.1 Fórmulas que estimam Densidade Corporal (DC)

a) Mcardle, 1992

HOMENS
(18 - 34 anos) DC = 1,1610 - 0,0632 log (DCB + DCT + DCSE + DCSI)
(18 - 27 anos) DC = 1,0913 - 0,00116 (DCT+ DCSE)

MULHERES
(18 - 48 anos ) DC = 1,06234 - 0,00068 (DCSE) - 0,00039 (DCT) - 0,00025 (DCCo)

b) Guedes, 1994

HOMENS: DC= 1,17136 - 0,06706 log (DCT + DCSI + DCAb)

MULHERES: DC = 1,16650- 0,07063 log (DCCo + DCSI+ DCSE)

c) Pollock e col., 1984


 3 Dobras (H = Peitoral, abdominal e Coxa; M = triciptal, supra-ilíaca e coxa)

Homens (18- 61anos)


DC = 1,1093800 - 0,0008267 (DCPT + DCAb + DCCo) + 0,0000016 (DCPT + DCAb
+ DCCo)² - 0,0002574 (Idade)

Mulheres (18-55 anos)


DC= 1,0994921 - 0,0009929 (DCT + DCSI + DCCo) + 0,0000023 (DCT + DCSI +
DCCo)² - 0,0001392 (Idade)

 7 Dobras (Subescapular, axilar média, tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e


peitoral)  ST (somatório)

Homens Adultos (18 a 61 anos)


DC = 1,11200000 - 0,00043499 (ST) + 0,00000055 (ST)² - 0,0002882 (idade)

Mulheres Adultas (18 a 61 anos)


DC = 1,0970 - 0,00046971 (ST) + 0,00000056 (ST)² - 0,00012828 (idade)
40

d) Petroski, 1995

Homens (18 - 66 anos)

DC = 1,10726863 – 0,00081201 x (DCSE+DCT+DCSI+DCPant) + 0,00000212 x


(DCSE+DCT+DCSI+DCPant)2 - 0,00041761 x (Idade)

Mulheres (18 - 51 anos)

DC = 1,02902361 – [0,00067159 x (DCSE+DCT+DCSI+DCPant)] + [0,00000242 x


(DCSE+DCT+DCSI+DCPant)2] – [0,00026073 x (Idade)] – [0,00056009 x Peso (Kg)]
+ [0,00054649 x Altura (cm)]

e) JACKSON et al

Homens de 18 - 61 anos (Jackson & Pollock, 1978)


DC = 1,1010 – 0,00041150 x (DCSE+DCT+DCPt+DCAx+DCSI+DCAb+DCCo) +
0.00000069 x (Σ7DC)2 – 0,00022631 x (Idade) – 0,000059239 x (CC) + 0,000190632
x (C. antebraço)

Fórmula de Siri (conversão da DC em % Gordura)


- Após cálculo para descobrir a densidade corporal do indivíduo, aplicar a fórmula de
Siri para converter densidade corporal em percentual de gordura

%G = 4,95 - 4,50 x 100


DC

7.2 Fórmulas que estimam % gordura


a) Faulkner, 1968
G% = [ (DCT +DCSI +DCSE + DCAB) x 0,153 + 5, 783]

b) Yuhasz (Subescapular, tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e peitoral


(S6=somatória de todas)
G%= (S6) x 0,095 + 3,64
41

7.4 Fórmulas de predição de gordura para obesos

HOMENS (24 a 68 anos) - %GC = 0,31457 (CAb) – 0,10969 (P) + 10,8836

MULHERES (20 a 60 anos) - %GC = 0,11077 (CAb) – 0,17666 (A) + 0,14354 (P) + 51,03301

Onde:
CAb: Circunferência abdominal / A: Altura / P: Peso corporal

7.3 Estimativa de percentual de gordura por meio do ∑ de dobras e comparação


em Tabelas (anexos)

 Petroski, 1995:

- Mulheres  Axilar média, supra-ilíaca, coxa e panturrilha;


- Homens  Subescapular, tríceps, supra-ilíaca e panturrilha

 Durnin & Womersley, 1974 (bíceps, tríceps, subescapular e supra-ilíaca)

- Após o somatório das dobras, consultar a tabela abaixo, de acordo com sexo e idade
para estimativa de % de gordura corporal

Porcentagem estimada de gordura corporal, obtida por meio de soma de quatro dobras cutâneas
Dobras Homens Mulheres

cutaneas (idades em anos) (idades em anos)

(mm) 19-29 30-39 40-49 50+ 19-29 30-39 40-49 50+

15 4,8 - - - 10,5 - - -

20 8,1 12,2 12,2 12,6 14,1 17 19,8 21,4

25 10,5 14,2 15 15,6 16,8 19,4 22,2 24

30 12,9 16,2 17,7 18,6 19,5 24,8 24,5 26,6

35 14,7 17,7 19,6 20,8 21,5 23,7 26,4 28,5

40 16,4 19,2 21,4 22,9 23,4 25,5 28,2 30,3

45 17,7 20,4 23 24,7 25 26,9 29,6 31,9

50 19 21,5 24,6 26,5 26,5 28,2 31 33,4

55 20,1 22,5 25,9 27,9 27,8 29,4 32,1 34,6

60 21,2 23,5 27,1 29,2 29,1 30,6 33,2 35,7

65 22,2 24,3 28,2 30,4 30,2 31,6 34,1 36,7

70 23,1 25,1 29,3 31,6 31,2 32,5 35 37,7

75 24 25,9 30,3 32,7 32,2 33,4 35,9 38,7


42

80 24,8 26,6 31,2 33,8 33,1 34,3 36,7 39,6

85 25,5 27,2 32,1 34,8 34 35,1 37,5 40,4

90 26,2 27,8 33 35,8 34,8 35,8 38,3 41,2

95 26,9 28,4 33,7 36,6 35,6 36,5 39 41,9

100 27,6 29 34,4 37,4 36,4 37,2 39,7 42,6

105 28,2 29,6 35,1 38,2 37,1 37,9 40,4 43,3

110 28,8 30,1 35,8 39 37,8 38,6 41 43,9

115 29,4 30,6 36,4 39,7 38,4 39,1 41,5 44,5

120 30 31,1 37 40,4 39 39,6 42 45,1

125 31 31,5 37,6 41,1 39,6 40,1 42,5 45,7

130 31,5 31,9 38,2 41,8 40,2 40,6 43 46,2

135 32 32,3 38,7 42,4 40,8 41,1 43,5 46,7

140 32,5 32,7 39,2 43 41,3 41,6 44 47,2

145 32,9 33,1 39,7 43,6 41,8 42,1 44,5 47,7

150 33,3 33,5 40,2 44,1 42,3 42,6 45 48,2

155 33,7 33,9 40,7 44,6 42,8 43,1 45,4 48,7

160 34,1 34,3 41,2 45,1 43,3 43,6 45,8 49,2

165 34,5 34,6 41,6 45,6 43,7 44 46,2 49,9

170 34,9 34,8 42 46,1 44,1 44,4 46,6 50

175 35,3 - - - - 44,8 47 50,4

180 35,6 - - - - 45,2 47,4 50,8

185 35,9 - - - - 45,6 48,8 51,2

190 - - - - - 45,9 48,2 51,6

195 - - - - - 46,2 48,5 52

200 - - - - - 46,5 48,8 52,4

205 - - - - - - 49,1 52,7

210 - - - - - - 49,4 53

Estimativa da porcentagem de gordura para os homens: soma das dobras cutâneas do triceps, torácica e subescapular
Soma das dobras
cutaneas (mm)
<22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >57

8 - 10 1,5 2 2,5 3,1 3,6 4,1 4,6 5,1 5,6

11 - 13 3 3,5 4 4,5 5,1 5,6 6,1 6,6 7,1

14 - 16 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,6 8,1 8,6

17 - 19 5,9 6,4 6,9 7,4 8 8,5 9 9,5 10

20 - 22 7,3 7,8 8,3 8,8 9,4 9,9 10,4 10,9 11,4

23 - 25 8,6 9,2 9,7 10,2 10,7 11,2 11,8 12,3 12,8

26 - 28 10 10,5 11 11,5 12,1 12,6 13,1 13,6 14,2

29 - 31 11,2 11,8 12,3 12,8 13,4 13,9 14,4 14,9 15,5

32 - 34 12,5 13 13,5 14,1 14,6 15,1 15,7 16,2 16,7


43

35 - 37 13,7 14,2 14,8 15,3 15,8 16,4 16,9 17,4 18

38 - 40 14,9 15,4 15,9 16,5 17 17,6 18,1 18,6 19,2

41 - 43 16 16,6 17,1 17,6 18,2 18,7 19,3 19,8 20,3

44 - 46 17,1 17,7 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,5

47 - 49 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,4 22 22,5

50 - 52 19,2 19,7 20,3 20,8 21,4 21,9 22,5 23 23,6

53 - 55 20,2 20,7 21,3 21,8 22,4 22,9 23,5 24 24,6

56 - 58 21,1 21,7 22,2 22,8 23,3 23,9 24,4 25 25,5

59 - 61 22 22,6 23,1 23,7 24,2 24,8 25,3 25,9 26,5

62 - 64 22,9 23,4 24 24,5 25,1 25,7 26,2 26,8 27,3

65 - 67 23,7 24,3 24,8 25,4 25,9 26,5 27,1 27,6 28,2

68 - 70 24,5 25 25,6 26,2 26,7 27,3 27,8 28,4 29

71 - 73 25,2 25,8 26,3 26,9 27,5 28 28,6 29,1 29,7

74 - 76 25,9 26,5 27 27,6 28,2 28,7 29,3 29,9 30,4

77 - 79 26,6 27,1 27,7 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,1

80 - 82 27,2 27,7 28,3 28,9 29,4 30 30,6 31,1 31,7

83 - 85 27,7 28,3 28,8 29,4 30 30,5 31,1 31,7 32,3

86 - 88 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,1 31,6 32,2 32,8

89 - 91 28,7 29,3 29,8 30,4 31 31,5 32,1 32,7 33,3

92 - 94 29,1 29,7 30,3 30,8 31,4 32 32,6 33,1 33,4

95 - 97 29,5 30,1 30,6 31,2 31,8 32,4 32,9 33,5 34,1

98 - 100 29,8 30,4 31 31,6 32,1 32,7 33,3 33,9 34,4

101 - 103 30,1 30,7 31,3 31,8 32,4 33 33,6 34,1 34,7

104 - 106 30,4 30,9 31,5 32,1 32,7 33,2 33,8 34,4 35

107 - 109 30,6 31,1 31,7 32,3 32,9 33,4 34 34,6 35,2

110 - 112 30,7 31,3 31,9 32,4 33 33,6 34,2 34,7 35,3

113 - 115 30,8 31,4 32 32,5 33,1 33,7 34,3 34,9 35,4

116 - 118 30,9 31,5 32 32,6 33,2 33,8 34,3 34,9 35,5
Fonte: Jackson e Pollock et al., 1985:

Estimativas da porcentagem de gordura para as mulheres: soma das dobras cutâneas do triceps abdominal e supra-ililica.
Soma das dobras
Cutaneas (mm)
18 – 22 23-27 28 -32 33 - 37 38 - 42 43 - 47 48 - 52 53 - 57 >57

8 12 8,8 9 9,2 9,4 9,5 9,7 9,9 10,1 10,3

13 17 10,8 10,9 11,1 11,3 11,5 11,7 11,8 12 12,2

18 22 12,6 12,8 13 13,2 13,4 13,5 13,7 13,9 14,1

23 27 14,5 14,6 14,8 15 15,2 15,4 15,6 15,7 15,9

28 32 16,2 16,4 16,6 16,8 17 17,1 17,3 17,5 17,7

33 37 17,9 18,1 18,3 18,5 18,7 18,9 19 19,2 19,4

38 42 19,6 19,8 20 20,2 20,3 20,5 20,7 20,9 21,1

43 47 21,2 21,4 21,6 21,8 21,9 22,1 22,3 22,5 22,7


44

48 52 22,8 22,9 23,1 23,3 23,5 23,7 23,8 24 24,2

53 57 24,2 24,4 24,6 24,8 25 25,2 25,3 25,5 25,7

58 62 25,7 25,9 26 26,2 26,4 26,6 26,8 27 27,1

63 67 27,1 27,2 27,4 27,6 27,8 28 28,2 28,3 28,5

68 72 28,4 28,6 28,7 28,9 29,1 29,3 29,5 29,7 29,8

73 77 29,6 29,8 30 30,2 30,4 30,6 30,7 30,9 31,1

78 82 30,9 31 31,2 31,4 31,6 31,8 31,9 32,1 32,3

83 87 32 32,2 32,4 32,6 32,7 32,9 33,1 33,3 33,2

88 92 33,1 33,3 33,5 33,7 33,8 34 34,2 34,4 34,6

93 97 34,1 34,3 34,5 34,7 34,9 35,1 35,2 35,4 35,6

98 102 35,1 35,3 35,5 35,7 35,9 36 36,2 36,4 36,6

103 107 36,1 36,2 36,4 36,6 36,8 37 37,2 37,3 37,5

108 112 36,9 37,1 37,3 37,5 37,7 37,9 38 38,2 38,4

113 117 37,8 37,9 38,1 38,3 39,2 39,4 39,6 39,8 39,2

118 122 38,5 38,7 38,9 39,1 39,4 39,6 39,8 40 40

123 127 39,2 39,4 39,6 39,8 40 40,1 40,3 40,5 40,7

128 132 39,9 40,1 40,2 40,4 40,6 40,8 41 41,2 41,3

133 137 40,5 40,7 40,8 41 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9

138 142 41 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9 42,1 42,3 42,5

143 147 41,5 41,7 41,9 42 42,2 42,4 42,6 42,8 43

148 152 41,9 42,1 42,3 42,4 42,6 42,8 43 43,2 43,4

153 157 42,3 42,5 42,6 42,8 43 43,2 43,1 43,6 43,7

158 162 42,6 42,8 43 43,1 43,3 43,5 43,7 43,9 44,1

163 167 42,9 43 43,2 43,4 43,6 43,8 44 44,1 44,3

168 172 43,1 43,2 43,4 43,6 43,8 44 44,2 44,3 44,5

173 177 43,2 43,4 43,6 43,8 43,9 44,1 44,3 44,5 44,7

178 182 43,3 43,5 43,7 43,8 44 44,2 44,4 44,6 44,8

Padrões de referência para classificação de percentual de gordura

Classificação HOMENS MULHERES


Atletas 5 – 13% 12 – 22%
Pessoas ativas 12 – 18% 16 – 25%
Pessoas não ativas 12 – 20% 18 – 32%
Pessoas obesas ≥ 21% ≥ 33%
Fonte: GUEDES, 1990

Classificação HOMENS MULHERES


Muito baixo ≤ 5% ≤ 8%
45

Abaixo da média 6 – 14% 9 – 22%


Média 15% 23%
Aicma da média 16 – 24% 24 – 31%
Muito alto ≥ 25% ≥ 32%
Fonte: LOHMAN (1992)

Classificação HOMENS MULHERES


Gordura essencial 3 – 5% 3 – 8%
Atletas 5 – 13% 12 – 22%
Aptos fisicamente 12 – 18% 16 – 25%
Saudáveis 10 – 25% 18 – 30%
Obesos > 25% > 30%
Fonte: CEDDIA (1990)
Obs: Transcrita de Body composition. A round table. The physician and sports e medicine

Classificação HOMENS MULHERES


Leve 15 – 20% 25 – 30%
Moderada 20 – 25% 30 – 35%
Elevada 25 – 30% 35 – 40%
Mórbida > 30% > 40%
Fonte: NIDDK (1993) in Guedes e Guedes (1998)
46

COMPOSIÇÃO CORPORAL (SISTEMA CORPÓREO TOTAL)

Peso total = Peso ósseo + Peso gordura + Peso muscular + Peso residual

 Peso ósseo

P.O. = 3,02 x (A2 x U x F x 400)

 Onde: A = altura em metros; U = Diâmetro Biepicondiliano de úmero em


metros; F = diâmetro bicondiliano de fêmur em metros

 Peso residual

P.R. = Peso x 0,24

 Peso gordura

P.G. = % gordura x peso

 Peso muscular

P.M. = Peso – (P.O. + P.R. + P.G.)


47

III. AVALIAÇÃO CLÍNICA E EXAME FÍSICO


1 Objetivos da Avaliação Clínica
PARÂMETRO OBJETIVO
História  Obter informações que possam revelar deficiências e
(anamnese interferências na aquisição, preparo, ingestão e no
geral) metabolismo de nutrientes.

 Obter informações sobre perda/ganho de peso não-


intencional, cirurgia ou trauma recente, presença de
doenças crônicas, sintomas gastrintestinais, uso de
medicamentos, problemas de mastigação e deglutição, e
outros.
Exame Físico  Identificar sinais de deficiências ou excessos nutricionais,
como desnutrição, obesidade, deficiências vitamínicas, de
ácidos graxos essenciais e outros.

 Determinar a adequacidade dos processos de nutrição,


como a ingestão, a digestão, a absorção e o metabolismo.

2- História (Anamnese Geral)


2.1- Componentes da anamnese geral

COMPONENTES DESCRIÇÃO
Queixa Principal - Citação subjetiva do paciente sobre o problema de
saúde, incluindo início e duração.
Enfermidade Atual - Dados detalhados sobre a queixa principal,
relacionados ao estado nutricional.
- Dor ou desconforto.
- Uso de medicamentos.
- Uso de álcool, nicotina e cafeína.
História Alimentar - Enfermidade, trauma, deformidades físicas e defeitos
dentários que podem interferir com a aquisição,
preparo, mastigação ou deglutição dos alimentos.
- Alergias: meio ambiente, alimentos e medicamentos.
- Distúrbios alimentares.
- Doença crônica ou cirurgia do trato gastrintestinal.
- Abuso de substâncias.
- Suplementação mineral e vitamínica.
- Uso de suplementos alimentares comerciais.
- Uso de suplementos alimentares não-convencionais.
48

- Preferências e intolerâncias alimentares.


- Influência étnicas, culturais ou religiosas na
alimentação.
- Determinação das necessidades de aconselhamento,
baseado no conhecimento de nutrição.
História Familiar - Desordens genéticas e familiares que podem afetar o
estado nutricional: cardiovascular, Crohn, diabetes,
distúrbios gastrintestinais, câncer, anemia falciforme,
alergias, intolerâncias alimentares, obesidade.
História de - Uso recente de esteróides, imunossupressores,
Medicamentos quimioterapia, anticonvulsivantes ou contraceptivos
orais.
História Sócio-econômica - Armazenamento, refrigeração e preparo de
alimentos.
- Tipo de plano de saúde.
- Hábitos de compra e preparo de alimentos.

3 - Exame Físico

3.1 – Técnicas de exame físico relacionado à nutrição


TÉCNICA DESCRIÇÃO
Inspeção - Usa a visão, o olfato e a audição.
- Observação crítica da cor, formato, textura e tamanho.
- É a técnica mais frequentemente utilizada.
Palpação - Exame táctil para sentir pulsações e vibrações.
- Avalia as estruturas corporais (incluindo textura,
tamanho, temperatura, consistência e mobilidade).
Percussão - Avaliação de “sons”, para determinar o contorno,
formato e posição dos órgãos.
- Nem sempre pode ser usada no exame físico
relacionado à nutrição.
Ausculta - Ouvir os sons corporais com ou sem o uso de
estetoscópio (ex.: sons do coração e pulmões, intestinais
e dos vasos sanguíneos).
Fonte: Hammond, 1996.

3.2 – Sinais e sintomas de deficiências nutricionais


49

a) Examinar tecidos de proliferação rápida, como cabelos, pele, lábios, olhos e


línguas. Esses tecidos são mais prováveis de refletir deficiências nutricionais mais
precocemente que outros.
b) Investigar atrofia da língua, palidez cutânea, dermatite, cicatrização inadequada de
feridas, turgor deficiente da pele.
c) Outros achados físicos relacionados ou associados à doença de base podem
confundir a avaliação.
d) Realizar o exame físico de forma sequencial e organizada. Ex.: cabeça e pescoço,
sistema cardiopulmonar, gastrintestinal, urinário, músculo-esquelético e neurológico.
e) Considerar que a maior parte dos achados físicos não são específicos para as
deficiências individuais de nutrientes e devem ser integrados com a história e com os
dados antropométricos e laboratoriais.

Quadro do Exame Físico Nutricional – Sinais e sintomas de deficiências


nutricionais
NORMAL ACHADOS DEFICIÊNCIA OUTRAS CAUSAS
CLÍNICOS SUSPEITADA
Olhos Brilhantes, Conjuntiva pálida. Ferro Anemias não-nutricionais.
membranas
róseas e úmidas

Cegueira noturna. Vitamina A Hereditariedade e doenças


oculares.
Manchas de Bitot Vitamina A
(manchas
acinzentadas,
brilhantes e
triangular na
conjuntiva).

Xerose (secura Vitamina A Idade, alergias


anormal).
Vermelhidão e Riboflavina,
fissura dos cantos piridoxina.
dos olhos.
50

Movimento ocular Oftalmoplegia Tiamina e fósforo. Lesão cerebral.


normal ao (paralisia dos
acompanhar músculos
objetos. oculares).

NORMAL ACHADOS DEFICIÊNCIA OUTRAS CAUSAS


CLÍNICOS SUSPEITADA
Cabelos Brilhantes, firmes Sinal de bandeira Proteína, vista no Tinturas e outros tratamentos
e difíceis de (despigmentação kwashiorkor e, capilares excessivos.
arrancar. transversa). ocasionalmente,
Arrancável com no marasmo.
facilidade e sem
dor.
Aparência normal Pouco cabelo. Proteína, biotina, Alopécia decorrente da idade,
ou espessa. zinco. quimioterapia ou radiação da
cabeça, desordens endócrinas.

Crescimento Pêlos crespos e Vitamina C.


normal. encravados.
Unhas Uniformes, Listras Proteína.
arredondadas e transversais,
lisas. rugosas.
Coiloníquia Ferro. Considerado normal se somente
(unhas em forma encontrado nas unhas dos pés.
de colher, finas e
côncavas).
Pele Cor uniforme, lisa, Descamação ou Vitamina A, zinco, Excesso de vitamina A.
de aparência seborréia ácidos graxos
saudável. nasolabial. essenciais,
riboflavina,
piridoxina.
Petéqueia, Vitamina C. Distúrbios de coagulação, febre
especialmente severa, picada de inseto.
perifolicular
(manchas
hemorrágicas
pequenas e de cor Varfarina, Injurla,
roxa. trombocitopenia, excesso de
Púrpura Vitamina C, vitamina E.
(hematomas e vitamina K.
sangramento
subcutâneo).
Hiperqueratose Vitamina A,
folicular vitamina C.
(hipertrofia da
epiderme).
51

Pigmentação Niacina.
(escurecimento) e
descamação das
áreas expostas ao
sol.
Aparência de Proteína. Envelhecimento.
celofane.
Pigmentação Excesso de ingestão de beta-
amarelada, caroteno.
especialmente
nas palmas das
mãos, enquanto a
esclera
permanece
branca.
Edema corporal, Proteína, tiamina. Medicamentos, especialmente
face redonda, esteróides.
edemaciada (face
de lua cheia).
Cicatrização Proteína, vitamina Cuidado deficiente da pele,
deficiente de C, zinco, diabetes.
feridas, úlceras de kwashiorkor.
decúbito.
Palidez. Ferro. Perdas sanguíneas.

Oral Lábios macios, Queilose (lábios Riboflavina, Salivação excessiva, devido à


sem inflamação. secos, com piridoxina, prótese dentária mal fixada.
rachaduras e niacina.
ulcerados).
Estomatite
angular
(inflamação dos
cantos da boca).
Língua vermelha, Papila lingual Riboflavina,
sem edema e com atrófica (língua niacina, folato,
superfície normal. lisa. vitamina B12,
proteína, ferro.
Glossite. Riboflavina,
niacina, folato,
piridoxina,
vitamina B12.
Paladar e olfato Hipogeusia Zinco. Medicamentos, como agentes
normais. (paladar neoplásicos ou sulfoniluréias
diminuído).
Hiposmia (olfato
diminuído)
Gengivas e Esmalte Fluorose (flúor em excesso
dentes normais. manchado.
Esmalte Suspeita de bulimia.
danificado.
52

Caries, dentes Higiene oral deficiente, doença


ausentes e gengivas
peridontal.
retraídas.
Gengivas Vitamina C.
edemaciadas,
sangrantes e retraídas.
53

NORMAL ACHADOS DEFICIÊNCIA OUTRAS CAUSAS


CLÍNICOS SUSPEITADA
Neurológicos Estabilidade Demência. Niacina, vitamina
emocional. B12.
Confabulação, Tiamina (psicose Doença ou relacionado à idade.
desorientação. de Korsakoff). Causas mútiplas, como cálcio
sérico aumentado, medicamentos
e toxicidade por alumínio.
Refluxos e Neuropatia Tiamina,
sensações periférica: piridoxina,
normais. fraqueza, vitamina B12.
parestesias Excesso de
(formigamento piridoxina.
dos pés).
Ataxia
(coordenação
muscular
deficiente e
reflexos
diminuídos do
tendão).
Tetania. Cálcio, magnésio,
vitamina D.
Outros . Aumento da Proteína, bulimia. Doença da parótida ou do fígado.
parótida, Excesso de vitamina A.
hepatomegalia.
Raquitismo ou Vitamina D.
osteomalácia
(pernas
curvadas).
Fonte: Menissoa, 1997
54
55

3.4 Perda de gordura subcutânea

O primeiro sinal físico a ser examinado é a perda de massa gordurosa subcutânea

Os pacientes do sexo masculino e aqueles com ingestão calórica deficientes estão


propensos a perder gordura antes da massa muscular.

Investigar olhos encovados ou pele flácida ao redor dos olhos e bochechas.

Em pacientes com estado nutricional normal, o acúmulo de gordura em baixo dos


olhos parece um edema leve.

Em paciente desnutrido pode ser detectado depressão ou, às vezes, uma área escura
abaixo dos olhos. Isso é frequentemente chamado de “olhos fundos”.

Examinar as reservas de gordura do braço e classificar subjetivamente o grau de


perda.

3.5 – Perda de massa muscular

Em geral, os grupos musculares das partes superiores do corpo são mais susceptíveis
à perda.

Músculos da região das têmporas


Para visualizar este músculo, vire a cabeça do paciente para o lado (em alguns
casos, esta região é melhor observada diretamente de frente).

Músculo da clavícula
Observar a extensão da linha da clavícula. Quando menor a massa
muscular, mais proeminente é o osso. Os homens e mulheres exibem diferença na
musculatura nesta região.

Músculos dos ombros


56

Posicione os braços do paciente para baixo, ao lado do corpo. Deve ser


possível pinçar tecido muscular da junção do ombro.
Músculo da escápula
Observar se existem depressões ao redor da escápula. Para melhor
definir esses grupos musculares, peça ao paciente para empurrar a mão dele para
frente, contra um objeto sólido. O grupo de perda pode variar na localização e
profundidade.

Músculos das costelas inferiores


Observar as depressões entre as costelas, com o paciente pressionando
a mão contra um objeto sólido.

Músculos do dorso da mão, entre o polegar e o indicador (músculo interósseo)


Para facilitar o exame, peça ao paciente para pressionar as pontas dos dedos
polegar e indicador, um contra o outro. Normalmente, o músculo irá protrair. Em casos
de perda muscular, esta área pode se apresentar plana ou depressão. A quantidade
do tecido muscular desta região apresenta variação entre os sexos. Se plana, pode
ser um sinal de desnutrição em homens, mas não em mulheres.

Quadríceps
Embora não seja tão sensível quanto os grupos musculares da parte superior
do corpo, esta também pode ser examinado para avaliar a deterioração muscular.
Com o paciente em posição sentada, pinçar o quadríceps para diferenciar o tecido
muscular do gorduroso.

Músculo da região interna da perna


Observar o grau de definhamento destes músculos e se houve perda ao redor
do joelho.

Panturrilha
Pinçar o músculo da panturrilha para determinar a quantidade de tecido.

Edema
57

1. A desnutrição pode aumentar o edema. Portanto, considerar somente aquele que


resulta da desnutrição.
2. De maneira prática, descartar todas as outras causas de edema, antes de associá-
lo à desnutrição.
3. Observar as regiões do tornozelo e do sacro. É principalmente importante examinar
a presença de edema na região sacral em pacientes com atividade física restrita.
4. O tornozelo é o melhor local para identificar edema em um paciente que se
movimenta.

Classificação do edema:
Edema Característica
+ mínimo
++ discreto cacifo ou fóvea
+++ moderado, apaga relevo ósseo
++++ pronunciado, deforma seguimento comprometido

Ascite

- É o acúmulo de líquido extra-celular na cavidade abdominal


- Para observar a presença de ascite, pede-se para o paciente (ou outra pessoa)
colocar a mão na linha mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não
apoiando a palma, mas sim a lateral da mão esticada na linha médiana) e então
realiza-se a percussão em um dos lados do abdômen. Observa-se se há
transmissão de onda de líquido para o lado oposto do abdômen. Caso haja
prosseguimento da onda para o lado oposto do abdômen o sinal é considerado
positivo.

Classificação da ascite:

Intensidade Classificação
Leve Visível apenas no ultrassom
Moderada Detectável pela "abaulamento dos flancos" ao exame físico
Grave Claramente visível, confirmada pelo "sinal do piparote*/sinal
de onda líquida" ao exame físico
58

Exame físico: avalia perda de gordura subcutânea e massa muscular:

EXAME FÍSICO
Adaptado do livro Terapia Nutricional Enteral e Parenteral -Manual de Rotina Técnica , 2000.
Paciente: Sexo: Idade: Leito:
Diagnóstico Clínico: Data:
Estado Nutricional Normal Desnutrição Desnutrição grave
leve/moderada
Categoria A B C
1. Perda de gordura subcutânea: Nenhuma perda. Sinais de perda em Perda grande
Olhos encovados (fundos e escuros) ou pele algumas regiões, mas
flácida ao redor dos olhos e bochechas. não em outras.
Reserva de gordura braquial. ( ) ( ) ( )
2. Perda de massa muscular A B C
Músculos Sem evidência de perda. Sinais de perda em Sinais de perda severa
algumas regiões, , mas em todas ou na
não em outras. maioria das regiões.
( ) ( ) ( )
Região das têmporas Músculo aparente através Depressão leve próxima Depressão grande e
das têmporas. Região reta às têmporas. profunda próxima às
e plana. têmporas.
( ) ( ) ( )
Região da clavícula Homens: não é visível. Difícil de distinguir Bastante proeminente.
Mulher: pode ser visível.
( ) ( ) ( )
Região dos ombros. Ombros redondos, Embora os ombros não Ombros quadrados, a
especielmente na junção estejam quadrados, a protrusão do acrômio
entre pescoço e ombro. protrusão do acrômio é bastente evidente.
pode estar evidente.
( ) ( ) ( )
Região da escápula Escápula não proeminente, Os músculos parecem Escapúla visível.
sem depressões ao redor do definhados, podem haver
osso. depressões nas regiões
ao redor do osso.
( ) ( ) ( )
Região da costelas As costelas não aparecem. Estão aparentes, mas as Costelas muito
depressões não estão tão aparentes.
visíveis.
( ) ( ) ( )
Dorso das mãos Mulher: músculo plano Depressão pequena Depressão profunda
Homem: músculo entre polegar e
proeminente. indicador.
( ) ( ) ( )
Quadríceps Aparência normal Pouca redução Reduzido
( ) ( ) significamente.
( )
59

Região interna da perna Aparência normal ao redor Perda moderada ao redor Ossos do joelho
dos joelhos. dos joelhos. protraídos.
( ) ( ) ( )
Panturrilha Aparência normal. Difícil de detectar. Redução acentuada.
( ) ( ) ( )
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
Estado Nutricional Normal Desnutrição leve/moderada Desnutrição grave
Categoria A B C
Parâmetros Sem sinais físicos de Perda de peso sem ganho Perda severa de gordura
desnutrição subsequente. Perda leve de subcutânea. Perda de massa
Nenhuma perda significativa gordura subcutânea ou muscular. Presença de edema .
de peso muscular. História clínica de risco
nutricional.

O que deve ser observado

GORDURA DICAS DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO BEM NUTRIDO


SUBCUTÂNEA GRAVE LEVE/
MODERADA
Abaixo dos Olhos Círculos escuros, Protuberância
depressão, “pele levemente
solta”. “almofadada”.
Atenção: cuidado Sentir pouco Tecido adiposo
Tríceps/ Bíceps para não pegar espaço de abudante.
músculo ao gordura entre os
beliscar; dedos ou os
movimente a pele dedos
entre os dedos. praticamente se
tocam.
MASSA MUSCULAR DICAS DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO BEM NUTRIDO
GRAVE LEVE/
MODERADA
Observar em “Buraco”, Depressão leve. É possível observar o
Têmporas linha reta, olhar depressão. músculo bem definido.
dos dois lados.
Observar se osso Osso Osso levemente Em homens não está
está proeminente. protuberante/ saltado. visível; em mulheres
Clavícula proeminente/ pode estar visível, mas
saltado. não está proeminente.
Observar com os Junção do braço Acrômio está Redondo, forma de
braços soltos ao com o ombro tem levemente curva na junção do
Ombros lado do corpo, forma quadrada, proeminente. ombro com o pescoço e
procurar por com ossos do ombro com o braço.
ossos proeminentes.
proeminentes.
Procurar por Osso Depressões leves Ossos não
ossos proeminente, ou ossos proeminentes, sem
Escápula proeminentes, o visível; depressão levemente depressões
paciente deve entre as costelas, proeminentes. significantes.
estar com o braço no ombro e
esticado para
60

frente e a mão escápula ou na


encosta numa coluna vertebral.
superfície solida.
Observar no Área entre o dedo Com pequena Músculo proeminente
Músculo entre os Ossos dorso da mão indicador e depressão ou pode estar levemente
com o indicador polegar achatada levemente achatado.
unido com o ou com achatada.
polegar. depressão.
MASSA MUSCULAR DICAS DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO BEM NUTRIDO
GRAVE LEVE/
MODERADA
Joelho na Parte Inferior do Paciente deve Ossos Músculos
Corpo e Menos Sensível estar sentado proeminentes. proeminentes, ossos
as Alterações Nutricionais com a perna não proeminentes.
apoiada em um
degrau.
Não é tão Interno da coxa Interno da coxa Sem depressão.
Quadríceps sensível as com depressão. apresenta leve
alterações quanto depressão.
a parte superior
do corpo.
EDEMA/ ASCITE DICAS DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO BEM NUTRIDO
GRAVE LEVE/
MODERADA
Tentar Identificar Outras Em pacientes Inchaço aparente, Inchaço leve a Sem sinais de retenção
Causas não Relacionadas com mobilidade, significante. moderado. de líquidos.
com a Desnutrição observar o
tornozelo e
aqueles com
atividade muito
leve observar o
sacro.

CLASSIFICAÇÃO

– O EXAME FÍSICO não é um sistema numérico de classificação. Portanto, é


inapropriado somar os números dos resultados A, B ou C para chegar à classificação
final. È preciso examinar as respostas para ter uma percepção global do estado
nutricional do paciente. Se houver mais respostas do lado direito (mais B e C), é
provável que o paciente esteja desnutrido. Este exame pode ser utilizado como
método de rastreamento nutricional.

- Se houver ganho de peso recente e melhora em outros indicadores, como no apetite,


o paciente pode ser classificado na categoria A, mesmo que tenha havido perda prévia
e ainda aparente de gordura e músculo.
61

- Os pacientes obesos, por outro lado, podem entrar na categoria de desnutrição


moderada (B) ou grave (C), baseando-se em uma história clínica e sinais de perda
muscular.

- Os pacientes com aparência normal podem ser colocados na categoria de


desnutrição leve ou moderada, devido á uma história clínica ruim.

- A desnutrição leve/ moderada é a mais ambígua de todas. Esses pacientes podem


apresentar respostas em todas as três categorias. Em geral, se a classificação de
desnutrição grave (C) ou normal (A) não é claramente indicada, o resultado é
desnutrição leve/ moderada (B).

**Classificação do Estado Nutricional a partir do EXAME FÍSICO

ESTADO NORMAL DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO


NUTRIONAL LEVE/MODERADA GRAVE
Categoria A B C

Parâmetros - Sem sinais físicos de - Perda de peso de 5 a - Perda severa de


desnutrição. 10%, com nenhum ganho gordura subcutânea.
- Nenhuma perda subseqüente. - Perda de massa
significativa de peso. - Perda leve de gordura muscular.
- Nenhuma dificuldade subcutânea ou muscular. - Presença de edema.
com a alimentação. - Incapacidade funcional - História clínica de risco
-Nenhuma incapacidade ou não. nutricional.
funcional relacionada à - Com ou sem sintomas
nutrição. gastrintestinais.
-Nenhum sintoma
gastrintestinal de risco
nutricional.

4 – Instrumento de rastreamento nutricional

Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ASG)

10.4.1- Procedimento

o Realizar a entrevista com o paciente e/ou responsável, ou revisar o prontuário, e


preencher as informações na fixa de Avaliação Nutricional (ver modelos em
Anexo).
62

o No caso de criança ou paciente em estado crítico, incapaz de fornecer a sua


história, contactar os membros da família ou outras pessoas relacionadas.
o Classificar cada parâmetro da história e do exame físico A, B ou C.
10.4.2 : Blocos de avaliação

1º Bloco: Perda de peso

1. Classificar o paciente baseado na porcentagem de mudança de peso nos últimos


seis meses (pode ser confirmado com uma balança).
2. Calcular a perda de peso nas últimas duas semanas.
3. Para pacientes obesos, seguir os mesmos guias.
4. A redução de peso não irá afetar significadamente o resultado final se não existem
sinais físicos ou outros fatores de risco nutricional. Considerar significativo se a
perda de peso devido à restrição alimentar estiver associada a outros sinais de
risco.
5. O padrão de perda (flutuante, rápido, contínuo) é muito importante e deve ser
avaliado como parte do parâmetro de mudanças de peso.
6. O acúmulo ou perda de líquido não deve ser considerado como mudança real no
peso corporal.

Classificação do Estado Nutricional a partir da Mudança de Peso nos Últimos


Seis Meses
ESTADO NORMAL DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO
NUTRIONAL LEVE/MODERADA GRAVE
Categoria A B C
(perda de peso
(perda de peso não potencialmente (perda de peso
significativa) significativa) significativa)
Parâmetros - Perda < 5%. - Perda de 5 a 10%. - Perda > 10%.
- Perda > 10% nos últimos - Declínio de rápido peso e - Declínio grande, rápido
6 meses, porém com >10%, porém com e contínuo,
ganho durante o último recuperação evidente. principalmente no mês
mês. anterior, e sem sinais de
recuperação.

Bloco 2: Ingestão Alimentar

1. Classificar se a ingestão mudou ou não, e qual a severidade e duração da


63

mudança.
2. Se a mudança foi recente, anotar na ficha para investigar na próxima visita.
3. Quanto mais severa a redução, ou quanto mais longa a duração do declínio da
ingestão, mais próximo da desnutrição grave o paciente deve ser classificado.
4. Perguntar ao paciente se ele está seguindo alguma nova dieta. Em caso positivo,
esta deve ser avaliada para assegurar que as necessidades nutricionais estão
sendo alcançadas. O consumo de dietas hipocalóricas durante algumas semanas
coloca o paciente em risco de desnutrição.

**Classificação do Estado Nutricional a Partir da Ingestão Alimentar

ESTADO NORMAL DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO


NUTRIONAL LEVE/MODERADA GRAVE
Categoria A B C

Parâmetros - Ingestão alimentar - Redução moderada na - Redução severa na


boa. ingestão, sem melhora ingestão e em declínio.
- Melhorando a aparente. - Jejum ou ingestão de
ingestão. - Consumo de dieta líquida líquidos hipocalóricos.
exclusiva.

Bloco 3: Sintomas Gastrintestinais

1. “Persistentes”: sintomas diários por mais que duas semanas, como náuseas,
vômitos, diarreia e anorexia.

Classificação do Estado Nutricional a Partir dos Sintomas Gastrintestinais

ESTADO NORMAL DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO


NUTRIONAL LEVE/MODERADA GRAVE
Categoria A B C

Parâmetros - Sem sintomas. - Sintomas persistentes, - Sintomas persistentes


- Sintomas de curto prazo porém moderados em sua e graves.
(<2 semanas) ou gravidade.
intermitentes.

Bloco 4: Capacidade Funcional

1. É a avaliação do grau de capacidade de realizar atividades de rotina. Por exemplo,


64

a dificuldade que um paciente tem de ser levantar de uma posição sentada, o


cansaço ao realizar pequenas tarefas, ou a mudança substancial da capacidade
de executar exercícios físicos.
2. É definida como perda de função devido à redução significativa da massa
muscular, podendo indicar desnutrição grave ou moderada.
3. A incapacidade ou debilidade funcional a ser observada é aquela clinicamente
óbvia e que ocorreu durante o mesmo período de tempo que a perda de peso
corporal.
4. A força muscular pode ser avaliada solicitando que o paciente aperte fortemente
os dedos indicador e médio do examinador durante, pelo menos, 10 segundos
5. Para avaliar a função dos músculos respiratórios, solicitar que o paciente coloque
na boca uma tira de papel de 10 cm e assopre. Em condições normais, a tira é
assoprada para longe> em condição de debilidade extrema, a tira não se move
6. Classificar o paciente quanto à mudanças nas atividades funcionais durante as
últimas duas semanas.
7. Não considerar outras causas de incapacidade funcional como evidência de
desnutrição. Por exemplo: um paciente diabético, cujo os dedos foram amputados,
ou um outro com artrite e degradação grave das articulações. Nenhuma dessas
incapacidades deve afetar a classificação do SGA, pois não estão relacionadas à
desnutrição.

Classificação do Estado Nutricional a Partir da Capacidade Funcional

ESTADO NORMAL DESNUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO


NUTRIONAL LEVE/MODERADA GRAVE
Categoria A B C

Parâmetros - Sem limitações. - Atividades restritas - Deterioração grande


- Melhora nas atividades devido à fadiga e (ex.: acamado) das
funcionais. fraqueza. atividades funcionais.

Bloco 5: Exame Físico (ver ítens 1.2.3, 1.2.4 e 1.2.5)

Classificação Final

Somar os pontos de cada bloco e classificar de acordo com a pontuação abaixo:


65

- Bem nutrido < 17 pontos


- D. moderado entre 17 e 22 pontos
- D. grave > 22 pontos
66

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL


(Adaptado de Detsky et al., 1987)

Paciente:________________________________________________ Idade: _______________

Estatura: __________________ IMC: _________ Peso: ___________________

Motivo da internação: _____________________________________

Anamnese

Peso corpóreo: (1) mudou nos últimos 6 meses: ( ) sim ( ) não


TOTAL PARCIAL DE
(1) Continua perdendo peso atualmente: ( ) sim ( ) não PONTOS:

Peso atual: Peso habitual: Perda de peso (PP %)

Se > 10% (2) Se < 10% (1)

Dieta

(1) Mudança da dieta ( ) sim


TOTAL PARCIAL DE
( ) não A mudança foi para: PONTOS:

(1) Dieta hipercalórica (2) dieta pastosa hipercalórica


(2) Dieta líquida > 15 dias ou solução se infusão intravenosa > 5 dias
(3) Jejum > 5dias (2) mudanças persistentes > 30 dias.

Sintomas gastrintestinais persistentes por mais de duas semanas

(1) disfagia/ odinofagia (1) náuseas (1) vômitos (1) diarreia TOTAL PARCIAL DE
(2) anorexia, distensão abdominal, dor abdominal PONTOS:

Capacidade funcional física (por mais de duas semanas)


TOTAL PARCIAL DE
(1) Abaixo do normal (2) acamado PONTOS:

Diagnóstico

(1) Baixo estresse (2) Moderado estresse (3) Alto estresse


TOTAL PARCIAL DE
PONTOS:
Exame físico
TOTAL PARCIAL DE
(0) normal (+1) leve ou moderadamente depletado (+2) gravemente PONTOS:
depletado ( ) perda de gordura subcutânea ( ) músculo estriado ( )
edema sacral ( ) edema de tornozelo ( ) ascite

Somatório do TOTAL Estado nutricional:


parcial de pontos:
C- Categoria da ANSG
Bem nutrido < 17 pontos; DESNUTRIDO MODERADO 17-22 pontos; DESNUTRIDO GRAVE: > 22 pontos
67

TRIAGEM NUTRICIONAL (NRS 2002)

Paciente: Leito/Enfermaria:
Peso: Altura: Idade: Data: / /
Tabela 1 Classificação de Risco Nutricional (Fase I) Sim Não

1. Apresenta IMC < 20,5

2. Houve perda de peso nos últimos três meses

3. Houve redução na ingestão alimentar na última semana

4. Portador de doença grave, mau estado geral ou em UTI

Sim: Se a resposta for “sim” para qualquer questão, continue e preencha a Tabela 2
Não: Se a resposta for “não” para todas as questões, reavalie o paciente semanalmente
Se for indicada uma cirurgia de grande porte, continue e preencha a Tabela 2
Tabela 2
Classificação de Risco Nutricional
Prejuízo de Estado Nutricional Gravidade da Doença
(Aumento das Necessidades)
Ausente Estado Nutricional normal Ausente Necessidades
Escore 0 Escore 0 nutricionais normais

Leve Perda de peso > 5% em 3 meses ou Leve Fratura do quadril,


Escore 1 ingestão alimentar de 50% a 75% das Escore 1 pacientes crônicos, em
necessidades calóricas na última semana particular com
complicações agudas,
cirrose, DPOC,
hemodiálise crônica,
diabetes e câncer
Moderado Perda de peso > 5% em 2 meses ou IMC Moderado Cirurgia abdominal de
Escore 2 entre 18,5 e 20,5 + queda do estado geral Escore 2 grande porte, fraturas,
ou ingestão alimentar de 25% a 60% das pneumonia grave,
necessidade calóricas na última semana leucemias e linfomas
Grave Perda de peso > 5% em 1 mês (> 15% em Grave Transplante de medula
Escore 3 3 meses ou IMC < 18,5 + queda do estado Escore 3 óssea, pacientes em
geral ou ingestão alimentar de 0% a 25% cuidado intensivo
das necessidades calóricas na última
(APACHE > 10)
semana
Soma dos + = ESCORE TOTAL
Escores
Atenção: Acrescentar 1 escore na pontuação total se o paciente tiver mais de 60 anos
Escore > 3: o paciente está nutricionalmente no limite de risco e o cuidado nutricional é iniciado
Escore < 3: reavaliar o paciente semanalmente. Se o paciente tem indicação para cirurgia de grande
porte, considerar plano de cuidado nutricional para evitar riscos associados.
68

IV. AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA


Resolução do CFN 306/2003:

 Art 1º Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais


na área de nutrição clínica;
 Art 2º O nutricionista, ao solicitar exames bioquímicos, deve avaliar
adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta,
estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos
técnicos decorrentes;

Exames bioquímicos que podem ser solicitados pelo nutricionista:

Dosagem de eletrólitos

sérico Uréia e Creatinina

Transferrina Ácido úrico

Ferritina Amilase

Vitamina B12 Lípase

Proteinograma Transaminases

Lipidograma Glicemia

1. MARCADORES UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

HEMOGRAMA COMPLETO

Material analisado Valores de referência Interpretação dos resultados


Eritrograma – Série vermelha
Hemácias Homens: 4,3 – 5,7 Valores abaixo do normal podem indicar anemias
milhões/mm3 carenciais devido à baixa ingestão de ferro, vitamina
Mulheres: 3,9 – 5,0 B12 e ácido fólico, perdas crônicas (parasitose como
milhões/mm3 ancilostomíase e estrongiloidíase), sangramentos do
tubo digestivo, genitourinárias, distúrbios na
menstruação, pólipos, hemorróidas, inflamações no
intestino e outras patologias que na fase aguda
apresentam sangramentos.
Hemoglobina Homens: 13,5 – 17,5g/dL Valores abaixo do intervalo indicam hipocromia,
Mulheres: 12 – 15,5g/dL deficiências crônicas de ferro e posteriormente podem
69

Pigmento encontrado nas levar a microcitose (redução no tamanho das


hemácias hemácias com concentração de hemoglobinas)
Proteína trasportadora de
oxigênio
Hematócrito Homens: 39 – 50% Na anemia esses valores podem estar reduzidos e
% entre o volume de eritrócitos Mulheres: 35 – 45% aumentados na poliglobulina. Têm correlação com
e o volume do plasma hemodiluição
Volume corpuscular Médio – Homens: 81 – 95fL Valores reduzidos caracterizam a microcitose e
VCM Mulheres: 82 – 98fL estão associados com anemias por deficiência de
Média do tamanho dos ferro, traço talassêmico, anemia renal crônica ou
eritrócitos anemia de doenças crônicas. Valores aumentados
caracterizam a macrocitose e ocorrem na deficiência
por vitamina B12 ou folato e em defeitos genéticos na
síntese de DNA. Quando ocorre anemia (hematócrito
e hemoglobina baixos) e o VCM estiver dentro do
intervalo, pode sugerir anemia hemolítica, anemia
pós-hemorragia ou diminuição da produção de
eritropoietina (doenças renais, hepáticas, desnutrição
e deficiências endócrinas. Pode ainda existir
anisocitose (tamanho celulares diferentes).
Hemoglobina corpuscular média Homens: 26 – 34pg Valores reduzidos podem refletir anemias. Valores
– HCM Mulheres: 26 – 34 pg altos nas anemias hemolíticas ou carenciais após
Quantidade de hemoglobina nas consumo de ferro. Valores reduzidos nas anemias
hemácias aplásicas mesmo com valores de ferro normais. As
anormalidades apresentam as mesmas
características do VCM
Concentração de hemoglobina Homens: 31 – 36g/dL Valores diminuídos caracterizam a hipocromia
celular média – CHCM Mulheres: 31 – 36g/dL (diminuição na coloração das hemácias por redução
Concentração de hemoglobina da hemoglobina) associados à deficiência de ferro e
presente em 100ml de hemácias traço talassêmico e redução da transferrina. Valores
aumentados caracterizam a hipercromia

Material analisado Valores de referência Interpretação dos resultados


RDW – red cell distribution width Homens: 11,8 – 15,6% Valores aumentados são considerados o melhor índice
Indicador da variação de Mulheres: 11,9 – 15,5% discriminador de anemia ferropriva, o que é explicado
tamanho das hemácias pela coexistência de eritrócitos no sangue periférico
(anisocitose) causando mistura de células normocíticas e
progressivamente microcíticas
Leucograma – Série branca
Leucócitos 4.500 a 13.000mm3 Valores aumentados (leucocitose) indicam infecção,
neoplasia e estresse. Geralmente ocorre em estresse
orgânico com liberação de cortisol (infecções agudas
causadas por bactérias, pós-operatórios, processos
inflamatórios ou neoplásicos, uso de corticosteróides,
septicemia, leucemias). Valores diminuídos
(leucopenia) estão associados com desnutrição
protéico-calórica, infecção generalizada, uso de
medicamentos como antiinflamatório, quimio e
radioterapia e doenças auto-imunes. Podem ser padrão
transitório como na dengue e leishmaniose visceral.
Também podem assumir padrão definitivo nas
intoxicações por benzeno, xilol, solventes químicos, ou
na aplasia medular.
Neutrófilos 40 – 69% Valores aumentados (neutrofilia) estão associados
com distúrbios metabólicos (cetoacidose, uremia,
necrose), trauma, estresse, infecções purulentas
(bacterianas e fúngicas), uso de corticosteróides ou
70

presença de fatores de crescimento de granulócitos,


doenças mieloproliferativas crônicas e leucemia.
Valores reduzidos (neutropenia) ocorrem na
desnutrição protéico-calórica, neutropenia crônica
idiopática, anemia aplástica (aplasia de medula óssea,
quimioterapia e radioterapia, infecção generalizada, e
uso de alguns medicamentos
Eosinófilos 0 – 5% Valores aumentados (eosinofilia) ocorrem nas
infestações parasitárias, doenças alérgicas, eczemas,
leucemia ou doença auto-imune, alguns
medicamentos. Valores reduzidos (eosinopenias)
ocorrem no estresse, uso de corticosteróides e
síndrome de cushing
Basófilos 0 – 1% Valores aumentados (basofilia) estão presentes nas
doenças mieloproliferativas
Linfócitos 25 – 45% Valores aumentados (linfocitose) nas infecções virais
(mononucleose infecciosa, citomegalovirose, hepatite,
rubéola, coqueluche, toxoplasmose e leucemia
linfocítica crônica. Valores reduzidos (linfocitopenia)
estão presentes na desnutrição crônica, infecções por
HIV, uso de corticoesteróides, quimioterapia e
radioterapia
Contagem total de Teste de competência Indicador de estado nutricional. Valores diminuídos
linfócitos – CLT imunológica estão relacionados com doenças relacionadas à
CTL = D. leve: de 1.200 a 2.000/mm3 deficiência do sistema imunológico e uso de
%linfócitos x Leuc D. moderada: de 800 a corticosteróides.
100 1.199/mm3
D. grave: < 800/mm 3
Monócitos 2 – 10% Valores aumentados (monocitose) estão presentes
nas infecções crônicas (endocardite, tuberculose),
algumas leucemias mielóides agudas e síndromes
mielodisplásicas. Valores reduzidos (monocitopenia)
estão presentes nas tricoleucemia.
Plaquetas (trombócitos) 150.000 a 450.000/mm 3 Valores diminuídos (trombocitopenia) pode ser
consequência da redução de produção de plaquetas,
de aumento de sua utilização ou destruição ou de
hiperesplenismo. Podem ter causas hereditárias
(síndrome de Bernard – Soulier) ou adquiridos (púrpura
trombocitopênica imune – PTI, anemia megaloblástica,
leucemias agudas, nas síndromes mielodisplásica, e
após quimioterapia e radioterapia. Valores
aumentados (trombocitose) ocorrem em doenças
mieloproliferativas (leucemia mielóide, trombocitemia
essencial, inflamatória ou maligna, hemorragia, anemia
ferropriva, inflamação ou esplenectomia.

PROTEÍNAS VISCERAIS

Material analisado Valores de referência Interpretação dos resultados


Proteínas totais e frações
Proteínas totais 6,4 – 8,3g/dL
Albumina Crianças: Indicador de estado nutricional:
2,9 – 5,5g/dL D. leve: 3 a 3,5g/dL
Adultos D. moderada: 2,4 a 2,9g/dL
Normal: > 3,5g/dL D. grave: < 2,4g/dL
Obs: É um índice pouco sensível as rápidas variações
do estado nutricional. O intervalo de tempo para
dosagem deve ser no mínimo 20 dias.
71

Pode estar reduzida nas doenças hepáticas e na


presença de inflamação e infecção. Valores abaixo de
2g/dl estão associados a edema
Pré-albumina 19 a 38mg/dL D. leve: de 10 a 15mg/dL
D. moderada: de 5 a 10mg/dL
D. grave: de 0 a 5mg/dL
Obs: sensível na identificação da restrição protéico ou
energética.
Globulina 1,7 a 3,5g/dL
Outros
Proteína transportadora Valores no soro: 30 a 60mg/L Está diminuída na deficiência de vitamina A e de zinco. Ocorre
de retinol – RBP Valores na urina: até 0,4mg/L redução após 48 a 72h após o inicio da desnutrição calórico-
protéica.
Transferrina Adultos: 250 a 425mg/dL Proteína transportadora de ferro plasmático
Crianças: 203 a 360mg/dL D. leve: 150 a 200mg/dL
Recém – nascidos: 130 a D. moderada: 100 a 150mg/dL
275mg/dL D. grave: < 100mg/dL
Saturação de transferrina: Saturação de transferrina (%): Ferro sérico x 100
Homens: 10 a 50% CTFL*
Mulheres: 15 a 50% valores abaixo de 15% para mulheres e 10% para
homens podem indicar deficiência nos estoques de
ferro. Valores acima de 50% indicam sobrecarga de
ferro
*Capacidade total de ligação do ferro
Material analisado Valores de referência Interpretação dos resultados
Ferritina Homens: 36 a 262 mcg/dL Proteína de reserva de ferro. Sua dosagem é o melhor
Mulheres: 24 a 155 mcg/dL indicador de quantidade de ferro armazenada no
Recém – nascidos: 25 a organismo. Origina o diagnóstico diferencial entre
200mcg/dL anemias hipocrômicas e microcíticas por deficiência de
Até 1 mês: 200 a 600mcg/dL ferro de anemias por outras etiologias.
De 2 a 5 meses: 50 a 200mcg/dL Obs: eleva-se em resposta aos processos
De 6 meses a 15 anos: 10 a inflamatórios, infecciosos ou traumáticos.
150mcg/dL Os níveis acima do normal podem indicar: doença
hepática alcoólica, hemocromatose, anemia hemolítica,
linfoma de Hodgkin, anemia megaloblástica.
Os níveis inferiores ao normal podem indicar:
sangramento gastrointestinal crônico, sangramento
menstrual intenso, anemia por deficiência de ferro

2 ANÁLISE DE MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA (PROTEÍNAS SOMÁTICAS)

Índice creatinina e altura (ICA)

ICA (%) = __Excreção creatinina na urina 24h_ x 100


Excreção de creatinina ideal na urina 24hs

Formas de interpretação:

D. leve: 60 – 80%
D. moderada: 40 – 60%
D. grave: < 40%
72

Tabela. Referencial para avaliação da excreção de creatinina urinária ideal (mg/dia), de acordo com
gênero, faixa etária e altura

Estatura 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 _> 80 anos


(cm) anos anos anos anos anos anos
Homens
146 1.258 1.169 1.079 985 896 807 718
148 1.284 1.193 1.102 1.006 915 824 733
150 1.308 1.215 1.123 1.025 932 839 747
152 1.334 1.240 1.145 1.045 951 856 762
154 1.358 1.262 1.166 1.064 968 872 775
156 1.390 1.291 1.193 1.089 990 892 793
158 1.430 1.322 1.222 1.115 1.014 913 812
160 1.452 1.349 1.246 1.137 1.035 932 829
162 1.481 1.376 1.271 1.160 1.055 950 845
164 1.510 1.403 1.296 1.283 1.076 969 862
166 1.536 1.427 1.318 1.203 1.094 986 877
168 1.565 1.454 1.343 1.226 1.115 1.004 893
170 1.598 1.485 1.372 1.252 1.139 1.026 912
172 1.632 1.516 1.401 1.278 1.163 1.047 932
174 1.666 1.548 1.430 1.305 1.187 1.069 951
176 1.699 1.579 1.458 1.331 1.211 1.090 970
178 1.738 1.615 1.491 1.361 1.238 1.115 992
180 1.781 1.655 1.529 1.395 1.269 1.143 1.017
182 1.819 1.690 1.561 1.425 1.296 1.167 1.038
184 1.855 1.724 1.592 1.453 1.322 1.190 1.059
186 1.894 1.759 1.625 1.483 1.349 1.215 1.081
188 1.932 1.795 1.658 1.513 1.377 1.240 1.103
190 1.968 1.829 1.689 1.542 1.402 1.263 1.123
Mulheres
140 858 804 754 700 651 597 548
142 877 822 771 716 666 610 560
144 898 841 790 733 682 625 573
146 917 859 806 749 696 638 586
148 940 881 827 768 713 654 600
150 964 903 848 787 732 671 615
152 984 922 865 803 747 685 628
154 1.003 940 882 819 761 698 640
156 1.026 961 902 838 779 714 655
158 1.049 983 922 856 796 730 670
160 1.073 1.006 944 877 815 747 686
162 1.100 1.031 968 899 835 766 703
73

164 1.125 1.054 990 919 854 783 719


166 1.148 1.076 1.010 938 871 799 733
168 1.173 1.099 1.032 958 890 817 746
170 1.199 1.124 1.055 980 911 835 766
172 1.224 1.147 1.077 1.000 929 853 782
174 1.253 1.174 1.102 1.023 951 872 800
176 1.280 1.199 1.126 1.045 972 891 817
178 1.304 1.223 1.147 1.065 990 908 833
180 1.331 1.248 1.171 1.087 1.011 927 850

3 Balanço Nitrogenado (BN)

BN = NITROGÊNIO INGERIDO – NITROGÊNIO EXCRETADO

BN = (Proteína ingerida/6,25) – [(Uréia urinária/2,14) + 4* + Outras perdas**]


*Perdas insensíveis: fezes, pele e pulmões, entre outros
**Se houver: Diarréia (2,5g); fístula gastrintestinal (1g)

Interpretação dos resultados


Valor Interpretação
=0 Equilíbrio
> 0 ou positivo Anabolismo
< 0 ou negativo Catabolismo

V. ÍNDICES DE PROGNÓSTICOS
10.6.1 Índice Prognóstico Nutricional
IPN = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x DCT) – (0,2 X TRF) – (5,8 x HCT)

Onde:
- ALB: albumina (mg/dL)
- DCT: dobra cutânea triciptal (mm)
- TRF: transferrina sérica (mg/dL)
- HCT: hipersensibilidade cutânea, sendo
74

- Não reator = 0
- Diâmetro de enduração < 5mm = 1
- Diâmetro de enduração ≥ 5mm = 2

Formas de interpretação
IPN < 40%: BAIXO RISCO
40% ≤ IPN ≤ 50%: RISCO MODERADO
IPN > 50%: ALTO RISCO

10.6.2 Índice de risco nutricional


IRN = (1,59 x ALB) + (0,417 x % ADEQUAÇÃO DE PESO)
Onde:
- ALB: albumina (mg/dL)
- % ADEQUAÇÃO DE PESO = peso atual x 100/peso usual

Formas de interpretação
IRN ≥ 100%: ESTADO NUTRICIONAL ADEQUADO OU NORMAL
97,5% ≤ IRN ≤ 99,9%: DESNUTRIÇÃO MODERADA
IRN < 97,5%: DESNUTRIÇÃO GRAVE

10.6.3 Índice Nutricional Hospitalar


INH = (0,91 x ALB) – (1 x HCT) – (1,44 x SEPSE) + (0,98 x DIAGNÓSTICO CLÍNICO)
Onde:
- ALB: albumina (mg/dL)
- HCT: hipersensibilidade cutânea, sendo
- Não reator = 0
- Diâmetro de enduração < 5mm = 1
- Diâmetro de enduração ≥ 5mm = 2
- SEPSE:
- Presente = 1
- Ausente = 2
- DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
- Câncer = 1
75

- outras doenças = 2

Formas de interpretação
INH ≤ -1: SOBREVIDADE 25%
INH = 0: SOBREVIDA DE 50%
INH ≥ 2,5: SOBREVIDA DE 90%

10.6.4 Índice Prognóstico Inflamatório Nutricional


IPIN = alfa – 1 – GA + PCR
ALB + TTR
Onde:
- ALB: albumina (mg/dL)
- alfa – 1 – GA: alfa – 1 – glicoproteína ácida
- PCR: Proteína C reativa (mg/dL)
- TTR: Transtirretina (mg/dL)

Formas de interpretação
IPIN > 30: PACIENTE SOB RISCO DE MORTE
IPIN ENTRE 21 E 31: PACIENTE SOB RISCO DE COMPLICAÇÃO
IPIN ENTRE 11 E 20: PACIENTE SOB MÉDIO RISCO DE COMPLICAÇÃO
IPIN ENTRE 1 E 10: PACIENTE SOB BAIXO RISCO DE COMPLICAÇÃO
IPIN < 1: SEM INFECÇÃO OU INFLAMAÇÃO
76

TABELA DE MICRONUTRIENTES

VITAMINA DEFICIÊNCIA INSUFICIÊNCIA DESEJÁVEL

D ≤ 20 ng/mL 21-29 ng/mL. ≥ 30 ng/mL

A <19 ug/dl 20 - 49 ug/dl

E 5,0 - 20,0 mg/L

K 0,5 a 5 ug/L

B1 30 a 95 microg/L

B2 137 a 370 mcg/L

B3 17 a 85 microg/L

B6 4 a 18 microg/L

C 2,0 a 40,0 mg/L

MINERAL DEFICIÊNCIA DESEJÁVEL

Sódio 136-144 mmol / L

Potássio 3,0 e 4,0 mEq/L

Zinco <30,0 ug/dL 70,0 a 120,0 ug/dL

Ferro 35,0 a 150,0 ug/dL

Magnésio 1,58 a 2,55 mg/dL

Cálcio 1,05 a 1,30 mmol/L

Fósforo 2,5 a 4,5 mg/DL


77

VI. GASTO ENERGÉTICO DO ADULTO


EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO DE GASTO ESTIMADO DE ENERGIA

Institute of Medicine, 2002;2005

Gasto Energético Total (GET) é a soma do gasto energético de repouso, da energia gasta na atividade
física e do efeito térmico dos alimentos.

Fonte: Institute of Medicine, Food and Nutrition Board: Dietary reference intakes for energy,
carbohydrates, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein anda mino acids, Washington, DC, 2002, The
Nacional Academies Press, www.nap.edu

HARRIS - BENEDICT

Gasto energético basal para adultos (GEB)

Homens: 66 + 13,7 x P (kg) + 5,0 x A (cm) – 6,8 x I (anos)

Mulheres: 655 + 9,6 x P (kg) + 1,8 x A (cm) – 4,7 x I (anos)

Onde P = peso; A = altura; I = idade

Situações especiais:

Obesos: Para indivíduos obesos (acima de 130% do peso ideal ou IMC > 27kg/m2 deve-se realizar
correção de peso através da seguinte fórmula:

Peso ajustado = (PA – PI) x 0,25 + PI

Baixo peso: Para indivíduos com baixo peso ou desnutrição utiliza-se o peso atual para cálculo das
necessidades energéticas

GET = GEB x F.A* x F.I.**

*Fator Atividade
78

**Fator Injúria ou Estresse

FATOR ATIVIDADE (FA)


Respirador 1,05
Acamado 1,2
Acamado + móvel 1,25
Deambulando 1,3
Paciente ambulatorial Calcular fator atividade conforme os fatores
propostos pela FAO/OMS
FATOR ESTRESSE (FE) ou FATOR INJÚRIA (FI)
Paciente não complicado 1,0
Jejum leve 0,85 – 1,00
Desnutrição grave 1,5
Neoplasia 1,1 – 1,45
Pequena cirurgia 1,1 – 1,25 (1,2)
Cirurgia eletiva 1 – 1,1
Média e grande cirurgia 1,3 – 1,75
PO cirurgia geral 1 – 1,5
PO cirurgia cardíaca 1,2 – 1,5
Fratura óssea 1,2 – 1,35
Trauma tecido mole 1,14 – 1,37
Politraumatismo 1,3 – 1,55 (Reabilitação 1,5)
Fraturas múltiplas 1,2 – 1,35
Poliltrauma + sepse 1,6
Peritonite 1,05 – 1,25 (1,2 – 1,5)
Infecção grave 1,3 – 1,35
Sepse 1,4 – 1,8
Pancreatite 1,3 – 1,8
IRA 1,3
Insuficiência cardíaca 1,3 – 1,5
Insuficiência hepática 1,3 – 1,55
Doença cardiopulmonar 0,8 – 1,00
d. cardiopulmonar + cirurgia 1,3 – 1,55
Transplante de fígado 1,2 – 1,3
TMO 1,2 – 1,3
Queimaduras (índices variáveis):
Até 20% 1,0 – 1,5
30 – 50% 1,7
50 – 70% 1,8
≥ 70% 2,0
79

Situações Kcal/kg peso/dia


Perda de peso 20 – 25
Manutenção de peso (sem estresse) 25 – 30
Ganho de peso (sem estresse) 30 – 35
Desnutrição leve 40
Desnutrição moderada e grave 45
Cirurgia eletiva em geral 32
Politrauma 40
Sepse 25 – 30

VII. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO IDOSO


O envelhecimento apesar de ser um processo natural, submete o
organismo a diversas alterações anatômicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas,
com repercussões sobre as condições de saúde e nutrição desses indivíduos. A
progressão das alterações nos processos biológicos ao longo do tempo leva a
modificações estruturais e funcionais nos tecidos do organismo e à diminuição da
capacidade de reprodução celular, gerando modificação nos órgãos.
No idoso, a diminuição da eficiência é causada por perda de células.
Assim o envelhecimento pode estar acompanhado de diversos tipos de doenças
crônicas, que necessitam de farmacoterapia, fazendo com que ocorra aumento de
aproximadamente 30% dos medicamentos vendidos.
Segundo a American Piblic Health Association, o estado nutricional é
definido como a condição de saúde do indivíduo, influenciada pelo consumo e
utilização de nutrientes e identificada pela correlação de informações obtidas por meio
de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos.
Assim o estado nutricional de idosos é comprometido por vários fatores,
incluindo-se sinais e sintomas como: fadiga, diminuição do apetite, distúrbios do sono,
alterações psíquicas, quedas, alterações auditivas, dispneia, alterações urinárias e
digestivas.
Para se caracterizar o perfil nutricional de um indivíduo, utilizam-se as
investigações dietética e clínica, bem como a composição corporal. No entanto cada
um desses métodos citados apresenta suas limitações. Por esse motivo, nenhum
80

parâmetro utilizado de forma isolada avalia diretamente o estado nutricional do idoso


ou determinação de suas necessidades com exatidão.
Dessa forma, o presente manual se propõe a auxiliar no aprendizado,
incorporando técnicas e conceitos atuais de avaliação do estado nutricional. Pretende-
se oferecer subsídios para a correta mensuração das diversas partes do corpo,
comparando-as com padrões de normalidade e níveis críticos estabelecidos pela
comunidade científica, tendo como objetivo rastrear e identificar indivíduos ou grupos
populacionais em risco nutricional; subsidiar diagnóstico nutricional; monitorar estado
nutricional; avaliar programas e projetos voltados para a promoção e/ou recuperação
nutricional.

1. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Ìndice de Quetelet = IMC = PA ( kg)

A² (m)

Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidades


Baixo peso < 22 Alto
Normal (eutrófico) 22 – 27
Excesso de peso > 27 Muito alto
LIPISHITZ, 1994/ MINISTÉRIO DA SAÚDE – BRASIL, 2006

Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidades


Baixo peso < 23 Alto
Normal (eutrófico) 23 – 28
Sobrepeso 28 – 30 Alto
Obesidade > 30 Muito alto
OPAS, 2002/2003

2. PESO IDEAL

É utilizado o IMC percentil 50 para cálculo de peso ideal em idosos

Idade (anos) IMC P50 (kg/m2)


Homens Mulheres
65 a 69 24,3 26,5
70 a 74 25,1 26,3
75 a 79 23,9 26,1
81

80 a 84 23,7 25,5
> 85 23,1 23,6
FONTE: BURR E PHILLIPS (1984)

3. Tabela de Classificação para Dobra Cutânea Tricipital (DCT),


Circunferência do Braço (CB), Circunferência Muscular do Braço ( CMB)

Classificação ( DCT, CB, CMB) para idosos

Percentil Classificação
<5 Desnutrição
5 – 25 Risco nutricional
25 – 75 Eutrofia
 75 Sobrepeso
 90 Obesidade

Frisancho, 1984.

Dobra Cutânea Triciptal - DCT

- Deve ser medida na direção vertical, paralelamente ao eixo longitudinal, na parte


posterior do braço, relaxado e estendido ao longo do corpo. É aferida no ponto médio
entre o processo acromial da escápula (acrômio) e o olecrano da ulna. Na parte
posterior do braço marcar com lápis 2 cm para o lado direito e 2 cm para o lado
esquerdo, 2 cm para cima e 2 cm para baixo.

Aferição do Ponto médio: O braço deve estar flexionado formando um ângulo de


90º. Medir a distância entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna. O ponto
médio encontra-se na metade dessa distância.

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (mm) x 100

DCT percentil 50

Cincunferência do Braço (CB)

- Manter os braços soltos, ao longo do tronco e as mãos viradas para as coxas;


82

- Utilizando a fita métrica, medir em volta do braço na altura do nível mediano entre o
processo acromial da escápula e o olécrano (ponto médio)

Aferição do Ponto médio: O braço deve estar flexionado formando um ângulo de


90º. Medir a distância entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna. O ponto
médio encontra-se na metade dessa distância.

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100

CB percentil 50

Circunferência Muscular do Braço (CMB)

CMB (cm) = CB (cm) – [DCT (mm) x 0,314)]

Formas de interpretação

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100

CMB percentil 50

Circunferência da Panturrilha (CPant)

De acordo com a OMS, a circunferência da panturrilha é a que fornece a


medida mais sensível da massa muscular em idosos, indicando alterações na massa
magra que ocorrem com a idade e com o decréscimo na atividade.

Parâmetro Classificação

> 31 cm Eutrofia

< 31 cm Desnutrição

OMS, 1995, Coelho et al, 2006, Chumlea et al., 1995;


83

HOMENS

Idade(anos) 5 10 25 50 75 90 95

65 – 69 20,6 21,8 23,8 26,0 28,2 30,2 31,4

70 – 74 20,9 21,9 23,6 25,5 27,4 29,1 30,1

75 – 79 19,7 20,8 22,6 24,5 26,4 28,2 29,3

80 – 84 19,3 20,2 21,9 23,7 25,5 27,2 28,1

85+ 18,9 19,8 21,3 23,0 24,7 26,2 27,1

MULHERES

65 – 69 21,2 22,3 24,3 26,4 28,5 30,5 31,7

70 – 74 20,1 21,3 23,3 25,5 27,7 29,7 30,9

75 – 79 19,3 20,6 22,6 24,9 27,2 29,3 30,5

80 – 84 17,9 19,2 21,2 23,5 25,8 27,9 29,1

85+ 16,4 17,6 19,8 22,1 24,5 26,6 27,8

Tabela 1 – Percentis de circunferência do braço (cm) de acordo com a idade


84
85

Tabela 2 – Percentis de dobra cutânea tricipital (mm) de acordo com a idade

HOMENS

Idade(anos) 5 10 25 50 75 90 95

65 – 69 3,6 4,3 5,9 8,1 11,3 15,2 18,2

70 – 74 3,7 4,3 5,8 8,0 10,9 14,6 17,3

75 – 79 3,6 4,2 5,3 7,0 9,2 11,7 13,6

80 – 84 3,5 4,1 5,1 6,6 8,5 10,7 12,3

85+ 3,4 3,9 5,0 6,5 8,4 10,6 12,2

MULHERES

65 – 69 9,9 11,3 14,1 18,0 22,9 28,5 32,5

70 – 74 8,2 9,5 12,1 15,9 20,9 26,8 31,1

75 – 79 7,5 8,6 11,1 14,6 19,1 24,5 28,4

80 – 84 6,2 7,2 9,5 12,7 17,1 22,4 26,2

85+ 6,0 7,0 8,8 11,5 14,9 19,0 21,8


86

Tabela 3 – Percentis para circunferência muscular do braço (cm) de acordo com a


idade
Idade(anos) 5 10 25 50 75 90 95

HOMENS

65 – 69 18,7 19,6 21,3 23,1 24,9 26,6 27,5

70 – 74 18,4 19,4 20,9 22,7 24,5 26,0 27,0

75 – 79 18,2 19,0 20,5 22,1 23,7 25,2 26,0

80 – 84 17,6 18,4 19,9 21,5 23,1 24,6 25,4

85+ 17,2 18,0 19,3 20,8 22,3 23,6 24,4

MULHERES

65 – 69 16,3 17,2 18,7 20,4 22,1 23,6 24,5

70 – 74 15,8 16,8 18,4 20,1 21,8 23,4 24,4

75 – 79 16,1 16,9 18,4 20,0 21,6 23,1 23,9

80 – 84 15,1 16,0 17,5 19,2 20,9 22,4 23,3

85+ 14,1 15,0 16,5 18,2 19,9 21,4 22,3


87

MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL - MAN


AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

1. IMC (kg/m2): _______


( ) IMC < 18 (0 pts)
( ) 18 < IMC < 20 (1 pts)
( ) 20 < IMC < 22 (2 pts)
( ) IMC ≥ 22 (3 pts)
2. Circunferência do braço: _______cm
( ) CB < 21 (0 pts)
( ) 21 < CB < 22 (0,5 pts)
( ) CB ≥ 22 (1 pt)
3. Circunferência da panturrilha: _______cm
( ) CP < 31(0 pts)
( ) CP ≥ 31 (1 pts)
4. Perda de peso durante os últimos 3 meses: _______kg
( ) perda de peso > 3kg (0 pts)
( ) não sabe informar (1 pts)
( ) perda de peso entre 1 e 3kg (2 pts)
( ) sem perda de peso (3 pts)

AVALIAÇÃO GLOBAL

5. Institucionalização/asilamento
( ) sim (0 pts)
( ) não (1 pts)
6. Utilização de mais de 3 drogas prescritas por dia
( ) sim (0 pts)
( ) não (1 pts)
7. Estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses
( ) sim (0 pts)
( ) não (1 pts)
8. Mobilidade
( ) restrição à cama ou cadeira (0 pts)
( ) Ergue-se, mas não anda (1 pts)
( ) Capaz de andar (2 pts)
9. Problema neuropsicológico
( ) Demência ou depressão grave (0 pts)
( ) Demência média ou mediana (1 pts)
( ) sem problema psicológicos (2 pts)
10. Úlceras de pele ou pressão
( ) sim (0 pts)
( ) não (1 pts)

AVALIAÇAÕ DIETETICA

11. Ingestão de grandes refeições (almoço/jantar) por dia


( ) uma refeição (0 pts)
( ) duas refeições (1 pts)
( ) três refeições (2 pts)
12. Consumo de alimentos específicos
- Ao menos 1 porção de leite e/ou derivados por dia
- 2 ou mais porções de ovos por semana
- Carne, peixe e frango diariamente
( ) Se ou 1 resposta positiva (0 pts)
( ) Se 2 respostas positivas (0,5 pts)
88

( ) se 3 respostas positivas (1 pts)


13. Consumo de 2 ou mais porções de frutas e hortaliças por dia
( ) sim (0 pts)
( ) não (1 pts)
14. Declínio da ingestão de alimentos nos últimos 3 meses devido a perda de
apetite, problemas digestivos, dificuldades em mastigar ou engolir
( ) grave perda de apetite (0 pts)
( ) moderada perda de apetite (1 pts)
( ) sem perda de apetite (2 pts)
15. Ingestão de líquidos – água, suco, café, leite, vinho, cerveja (xícaras ou copos)
por dia
( ) menos de 3 (0 pts)
( ) de 3 a 4 (1 pts)
( ) mais de 5 (2 pts)
16. Forma de alimentação
( ) Necessita de assistência (0 pts)
( ) Alimenta-se sem assistência, porém com algumas dificuldades (1 pts)
( ) Alimenta-se sem nenhum problema (2 pts)
AVALIAÇÃO SUBJETIVA

17. O paciente considera ter algum problema nutricional?


( ) Desnutrição grave (0 pts)
( ) Não sabe ou desnutrição moderada (1 pts)
( ) Sem problema nutricional (2 pts)
18. Em comparação com outras pessoas de mesma idade, como o paciente
considera seu estado de saúde
( ) Não tão bom (0 pts)
( ) Não sabe (0,5 pts)
( ) Igual (1 pts)
( ) Melhor (2 pts)

DIAGNÓSTICO:

Escore total
- Superior a 24 = Estado Nutricional adequado
- Entre 23,5 e 17 = risco de desnutrição
- Inferior a 17 = desnutrição
89

VIII. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE


1. Objetivos:
a) Identificar gestantes em risco nutricional (baixo peso ou sobrepeso) no início
da gestação;
b) Detectar as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para idade
gestacional, em relação ao estado nutricional prévio;
c) Permitir, com base na identificação oportuna das gestantes de risco, orientação
para as condutas adequadas a cada caso, visando melhorar o estado
nutricional materno, suas condições para o parto e o peso do recém-nascido;

2. Parâmetros utilizados:
a) Idade gestacional (em todas as consultas)
b) Peso (em todas as consultas)
c) Altura (somente na primeira consulta)
d) IMC (em todas as consultas)
e) Acompanhamento de ganho de peso (calcular o ganho esperado na 1ª
consulta e revisar nas consultas seguintes)

3. RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA AVALIAÇÃO DO


ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES
 1º Passo: Calcular a idade gestacional (IG) a partir do 1º dia do último ciclo
menstrual (DUM):

 Caso a DUM seja conhecida: contar no calendário o número de semanas


a partir de 1º dia da DUM até a data da consulta. A data do parto ocorrerá
no final da 40ª semana, contada a partir da data de 1º dia da DUM;

 Caso a DUM seja desconhecida: avaliar período do mês provável e


considerar 5, 15 ou 25 se a DUM ocorreu no início, no meio ou no final
do mês, respectivamente;

 Com a ausência de informação ou dúvidas, estimar a IG com exame


físico, altura uterina ou ultrassonografia obstétrica, considerar:
90

 1º. trimestre: IG < 14 semanas

 2º. trimestre: 14 < IG < 28 semanas

 3º.trimestre: IG > 28 semanas

 2º Passo: Calcular IMC pré-gestacional

 Cálculo do IMC pré-gestacional a partir do peso referido pela gestante


de pelo menos 2 meses antes da concepção;

 Caso a gestante não saiba referir o peso, calcula-se o IMC inicial


a partir do peso aferido até a 13ª semana gestacional;

 Caso isso também não seja possível, inicia-se a avaliação da


gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal, mesma
que esta ocorra após a 3ª semana

 Classifica-se de acordo com os padrões da OMS (1998)

 Classificação IMC (kg/m2) Risco de Comorbidades


Magreza Grau III < 16,0 Alto
Magreza Grau II 16,0 – 16,99 Moderado
Magreza Grau I 17,0 – 18,49 Baixo
Normal (eutrófico) 18,5 – 24,99 Normal
PréObeso / Sobrepeso 25 – 29,99 Baixo
Obesidade grau I 30 – 34,99 Moderado
Obesidade grau II 35 – 39,99 Alto
Obesidade grau III ≥ 40,0 Muito alto
(OMS, 1995 e 1998)

 3º Passo: Calcular o ganho de peso esperado a partir do IMC pré-gestacional

 Estima-se na primeira consulta todo o ganho de peso esperado na


gestação e informa-se a gestante;
91

Estado Nutricional Ganho de peso Ganho de peso Ganho de peso


Inicial (IMC) total (kg) no 1º. semanal médio no total na gestação
trimestre 2º. e 3º. trimestre
Baixo Peso 2,3 0,5 12,5 – 18
Eutrófico 1,6 0,4 11,5 – 16
Sobrepeso 0,9 0,3 7 – 11,5
Obesidade - 0,3 7

 A cada consulta deve-se calcular o ganho de peso até o momento e


reprogramar o ganho de peso para as próximas consultas;

 Essa intervenção visa prevenir riscos associados ao ganho de peso


inadequado e ao excesso de peso

 4º Passo: Fazer diagnóstico atual da gestante de acordo com a idade


gestacional

 Calcula-se o IMC com o peso atual da gestante e localiza-se o ponto de


interseção entre o valor de IMC e a idade gestacional no gráfico

 BP: baixo peso

 A: Eutrófio ou normal

 S: sobrepeso

 O: Obesidade

 5º Passo: a cada consulta, repetir a operação de definir a idade gestacional,


calcular o IMC atual e localizá-los no gráfico. Ao ligar os pontos de interseção
obtidos a cada consulta, constrói-se uma curva que permite o
acompanhamento do estado nutricional da gestante nas semanas
subsequentes.

4. AVALIAÇÃO DO ESTADO GERAL


 Avaliação bioquímica

 A gestação influencia em diversos parâmetros bioquímicos

 Pontos de cortes próprios


92

 Avaliação clínica

 Verificação de sinais indicativos de carências nutricionais específicas

 Sinais e sintomas gastrointestinais

 Edemas

 Pressão arterial

 Avaliação dietética

 Identificação de erros alimentares para corretas intervenções


nutricionais

 Métodos de inquéritos dietéticos


93

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