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Disciplina: Psi.

Social Aplicada às Organizações


Docente: Prof. Dr. Sinésio Gomide
Discente: Marcos Vinícius Nunes Cardoso

9° Análise Crítica: Texto – “Psicologia ambiental: uma nova abordagem da psicologia” de


Melo (1991)

O presente artigo teve como objetivo apesentar o nascimento e consolidação da disciplina de

Psicologia Ambiental, assim como suas áreas e as três abordagens que foram criadas a partir dela, a

saber, a de nível pessoal, arquitetônico e regional. De maneira geral, durante a aula percebi a

facilidade com que pode ser feita ligações dessa disciplina com a teoria behaviorista, principalmente

a radical, elaborada por Skinner, por ambas possuírem pressupostos semelhantes relativos ao fato de

que o ambiente possui uma forte relação com o comportamento.

Inicialmente, essa disciplina surgiu com o nome de Psicologia da Arquitetura, no pós

segunda guerra mundial, preocupados com as necessidades e requerimentos dos novos ocupantes de

obras públicas que estavam sendo realizadas. Segundo o texto, os arquitetos entendiam a relação

ambiente-comportamento como determinista, no qual o ambiente determinava o comportamento. Por

outro lado, os psicólogos se voltaram para a compreensão do que leva os indivíduos a se

comportarem nos diversos contextos de maneira diferente. Esse trecho ilustra de forma clara uma

perspectiva interacionista, a qual também possui um papel fundamental dentro da teoria behaviorista

radical. No entanto, percebo que a visão dos arquitetos parece ir mais de encontro com a do

behaviorismo clássico ou metodológico, o qual era marcado pelo determinismo do ambiente sobre o

comportamento.

De acordo com o texto, a teoria do “Environmental role” diz respeito a padrões de interação

que são desenvolvidos pelo indivíduo num determinado ambiente, o qual varia de acordo com o

papel organizacional ou social do indivíduo. Vejo que, em uma visão behaviorista, esses padrões de

interação correspondem a respostas condicionadas que são intermediadas pelo ambiente e pela
comunidade verbal em que este está inserido. É interessante a consideração feita pelo artigo, de que o

ambiente será avaliado analisando-se até que ponto ele facilita ou dificulta a realização dos objetivos

do sujeito. Parece uma afirmação óbvia e simples, mas também é extremamente reveladora, uma vez

que se pode pensar em uma infinitude de exemplos em que ela se adequa. Por exemplo, a percepção

de um cliente e um trabalhador que estão em um restaurante que está quase fechando é diferente. O

cliente estará contente em ter encontrado um local para comer, e o trabalhador, internamente, estará

se sentindo incomodado em estar atendendo um cliente nesse horário, pois é provável que esteja

pensando em ir para casa. Ao mesmo tempo, o trabalhador e o cliente podem ter percepções

totalmente diferentes dessa, e isso demonstra a riqueza de possibilidades de interações que podemos

estabelecer.

A partir da leitura desse artigo, a percepção que tive foi de que a psicologia ambiental é uma

disciplina rica em teoria e capacidade de aplicação. Tinha uma ideia bem vaga do que era, mas tanto

o texto, quanto a aula me ajudaram a construir esse conhecimento prévio do que é psicologia

ambiental e como seu entendimento auxilia na atuação profissional em diversos contextos.

Referência:

de Melo, R. G. C. (1991). Psicologia ambiental: uma nova abordagem da psicologia. Psicologia

USP, 2(1-2), 85-103.

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