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Carolina Carneiro
São Paulo
2014
Universidade Camilo Castelo Branco.
Carolina Carneiro
São Paulo
2014
Tema
Pesquisa sobre a Teoria das Representações Sociais suas características, principais conceitos,
área de atuação e Influenciais.
Introdução
Este trabalho consiste em uma pesquisa de aprofundamento teórico sobre o conteúdo estudado
em sala nas aulas de Psicologia Social e Comunitária, têm como estudo teoria das
representações sociais. Trata-se de uma abordagem psicossocial do conhecimento que busca
uma compreensão do homem na sua totalidade.
Teoria das Representações Sociais.
Representações Sociais é o conjunto de explicações, crenças e ideias que nos permitem evocar
um dado acontecimento, pessoa ou objeto. Estas representações são resultantes da interação
social, pelo que são comuns a um determinado grupo de indivíduos.
Elas são equivalentes, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades
tradicionais; podendo, também, serem vistas como a versão contemporânea do senso comum
(Sá, 1996).
A representação social, portanto, não é uma cópia nem um reflexo, uma imagem fotográfica
da realidade: é uma tradução, uma versão desta. Ela está em transformação como o objeto que
tenta elaborar. É dinâmica, móvel. Ao mesmo tempo, diante da enorme massa de traduções
que executamos continuamente, constituímos uma sociedade de “sábios amadores”
(Moscovici, 1961), na qual o importante é falar do que todo o mundo fala, uma vez que a
comunicação é berço e desaguadouro das representações. Isto indica que o sujeito do
conhecimento é um sujeito ativo e criativo, e não uma tabula rasa que recebe passivamente o
que o mundo lhe oferece, como se a divisória entre ele e a realidade fosse um corte bem
traçado.
Principais Autores.
A Teoria das Representações Sociais surgiu da obra de Serge Moscovici intitulada La
psychanalyse: son image et son public, publicada na França em 1961. O sociólogo Durkheim
trabalhara, anteriormente, com as representações coletivas, contribuindo significativamente
para a construção dessa teoria (Moscovici, 2003).
Para Jodelet (2002), as Representações Sociais são definidas como sendo uma forma de
conhecimento socialmente elaborado e compartilhado com um objetivo prático e que
contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. Elas são
equivalentes aos mitos e às crenças das sociedades, ou seja, ao senso comum. Recomenda-se
que a Representação Social seja estudada articulando-se elementos afetivos, mentais e sociais,
integrando-os, ao lado da cognição, da linguagem e da comunicação, às relações sociais que
afetam as representações e a realidade material, social e ideal sobre a qual eles vão intervir.
Principais Conceitos.
Uma representação social estruturada é formada por dois sistemas de cognições: sistema
central e sistema periférico (Sá, 1996). O sistema central compreende as cognições que
determinam a identidade da representação, isto é, a existência de sistemas centrais diferentes é
que indica a existência de representações diferentes, enquanto que representações com
sistemas centrais idênticos, não importando as demais cognições, podem ser consideradas
idênticas (Abric, 1998). Outras funções do sistema central são dar estabilidade à
representação e organizar seus elementos (Abric, 2003).
O sistema central contém os elementos mais estáveis da representação, o que significa que são
resistentes a mudanças (Abric, 2003). Bauer (1994) afirma que as representações sociais
funcionam como um sistema imunizante que neutraliza ativamente inovações simbólicas
através de sua ancoragem em formações tradicionais. Uma mudança no sistema central
acarreta uma mudança de representação: são elementos não-negociáveis (Abric, 2003). As
cognições centrais são mais frequentes e aparecem fortemente ligadas às outras cognições
(Campos, 2003). Além disso, os componentes desse sistema geralmente são abstratos e tratam
de aspectos normativos da constituem definições, ou características de todos os objetos
processados pela representação. Elementos periféricos e descritivos formam um conjunto de
descrições, contendo as características mais prováveis e frequentes do objeto social da
representação. Elementos centrais e avaliativos fornecem normas, ou seja, critérios para
avaliar o objeto. Finalmente, os elementos periféricos e avaliativos tratam de expectativas, ou
características desejadas referentes ao objeto. Esse modelo integrando centralidade e
o continuum descritivo - avaliativo formam o que o autor chama de modelo bidimensional de
representações sociais.
Além disso, também são estudadas as relações entre representações sociais diferentes. As
representações sociais podem ser autônomas, isto é, possuírem um sistema central bem
definido, ou não. No segundo caso, remete-se a outras representações sociais (Flament, 2001).
Vergès (2005) afirma que há casos em que algumas representações são dependentes de outras,
especialmente no caso de objetos sociais novos, que são elaborados em referência a outros
mais antigos. Segundo Morin e Vergès (1992), na década anterior a aids enquadrava-se nessa
situação, sendo classificada de modo semelhante a objetos como doença e flagelo social. Mas
cabe lembrar que, segundo a noção de ancoragem, não há uma representação "pura", no
sentido de independente das outras.
As Representações Sociais podem, ainda, ser definidas como modalidades de conhecimento
prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e
ideativo em que vivemos. São formas de conhecimento que se manifestam como elementos
cognitivos (imagens, conceitos, categorias, teorias), mas que não reduzem jamais os
componentes cognitivos (Spink, 1993). Devem ser vistas como uma maneira específica de
compreender e comunicar aquilo que já sabemos. Elas ocupam uma posição, em algum ponto,
entre conceitos que têm como objetivo abstrair o sentido do mundo e introduzir nele ordem e
percepções que reproduzam o mundo de forma significativa (Moscovici, 2003).
Destaca-se que as Representações Sociais, por meio da atividade psíquica, dão às coisas uma
nova forma. Elas envolvem uma relação entre o sujeito e o objeto-mundo. O sujeito se insere
numa comunidade concreta e simbólica, embora não esteja condenado a simplesmente
reproduzir essa realidade. O indivíduo está constantemente elaborando uma tensão entre o
mundo e seus próprios esforços para ser um sujeito. É nesse processo de construção de sua
identidade social que ele se desenvolve, ou seja, na relação entre sujeito e mundo social, que é
mediada pelas Representações Sociais. Ao mesmo tempo em que o sujeito recria a realidade
social e suas representações, também modifica a sua própria relação com o mundo. Dessa
forma, os objetos presentes no meio social aparecem sob a forma de representação,
constantemente recriados pelos sujeitos (Siman, 2005).
Segundo Moscovici (2003), não são as mesmas para todos os membros da sociedade, pois
elas dependem tanto do conhecimento do senso comum (popular) como do contexto
sociocultural em que os indivíduos estão inseridos.
Conclusão
Em virtude do que foi mencionado concluímos que a teoria das representações sociais
consiste em um conjunto de conceitos, proposições e explicações originados na vida cotidiana
no desenrolar das comunicações interpessoais podendo, também, serem vistas como a versão
contemporânea do senso comum, é uma teoria científica sobre os processos através dos quais
os indivíduos em interação social constroem explicações sobre objetos sociais. A
representação social, portanto, não é uma cópia nem um reflexo, uma imagem fotográfica da
realidade: é uma tradução, uma versão desta. Ela está em transformação como o objeto que
tenta elaborar.
Referencias Bibliográficas
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<http://www.scielo.br/pdf/cp/n117/15555.pdf> Acessado em 16/04/2014 ás 12h24m09seg.
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