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Biografia

Baruch (Benedito) Espinoza nasceu em 24 de novembro de 1632, em Amsterdã, Holanda.


Espinoza era filho de um comerciante judeu sefardita de sucesso chamado Michael de Espinoza
e sua esposa Hannah Debora. Ele era o terceiro filho da família e seus primeiros anos foram
passados na próspera comunidade judaica holandesa de Amsterdã.
Espinoza recebeu sua educação primária na escola Talmud Torá, onde aprendeu hebraico, lei
judaica e outras disciplinas tradicionais. Mais tarde, frequentou a escola de latim e estudou
línguas clássicas, incluindo o grego.
Após a morte de seu pai em 1654, Espinoza começou a trabalhar nos negócios de sua família.
No entanto, ele logo deixou o comércio para perseguir seus interesses intelectuais. Ele
continuou a estudar latim, grego e hebraico por conta própria e se interessou por filosofia e
ciências naturais.
Espinoza nunca se casou e viveu uma vida solitária. Ele se sustentava com o trabalho de
polimento de lentes, ocupação comum na época.
Espinoza morreu em 21 de fevereiro de 1677, em Haia, aos 44 anos. Provavelmente sua morte
foi devido a problemas pulmonares causados pelo pó de vidro de seu trabalho.

Liberdade para Espinoza


Para Espinoza (1632-1677), a liberdade possui um elemento de identificação com a natureza
do “ser”. Nesse sentido, ser livre significa agir de acordo com sua natureza. É mediante a
liberdade que o Homem se exprime como tal e em sua totalidade. Esta é também, enquanto
meta dos seus esforços, a sua própria realização. Tendemos a associar a fruição da liberdade a
uma determinação constante e inescapável. Contudo, os ditames de nossa vida estão sendo
realizados a cada passo que damos: assim, a deliberação está também a cargo da vontade
humana (na qual se inserem as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas). Diretamente
associada à ideia de liberdade, está a noção de responsabilidade, vez que o ato de ser livre
implica assumir o conjunto dos nossos atos e saber responder por eles.

Espinoza e a Liberdade
"Nesta parte, tratarei, pois, da potência da razão, mostrando qual é o seu poder sobre os afetos
e, depois, o que é a liberdade ou a beatitude da mente. Veremos, assim, o quanto o sábio é mais
potente que o ignorante"
– Espinosa, Ética V, prefácio
Espinosa faz, ao longo da Ética, o caminho que vai de Deus, que é a substância infinitamente
infinita e possui em si todos os atributos, para os modos, que são os seres humanos, limitados
no tempo e no espaço para depois fazer o percurso de volta. O filósofo holandês também define
as maneiras pelas quais somos afetados. E por último, faz o caminho que leva o homem da
servidão à liberdade.
Na verdade, podemos dizer que a filosofia espinosista tem este único propósito: através do
conhecimento de Deus, sair da servidão e encontrar a liberdade. Toda a sua questão é investigar
em que condições pode haver liberdade e porque vivemos tanto em servidão. Se foi necessário
percorrer um caminho tão comprido, é porque nada é tão raro quanto encontrar um homem
virtuoso e livre.
Antes, foi necessário definir o conceito de servidão. Toda vez que o homem não age por sua
natureza, ele está sendo conduzido por forças de fora. É impossível que o homem não seja
afetado e muitas vezes levado por estas forças que o contrariam; isto acontece porque ele é
apenas uma parte reduzida do mundo, com uma potência limitada em face de forças externas.
Exatamente por isso, tal como Ovídio diz, o homem “vê o melhor, mas segue fazendo o pior “.
Não há julgamento por parte de Espinosa, a fraqueza de agir do ser humano reflete sua fraqueza
de pensar, ele é cheio de superstições e conhecimentos imaginativos. A liberdade vem quando
a razão começa a pesar os afetos e aprende a refrear, medir e moderar; diferente dos impotentes
que, em sua ilusão, acham necessário extinguir ou dominar absolutamente os afetos.
Espinosa nunca fala contra a felicidade ou a tristeza, contra o amor ou o ódio, eles estão
presentes tanto na servidão quanto na liberdade. A diferença é que, por compreender, o homem
livre é a causa ativa de seus afetos; dito de outro modo, eles provêm de sua própria natureza.
Por isso o sábio é mais potente que o ignorante, porque através de uma análise de sua
capacidade atual de afetar e ser afetado, ele aprendeu a interagir com o mundo de modo a evitar
maus-encontros e maximizar bons-encontros. Espinosa diz que o conhecimento é o mais
potente dos afetos, porque a mente tem a força de afirmar e negar certas ideias, e este
conhecimento é o caminho mais curto para a liberdade.]

Principais Obras de Baruch Espinoza


Princípios da Filosofia de Descartes (1663)
Tratado Teológico-Político (1670)
Tratado da Correção do Intelecto (1677)
Ética (1677)

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