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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ANA BEATRIZ RIBEIRO PAES LANDIM MATTOS


CAROLINE JERICÓ ALVES
FELIPE PIROPO RUFINO
HANNAH GLICIA BATISTA PEREIRA
LÍDIA DE SENA CARVALHO

ANÁLISE DE EDIFICAÇÃO DO MOVIMENTO DESCONSTRUTIVISTA

PETROLINA
2022
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ANA BEATRIZ RIBEIRO PAES LANDIM MATTOS


CAROLINE JERICÓ ALVES
FELIPE PIROPO RUFINO
HANNAH GLICIA BATISTA PEREIRA
LÍDIA DE SENA CARVALHO

ANÁLISE DE EDIFICAÇÃO DO MOVIMENTO DESCONSTRUTIVISTA:


MUSEU JUDAICO BERLIM

Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e


Urbanismo da Faculdade UniFTC, como requisito
parcial à obtenção de nota da disciplina de teoria e
crítica da arquitetura lecionada pela Profa. Érica
Torres.

PETROLINA
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2. CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO..........................................................4
3. RELAÇÃO COM OS ARREDORES........................................................................6
4. ESTRUTURA E MATERIAIS UTILIZADOS............................................................8
5. PLANTA................................................................................................................11
6. ORIENTAÇÃO SOLAR E ILUMINAÇÃO..............................................................12
7. INTERPRETAÇÕES DA ARQUITETURA............................................................12
8. BIOGRAFIA DE DANIEL LIBESKIND...................................................................13
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................13
10. REFERÊNCIA.......................................................................................................14

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1. INTRODUÇÃO

Nesse trabalho, analisaremos um dos maiores museus judaicos da Europa


relacionadas ao movimento desconstrutivista. O museu judaico de Berlim que conta a
história dos judeus alemães ao longo de dois milênios.
O desconstrutivismo não foi um estilo de arquitetura, e não é considerado
um movimento de vanguarda. Não possui um conjunto de “regras” específicas ou uma
estética consensual e também não foi um movimento de revolta contra os paradigmas
da arquitetura moderna. Desconstrutivismo poderia ser traduzido como uma
provocação, uma incitação a explorar diferentes possibilidades. E os vanguardistas
russos conhecidos como construtivistas, romperam com os paradigmas da arquitetura
e da composição clássica. Suas séries de desenhos ilustravam projetos que
desafiavam as “normas geométricas” do mundo da arquitetura.

2. CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO

O museu tem como objetivo demonstrar sentimentos e sensações de um


povo que sofreu aos longos dos anos por culpa do nazismo. Toda a construção
trás alusões a cultura judaica, e a estrela de Davi.
Em janeiro de 1933 o primeiro museu de Berlin era inaugurado, pouco
antes de Hitler ser nomeado Chanceler do Reich e logo depois em novembro de
1938 o museu é fechado e tem seus bem confiscados por Gestapo. Em 18
novembro de 1975, uma assembleia fundadora é convocada para o Museu
Gesellschaft für ein Jüdisches em Berlim e. V. (Sociedade do Museu Judaico em
Berlim). Em fevereiro de 1976, a sociedade é oficialmente constituída e seus
estatutos são publicados. O objetivo é era reconstruir o Ephraim Palais em frente
ao museu atual e usar seu espaço para um novo Museu Judaico. Em 26 de
novembro de 1986, o Departamento Judaico do Museu de Berlim abre três
espaços expositivos no Martin-Gropius-Bau. Os mesmos foram usados até 1998
para mostrar exposições permanentes e temporárias sobre a história e a cultura

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dos judeus em Berlim. No final de 1988, o Senado de Berlim organiza um concurso
para a ampliação do Museu de Berlim que abrigará o Departamento de Museus
Judaicos. Os museus de história da cidade de Berlim Ocidental e Oriental se
uniram em novembro de 1992 reunindo uma variedade de objetos relacionados à
história dos judeus em Berlim. Isso não inclui apenas as propriedades mais antigas
do Museu Märkisches, mas também aquisições feitas no período nazista.
Contudo, é um dos maiores museus judaicos da Europa e fica localizado
na rua Lindenstraße 9-14 na zona leste da cidade, o que era conhecido como
Berlim ocidental, antes da queda do muro. Foi construído ao lado do antigo tribunal
de justiça de Berlim (o Kollegienhaus), onde está a entrada para o Museu e é
guardado o acervo barroco, com salas de exposição, salas para eventos, lojas e
restaurante. A experiência se torna mais interessante por dividir o local em duas
fases, a barroca e a moderna.

Figura 1 – Kollegienhaus e Museu Judaico

Fonte: https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-da-historia-
judaica/

Os dois edifícios estão ligados intimamente, com uma passagem


subterrânea, invisível, mostrando que algo está sendo escondido, passando pela
escada principal descendo três níveis.

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Figura 2 – Passagem subterrânea

Fonte: https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-da-historia-
judaica/

3. RELAÇÃO COM OS ARREDORES

O bairro onde está localizado o Museu foi reconstruído nos anos 60, pois
estava demasiadamente devastado e destruído por consequência da guerra, dos
combates e dos bombardeios que ocorriam. O Kollegienhaus (antigo prédio
barroco vizinho ao Museu), foi um dos prédios que restaram, além de algumas
ruinas.
O prédio tem apenas algumas aberturas para a entrada de luz natural, e é
a partir das linhas que se intersectam que a luz entra em alguns ambientes. Na
parte externa do Museu, está o jardim do exílio com 49 pilastras de concreto, e
arvores dentro das colunas, fazendo referência ao exílio de centenas de milhares
de judeus da Alemanha no final dos anos 30, mas também mostrando que ainda
havia vida (representado pelas plantas) em meio a dureza do regime totalitário. O
jardim do exílio é cercado por um fosso, onde não se tem saída e tem uma
inclinação de 10°.

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Figura 3 – Jardim do exílio

Fonte: https://blog.archtrends.com/museu-judaico-de-berlim-uma-experiencia-
sensorial/#:~:text=A%20imers%C3%A3o%20sensorial%20evocada%20pelo,a%20barroca%20e%
20a%20moderna.

Figura 4 – Inclinação do Jardim do exílio

Fonte: https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-da-historia-
judaica/

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Figura 5 – Colunas do Jardim do exílio

Fonte: https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-da-historia-
judaica/

Os dois edifícios que ficam lado a lado, são independentes ao ar livre,


porém estão conectados pelo eixo subterrâneo. O arquiteto pensou em toda
experiência que seria passada através da luz; dos ruídos da rua escutados pelo
interior da claraboia, trazendo uma sensação de isolamento da sociedade e do
mundo.

4. ESTRUTURA E MATERIAIS UTILIZADOS

O edifício é revestido em zinco, um material que tem uma larga tradição na


história arquitetônica berlinense. O zinco não tratado muda de cor e oxida-se
com a exposição à luz e às intempéries, criando mudanças na fachada através
dos anos. O corpo do edifício é formado por linhas em ziguezague e possui a
teoria que o seu formato se trata da Estrela de Davi decomposta, os espaços
são compostos por elevações de 20 metros do piso ao teto.
O edifício é dividido em três eixos, onde cada um representa a experiência
judaica sendo: continuidade, holocausto e o exilio. “Eixo do Exílio” leva até a
parte externa onde se encontra o “Jardim do Exílio”. O caminho é formado por
paredes levemente inclinadas com um ângulo de 10°, o chão é irregular e se

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torna íngreme, assim como o caminho vai se tornando cada ver mais estreito
até chegar numa porta que dá o acesso ao jardim.
Figura 6 – Colunas do Jardim do exílio

Fonte: https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-da-historia-
judaica/

O “Eixo do Holocausto” é um caminho se torna cada vez mais estreito e


escuro e leva até a “Torre do Holocausto”, uma sala de concreto com 20 metros
de altura, fria e fechada que tem somente uma pequena abertura no teto por
onde entra um único feixe de luz. Esse ambiente é completamente silencioso
exceto pelos ruídos da rua que entram através claraboia, causando "calafrios"
aos visitantes.

Figura 7 – Torre do Holocausto, com vista de baixo para cima

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Fonte: https://pt.dreamstime.com/photos-images/torre-do-holocausto-no-museu-judaico-
em-berlim-alemanha.html
O “Eixo da Continuidade”, o mais extenso dos eixos, possui escadaria alta
com vigas de concreto que se cruzam e levam a exposições nos andares
superiores. O mesmo simboliza a continuação da história, o caminho da
conexão que superou os outros eixos.

Figura 8 – Escadaria do museu de Berlim

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-
de-berlim

No espaço "Vazio da Memória", encontra-se a instalação Shalechet de


Menashe Kadishman. Esta obra está composta por milhares de rostos de aço
que emitem um ruído quando os visitantes passam sobre, criando um som
estridente que ecoa através do vazio.

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Figura 9 – Espaço Vazio da Memória do museu de Berlim

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-
de-berlim

5. PLANTA BAIXA

Figura 9 – Planta e corte Judaico de Berlim

Fonte: https://arq-contemporanea-agcbb.blogspot.com/2011/06/museu-judaico-jewish-
museum.html
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Figura 10: Esquema do percurso conceitual do Museu Judaico de Berlim

Fonte: www.espacestemps.net/en/articles/les-musees urbains-de-la-


shoah/140428plan_musee-juif_berlin-2/.

6. ORIENTAÇÃO SOLAR E ILUMINAÇÃO

As janelas estão matematicamente posicionadas nas fendas estreitas do


edifício, fazendo com que pequenos feixes de luz natural entrem e iluminem o
ambiente. A escadaria presente no museu não possui luz artificial e é pouco
iluminado pelas janelas, trazendo um ambiente mais sombrio fazendo alusão a
“Torre do Holocausto”. Este projeto de iluminação faz com que o ambiente remeta
os acontecimentos trágicos com os judeus na época do holocausto.

7. INTERPRETAÇÕES DA ARQUITETURA

O formato do edifício, mesmo que desconfigurado, faz uma alusão a


estrela de Davi, um símbolo muito forte para os Judeus. Todo o projeto é baseado
em acontecimentos históricos de diversos lugares. A fisiopsicológica do museu é
de linhas verticais causando uma sensação de infinito.

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8. BIOGRAFIA DE DANIEL LIBESKIND

Daniel Libeskind se formou na faculdade de Bronx High School of Science


em Arquitetura. A sua arquitetura é uma Arquitetura Desconstrutiva, ele usa uma
linguagem de ângulos imponentes, geometria não lineares e ângulos que se
interligam, vazios e linhas picadas de uma forma exuberante, ele se tronou
professor universitário e deu aula até seus 52 anos. Em 1989 deu início ao seu
primeiro projeto importante o Museu Judaico de Berlim. Suas obras são totalmente
inovadoras. Libeskind foi responsável por projetar o primeiro edifício no local onde
ficava as torres gêmeas, o Freedom Tower. No momento o seu escritório fica em
New York e lidera uma sede em Milão.

Figura 11 - Royal Ontaro Museum

Fonte: https://libeskind.com/work/royal-ontario-museum/

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise acima, o Museu Judaico de Berlim Todo o edifício


conversa com o tema e conta a história de forma sensorial. Um prédio moderno, com
bastante simbolismo, formas e estruturas que lembram a história ocorrida. O Arquiteto
Daniel Libeskind brincou com as formas e os seus significados, a ideia da iluminação
natural, corredores estreitos e formatos livres criam uma arquitetura que proporciona
sensações de medo, angústia, aflições aos visitantes porém a “grande atração” é
instalação de Menashe Kadishman (1997-2001), “Folhas mortas” que me chamou

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atenção ao escolher esse edifício por sua ideia de acústica juntamente com a arte,
todos os discos de aço com forma de rostos com expressões “vazias” produzem um
som “pesado” e estridente que ecoam por toda extensão do corredor remetendo mais
uma vez as todas as vítimas do Holocausto transformando esse edifício em uma
perfeita homenagem histórica a todas as famílias e vítimas desse passado.

10. REFERÊNCIAS

ARMAZEM.AZ. ARQUITETO DANIEL LIBESKIND 2018. Acessado em: 28


outubro. 2022. Disponível em:
https://www.armazem.az/blog/2018/07/conhecaoarquitetodaniellibeskind/#:~:text=Em
%201965%2C%20Daniel%20e%20sua,Bronx%20High%20School%20of%20Scienc.

VALE. DANIEL. AUSÊNCIA E PERMANÊNCIA EM BERLIM. ARQUITETURA E


DESIGN. 2018. Acessado em: 28 outubro. 2022. Disponível em:
https://www.meer.com/pt/22115-ausencia-e-permanencia-em-berlim.

JEWISH MUSEUM BERLIN - BERLIM. TRIPADVISOR. 2020. Acessado em: 01 de


novembro de 2022. 2022. Disponível em:
https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g187323-d190519-Reviews-or10-
Jewish_Museum_Berlin-Berlin.html.

YUNIS, NATALIA. CLÁSSICOS DA ARQUITETURA: MUSEU JUDAICO DE


BERLIM/ DANIEL LIBENSKIND.ARCHDAILY.2016. Acessado em: 30 de
novembro de 2022. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-
berlim-daniel-libenskind>.

MUSEU JUDAICO DE BERLIM: UMA EXPERIÊNCIA SENSORIAL. ARCHTRENDS


PORTOBELLO, 2020. Acessado em: 30 de novembro de 2022. Disponível em:
<https://blog.archtrends.com/museu-judaico-de-berlim-uma-
experienciasensorial/#:~:text=A%20imers%C3%A3o%20sensorial%20evocada%20p
elo,a%20barroca%20e%20a%20moderna >.

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MUSEU JUDAICO EM BERLIM, UMA ARQUITETURA DA HISTÓRIA JUDAICA.
VIDA DE MOCHILA. 2021. Acessado em: 30 de novembro de 2022. Disponível
em:<https://vidademochila.org/destinos/o-museu-judaico-em-berlim-uma-arquitetura-
da-historia-judaica/>.

MIRANDA, ISABEL. JÜDISCHES MUSEUM BERLIN (MUSEU JUDAICO DE


BERLIM). SIMPLESMENTE BERLIM. 2016. Acessado em: 30 de novembro de
2022. Disponível em:< https://simplesmenteberlim.com/judisches-museum-berlin-
museu-judaico-de-berlim/>.

DIAS VILALOBOS, ISAQUE. MUSEU JUDAICO DE BERLIM. SILO.TIPS. 2017.


Acessado em: 30 de novembro de 2022. Disponível em:<
https://silo.tips/download/museu-judaico-de-berlim >.

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