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Ainda que a planta do pavilhão tenha um formato quase circular, sua forma se altera
dependendo do ponto de visão e posição do observador.
O desenho da circulação é baseado no traçado pré existente dos caminhos de acesso, de forma
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que os visitantes são guiados através do espaço até a entrada do edifício histórico da galeria
Serpentine, como que por um túnel aberto. (PORTILLA, 2013)
Figura 16 estrutura efêmera e o edifico existente da Serpentine Gallery Fonte: https://www.archdaily.comAcesso: 18 nov 2021
A partir dos croquis (Figura 15) nota-se a concepção inicial do arquiteto em criar uma
estrutura delicada que pudesse naturalmente mesclar-se à paisagem bucólica existente, que
combinada com sua característica transparente criaria uma forma geométrica semelhante a
uma névoa, subindo das ondulações do parque e borrando os limites do que é natural e do que é
criado pelo homem, de modo a incentivar os visitantes a interagirem com a paisagem de plano
de fundo.
Nos estudos iniciais (Figura 16) o ponto de partida para o projeto foi a ideia de um anfiteatro,
sendo pensando primeiramente como um volume sólido que passou a um anti- sólido, com
experimentações da ausência de peso e imaterialidade. O anfiteatro tornou-se uma espécie de
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paisagem, como uma extensão da natureza da Serpentine Gallery e os jardins de Kensington, se
mesclando às arvores, galhos e vegetação. (ROSSETTI, 2013)
Figura 18 Modelo sólido do estudo inicial do Pavilhão Fonte: https://www.theguardian.comAcesso: 17 Nov 2021
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O pavilhão funciona como um terreno adaptável, que encorava os visitantes na interação com
a estrutura, de forma a criar uma experiência única a cada um que o explorasse de maneiras
diferentes.
Inserido nos valores da arquitetura de Sou Fujimoto em sua vertente social, o espaço público
contemporâneo incentiva trocas e experiências humanas, em novas formas e coletividade que
deixam de lado o incentivo ao consumo e atividades comerciais.
As formas se dão por uma grelha, a partir da repetição dos cubos dimensionados ao corpo
humano que criam a estrutura concebidas por finas barras de aço. As medidas foram adotadas
a partir de dimensões adequadas aos utilizadores, de forma que fosse possível sentar nos cubos,
porém não são uniformes, combinando medidas de 40 a 80 centímetros. Desta forma, é possível
atingir diferentes densidades na estrutura, que em alguns pontos é mais densa e outros mais
diluída, deixando a forma mais fluida e dinâmica. (PORTILLA, 2013)
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A estrutura do pavilhão, se configura por um sistema de treliças, formadas por unidades de
finas barras de ferro brancas de 20x20mm, que em diferentes pontos variam em densidade,
evidenciando ou obscurecendo o parque ao redor em graus variados. A treliça se divide ao
meio para abrigar o café e seus assentos. A combinação dos elementos da estrutura formam um
anel irregular e semitransparente, que ao mesmo tempo que protegem os visitantes das
intempéries, os integram na paisagem. (WIKIARQUITECTURA)
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Círculos de policarbonato transparente protegem os visitantes da chuva por entre os postes,
além de criar uma camada que reflete a luz do sol de dentro. A instalação, na intenção de
replicar a forma aberta das nuvens, funciona variando a densidade de luz solar, com a
presença dos discos de policarbonato acentuando a aparência das nuvens, com seus contornos
curvos. (PAVILHÕES TEMPORÁRIOS)
A estrutura do pavilhão conta como uma estrutura de 26.000 suporte de aço para dar forma e
resistência, tendo consumido um total de 11 toneladas do material. A empresa de engenharia
AECOM auxiliou na realização do projeto acompanhada pela equipe de arquitetos, criando um
modelo detalhado e complexo no computador de forma a tentar atender os desafios da
estrutura, além de iluminação e proteção contra incêndio. (PAVILHÕES TEMPORÁRIOS)
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Os 350 m² foram criados a partir da estrutura 3d, composta pela interligação dos cubos
interligados pelos postes tubulares de 40 ou 80cm, que por meio da agregação e desagregação
criam a fascinante estrutura no pavilhão. (PAVILHÕES TEMPORÁRIOS)
Durante os quatro meses de permanência, a estrutura recebeu diversos visitantes que foram
instigados a explorarem livremente as possibilidades da estrutura. A experiência se tratou
uma noção quase lúdica de um projeto de arquitetura, onde foi possível escalar, explorar, como
uma grande casa da árvore ou um grande ninho entrelaçado.
Após os quatro meses de permanência na Serperntine Gallery, o projeto de Sou Fujimoto foi
desmontado e transferido para outro lugar. (PAVILHÕES TEMPORÁRIOS)
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Figura 23 Espaços de convivência do Pavilhão Fonte: https://www.detail-online.com/Acesso: 18 nov 2021
Figura 24 Pavilhão Serpentine Gallery 2013 Sou Fujimoto. Fonte: https://www.serpentinegalleries.org .Acesso em: 18 nov. 2021
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3.2. Projeto de Referência I – Tranmediale 14
Superestructure
Ficha Técnica:
Localização: Berlim, Alemanha
Arquiteto: Raumlabor Berlin
Ano: 2014
Para edição 14 do festival de cultura digital Transmediale, que envolve cinema, televisão e
multimídia no geral, o estúdio experimental de arquitetos Raumlabor propôs uma estrutura de
andaimes, conferindo flexibilidade para abrigar os usos, que conta com diferentes tipos de
programações do festival. A estrutura contou com um mezanino que era acessado através de
três escadas, já os ambientes do primeiro piso, dispostos a partir das estruturas de andaime
eram separados por telas, panos e placas de madeira.
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Localizado no Haus der Kulturen der Welt em Berlim, o Superestructure contou com uma
programação de exposições que aconteceram do dia 27 de janeiro de 2014 até o dia 2 de
fevereiro do mesmo ano.
O programa do festival inclui exposições temáticas que exibam tipos diferentes de arte, filmes
e exibições de vídeo, performances, workshops e palestras. (RAUMLABOR)
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3.4 Projeto de Referência III- exibição Scaffolding OMA
Ficha técnica:
Localização: Nova York, EUA
Arquiteto: OMA
Cliente: Center for Architecture
Ano: 2017
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Figura 28 Exibição Scaffolding OMA Fonte: https://www.architecturalrecord.com/Acesso: 19 nov.2021
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Figura 30 Exibição Scaffolding OMA Fonte: https://www.oma.com/projects/scaffoldingAcesso: 19 nov.2021
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4. Local de Intervenção –
Contextualização
4.1 Localização e contextualização
O local de intervenção está localizado na área central da cidade de São Paulo, inserida na
Região Metropolitana de São Paulo.
A região do centro de São Paulo pode ser analisada segundo (FRUTUOSO, KATO, 2019, p. 1) (.. ) “a
partir de três escalas, a primeira é delimitada pelo centro histórico - distritos da Sé e
República -, a segunda se refere ao anel central - os dez distritos centrais - e o terceiro é
chamado de centro expandido”
O cenário do centro por volta nos anos 20 era marcado pelo desenvolvimento urbanístico e
arquitetônico concentrando uma variada paisagem urbana com edifícios, espaços públicos e
marcos de valor que permanecem importantes até os dias atuais. (FRÚGOLI JR, 2000)
A partir dos anos 60, o centro expandido foi consolidado, devido à expansão urbana e a
transferência do mercado imobiliário para região sudoeste da cidade, que resultou na saída da
população existente de moradores e na popularização da região. (FRUTUOSO, KATO, 2019)
centro
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De acordo com Frutuoso (ibid), devido à demanda por dinamismo imobiliário, com escritórios
de infraestrutura avançada e vaga para veículos, a valorização imobiliária começou a crescer
em novos polos, no vetor sudeste. Desta forma, com as transformações urbanas, o centro
histórico sofreu a perda de seu valor imobiliário e seu peso econômico, além do abandono dos
usuários de maior renda da região.
A popularização da região central se deu por diversos fatores, de forma que os usos, antes
destinados à elite paulistana foram substituídos pelo comércio e serviços direcionado a um
público de menor poder aquisitivo, juntamente com as políticas públicas em favorecimento do
acesso à região por meio do sistema de transportes públicos coletivos. (FRUTUOSO, KATO, 2019)
O novo dinamismo econômico da região, atraindo grande concentração de empregos de baixa
remuneração, intenso fluxo de pessoas e aumento da população de baixa renda, resultou em
uma degradação do patrimônio e vulnerabilidade social do centro histórico, de forma que nas
últimas décadas, propostas do poder público buscam soluções que objetivem a revalorização e
exploração turística da área. (FRUTUOSO, KATO, 2019)
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4.2 Legislação, Zoneamento e Operaçao Urbana
A região é formada pelos pelos distritos da República e da Sé, onde estão localizados as
principais estruturas que contam a história de São Paulo. Por se tratar de uma região com um
grande número de pessoas, existe uma demanda de espaços publicos de qualidade, desta forma,
há preocupação em atender a demanda por equipamentos e serviços públicos sociais,
principalmente os de cunho social, de lazer e esportes e de qualificar os espaços públicos
(Prefeitura de São Paulo)
A área de intervençao está localizada em uma Zona de Centralidade (Zc), estando destinada a
atividades próprias de regiões centrais, de forma a promover predominantemente usos não
residenciais e qualificação dos espaços públicos. (Prefeitura de São Paulo)
A região está agregada no perímetro Área central sob o programa Requalifica Centro, que
determina incentivos e administração específica para a requalificação de edificações
localizadas na Área Central. O perímetro se baseia na lei de nome “Perimetro resultante da
"Area Central" menos o perimetro "Perimetro Art 16 paragrafo 3º”. (Geosampa)
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4.3 A semana de arte moderna de 1922
O evento, ainda segundo o autor, organizado por intelectuais da cidade foi amplamente
divulgado e ocorreu no mês de Fevereiro de 1922 no Theatro Municipal de São Paulo, em um
cenário paulistano conservador, sendo marcado por duras críticas e oposições. O objetivo era
exibir ao público uma demonstração do que estava acontecendo no meio artístico, na visão e
valores atuais.
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Figura 31 Cartazes da Semana de Arte Moderna de 1922 Fonte: https://clickmuseus.com.br/Acesso: 23 nov 2022
Figura 32 Comissão Organizadora da Semana de Arte Moderna Fonte: https://www1.folha.uol.com.br Acesso: 23 nov 2022
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Acredita-se que a arquitetura como forma de expressão artística não tenha sido previamente
considerada pelos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, indicando que as idéias
de modernismo na arquitetura esteticamente provenientes dos materiais de construção não
circulavam até então entre as elites paulista do café. Com a realização da necessidade em
representar Arquitetura moderna nas exposições dos dias da semana, foram selecionados
Antonio García Moya da Espanha e o polonês Georg Wilhelm Emil Przirembel. (LEMOS, 2004)
Para Lemos (ibid), apesar de se tratar de um desenhista criativo, Antonio García Moya não
era arquiteto, se formando apenas em 1933. Contudo, trabalhava em um escritório juntamente
com o Arquiteto George Krug, tio de Anita Malfatti. Os projetos apresentados por Moya, além
de não haverem sido executados, eram imaginativos e desprovidos de estilo identificável
arquitetônico, apresentando influências astecas combinados à características norte africanas,
de taipas dos desertos. Já Georg Przirembel era um arquiteto polonês inserido em meio à
sociedade paulista que apresentava em suas obras um estilo pouco conhecido na capital,
exibindo influencias neocoloniais, crescente naquele período.
Ainda segundo o autor, acredita-se que os projetos, ao se diferenciarem das demais produções
realizadas na capital paulista e dos estilos vigentes, qualificou-os como imaginativos,
versáteis e modernos, determinando a escolha dos arquitetos.
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Ao analisar a ausência de prestigio no legado da participação da arquitetura nos eventos da
semana de arte moderna de 22 e especialmente do polonês Georg Przirembel conclui-se que o
movimento neocolonial emergente no período representou nas décadas decorrentes valores
opostos ao movimento moderno da arquitetura brasileira. Sendo assim, mesmo tendo ocupado
um espaço de destaque na semana de 1922, o movimento neocolonial, carregando então o termo
moderno, passou a se desvanecer e perder significado com o advento do autêntico modernismo
arquitetônico. (KESSEL,2002)
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Figura 33 Desenho de Georg Przyrembel. Fonte: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/Acesso: 20 nov 2022
Figura 34 Desenho de Antonio Moya. Fonte: Figura 35 Desenho de Antonio Moya. Fonte:
https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/Acesso: 20 nov 2022 https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/Acesso: 20 nov 2022
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4.4 Estudos do Entorno
O perímetro de estudo foi traçado na região central da cidade de São Paulo, com enfoque no
centro histórico, englobando os nove locais de interesse ao percurso da Semana de Arte
Moderna.
LARGO SÃO
BENTO
CONSERV. DRAMATICO
MUSICAL
THEATRO
MUNICIPAL
ED. ALTINO
LÍBERO ARANTES
BADARÓ,
452
LÍBERO BADARÓ,
332
GALERIA
PRESTES MAIA
R. QUINZE
DE NOV, 26
ED. TRIÂNGULO
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PERÍMETRO
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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USO E OCUPAÇÃO
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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TRANSPORTE COLETIVO
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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BENS TOMBADOS
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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5. Diretrizes Projetuais
Proposta
240m
9
400m 250m
8
5
2
130m
400m
6
160m 500m 350m
7
110m 3
4
Fonte: Elaborado
pela autora com
Geosampa
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LARGO SÃO BENTO
. Colégio São Bento :
Colégio católico onde estudou Oswald de
Andrade e Guilherme de Almeida.
Fundação: 1903
. Proposta:
A partir da estrutura de andaime criar a volumetria de dois cubos fechados com
placas de acrílico translúcidas. Nos painéis serão ilustrados frases e poesias de
Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida por artistas contemporâneos em uma
linguagem urbana de grafite e pichação.
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IMPLANTAÇÃO
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PLANTA
ELEVAÇÃO
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VOLUMETRIA
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EDIFICIO ALTINO ARANTES
. Edifício Altino Arantes
. Ano : 1947 (inauguração)
. Arquiteto : Plínio Botelho do Amaral
Palacete João Brícola
. Ano: 1906-1908
. Arquiteto : Samuel das Neves
. Demolição – Final da década de 1930
. Foi sede do jornal Correio Paulistano onde Menotti Del Picchia teve forte atuação na redação.
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IMPLANTAÇÃO
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PLANTA
ELEVAÇÃO
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VOLUMETRIA
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RUA 15 DE NOVEMBRO, 26
. No local existia o edifício da primeira
unidade das lojas Mapping em São Paulo, local
que deu espaço à primeira exposição de arte de
Anita Malfatti, no ano de 1914
Ano: 1913
R. 15 de Novembro, 26
Praça da Sé
. Proposta:
Trazer para a rua tótens de exposição com estrutura de andaime e baners com releituras
de obras de Anita Malfatti realizadas por artistas contemporâneos, celebrando seu
impacto no movimento moderno da época e seu legado para a arte Brasileira.
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IMPLANTAÇÃO
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PLANTA
ELEVAÇÃO
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VOLUMETRIA
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EDIFÍCIO TRIÂNGULO
. Edifício Triângulo
Ano : 1953- 1955
Arquiteto: Oscar Niemeyer
. O edifício conta com um painel em mosaico do
artista Di Cavalcanti na entrada, realizado em
1955
Ed. Triângulo
. Proposta:
Para homenagear a arte de Di Cavalcanti, alguns totens expositivos são dispostos pela
rua com estrutura de andaime e baners. Já na entrada do edifício Triângulo, uma
moldura metálica presa à estrutura de andaime cria um espaço de contemplação em
frente ao painel de mosaico de Di Cavalcanti.
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IMPLANTAÇÃO
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PLANTA
ELEVAÇÃO
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VOLUMETRIA
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R. LÍBERO BADARÓ, 452
. No edifício n. 452 da Rua Líbero Badaró existia, no
terceiro andar a Garçonnière de Oswald de Andrade,
onde jovens intelectuais da época se reuniam entre 1917
e 1918. Durante o período, os frequentadores do
apartamento escreveram o livro coletivo “ O Perfeito
Cozinheiro das Almas Desse Mundo.”, que servia como um
diário de experiências vividas por todos.
R. Líbero
Badaró, 452