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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE DE FREITAS PAOLINETTI LOSASSO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 15/12/2022 às 10:57 , sob o número WGRU22706966491
fls. 58
30ª PROMOTORIA DE
JUSTIÇA DE
GUARULHOS

Juizado Especial Criminal de Guarulhos

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1585295-69.2022.8.26.0224 e código A7D8387.
Termo Circunstanciado N.º 1585295-69.2022.8.26.0224
PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO

Meritíssimo Juiz:
Instaurou-se o presente Termo Circunstanciado para
apurar os delitos dos arts. 21 da LCP, e 140 caput e 147 do Código Penal, em tese
ocorridos em 13/07/2021 às 19:00 horas, na RUA ALFREDO GALI, 23 - CABUÇU, nesta
cidade e Comarca de Guarulhos, supostamente praticados por LUCAS CORDEIRO
MAIA DA SILVA e GABRIELA MARIA CORDEIROMAIA DA SILVA, tendo como vítima
JANAINA MAIA DA SILVA.
Vitima narrou que
“Lucas e Gabriela adentraram em minha residencia
sem minha autorização dizendo em tons de deboche " to entrando na minha casa
que meu pai deixou para nós", os mesmos diziam que estavam com o intuito de ver
as condições de saúde de meu pai, foi entao que após lucas persistir que ali agora
era sua casa, interferi a palavra e disse que somente após a conclusão do inventário
ele poderia se pronunciar mas ele com intuído de provocação, juntamente com
Gabriela começaram a ameaçar a mim e minha filha menor de idade, presente no
momento, que após a morte do meu pai iriam me colocar na rua e após esse cenário
Gabriela me difamou com tom de agressividade dizendo " sua puta, vagabunda"
,ferindo minha honra e repentinamente os dois começar a desferir tapas no meu
rosto,socos e chutes em meus membros e somente com as mãos consegui me
defender empurrando-os para trás e agora estou com medo que isso se repita” g.n.

Ofertou representação fl. 04.

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GUARULHOS

PAULO VINICIUS DE SATELES afirmou que

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“sua prima, ora vítima Janaina solicitou sua ajuda em
vista do epísodio sofrido por ela, que ao chegar ao local, acionou a Policia Militar
para apoio. No momento viu que Janaina encontrava-se com o rosto e pescoço
vermelhos e um dos braços havia uma mancha arroxeada, Lucas e Gabriela
indagados sobre o que ocorreu disseram que agrediram Janaina pois supostamente
ela os havia ofendido. Salienta que Janaina reside com o pai em uma das casas
sediadas no mesmo terreno, que são três residencias e os supostos autores
questionam a propriedade dos imóveis, fazendo crer que a posse seria somente
deles, outrora quando lá esteve visitando familiares ouviu Lucas direcionar para sua
prima, que ele intenciona retirá-la da casa, usando também palavras de cunho
ameaçador, como "você vai ver, que vai fazer de tudo para coloca-la no olho da
rua" g.n. fl. 14

JANAINA MAIA DA SILVA foi novamente ouvida a fl. 15:


“confirma os termos de suas declarações anteriores,
quer informar a ação de cada um, no caso Gabriela no dia dos fatos a agrediu com
um tapa no rosto, em ato continuo, chutes, que não esperava tamanho desrrespeito,
já Lucas lhe ofendeu, utilizando palavras de baixo calão. Neste momento Maria
Betania, mãe dos autores, adentrou o recinto e a segurou pelo braço e Gab riela e
Lucas continuaram a lhe agredir. Salienta que após, principalmente por Maria
Betânia tê-la segurado no cotovelo, passou a sentir dores crônicas e até hoje sofre
com isso, inclusive ingere remédios como tramal, profenid, tilatil, dipirona e também
acabou desenvolvendo problemas psiquiátricos, relacionados à temor de sair de
casa, tensão constante. Que cuida de seu pai, tem filho para cuidar. Que não é mais
a mesma pessoa, o que lhe causa todo desgosto principalmente foi o fato de Maria
Betania ter lhe segurado para os filhos lhe agredir, entende que ela foi cúmplice
deles. Tanto Lucas quanto Gabriela voltaram a sua casa pois moraram parentes no
mesmo local, o avó, e sempre agem com provocações e são demasiadamente
arrogantes. Deseja também representar em desfavor de Maria Betania Cordeiro Maia
da Silva pelo fato dela tê-la segurado e causado lesões me seu braço. Neste ato
ofereçe as cópias do atendimento médico, das medicações que passou a tomar por
conta das agressões, medicação psiquiátrica e também relatório acerca de sua
situação emocional. Retirasas requisições para exame de corpo de delito. Que eles
tem o constume de a humilhar, chamando lhe de louca, que já está esgotada de
tudo que vem acontecendo” g.n.

Relatório de atendimento a fl. 16.


Exame de corpo de delito a fl. 36 - “Não há no presente
exame, evidências de lesões corporais de interesse médico-legal.” “Não há
elementos para concluir sobre a existência lesões corporais relacionadas com o fato
relatado.”

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LUCAS CORDEIRO MAIA DA SILVA a fl. 37 negou a

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acusação:
“(...)apenas separou Janaina e sua irmã, as quais
passaram a se agredir, empurrando cada uma para um lado, que em momento
algum a agrediu. A respeito de sua mãe, ela não estava presente na ocasião(...)”

GABRIELA MARIA CORDEIRO MAIA DA SILVA também


negou a acusação:
“(...)chamou seu irmão de viado e ele revidou
chamando Janaina de puta, nisso ela disse a que "puta" estaria ali, se referindo à
declarante, neste momento foi ao encontro dela, não houve contato corporal, mas
tirou satisfação pela ofensa recebida, neste momento Lucas a puxou e empurrou
Janaina e somente isto, depois sua mãe que ouviu a discussão chegou ao local(...)

BETANIA MARIA CORDEIRO DA SILVA também negou a


acusação:
“ouviu sons de uma provável briga e pediu que se
deslocasse até lá a fim de dar uma olhada para saber o que ocorria e quando se
saiu, realmente eles estavam como se expressa "se pegando" Janaina e seus filhos
brigando, o que fez foi segurar Janaina, enquanto isso a irmã dela segurava seus
filhos, que assim fizeram apenas para apartar o entrevero, esclarece que não incitou
seus filhos a agredirem e não a agrediu, apenas segurou seu corpo para que assim a
briga chegasse ao fim(...)”
É O RELATÓRIO.
Os autos devem ser arquivados, pois não se coligiram
elementos informativos suficientes a ensejar uma ação penal com expectativa de
êxito e punição.
Inicialmente, não há prova da materialidade delitiva.
Exame de corpo de delito não apontou lesões narradas
pela pretensa vítima.
Os autores negaram a imputação e não existem
testemunhas isentas para confirmar o relato da ofendida.
Remanescem versões conflitantes dos envolvidos.
Sendo assim, não há elementos suficientes e
comprobatórios para instauração da persecução penal, apresentando-se como
medida de rigor o arquivamento dos presentes autos.

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Posto isso, ausentes elementos suficientes de provas da

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conduta, e por não vislumbrar outras diligências a realizar, o Ministério Público
promove o arquivamento dos autos deste procedimento, com a ressalva do artigo 18
do Código de Processo.
Nada obsta à pretensa vítima a busca de eventual
reparação por danos morais que entenda tenha sofrido, na esfera cível.
Quanto ao crime de injúria do art. 140, do Código Penal, a
ação se procede mediante queixa-crime (art. 145 do Código Penal). Assim, requeiro
certifique-se se houve ajuizamento da ação privada e, na inércia, decorrido o prazo
decadencial, requeiro seja declarada extinta a punibilidade da agente, na forma
dos arts. 107, IV, c/c 103 do Código Penal.

Guarulhos, 15 de dezembro de 2022.

André de Freitas Paolinetti Losasso


PROMOTOR DE JUSTIÇA

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