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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ELIANA FALEIROS VENDRAMINI CARNEIRO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 13/06/2022 às 16:24 , sob o número WBFU22702339395
fls. 1036

FORO CRIMINAL CENTRAL/BARRA FUNDA – DIPO 3 – SEÇÃO 3.1.2


IP n. 1534051-12.2020.8.26.0050

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1534051-12.2020.8.26.0050 e código BEC6CF0.
PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO

MM(a). Juiz(a);

1. Todo o conteúdo da investigação consta de manifestação de fls.


567/573, que reitero;

2. Com a r. decisão de fls. 1013/1015, promovo, perante este Juízo, o


ARQUIVAMENTO do feito.

Isso porque, por toda a investigação incansavelmente realizada,


não foi possível identificar a prática de violência, própria ou
imprópria, por parte do investigado.

Num primeiro momento, as partes estiveram, junto de outras pessoas,


no restaurante Lulia, onde ninguém presenciou nada de errado. Tanto
que, depois, as partes se encontraram na casa de uma amiga de Helen,
Camila, onde, mais uma vez, tudo transcorreu normalmente. Em um
grupo, saíram para uma casa noturna, o Café de La Musique, onde
ficaram em um camarote, até que os dois saíram juntos para um flat.

Nesses percursos, as partes foram entabulando seus encontros de


maneira voluntária, como consta dos documentos de fls. 124/136 e
252/253, bem como o testemunho de fls. 152/153.
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ELIANA FALEIROS VENDRAMINI CARNEIRO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 13/06/2022 às 16:24 , sob o número WBFU22702339395
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Parte dos colegas da vítima não chegou a ir para a casa noturna e pôde
apenas atestar que esta estava alcoolizada na casa de Camila (fls.
114/116 e 117/119), embora bem de saúde.

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Já a testemunha Guilherme, testemunhou que “a vítima aparentava
estar normal na casa noturna”, bem como o investigado “tranquilo”,
sendo que “viu os dois se pegando (sic), ou seja, se abraçando, se
beijando, os dois ficavam passando as mãos nos cabelos uns dos outros,
mãos nas costas, no pescoço; sendo que o declarante acredita que todos
que estavam na mesa estavam bebendo “gim tônica”, mas não pode
afirmar que o investigado e a vítima, também estivessem ingerindo
bebida alcóolica” (fls. 138). Aditou que “recebeu a notícia do inquérito
com estranheza”. No mesmo sentido foram os testemunhos de fls.
140/141, 144, 145/146, 147/148 e 149/150, que aditou: “o declarante
afirma que presenciou os dois saindo da casa noturna, sendo que o
declarante ainda brincou com a vítima dizendo “cuida bem do meu
amigo, que eu gosto muito dele” (sic) e ela apenas sorriu e os dois
saíram” (fls. 149).

Embora a vítima tenha reportado ter “sentido um apagão” já no Café


de La Musique e ter recobrado a consciência na cama do flat, é possível
ver nas imagens de fls. 265/284 que chega no local andando sozinha,
entrando no elevador, onde mexe sozinha em seu celular (destaque para
fls. 280/283) e conversa com o investigado.

A recepcionista do local, disse que ambos se apresentavam


alcoolizados e que Helen chegou a perguntar “onde estava”, quando
informada pelo investigado do endereço e do fato de se tratar do “seu
prédio” (fls. 109). Um vizinho contou o mesmo fato, mas afirmou que
“não viu nada de estranho” e que “a moça aparentava estar mexendo
no celular”, ao perguntar onde estava (fls. 112), e, após ser informada
pelo investigado, entrou no elevador e subiu.
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ELIANA FALEIROS VENDRAMINI CARNEIRO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 13/06/2022 às 16:24 , sob o número WBFU22702339395
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Enfim, o laudo toxicológico de Helen atestou, através da urina (não do


sangue), a presença de 0,4g/l de álcool etílico e MDMA (fls. 77) e o
laudo de copo utilizado no flat não detectou qualquer substância

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entorpecente (fls. 86). Sobre isso, a vítima deu toda sua trajetória até
24 horas antes do fato investigado e informou tudo que ingeriu nos
locais que esteve (fls. 189/190).

Não se olvida todo o desespero da vítima, ao sair do flat, testemunhado


a fls. 110, e registrado em seu aparelho celular e dos amigos a quem
pediu ajuda, mas nenhum elemento dos autos traz indícios de que a
vítima tenha tido eventual resistência diminuída ou
impossibilitada por um ato do investigado. Esse nexo causal não
existe nos autos.

No mais, dados os atos inequívocos da vítima, anteriores ao momento


em que afirma ter tido um “apagão”, bem como a forma como agiu até
adentrar ao quarto comum, não temos elementos que informam algum
crime, ainda tenha sido acometida de algum mal posterior.

Por todo o exposto, promovo o ARQUIVAMENTO do presente


inquérito policial, ressalvado o disposto no artigo 18 do CPP.
Discordo, noutro lado, do pedido de denunciação caluniosa.

São Paulo, 13 de junho de 2022.

ELIANA FALEIROS VENDRAMINI CARNEIRO


Promotora de Justiça

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