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NOTAÇÃO CRISTALOGRÁFICA

O sistema de notação que é utilizado em cristalografia para a designação de planos e eixos (ou zonas) é deduzido a
partir das formas externas dos cristais, e toma como referência os eixos cartezianos x, y e z. Uma face cristalina pode
ser definida ao observarmos qual dos eixos (ou eixo) cristalinos ela intersecta. Assim, ao descrever uma face cristalina
é conveniente determinar o sistema cristalino ao qual o mineral pertence, para orientar adequadamente o cristal, e
então determinar se uma face é paralela ou se intersecta os vários planos cristalográficos.
• Uma face pode ser paralela a dois eixos e intersectar o terceiro. Neste caso, as notacoes usadas são 001
(quando corta c e é paralelo aos eixos a e b), 010 (quando corta o eixo b e é paralelo aos eixos a e c) ou 100
(quando corta o eixo c e é paralelo aos eixos a e b).
• Uma face pode ser paralela a um eixo e intersectar os outros dois. Neste caso, as notacoes usadas são 101
(quando é paralelo aos eixo b e corta os eixos a e c), 110 (quando é paralelo aos eixo c e corta os eixos a e b)
ou 011 (quando é paralelo aos eixo a e corta os eixos b e c)
• Uma face pode intersectar os três eixos. Para este caso a notação usada é 111.

Nem sempre a intersecção dos eixos cristalográficos realiza-se à mesma distância da origem

Nas próximas aulas exercitaremos sobre a determinação das notações cristalográficas nos casos em que se deve
considerar as distâncias relativas de intersecao dos planos aos eixos cristalográficos.

Por questões de uniformização da linguagem, adoptaram-se notaçoes que expressam claramente as operaçoes de
simetria possíveis em um determinado cristal.

A feição geométrica que expressa a simetria de um arranjo ordenado é denominada elemento de simetria. Tais
elementos de simetria são os eixos de rotação, planos (de reflexão), centros de simetria e eixos de rotoinversão.
Os processos de rotação em torno de um eixo, ou de reflexão por um espelho, e de inversão em relação a um
ponto central são denominados operações de simetria.

A indicacão dos símbolos para o conteúdo geral de simetria de um cristal é feita através das notações de Hermann-
Mauguin, em referência aos seus inventores. Tais notações, aceites internacionalmente, reconhecem que certas
operações de simetria dão origem a outras (que são implícitas e se encontram omitidas).
A notação 4/m 2/m 2/m, por exemplo, indica a existência de um eixo de rotação quaternário com plano de simetria
especular perpendicular e que há dois tipos de eixos de rotação binários, cada um deles contendo um plano de simetria
especular perpendicular. A presença de três planos perpendiculares de simetria especular implica que o mineral tem
um centro de simetria (não declarado explicitamente com o símbolo i).
Nas notações de Hermann-Mauguin, os eixos de rotação são representados por números naturais, consoante a sua
ordem de rotacão. Os planos de reflexão (cada família de plano de reflexão) são representados pela letra m. Os eixos
de rotaao seguidos de inversão são representados pelo número natural correspondente à ordem de rotação e uma
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barra sobre esse número, que representa a inversão (quadro 1). Toda a simetria que se verifica no cristal pode ser
representada pela combinação dos símbolos referidos e representados no quadro 1.

Quadro 1. Operações de simetria e forma de notação segundo Hermann Mauguin.

Grupos Pontuais

A forma externa de um cristal bem formado pode reflectir a presença ou ausência de simetria. Essa simetria
morfológica é denominada simetria por ponto, pois expressa como um motivo (tal como uma face cristalina) se repete
em torno de um ponto. Esse ponto, que é o centro do cristal ou a origem da célula unitária, é fixo no cristal.

O número de possíveis combinações de simetria de eixos de rotação, planos especulares, centro de simetria e eixos
de rotoinversão encontrados em cristais não é ilimitado. O número total de elementos de simetria e de combinações
de elementos de simetria é somente 32. Essas 32 combinações de elementos de simetria descrevem a simetria de
todos os minerais conhecidos (Quadros 2). Elas são organizadas em sequência desde a simetria rotacional mais baixa
(A1) até a simetria rotacional mais alta (A6). Os 32 elementos de simetria possíveis e suas combinações são também
conhecidos como os 32 grupos pontuais. O termo pontual indica que as operações de simetria deixam, pelo menos,
um ponto particular do padrão (no centro do padrão) imóvel.
Um cristal, sob condições favoráveis de crescimento, desenvolverá planos uniformes, ou "faces", que podem assumir
formas geométricas que expressam seu arranjo atómico regular (ordenado).

Quadro 2 - Os 32 possíveis elementos de simetria e suas combinações

Grupos Espaciais

Quando os 14 tipos de retículos possíveis (malhas de Bravais) são combinados com a simetria inerente às 32 classes
cristalinas (os grupos pontuais sem translação) e com as operações de simetria que envolvem translação (rotações
helicoidais e planos de deslizamento), origina-se o conceito de grupos espaciais. Os grupos espaciais representam os

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vários modos pelos quais os motivos (tais como átomos em cristais) podem ser ordenados no espaço em um arranjo
homogéneo (isto é, cada motivo é equivalente a todos os outros motivos no padrão). Surpreendentemente, existem
apenas 230 grupos espaciais. As combinações de simetria sem translação são os grupos pontuais, enquanto os grupos
espaciais definem simetria e translações no espaço. Se os componentes de translação nos 230 grupos espaciais forem
ignorados, resultam os 32 grupos pontuais.
Os símbolos usados para grupos espaciais específicos são similares àqueles usados nos grupos pontuais, mas com a
adição de componentes translacionais. Ao grupo pontual 2/m, por exemplo, quando se considera a translacão, obtém-
se grupos espaciais tais como P2/m, P21/m, P2/c, P21/c e C2/c (quadro 3)

Tabela 4. Classes cristalinas e grupos espaciais derivados.

FORMAS DE PROJECÇÃO

Muitos cristais exibem simetria especular além das combinaçõesde eixos de rotação já descritos. Como regra geral,
planos de simetria especular são perpendiculares ou paralelos aos possíveis eixos de rotação. Na Fig. 1a, um eixo de
rotação quaternário é combinado com um plano de simetria especular perpendicular ao eixo, e na Fig. 1b, um eixo
senário é combinado com um plano de simetria especularperpendicular a ele. Na Fig. 1a, o arranjo dos motivos é
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compatível com o eixo A4 , sendo mostrado como vírgulas acima do plano especular. Elas estão reflectidas pelo plano
especular, dando origem a outro conjunto de quatro vírgulas abaixo, representadas por vírgulas tracejadas.
Normalmente, os elementos de simetria e motivos unitários são mostrados em uma projecção bidimensional, como
no lado direito da figura abaixo. Os motivos unitários acima do espelho, bem como aqueles abaixo dele, são
projectados no próprio espelho. Isso faz com que as vírgulas que estão acima e abaixo coincidam. Para distinguir
motivos unitários que estejam acima do plano de projecção (o plano especular, neste caso) daqueles que estão abaixo,
anotam-se os motivos unitários acima do plano como pontos cheios e, os que se localizam abaixo, como pequenos
círculos vazios. Quando essa convenção é usada para o desenho em perspectiva da figura 1a, o resultado é um eixo de
rotação quaternário circundado por quatro motivos unitários (pontos) acima, e quatro motivos unitários idênticos
(círculos) abaixo do espelho (como é mostrado à esquerda, na Fig. 6.19a). O plano especular é convencionalmente
mostrado como um círculo sólido. Esse tipo de combinação de elementos de simetria é representado como 4/m. A
combinação de simetria da Fig. 1b é representada por 6/m. Outras combinações similares são 2/m e 3/m.

Figura 1. (a) Combinação de um eixo de simetria quaternário com um plano de simetria especular perpendicular. Os
motivos unitários que podem ser representados por vírgulas são mostrados, de forma mais convencional, como pontos
sólidos e pequenos círculos vazios para diferenciar motivos unitários respectivamente acima e abaixo do plano
especular. Na projeçáo, o plano especular é mostrado como um círculo sólido. (b) Combinaçãode um eixo de rotação
senário e um plano especular perpendicular a ele.

Projecção no plano
(eixos de rotação e
planos especulares)

Notação (grupo
pontual)
Figura 2. Demonstração da projecção dos eixos de rotação e planos especulares num plano horizontal.

Todos os elementos de simetria não translacional que foram apresentados, bem como suas combinações, são a
expressão facilmente observável (em cristais bem formados ou em modelos de madeira) do arranjo atómico interno
da estrutura dos minerais. Isso é mostrado na Figura 3. Essa ilustração representa o empacotamento regular de iões
Na+ e Cl- na estrutura do NaCl, a halite. Esse esquema de empacotamento iónico é uma função dos tamanhos iónicos
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relativos (do Na+ e Cl-), suas cargas elétricas e os tipos de ligações entre os iões. Essa estrutura mostra, também, vários
dos elementos de simetria que podem ser observados com base na sua morfologia externa.

Figura 3. Modelo estrutural do empacotamento de Na+ (esferas pequenas) e Cl- (esferas grandes) em halite (NaCI). O
modelo tem um aspecto cúbico-octaédrico, mostrando faces cúbicas quadradas e faces triangulares octaédricas nos
vértices do cubo.

Projecção Esférica

"Os ângulos entre faces equivalentes da mesma substância são constantes" independentemente de serem faces mal
formadas ou ideais. Esses ângulos são medidos entre as normais (perpendiculares) às faces do cristal. Uma
representação gráfica desses ângulos e das normais às faces cristalinas revelará a simetria do cristal e,
consequentemente, sua classe cristalina. Portanto, o tamanho e a forma das várias faces de um cristal não são
importantes para a avaliação do seu conteúdo de simetria. A avaliação das relações angulares pode ser feita através
da projeção esférica (mostrada na figura abaixo).
Na projecção esférica posiciona-se o cristal com faces bem desenvolvidas no centro de uma esfera. As faces poderão
ser projectadas através do traçado das perpendiculares (polos) a essas faces de forma que elas perfurem a esfera
circundante (figura abaixo).
A localização de qualquer ponto na esfera é especificada por meio de duas coordenadas esféricas angulares,
nomeadamente, por um ângulo polar, p, medido a partir do polo norte, e um parâmero angular , medido em uma
direção este-oeste. Essas coordenadas angulares são semelhantes à localização de pontos na superfície da Terra por
longitude e latitude.
Por exemplo, as coordenadas angulares de longitude 74°00' W e latitude 40°45' N representam a locação de um ponto
na cidade de Nova York (Fig. 4c). Significa que o ângulo, medido no centro da Terra, entre o plano do equador e uma
linha unindo o centro da Terra àquele ponto em Nova Iorque é de exatamente 40°45'. O ângulo entre o meridiano de
Greenwich e o meridiano que passa por Nova Iorque, medido em direcção a oeste no plano do equador, é de
exactamente 74°00'. Essas relações são mostradas na Fig. 4c.

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Figura 4. Representação gráfica de um cristal isométrico usando uma projeção esférica.

Há alguma diferença entre localizar pontos em uma projeção esférica e na superficie da Terra. Nesta, a latitude é
medida em graus a norte ou a sul do equador, enquanto o angulo polar, p, é medido em graus a partir do polo norte.
O ponto onde um polo perpendicular a uma face de topo (001) de um cristal "perfura" a esfera tem um ângulo polar
p = 0°. Os pontos perfurantes de faces verticais situam-se no equador, e p = 90°. Se utilizássemos-esse sistema, o
ângulo p da cidade de NovaYork seria de 49°15'.
A longitude do polo de uma face, em uma projeção esférica, é medida em ângulos ângulos de 0° a 180°, em sentido
horário e anti-horário a partir de um meridiano inicial, análogo ao meridiano geográfico de Greenwich. Para localizar
esse meridiano inicial, o cristal é orientado com a face (010) (o eixo b) à direita do cristal (figura 4b). O meridiano que
passar pelo polo dessa face é tomado como zero. Para determinar a longitude de qualquer outra face do cristal, passa-
se um meridiano pelo polo da face em questão, e o ângulo entre ele e o meridiano zero é designado pela letra grega
. Com essas duas medidas angulares ( e p) é possível determinar as coordenadas de um certo ponto.

Projecção Estereográfica

A projecção estereográfica permite mostrar em duas dimensões a simetria completa de um cristal tridimensional e de
seu grupo pontual, sem perda de informações. Esta técnica é amplamente utilizada para representação da simetria do
grupo pontual, juntamente com informações sobre a distribuição de faces de um cristal. Essas técnicas também
permitem medir quantitativamente aspectos geométricos dos cristais (ângulos entre as faces dos cristais, os polos das
faces cristalinas e a linhas de representam a intersecção entre as faces).
Neste caso, faz-se a projecção dos planos ou linhas no plano equatorial de uma esfera, conservando as relações
angulares correctas [1]. Assim, os dados de simetria em 3D são projectados em 2D, preservando as relações angulares.

A projecção estereográfica reduz a dimensão (euclidiana) do objecto em escala de 1, isto é:

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• Os planos (em 3D) passam a ser linhas (em 2D)
• As linhas (em 3D) passam a ser pontos (em 2D)

Este tipo de projecção, introduzido por Neumar e desenvolvido por Miller, é feito em 2 tipos de estereonetes:

• Rede de Wulff (igual ângulo) – rede usada quando se pretende manter a relação angular; neste caso, a
projecção é feita tanto no hemisfério superior como inferior (figura).
• Rede de Schmidt (igual área) – usada na geologia estrutural para a análise da orientação, quando se pretende
conservar a áre; neste caso, a projecção é feita no hemisfério inferior.

Figura 5. Rede de Wulff (Plano equatorial da esfera) usada para a projecção de planos e linhas.

Em mineralogia, usa-se a rede de Wulff, cujo nome deve-se ao seu inventor, G.V. Wulff, um cristalógrafo russo
(1863- 1925). A estereonete não tem nenhum significado geográfico e não é apropriado para a representação das
formas dos cristais.
As medidas das coordenadas angulares são representadas por ρ (Rho) e (phi). O angulo ρ (Rho) mede-se entre o
eixo cristalográfico c e o polo da face cristalina, de cima para baixo a partir do polo norte (figura 2).

A rede estereográfica de Wulff mostra a projecção dos planos e linhas nos grandes círculos (círculos ou linhas de
longitude da terra) e nos pequenos círculos (círculos de latitude na esfera terrestre).

As relações angulares entre pontos só poderão ser medidas a partir dos grandes círculos.

Projecção de uma linha

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• Cada linha (eixo de rotação e polo de plano de simetria) atravessa o centro de estereonete e intersecta a
esfera ao longo da projecção esférica da linha, que é um ponto;
• O raio originado desse ponto, para os olhos do observador localizado verticalmente acima do centro da rede
intersecta a primitiva num ponto.
• O ponto referido representa uma projecção estereográfica da linha.
o Uma linha vertical (aresta, eixo de rotação) é projectada no centro do plano equatorial.
o Uma linha horizontal é plotada na primitiva.
o Uma linha inclinada é projectada entre o centro e a primitiva.

Figura 6. Procedimento para a projecção estereográfica de uma lina.

Projecção de planos

Os planos (planos de reflexão, faces dos cristais) intersectam a superfície da esfera ao longo de linhas.

Os elementos planares podem ser representados de duas formas, como:

• Planos que se convertem em grandes círculos após a projecção.


• Polos (normais aos planos) que se tornam pontos apos as projecções.

o Cada plano passa pelo centro da estereonete e intersecta a esfera ao longo da projecção esférica do plano,
que é uma série de pontos;
o Raios originados desses pontos, para os olhos de um observador localizado sobre o centro da rede (ponto O)
intersectam a primitiva ao longo de círculo maior.
o O grande círculo é a projecção estereográfica do plano
o A projecção estereográfica de um plano vertical constitui um diâmetro do círculo primitivo.

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o A projecção estereográfica de um plano horizontal faz-se ao longo do perímetro do círculo primitivo (plano
equatorial).
o A projecção de planos que se encontram inclinados representa-se através de grandes círculos curvos que não
passam pelo centro.

Figura 7. Projecção de um plano na rede de Wulff.

Projecção de Polos

Figura 8. Representação da projecção de polos de faces cristalinas na rede de Wulff.

Na prática, o que se deseja é marcar planos e linhas cristalográficas directamente em uma projeção estereográfica.

Regras gerais:

• O eixo a fica na direcção N-S (norte-sul); O eixo b fica na direcção E-W (este-oeste) e o eixo c constitui o eixo
vertical.
• Todas as faces cristlinas são projectadas como polos (linhas perpendiculares às faces cristalinas)

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• Faces cristalinas localizadas no topo do cristal serão projectados como círculos fechados (pintados), e as faces
localizadas na base serão projectadas como círculos abertos
• O eixo cristalográfico b constitui o ponto de partida (referência). Neste, os ângulos p=90 e G=0

Procedimento Geral para a Projecção

A rede estereográfica é o resultado de um sistema coordenado em uma esfera, com círculos de igual longitude (círculos
grandes) e de igual latitude (círculos pequenos). A técnica utilizada é a projeção estereográfica (como na Figura acima).
Tanto os grandes como os círculos pequenos são desenhados na rede em intervalos de 1 ou 2 graus. Os princípios
básicos da marcação de pontos em uma rede estereográfica são descritos adiante. Na prática, é mais conveniente
utilizar uma rede com raio de 10 cm.A rede com raio de 1 O cm (ver no final deste livro) pode ser fotocopiada e colada
em uma cartolina fina, o que a estabilizará e permitirá sua preservação. Os pontos reais são geralmente marcados em
uma folha de papel transparente colocada sobre a rede. Depois de montada, seu centro exacto pode ser fixado, por
trás, com uma brocha. A ponta da brocha servirá como um eixo em torno do qual a folha de papel transparente poderá
ser girada sobre a rede (figura). O usuário deve traçar na folha transparente o círculo mais externo (primitivo), bem
como as direções E-W e N-S. O extremo este da linha E-W deve ser marcado como phi=0°, o extremo sul da linha N-S
como phi = 90° e a extremidade norte dessa mesma linha como phi =-90° (figura a). Isso permite que os ângulos phi
sejam marcados directamente no círculo primitivo em sentido horário ( +) ou anti-horário (-).
O ângulo p pode ser directamente marcado apenas nos dois círculos grandes verticais, que são as direções N-S e E-W
que se cruzam no centro da projecção. O ângulo p de qualquer face projetada no centro da projeção (no local da
tachinha) é igual a 0°. Qualquer face situada no perímetro externo do círculo primitivo tem p = 90°. Portanto, qualquer
ângulo p entre 0° e 90° será marcado para fora, a partir do centro da projecção, nas direções E-W ou N-S. Para qualquer
combinação de ângulos phi e rho na qual o ângulo phi não seja nem o nem 90°, e na qual o ângulo p também seja
diferente de 0° e de 90°, a folha transparente deve ser girada em torno do centro até que a direcção phi do plano em
questão coincida com a direção N-S ou E-W. Somente então o ângulo p do plano poderá ser marcado. ·
Um exemplo seria uma face cristalina onde phi = 30° e p = 60°. Posiciona-se a folha transparente de forma que o
mesmo esteja alinhado com as direções N-S e E-W (Fig. 9a). Como phi = 30 °, isto é, positivo, o ângulo pode ser contado
em sentido horário, em uma direção posicionada a 30° da linha E-W. Marca-se esse ponto na circunferência com um
traço localizado a phi = 30°, posição correspondente ao ângulo phi do polo daquele plano (Fig. 9b). Para determinar a
posição de p, gira-se o traço que corresponde a phi= 30° até que ele coincida com a linha E-W ou N-S. Conta-se então
60° a partir do centro da rede estereográfica para fora, ao longo da linha coincidente; o ângulo p = 60° é marcado
directamente, utilizando-se para tanto as graduações disponíveis na rede estereográfica (figura 9c). Essa será a posição
do polo de uma face com phi = 30° e rho = 60°.

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Figura 9. Ilustração do uso da rede esterográfica, montada em cartolina fina.

Bloss, F.D. (1971). Crystallography and crystal chemistry. Holt, Reinhardt and Winston, New York, 545p.

Perkins, D. (2002). Mineralogy. 2ª edição. Prentice Hall, New Jersey, 483p.

(3) Klein, C. e Dutrow, B. (2012). Manual de Ciência dos Minerais. Bookman, 23rd edition. Traduzido de Rualdo
Menegat, 706p.

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