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DellaSulVirtual de Aprendizagem (DVA)

Disciplina na modalidade à distância

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Filosofia
1ª Série do Ensino Médio
Livro Didático – UNIDADE 01 - Presencial

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Agenda de Atividades / Cronograma
 Verifique com atenção o DellaSulVirtual de Aprendizagem - DVA, organize-se
para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos
depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e
sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e tutor
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base no cronograma da disciplina disponibilizado no DellaSulVirtual de
Aprendizagem – DVA
 Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao
desenvolvimento da disciplina.

Atividades obrigatórias

Demais atividades (registro


pessoal)

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Seções de estudo por Unidade:

Unidade 01 - Presencial

 O que é filosofia

 Senso comum, mito e filosofia

 Releitura

 Revolução da bondade

Unidade 02 - Virtual

 Verdade

 Como os Filosóficos entendem a natureza

 O ser responsável

 A realidade

 Releitura

Carga horária
A carga horária total da disciplina é de 15 (quinze) horas/aulas.

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UNIDADE 01
Para início dos estudos

1 – O que é Filosofia?

A Filosofia nasce na Antiguidade, no final do sec. VI a.C, com Tales de Mileto,


nas colônias gregas da Ásia menor, em uma cidade chamada Mileto.

Os pensadores (filosóficos) perguntavam sobre o mundo questões como:

- Porque tudo muda?


- Porque se nasce e morre?
- Porque tudo se multiplica?
- Porque o dia vira noite?
- O que é a água, o fogo? Como surgiu? De que é feito?
- Porque se estuda?
- Porque semelhantes dão origem a semelhantes?
- De onde vêm os seres? Para onde vão os seres?
- Porque estudar?
- Porque viver em sociedade?
- Porque existem os animais?
- Entre muitas outras perguntas.

Uma das formas de definição da Filosofia é a análise de origem da palavra


Filosofia. Assim temos:

Philosophia é uma palavra de origem grega formada por dois grupos de palavras:
philía = amizade ou amor;
sophia = saber ou sabedoria.

Desta forma, a palavra Filosofia significa “amor à sabedoria”. Mas, a definição do


termo (estudo filosófico) filosofia é aquilo que fazem os filósofos, aqueles que, segundo a
crença popular, vivem a vida fazendo perguntas que muitas vezes não encontram
respostas. A tudo e a todos questionam... A Filosofia é, muitas vezes, entendida como
sinônimo de modo de viver (filosofia de vida), ou ainda como idéias ou princípios que

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orientam o trabalho de empresas ou profissionais (filosofia de trabalho ou filosofia da
empresa) etc, ou seja:

A Filosofia é definida como sendo uma atividade, é um modo de pensar


acerca das coisas.

E que coisas são essas?

A filosofia desenvolve seu pensamento, sobre as atividades das coisas do mundo!


A filosofia se preocupa com a vida humana. Onde, filosofar, não é somente ficar
perguntando sobre tudo a todos! Filosofar é, sim, perguntar, mas perguntar e buscar
responder de modo lógico, de modo organizado e de acordo com certas regras.
Portanto, fazer filosofia (filosofar) não é perguntar qualquer coisa ou dar
qualquer resposta! A atividade filosófica exige argumentação, indícios (indicações,
provas) que confirmem (corroborem) aquilo que ele está afirmando ou quer saber.

Filosofar exige saber o que está falando, saber fornecer soluções e apontar
caminhos possíveis para solucionar os problemas existentes ou criados pela
atividade filosófica.

1.1 - Principais períodos da Filosofia

O estudo da Filosofia caracteriza diferentes períodos dentro do contexto histórico.


A Filosofia é uma instituição cultural tipicamente grega, a partir de determinadas
condições históricas e tornou-se o modo de pensar do mundo ocidental, inicialmente na
Europa e, com a colonização, expandiu-se para a América e ao mundo.
A Filosofia é apresentada em grandes períodos que correspondem às vezes de
modo aproximado, aos períodos da história ocidental.
1º. Filosofia Grega: História do pensamento filosófico grego,
_ Sec. VI ao V a.C. - Período pré-socrático
_ Sec. V ao sec. IV a. C. - Período Socrático: Sócrates e Platão
_ Sec. IV ao sec. III a.C. - Período Sistemático – Aristóteles
_ Sec. III a.C. ao sec. VI d. C. - Período Helenístico
2º. Filosofia Medieval - sec. I ao sec. XIV
3º. Filosofia Moderna - do século XVII ao século XVIII
4º. Filosofia Contemporânea - do século XX aos dias atuais.

2 – Senso Comum, Mito e Filosofia

2.1 - Senso comum significa:

“Conjunto de opiniões e modos de sentir, impostos pela tradição aos indivíduos


de uma determinada época, local ou grupo social, sendo aceitos de modo acrítico como
verdades e comportamentos próprios da natureza humana”.

Por definição, senso comum: são opiniões geralmente aceitas em uma


determinada época.

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Isto significa que o senso comum varia com a época, ou melhor, de acordo com o
conhecimento relativo alcançado pela maioria (coletivo) num determinado período
histórico.
Existindo neste coletivo (maioria), uma minoria (grupo de pessoas) mais evoluída
ainda, que alcançou um conhecimento superior ao aceito pelo coletivo. Este grupo de
pessoas por destoarem deste “senso comum” são geralmente discriminadas.
Exemplo:
A história está cheia destes exemplos. Um dos mais conhecidos é o de Galileu.

Em seu tempo o senso comum considerava que a terra era o centro do universo e
que o sol girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a terra que girava em volta
do sol quase foi queimado pela “Inquisição”.

Teve que abjurar-se para salvar a vida; esta opinião era tão arraigada na mente
das pessoas que até a própria Bíblia testemunha isto ao afirmar que Josué deteve o sol.

“Hoje o senso comum mudou. Quem afirmar que o sol gira em torno da
Terra será considerado no mínimo um louco pela maioria”.

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O senso comum se manifesta através dos ditos populares, das crenças do povo. É
um verdadeiro receituário para o homem resolver os seus problemas da vida diária.
Apesar de ser um saber não-sistematizado, isto é, por não se basear na
investigação e no questionamento, ainda assim, nos dias de hoje, é muito útil para guiar
o homem na sua vida cotidiana.

Pergunta-se, quem nunca se orientou pela experiência dos mais velhos?

Quando alguém mais experiente que nós nos alerta para não fazermos tal coisa,
nós sempre pensamos duas ou três vezes antes de decidirmos seguir ou não esse
conselho!

2.2 - Mito ou Conhecimento Mítico

http://moodle.esramada.pt/~12485/A.I/mitico.php

O mito explica a realidade por meio do sobrenatural, do mistério, do símbolo, do


divino. Sendo algo aceito e interiorizado pelo povo.
Um mito de forma histórica (do grego antigo μυθος) é uma narrativa de caráter
simbólico, relacionada a uma dada cultura.

O mito é uma história narrada que procura explicar a realidade, os


principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do
Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses e heróis, indiferente
ao julgamento de verdadeira ou falsa.

As histórias mitológicas não eram escritas, mas passadas de geração a geração


através do canto do aedo (ἀοιδός), poeta-rapsodo. Intimamente ligadas à oralidade
(cultura oral), vocalização (contada).

2.2.1 - Conhecimento Filosófico


(Tenções entre mitos e conhecimento)

Historicamente o mito era constituído como fonte exclusiva de explicação para a


existência do ser humano e da criação e organização do mundo. O conhecimento
transmitido e a maneira como explicavam os acontecimentos já não eram
suficientemente coerentes para os “filósofos”. Os primeiros filósofos tentaram
racionalizar as explicações míticas para o surgimento do mundo e dos problemas

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humanos, mas aos poucos, essa tendência de manter o mito vivo nas teorias filosóficas
foi desaparecendo.
A Filosofia moderna visa buscar argumentos justificados, sólidos, lógicos; onde o
mito e o senso comum não poderiam fornecer. Mas não os desconsiderou, muitas vezes,
utiliza o mito e o senso comum para busca questionamentos, investigar e ampliar os
horizontes de conhecimento sobre o assunto abordado.
A atividade desenvolvida pela filosofia, busca questionar o estabelecido,
investigar caminhos para comprovar suas suspeitas e apontar soluções que levem à
comprovação ou não de suas perguntas. Tendo como trabalho, não discordar somente
dos que nos é dito como certo: “é assim e pronto”, mas sempre ser posto à prova, para
apontar novos caminhos ou que não se quis que fosse apontado (mostrado), isto é
filosofia!

Rubem Alves
Filósofo brasileiro

Rubem Alves, afirma:

“Devemos ter espírito de criança para que possamos exercer nossa plena
capacidade filosófica. A criança busca saber novas coisas”.

Para a criança o diferente é o combustível que a move em busca de conhecimento


(de saber) – o novo a leva a querer saber!

Atividade 01:
Defina o que é Filosofia.

Atividade 02:
Consulte em um dicionário o significado das palavras filosofia e mito. Depois compare
com as definições apresentadas aqui.

Atividade 03:
Quais as semelhanças e diferenças entre Filosofia e Mito.

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3 - Releitura
A Caverna de Platão (e as nossas)

O filósofo Platão (427-347 a.C.) nasceu em Atenas no


período de ouro da democracia grega. Seu nome verdadeiro
era Arístocles. É o discípulo mais notável de Sócrates (469-
399a.C) e pela profundidade e alcance de sua obra ele é
considerado um dos pilares do pensamento ocidental.
Uma das maiores contribuições de sua filosofia é
apresentada no texto intitulado “Alegoria da Caverna”.
Segundo o filósofo, a maior parte da humanidade se
encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo
de costas para a abertura luminosa e de frente para a
parede escura do fundo. Devido a uma luz que entram na
caverna, os prisioneiros contemplam na parede do fundo as sombras dos seres que
compõem a realidade. O problema maior é que, acostumadas a ver apenas essas
projeções, as pessoas tomam essa ilusão como se fosse à realidade.
Platão chega a levantar a hipótese de que algum habitante da referida caverna
saia e depois de se acostumar com a luz, consiga enxergar os seres, as coisas, o mundo e
não mais suas sombras. Essa figura, segundo o mito, teria dificuldades em conseguir
convencer os moradores da caverna de que aquilo que tomavam como realidade era tão
somente sua sombra: uma ilusão. Para Platão, essa tentativa de voltar à caverna para
resgatar das sombras os antigos conterrâneos é o árduo ofício do educador ou, mais
precisamente, do filósofo (amigo da sabedoria).
Metáfora que vive até os dias de hoje nos interpelando e convidando-nos à
reflexão. Aprisionamo-nos em um número cada vez maior de cavernas criadas por nós
mesmos.

http://filosofandoehistoriando.blogspot.com.br/
2011/04/o-deserto-do-real-texto-fil-1-ano.html

3.1 – Revolução da bondade

O escritor português José Saramago, por exemplo, em livros como “O Ensaio


Sobre a Cegueira” e “A Caverna” com sua absurda lucidez, aponta para o fato de que
todos estamos enclausurados nas cavernas da indiferença, da insensibilidade e da
incapacidade de ver interiormente. Para o ganhador do Prêmio Nobel de literatura, a

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libertação dos grilhões de tais cavernas realizar-se-ia por meio de uma espécie de
“revolução de bondade”.

Escritor José Saramago

3.2 – Informatização

O computador produziu nas últimas décadas o fenômeno da virtualização da vida


cotidiana. A produção cultural, o sistema político, a economia, a ética, as relações entre
as pessoas e as emoções se tornam cada vez mais virtuais e menos reais.

3.3 – Globalização do conformismo, pessimismo e da apatia.

A chamada globalização é outra caverna aparentemente sem fronteiras. Trata-se,


na verdade, conforme Frei Betto – teólogo brasileiro de grande expressão – de uma
globocolonização, isto é, a imposição arbitrária e unilateral de um modelo político,
econômico e cultural que se apresenta como necessário e único. Parte significativa dos
programas e noticiários de TV constitui uma caverna que aprisiona e ofusca a visão de
mais de 99% da população brasileira. Eles apresentam amiúde um espetáculo de
sombras e ilusões que, sob a máscara da pretensa imparcialidade da imprensa,
afiguram-se como a realidade. E é também imprescindível citar a pseudo-democracia
brasileira, cada vez mais parecida com o sombrio modelo norte-americano. Os discursos
e as propagandas dos partidos de situação e de oposição manipulam o real segundo seus
interesses e necessidades, levando-nos a crer que estamos em uma enorme caverna sem
saídas. Fato que conduz ao conformismo, ao pessimismo e à apatia.

3.4 – Porto seguro

Quase sempre de maneira inconsciente, habitamos um número cada vez maior de


cavernas por nós edificadas. No entanto, líderes religiosos e políticos, profetas e poetas,
cientistas e filósofos freqüentemente apontam o caminho para a saída de tais cavernas.
Tentam nos fazer ver o essencial, transcender a escuridão. Mas nós os caricaturamos
como utópicos, loucos, visionários e radicais! Talvez o interior da caverna seja mais
cômodo, confortável e seguro no ponto de vista popular (porto seguro).

Atividade04:
Elabore uma lista das “principais cavernas” em que nos encontramos nos dias atuais e
as “principais correntes” que nos mantém presos dentro dela.

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Atividade 05:
Leia o texto: “Alegoria da Caverna” do filósofo Platão. Identifique: nos dias de hoje, o
que é a caverna, quem são os prisioneiros; o que são as correntes, o que são as imagens
projetadas na parede, quem é o prisioneiro que foge.

ALEGORIA DA CAVERNA

Imagine alguns homens vivendo em uma moradia em forma de caverna, com uma grande
abertura do lado da luz. Encontram-se ali desde a sua meninice, presos por correntes que os
imobilizam totalmente e de tal modo que não podem nem mudar de lugar, nem volver a
cabeça e não vêem mais que aquilo que lhes está na frente. A luz lhes vem de um fogo
aceso a uma certa distância, por trás deles, em uma eminência do terreno. Entre esse fogo e
os prisioneiros há uma passagem elevada, ao longo da qual imagine-se um pequeno muro,
semelhante aos balcões que os ilusionistas levantam entre si e os assistentes e por cima dos
quais mostram seus prodígios. Pensa agora que ao lado desse muro alguns homens levam
objetos de todos os tipos. Tais objetos são levados acima da altura do muro e os homens
que os transportam alguns falam, outros seguem calados. Os prisioneiros, nessa situação,
jamais viram outra coisa senão as sombras, jamais ouviram outra voz senão os ecos que
reboam no fundo da caverna. Falarão das sombras como se fossem objetos reais, terão os
ecos como vozes verdadeiras. Esses estranhos prisioneiros são semelhantes a nós, homens.
Pensa agora no que lhes acontecerá se forem libertados das cadeias que os prendem e
curados da ignorância em que jazem. Se um dentre eles se levantar e volver o pescoço e
caminhar, erguendo os olhos para o lado da luz, certamente tais movimentos o farão sofrer
e a luz ofuscar-lhe-á a visão e impedirá que ele veja os objetos cuja sombra enxergava há
pouco. Ficará deveras embaraçado e dirá que as sombras que via antes são mais
verdadeiras que os objetos que são agora mostrados. E se tal prisioneiro, arrancado à força
do lugar onde se encontra for conduzido para fora, para plena luz do sol, por acaso não
ficaria ele irritado e os seus olhos feridos? Deslumbrado pela luz, porventura não precisaria
acostumar-se para ver o espetáculo da região superior? O que a princípio mais facilmente
verá serão as sombras, depois as imagens dos homens e dos demais objetos refletidos nas
águas, e finalmente será capaz de veres próprios objetos. Então olhará para o céu.
Suportará mais facilmente, à noite, a visão da lua e das estrelas. Só mais tarde será capaz
de contemplara luz do sol. Quando isso acontecer reconhecerá que o sol governa todas as
coisas visíveis e também aquelas sombras no fundo da caverna.

Filósofo Platão

FIM da Unidade 01 de Filosofia


1ª Série do Ensino Médio

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