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Filosofia

O “amor pelo saber”

Prof. Rafael Moreira


Aula 1:
planejamento do
ano letivo / o que é
Filosofia?
Planejamento do ano letivo

1º Bimestre: introdução à Filosofia (periodização


histórica, alguns dos principais pensadores, e o método
filosófico)

2º Bimestre: a prática filosófica

3º Bimestre: Filosofia Política

4º Bimestre: temáticas e filósofos(as) brasileiras(os)


contemporâneas(os)
Planejamento do ano letivo

1º Bimestre:

• Filosofia Antiga (Sócrates e os sofistas)

• Filosofia Medieval (Santo Agostinho e São Tomas de Aquino)

• Filosofia Moderna (Nicolau Maquiavel)

• Filosofia contemporânea (Hannah Arendt e Karl Popper)


O que é e onde se
insere Filosofia?
As grandes áreas das Ciências

Ciências
Humanas

Biológica
Exatas
s
A Filosofia
• A Filosofia se encaixa nas Ciências Humanas, mas também vai
além dela, ao promover reflexões para todas as áreas por meio do
método filosófico.

• “Filosofia” vem do grego antigo: philia, que significa “amor”, e


sophia, que quer dizer “sabedoria”. Ou seja, Filosofia é “o amor
pela sabedoria”. Em grego: Φιλοσοφία

• Um filósofo não é necessariamente um sábio, mas sim alguém que


busca sempre o conhecimento.
A Filosofia
• Uma das características que define a Filosofia então
é a busca pelo conhecimento da realidade. Uma
atitude, uma vontade de conhecimento e sabedoria
que não tem fim.

• Questionar a realidade, formular perguntas, e


produzir conhecimento sempre (SEMPRE)
embasado em evidências concretas.
A Filosofia

Sócrates Djamila Ribeiro


A Filosofia
• Sobre quais temas então filosofar? Que tipo de sabedoria
deve ser buscada?

• Quais temas/assuntos são importantes pra humanidade no


momento atual da nossa História?
A Filosofia
• As questões e os problemas sobre os quais os
filósofos refletiam variaram de acordo com cada
período histórico. Por exemplo: no início, os
fenômenos da natureza, e a moral (o que é certo, e
errado?) eram objeto de reflexão.

• Hoje em dia as questões centrais são outras, porque


a humanidade já está em outro momento da sua
História.
A Filosofia
• Segundo a filósofa Marilena Chauí, “a filosofia surge quando alguns
gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as
explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar
respostas para elas”.

• A Filosofia nos tira do lugar comum. É como se em nosso dia a dia


vivêssemos num modo “automático”, sem pensar naquilo que fazemos,
naquilo que acontece a nossa volta. De repente, algo nos chama a atenção.
Algo nos é estranho. Algo nos faz parar e pensar..

• Um problema surge, somos levados a exercitar nosso pensamento.


A Filosofia
• Pequeno parênteses histórico: a Filosofia é uma disciplina
constantemente proibida por regimes autoritários por
promover a reflexão crítica da realidade ao redor. Assim
sua inclusão no Ensino Médio sempre foi “pendular”.

• Portanto lembrem-se sempre do privilégio que todos nós


estamos tendo aqui de podermos estudar essa área do
conhecimento.
Tarefa 1 para nota
Pequeno exercício filosófico:
• Pense em algum fenômeno (qualquer fenômeno) que você não tem a menor ideia

do porquê ele acontece. Pode ser algum fenômeno da natureza ou algo associado a

um objeto, a um utensílio doméstico, um meio de transporte, ou qualquer outro

objeto tecnológico que você tenha ou veja de maneira cotidiana.


• Explique qual é esse fenômeno, pesquise a sua explicação, e compartilhe com a

sala.
Aula 2: resolução
da Tarefa 1 e
Introdução ao
método socrático
Aula 3: senso
comum X senso
crítico
Os tipos de
conhecimento
• O ponto de partida da nossa aula de hoje é o fato do ser humano produzir diversos
“tipos” de conhecimento ao longo da História. Alguns exemplos:

• Conhecimento mitológico: baseado na imaginação.

• Conhecimento Técnico: baseado no saber fazer, na operacionalização. É um


conhecimento prático.

• Senso comum: é um tipo de saber (de conhecimento), com base popular, adquirido
pela observação e pela repetição. Ele está presente em nosso cotidiano e é passado de
geração a geração. Podemos afirmar que esse tipo de conhecimento é,
categoricamente, popular e culturalmente aceito
O senso comum
• Em outras palavras, ele é o conjunto de crenças, opiniões, valores, gostos,
preferências, modos de pensar e agir que uma comunidade tem por verdadeiro e
partilha durante determinado tempo, repetidas vezes. Os hábitos e costumes, as
tradições e rituais, os ditos e provérbios, as opiniões populares são
habitualmente referidos como manifestações do senso comum. São como um
conhecimento “desordenado”.

• Porém, ele pode se comprovar ou não.

• O senso comum muitas vezes é utilizado como parte de uma retórica preconceituosa
ou estereotipada em relação a determinados grupos sociais
Vocês conseguem pensar em alguns
exemplos de senso comum?
Exemplos de senso comum e que não
têm nenhuma validade:

“Muçulmanos são todos terroristas”

“Indígenas são todos preguiçosos”

“Asiáticos são bons de matérias Exatas”

...
Senso comum X senso crítico

• O senso comum às vezes pode até ser um bom ponto de


partida, mas a Filosofia e a ciência são necessárias para se
obter um conhecimento de maior confiança e validade.

• E como fazemos isso?

• Por meio do senso crítico!


Senso crítico

• O senso crítico é uma abordagem mais reflexiva e analítica para a


compreensão do mundo. Ele envolve questionar, avaliar e analisar
informações e ideias de forma questionadora, buscando entender as razões por
trás do senso comum para encontrar evidências sólidas que comprovem ou
neguem as suas visões.

• Por meio do senso crítico você promove a independência de


pensamento, aprende perspectivas diversas, desconstrói
preconceitos que muitas vezes talvez nem conhecia, e consegue
assim enfim produzir um conhecimento científico.
Aula 4: Periodização
histórica da Filosofia e
a Filosofia Clássica
Filosofia Ocidental

• Filosofia Ocidental x Filosofia Oriental

• Estamos no Ocidente, então nossa visão de filosofia deriva da Grécia


Antiga, enquanto no Oriente, outras correntes de pensamento filosóficas
predominaram, com pouca penetração no Ocidente.

• A própria ideia de uma única “Filosofia Oriental” é questionável. Afinal


o “Oriente” também é muito plural.
Periodização histórica da
Filosofia Ocidental
A Filosofia no mundo Ocidental costuma ser dividida em 4 períodos
históricos, que vamos estudar ao longo deste bimestre:

• Filosofia Antiga ou Clássica


• Filosofia Medieval
• Filosofia Moderna
• Filosofia Contemporânea
Filosofia Antiga/Clássica

• O surgimento da Filosofia se dá a partir do século VI a.C. com os filósofos pré-


socráticos (pensadores que antecederam a existência de Sócrates)

• Porém, nem todos os pré-socráticos vieram cronologicamente antes de Sócrates, tendo


alguns vivido na mesma época de Sócrates. A denominação “pré-socráticos” está
mais associado ao objeto de estudo filosófico desse grupo, que era diferente do de
Sócrates. E qual era esse objeto de estudo?

• A cosmologia ou em outras palavras, “o estudo do universo e como ele surgiu”, em


oposição à mitologia. Por isso eram até chamados de physiologos (filósofos da
natureza), ou “os primeiros cientistas”.
Filosofia Antiga/Clássica
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Filosofia Antiga/Clássica

• Sócrates e os sofistas surgem contrários à mitologia e aos filósofos da cosmologia


(os pré-socráticos)

• Os sofistas davam aulas de argumentação para convencer as pessoas do que quer que
fosse. O importante era “vencer a discussão”. Eram os “mestres da retórica”.

• Sócrates criticava os sofistas, que não estavam em busca de um conhecimento


verdadeiro e estavam apenas em busca de dinheiro e de ganhar disputas retóricas.
Filosofia Antiga/Clássica

Para Sócrates, antes de conhecer o mundo, o


ser humano deveria conhecer a si mesmo.

Muitos filmes foram feitos inspirados


em momentos da vida de Sócrates, ou
reflexões dele ou seus discípulos,
como MATRIX.
Filosofia Antiga/Clássica

• Sócrates foi responsável por estabelecer um método de investigação baseado em


perguntas, o chamado “Método Socrático”.

• O método socrático é composto de dois elementos: ironia (que significa “ação de


perguntar, fingindo ignorar/ser ignorante”) e maiêutica (dar à luz ao verdadeiro
conhecimento).
Aula 5: O Mito da
Caverna de Platão
Filosofia Antiga/Clássica
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Aula 6: Filosofia
Medieval
Filosofia Medieval - Introdução

• O período filosófico conhecido como Filosofia medieval existe dentro do período


histórico conhecido como Idade Média, que vai desde o século V d.C. (com a queda
do império romano) até o século XV d.C. (com a queda de Constantinopla, o início
das grandes navegações e invenção da imprensa).

• O pensamento filosófico medieval teve seu auge no século XIII, ápice da Idade Média
ocidental, época do feudalismo, das monarquias descentralizadas, da arte gótica e
de domínio cultural da Igreja Católica.
Filosofia Medieval - Introdução
• O foco da Filosofia
Ocidental sobre esse
período geralmente recai
sobre a filosofia cristã,
Filosofia cristã
mas vale lembrar que
também existe um
desenvolvimento
filosófico islâmico e Filosofia islâmica
judeu nesse período

Filosofia judaica
Filosofia Medieval - Introdução

• De maneira geral, podemos dizer que o objetivo da grande maioria dos


filósofos medievais era fundamentar as suas respectivas fés em bases
racionais ou mostrar que uma coisa não anula a outra.

• Seus principais filósofos foram todos homens religiosos e das mais diversas
confissões: católicos, cristãos ortodoxos, judeus e muçulmanos.
Filosofia Medieval - Introdução

Os principais temas debatidos pelos filósofos medievais cristãos estavam


intimamente ligados a problemas teológicos:

• Deus (provar racionalmente que Ele existe e explicar racionalmente quem


Ele é);

• Ser humano (explicar quem é o ser humano à luz da razão, mas sem
ignorar o fato dele ter sido criado por um Deus todo-poderoso);

• Predestinação e Livre-arbítrio (explicar se o ser humano já está


predestinado ou é livre em suas ações, e como isso funcionaria ao mesmo
tempo que ele é criatura de um ser onisciente – que tudo sabe)
Filosofia Medieval - Períodos

A Filosofia Medieval se divide em dois períodos:

• A Patrística, que vai do século V d.C. até o século VIII d.C., é marcada pelo
estabelecimento da religião cristã como religião oficial do império romano
e, posteriormente, como a religião oficial dos feudos europeus.

• Foi a época dos Padres da Igreja, os primeiros intelectuais cristãos que


procuraram formular de maneira sólida o pensamento e a doutrina cristã.
Muitos conceitos filosóficos são usados e adaptados para explicar
racionalmente algumas verdades de fé que não foram bem elucidadas ou
trabalhadas nos livros bíblicos.
Filosofia Medieval - Patrística

Santo Agostinho de Hipona

Na relação entre fé e razão, considerava a


razão importantíssima para se chegar à
verdade, sendo o caminho escolhido por
Deus para o ser humano ter acesso às
verdades eternas. A razão, assim, seria o
instrumento para chegar ao verdadeiro
conhecimento. Dessa forma, percebe-se
que a filosofia serve para auxiliar a
teologia, nunca contrariando-a.
Filosofia Medieval - Períodos

• A Escolástica vai do século IX até o XV d.C. e foi a época de pleno


desenvolvimento do pensamento cristão. Compreende o momento
histórico medieval do surgimento e estabelecimento das escolas e
universidades como principais polos de ensino e aprendizagem da
doutrina filosófico-teológica da época.

• Os principais teóricos eram estudiosos que permanecem a maior


parte do tempo dedicados exclusivamente aos estudos (diferentemente
dos bispos e padres da Patrística). Por isso, boa parte dos teóricos dessa
época são monges.
Filosofia Medieval - Escolástica
São Tomás de Aquino

Para ele, a razão não contraria a fé.

Ele compreendia que todos os seres humanos são


dotados de uma razão natural, dada a eles por
Deus como um dom, um presente. Por esse
motivo, a razão natural é fundamental para se
chegar à verdade.
Algumas verdades podem ser alcançadas apenas
pela razão. Já outras, precisam do auxílio da fé.
Dessa forma, Tomás mostra que a teologia não
substitui a filosofia, mas a complementa.
Aula 6: Filosofia
Moderna
Filosofia Moderna - Introdução

Contexto histórico - o que estava acontecendo no mundo neste período?

• Corresponde à Idade Moderna, que começou com a conquista de


Constantinopla pelos otomanos em 1453 e se encerrou com a tomada da
Bastilha (Revolução Francesa) em 1789

• Na economia, um período de transição do modo de produção feudal


para o modo de produção capitalista, impulsionado pelas práticas
econômicas do mercantilismo (a mundialização do comércio).
Filosofia Moderna - Introdução
• Na política, o rei se fortaleceu e as nações que surgiram se estruturaram ao
redor desse monarca absoluto, num período conhecido como o
“absolutismo”.

• No campo da religião, ocorreu a Reforma Protestante (a divisão da Igreja do


Ocidente entre católicos romanos e reformados ou protestantes), a Igreja
assim perdeu força, assim como a fé, que deu espaço à predominância da
razão.

• No campo das ideias, o heliocentrismo (Sol como centro do universo) e o


humanismo (o homem estaria no centro de tudo, ao contrário da
mentalidade medieval, que era teocêntrica – Deus como centro do Universo e
criador de tudo).
Filosofia Moderna - Introdução

• A racionalidade retoma seu protagonismo e no distanciamento entre


filosofia e religião o homem busca entender como produz o conhecimento.
Percebam que há momentos da história da humanidade onde a razão
predomina e há outros onde a fé predomina.

• Alguns filósofos de destaque desse período: René Descartes, Francis Bacon,


Thomas Hobbes, John Locke, Rousseau (os três Contratualistas que
iremos estudar no 3º Bimestre), David Hume, Nicolau Maquiavel, e também
pensadores como Galileu Galilei e Isaac Newton.
Nicolau Maquiavel
Nasceu em 1469 em Florença, Itália, no
período Renascentista. É considerado o
fundador da ciência política moderna, já que
propôs uma análise realista e não idealista da
política de sua época.

Principais livros:

-O Príncipe

- Comentários sobre a primeira década de Tito


Lívio
Nicolau Maquiavel – “O Príncipe”

• Para Maquiavel, todo o governante deve ficar atento a duas


coisas: virtù e fortuna.

• Fortuna, que podemos traduzir por sorte, é o conjunto dos acontecimentos


incontroláveis que podem ocorrer ao longo de um governo.

• Virtù, que podemos traduzir por virtude, é a habilidade do governante de


lidar com a fortuna, ou seja, com os acontecimentos incontroláveis.
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Aula 7: Tarefa 2 para
nota
Tarefa 2 para nota

A Tarefa deve ser entregue até o final da aula, em uma folha de caderno
com nome, número e série, e deve ser feita em duplas ou em trios.

Baseado no que vocês aprenderam na aula passada sobre os conceitos


de fortuna e virtu de Nicolau Maquiavel, criem uma situação fictícia
onde uma pessoa soube fazer uso da virtu após uma situação de
fortuna.

Sua resposta deve ter no mínimo 10 linhas.

Usem toda sua criatividade ;)


Aula 8: Revisão para a
prova mensal
Conteúdo da prova mensal

 O que é Filosofia e em qual á rea das Ciências ela se insere


 A oposiçã o entre senso comum e senso crítico
 Filosofia Antiga: Só crates, os sofistas e o Mito da Caverna de
Platã o
 Filosofia Medieval: Sã o Tomá s de Aquino e Santo Agostinho

 Filosofia Moderna: Nicolau Maquiavel


Mitologia

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Aula 9: Filosofia
Contemporânea
Filosofia Contemporânea -
Introdução

• O acontecimento histórico que marca a passagem da Idade Moderna para


a Idade Contemporânea é a Revolução Francesa (1789 – 1799), portanto ela
engloba os séculos XVIII, XIX e XX.

• Na Filosofia Contemporânea, filósofos e pensadores passam a acreditar


totalmente no saber científico e na tecnologia para controlar a natureza, a
sociedade e os indivíduos.
Filosofia Contemporânea –
Contexto histórico
• Há grande progresso técnico e científico a partir da Revolução Industrial. Novas invenções como a
eletricidade, o uso de petróleo e do carvão, a invenção da locomotiva, do automóvel, do avião, do
telefone, do telégrafo, da fotografia, do cinema, do rádio, etc. evidenciam isso.

• Como a Europa Ocidental estava sofrendo diversas mudanças e havia uma crescente urbanização e
industrialização, os pensadores começaram a se questionar e queriam saber se, de fato, as novas
sociedades estavam gerando bem-estar e felicidade.
Filosofia Contemporânea –
Contexto histórico
• Consolidação do capitalismo como pensamento econômico hegemônico, gerando
mudanças nas relações de trabalho e também questionamentos sobre os conceitos de
“progresso” a partir de condições degradantes de trabalho

• A partir dessa crítica surge o pensamento socialista e suas correntes de pensamento,


assim como novas formas de organização social, como os movimentos sociais

• A geopolítica global se transforma, ocorrem as Guerras Mundiais, assim como o


período conhecido como a Guerra Fria
Filosofia Contemporânea –
principais pensadores e pensadoras
Século XIX:
• Friedrich Hegel, Karl Marx, Arthur Schopenhauer, Auguste Comte, Friedrich Nietzsche

Século XX:
• Sigmund Freud, Angela Davis, Zygmut Bauman, Max Horkheimer, Jean-Paul Sartre,
Michel Foucault, Karl Popper, Hannah Arendt

Principais filósofos contemporâneos no Brasil:


• Marilena Chauí, Mario Sergio Cortella, Leandro Konder, Djamila Ribeiro
Como a Filosofia contemporânea pode nos
ajudar a refletir sobre o mundo atual?

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Como a Filosofia contemporânea pode nos
ajudar a refletir sobre o mundo atual?

A Lei do Racismo (nº 7.716/89) estabelece que é crime no Brasil "fabricar,


comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,
distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins
de divulgação do nazismo", sob pena de dois a cinco anos de prisão e multa.

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Como a Filosofia contemporânea pode nos
ajudar a refletir sobre o mundo atual?

O filósofo austríaco e naturalizado


britânico Karl Popper (1902-1994)
questionou até que ponto a sociedade
deve ser tolerante com os intolerantes,
por meio do seu “Paradoxo da
Tolerância”. Popper defende então
que uma sociedade que se declara
tolerante deve ser intolerante à
intolerância.

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“O Paradoxo da Tolerância”

“A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da


tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada
mesmo aos intolerantes, e se não estivermos
preparados para defender a sociedade tolerante do
assalto da intolerância, os tolerantes serão destruídos e
a tolerância com eles.”

Trecho do livro “A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos”


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Como a Filosofia contemporânea pode nos
ajudar a refletir sobre o mundo atual?
Hannah Arendt (1906-1975) foi uma filósofa
alemã, judia, que foi perseguida e presa pelo
regime nazista. Depois de conquistar a
liberdade fugiu para os EUA.

Arendt é convidada para acompanhar o


julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém,
um oficial da SS incumbido de organizar a
logística para a “solução final”, plano nazista
para exterminação dos judeus na Alemanha
e nos territórios ocupados.

Elabora assim o conceito de “banalidade do


mal”.

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“A banalidade do mal”

Ao assistir o julgamento de Eichmann, viu que não estava diante do


julgamento de uma “liderança maligna”, mas sim de um burocrata,
um sujeito medíocre, que pura e simplesmente havia renunciado a
pensar por conta própria e também sobre as consequências de seus
atos.

Ele era uma “peça do sistema”, incapaz de ter pensamento crítico,


criado numa sociedade que o torna mais suscetível a meramente
obedecer às ordens de uma liderança e encarar como algo “normal”
mesmo algo que é completamente absurdo como o nazismo.

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