Docente: Dr.ª Cristina Fernandes Rosa Discente: Roberto Basílio Fialho
Atividade sobre 2 paginas escritas
O objetivo desta pesquisa é apresentar a videodança como um possível
campo de estudo da Cenografia Contemporânea, território criativo onde a da Dança e a linguagem do Audiovisual convergem para produção de novos entendimentos na arte da construção de imagens e espaços. Para isso buscaremos entender os principais contextos, conceitos e transformações na relação da Dança com o Audiovisual para propor a cenografia a partir da observação de sua práxis na atualidade em um campo hibrido de linguagens. A palavra ‘videodança’, foi escolhida por nós para identificar o tipo de obra e pensamento que irá nos conduzir no trajeto da pesquisa, entendemos que também existem outras grafias em português como vídeo-dança, vídeo dança ou dança para a tela, entre outros. Neste momento queremos propor que todas estas nomenclaturas possam ser compreendidas como distintos pontos de vista autoral porque parecem revelar também o autor e seu ponto de partida para a realização estética. Para nós é sempre positivo e importante a diversidade na produção de distintas grafias, diz muito sobre o modo diverso como tem se desenvolvido o campo da pesquisa entre Dança e Audiovisual, seja na produção estética ou conceitual. Em outros idiomas essa discussão sobre a nomenclatura também vai longe, assim, consideramos que para o bem da diversidade na produção artística e em respeitos a todos artistas que se envolvem nesse segmento, acreditamos que essa diversidade deva existir sempre, como um campo de pesquisa aberto sempre a novas trocas e experiencias. Todas estas nomenclaturas apontam para a os frutos da convergência no fazer artístico entre Dança e Cinema, elas pretendem identificar algum tipo de particularidade no produto estético desta relação que na maioria das vezes é um filme-dança, filmedança, filme dança, ou seja, um filme de dança. A artista e pesquisadora Dr.ª Daniela Guimarães reforça essa perspectiva quando afirma que(..) O termo “filme” é amplo, engloba todas as necessidades, conversas, ajustes e encontros possíveis entre a Dança e a linguagem Audiovisual. É amplo porque abarca a inter-trans-disciplinaridade, porque não coloca as linguagens uma contra a outra, mas as entende na interação, na mistura, pelo hibridismo. (Guimarães, p. 23/24. 2020)
Os termos técnicos da linguagem audiovisual postulados pelo Cinema,
foram apropriados e transformados pela estética vídeo, por isso, entendemos que a videodança é um filme de dança, mas que não se obriga a agregar à forma narrativa, na qual, o cinema se estabilizou como linguagem artística. Talvez, a forma como o vídeo se adapte a outras linguagens seja uma das características mais potentes que o vídeo possibilita, porque ele, o vídeo, tanto como produto estético ou artefato, nunca é dissolvido por completo nas outras linguagens, sempre atualizado em seus distintos usos. Ao nomear de videodança à prática que nos interessa nesta pesquisa, selecionamos também nossos pares para dialogar e o tipo de conhecimento com o qual dialogaremos para tecer nossas conjecturas. Essa nomenclatura nos é importante, porque carrega um percurso histórico desafiador para os nossos objetivos de pesquisa, porque se conecta com outros campos artísticos como as Artes Visuais produzidas no século XX, período em que a cultura, de um modo geral, passa por transformações significativas com movimentos de vanguardas, rupturas e transgressão nas artes. Esse aspecto, está marcado nas artes em dois períodos históricos importantes para nós, o primeiro se refere às vanguardas europeias do início do século XX e posteriormente na erupção da pós-modernidade artística norte- americana na década de 1960. Esses movimentos, em seus distintos períodos, criaram novos contextos e oportunidades para emergisse diferentes configurações estéticas em artes em que o espaço físico passa a ter um certo protagonismo na obra de arte, seja por participação interativa ou na fruição da obra, como Instalação Artística, Performance, Videoarte, Art Land ou Videodança. Todos esses exemplos, mostram diferentes maneiras de abordar o espaço nas artes que emergiram no século XX, período importante também para pensarmos na expansão da cena de dança, de teatro e das artes do corpo em geral; no momento que o edifício teatral já não era a única opção para abrigar a cena artística, na verdade foi um movimento priorizou outros espaços para a cena pós-moderna, mas, seja ela qual for, o pensamento cenográfico é expandido nesse contexto e passa propor outras relações com o espaço cênico, diferente da relação com a caixa cênica.