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OI,

GENTE tudo bem com você


s?

Meu nome é Fábio. Sou analista de valores mobiliários, fundador do


Canal do Holder, onde eu compartilho meus investimentos desde 2017
no Youtube. Iniciei minha jornada como investidor em 2008, quando eu
ainda atuava como engenheiro civil e buscava uma forma de investir o
dinheiro que recebia.

Descobri o Buy and Hold, estudei e me especializei. Fiz dois cursos em


Harvard (contabilidade e macroeconomia) e um MBA em finanças aqui
no Brasil enquanto atuava como analista de ações, função que
desempenhei entre 2014 e 2018.

Quando eu me dei conta de que o valor que recebia de renda passiva


era o suficiente para custear meu estilo de vida, encerrei minha
participação no mundo corporativo para realizar um sonho antigo: ser
professor.

Foi quando decidi vir para internet e compartilhar meus erros e


acertos ao longo de 14 anos de Bolsa, com o objetivo de ajudar pessoas
que desejam trilhar uma jornada rumo à independência financeira.
Se seres extraterrestres chegassem ao nosso planeta (e há
quem diga que eles já estão por aqui), o quê eles veriam? E o
quê isso tem a ver com os nossos investimentos e com essa
mensagem?

Recentemente o novo telescópio James Webb, registrou uma


parte da Nebulosa de Carina, localizada há 7.500 anos-luz da
terra. Uma nebulosa nada mais é do que um berço das estrelas.
É lá que a matéria, através da força da gravidade, se agrupa e
estrelas são formadas.

Agora, imagine que em alguma dessas estrelas exista um


planeta onde habite uma civilização extremamente avançada
que tenha conseguido desenvolver uma tecnologia capaz de
realizar viagens inter estelares.

Em um determinado momento, eles decidem viajar até um


pequeno planeta rochoso, que quase passa despercebido
dentro da imensidão cósmica do universo, localizado na parte
externa de um dos braços de sua galáxia:

a via
láctea
Ao se aproximarem, percebem rapidamente que esse pequeno
planeta é cheio de vida, e que nele habitam milhões de espécies
distintas.

Mas uma curiosa espécie em particular, os humanos, parece


ser mais evoluída que as demais.

Ao se aproximarem ainda mais da superfície do planeta,


percebem algo que se destaca além das formações naturais
montanhosas.

Para os extra-terrenos aquilo não parece ter sido algo que


surgiu de forma natural - o quê, de fato, não foi.
Eles ainda não sabem, mas os imóveis - nome dado pelos
humanos a essas construções - foi o pilar fundamental para a
evolução dessa espécie nos últimos milhares de anos.

Foi dentro deles, e devido a eles, que a humanidade avançou


tecnologicamente, sobreviveu, viveu, e que a história das
últimas centenas de anos foi escrita.

No entanto, existe um padrão: os extra-terrestres percebem


que os humanos tendem a se agrupar em determinadas
regiões do globo.

Nessas regiões - que os humanos chamam de cidades - há um


grande adensamento de imóveis, e também parece existir algo
peculiar:

Os imóveis não
são todos iguais
Acordam, dormem, e se abrigam das intempéries
naturais (Residencial);
Interagem para resolver problemas da sociedade
(Escritórios);
Fabricam produtos que adoram consumir (Industrial);
Transportam os produtos de um lado para o outro
(Logística);
Armazenam as informações de toda civilização (Data
Centers);
Compram e consumem seus produtos e serviços
favoritos (Comércio);
Essas informações são transmitidas até as pessoas
(Torre de antenas e satélites);
Armazenam utensílios pessoais (Armazenamento
Pessoal);
Tratam eventuais problemas de saúde (Saúde);
Residem de forma temporária (Hotelaria).

Enquanto as cidades são grandes adensamentos de


imóveis construídos, por outro lado é possível perceber um
outro tipo de imóvel ao se afastar delas.
É dentro desses imóveis em regiões afastadas das cidades
que os humanos plantam os alimentos que consomem para
sobreviver (fazendas), e plantam a madeira que utilizam
na construção dos demais imóveis urbanos (plantações de
eucaliptos).
Bom, nessa altura você já deve ter percebido o meu ponto:
Independente de estarmos olhando de perto ou de longe, os
imóveis são essenciais para a sobrevivência da
humanidade.

O meu primeiro objetivo acaba de ser cumprido:


Explicar para você a minha teoria do porquê devemos
sempre ter uma carteira composta por investimentos com
essa classe de ativo - eles funcionam como um pedágio
para a economia funcionar e para a humanidade existir.

Enquanto houver civilização os


imóveis estarão lá, e investir em
imóveis significa receber um pedágio
pela existência da humanidade.

Para facilitar o acesso a esse tipo


de empreendimento, os humanos
criaram os REITs, veículos
simples de investimentos que são
negociados em bolsa.

O único intuito é investir em todos


os tipos de imóveis e pagar uma
generosa renda passiva de forma
recorrente para seus
investidores.
Quando perceberam isso, nossos visitantes sacaram que
não tinha como ficar de fora.
O meu segundo objetivo é compartilhar com você a
estratégia que eu ensino para os meus alunos sobre

COMO ESTRUTURAR
DO ZERO UMA
CARTEIRA DE REITS
Eu levei, literalmente, 14 anos no campo de batalha e
devorando todos os livros que apareceram na minha frente
para chegar a essa estratégia.

E eu tenho certeza que essa estratégia, se colocada em


prática, irá construir um belo patrimônio para você e para
a sua família viverem a vida com mais tranquilidade e
liberdade.

Se você quiser saber mais sobre essa estratégia que até os


extra-terrestes ficaram interessados, continua por
aqui porque nas próximas páginas você vai
aprender o passo a passo para colocar
o conhecimento em prática e
ter resultados.
Você já investe em fundos imobiliários todos os meses por
conta da previsibilidade da renda passiva mensal? Então,
se prepara porque o próximo passo é começar a investir
nos REITs.

E RECEBER EM DÓLAR
Antes de te falar porque os REITs são uma boa opção, quero
primeiro te apresentar o conceito. A sigla REITs é
abreviação para Real Estate Investment Trust que é um
tipo de empresa listada na bolsa de valores dos Estados
Unidos e sua atividade principal consiste em investir em
ativos Imobiliários e distribuir a renda desses aluguéis
para os seus acionistas.
Grande parte da legislação que orienta o funcionamento
dos fundos imobiliários no Brasil foi inspirada na criação
dos REITs que aconteceu na década de 70 nos EUA.
Para que uma empresa seja classificada como REIT, é
necessário atender a alguns requisitos:
Ter pelo menos 75% do seu lucro bruto vindo de fontes
imobiliárias;
Deve distribuir, no mínimo 90% do seu lucro em forma de
dividendos para os acionistas;
Não pode ter menos de cinco acionistas detendo mais de 50%
das ações da empresa.
Quando falamos de fundos imobiliários, nos referimos à
aquisição de cotas. Eles possuem um ecossistema de
estrutura, legislação, administração e de gestão que são
próprios desse modelo de negócio.
No caso dos REITs, estamos falando de empresas
imobiliárias que tem como atividade principal a
exploração de imóveis com intuito de geração de renda.
Estão listadas na bolsa e são adquiridas por meio de ações.
No final do dia, os REITs possuem características parecidas
com os fundos imobiliários e também características
parecidas com as ações listadas na bolsa brasileira de
empresas que exploram a atividade imobiliária.
E dentro dessa categoria de investimentos representada
pelos REITs, temos algumas subcategorias:

Mortgage REITs que investem em hipotecas e


se
assemelham aos fundos imobiliários de recebíveis.

, ou seja, são
Equity REITs que investem nos ativos físicos
árias. Isso
aqueles que possuem as propriedades imobili
s prontos ou
pode acontecer através da aquisição de Imóvei
veis.
através do desenvolvimento dos próprios Imó

REITs híbridos são aqueles que possuem tan


to imóveis
para recebíveis quanto Imóveis físicos.
Tem um paper muito interessante chamado “Are REITs a
Distinct Asset Class?” - publicado em 2018 pelo Jared Kiser -
que tinha como finalidade avaliar se os REITs eram de fato
uma classe diferente de ativos das ações para ver se faz
sentido ou não ter exposição a essa classe de ativo.

>> ACESSE O MATERIAL NA ÍNTEGRA CLICANDO AQUI <<

Ele buscou identificar se existia uma diferença muito grande


entre os REITs e as empresas tradicionais do S&P 500, no que
diz respeito a aspectos como volatilidade, correlação,
descorrelação, nível de risco e retorno. Na conclusão, o autor
identificou que os REITs não são uma classe diferente de
ativos. No entanto, o índice utilizado no paper considera
tanto os Equity REITs quanto os Mortgage REITs desde a
década de 70. E por que que isso é um problema? Porque os
Mortgage REITs apresentaram uma relação de risco e
retorno muito pior do que os Equity REITs.
No entanto, o índice utilizado no paper considera tanto os
Equity REITs quanto os Mortgage REITs desde a década de 70.
E por que que isso é um problema? Porque os Mortgage
REITs apresentaram uma relação de risco e retorno
muito pior do que os Equity REITs.

Para terem uma ideia de ordem de grandeza, desde a década


de 70 até hoje o S&P 500 apresentou aproximadamente de 7%
ao ano de retorno dolarizado (já acima da inflação norte-
americana), com uma volatilidade de 17% ao ano. Enquanto
isso, os Mortgage Reits apresentaram uma volatilidade
muito maior, de 28 % ao ano, com retorno de 6% ao ano, ou
seja, inferior ao do S&P 500.

Ao analisar um índice composto somente pelos Equity REITs


nesse mesmo período, o retorno anualizado é de 12% ao ano
com uma volatilidade de 18%. Por mais que a volatilidade
seja praticamente a mesma do S&P 500, o retorno excedente
é muito maior.
Na imagem abaixo é possível perceber a diferença que essa
rentabilidade faz no longo prazo. Simulei o retorno de 100
dólares investidos em 1971 nessas três diferentes classes

O resultado dessas aplicações foram aproximadamente:


S&P 500 -> 3100 dólares
Mortgage REITs -> 1400 dólares
Equity REITs -> 21000 dólares
Ou seja, essa classe de ativos trouxe um excesso de retorno com menos
riscos do que o S&P 500. Essa informação por si só já indica que os Equity
REITs são ativos viáveis para investir para o longo prazo.

E porque faz sentido investir em REITs, Fundos


Imobiliários e imóveis físicos? Porque eles
funcionam como um pedágio para nossa
civilização que, desde as pirâmides do Egito até
hoje, foi desenvolvida dentro de imóveis.
Hoje as empresas acontecem dentro de imóveis
industriais, galpões logísticos, escritórios;
Os Data Centers, que fornecem informações, estão
alocados em imóveis;
A população mora em casas, apartamentos e em
Manufactured Homes, que são casas pré-moldadas
muito comuns nos Estados Unidos;
As pessoas alugam depósitos, conhecidos como Personal
Storage, simplesmente para guardar coisas que não
cabem na sua casa;
Para cuidar da própria saúde as pessoas procuram
hospitais e clínicas médicas.

A economia funciona dentro dos imóveis e ao ter


participação nesses empreendimentos significa que
independente da empresa que esteja ocupando aquele espaço
físico, você como investidor, estará recebendo uma
remuneração referente à sua participação.
Mas e se o negócio quebrar? Não se preocupe! Uma vez que a
empresa que aluga aquele galpão ou aquele escritório venha
à falência, o REIT vai colocar um novo inquilino para entrar
no lugar daquela empresa.

Investir em imóveis significa você receber


um pedágio para nossa economia
funcionar.
Então esse é o motivo pelo qual acredito
que você deva ter tanto fundos
imobiliários, quanto REITs na sua carteira
de investimento de longo prazo.
Se você é novo nesse universo, vou deixar uma live, um
intensivão dos investimentos do exterior, onde tem todo o
passo a passo de como você pode fazer para investir na sua
primeira ação de algum REIT ou de alguma empresa listada
no exterior.

1:34 / 2:37:11

Muitas pessoas me perguntam:

Fábio, como que eu faço para montar uma carteira


de REITs? Como estruturar, por onde começar?

Como o universo de REITS é muito maior que o universo de


fundos imobiliários, percebo que muitas vezes isso assusta
um pouco os investidores, que ficam sem saber qual
caminho seguir. Pensando nisso, eu vou dar aqui algumas
diretrizes que eu acredito que sejam fundamentais para
você montar uma boa carteira de REITs para o longo prazo.

Primeiramente, começando pelos ETFs de REITs. Existem


duas opções dessa categoria que podem funcionar muito
bem para você ter, desde o começo, uma exposição genérica
a esses ativos se expondo a todos os Equity REITs e assim, já
começar a montar a fundação da sua carteira de longo
prazo.
Os ETFs são um excelente veículo por dois motivos: além de
proporcionar uma exposição bastante diversificada desde o
começo, você, como investidor, não precisa gastar energia
selecionando os ativos, já que eles são Fundos listados em
bolsa que tem praticamente zero de taxa de administração.
E dentro desse universo de ETFs de REITs, existem dois
principais que eu gosto bastante e que funcionam, inclusive,
de forma complementar:

1 SCHH: ETF da Charles Schwab que investe em todos os


Equity REITs. Ou seja, se estamos falando de um REIT que
investe em imóveis físicos e tem uma liquidez
relativamente alta, o SCHH vai investir nesse REIT.
Hoje, o SCHH tem aproximadamente 130 REITs distintos de
todas as categorias listadas. O SCHH vai te dar essa
diversificação que você precisa no começo.

XLRE: ETF que investe somente nos REITs de Equity que


fazem parte do S&P 500. Isso significa que os REITs que
2
fazem parte do grupo das 500 maiores empresas norte
americanas, estão dentro do XLRE. Atualmente,
existem 30 REITs que fazem parte do S&P 500 e que
estão, portanto, dentro do XLRE.

É muito importante entender que a indústria de REITs é muito


maior do que toda a indústria de FII's. O SL Green, por exemplo,
é um REIT minúsculo, tem propriedades praticamente só em
Manhattan e um valor de mercado de mais ou menos U$3 Bi
no momento que eu acessei essa informação.
Por conta do tamanho, ele nem faz parte do S&P 500.
Considerando a cotação do dólar perto de 5 reais, na moeda
brasileira esse REIT equivale a R$15 Bi de valor de mercado.
Isso corresponde a praticamente todos os FII’s listados na
Bolsa Brasileira.
Só pra você ter uma ideia de ordem de grandeza, o Prologis
(PLD) é o maior REIT industrial listado na bolsa norte-
americana atualmente e tem U$87.1 Bilhões de Dólares de
valor de mercado enquanto a Vale, que é a maior empresa
listada aqui no Brasil, tem um valor de mercado de
aproximadamente U$75 Bilhões de Dólares.

$87,1 bilhões
de dólares
(*) com o dólar a R$5, corresponde a
$435,5 bilhões de reais

$75 bilhões
M ÚNICO
de reais
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EMPRE A S ILEIRA.
B R
BOLSA
Os ETFs representam a fundação de uma carteira que vai te
dar uma diversificação no longo prazo. A tese por trás da
associação do SCHH com XLRE é simplesmente para ter uma
exposição genérica aos REITs e ao mesmo tempo aumentar a
participação naqueles que são mais relevantes, que tem
maior valor de mercado.
Vou deixar de sugestão um vídeo que fiz mostrando como é a
estrutura da minha carteira norte americana e como eu faço
a divisão entre dois grandes grupos: ETFs e stock picking de
REITs; e ETFs e stock picking de ações. É um material
interessante para aprofundar os estudos.

2:18 / 11:17

A minha recomendação para os investidores no geral é ter


pelo menos um percentual da carteira, nesses ETFs, porque
além de proporcionarem uma exposição genérica,
dispensam a necessidade de escolher os REITs
individualmente em um momento inicial. Essa escolha,
facilita a vida do investidor e permite que ele já comece a
receber renda passiva trimestralmente.
Diferente dos FIIs que pagam todos os meses, os REITs, assim
como os ETFs, costumam acumular e pagar de três em três
meses, mas isso não impacta no total recebido. No fim do dia
a única diferença é a frequência.
Normalmente, após comprar os ETFs, os investidores querem
partir para o stock picking de REITs. E eu vejo que é muito
comum as pessoas ficarem em dúvida se suas escolhas fazem
sentido. Muitos seguidores chegam para mim no Instagram
perguntando:

“Fabio, eu comprei o American Towers (AMT) – que é


um REIT de infraestrutura de antenas -, o Avalon Bay
(AVB) - que é um REIT de apartamentos –, e o MPW - que
é um REIT de hospitais. Estou no caminho certo? ”.

Olhando para esses ativos, percebo que são três REITs muito
distintos, de setores diferentes e essa carteira não parece ter
uma direção. Não parece ter uma estratégia para chegar
nessas alocações finais. Na minha avaliação, ter uma carteira
só com três REITs distintos é algo que não faz tanto sentido.
Gosto de pensar na minha carteira de REITS como se cada
um dos setores, cada um dos segmentos – Residencial,
Industrial, Saúde, Personal Storage, Data Center, Retail.. –
fosse um único REIT. E dentro dessa classe de ativos eu tento
fazer uma composição de REITs diferentes que vão agregar o
maior valor possível no sentido de diversificação.
Quando penso em uma carteira, sempre tento ponderar:
“O que é interessante e o que eu quero dentro da parte dos
REITs Residenciais, por exemplo?”

Quero Imóveis que tenham algumas características como:


Tipologias diferentes:
» Eu posso escolher REITs de apartamentos, Single
Family House e Manufactured House. São três tipos
de moradias diferentes: apartamentos, casas e
trailers.

Localização diferente, que acaba influenciando em tipos


de inquilinos diferentes:
» Para isso posso optar, por exemplo, pelo:
◘ Essex Property Trust (ESS) que tem Imóveis
somente na Califórnia,
◘ Avalon Bay (AVB) que é um REIT diversificado
nos Estados Unidos, mas é mais concentrado na
Califórnia e no Nordeste, na região de Boston e
Nova York;
◘ Mid-America Apartment (MAA) com imóveis
mais presentes na região conhecida como Sun
Belt, que vai desde o Texas até a Flórida.

Apesar de serem todos


REITs de apartamento,
eles se complementam,
principalmente por conta
da localização.
Quando falamos de REITs para o longo prazo, existem 5
fatores que mostraram gerar excesso de retorno. Vou
apresentar cada um deles, mas já adianto que eu gosto de
usar os dois últimos para fazer um filtro inicial e reduzir um
pouco o universo de seleção desses ativos.

1 Setor

Normalmente quando o setor vai bem, todos os REITs que


estão inseridos ali dentro acompanham essa movimentação,
independentemente do tamanho ou do nível de
endividamento.
Por mais que seja um aspecto importante, não tem como
saber qual é o tipo do setor que vai performar melhor no
futuro. Por isso que eu gosto de ter todos os setores e estar
sempre exposto à maioria dos bons ativos dentro de cada um
porque, independente de qual deles apresentar uma melhor
performance estarei participando de uma forma ou de outra
desses resultados.
É esperado que no longo prazo, cada setor apresente
resultados significativos em um determinado momento, ou
seja, alguns períodos alguns setores vão crescer muito e os
demais setores vão ficar de lado e isso vai se invertendo com
o tempo, mas vai ser equilibrando. Por isso é importante
diversificar.

2 Dividend Yield

Muitas pessoas procuram REITs com Dividend Yield muito


alto, mas aqueles que apresentam Dividend Yield menores
foram os que melhor performaram no longo prazo.
Trazendo um pouco do aspecto técnico, os REITs geram muito
mais caixa do que lucro líquido.

CAIXA
> LUCRO
LÍQUIDO
A legislação obriga que eles distribuam, no mínimo, 90% do
lucro líquido, mas como nesse valor está incluso a
depreciação dos ativos (que não tem efeito caixa) então
muitas vezes o REIT gera 2x, 3x o lucro líquido dele em forma
de caixa. Por conta da legislação ele distribui o limite exigido
e retém o restante para comprar novos Imóveis, ter mais
aluguéis e ir potencializando essa bola de neve.
Normalmente, os REITs que fazem isso têm um Dividend Yield
baixo. Já os REITs que distribuem todo o caixa, tem um Yield
maior, mas, como consequência, não vão conseguir investir
no seu crescimento.

Esse é um fator que não é funcional para fazer um filtro


inicialmente. Utilizo mais com o intuito de tirar a crença
limitante de que os REITs com Dividend Yield baixo não
oferecem um bom retorno no longo prazo.

3 Custo de Capital
Os REITs que são mais caros e que tem um múltiplo maior,
seja pela relação preço lucro ou pela relação preço sobre o
Funds From Operations (FFO), que é a geração de resultado
de fato do REIT. Eles são os REITs que melhor performaram
no longo prazo e para entenderem melhor essa diferença,
vou deixar um vídeo aqui explicando direitinho.

0:27 / 10:54

Por que isso acontece? Porque quando o REIT é muito caro, ou


seja, o valor de mercado dele é muito grande frente a algum
fundamento, ele pode facilmente emitir novas ações para
capitalizar recursos. Mesmo que seja uma emissão pequena,
já é o suficiente para comprar uma quantidade muito grande
de imóveis e trazer um retorno desse investimento através
dos alugueis desses Imóveis.

Esse valor costuma ser maior do que a diluição


provocada aos acionistas com a emissão, por isso que
os REITs mais caros performaram melhor.

Eu também não gosto desse fator para fazer uma análise


inicial, porque ele vai acabar gerando muito giro na sua
carteira. Mas é importante entender que, assim como no
dividend yield, pagar mais caro no REIT é melhor do que
comprar aqueles que são muito descontados.
E aí a gente chega nos dois últimos fatores que são os que eu
gosto de usar para fazer um filtro Inicial:

4 Qualidade do Balanço

Os REITs que possuem endividamento de baixo a moderado


performaram melhor do que os que possuem muita dívida.

Não é difícil entender o motivo por trás dessa conclusão,


porque quanto mais dívida um REIT tem, maior é o juros e
mais cara a dívida vai ficando. Considerando que os aluguéis
dos imóveis é mais ou menos fixo no mercado, então quanto
mais dívida ele tem, menos ele consegue gerar de valor. Para
exemplificar, vamos imaginar a emissão de uma dívida a 2%
ao ano para comprar um imóvel que rende 5% - 6% ao ano. Se
a dívida for de 5% - 6% ao ano, para comprar um imóvel que
rende 6,5% - 7% ao ano, essa arbitragem vai ficar muito
diferente e o REIT vai carregar um risco mais elevado que é
inerente do endividamento maior.
Por isso, é interessante sempre filtrar os REITs por
endividamento, ou seja, tirar aqueles que são muito
alavancados.

5 Market Cap

O quinto fator é o tamanho do Market Cap. Do total de REITs,


tirando os 25% de maior valor de mercado e os 25% de menor
valor de mercado, resta 50% dos REITs que foram os que
melhor performaram no longo prazo.

No site da Nareit (National Agency of REITs) que é a Agência


Nacional dos REITs nos Estados Unidos, você consegue baixar
a composição mensal de todos os REITS que fazem parte do
índice. Além disso, eles apresentam de forma bastante
organizada quais são os REITs por setor.
Como eu sempre vejo o setor como se fosse um único
grande REIT, eu aplico um filtro tirando aqueles que têm
o valor de mercado menor do que U$2 ou U$3 bilhões de
dólares normalmente.

Dos que sobraram, elimino aqueles que têm o


endividamento muito grande. Um valor de até 7x de
Dívida Líquida/Ebitda é interessante.

Ao realizar esse procedimento dentro de cada um dos


segmentos, você vai ver que não sobra uma quantidade
tão grande assim de REITS. E aí a partir dessa seleção,
que entra a etapa de identificar quais deles se
complementam em região, tipologia do imóvel e também
tipologia inquilino.

Alguns segmentos como, por exemplo, Health Care, tem


várias classes diferentes de tipos de ativos de saúde com
focos diferentes:
Medical Properties Trust Inc. (MPW) é focado em
hospitais;

Welltower (WELL) é focado em Senior Housing, que são


apartamentos e moradias para idosos;

Alexandria Realty (ARE) é um REIT de escritórios, mas


como ele aluga esses escritórios para empresas de
laboratório, normalmente é classificado dentro de
saúde;

Skilled Nursing é focado em idosos, mas oferece um


cuidado médico maior com enfermeiros e equipamentos;

Medical Centers são centros clínicos que estão


normalmente ligados aos hospitais das clínicas médicas
Com esses exemplos é possível perceber que dentro de cada
um dos segmentos existem ativos bem distintos, apesar de
fazerem parte da mesma classe.

Mas a dica que eu dou para vocês é: comece pelo


ETFs. Eles já vão te garantir uma exposição a
praticamente todos os REITs. Com o tempo, analise
setor por setor de forma individualizada.

Em vez de sair comprando um REIT de apartamento, um de


Hospital, um de Data Center, analise primeiro cada um deles.
Dedique um tempo de estudo por segmento, porque você vai
estar fazendo uma análise em que os ativos conversam entre
si, são parecidos e a ideia é a mesma. Monte primeiro sua
carteira de residencial, depois de Industrial, depois de Health
Care, depois vá para os imóveis de varejo, por exemplo, e
assim sucessivamente.
Se quiser entender melhor como investir e montar uma
carteira de investimentos completa no exterior, no link
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esse assunto.

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