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Fichamento
História da América II
Professora: Larissa P. B. Pacheco
Aluna: Evelli Beatriz de Jesus Cerqueira
Principais Argumentos
A autora inicia fazendo uma comparação de cuba com Brasil, já que os dois demoraram
para abolir a escravidão e utilizavam de leis e técnicas gradualistas para a chegada da mesma.
Fazendo com que desse modo a abolição chegasse no Brasil apenas em 1888 enquanto na Cuba
apenas em 1886, dois anos de diferença.
Em seguida ela fala que existem várias maneiras de abordar sobre o que levou ao fim
da escravidão em Cuba. E ela cita 2 argumentos considerados "comuns": O PRIMEIRO seria
um problema político, já que existiam pressões internas e externas para acabar com a
escravidão, visto que a maior parte da América já havia feito a extinção da escravidão.
A SEGUNDA seria usar a abolição como forma de solucionar as dificuldades
econômicas que começavam a se instaurar no interior do mundo açucareiro, crise essa que seria
associada por alguns pesquisadores como a incompatibilidade da escravidão com os avanços
tecnológicos, mas autora na verdade diz que não irá pelo caminho de um nem do outro e
tampouco a síntese os dois, mas seguiria por um rumo diferente.
SOCIEDADE CUBANA:
O início do capítulo é voltado para a sociedade cubana, ela apresenta muitas informações
de como essa população era organizada, não muito diferente das demais colônias da América,
uma sociedade totalmente estratificada e hierarquizada, ela traz diversas tabelas com a
quantidade de escravizados, de brancos, livres, homens e mulheres e ela também traz tabelas
com as toneladas de açúcar que eram produzidas. Ou seja, ela trabalha com muitos números
para poder comprovar o seu ponto.
Cuba se destacava entre as demais ilhas açucareiras do Caribe por ser
predominantemente branca. Isso não foi um evento que sempre esteve presente na sociedade
cubana, visto que no censo feito pelo governo de 1846 os brancos eram minorias e só viram
maioria em 1862, um aumento que foi acontecendo ao longo dos anos. Essa população branca
era majoritariamente criolla, ou seja, descendentes dos espanhóis que nasciam na américa,
enquanto os espanhóis eram minoria.
Rebecca fala de um assunto muito comum nas discussões sobre a América onde
envolvem os diferentes grupos de cores "(...) os mulatos livres procuravam frequentemente
distanciar-se dos negros, num esforço tanto de evitar a “mancha” compartilhada pela
ascendência escrava como para afirmar a importância das diferenças nos status sociais e nas
gradações de cor da pele.”(p.28) enquanto os mulatos buscavam se distanciar, os negros livres
e os escravizados faziam um movimento contrário, eles se uniam, seja por parentesco ou por
qualquer tipo de movimento.
Continuando na análise da população cubana, na década de 1860 a maioria dos
escravizados se encontravam na zona rural, sendo que 47% desses estavam nas grandes
propriedades açucareiras. O que a autora deixa claro nas notas, ser um argumento que vai contra
a visão enganosa, propagada por alguns pesquisadores de que Cuba, às vésperas da
emancipação, oferecia muitas oportunidades a todos os escravizados, visto que isso não seria
possível, já que quando grandes inovações tecnológicas chegam, sempre vão esmagadoramente
para as regiões urbanas, então como os escravizados teriam tantas ricas oportunidades se eles
se encontravam em maioria na zona rural? (Visualizar tabela da página 30 para maior análise)
A COARTACIÓN
Antes de falar sobre o próximo tópico que seria a coartación, a autora traz um ponto
muito importante que é de que muitos pesquisadores têm uma visão de que a escravidão em
Cuba foi uma escravidão moderada e eles utilizam como argumentos de que a Igreja Católica
estaria trazendo esse caráter paternalista para Cuba. Mas a autora contra-argumenta que essa
visão não pode ser sustentada, devido ao fato de que pesquisas recentes (1991) mostram que a
Igreja Católica não teria como interferir diretamente nas relações escravistas no interior de
Cuba, principalmente nas grandes propriedades açucareiras, devido ao fato de que ali se
desenvolvia uma agricultura capitalista de larga escala.
Seguindo, a CORTACION era basicamente um estatuto, uma condição que permitia aos
escravizados cubanos alcançarem de forma gradual a emancipação. Ele dava uma entrada, uma
primeira parcela de acordo com o seu valor, e a partir daí ele se encontrava em uma posição
intermediária em relação aos escravizados e aos livres. Eles adquiriam alguns benefícios como
caso fosse alugado ele teria direito a alguma porcentagem de acordo com os seus rendimentos.
Mas esse era um meio muito ilusório, pois o preço dos escravizados, principalmente em 1860,
subiu muito, chegando até mais de 6x o valor anterior, o que tornava, para os escravizados,
muito difícil de alcançar a emancipação.
Os escravizados, apesar do rigoroso sistema, obtêm acesso concedido pelos seus
senhores, há alguns tantos de terra, acesso esse que não possuía caráter paternalistas e sim
porque era conveniente aos senhores, ter escravizados produzindo suas próprias alimentações e
vendendo, de forma muito barata e desproporcional, aos senhores. Mas mesmo com todas essas
invalidações, era uma pequena experiência econômica e de subsistência que serviria como uma
base, insólita, mas base, para os escravizados no período pós abolição. Lembrando que não
eram todos escravizados que possuía isso, Rebecca argumenta que, numericamente não tem
como saber quantos escravizados possuíam terras e nem se eram a maioria, o mesmo se
enquadra em relação à constituição de família, até porque ir para o engenho aparece naquela
sociedade como forma de castigo para os escravizados urbanos.
O AÇÚCAR
O cultivo de açúcar teve sua fortificação pela escravidão, já que os senhores tinham a
total liberdade de explorar quem trabalhava durante as safras, sem se importarem com seus
bem-estar.
Voltando ao início do capítulo, onde a autora diz que muitos pesquisadores dizem que
a escravidão se tornou incompatível com a mecanização, ela argumenta como essa ideia tem
vários pontos fracos:
Um dos Argumento dos autores era de que os escravizados não sabia lidar com a
tecnologia e poderiam até sabotar as máquinas, mas esse argumento cai por terra, pois Rebecca
traz ao texto provas de que havia diversas sociedades escravistas onde os escravizados
trabalhavam em usinas, fábricas e minas, da mesma forma que nos campos, ou seja dizer que
eles não saberiam mexer com tecnologia só por serem escravizados e apenas com o trabalho
livre essas máquinas poderiam serem manuseadas, é um pensamento racista, ao invés de admitir
que os escravizados cubanos não tinham instrução de como manusear e eram mantidos em
cativeiro e a hipótese de que eles poderiam sabotar as máquinas não impediu que as outras
sociedades escravistas colocassem eles em equipamentos caros.
A autora apresenta um novo elemento que seriam os trabalhadores chineses, os
pesquisadores que consideravam a escravidão incompatível com a tecnologia, usaria o
argumento de que a mecanização só se tornaria possível em Cuba graças ao trabalho livre feito
pelos chineses. Mas a autora (na página 44) diz que não é bem assim,
A importância do trabalho chines na
sobrevivência e desenvolvimento da
indústria açucareira cubana é indiscutível,
mas as razões de sua significação são
complexas. Entre 1847 e 1874 foram
trazidos para Cuba cerca de 125 000
trabalhadores chineses, impedindo a crise
na oferta de trabalho que de outra forma
sobreviveria com a atenuação do tráfico
de escravos. Muitos foram engajados a
força ou iludidos e embarcados para um
destino imprevisível em Cuba. Uma vez
em terra, eles eram postos à venda como
se fossem escravos, muito embora legal e
estritamente seus contratos é que
estivessem sendo vendidos. A maior parte
era conduzida para os engenhos de
açúcar, onde eram alojados em cabanas
feitas de cana ou palmeira ou em
barracões, alimentados com milho,
bananas, carne seca ou peixe, organizados
em turmas e enviados para o trabalho nos
campos e usinas sob a supervisão de
capatazes armados. Apesar da proibição
de castigo corporal de 1854, os chineses
eram açoitados. Ainda que seus contratos
fossem por oito ano, depois de expirado o
prazo às vezes eram obrigados a renová-
los ou deixar o país à sua própria custa.
(SCOTT, 1991)
Ou seja, a vida dos chineses se comparava com as dos escravizados, e não se pode
atribuir a mecanização aos chineses até porque a maioria deles não eram enviados para
propriedades mecanizadas e sim para os campos, junto aos escravizados, ao invés de serem
tratados como trabalhadores assalariados e livres os senhores os tratavam como escravizados.
Sendo assim seria algo enganador associar a mecanização aos Chineses.
E a própria autora sugere um argumento que seria valido ser usado na discussão, seria
que a escravidão poderia ser incompatível com a tecnologia, pois ela custava muito para ser
mantida, e ao invés de gastar com o custo dos escravizados, esse dinheiro poderia ser investido
em maquinário, para aumentar a produção. Mas os senhores não se encontravam interessados
em abolir a escravidão por um longo tempo e de certo modo ela permitiu um lucro considerável
nas plantações e negócios dos senhores.
PATRONATO