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CANETAS EMAGRECEDORAS PODEM

AUMENTAR RISCO DE CÂNCER DE TIREOIDE

Medicamentos para emagrecer não são isentos de efeitos colaterais que


colocam a saúde em risco - iStock

POR ANDERSON JOSÉ


PUBLICADO EM 15/12/2022, ÀS 10H00

Com as festas de fim de ano se aproximando as rabanadas, arroz – com uva


passa ou não – panetones e afins tomam conta das mesas de diversas famílias.
Depois de se esbaldar nas guloseimas, a promessa de iniciar uma dieta no ano
seguinte é feita, mas nem sempre cumprida dados os desafios para perder peso
e diminuir as medidas nas roupas. É aí que surgem as receitas, chás e remédios
"milagrosos", vendidos com o intuito de ajudar a diminuir os quilos na balança,
porém, nem sempre funcionam e não são isentos de efeitos colaterais que
colocam em risco saúde de quem os utiliza em risco.

Certamente você já ouviu falar nas "canetas emagrecedoras" utilizadas no


tratamento do diabetes tipo 2. Essas canetas fazem parte da classe dos análogos
de GLP-1, que são receptores localizados em algumas células do pâncreas
responsáveis pela liberação de insulina no organismo. Esse medicamento,
além de diminuir a quantidade de açúcar no sangue, tem um efeito importante
na diminuição de peso, melhorando a resistência à insulina. Porém, existem
riscos associados ao uso...

Análogos de GLP-1 e câncer

Um estudo recente de pesquisadores franceses, publicado em periódico da


American Diabetes Association, sugere que esses medicamentos têm efeitos
específicos na glândula tireoide, envolvendo potencialmente o
desenvolvimento de câncer, particularmente de câncer medular de tireoide. Os
pesquisadores chegaram a conclusão de que liraglutida e duglatida, entre
outros análogos de GLP-1 usados por mais de 1 ano, aumentaram o risco de
neoplasia tireoidiana.

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Com base nesses achados, a Food and Drug Administration (agência


reguladora de medicamentos) dos EUA contraindica o uso de liraglutida,
dulaglutida, exenatida de liberação prolongada e semaglutida em pacientes
com história pessoal ou familiar de câncer de tireoide. Os médicos devem estar
cientes desse risco potencial ao iniciar um agonista do receptor de GLP-1 e
monitorar cuidadosamente os pacientes expostos. É por isso que o uso
indiscriminado desses medicamentos pode apresentar mais riscos à saúde do
que alguns quilinhos a mais na balança.
Câncer de tireoide

O câncer de tireoide é a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino,


ocupando, inclusive, a 8ª posição no ranking dos cânceres que acometem as
mulheres no mundo. De acordo com dados recentes do Inca (Instituto
Nacional de Câncer), em 2022, este será o terceiro tumor mais frequente em
mulheres na Região Sudeste e na Região Nordeste (sem considerar o câncer de
pele não melanoma), representando mais de 13 mil novos casos entre 2020 e
2022. A radiação e a baixa ingesta de iodo são os principais fatores de risco para
o desenvolvimento da doença que pode apresentar os seguintes sinais e
sintomas:

• Nódulo no pescoço, que às vezes cresce muito depressa


• Dor na parte da frente do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos
• Rouquidão ou mudança no timbre de voz que não passa com o tempo
• Dificuldade para engolir
• Dificuldade para respirar, como se você estivesse respirando por um
canudinho
• Tosse que não passa e não é causada por gripe

Diante da suspeita, é muito importante procurar atendimento médico porque o


diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e melhora o prognóstico.

Ano novo, vida nova

Se você anda comendo um pouquinho a mais e está aguardando ansiosamente


as delícias do final de ano na ceia de Natal: coma sem culpa, mas depois tente
buscar novos hábitos, incluindo a prática diária de exercício físico e o consumo
adequado de carboidratos, já que “canetas milagrosas” sem prescrição médica
podem fazer mais mal do que bem.

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