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Terça-feira, 21 de Março de 2023 I Série – N.

º 53

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO Em 1958, a UPNA deu lugar à UPA — União das


Populações de Angola, imprimindo-se à União um carácter
Tribunal Constitucional nacional, cujo objectivo fundamental era a Libertação e a
Despacho n.º 3/23: Independência Nacional de Angola.
Anota as alterações operadas aos Estatutos do Partido FNLA, em vir-
Essa mudança ocorreu fruto da recomendação feita por
tude das deliberações emanadas no V Congresso Ordinário.
Álvaro Holden Roberto à Direcção da UPNA, liderada por
Manuel Barros Sidney Nekaka, sediada em Leopoldville,
actual Kinshasa — RDC. A partir de Accra, Ghana, com a
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL influência de Frantz Fanon, quando eles se prestavam a parti-
cipar na 1.ª Conferência dos Povos Africanos, presidida pelo
Despacho n.º 3/23 Queniano, Tom Mboya, no quadro do Panafricanismo e da
de 21 de Março emancipação continental de África, sob a égide de Kwamme
O Partido FNLA realizou, entre os dias 16 e 20 de Setembro Nkrumah, Presidente da ex-Costa do Ouro, actual Ghana,
de 2021, o seu V Congresso Ordinário. que acabava de conquistar a sua independência em 1957.
Após apreciação da conformidade dos requisitos legais e Álvaro Holden Roberto tinha chegado a Accra antes
estatutários para a realização do referido Congresso, serve o de Patrice Emery Lumumba, que é o mito da Revolução
presente Despacho para anotar e registar o seguinte: Africana, ajudou a organizar a vinda deste, Patrice Emerry
§ Único: — Têm-se por anotadas as alterações operadas Lumumba, com o qual tinha uma profunda amizade.
aos Estatutos do Partido FNLA, em virtude das deliberações Álvaro Holden Roberto teve a honra de patrocinar o
emanadas no V Congresso Ordinário. mítico e histórico encontro de apresentação entre Frantz
Fanon e Patrice Emery Lumumba, em Accra — Ghana. A
Publique-se.
história de África e da liberdade dos povos muito deve a estes
Luanda, a 1 de Março de 2023. dois ícones do Nacionalismo Continental, Panafricanistas de
A Juíza Conselheira Presidente, Laurinda Prazeres gema.
Monteiro Cardoso. O pacto de sangue entre Holden Roberto e Patrice Emery
Lumumba, que consistia no facto de «o Primeiro a Atingir a
Independência Deve Apoiar Incondicionalmente o Outro»,
PREÂMBULO
foi proposto por Fanon.
As origens da FNLA remontam a 7 de Julho de 1954, Firmado em silêncio esse pacto, o Congo e Angola
quando os nacionalistas Manuel Barros Sidney Nekaka, João uniam-se indissoluvelmente.
Pinnock Eduardo, Francisco Borralho Lulendo, Albertino Em Agosto de 1960, Frantz Fanon envolveu-se directa-
Luvukumuka, Samuel de Sousa, Carlos, Ngonga, Ngombo mente no levantamento de 15 de Março de 1961, data do
Faustin, Kimpiatu, Pelani Eduardo e outros angolanos, radi- Início da Luta Armada em Angola, sendo impulsionador do
cados no então Congo Belga, hoje República Democrática início da luta, deslocou-se até às fronteiras de Angola para
do Congo — RDC, fundaram na Cidade Portuária de Matadi constatar o terreno e estudar as condições do lançamento
a União das Populações do Norte de Angola — UPNA. da guerrilha. Fizeram parte dessa deslocação, para além de
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Álvaro Holden Roberto, os históricos combatentes Pedro A 26 de Setembro de 1974, uma Delegação do Governo
Vida Garcia, Manuel Cosme, Manuel Lelo, Pedro Sadi, Provisório Português, chefiado por Mário Soares, então
Manuel Bernardo e Tussamba Kwa Nzambi Garcia. Ministro dos Negócios Estrangeiros, desloca-se à Kinshasa
Os pioneiros da luta de libertação, João Pinnock Eduardo para manter conversações com a Direcção da FNLA. Este
e Borralho Lulendo, também tiveram a oportunidade de encontro foi precedido da Cimeira da Ilha do Sal (Cabo
interagir com Frantz Fanon, bem como o primeiro Chefe das Verde), entre os Presidentes Mobutu e Spínola, do Zaire e
Operações de Guerrilha da UPA, o Alferes, João Baptista Portugal, respectivamente, aos 15 de Setembro de 1974.
Traves Pereira, natural do Cunene, abordou com o estratega O Acordo de cessar-fogo foi assinado na Cidade de
Frantz Fanon as tácticas a aplicar na insurreição. Kinshasa, capital da República Democrática do Congo,
Prosseguindo o seu objectivo, com o ideário «Liberdade ex-República do Zaire, de um lado, pelo Presidente da
e Terra», a UPA iniciou a Luta de Libertação Nacional, FNLA, Irmão Álvaro Holden Roberto, na sua qualidade
aos 15 de Março de 1961, tendo antecedido essa acção de Comandante-em-Chefe do ELNA, histórico e glorioso
patriótica com as revoltas de 4 de Janeiro e 4 de Fevereiro Exército de Libertação Nacional de Angola, aquele que foi o
do mesmo ano, na Localidade de Baixa de Kassanje, em seu braço armado durante a Luta de Libertação Nacional, e,
Malanje, e na Cidade de Luanda, respectivamente. de outro lado, pelo General Fontes Pereira de Melo, Chefe
As revoltas atrás referidas, efémeras e circunscritas, da Casa Militar do Presidente da República Portuguesa, em
foram encabeçadas pelos seus militantes, o Comandante representação do Governo Português.
António Mariano e o Soba Teka Dia Kinda, estimulados por A Delegação Portuguesa enviada precipitadamente a
Rosário Neto, então Vice-Presidente da UPA, para Malanje e, Kinshasa era militar e integrava algumas entidades vindas
pelo ínclito nacionalista angolano Cónego Manuel Joaquim de Luanda, como é o caso de Comodoro Leonel Cardoso,
Mendes das Neves «Makaríus», apoiado pelos operacionais o último Alto-Comissário Português em Angola, o General
Neves Bendinha, Herbert Inglês, Viegas Paulo, Francisco Gonçalves Ribeiro, o Major Pedro Pezarat (actualmente
Miguel Zau, Luís Inglês, Zacarias António Amaro, César General), o Major Cabarrão, Chefe do Serviço de Informação
Correia «Mekuiza Mekuenda», todos ligados à UPA, para Militar, em Angola, e outros para as conversações com vista
Luanda. ao cessar-fogo.
Também participaram, neste acto de revolta de Luanda, As conversações decorreram a bordo do iate do Presi-
diversos nacionalistas, como Paiva Domingos da Silva, dente Zairense, Mobutu Sese Seko.
Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor, Francisco Pedro, e A cessação das hostilidades militares no território ango-
muitos outros, que não eram filiados à UPA. lano foi decretada no dia 12 de Outubro de 1974, com
Em 27 de Março de 1962, constituiu-se a Frente Nacional vigência a partir das 00h00 do dia 15 de Outubro do mesmo
de Libertação de Angola — FNLA, pela fusão da UPA com ano.
o PDA — Partido Democrático de Angola. A FNLA, através de um dos seus componentes, a UPA,
A FNLA foi o primeiro Movimento de Libertação de foi o primeiro Movimento de Libertação a pegar em armas
Angola a ser reconhecido internacionalmente na Cimeira contra o Colonialismo Português e o último a depô-las.
da OUA, durante o Acto Constitutivo desta Organização Sob os auspícios do então Presidente Jomo Kenyatta, da
Continental, em Addis Abeba (Etiópia), em 25 de Maio República do Quénia, realizou-se, de 3 a 5 de Janeiro de
de 1963, através do GRAE — Governo Revolucionário de 1975, a Cimeira de Mombaça, congregando as três forças
Angola no Exílio, seu Órgão Executivo, na pessoa do seu políticas históricas, designadamente a FNLA, o MPLA e a
Presidente, o Irmão Álvaro Holden Roberto. UNITA. A Cimeira de Mombaça criou as bases que ditaram
Conduzindo a Luta Armada até 11 de Outubro de 1974, a realização exitosa do evento subsequente, a Cimeira de
a FNLA foi o único Movimento de Libertação que assi- Alvor, de 10 a 15 de Janeiro de 1975.
nou um verdadeiro Acordo de Cessar-Fogo com o Governo A 15 de Janeiro de 1975, a FNLA, o MPLA e a UNITA
Português, pondo fim a uma longa e heróica Luta de assinam os Acordos de Alvor, em Algarve, Portugal, que
Libertação Nacional, tendo sido também o único a apre- consagraram a Independência de Angola, dos quais a FNLA
sentar prisioneiros de guerra do Exército Colonial, num foi autora. Os 3 (três) Movimentos de Libertação e Portugal
número de 25 (vinte e cinco), os quais foram entregues à engajaram-se a instaurar a transição de 11 (onze) meses em
Cruz Vermelha Internacional, sendo um deles, o Almirante regime rotativo, no decurso do qual, cada um deveria assu-
Rosa Coutinho. mir a Direcção durante um mês, alternadamente.
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A Independência Nacional deveria ser proclamada a 11 de formação de um Governo de Unidade Nacional. O MPLA,
Novembro de 1975, precedida de eleições democráticas, que já detinha o controlo de Luanda e com o apoio decla-
através das quais o Povo Angolano escolheria o seu regime rado de Cuba e da União Soviética, rejeitou liminarmente
e os seus dignos representantes. tais propostas, que incluíam ainda a criação de uma força
O texto dos Acordos de Alvor foi elaborado unicamente dissuasora sob a égide da OUA.
pela FNLA, os obreiros e principais actores foram os Irmãos
Frustrados os Acordos de Alvor, pela não realização das
Johnny Eduardo Pinnock, Mateus Neto, Paulo Tuba, Holden
eleições gerais como previstas, a FNLA manteve mesmo
Roberto, Samuel Abrigada, Ngola Kabangu, Hendrick Vaal
assim o seu ideal de institucionalizar pela via política uma
Neto e Demba Resende Diop. Foi posteriormente adop-
tado por todos os signatários, a saber: o MPLA, a UNITA e sociedade livre, em Angola, onde os direitos fundamentais
Portugal, bem como a própria FNLA, autora. do homem sejam respeitados.
A única contribuição do MPLA, feita pelo seu Presidente De 28 a 31 de Julho de 1992, a FNLA organizou em
António Agostinho Neto, em Mombaça, Quénia, foi a intro- Luanda, no Museu de História Natural, a sua 1.ª (pri-
dução do sistema rotativo de governação transitória no meira) Conferência Nacional em tempo de relativa Paz e
Colégio Presidencial. Democracia, exclusivamente dedicada à instituição e reor-
A FNLA tinha terminado a gestão do Governo de
ganização dos seus Órgãos Centrais e Locais a nível do
Transição, em Fevereiro de 1975. E em Março do mesmo
País e a participação nas primeiras Eleições Presidenciais e
ano foi a vez do MPLA, que aproveitou para instigar o povo
para confusões em Luanda, espaço geográfico que ele con- Legislativas da 2.ª República, que apresentava Angola como
siderou sempre seu Quartel-General. Perante a reacção da um Estado Democrático e de Direito.
FNLA e da UNITA, o MPLA iniciou uma guerra civil com A Frente Nacional de Libertação de Angola — FNLA,
a ajuda das Forças Portuguesas, no total de 26 mil soldados com a sua inscrição no Tribunal Supremo, nos termos
estacionados no Grafanil, no quadro dos Acordos de Alvor, do artigo 15.º da Lei n.º 15/91, de 11 de Maio — Lei dos
assim como as primeiras Unidades Cubanas provenientes Partidos Políticos (revogada pela Lei n.º 22/10, de 3 de
de Brazzaville, sendo a expedição e a acção denominada
Dezembro), organiza-se e institucionaliza-se como Partido,
Operação Carlota.
na sequência do Movimento de Libertação e no quadro da
Sob mediação do Presidente Jomo Kenyatta da
República do Quénia, Holden Roberto, Agostinho Neto Democratização do País.
e Jonas Savimbi, reunidos em Cimeira, na Cidade de Assim sendo, a FNLA pelos seus antecedentes histó-
Nakuru, assinam um Acordo, visando pôr fim à guerra ricos, culturais, sociais e políticos, invocando e rendendo
civil e repor o Acordo de Alvor, um acto simboli- preito à memória de todos os heróis e de cada uma das
zado pela plantação de uma palmeira pelos 3 (três) angolanas e dos angolanos que perderam as suas vidas, na
Líderes Angolanos. Este Acordo não vincou, e aos defesa da Pátria, em nome do nosso glorioso Partido, em
26 de Julho de 1975, o MPLA proclama a Resistência
especial ao Malogrado Irmão Álvaro Holden Roberto, Líder
Popular Generalizada, desaloja a FNLA e a UNITA de
Histórico incontestável «Pai do Nacionalismo Angolano e da
Luanda, apodera-se do poder e Proclama unilateralmente a
Independência a 11 de Novembro de 1975, em Luanda, sob a Independência de Angola», cujo legado continua a iluminar
cobertura do Alto-Comissário Português, Comodoro Leonel o nosso caminho e como Partido Político com a responsabi-
Cardoso, em violação dos Acordos de Alvor. No entanto, a lidade acrescida desta dádiva de Luta de Libertação da qual
FNLA, por Álvaro Holden Roberto, proclamou a indepen- surtiu a Independência, está ao serviço do Povo Angolano,
dência na Cidade do Ambriz, Bengo e, a UNITA por Jonas com o mesmo ideal de Paz, Justiça e Progresso, emanado da
Malheiro Savimbi, na Cidade do Huambo. «Liberdade e Terra», rege-se pelos seguintes Estatutos:
Foi assim que inicia, em Angola, uma Guerra Civil sem
tréguas que durou 27 anos.
É de salientar que, durante a Cimeira de Chefes de ESTATUTOS DA FNLA
Estado e de Governo da OUA, realizada em Julho de 1975,
em Kampala, aquela Organização Continental criou uma TÍTULO I
Comissão composta de dez elementos que, no período Princípios Fundamentais
compreendido entre 10 a 20 de Outubro daquele ano, visi-
tou Angola, tendo mantido contactos separados com os CAPÍTULO I
Presidentes dos 3 (três) Movimentos de Libertação. Esta
ARTIGO 1.º
Comissão encarregada de estudar, in loco, o evoluir da (Definição)
situação deplorou o recrudescimento da guerra, tendo ape-
lado, por um lado, ao Governo Português, para assumir 1. A Frente Nacional de Libertação de Angola — FNLA
plenamente as suas responsabilidades, e, aos beligerantes, é o resultado da fusão da UPA — União das Populações de
o cessar-fogo imediato, a cessação da ingerência externa e a Angola e PDA — Partido Democrático Angolano.
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2. A FNLA é o expoente máximo da Luta de Libertação b) Incrementar políticas e métodos para a reunificação
Nacional contra o Colonialismo Português, que se consa- de todos os militantes simpatizantes e amigos
gra na grandiosa tarefa de edificação de Angola como um que formam a Grande Família da FNLA, bem
Estado Democrático e de Direito, na missão de dignificação como recrutar novos membros para o Partido;
dos Angolanos. c) Criar condições e ambiente político propício para
ARTIGO 2.º o retomo dos seus filhos e quadros à Casa da
(Objectivos)
Grande Família da FNLA para juntos lutarem
1. A FNLA tem como objectivos o alcance democrático
para o engrandecimento do Partido e da Nação
das legítimas aspirações dos angolanos, a defesa dos seus
Angolana;
interesses superiores e a luta pelo seu progresso e bem-estar
d) Adoptar medidas e políticas para o crescimento do
social.
Partido, em especial na juventude e nos quadros,
2. A FNLA é um Partido Democrático que tem como fun-
damento a Unidade Nacional, o respeito pela dignidade da sem distinção de cores, sexo, grupos sociais,
pessoa humana e liberdades fundamentais do Homem, quer etnolinguísticos, socioprofissionais ou crenças
como indivíduo, membro de um grupo ou Associações. religiosas.
3. Os militantes e simpatizantes do Partido exercem os 8. O Regulamento de organização e funcionamento das
seus direitos políticos através do sufrágio directo, perió- estruturas do Partido define a forma como a FNLA pode par-
dico, dando assim a sua participação democrática na vida do ticipar ou integrar nas coligações, estratégias, plataformas e
Partido e da Nação. outras acções, assim como instituições ou organizações par-
4. Normas específicas regulam o processo de eleições ceiras, capazes de conceder financiamentos, doações, ajuda
internas. económica e financeira, apoios e assistência técnica multi-
5. De acordo com a lei vigentes no País, a FNLA propõe- forme necessária para o seu funcionamento.
-se a dar o seu contributo, em conformidade com o que está ARTIGO 3.º
contido nas alíneas abaixo descriminadas: (Símbolos, sigla, divisa, bandeira, hino, marcha e insígnia)
a) Na consolidação da Nação Angolana, na Inde- 1. A Sigla do Partido é «FNLA» ou «Frente Nacional de
pendência Nacional, e no reforço da Unidade Libertação de Angola — FNLA».
Nacional; 2. A Divisa da FNLA é «Liberdade e Terra»:
b) Na salvaguarda da integridade territorial; a) Liberdade — significa o quadro social e democrá-
c) Na defesa da soberania e da democracia; tico onde gravitam todas as aspirações do Povo
d) Na protecção das liberdades fundamentais e dos
Angolano;
direitos da pessoa humana;
b) Terra — o espaço vital onde as aspirações podem
e) Na defesa da forma republicana e do carácter uni-
ser satisfeitas.
tário e laico do Estado Angolano;
3. A Bandeira da FNLA é formada por três cores, uma
f) No respeito à Soberania, aos símbolos e às leis do
faixa triangular branca, no ângulo superior esquerdo, sepa-
Estado Angolano, bem como às convenções, tra-
rado de uma barra hexagonal vermelha, em cujo centro está
tados e acordos internacionais por ele assinados,
incrustada uma estrela, e em oposição do lado adjacente
sempre de acordo com as normas vigentes no
inferior, um triângulo amarelo:
País.
a) A faixa branca e superior simboliza a Paz;
6. A FNLA promove, no quadro do seu funcionamento,
b) A barra vermelha simboliza o sangue derramado
a solidariedade político-institucional, político-partidária,
pelo povo durante a Luta de Libertação;
económica, social, eclesiástica, educativa, cultural, técnica
profissional e científica com todas as regiões do País, insti- c) A faixa amarela e do lado inferior simboliza as
tuições e partidos políticos, em especial as suas congéneres, riquezas do País;
nos termos da lei. d) A estrela branca significa a emergência da Nação,
7. São, entre outros, objectivos da fundamentais da baseada na fraternidade, unidade nacional, tole-
FNLA: rância, justiça e progresso social.
a) Reformular as estruturas do Partido, tomando-as 4. O Hino do Partido é: ANGOLA, ANGOLA!
mais dinâmicas de forma a recuperar o espaço 5. A sua Marcha Revolucionária é: ANGOLANOS
político antes ocupado; AVANTE!
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6. A Insígnia é um arco de sete varas com 2 (dois) i) O reconhecimento de medidas subsidiárias;


punhos, um em cada extremidade do arco, e abarca a catana j) As formas de organização e de participação comu-
e o canhangulo utilizados no início da luta pela conquista nitária para o desenvolvimento e justiça social;
da Independência Nacional, os quais simbolizam o fervor, k) O patriotismo — o sentimento de pertencer a uma
a coragem, a determinação, bem como o querer e a força da
comunidade específica, a angolana, a legitimi-
união.
dade do amor à Pátria;
ARTIGO 4.º
(Ideologia política partidária) l) A libertação do homem e do solo pátrio-Liberdade
e Terra;
1. A ideologia da FNLA é a Democracia Cristã ou de
Centro, assente nos valores do Nacionalismo Angolano, m) a Paz, a Justiça e o Progresso.
aberto, humano e solidário. ARTIGO 5.º
2. A ideologia da FNLA resulta da simbiose ou inter- (Sede e representação)
secção da Democracia Cristã, que é a doutrina cristã, e do 1. A Frente Nacional de Libertação de Angola — FNLA
Nacionalismo, que é o patriotismo, seja a preferência pelo tem a sua sede em Luanda, Capital do País.
que é próprio da Nação a que pertence.
2. A FNLA está representada em todo o território nacio-
3. No contexto nacional e no quadrante mundial, a
nal e na diáspora.
FNLA coloca-se no Centro, que é equidistante de todas as
ideologias que tenham entre outros princípios similares e TÍTULO II
confluentes com os adstritos à Democracia Cristã. Militantes
4. A FNLA é contra todos os extremos e contra todas as
tendências opostas à liberdade de forma excessiva, que não CAPÍTULO I
admitem meios termos. ARTIGO 6.º
5. A FNLA é contra os actos de genocídio, xenofobia, (Subscrição aos Estatutos)
etnocentrismo, racismo e discriminações de toda a espécie.
1. São militantes da FNLA os Angolanos que, consciente
6. A FNLA é pelo pluralismo democrático e contra a
e voluntariamente, subscrevam e aceitem os Estatutos e o
política de exclusão.
Programa do Partido.
7. A FNLA é um Partido Democrata-Cristão com o sen-
2. A FNLA promove a organização dos militantes resi-
timento de patriotismo reflectido pela Divisa «Liberdade
e Terra», e defende os 10 (dez) princípios que norteiam dentes no Exterior do País, através de estruturas próprias
a Internacional Democracia-Cristã ou de Centro (IDC) denominadas Comités Locais Externos, constituídos por
e 4 (quatro) princípios do Nacionalismo, nomeadamente: células, de modo a garantir a sua participação na vida do
a) A dignidade dos seres humanos sem distinção; Partido e do País.
b) A promoção dos direitos humanos; ARTIGO 7.º
c) A ética cristã-verdade, liberdade, solidariedade e (Filiação partidária)
responsabilidade pessoal;
1. Podem filiar-se à FNLA os Angolanos que consciente
d) A procura da paz na base da verdade, liberdade,
e voluntariamente subscrevem os Estatutos e o Programa de
igualdade, justiça e solidariedade;
e) O reconhecimento e aplicação da dimensão social Acção do Partido.
da pessoa que cumpra a sua existência no seio 2. Podem ser militantes da FNLA todos os cidadãos
de múltiplas comunidades, particularmente a angolanos, maiores de idade, de ambos os sexos e de todos
família-comunidades, a partir das quais se cons- os grupos etnolinguísticos que consciente e voluntaria-
trói a sociedade humana; mente adiram e subscrevam os Estatutos, o regulamento
f) A luta pelo bem comum; de organização e funcionamento das estruturas do Partido,
g) A democracia pluralista com eleições livres, gerais o regulamento de disciplina do militante e o Programa de
e regulares, de sufrágio secreto e universal, num
Acção do Partido;
Estado de Direito;
3. A filiação política na FNLA é unitária, o seu membro
h) O desenvolvimento de todo o ser humano com
a satisfação das suas necessidades materiais, não pode ser simultaneamente membro de outra formação
culturais e espirituais, bem como o respeito pela política.
natureza, através da protecção e renovação dos 4. A filiação é feita mediante preenchimento da ficha de
seus recursos; ingresso, à qual é analisada e ratificada pelo órgão local.
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5. A FNLA, através dos seus organismos competentes, ARTIGO 10.º


(Deveres)
deverá registar em livros próprios, todos militantes para
facilitar a base de dados. 1. Os militantes da FNLA são sujeitos aos deveres iguais
6. Na FNLA, o enquadramento dos membros obe- ao abrigo dos presentes Estatutos.
dece à condição de maior idade, em conformidade com a 2. São deveres dos militantes, entre outros:
Constituição da República de Angola. a) Participar nas actividades do Partido, nomeada-
7. O Regulamento da Organização e Funcionamento das mente nas reuniões promovidas, quer a nível
Estruturas do Partido — ROFEP define os procedimentos a local, como a nível central, nas actividades dos
adoptar no processo de filiação na FNLA.
órgãos para os quais tenham sido eleitos ou
ARTIGO 8.º
nomeados;
(Cessação de militância ou de membro)
b) Aceitar, salvo razão justificada, as funções para as
Deixam de ser membros da FNLA:
quais tenham sido designados ou eleitos pelos
a) Os membros que forem excluídos ou expulsos por
órgãos do Partido;
má conduta, observando o procedimento disci-
c) Difundir o Programa e a Doutrina política da
plinar consagrado nestes Estatutos;
b) Os membros que tenham sido culpados e conde- FNLA;
nados por crimes que afectem gravemente a d) Pagar regularmente as suas quotas;
reputação do Partido; e) Não aderir a um outro partido ou associação com
c) Por renúncia e/ou desvinculação; carácter político;
d) Por morte; f) Ser leal ao Programa, Estatutos e Doutrina do Par-
e) Os membros que ingressem na Magistratura do tido;
Ministério Público ou Judicial; g) Seguir estritamente as linhas de conduta fixadas no
f) Os membros que se incorporem nas Forças Arma- Regulamento de Organização e Funcionamento
das ou nas Forças Policiais; das Estruturas do Partido;
g) Por indisciplina grave e confirmada pelos Órgãos h) Pugnar por uma linguagem de fraternidade e
Centrais do Partido, através do competente pro- irmandade partidária;
cesso disciplinar. i) Não fomentar o espírito de divisão e intrigas no
ARTIGO 9.º seio do Partido;
(Direitos)
j) Não se deixar subornar para fins pessoais ou colec-
1. Os militantes da FNLA gozam de igualdade de direi- tivos;
tos ao abrigo dos presentes Estatutos.
k) Dirimir os mal-entendidos que possam existir
2. Entre outros, são direitos dos militantes:
no seio do Partido, através do diálogo directo,
a) Participar nas actividades do Partido, designada-
franco, permanente e no quadro das estruturas
mente nas reuniões promovidas a nível central
partidárias;
e local;
b) Participar nas actividades dos órgãos para os quais l) Contribuir materialmente para o bom funciona-
tenham sido eleitos ou nomeados; mento do Partido.
c) Eleger e ser eleito para os órgãos do Partido; ARTIGO 11.º
(Disciplina do militante)
d) Discutir livremente, no seio do Partido, os proble-
mas deste e do País; 1. Todo o militante que viole os Estatutos, que não cum-
e) Exprimir livremente as suas opiniões; pre com as resoluções, os princípios e a disciplina da FNLA
f) Candidatar-se a qualquer função no Partido, desde ou outras normas de conduta social, que abuse das suas fun-
que reúna as condições e requisitos previstos no ções no Partido ou no Estado, que tenha um comportamento
Regulamento de Organização e Funcionamento indigno que desprestigie o Partido, será sujeito a sanções
das Estruturas do Partido; disciplinares.
g) Recorrer às instâncias superiores do Partido das 2. Nos termos dos preceitos evocados no ponto anterior,
decisões contra si, tomadas com as quais não se o militante da FNLA deve respeitar os princípios demo-
conforme, ou às instâncias judiciais competen- cráticos expressos nos presentes Estatutos, no Programa,
tes; no Regulamento de Organização e Funcionamento das
h) Mobilizar os militantes a todos os níveis, sem Estruturas do Partido e nas leis do País, honrando o Partido
excepção, para o desenvolvimento do Partido. com a sua conduta;
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3. Todos os problemas inerentes ao Partido devem ser 2. Tratando-se de um membro de órgão central deve soli-
tratados nos fóruns estruturados no seio do Partido, mor- citar por escrito ao Comité Central a sua readmissão.
mente o Congresso, o Comité Central, o Bureau Político, o
ARTIGO 13.º
Secretariado do Bureau Político ou Geral e os órgãos locais, (Transferência de membros)
bem como nas Assembleias de Militantes, devidamente con-
1. Todo o membro da FNLA pode ser transferido por
vocadas para o efeito.
4. O militante da FNLA que viole o preceituado nos interesse do Partido ou a seu pedido, desde que apresente
números anteriores deve submeter-se às penalidades e acei- motivos devidamente justificados.
tar as sanções, tais como: admoestação simples, advertência 2. Norma própria regula os termos em que se pode pro-
registada, despromoção, destituição do cargo que exerce cessar a transferência do membro, à luz do disposto no
e expulsão do Partido, consoante à gravidade da infrac- número anterior.
ção cometida nos termos do Regulamento de Disciplina do
Militante, anexo aos presentes Estatutos, sem prejuízo ao TÍTULO III
direito de recurso às instâncias superiores. Organizações de Massas
5. Consideram-se infracções puníveis quaisquer atitudes
ou actos de violação das disposições estatutárias ou das leis CAPÍTULO I
do País, que prejudiquem o bom-nome do Partido. ARTIGO 14.º
6. Os órgãos competentes podem aplicar a medida de (JFNLA e AMA)

suspensão preventiva ou cautelar, enquanto decorre a ins- 1. São Organizações de Massas da FNLA:
trução processual ou inquérito, que deve ser estabelecido a) JFNLA — Juventude da Frente Nacional de Liber-
e concluído no prazo máximo de 6 meses, findo o qual, o
tação de Angola;
levantamento da suspensão é tácito.
b) AMA — Associação da Mulher Angolana.
7. A instrução dos processos disciplinares é da compe-
tência da Comissão Ad Hoc de Auditoria e Disciplina. 2. A JFNLA e a AMA são Organizações de Massas
8. A competência para a aplicação das penas previstas adstritas ao Partido, que devem responder aos anseios da
no Regulamento de Disciplina do Militante é atribuída ao harmonização, reconciliação e fraternidade.
Comité Central, após apreciação do respectivo Relatório da ARTIGO 15.º 
Comissão Ad Hoc de Disciplina pelo Bureau Político, que (JFNLA)
emite um relatório e um parecer. 1. A Juventude da Frente Nacional de Libertação de
9. Cabe ao Congresso a ratificação da medida aplicada
Angola, que tem a sigla JFNLA, é a Organização Juvenil do
pelo Comité Central ou a invalidação da mesma, por razões
Partido responsável pelo recrutamento, mobilização, enqua-
justificáveis.
10. O Regulamento de Disciplina do Militante define o dramento e orientação dos jovens para o seu ingresso no seio
tipo de sanções, consoante à gravidade da infracção, nos ter- da Juventude do Partido, competindo-lhe:
mos dos presentes Estatutos e das leis vigentes na República a) organizar e orientar superiormente os jovens com o
de Angola. objectivo de os educar, formar e prepará-los para
11. Os militantes da FNLA e os membros dos seus os grandes desafios do Partido, nos vários sec-
órgãos de direcção têm o direito de impugnar qualquer acto tores da vida do País, garantindo, desta forma,
anti-estatutário praticado no Partido junto dos órgãos judi-
a sua reconstrução, bem como assegurando a
ciais do País.
12. Os conflitos internos sobre a utilização de fundos continuidade dos ideais políticos partidários da
são submetidos ao Tribunal de Contas, os que resultarem FNLA na execução das suas inúmeras tarefas e
da aplicação dos Estatutos ou convenções, ao Tribunal desafios do Partido e do País para as gerações
Constitucional, e os que forem de fórum cível e adminis- vindouras;
trativo devem ser encaminhados para serem dirimidos pelos b) dinamizar as actividades do Partido no seio da
Tribunais Comuns, nos termos da lei. Juventude Angolana e representar a FNLA nas
ARTIGO 12.º
instituições, órgãos e organismos do Estado e
(Readmissão ou comutação de sanção)
nos fóruns ou eventos nacionais e internacio-
1. O militante expulso deixa de exercer actividades no
Partido, podendo ser readmitido ou reintegrado, desde que nais, destinados à juventude.
manifeste, por escrito, aos órgãos centrais, locais do Partido 2. A JFNLA rege-se pelos presentes Estatutos e por esta-
ou o faça publicamente, reconhecendo o arrependimento tutos e Programa próprios, bem como beneficia do apoio
pelos seus actos, ou comportamentos anteriores. multiforme, mormente material e financeiro.
1232 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. O regulamento define a margem de acção da JFNLA, 2. São Órgãos de Direcção da FNLA os seguintes:
bem como as formas de acompanhamento, apoio, adaptação a) O Comité Central;
e desempenho das actividades, devendo as mesmas estarem b) O Presidente;
de acordo com os Estatutos do Partido e as leis do País. c) O Bureau Político;
ARTIGO 16.º d) O Secretário Geral;
(AMA)
e) O Secretariado do Bureau Político.
1. A Associação da Mulher Angolana, que tem como 3. A formação, composição, competências e âmbito
sigla AMA, é o Órgão Feminino do Partido, responsável estão definidos nos presentes Estatutos e no Regulamento
pela mobilização, recrutamento, enquadramento e orienta- de Organização e Funcionamento das Estruturas do Partido.
ção política das mulheres que ingressam no seio do Partido, 4. Os Órgãos Centrais e Locais devem respeitar a hierar-
competindo-lhe: quia, a separação e a interdependência de funções estabele-
a) Congregar as Mulheres Angolanas, cujo papel cidas nos presentes Estatutos.
principal é educar as gerações vindouras, no ARTIGO 19.º
ponto de vista moral e social; (Órgãos Locais)
b) Ocupar-se dos assuntos da família e da promoção 1. São Órgãos Locais da FNLA os seguintes:
da mulher na área social e administrativa; a) Comité e a Assembleia Provincial;
c) Apoiar e acompanhar as suas actividades orga- b) Comité e a Assembleia Municipal;
nizativas, associativas e recreativas sempre c) Comité e a Assembleia Distrital;
guiando-se pelos Estatutos do Partido e em d) Comité e a Assembleia Comunal;
conformidade com as orientações da Direcção e) Comité de Bairro ou de Aldeia;
do Partido. f) Comité de Acção;
2. O braço feminino da FNLA rege-se pelos presen- g) Célula.
tes Estatutos e por estatutos e programa próprios, bem 2. A FNLA é representada na Província por um Comité
como beneficia do apoio multiforme, mormente material e Provincial, dirigido pelo 1.º Secretário Provincial.
financeiro. 3. Ao nível Municipal, Distrital, Comunal e de Bairro
3. O regulamento da organização e funcionamento do ou Aldeia, a FNLA é representada pelos respectivos comi-
Partido define a margem da acção da AMA, bem como as tés consoante à jurisdição, dirigidos por 1.os Secretários
formas de acompanhamento, apoio, adaptação e desempe- correspondentes.
nho das actividades, devendo as mesmas estarem de acordo 4. A formação, composição, competências e âmbito estão
com os Estatutos do Partido e as leis do País. definidos nestes Estatutos e no Regulamento de Organização
TÍTULO IV e Funcionamento das Estruturas do Partido.
Organização Partidária ARTIGO 20.º
(Órgãos Beneméritos)
CAPÍTULO I Os Órgãos Beneméritos são instâncias de solidarie-
ARTIGO 17.º dade e ligação entre o Partido e os respectivos Membros
(Organização)
Honorários, Membros Passivos, Simpatizantes, Amigos e
1. A FNLA organiza-se em: Doadores.
a) Órgãos Centrais ou de Direcção; ARTIGO 21.º
b) Órgãos Locais; (Distinções honorárias)
c) Órgãos Auxiliares. 1. É instituído um quadro de honra para homenagear os
2. A composição, âmbito e competências estão consigna- antigos Presidentes, antigos dirigentes, antigos combaten-
dos no Regulamento de Organização e Funcionamento das tes e outros militantes do Partido que se tenham destacado
Estruturas do Partido. na consolidação da unidade e desenvolvimento do Partido e
ARTIGO 18.º permanecido fiéis aos seus ideais.
(Órgãos Centrais e de Direcção) 2. São portadores de Distinção de Ordem do Partido
1. São Órgãos Centrais da FNLA os seguintes: todos os militantes que, pelas suas obras de bravura indivi-
a) O Congresso; duais ou colectivas, enalteceram heroicamente o bom-nome
b) A Conferência Nacional. do Partido e da Nação Angolana.
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1233

3. São também portadores da Ordem do Partido os anti- p) Definir estratégias para um Governo sombra da
gos Comissários Políticos que se notabilizaram nas antigas FNLA, caso seja chamada a formar o Governo
Zonas Libertadas da FNLA; ou a participar nele;
4. O Regulamento de Organização e Funcionamento das q) Definir estratégias sobre as políticas macro e micro
económicas sociais, habitacionais, minerais,
Estruturas do Partido define outras competências, bem como
industriais, de combate à pobreza e às grandes
os critérios para as distinções honorárias.
endemias, de educação, de género, da infância,
ARTIGO 22.º  da juventude, dos idosos, dos deficientes, agrá-
(Congresso) rias, da pesca, do ambiente, da defesa e segurança
1. O Congresso é o órgão supremo e soberano da FNLA. nacional, banca, direitos humanos, etc;
2. Compete ao Congresso: r) Delegar poderes e competências ao Comité Central,
para se pronunciar e/ou decidir, em seu nome,
a) Aprovar o seu regimento interno;
sobre assuntos inadiáveis do Partido, no período
b) Eleger o Presidente do Partido e os membros do que antecede o Congresso seguinte.
Comité Central; 3. Todas as decisões emanadas do Congresso impõem-
c) Aprovar e alterar os Estatutos, o Regulamentos de -se a todos os militantes, incluindo o Presidente do Partido,
Organização e Funcionamento das Estruturas do o qual não as pode anular, modificar, nem suspender a sua
Partido, o Regulamento de Disciplina do Mili- aplicação e prevalecem sobre as de quaisquer outros órgãos
do Partido.
tante e o Programa de Acção e/ou o Projecto de
4. A eleição de Membros do Comité Central e do Bureau
Sociedade do Partido; Político está definida no Regulamento de Organização e
d) Definir a estratégia política do Partido; Funcionamento das Estruturas do Partido.
e) Apreciar e aprovar o relatório de actividades e de ARTIGO 23.º 
(Composição)
contas do Partido;
f) Ratificar as decisões do Comité Central cessante, Compõem o Congresso:
a) O Presidente, o Vice-Presidente e o Secretário Geral
relacionadas com os militantes sob acção disci-
cessantes;
plinar; b) Os Membros do Comité Central cessantes;
g) Analisar, discutir e aprovar todos os requerimentos c) Os Delegados eleitos pelas Assembleias Pro-
apresentados à Plenária do Congresso; vinciais, proporcionalmente ao número de
h) Pronunciar-se e/ou fazer recomendações sobre militantes inscritos por cada província;
outras questões da vida política do interesse do d) Os delegados indicados pela JFNLA, AMA e Anti-
gos Combatentes e Veteranos da Pátria;
Partido, do País e do mundo;
e) Os delegados vindos da diáspora;
i) Decidir sobre a ideologia política que o Partido f) Os delegados indicados pelo Bureau Político,
deve seguir ou adoptar; ouvido o Comité Central.
j) Decidir sobre os Símbolos, Insígnia, Bandeira, ARTIGO 24.º
(Periodicidade e formas de convocação)
Hino, Marcha, Divisa e designações dos Órgãos
Centrais e Locais da FNLA; 1. O Congresso reúne-se, ordinariamente, de 5 (cinco)
em 5 (cinco) anos e, extraordinariamente, sempre que
k) Decidir sobre o enquadramento de dirigentes
necessário.
políticos de outros Partidos ou Coligações de
2. As reuniões extraordinárias serão realizadas sob con-
Partidos que queiram ingressar na FNLA; vocação, como se segue:
l) Decidir sobre a estratégia para o crescimento, equi- a) Pelo Presidente do Partido após consultas ao
dade no género e rejuvenescimento do Partido; Comité Central;
m) Definir as linhas mestras para a política externa e b) Por um dos Vice-Presidentes ou pelo Secretário
cooperação internacional; Geral, por delegação do Presidente do Partido,
nos termos da alínea a);
n) Definir as linhas mestras sobre a política de enqua-
c) Por 50% + 1 dos membros do Comité Central, em
dramento de quadros no Partido;
pleno exercício das suas funções e, com quotas
o) Definir as linhas mestras para a coabitação pacífica, actualizadas, nos termos da alínea m), ponto 3
bem como a cooperação com os demais partidos do artigo 28.º dos Estatutos, desde que a situação
políticos nacionais; o exija, mediante a recolha de assinaturas.
1234 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. As formas de convocação a que se referem as alíneas a) 6. As Convocatórias para as reuniões ordinárias do


e b) do número anterior devem ser rigorosamente feitas Secretariado do Bureau Político, bem como as dos Comités
mediante autorização expressa do Comité Central, sob pena Provinciais e respectivos Secretariados devem ser entregues
de nulidade do acto praticado. nominalmente aos seus integrantes com uma antecedência
4. Em caso de doença grave do Presidente, por motivos de de 8 (oito) dias úteis, acompanhadas das respectivas propos-
impedimento permanente ou de falecimento verificado pelo tas de agendas de trabalhos.
Comité Central, será convocado o Congresso Extraordinário, 7. As convocatórias para as reuniões ordinárias dos
num período máximo de 90 dias. O Vice-Presidente assegu- Comités e Secretariados Municipais, Distritais e Comunais,
rará a presidência interina no período pré-estabelecido. bem como os encontros de Bairros, Povoações ou Aldeias,
5. Caso não haja condições para se realizar o Congresso Comités de Acção ou Célula devem ser nominalmente entre-
Extraordinário previsto no período de 90 dias, far-se-á uma gues aos seus destinatários com uma antecedência de 3 (três)
prorrogação única por igual período de tempo. dias úteis.
6. Cabe ao Comité Central elaborar o regimento do 8. As reuniões extraordinárias podem ter lugar sempre
Congresso, bem como as normas de representação. que as circunstâncias exijam.
7. A convocatória e a ordem de trabalhos do Congresso ARTIGO 26.º 
(Quórum)
deverão ser remetidas aos delegados, pelo menos, 30 dias
antes do início da reunião magna. 1. Os Órgãos do Partido só podem reunir estando presen-
8. A Convocatória do Congresso deve ser publicada num tes 2/3 dos membros do Órgão.
jornal de grande tiragem ou cujo âmbito de distribuição 2. Caso não se atinja os 2/3 (dois terços) exigidos, aplica-
-se o princípio de representatividade, 50% + 1 (cinquenta
abarque uma área considerável do território nacional.
porcento mais um).
ARTIGO 25.º
(Convocação dos órgãos)
3. O princípio de representatividade no número ante-
rior é extensivo aos Órgãos e Estruturas do Partido nos mais
Para a convocação do Congresso Ordinário ou Extra-
variados níveis.
ordinário, nos termos do n.º 6 do artigo anterior, dever-se-á
ARTIGO 27.º
observar o postulado nos presentes Estatutos e do Regulamento (Conferência Nacional)
de Organização e Funcionamento das Estruturas do Partido,
1. Na impossibilidade de o Partido realizar o Congresso
como se segue:
Ordinário ou Extraordinário por razões devidamente funda-
1. O anúncio da convocação do Congresso Ordinário
mentadas, o Presidente do Partido, ouvido o Comité Central,
deve ser feito 6 (seis) meses antes da sua realização, devendo
pode convocar uma Conferência Nacional cujas competên-
a sua preparação ser formalizada de imediato em reunião do
cias são as mesmas que as do Congresso, salve-se a eleição
Comité Central, que se pronunciará sobre a composição da
dos Órgãos Centrais do Partido.
mesma. 2. O Comité Central deverá definir a agenda de tra-
2. A criação da Comissão Nacional Preparatória do balho, o regulamento e o número de participantes para a
Congresso é feita pelo Comité Central, sob proposta do Conferência Nacional.
Presidente do Partido, sendo a fixação do período da reali-
ARTIGO 28.º
zação das Assembleias de Renovação de Mandatos e eleição (Definição, composição, competências, reuniões
de delegados da base ao topo, no quadro do processo orgâ- e mandato do Comité Central)

nico do referido Congresso, definidos no Regulamento de 1. O Comité Central é o órgão responsável pela exe-
Organização e Funcionamento das Estruturas do Partido. cução, desenvolvimento e implementação das estratégias
3. O anúncio da convocação do Congresso Extraordinário políticas definidas pelo Congresso no período que separa os
deve ser feito em reunião ordinária ou extraordinária do dois Congressos, ou seja, o fim e o imediatamente a seguir.
Comité Central com as causas devidamente fundamentadas. 2. O Comité Central é composto por 321 Membros,
4. As convocatórias e a ordem de trabalhos para os 301 Efectivos e 20 Suplentes:
congressistas devem ser entregues aos seus destinatários a) São membros Comité Central os militantes eleitos
30 (trinta) dias antes do evento. pelo congresso, propostos pelos círculos provin-
5. As convocatórias e as respectivas agendas de trabalhos ciais, nas assembleias electivas provinciais;
para as reuniões ordinárias do Comité Central e do Bureau b) Os membros eleitos da JFNLA, da AMA e dos
Político devem ser elaboradas e entregues nominalmente aos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria —
seus membros com antecedência de 30 (trinta) dias. ACVP;
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1235

c) Os militantes da Diáspora eleitos no Congresso; n) Ratificar as propostas de composição e preenchi-


d) Os do Círculo Nacional eleitos pelo Congresso; mento de vagas no Comité Central e no Bureau
e) Os Membros do Comité Central devem ter no mínimo Político;
25 (vinte e cinco) anos de idade e 5 (cinco) anos de o) Pronunciar-se sobre as propostas de decisão ou
militância confirmada; ratificação que lhe forem remetidos pelo Presi-
f) O Membro do Comité Central deve preencher os dente e/ou pelo Bureau Político;
requisitos referenciados no Regulamento de p) Mandatar o Presidente a pronunciar-se sobre o
Organização e Funcionamento das Estruturas do pensamento da FNLA relativamente ao estado
Partido. da Nação;
3. Compete ao Comité Central: q) Mandatar um dos Vice-Presidentes ou o Secretário
a) Elaborar e aprovar o seu regulamento interno; Geral a convocar o Congresso Extraordinário
b) Definir o plano de desenvolvimento do Partido, de em caso de morte e/ou impedimento do Presi-
acordo com as linhas estratégicas definidas pelo dente, doença grave, por decisão judicial ou
Congresso; outras razões comprovadas pelo Comité Central;
c) Implementar a política geral do Partido definida r) Fixar, sob proposta do Bureau Político, as quotas
pelo Congresso ou Conferência Nacional; e as modalidades das quotizações de membros
como principal fonte de receitas para o funcio-
d) Aprovar periodicamente o relatório de actividades
namento do Partido;
e contas do Partido;
s) Autorizar o Presidente a convocar o Congresso ou
e) Aprovar os projectos de orçamento do Partido e
a Conferência Nacional;
pronunciar-se sobre o Orçamento Geral do
t) Suspender das suas funções, no seio do Partido,
Estado;
todo o militante culpado de actos contrários aos
f) Aprovar os regulamentos das receitas provenientes
Estatutos e Programa da FNLA;
das contribuições dos militantes e donativos;
u) Mandatar o Bureau Político a promover inquéritos
g) Controlar a execução dos orçamentos e constituir
sobre as irregularidades constatadas no funciona-
uma auditoria interna ou externa para fiscalizar
mento do Partido e sobre os militantes acusados
as finanças e o património do Partido;
de actos previstos e puníveis nos termos dos
h) Aprovar a indicação dos Vice-Presidentes ao abrigo
presentes Estatutos, Programa, Regulamento de
do artigo 33.º dos presentes Estatutos;
Organização e Funcionamento das Estruturas
i) Eleger, de entre os seus membros, o Secretário
do Partido, Regulamento de Disciplina do Mili-
Geral do Partido, nos termos do artigo 34.º dos
tante, bem como da legislação vigente no País;
presentes Estatutos;
v) Mandatar o Bureau Político para negociar acordos,
j) Eleger, de entre os seus membros, o Bureau Polí- contratos, convenções ou plataformas e assumir
tico, sob proposta do Presidente eleito; compromissos que estejam de acordo com os
k) Aprovar o Regulamento Interno do Bureau Polí- interesses do Partido ou do País;
tico; w) Mandatar o Bureau Político a levar à justiça perso-
l) Pronunciar-se sobre os relatórios das Comissões nalidades ou pessoas morais internas ou externas
Ad Hoc de Auditoria e Disciplina remetidos ao ao Partido que tenham lesado o interesse e o
Comité Central; bom-nome da FNLA;
m) Quando for necessário, 50% +1 (cinquenta por x) Orientar a implementação de deliberações, resolu-
cento mais um) dos Membros do Comité Central ções, recomendações e/ou de outras matérias de
em pleno exercício das suas funções, com quo- competência exclusiva do Congresso, delegadas
tas actualizadas, podem convocar o Congresso ao Comité Central;
Extraordinário, nos termos da alínea c) do n.º 1 y) Velar pelo bom funcionamento de todas estruturas
do artigo 24.º dos presentes Estatutos e, automa- do Partido;
ticamente, a reunião do Comité Central para o z) Discutir, aprovar e divulgar documentos e assuntos
referido efeito; que lhe forem remetidos;
1236 DIÁRIO DA REPÚBLICA

aa) Pronunciar-se sobre calamidades naturais e 5. As reuniões do Comité Central são estatutariamente
imprevistos graves; presididas pelo Presidente e, em caso de sua ausência jus-
bb) Pronunciar-se sobre a situação sócio-económica tificada, pelo Vice-Presidente ou o Secretário Geral, por
e profissional do País, valorizar e promover os indicação do Presidente.
quadros nacionais, dando-lhes maior prioridade 6. Os Membros do Comité Central são o garante da difu-
em relação aos quadros expatriados, na obtenção são dos ideais do Partido e da boa aplicação das resoluções
de postos de trabalho; e recomendações do Congresso e da continuidade das insti-
cc) Promover acções e políticas de aproximação entre tuições do Partido.
a Direcção do Partido e as Estruturas de Base; 7. Todo o Membro do Comité Central deve obrigato-
dd) Promover a política de aproximação entre o riamente inscrever-se e participar como militante na sua
Partido e instituições de formação académica, organização de base, isto é na Célula e respectivo Comité
profissional, empresarial, eclesiástica, des- Local da sua residência, e participar com assiduidade e
portiva, associativa, recreativa e juvenil, para entrega nas reuniões deste.
divulgação da mensagem do Partido e recruta- 8. Os Membros Suplentes do Comité Central participam
mento de novos membros; nas reuniões, mas sem direito ao voto.
ee) Promover a divulgação dos Estatutos, Programa ARTIGO 30.º
de Acção e outros instrumentos normativos da (Mandato)
vida interna da FNLA a todos os militantes, sim- O mandato do Comité Central é de 5 (cinco) anos
patizantes e amigos da Organização; renovável.
ff) Definir estratégias eleitorais e políticas, com vista
ARTIGO 31.º
ao engrandecimento do Partido nas futuras elei- (Definição, eleição, mandato e competências do Presidente)
ções gerais;
1. O Presidente da FNLA é eleito no Congresso e é res-
gg) Pronunciar-se sobre os fracassos, êxitos e ano-
ponsável pela unidade e coesão do Partido.
malias dos resultados eleitorais das Eleições
2. O Presidente da FNLA é eleito pelo Congresso por
Autárquicas ou Gerais, propondo medidas cor-
maioria simples, para um mandato de 4 (quatro) anos, reno-
reccionais.
vável por uma única vez.
4. Os Membros do Comité Central devem ser solidários
3. Podem candidatar-se à presidente do Partido os mili-
pelas decisões tomadas e manter o sigilo sobre o seu con-
tantes maiores de 35 (trinta e cinco) anos de idade, desde que
teúdo que não seja destinado ao conhecimento público ou
sejam de nacionalidade angolana de origem e preencham
geral.
as condições previstas no Regulamento de Organização
ARTIGO 29.º
e Funcionamento das Estruturas do Partido e no Código
(Reuniões)
(Periodicidade, convocação e presidência)
Eleitoral.
4. As candidaturas são oficialmente formalizadas à
1. O Comité Central reúne-se, ordinariamente, de 6 (seis)
Comissão Nacional Preparatória do Congresso, 60 (ses-
em 6 (seis) meses e, extraordinariamente, sempre que for
senta) dias antes da realização do Congresso.
necessário, por convocação do Presidente, ouvido o Bureau
5. O período de campanha decorre 15 dias depois da
Político.
2. As reuniões do Comité Central são estatutariamente formalização das candidaturas, ou seja, 45 dias antes do
presididas pelo Presidente e, em caso de sua ausência jus- conclave, devendo a Comissão Nacional Preparatória do
tificada, pelo Vice-Presidente ou pelo Secretário Geral, por Congresso pronunciar-se no espaço de tempo compreendido
indicação do Presidente. entre a formalização das candidaturas e o início da campa-
3. Estatutariamente, o Comité Central pode também reu- nha eleitoral.
nir-se extraordinariamente, convocado por 50% + 1 dos seus 6. O Presidente da FNLA pode não ser o cabeça de lista
membros em exercício pleno das suas funções, nos termos do Partido, pelo Círculo Nacional, às eleições gerais.
previstos na alínea m), ponto 3 do artigo 28.º dos presentes 7. São inelegíveis ao cargo de Presidente da FNLA os
Estatutos. militantes que sejam titulares de dupla nacionalidade ou
4. A reunião referida no número anterior é presidida por mais, bem como alguma nacionalidade adquirida, e os anti-
um membro indicado pelos referidos 50% +1 dos membros gos Presidentes que tenham sido destituídos ou que tenham
do Comité Central. renunciado ou abandonado as funções.
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1237

8. O mandato do Presidente da FNLA inicia com a sua h) Apresentar um relatório escrito ao Bureau Político,
tomada de posse, conferida pelo Presidente do presidium do Comité Central, Conferência Nacional ou ao
Congresso que o elegeu, durante a sessão de encerramento e Congresso sobre as actividades do Partido;
termina com a tomada de posse do Presidente eleito. i) Apresentar publicamente a posição do Partido;
9. No exercício das suas funções, o Presidente não pode
j) Convocar e presidir os trabalhos dos Órgãos Cen-
ausentar-se do País por mais de 90 (noventa) dias, salvo
trais do Partido, excepto os do Secretariado do
casos de impedimento grave constatado pelo Bureau Político
e pelo Comité Central. Bureau Político por serem da competência do
10. Caso seja constatada a ausência prolongada do Secretário Geral, caso haja necessidade, o Presi-
Presidente no Partido, o Comité Central deve reunir-se, dente, pode presidir as reuniões do Secretariado
de jure, convocado pelo Vice-Presidente, mandatado pelo do Bureau Político;
Comité Central, nas vestes de Presidente Interino, ouvido o k) Convocar e presidir algumas reuniões do Secreta-
Bureau Político, para apreciar a gravidade da situação. riado do Bureau Político, voltadas para questões
11. Na eventualidade da situação reportada nos pontos ou assuntos específicos e inadiáveis;
8 e 9 do presente artigo abranger também o Vice-Presidente,
l) Nomear os membros da Comissão Ad Hoc de Audi-
fica o Secretário Geral automaticamente revestido daqueles
toria e/ou de Disciplina, que auxilia o Bureau
poderes, devendo convocar o Bureau Político e o Comité
Central para a ratificação do seu Estatuto na condição de Político para os assuntos sensíveis, com anuên-
Presidente Interino até à convocação de um Congresso cia deste;
Extraordinário. m) Nomear e exonerar, sob proposta do Secretário
12. Outrossim, em caso de vacatura por morte ou impe- Geral, os demais Secretários e Coordenadores
dimento do Presidente do Partido, o Comité Central, ao das Comissões Nacionais e seus Adjuntos,
abrigo do exposto nos pontos 8, 9, e 10 do presente artigo, ouvida a Secretaria Nacional para o Controlo da
deverá reunir para decidir sobre o preenchimento do lugar Disciplina Partidária;
em aberto até à realização do Congresso Extraordinário.
n) Constituir junto de si um Conselho Técnico;
13. O exercício da função de Presidente Interino não
o) Superintender e acompanhar as actividades do
pode exceder 3 (três) meses, findo o qual, o Comité Central
deve reunir-se, de jure, nos termos das suas competências Vice-Presidente;
estatutárias, para decidir sobre o prolongamento do mandato p) Superintender e acompanhar as actividades do
ou proceder à eleição de um novo Presidente. Secretário Geral;
ARTIGO 32.º q) Propor ao Comité Central a lista dos membros do
(Competências) Bureau Político;
Compete ao Presidente da FNLA: r) Convocar ordinária e extraordinariamente o Con-
a) Representar legalmente o Partido; gresso, ouvido o Comité Central;
b) Respeitar e fazer respeitar os Estatutos, Programas s) Delegar poderes e competências ao Vice-Presidente
e outros instrumentos normativos da vida interna e ao Secretário Geral;
do Partido e assegurar a sua aplicação integral; t) Convocar as sessões do Bureau Político e do
c) Defender, por todos os meios, a unidade do Partido Comité Central e presidir as respectivas sessões
e a coesão dos militantes em torno dos ideais e de trabalhos;
da luta heróica conduzida pela FNLA;
u) Assegurar a unidade, coesão interna e o desenvol-
d) Dirigir e orientar o conjunto das actividades da
vimento harmonioso do Partido;
FNLA;
v) Superintender a gestão financeira e patrimonial do
e) Indicar, de entre os membros do Comité Central, o
Partido;
Vice-Presidente e o Secretário Geral do Partido;
w) Assegurar a equidade do género em todos os
f) Conferir posse ao Vice-Presidente e ao Secretário
Geral; sectores do Partido, bem como a representação
g) Orientar superiormente a acção diplomática e inclusiva e não discriminatória ou preferencial
negociar ou mandar negociar acordos, contratos, nos órgãos do Partido;
convenções ou plataformas e assumir compro- x) Respeitar e fazer respeitar as leis e as instituições
missos que estejam de acordo com o interesse da República de Angola, bem como os pactos e
geral do Partido e do País, ouvido o Bureau convenções internacionais em que Angola faça
Político e o Comité Central; parte;
1238 DIÁRIO DA REPÚBLICA

y) Honrar e fazer honrar a FNLA e o Estado de ARTIGO 33.º


(Indicação do Vice-Presidente)
Angola, com bons exemplos e práticas em maté-
ria de direitos humanos e ambiente; 1. O Vice-Presidente é o auxiliar do Presidente, indicado
por ele, tem como missão representá-lo nas suas ausências
z) Assegurar a gestão descentralizada e inclusiva
e impedimentos.
que garanta o progresso e desenvolvimento do
2. Representar o Presidente por delegação de poderes
Partido;
dentro ou fora do Partido e do País.
aa) Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Con-
3. Desenvolver outras missões, actividades ou tarefas
gresso, da Conferência Nacional, do Comité que lhes forem incumbidas pelo Presidente ou pelos Órgãos
Central, do Bureau Político e do Secretariado do Centrais do Partido.
Bureau Político; ARTIGO 34.º
bb) Respeitar e fazer respeitar a separação de poderes (Eleição do Bureau Político)
entre os Órgãos Centrais do Partido; O Bureau Político é eleito pelo Comité Central no
cc) Desenvolver outras missões e actividades e/ou decurso da sua primeira reunião ordinária, sob proposta do
responsabilidades que lhe forem incumbidas Presidente eleito.
pelos Órgãos Centrais do Partido; ARTIGO 35.º
dd) Promover acções políticas, tendentes ao estreita- (Definição, composição e competências do Bureau Político)

mento das relações de cooperação, de parceria 1. O Bureau Político é o órgão de inspiração, estudo,
multifacetadas com outras forças políticas, Insti- análise, difusão e supervisão das diferentes actividades do
tuições e demais organizações congéneres; Partido, assegurando a sua execução permanente no período
ee) Designar, em caso de necessidade, representantes entre as reuniões do Comité Central, com base nas directri-
zes e resoluções do Congresso e do próprio Comité Central.
no seio do Comité Central ou do Bureau Político,
2. O Bureau Político é composto por 51 Membros, sendo
para que o possam representar em determinados
45 Efectivos e 6 Suplentes, eleitos pelo Comité Central, de
eventos;
entre os seus membros, sob proposta do Presidente.
ff) Manter o espírito e prática sistemática de diálogo, Os Membros Suplentes participam nas sessões do Bureau
unidade, tolerância, imparcialidade e reconcilia- Político, sem direito ao voto.
ção entre todos os membros da FNLA; 3. Compete ao Bureau Político:
gg) Combater o espírito e as práticas discriminató- a) Estabelecer os objectivos, os critérios e as formas
rias de toda a espécie, nomeadamente de raça, de actuação do Partido, tendo em conta a estra-
sexo, religião, origem etnolinguística no seio do tégia política aprovada pelo Congresso e pelo
Partido; Comité Central;
hh) Velar para que as decisões tomadas ou a tomar b) Definir a posição do Partido perante as questões
cheguem ao conhecimento de todas as instâncias nacionais e internacionais;
e que sejam comunicadas aos demais membros c) Propor ao Comité Central as grandes linhas de
orientação do Partido nas relações internacio-
da Direcção do Partido, com vista a constar dos
nais;
respectivos arquivos;
d) Tomar todas as resoluções e acções adequadas,
ii) Aprovar, assinar, promulgar, pronunciar-se, definir,
incluindo as de apresentação de propostas
decidir ou identificar documentos ou assuntos
dos candidatos aos Órgãos representativos do
que lhe forem remetidos;
Estado, informando o Comité Central;
jj) Convidar os demais membros do Partido, bem
e) Propor as estruturas organizativas e funcionais do
como membros de outros Partidos Políticos, da Partido ao Comité Central;
sociedade civil, das comunidades religiosas e f) Orientar, acompanhar e avaliar as actividades e o
outras entidades de carácter técnico-científicos desempenho do Grupo Parlamentar, dos mem-
nacionais ou estrangeiros, amigas da FNLA, a bros do Governo e da Administração Pública,
assistirem, participarem ou dirigirem activida- indicados pelo Partido;
des programadas pelo Partido; g) Analisar, sempre que as circunstâncias o exijam, a
kk) Exonerar o Secretário Geral nas suas actividades, situação do Partido, do País e do mundo em rela-
quando viole as disposições estatutárias; ção à evolução da conjuntura política nacional e
ll) Criar um Gabinete Jurídico. internacional;
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1239

h) Propor reforma e emendas estatutárias ao Comité c) Assegurar uma gestão democrática e transparente
Central; dos recursos do Partido confiados à sua gestão;
i) Estudar as melhores formas para o funcionamento d) O Secretário Geral é assistido por um Director
do Partido; de Gabinete e um Assistente Técnico, por 15
j) Propor estudos sobre as questões de interesse do (quinze) Secretarias Nacionais, 18 (dezoito)
Partido, elaborando projectos e relatórios sobre
1.os Secretários Provinciais e seus Adjuntos, na
os resultados obtidos;
implementação das suas tarefas, podendo ainda
k) Criar as Comissões encarregue de conduzir estu-
dos de interesse geral sobre certas situações criar Comissões de esferas Especializadas, sem-
pontuais; pre que se julgar necessário, no desempenho das
l) Propor ao Presidente a convocação do Comité Cen- suas funções e desenvolvimento do Partido;
tral, em sessões extraordinárias; e) Propor ao Presidente a nomeação, exoneração
m) Propor a indicação ou substituição dos membros e suspensão dos membros expostos na alínea
referidos na alínea f), por conveniência de ser- anterior;
viço, sempre que as instâncias superiores do f) Assinar todos os documentos administrativos do
Partido assim o julgarem pertinentes; Partido;
n) Assegurar a aplicação das decisões do Congresso e
g) Representar o Partido em juízo e na celebração de
do Comité Central;
quaisquer contratos que impliquem obrigações
o) Assistir o Presidente no exercício das suas funções;
para com o Partido;
p) Orientar o Secretário Geral para o melhor funcio-
namento e/ou desempenho das suas actividades; h) Submeter ao Bureau Político o plano anual das
q) Defender, em todas as circunstâncias, a linha polí- actividades de implementação e organização do
tica do Partido; Partido e acompanhamento da sua execução, sob
r) Pronunciar-se sobre a constituição da Comissão Ad a superintendência do Presidente da FNLA;
Hoc de Auditoria e de Disciplina, em conformi- i) Orientar o funcionamento das Secretarias Nacionais
dade com o artigo 11.º dos presentes Estatutos; e das respectivas Comissões Nacionais, bem
s) Os funcionários a trabalhar nos órgãos e/ou junto como as demais actividades a elas atinentes;
das entidades mencionadas na alínea f), salvo j) Elaborar e submeter ao Bureau Político o orça-
por razoes excepcionais, devem ser militantes
mento e contas do Partido;
do Partido, indicados por este, consoante as suas
k) Coadjuvar e assistir o Presidente da FNLA, no
capacidades técnico-profissionais, académicas
exercício das suas funções, na gestão adminis-
ou formação política.
4. Do ponto de vista da doutrina e à luz da disciplina trativa e financeira;
partidária, os elementos referidos na alínea f) do número l) Assinar, em nome do Presidente, os actos de admi-
anterior recebem orientações e devem obediência absoluta nistração e gestão corrente do Partido;
à Direcção do Partido; m) Delegar poderes ou indicar qualquer dos Secre-
ARTIGO 36.º tários Nacionais para representá-lo ou interinar
(Definição, indicação e competências do Secretário Geral) o Secretariado do Bureau Político, nas suas
1. O Secretário Geral da FNLA é o órgão de gestão e ausências;
execução de toda a actividade política, social, económica e n) Gerir as contas correntes e património do Partido;
cultural traçada pelo Congresso, Comité Central, Presidente o) Em caso de impedimento grave, por motivos de
e pelo Bureau Político a todos os níveis do sector interven- morte, saúde ou decisão judicial, o Presidente
tivo do Partido, e é indicado pelo Presidente de entre os
deverá convocar o Comité Central para indicar
membros do Comité Central.
o novo Secretário Geral;
2. Compete ao Secretário Geral:
a) Assegurar a gestão administrativa, financeira, p) O Regulamento de Organização e Funcionamento
bem como de todos os recursos e património da das Estruturas do Partido define outras compe-
FNLA; tências e obrigações.
b) Elaborar e apresentar periodicamente os seus planos ARTIGO 37.º
orçamentais de actividades e contas do Partido (Periodicidade das reuniões)
ao Presidente, ao Bureau Político e ao Comité 1. O Bureau Político reúne-se, ordinariamente, de 3 (três)
Central para a aprovação, ratificação e/ou orien- em 3 (três) meses e, extraordinariamente, sempre que o
tação; Presidente o convocar.
1240 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. As reuniões do Bureau Político são estatutaria- c) Tomar todas as medidas e adoptar resoluções
mente convocadas e presididas pelo Presidente do Partido necessárias para o melhor empenho do Partido
e em caso de impedimento ou ausência deste, pelos Vice-
e o acompanhamento das políticas governamen-
-Presidentes ou pelo Secretário Geral.
tais;
ARTIGO 38.º
(Definição, composição e competências do Secretariado d) Propor as estruturas da organização e do funciona-
do Bureau Político)
mento do Partido ao Comité Central e ao Bureau
1. O Secretariado do Bureau Político é o Órgão Executivo Político;
do Bureau Político que tem como objectivo a execução das
e) Organizar as suas actividades através das Secre-
tarefas definidas pelo Comité Central e pelo Bureau Político.
tarias e Comissões Nacionais, bem como dos
2. O Secretariado do Bureau Político é composto por
15 (quinze) Secretarias Nacionais e 1 (uma) Comissão Comités Provinciais;
Nacional, designadamente: f) Apresentar regularmente ao Presidente e ao Comité
a) Secretaria Nacional para os Assuntos Políticos; Central os seus relatórios escritos das activida-
b) Secretaria Nacional para os Assuntos Eleitorais e des desenvolvidas;
de Autarquias Locais; g) Responder perante o Bureau Político sobre o
c) Secretaria Nacional para a Informação, Mobiliza- desempenho das suas actividades e outras tare-
ção e Propaganda;
fas sob sua orientação;
d) Secretaria Nacional para o Acompanhamento das
h) Desenvolver outras actividades, apoiá-las e/ou
Províncias;
pronunciar-se sobre elas, em nome do Partido,
e) Secretaria Nacional para as Relações Exteriores e
Comunidades; por incumbência do Comité Central, conforme o
f) Secretaria Nacional para a Orientação das Organi- artigo 28.º dos presentes Estatutos;
zações de Massas; i) Sem prejuízo do acima exposto, o Secretariado do
g) Secretaria Nacional para a Administração, Finan- Bureau Político pode pronunciar-se sobre outras
ças e Património; matérias inerentes à vida do Partido e da Nação
h) Secretaria Nacional para os Assuntos Jurídicos e angolana definidas ou não nos Estatutos e Regu-
Constitucionais;
lamento de Organização e Funcionamento das
i) Secretaria Nacional para a Educação, Ciência e
Estruturas do Partido, desde que sejam de inte-
Tecnologia;
resse capital, respeitando sempre os Estatutos e
j) Secretaria Nacional para o Controlo e Disciplina
Partidária; as leis do País;
k) Secretaria Nacional para os Assuntos Parlamenta- j) O Secretariado do Bureau Político rege-se por um
res; regulamento próprio, devendo a sua elaboração
l) Secretaria Nacional para os Assuntos Económicos ocorrer 30 (trinta) dias após à tomada de posse
e Planeamento; dos seus integrantes, e define a estrutura e as
m) Secretaria Nacional para os Assuntos Sociais, competências de cada Secretaria Nacional.
Saúde e Ambiente;
ARTIGO 39.º
n) Secretaria Nacional para a Cultura, Assuntos Reli-
(Periodicidade das reuniões)
giosos, Juventude, Desporto e Lazer;
o) Secretaria Nacional para os Antigos Combatentes e 1. O Secretariado do Bureau Político reúne-se,
Veteranos da Pátria; ordinariamente, de 30 (trinta) em 30 (trinta) dias, e, extraor-
p) Comissão Nacional para a Fiscalização das Finan- dinariamente, por convocação do Secretário Geral ou pelo
ças e Património do Partido. Presidente do Partido.
3. Pode o Secretariado do Bureau Político constituir, 2. As reuniões extraordinárias podem ter lugar sempre
junto de si, Comissões de Trabalhos Especializados. que as circunstâncias o exigirem.
4. Compete ao Secretariado do Bureau Político da FNLA:
3. Para as reuniões ordinárias, a convocação e a ordem
a) Determinar e definir os objectivos e actividades do
de trabalhos devem ser comunicadas aos membros do
Partido;
b) Gerir e implementar as estratégias políticas apro- Secretariado do Bureau Político, com 8 (oito) dias de ante-
vadas pelo Congresso, Comité Central e Bureau cedência, devendo, as extraordinárias, serem comunicadas
Político; com, pelo menos, 72 horas de antecedência.
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1241

4. Em caso de necessidade, o Secretariado do Bureau 2. Os 1.os Secretários Municipais são eleitos pelas respec-
Político poderá promover ou convocar esporadicamente tivas Assembleias Municipais e ratificados pelo Secretário
algumas reuniões de concertação para estudo, análise e dis- Geral.
cussão de alguns aspectos atinentes à vida interna do Partido 3. Quanto aos 1.os Secretários Distritais e Comunais, são
e da conjuntura política nacional e internacional. eleitos pelas Assembleias dos respectivos níveis e ratifica-
TÍTULO V dos pelos seus Comités Provinciais.
Orgãos Locais 4. Os responsáveis do Partido ao nível de Bairros ou de
Aldeias, Comités de Acção ou Células são eleitos nos níveis
CAPÍTULO I correspondentes e ratificados pelos seus 1.os Secretários
ARTIGO 40.º Provinciais.
(Composição e competências)
ARTIGO 42.º
1. Os Órgãos Locais da FNLA, São:
(Definição, eleição e competências dos Secretariados
a) Comité e Assembleia Provincial; dos Comités Provinciais)
b) Comité e Assembleia Municipal; A FNLA, ao nível de cada província, é representada
c) Comité e Assembleia Distrital; por um Secretariado do Comité Provincial, dirigido pelo
d) Comité e Assembleia Comunal; 1.º Secretário que, por inerência da função, passa a integrar
e) Comité de Bairro ou de Aldeia; o Bureau Político do Partido.
f) Comité de Acção; ARTIGO 43.º
g) Célula. (Competências)
2. Os órgãos reportados no artigo anterior constituem 1. Compete aos 1.os Secretários Provinciais:
as estruturas intermédias e de base do Partido e têm como a) Representar o Partido nas respectivas províncias;
objectivos e competências:
b) Desempenhar actividades em cumprimento do
a) Mobilização e recrutamento de novos membros
Programa e Plano do Secretariado Geral e dos
para as fileiras do Partido;
outros Órgãos Centrais do Partido, traçados nos
b) Divulgação da doutrina do Partido a todos os
termos dos presentes Estatutos e dos demais
níveis;
regulamentos do Partido;
c) Formar, política e ideologicamente, os quadros e
c) Prestar contas regularmente às instâncias supe-
militantes da FNLA;
riores do Partido, com incidência ao Secretário
d) Pôr em prática as orientações do Partido a nível
Geral;
local;
d) Apresentar os candidatos provinciais às Eleições
e) Eleger ou indicar os delegados e candidatos para o
Autárquicas e organizar as eleições dos Órgãos
Comité Central e ao Congresso;
Locais do Partido para a renovação de mandatos;
f) Participar nas actividades do Partido.
e) São responsáveis pela posição e opiniões do Par-
3. A composição, âmbito e estrutura orgânica dos diferen-
tido localmente;
tes órgãos estão definidos no Regulamento de Organização e
f) As suas missões são de âmbito provincial e podem
Funcionamento das Estruturas do Partido.
ser vinculadas nos níveis inferiores das respecti-
4. Os Comités e as Assembleias Provinciais, Municipais,
Distritais, Comunais e de Bairro ou de Aldeia, de militantes vas províncias;
serão constituídas pelas respectivas Assembleias e os seus g) Emitir pareceres e opiniões técnicas em nome do
representantes são eleitos ou indicados, de igual modo, pelos Partido, quando solicitados.
respectivos órgãos. 2. Podem desempenhar outras funções ou missões da
§Único: — Em caso de divergência, cabe o recurso ao Direcção do Partido, de âmbito político, social, económico
Bureau Político a tomada da decisão final. e cultural, desde que seja para o bom-nome do Partido e da
ARTIGO 41.º Nação.
(Eleição) 3. O regulamento próprio define outras responsa-
1. Os 1. Secretários Provinciais são eleitos pelos mili-
os bilidades, competências, composição de membros dos
tantes nas respectivas Assembleias Provinciais e ratificados Secretariados dos Comités Provinciais, bem como a periodi-
pelo Presidente do Partido. cidade de reuniões.
1242 DIÁRIO DA REPÚBLICA

TÍTULO VI TÍTULO VIII


Financiamento Disposições Finais e Transitórias

CAPÍTULO I CAPÍTULO I
ARTIGO 44.º ARTIGO 46.º
(Substituição de sanções)
(Fontes de financiamento)
1. Caso a Organização de Base ou Organismo o entenda
1. A FNLA depende financeiramente:
e tratando-se de uma infracção de pouca gravidade, poderá
a) Das quotizações, contribuições e de donativos
substituir a sanção ao militante por uma autocrítica de forma
provenientes dos seus militantes, simpatizantes
privada ou em público.
e amigos, bem como de empreendimentos eco- 2. Entretanto, na vida interna e nas relações quotidianas
nómicos permitidos por lei; entre membros do Partido, devem ser praticadas, sem que
b) Das verbas provenientes do Orçamento Geral do constituam sanções, a chamada de atenção e a crítica indivi-
Estado. dual ou colectiva a quem incorrer em falta leves.
2. Aos órgãos devidamente autorizados do Partido ARTIGO 47.º
compete tomar as iniciativas adequadas para obtenção de (Sanções por violação à lei)

recursos financeiros. 1. Qualquer membro da FNLA que for julgado e con-


3. O Regulamento de Organização e Funcionamento denado pelos Tribunais por crimes dolosos, desonrosos e
das Estruturas do Partido define o valor das quotas men- desprestigiantes, será sancionado nos termos do regulamento
de disciplina do militante, sendo esta sanção independente
sais a serem pagos pelos militantes, bem como as formas de
da que lhe for aplicada pelas autoridades competentes do
pagamento.
Estado.
4. A Secretaria para a Administração, Finanças e Patri-
2. O artigo anterior e o presente reforçam o artigo 11.º rela-
mónio do Partido, em colaboração com as Secretarias
tivo à disciplina do militante.
para os Assuntos Políticos e para os Assuntos Jurídicos e
ARTIGO 48.º
Constitucionais, encarregam-se da elaboração do regula- (Estímulos)
mento que estabelece as normas de prestação de contas aos Estão previstas condecorações e homenagens como
diversos escalões do Partido, a ser aprovado pelo Bureau reconhecimento aos militantes e organismos afins que se
Político e ratificado pelo Comité Central. distingam nas suas actividades partidárias ou na actividade
sócio-laboral, nos termos do Regulamento de Organização e
TÍTULO VII
Funcionamento das Estruturas do Partido.
Candidaturas e Nomeações Dentro
ARTIGO 49.º
e Fora do Partido (Cessação de mandatos)

CAPÍTULO I 1. O mandato de todos os órgãos saídos de uma eleição


vai de um Congresso até à realização de outro.
ARTIGO 45.º
2. No Congresso, toda a Direcção do Partido vai em
(Candidaturas)
situação demissionária ou cessante, devendo constituir uma
1. Na FNLA, existem 6 (seis) categorias de candidaturas, Comissão Nacional Preparatória para conduzir o processo
na escala ascendente, que são: de preparação, organização e realização do evento.
a) Candidatura à Presidência do Partido; 3. Uma vez convocado o Congresso, nos termos das
b) Candidatura ao Bureau Político; alíneas a), b) e c) e d) do n.º 1 do artigo 24.º dos Estatutos,
c) Candidatura ao Comité Central; o Comité Central deve criar, sob proposta do Presidente, a
d) Candidatura à Deputado nas Eleições Gerais; Comissão Nacional Preparatória para conduzir o processo
de preparação, organização e realização do conclave.
e) Candidatura à indicação para postos fora do quadro
4. A Comissão Nacional Preparatória a que se referem os
do Partido;
números anteriores cessa as suas actividades no dia de aber-
f) Candidatura às Autarquias Locais. tura do conclave com a eleição dos Órgãos Internos.
2. O Regulamento de Organização e Funcionamento das 5. Os Órgãos Internos do Congresso reportados no
Estruturas do Partido define os critérios e condições de apre- número anterior cessam as suas funções após a eleição do
sentação e suporte das candidaturas referidas no presente Presidente do Partido que, por sua vez, dirigirá os trabalhos
artigo. do Congresso até ao fim, isto é a sessão de encerramento.
I SÉRIE –– N.º 53 –– DE 21 DE MARÇO DE 2023 1243

6. Os membros da Direcção do Partido podem cessar o ARTIGO 54.º


seu mandato por: (Entrada em vigor)

a) Morte; Os presentes Estatutos entram em vigor à data da sua


b) Doença grave; aprovação pelo Congresso.
c) Invalidez;
d) Renúncia;
e) Expulsão.
ANEXO
ARTIGO 50.º Hino da FNLA é «Angola, Angola»
(Decisões dos Órgãos Centrais)
1. Todas as decisões emanadas do Congresso impõem- Angola, Angola
-se a todos os militantes, incluindo o Presidente do Partido, Oh, Pátria nossa sem igual,
o qual não as pode anular, modificar, nem suspender a sua Oh, Terra mãe fonte de heróis,
aplicação, nos termos do n.º 3 do artigo 22.º dos presentes Desde Cabinda até ao Cunene,
Estatutos. Eis una, eis grande,
2. As decisões do Congresso são tomadas em forma de
Nós te louvamos Pátria mãe,
resoluções e/ou de recomendações ao Comité Central.
De peito erguido e com fervor,
ARTIGO 51.º
(Quadro de honra) Nós marchamos sem temor,
1. O Congresso deliberou a favor da Instituição de Oh, Pátria amada,
um quadro para homenagear os antigos Presidentes, anti- Oh, nossa glória,
gos dirigentes, antigos combatentes e outros militantes do Angola, Angola,
Partido que se tenham destacado na consolidação da uni- Tu vencerás.
dade e desenvolvimento do Partido e permanecido fiéis aos
seus ideais. Marcha da FNLA é «Angolanos Avante»
2. O Regulamento de Organização e Funcionamento das Angolanos avante,
Estruturas do Partido define as formas de selecção e tipo de Para liberdade marchar,
distintivo a outorgar a cada beneficiário.
Nesta luta triunfante,
ARTIGO 52.º
(Revisão dos Estatutos) A vitória conquistar,
Nos termos da alínea i) do n.º 2 do artigo 39.º, o Bureau Lutar, lutar, lutar, lutar,
Político pode propor ao Comité Central a revisão dos pre- Nesta luta triunfante,
sentes Estatutos, cujas emendas transitam ao Congresso para Angola vencerá,
deliberação final. Lutar, lutar, lutar,
ARTIGO 53.º Nesta luta triunfante,
(Dúvidas e omissões)
Angola vencerá.
As dúvidas e omissões que surgirem na interpretação
e aplicação dos presentes Estatutos serão resolvidas pelo A Juíza Conselheira Presidente, Laurinda Prazeres
Comité Central. Monteiro Cardoso. (23-1849-B-TS)

O. E. 0414 - 3/53 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2023

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