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º 74
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 680,00
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g) Qualquer outra informação que o Estado de Exe- permite que um funcionário consular ou outro
cução possa especificar como necessária em representante oficial do Estado de Execução da
todos os casos que lhe permitam considerar a Sentença certifique que a anuência ou recusa do
possibilidade de transferência e que lhe permi- Condenado são voluntárias;
tam informar a pessoa condenada e o Estado e) Se as acções ou omissões que motivaram a apli-
de Condenação de todas as consequências da cação da Sentença constituírem infracções
transferência para o agressor segundo a sua penais em conformidade com a legislação do
legislação. Estado de Execução de Sentença ou puderem
4. Se o pedido de transferência for apresentado ao Estado ser qualificadas como tais quando praticadas no
de Execução da Sentença, o Estado de Condenação deve, a seu território, independentemente de possíveis
pedido do Estado de Execução da Sentença, conceder-lhe as diferenças na sua designação terminológica;
informações previstas no n.º 3 do presente artigo. f) Se não houverem obstáculos legais para a conti-
5. O Condenado deve ser informado, por escrito, sobre nuação do cumprimento da Sentença, incluindo
qualquer medida tomada pelo Estado de Condenação ou pelo a prescrição da pena;
Estado de Execução, nos termos do presente artigo, bem g) Se o Estado de Condenação e o Estado de Execução
como de qualquer decisão tomada sobre a sua transferência. da Sentença expressarem inequivocamente o seu
6. Os pedidos e candidaturas para transferência e suas
consentimento na transferência.
respostas devem ser feitas por escrito. 2. A transferência pode ser recusada nos seguintes casos:
7. O pedido de transferência, a respectiva resposta e
a) Se o Estado de Condenação considerar que a trans-
qualquer outra comunicação, ao abrigo do presente Acordo,
ferência do Condenado afecta a sua soberania, a
será realizado por meio de canais diplomáticos e deve ser
segurança, a ordem pública ou outros interesses
dirigido às Autoridades Competentes das Partes. Em caso
essenciais;
de urgência, as Autoridades Competentes podem usar canais
b) Se o Condenado não tiver cumprido quaisquer
directos, enquanto os documentos originais seguirem os
obrigações financeiras decorrentes da decisão
canais diplomáticos normais.
judicial;
8. A Parte requerida deve informar, no mais curto espaço
c) Se o Estado de Condenação considera que não
de tempo, à Parte requerente sobre a sua decisão de satisfa-
recebeu garantias bastantes do cumprimento das
zer ou recusar o pedido de transferência.
obrigações referidas na alínea b) do presente
ARTIGO 8.º
(Condições de entrega) artigo.
1. A transferência do Condenado realizar-se-á quando ARTIGO 9.º
(Pedidos e respostas)
cumpridas as seguintes condições:
a) Se o Condenado for cidadão do Estado de Execução 1. As solicitações de transferência e as respostas a
da Sentença; elas serão feitas por escrito e transmitidas à Autoridade
b) Se a Sentença se tiver tornado no Estado da Competente da outra Parte, de acordo com as disposições
Condenação e não se realizarem quaisquer pro- deste Acordo.
cedimentos judiciais relativamente ao caso em 2. A Parte Requerida informará à Parte Requerente, no
questão; menor prazo possível, sua decisão de atender ou rejeitar a
c) Se a duração da pena por cumprir pelo Condenado, solicitação de transferência.
à data de recepção do pedido de transferência, ARTIGO 10.º
(Documentos comprovativos)
não for inferior a 6 (seis) meses. Em casos
excepcionais, as Autoridades Competentes 1. O Estado de Execução da Sentença, a pedido do Estado
Centrais das Partes podem acordar quanto à de Condenação, encaminhará a este último o seguinte:
transferência, mesmo se a duração da pena por a) Documento ou declaração que confirme ser o Con-
cumprir for inferior ao período acima indicado; denado cidadão daquele Estado;
d) Se houver anuência do Condenado, formulada por b) Cópia autenticada das disposições legais do Estado
escrito, para a sua transferência a outra Parte ou de Execução da Sentença das quais conste que,
anuência formulada por escrito do seu Bastante em conformidade com a sua legislação, as
Procurador, caso uma das Partes o considerar acções ou omissões que motivaram a imposição
indispensável devido a idade ou ao estado de da pena constituem infracção penal ou possam
saúde física ou psíquica do Condenado. Em ser qualificadas como tal quando praticadas no
qualquer destes casos, o Estado de Condenação seu território;
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4. A pena assim adaptada deve corresponder, na medida 2. A Parte que pretender efectuar o transporte em trân-
do possível, à pena imposta na Sentença a ser executada. sito deve informar, com antecedência, sobre os seus planos a
Todavia, a pena adaptada não pode aumentar a gravidade outra Parte, e deve apresentar os respectivos dados, incluindo
da pena prevista na Sentença do Estado de Condenação, as informações necessárias para a eventual tomada de deci-
nem exceder a duração máxima prevista pela legislação do são, em conformidade com o n.º 3 deste artigo.
Estado de Execução da Sentença pela prática de infracção 3. A Parte, pelo território da qual se pretende efectuar
penal semelhante. o transporte em trânsito, pode recusar a autorização do
5. O tempo já cumprido pelo Condenado no Estado de trânsito, se o Condenado for cidadão desta Parte, ou se a
Condenação conta-se na continuação da prisão ou na exe-
infracção penal que motivou a decisão condenatória não se
cução da pena.
qualificar como tal, em conformidade com a sua legislação.
6. A decisão sobre a execução de pena complementar só
4. A Parte que tiver recebido o pedido de transporte em
é aceite pelo Estado de Execução da Pena, se estiver prevista
na lei desse Estado, para o mesmo crime. trânsito pode manter o Condenado preso somente durante o
período que for necessário para o seu transporte em trânsito
ARTIGO 17.º
(Indulto, amnistia e comutação) pelo seu território.
5. Pode ser dispensada a solicitação de trânsito, quando
1. Cada uma das Partes pode indultar, amnistiar ou comu-
para o transporte do Condenado pelo território de uma das
tar a pena de harmonia com a sua Constituição ou outros
Partes forem utilizados meios de transporte aéreos, sem pre-
actos normativos.
visão de aterragem.
2. A audiência e a deliberação sobre os recursos e revisão
da Sentença são da competência exclusiva dos Tribunais do 6. A Parte sobre o território da qual se prevê efectuar tal
Estado de Condenação. trânsito deve ser devidamente notificada.
ARTIGO 22.º
ARTIGO 18.º
(Línguas)
(Non bis in idem)
Depois de transferido, o Condenado não pode ser jul- O pedido de transferência e quaisquer documentos que
gado ou condenado em virtude dos mesmos factos pelos o instruem transmitidos por uma das Partes, nos termos
quais foi punido no Estado de Condenação. deste Acordo, serão redigidos no idioma oficial da Parte
Requerente e deverão ser acompanhados de uma tradução
ARTIGO 19.º
(Cessação da execução da pena) para o idioma da Parte Requerida.
O Estado de Execução cessa a execução da pena aplicada ARTIGO 23.º
(Renúncia de legalização)
ao Condenado transferido, logo que seja informado pelo
Estado de Condenação sobre qualquer decisão em resultado Os documentos apresentados pelas Partes, nos termos
da qual a Sentença deixa de ser executória. deste Acordo, estarão isentos de legalização ou confirmação
ARTIGO 20.º
de sua autenticidade, observadas as disposições pertinen-
(Informações relativas ao cumprimento da pena) tes deste Acordo. A Carta de Apresentação enviada pelas
1. O Estado de Execução da Sentença notificará o Estado Autoridades Competentes serve como garantia da autentici-
de Condenação sobre: dade dos documentos transmitidos.
a) A decisão tomada ao abrigo do artigo 16.º do pre- ARTIGO 24.º
(Resolução de diferendos)
sente Acordo;
b) O cumprimento pelo Condenado da pena imposta; Os diferendos resultantes da interpretação e aplicação
c) A libertação do Condenado por concessão de do presente Acordo serão resolvidos por via de consultas e
indulto, amnistia ou liberdade condicional; negociações.
d) Fuga da prisão pelo Condenado; ARTIGO 25.º
(Emendas)
e) Morte do Condenado antes do cumprimento da
pena. 1. O presente Acordo pode ser emendado por iniciativa
2. O Estado de Execução da Sentença deve prestar, a de qualquer uma das Partes.
pedido do Estado de Condenação, informações sobre as con- 2. As emendas adoptadas entrarão em vigor, em con-
dições em que decorre o cumprimento da pena imposta. formidade com os procedimentos dispostos no n.º 1 do
ARTIGO 21.º artigo 26.º do presente Acordo.
(Trânsito) ARTIGO 26.º
1. Se uma das Partes chegar a acordo com um terceiro (Entrada em vigor, duração e denúncia)
Estado sobre a transferência de Condenados, a outra Parte 1. O presente Acordo entrará em vigor na data da recep-
deve colaborar no transporte em trânsito dos Condenados ção da última notificação escrita, pela via diplomática, a
através do seu território, com a vista a serem entregues, em informar sobre o cumprimento, pelas Partes, dos procedi-
conformidade com o acordo acima referido. mentos legais internos para o efeito.
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b) A conduta em causa tenha ocorrido no Estado e) A Pessoa Reclamada tiver adquirido imunidade ao
Requerente na altura da solicitação de Extra- procedimento criminal, de acordo com as leis
dição, e constitua um crime contra as leis do do Estado Requerente, pelo decurso do tempo,
Estado Requerido. perdão ou amnistia;
5. Se o pedido de Extradição se referir a uma pena de pri- f) O pedido se refira a crime sujeito à Lei Militar e que
são e à multa, o Estado Requerente poderá pedir a Extradição não seja simultaneamente um crime previsto na
para a aplicação das duas penas. Lei Comum;
6. Se o pedido de Extradição se referir a crimes distin- g) A Pessoa Reclamada tenha finalmente sido
tos puníveis pela lei das duas Partes com uma pena privativa absolvida ou condenada ou ainda isenta de um
de liberdade e, alguns dos quais não reúnam os requisitos posterior procedimento criminal pela mesma
dos n.os 1 e 2 deste artigo, o Estado Requerido pode efectuar ofensa pela qual se pede a Extradição;
a extradição também por aqueles crimes, garantindo que a h) O pedido de Extradição seja feito pelo Estado
pessoa seja extraditada por, pelo menos, um crime passível Requerente na sequência de um julgamento feito
de extradição. in absentia, e que o Estado Requerente afirme
7. Se o delito for cometido fora do território da Parte não garantir ter o procedimento criminal pres-
Requerente, a Extradição será concedida quando a lei da crito depois da Extradição.
Parte Requerida preveja a punição de um delito cometido 2. Não constitui crime político ou de natureza política as
fora de seu território em condições semelhantes. seguintes circunstâncias:
8. Nos termos deste Acordo, um delito passível de a) Factos que constituam um crime previsto em
Extradição incluirá o crime de genocídio e outros crimes con- quaisquer Acordos multilaterais dos quais a
tra a humanidade, conforme estabelecido na Convenção de República de Angola e a República do Ruanda
1948, sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. sejam Partes, e obrigadas a extraditar a pessoa
9. O crime de terrorismo, conforme definido pelas ou a submeter o assunto às autoridades compe-
Convenções da ONU e da OUA sobre Prevenção e Combate tentes para julgamento;
ao Terrorismo, também será um crime passível de Extradição, b) O genocídio, os crimes contra a Humanidade, os
nos termos deste Acordo. crimes de guerra e infracções graves segundo as
ARTIGO 4.º Convenções de Genebra de 1949;
(Recusa do pedido de Extradição)
c) Estupro ou violação sexual;
1. A Extradição é recusada se: d) Ofensas corporais graves ou danos graves à pro-
a) A Pessoa Reclamada for nacional do Estado Reque- priedade;
rido. Se a Extradição for recusada apenas com e) Rapto, feitura de reféns ou extorsão, sequestro ou
base na nacionalidade da Pessoa Reclamada, o tráfico de seres humanos;
Estado Requerido deverá, a pedido do Estado f) Terrorismo e crimes contra a vida, a integridade
Requerente, submeter o caso às autoridades física ou a liberdade de pessoas que gozam de
competentes; protecção internacional, inclusive os agentes
b) O crime pelo qual é solicitada a Extradição for diplomáticos;
considerado pelo Estado Requerido como sendo g) Atentado contra pessoas ou bens mediante posse,
um crime político ou de natureza política; uso ou fabrico de explosivos, bombas incendiá-
c) Se pautar em motivos políticos ou em factos pas- rias, dispositivos ou substâncias que causem
síveis de condenação à pena de morte e sempre graves danos corporais ou à propriedade;
que se admita, com fundamento que o extradi- h) Tentativa ou conspiração, ajuda ou instigação
tado possa vir a ser sujeito à tortura, tratamento de outras pessoas a envolverem-se ou a serem
desumano, cruel ou de que resulte lesão irrever- utilizadas para propósitos especificados nas
sível da integridade física, segundo o direito do alíneas b), c), d), e), f) e g) deste artigo.
Estado Requerente; ARTIGO 5.º
d) O Estado Requerido tiver motivos para acreditar (Recusa discricionária da Extradição)
que o pedido se destina a processar ou punir A Extradição pode ser recusada:
pessoa em razão da sua raça, religião, nacio- a) Se o crime pelo qual se solicita a Extradição estiver
nalidade, origem étnica, opinião política, sexo, sujeito à jurisdição do Estado Requerido e a Pes-
estatuto ou que a posição dessa pessoa possa ser soa Reclamada esteja ou venha a ser processada
prejudicada por uma dessas razões; nesse Estado;
2626 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Sem prejuízo do seu direito interno, se a situação for 3. Se a acusação pela qual a pessoa foi extraditada for
passível de Extradição, o Estado Requerido pode deter tem- subsequentemente alterada, essa pessoa pode ser processada
porariamente a Pessoa Reclamada para a prática de actos ou julgada, contanto que a ofensa, de acordo com a sua des-
processuais no Estado Requerente, de acordo com as condi- crição revista for:
ções a serem determinadas entre as Partes. a) Baseada nos mesmos factos substanciais contidos
4. A Pessoa Reclamada será mantida sob custódia no na solicitação de extradição e nos respectivos
Estado Requerido e será entregue ao Estado Requerente, documentos;
depois da conclusão do processo contra si instruído. b) Punível pela pena máxima, ou pela pena imediata-
5. A Pessoa Reclamada que tiver sido absolvida no mente a seguir, com moldura penal semelhante à
Estado Requerido, na sequência de uma entrega temporária do crime pelo qual a pessoa foi extraditada;
será entregue ao Estado Requerente para cumprir a sentença c) Substancialmente punível na medida e em razão da
imposta de acordo com as cláusulas deste Acordo. natureza da infracção original.
ARTIGO 16.º ARTIGO 18.º
(Entrega de bens apreendidos) (Reextradição para um terceiro Estado)
1. O Estado Requerido deverá, de harmonia com o 1. Se a pessoa tiver sido entregue ao Estado Requerente,
estipulado no seu direito interno, e a pedido do Estado esse Estado não deve extraditá-la para um terceiro Estado por
Requerente, apreender os bens sob suspeita de terem sido um crime cometido antes da sua entrega, excepto quando:
usados na prática de um crime, ou, que se requer como prova a) O Estado Requerido o consentir;
do crime para o qual se solicita a Extradição da pessoa, e b) A pessoa, tendo tido oportunidade de abandonar
deverá entregá-los ao Estado Requerente na altura em que a o Estado Requerente não o tenha feito dentro
Extradição for concedida. de 30 (trinta) dias da absolvição. Porém este
2. Os bens mencionados no número anterior devem ser período não incluirá o tempo em que, por razões
entregues mesmo que a Extradição, tendo sido concedida, alheias à vontade, impediram a pessoa de deixar
não se efective devido à saúde, desaparecimento ou fuga da o território do Estado Requerente;
Pessoa Reclamada.
c) A pessoa ter voluntariamente retornado ao Estado
3. Quando se requerer a apreensão dos bens referidos
Requerente, depois de o ter abandonado.
nos números anteriores no Estado Requerido em consequên-
2. O Estado Requerido pode solicitar ao Estado
cia de processos criminais ou cíveis pendentes, o Estado
Requerente a autorização ou os documentos necessários e
Requerido pode temporariamente reter tais bens até à con-
a si concedidos pelo terceiro Estado em relação a qualquer
clusão, ou entregar com a condição de serem posteriormente
consentimento solicitado na sequência da alínea a) do n.º 1
devolvidos em caso de absolvição. deste artigo.
ARTIGO 17.º
ARTIGO 19.º
(Regra da especialidade)
(Trânsito)
1. A pessoa que for extraditada não é processada, julgada 1. O trânsito de uma pessoa Extraditada através do ter-
ou detida por qualquer crime cometido antes da entrega, ritório de uma das Partes deverá ser concedido a pedido
a não ser aquele pelo qual a pessoa foi extraditada, nem a escrito da outra Parte.
sua liberdade restringida por qualquer razão, excepto nos 2. A solicitação para o trânsito deve obedecer ao seguinte:
seguintes casos: a) Pode ser efectuada por quaisquer meios escritos;
a) Quando o Estado Requerido consentir; b) Deve conter a informação referida no n.º 2 do
b) Quando a pessoa, tendo tido uma oportunidade artigo 11.º, os beneficiários do trânsito e seu
de abandonar o Estado Requerente, não o tenha destino final.
feito dentro de 30 (trinta) dias após o julgamento, 3. Não será necessária autorização para trânsito quando
ou tenha voluntariamente retornado para aquele for utilizado meio aéreo e não estiver programada aterragem
Estado depois de o ter abandonado; no Estado de trânsito.
c) Quando a Pessoa Extraditada consentir perante 4. No caso de aterragem não programada, o Estado a ser
uma autoridade judicial competente no Estado transitado deve requerer a solicitação de trânsito referida no
Requerente. n.º 1 deste artigo.
2. A solicitação para o consentimento do Estado Reque- 5. O Estado a ser transitado detém a pessoa em trânsito
rido deve estar acompanhada dos documentos referidos até que receba a solicitação e o trânsito efectuado, desde que
no artigo 7.º e do registo de qualquer declaração feita pela a solicitação seja recebida no prazo de 24 (vinte e quatro)
Pessoa Extraditada em relação à ofensa em causa. horas depois da aterragem não programada.
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2.º — A presente Resolução entra em vigor à data da sua f) A transferência temporária de detidos para a presta-
publicação. ção de testemunho ou produção de prova;
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, g) A execução de pedidos de revista, busca, apreen-
aos 29 de Março de 2023. sões, exames e perícias;
h) A identificação, pesquisa e diligências referentes
Publique-se.
à movimentação de bens e valores monetários,
A Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira. incluindo a busca, apreensão, confisco e outras
medidas cautelares pertinentes;
ACORDO DE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO i) Qualquer acção para recuperar produtos de crimes;
EM MATÉRIA PENAL ENTRE A REPÚBLICA j) Troca de conhecimento e experiência sobre leis
DE ANGOLA E A REPÚBLICA DO RUANDA nacionais, sistema legal, julgamentos, técnicas e
estratégias para combater o crime;
Preâmbulo
k) Pesquisas, estudos, treinamentos ou projetos jurí-
A República de Angola e a República do Ruanda, adiante
dicos conjuntos;
designadas «Partes»;
l) Qualquer outra forma de auxílio não proibido pela
Reconhecendo a especial importância de combater o
lei do Estado Requerido.
crime transnacional, incluindo a lavagem de dinheiro, cor-
3. A assistência será prestada ainda que o facto sujeito à
rupção, tráfico ilícito de drogas, de armas de fogo, de investigação, inquérito ou acção penal seja punível apenas
munições, de explosivos e a criminalidade conexa ou quais- pela lei de um dos Estados.
quer outras actividades criminosas; 4. O presente Acordo não será aplicado nos casos de:
Reconhecendo o interesse comum e as vantagens recí- a) Busca, detenção ou prisão de uma pessoa com o
procas do estabelecimento da cooperação sobre Auxílio intuito de obter a sua Extradição;
Judiciário Mútuo em Matéria Penal; b) Transferência de pessoas condenadas a penas ou
Desejosos de promover a eficiência das autoridades res- medidas de segurança privativas de liberdade.
ponsáveis pelo cumprimento das leis de ambos os Países, ARTIGO 3.º
na prevenção, investigação, acção penal ou instrução de (Autoridades Centrais)
processos de natureza criminal por meio de cooperação e 1. As Autoridade Centrais, com competência para encami-
Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal. nhar e receber solicitações, com observância das disposições
Acordam o seguinte: previstas no presente Acordo, são:
a) No que respeita à República de Angola, a Procura-
ARTIGO 1.º
(Objecto)
doria Geral da República;
b) No que respeita à República do Ruanda, o Minis-
O presente Acordo tem como objecto a prestação pelas
tério da Justiça.
Partes de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal. 2. Para as finalidades deste Acordo, as Autoridades
ARTIGO 2.º Centrais comunicam-se directamente ou pela via diplomática.
(Alcance da assistência)
ARTIGO 4.º
1. As Partes obrigam-se a prestar auxílio mútuo em (Motivos para recusa ou adiamento da execução do pedido)
matéria de prevenção, investigação, inquérito, acção penal 1. O Estado Requerido pode negar o auxílio se:
ou instrução de processos de natureza criminal e procedi- a) A solicitação referir-se a crime previsto na legis-
mentos judiciários relativos a crimes. lação militar, sem contudo, constituir um crime
2. O auxílio compreende: comum;
a) A citação, notificação ou intimação referentes a b) O Estado Requerido julgar que a execução do
actos processuais; pedido pode atentar contra a sua soberania,
b) A notificação e audição de suspeitos, arguidos, segurança, ordem pública ou outros interesses
essenciais do Estado, conforme estipulado pelas
testemunhas ou peritos;
suas autoridades competentes;
c) Prestação de informação constante de documentos
c) A pessoa visada já tiver sido absolvida ou con-
e sua apresentação, bem como disponibilização
denada, no Estado Requerido ou num terceiro
de registos e material probatório; Estado, pelos mesmos factos que fundamentam
d) O fornecimento de documentos e material proba- o pedido de auxílio;
tório, incluindo os de natureza administrativa, d) O pedido referir-se a infracções consideradas pelo
bancária, financeira e comercial; Estado Requerido como crimes políticos ou
e) A identificação e localização de pessoas e bens; conexos a crimes políticos;
I SÉRIE –– N.º 74 –– DE 26 DE ABRIL DE 2023 2631
e) Existirem motivos substanciais para acreditar que o 4. Quando necessário, a solicitação deve ainda conter:
pedido tenha sido apresentado com a intenção de a) Informação sobre a identidade, tais como o nome
investigar, submeter a processo, punir ou proce- completo, morada, local, data de nascimento,
der de qualquer outra forma contra uma pessoa nacionalidade, filiação e a localização da pessoa
a respeito de que se procura uma prova;
por razões ligadas à sua raça, religião, origem
b) Informação sobre a identidade, tais como o nome
étnica, sexo ou opiniões políticas, ou quando o
completo, local e a data de nascimento, a nacio-
seguimento do pedido possa prejudicar a pessoa
nalidade, a filiação e a localização da pessoa a
por qualquer um dos motivos mencionados; ser notificada ou intimada, o seu envolvimento
f) Existirem motivos substanciais para acreditar que o com o processo e a forma adequada de notifica-
procedimento penal, contra a pessoa submetida ção ou intimação;
a processo, não respeita as garantias estipuladas c) Informação sobre a identidade, tais como o nome
nos instrumentos internacionais de protecção completo, local e data de nascimento, naciona-
aos direitos humanos, ratificados pelas Partes; lidade, filiação e a localização de uma pessoa a
g) A solicitação não for feita em conformidade com o ser encontrada;
d) Descrição precisa do local ou pessoas a serem
presente Acordo.
revistadas e os elementos de prova a apreender;
2. O Estado Requerido pode adiar o cumprimento do
e) Descrição da forma sob a qual qualquer depoimento
pedido se a sua execução prejudicar investigação, inquérito,
ou declaração deve ser prestado e registado;
acção penal ou procedimento em curso no seu território.
f) Lista das perguntas a serem feitas à testemunha ou
3. A Autoridade Central do Estado Requerido deve infor- ao arguido;
mar por escrito à outra Parte sobre as razões que o levaram a g) Descrição de qualquer procedimento especial a ser
negar ou adiar o pedido de auxílio. seguido no cumprimento da solicitação;
ARTIGO 5.º h) Informações quanto às ajudas de custo e ao ressar-
(Forma e conteúdo das solicitações) cimento de despesas a que a pessoa tem direito
1. A solicitação de auxílio deve ser feita por escrito. quando convocada a comparecer perante o
2. A Autoridade Central do Estado Requerido pode, em Estado Requerente;
situações de urgência, dispensar a forma escrita da solicita- i) Qualquer outra informação que possa ser levada ao
ção. Nesse caso, deve a mesma ser confirmada, por escrito, conhecimento do Estado Requerido para facili-
no prazo de quinze dias. tar o cumprimento da solicitação.
3. A solicitação deve conter as seguintes informações: ARTIGO 6.º
(Cumprimento das solicitações)
a) O nome da autoridade que conduz a investigação,
1. A Autoridade Central do Estado Requerido compro-
inquérito, acção penal, processo ou procedi-
mete-se a atender de imediato a solicitação transmitindo-a à
mento de natureza criminal relacionado com a autoridade com competência para a executar.
solicitação; 2. Os Órgãos de Justiça do Estado Requerido devem
b) Descrição da matéria e da natureza da investiga- emitir as notificações ou intimações, os mandados de busca
ção, inquérito, acção penal, processo de natureza e apreensão e demais medidas necessárias ao cumprimento
criminal ou procedimento judiciário relativo ao da solicitação.
3. A Autoridade Central do Estado Requerido deve tomar
crime, incluindo, até onde for possível determi-
as medidas que assegurem necessárias à satisfação do pedido
nar o crime específico em questão;
de auxílio, nos termos do presente Acordo.
c) Descrição da prova, informações ou outro auxílio 4. As solicitações de auxílio são executadas de acordo
pretendido; com as leis do Estado Requerido, salvo nas situações em que
d) Declaração da finalidade para a qual a prova, as o presente Acordo disponha de outra forma e se tal não for
informações ou outro auxílio seja necessário; proibido pelas leis interna do Estado Requerido.
e) A razão principal pela qual as provas ou as informa- 5. Quando solicitado, o Estado Requerido empenhar-se-á
ao máximo no sentido de manter o carácter confidencial da
ções são requeridas, assim como uma descrição
solicitação e do seu conteúdo.
total dos factos (data, local e circunstâncias nas
6. Se a solicitação não puder ser atendida sem quebra
quais foi cometido o crime) que deram origem dessa confidencialidade, o Estado Requerido deve informar
às investigações no Estado Requerente; o facto à outra Parte, que então decidirá se ainda assim deve
f) Os textos da legislação aplicável. ou não a solicitação ser executada.
2632 DIÁRIO DA REPÚBLICA
7. As Autoridades Centrais prestarão uma a outra, quando 3. Quando solicitado, o Estado Requerido pode permi-
solicitadas, informações sobre os pedidos de auxílio. tir a presença de pessoas especificadas no requerimento,
8. Uma vez a solicitação atendida deve o Estado Reque- durante a prestação de depoimento ou produção da prova,
rido informar sem demora à outra Parte. e permitir que as mesmas apresentem às Autoridades do
Estado Requerente questões adicionais que surjam do depoi-
ARTIGO 7.º
(Legalização, autenticação e outras formalidades) mento fornecido.
4. Caso a pessoa mencionada no n.º l alegue imunidade,
1. Os documentos, depoimentos ou elementos de prova
incapacidade, privilégio ou prerrogativa ao abrigo das leis
tramitados pelas Partes, em cumprimento ao presente
do Estado Requerente, o depoimento-prova deve, não obs-
Acordo, estão dispensados de legalização, autenticação ou
tante, ser prestado e a alegação levada ao conhecimento da
outras formalidades. Autoridade Central do Estado Requerente, para decisão das
2. Os documentos, os autos, depoimentos e demais ele- autoridades daquele Estado.
mentos, tramitados pelo Estado Requerido são aceites
ARTIGO 11.º
como meios de prova sem outra formalidade ou atestado de (Registos públicos)
autenticidade. 1. O Estado Requerido deverá fornecer ao Estado
3. O ofício remetido pela Autoridade Central do Estado Requerente cópias de registos publicamente disponíveis,
Requerido garante a autenticidade dos documentos documentos, ou informações de qualquer natureza que se
transmitidos. encontrem na posse das suas autoridades.
ARTIGO 8.º 2. O Estado Requerido poderá fornecer, mesmo que não
(Custos) disponíveis ao público, cópias dos documentos acima men-
1. O Estado Requerido é responsável pelos gastos decor- cionados, que estejam sob a guarda de autoridades naquele
rentes da execução do pedido em seu território, excepto Estado, na mesma medida e nas mesmas condições em que
os abaixo mencionados, que estarão a cargo do Estado estariam disponíveis às suas próprias autoridades policiais
Requerente: ou judiciárias.
a) Honorários, despesas de viagem e estadia de peri- 3. O Estado Requerido pode, a seu critério, negar no todo
ou em parte, uma solicitação feita ao abrigo do disposto no
tos;
número anterior.
b) Custos de viagens e outras despesas relativas ao
ARTIGO 12.º
transporte de pessoas do território de um Estado (Depoimento no Estado Requerente)
para o outro.
1. Quando o Estado Requerente solicitar a presença de
2. Se a execução do pedido indicar custos excepcionais,
uma pessoa no seu território, deve o Estado Requerido con-
as Partes devem previamente consultar-se para determi-
vidar essa pessoa a comparecer e informar de imediato a
nar os termos e condições sobre as quais o auxílio deve ser
esse Estado a resposta da pessoa em causa.
efectuado.
2. A Autoridade Central do Estado Requerido pode, a seu
ARTIGO 9.º critério, determinar que a pessoa convidada a comparecer
(Restrições ao uso)
perante o Estado Requerente de acordo com o estabelecido
1. O Estado Requerente não pode, sem prévio consen- neste artigo, não está sujeita à intimação, detenção, ou qual-
timento da Autoridade Central do Estado Requerido, usar quer restrição de liberdade pessoal, resultante de quaisquer
as informações ou provas obtidas ao abrigo do presente actos ou condenações anteriores à sua partida do Estado
Acordo, em investigação, acção penal ou outros procedi- Requerido.
mentos que não aqueles descritos na solicitação. 3. A Autoridade Central do Estado Requerente informa
2. O Estado Requerido pode requerer que as informações sem demora à Autoridade Central do Estado Requerido se
ou provas produzidas ao abrigo do presente Acordo sejam tal garantia de salvo-conduto será concedida.
mantidas confidenciais ou usadas apenas sob os termos e 4. A garantia de salvo-conduto mencionada no número ante-
condições por ele especificados. rior cessará quando a pessoa livremente prorrogar a sua estadia
ARTIGO 10.º no território do Estado Requerente por mais de 15 dias, depois
(Depoimento ou produção de prova no Estado Requerido) da sua presença deixar de ser necessária nesse Estado, con-
1. A pedido do Estado Requerente, qualquer pessoa forme comunicado ao Estado Requerido.
que se encontre no Estado Requerido pode ser notificada ARTIGO 13.º
ou intimada a comparecer, de acordo com a lei do Estado (Transferência temporária de detidos ou presos)
Requerido, para testemunhar ou fornecer documentos, regis- 1. A pessoa detida ou presa no Estado Requerido, cuja
tos ou provas. presença seja solicitada no outro Estado para fins de auxílio,
2. Mediante solicitação, a Autoridade Central do Estado pode ser transferida temporariamente de um Estado para o
Requerente antecipa informações sobre data e local da apre- outro para aquele fim, desde que a pessoa consinta e que as
sentação para o depoimento ou produção de prova. Autoridades Centrais de ambos Estados concordem.
I SÉRIE –– N.º 74 –– DE 26 DE ABRIL DE 2023 2633
2. Para fins deste artigo: 2. O Estado Requerido pode solicitar que o Estado
a) O Estado Receptor tem competência e obrigação de Requerente aceite os termos e condições julgados necessá-
manter a pessoa transferida sob custódia, salvo rios à protecção de interesses de terceiros nos documentos,
autorização em contrário do Estado Remetente; registos, bens ou elementos de prova.
b) O Estado Receptor devolve a pessoa transferida ARTIGO 17.º
(Devolução de documentos, registos, bens ou elementos de prova)
sob custódia, ao Estado Remetente, tão logo as
circunstâncias permitam, ou conforme entendi- A Autoridade Central do Estado Requerido pode solici-
tar à Autoridade Central do Estado Requerente a devolução,
mento entre às Autoridades Centrais de ambos
com urgência possível, de quaisquer documentos, registos,
os Estados;
bens ou elementos de prova a ela entregues em decorrência
c) O Estado Receptor não pode requerer ao Estado do atendimento à solicitação.
Remetente a abertura de processo de Extradição
ARTIGO 18.º
para o regresso da pessoa transferida; (Produtos de crime)
d) O tempo em que a pessoa permanecer sob custódia 1. O Estado Requerido deve, mediante solicitação, empe-
no Estado Receptor será contado no cumpri- nhar-se para determinar se quaisquer produtos de crime
mento da sentença originalmente imposta no estão localizados sob a sua jurisdição e informar ao Estado
Estado Remetente; Requerente os resultados das suas investigações.
e) A pessoa transferida, qualquer que seja a sua 2. Ao fazer a solicitação referida no número anterior
nacionalidade, intimada a comparecer perante do presente artigo, o Estado Requerente deve notificar ao
às autoridades competentes no Estado Reque- Estado Requerido sobre os elementos que levaram à con-
rente, não pode ser submetida a investigação, clusão de que tais produtos possam estar localizados em seu
território.
inquérito, acção penal, detenção ou qualquer
3. Quando localizados os bens resultantes do crime, deve
outra restrição de sua liberdade individual por
o Estado Requerido tomar as medidas permitidas pela sua
factos ou condenações anteriores à sua partida
legislação, para imobilizar e confiscá-los, visando, particular-
do território do Estado Requerido e não visados mente, a sua transferência para o Estado Requerente.
pela intimação. 4. Na aplicação do presente artigo, os direitos do Estado
ARTIGO 14.º Requerente e de terceiros de boa-fé são respeitados, nos ter-
(Localização ou identificação de pessoas, bens e elementos de prova) mos das leis do Estado Requerido.
O Estado Requerido obriga-se a empreender os seus ARTIGO 19.º
melhores esforços para localizar ou identificar pessoas, bens (Restituição de bens e valores)
e outros elementos de prova, conforme discriminados na 1. Os bens e valores que constituem produtos de crime
solicitação. cometido e objecto de processo no Estado Requerente e,
ARTIGO 15.º que tenham sido apreendidos pelo Estado Requerido, assim
(Entrega de documentos) como os bens de substituição, cujo valor corresponda a
1. O Estado Requerido deve realizar as diligências esses produtos, podem também ser restituídos ao Estado
necessárias à entrega dos documentos referentes, no todo Requerente para fins de confisco, devendo ser salvaguarda-
dos os direitos invocados por terceiros de boa-fé sobre esses
ou em parte, a qualquer solicitação de auxílio pelo Estado
bens e valores.
Requerente, em conformidade com os dispositivos do pre-
2. A restituição ocorre, regra geral, com base em sentença
sente Acordo.
executória transitada em julgado do Estado Requerente, no
2. Qualquer documento que solicitar a presença de uma
entanto, o Estado Requerido terá a possibilidade de restituir
pessoa perante a Autoridade do Estado Requerente, deve ser
em estágio o mesmo procedimento.
emitido com razoável antecedência em relação à data pre-
ARTIGO 20.º
vista para a comparência. (Compatibilidade com outros Acordos)
3. O Estado Requerido comprova a entrega dos documen- As disposições do presente Acordo não impedem um
tos de acordo com a forma especificada na solicitação. auxílio jurídico e judiciário mais amplo que venha a ser
ARTIGO 16.º acordado entre as Partes noutros Acordos ou ajustes, que
(Revista, busca e apreensão)
entendam, caso a caso, mutuamente conceder-se.
1. O Estado Requerido executa mandados de revista, ARTIGO 21.º
busca e apreensão ou entrega de quaisquer documentos, (Consultas)
registos, bens ou elementos de prova, nos termos requeridos 1. As Autoridades Centrais das Partes podem realizar as
pelo Estado Requerente, desde que o pedido contenha infor- consultas necessárias, no sentido de promoverem uma apli-
mação que justifique tal acção, segundo as suas leis internas. cação mais eficaz do presente Acordo.
2634 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. As Autoridades Centrais podem ainda estabelecer 2. As emendas entram em vigor por meio de troca de
acordos quanto às medidas e práticas que se mostrem neces- notas, por escrito, por via diplomática, informando que
sárias, com vista a facilitar a implementação do presente as formalidades internas para sua entrada em vigor foram
Acordo. cumpridas.
ARTIGO 22.º Em testemunho de que, os representantes devidamente
(Limites de responsabilidades) autorizados pelos seus respectivos Governos assinam o pre-
1. A lei de cada Estado-Parte regula a responsabilidade sente Acordo.
por danos que advêm dos actos de suas autoridades no cum- Assinado em Kigali, aos 15 de Abril de 2022, em 2 (dois)
primento deste Acordo. exemplares originais, nas línguas portuguesa e inglesa,
2. As Partes não são responsáveis pelos danos que adve- sendo todos os textos igualmente autênticos.
Pela República de Angola, Francisco Manuel Monteiro
nham de actos praticados pelas autoridades da outra Parte
de Queiroz — Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.
na formulação ou cumprimento de um pedido, nos termos
Pela República do Ruanda, Emmanuel Ugirashebuja —
deste Acordo.
Ministro da Justiça/Procurador Geral.
ARTIGO 23.º
(23-2710-C-AN)
(Aplicação)