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Anexo I - Word Café

A partir dos anos 1990, Pereira (2006) observa que “a formação de professores volta-
se para uma discussão recorrente da relação entre teoria e prática, isto é, a formação
continuada e a formação do professor-pesquisador, ou seja, ressalta-se a
importância da formação do profissional reflexivo, aquele que pensa na ação, cuja
atividade profissional se alia à atividade de pesquisa” (PEREIRA, 2006, p. 41).

Para discutir entre o grupo:


Como o Professor Coordenador de Área poderá contribuir para criar uma cultura em
que seus pares declinem da prática mecânica para o lugar de professor-pesquisador,
cuja prática torna-se objeto de pesquisa, com finalidade do aprimoramento do
processo de ensino e aprendizagem?

Referência
PEREIRA, J. E. D. Formação de Professores: pesquisa, representações e poder. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2006.

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Anexo II - Word Café
Nóvoa (2019) ressalta que as novas concepções, que reconstroem a velha imagem
de um professor frente ao quadro e alunos sentados em fila, requerem trabalho em
equipe e reflexão conjunta. O autor coloca ainda que “a criação de redes coletivas de
trabalho constitui, também, um fator decisivo de socialização profissional e de
afirmação de valores próprios da profissão docente”.
Imbernón (2010), já retratava essa visão ao afirmar que “o professor deve assumir a
condição de serem sujeitos da formação, compartilhando seus significados, com a
consciência de que todos somos sujeitos quando nos diferenciamos trabalhando
juntos, e desenvolvemos uma identidade profissional” (IMBERNÓN, 2010, P.78).

Segundo os autores, o espaço de compartilhamento coletivo docente é rico, não


apenas para a socialização, mas também para a identidade profissional, pois as
idiossincrasias dos membros e do grupo são vivenciadas e sentidas por todos.
Todavia, dentro da rotina escolar, isso pode encontrar circunstâncias limitantes, seja
pelo individualismo que se estabeleceu historicamente na prática docente, na crença
de que os pares na condição de iguais pouco contribuem na sua formação ou até
pelo tempo destinado a tais momentos.

Para discutir entre o grupo:


Como o trabalho do PCA pode desconstruir essas visões que distorcem as
possibilidades de aprendizagem mútua entre os docentes?

Referência
IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Tradução Juliana dos Santos Padilha. Porto Alegre:
Artmed, 2010.

NÓVOA, A. Os professores e a sua Formação num tempo de metamorfose da escola. Educação & Realidade. Lisboa,
vol.44, n. 3, p. 1-9,set-2019.

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Anexo III - Word Café
Os momentos formativos para professores, segundo Imbernón (2010), findam sendo
pouco eficazes, quando simplesmente o ser formador quer levar soluções gerais para
problemas genéricos. Para esse autor, embora haja uma finalidade comum, é
importante considerar situações reais e específicas que permeiam o fazer didático-
pedagógico dos membros da equipe docente. De outra forma, “as características
pessoais e os diversos interesses formativos tanto podem favorecer a formação
quanto se tornar um obstáculo para ela mediante certas resistências” (IMBERNÓN,
2010, p.53-55)

Para discutir entre o grupo:


A partir da visão do referido autor, como a figura do PCA realizará um trabalho que
atenda a essas demandas formativas reais dos colegas, de maneira a evitar
abordagens generalizadas que tangenciam as necessidades dos membros da
equipe, considerando que a diversidade existente é potencializadora nessa formação
contínua?

Referência
IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Tradução Juliana dos Santos Padilha. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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Anexo IV - Word Café
“Precisamos superar a visão simplificada de planejamento, a qual se resume em
planejar e executar. Planejamento pressupõe algo um pouco mais complexo, pois,
além de elaborar e executar, deve-se avaliar todo o processo. A maneira como esse
processo (elaborar, executar e avaliar) é conduzido e organizado, se está orientado
para uma construção crítica e reflexiva, com espaços que garantam a discussão e o
debate apontando para a transformação, é que configura o planejamento.” (MELO,
2020, p.45)

Para discutir no grupo:


Conforme Melo, o planejamento implica no movimento circular composto por três
etapas: elaborar, planejar e executar. A partir das suas vivências na escola, quais os
enfoques e evidências que devem servir de objeto de análise em cada etapa?

Referência
MELO, Kalinka Ribeiro Aragão De. Planejamento coletivo, espaço de formação: limites e possibilidades.
Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39702. Aceso em: 10/03/2023

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Anexo V - Word Café
Aires (2011), ao abordar o conceito de interdisciplinaridade, à luz da obra do filósofo Hilton Japiassu,
explicita que esse método é uma tentativa de “reunificação do saber”, como forma de o sujeito
pesquisador construir o conhecimento na sua totalidade. A fragmentação seria o que o referido
filósofo consideraria como “patologia do saber”.
Apesar de receber muitas críticas, outros autores consideram que assim como a fragmentação se
constituiu a seu tempo como necessidade histórica em face da renascença e do capitalismo, a
interdisciplinaridade deve ser compreendida como resquício desse materialismo, sem a defesa de
perda.
Outro conceito abordado por Aires (2011) é o de integração curricular numa perspectiva
progressista e, ao trazer a visão de James Beane, define que
o currículo deve ser organizado a partir de questões que tenham significado
pessoal e social em situações cotidianas; deve valorizar as experiências de
aprendizagens que foram significativas; deve promover uma formação que
priorize valores relativos ao bem comum; deve favorecer os conhecimentos
relevantes para a sociedade mais ampla e não apenas os de interesse das
elites e, finalmente, deve estar imbuído de uma concepção de integração para
além de apenas uma técnica alternativa à organização disciplinar. (BEANE,
apud AIRES, 2011, p.225)
Com base nessas ideias, o autor traz uma distinção dessas concepções destacando que a
interdisciplinaridade está mais relacionada à pesquisa, disciplinas científicas, ensino superior,
enquanto a integração curricular está mais voltada para a epistemologia das disciplinas escolares,
o ensino fundamental e médio.

Para discutir entre o grupo:


Um dos pressupostos do atual ensino médio, orientado pela BNCC, é a redução do abismo criado
entre os componentes curriculares, de maneira que o conhecimento seja construído pelos sujeitos
(professor-aluno) por meio do diálogo entre os componentes que compõem uma determinada área,
bem como as possibilidades de abordagens dialógica entre as áreas do conhecimento.
Com base nos conceitos apresentados e no referido pressuposto, como é possível desenvolver
gradativamente um trabalho com nossos pares que se oriente pela integração curricular numa
perspectiva progressista?

Referência
Aires, Joanez A. Integração Curricular e Interdisciplinaridade: sinônimos?
Educação & Realidade, vol. 36, núm. 1, enero-abril, 2011, pp. 215-230

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