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1. INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------- 3
4. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------ 7
AUTOR -------------------------------------------------------------------------------------------------8
O DESAFIO DE IMPLANTAR PARQUES TECNOLÓGICOS – PARTE 1
1. INTRODUÇÃO
Se por um lado, esse O fenômeno dos “Parques Tecnológicos” adquiriu múltiplos significados na
fato permitiu um última década do século XX e início do século XXI especialmente porque, no
somatório de esforços Brasil, deixou de ser uma expressão com significado meramente acadêmico
e intenções em prol para corporificar projetos e empreendimentos com a ousada proposta de
dos Parques, por modificar a realidade econômica de estados e municípios. Assim, ter um
outro surgiu um “projeto de Parque Tecnológico” começou a freqüentar as agendas de
“caldeirão de governantes, empresários, pesquisadores e reitores, todos vislumbrando o
expectativas” que Parque Tecnológico como símbolo de um ambiente moderno e altamente
algumas vezes não inovador. Se por um lado, esse fato permitiu um somatório de esforços e
convergem intenções em prol dos Parques, por outro surgiu um “caldeirão de
expectativas” que algumas vezes não convergem e, em alguns momentos,
dificultam o andamento dos projetos.
(...) é possível A partir dessa discussão, é possível encontrar uma caracterização para os
encontrar uma Parques Tecnológicos que consiga contemplar a expectativa de todos os
caracterização para agentes envolvidos – sejam eles oriundos da academia, ou do mercado? É
os Parques possível estabelecer uma metodologia de implantação de Parques
Tecnológicos que Tecnológicos que contemple etapas comuns a todos os projetos, apesar dos
consiga contemplar diferentes contextos regionais? Acreditamos que é possível responder “sim”
a expectativa de para essas duas perguntas, mas também é evidente que essas respostas não
todos os agentes são triviais.
envolvidos?
Esse artigo será o primeiro de uma série que tratará de temas relacionados ao
“Desafio de Implantar Parques Tecnológicos”. Serão discutidas as dimensões
mais importantes desse desafio até culminar em uma metodologia de
Será o Parque implantação dos Parques, capaz de abranger os problemas relacionados a
Tecnológico esses projetos apesar dos distintos contextos locais em que eles se inserem.
exclusivo para
pesquisa e
O primeiro tema desta série de artigos está relacionado também ao que
desenvolvimento ou
consideramos ser a primeira decisão (ou diretriz) estratégica que as
ele abrigará
instituições envolvidas com a concretização de um Parque Tecnológico devem
atividades de
estabelecer: será o Parque Tecnológico exclusivo para pesquisa e
produção?
desenvolvimento ou ele abrigará atividades de produção?
(...) essas decisões Existem alguns passos importantes para construir esse ambiente de integração
definirão diretrizes entre as Universidades e as empresas inovadoras. Alguns desses “passos” - que
estratégicas para os na verdade são decisões estratégicas - podem ocorrer simultaneamente, mas
Parques o fundamental é saber que essas decisões definirão diretrizes estratégicas
Tecnológicos, para os empreendimentos de Parques Tecnológicos, diretrizes essas
diretrizes essas fundamentais para se elaborar um planejamento estratégico e
fundamentais para conseqüentemente estabelecer um modelo consistente de gestão. Uma
se elaborar um ameaça muito comum aos empreendimentos de Parques Tecnológicos é a
planejamento inexistência, ou multiplicidade, de diretrizes por parte dos atores envolvidos –
estratégico e acadêmicos, empresários e poder público – cada qual com expectativas
conseqüentemente diversas, e muitas vezes conflitantes, sobre a concepção de um Parque
estabelecer um Tecnológico.
modelo consistente
de gestão. Logo, a primeira decisão estratégica é definir a natureza do Parque
Tecnológico. Em geral, essa decisão é a resposta para a seguinte pergunta: o
Parque será um empreendimento exclusivamente orientado para a
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos – que denominaremos nesse
artigo de “Parques Científicos” – ou será um empreendimento que abrigará
atividades de P&D, mas também atividades de produção? Essa definição é
fundamental para o sucesso dos empreendimentos.
Sem esboçar juízos de valor sobre qual desses projetos seria o melhor – um
Parque Científico ou um Parque Tecnológico - é fundamental que a decisão
das instituições âncora - que em geral são as Universidades - esteja explícita e
enfatizada periodicamente, pois como dito anteriormente, as expectativas
tanto do público interno das Universidades, como das empresas e do poder
público devem estar alinhadas para que não ocorram conflitos em períodos
futuros do projeto. Todo o planejamento estratégico depende dessa decisão.
Criar uma extensão do campus universitário ou criar uma instituição híbrida,
em si inovadora, que abrigará tanto pesquisa como produção? Eis a pergunta
crucial.
4. CONCLUSÃO
Parece evidente que não se deve excluir empresas e setores inovadores e que
são dominados por micro, pequenas e médias empresas dos projetos de
Parques Tecnológicos. Qual a escala de produção e os resíduos que serão
permitidos (ou tratados) dentro do Parque Tecnológico? Como criar um
ambiente propício para o bom desenvolvimento da produção e das demais
atividades relacionadas? Qual será o diferencial em termos de ambiente de
negócios que os Parques Tecnológicos irão oferecer quando comparados a
outros espaços em seu entorno? Como será a governança dos Parques? Todos
esses são desafios devem ser contemplados e serão tratados nos artigos
subseqüentes dessa série. No entanto, fica demonstrado que o primeiro passo
– o alinhamento de expectativas entre o mundo acadêmico e o mundo
empresarial – para o sucesso dos Parques é a percepção de todos os agentes
envolvidos, especialmente as instituições âncora, de que esses
empreendimentos são em si inovadores por se tratarem da convivência entre
pesquisa e produção em um mesmo espaço físico. Por se constituírem em um
espaço no qual vão transitar estudantes, bolsistas, estagiários, pesquisadores,
mas também clientes, fornecedores, administradores voltados para o
resultado de mercado de suas empresas. O desafio é gerar sinergias e
integração entre pessoas que, em princípio, possuem culturas e costumes de
mundos tradicionalmente antagônicos. Romper essa tradição de conflitos
entre o acadêmico e o empresarial é a primeira dimensão, ou o primeiro
desafio para implantação de Parques Tecnológicos é a criação dessa cultura
de integração.
AUTOR