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América Latina: do desenvolvimento ao neoliberalismo.

Wilson Cano.

 (p.287) As diferenças históricas entre os países que compõe a América


Latina dificultam a compreensão de que se trata do mesmo continente (a
ideia de um bloco hegemônico). Isso é decorrente de diversos processos
históricos que os Estados Nacionais passaram ainda no Período Colonial.

 (p.287) A América Latina sempre esteve subjulgada ao poder de outros


países até 1914 estava sob o domínio inglês e posterior a isso ao norte
americano.

 (p.288) Esse trabalho possui duas hipóteses. Sendo a primeira: No período


compreendido entre 1929-1979 uma parte da América Latina (Brasil,
Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e México) gozou de uma maior
soberania política. Após 1979, os EUA, por meio do Consenso de
Washington impôs um retrocesso dessa soberania o que gerou um
ressurgimento de uma política liberal- conservadora. A segunda hipótese é
a de que a partir da década de 80 é possível observar :
1. um alinhamento das elites nacionais aos interesses financeiros
internacionais;
2. o enfraquecimento das associações tradicionais e;
3. Consolidação de um novo poder (econômico e político)
“commintment liberal”.

1. 1929-1979: Um longo período excepcional

 (p.289) A crise de 29 representou uma ruptura no padrão econômico.


Com a crise econômica o papel Interventor do Estado foi
profundamente repensado.
 (p.290) Em virtude da grave depressão, os países centrais viram sua
articulação imperialista enfraquecida. Prova disso, foram as
transformações industriais (têxtil, bens de consumo, produção de
cimento, etc) instaladas em alguns países latinos.
 (p.290) O autor dividiu os países latinos em dois grupos: aqueles que
criaram políticas econômicas ‘protetivas’ sendo representadas por:
México e os demais países sul americanos( Exceto Bolívia e Paraguai);
aqueles que não se alinharam dessa maneira (Venezuela, Equador,
Cuba, Haiti, Republica Dominicana).
 (p.290) O que seriam essas políticas ‘protetivas’: Desvalorização do
cambio, suspensão do pagamento da dívida externa, controles
cambiais mais drásticos e elevação das tarifas de importação.
 (p.291) A necessidade de readequação tarifária quebrou
financeiramente o Estado que se viu obrigado a repensar seu papel
intervencionista em prol de um Estado Liberal.
 (p.291) Para o Brasil o período de 1937-1945 representou a
possibilidade real de avanços industriais. Como os países centrais
estavam envolvidos com a produção de insumos para a II Guerra
Mundial, fomos obrigados a diversificar as fontes internas de
suprimentos. Com isto, a indústria química e metalúrgica avançaram
exponencialmente inclusive com o apoio da potência líder a fim de criar
bases logísticas na América Latina.
 (p.291)O processo de urbanização cria um personagem central no
processo político: o operário urbano.
 (p.291): O pós guerra é marcado pela polarização entre EUA e a
URSS. Dessa maneira a postura dos EUA é alterada: Eles passam a
fomentar e apoiar ações repressivas ao nacionalismo ou outras forças
repressivas. É um período de rupturas e descontinuidades, de golpes
políticos e militares em prol da ‘democracia’.
Japão e a Alemanha passaram estavam completamente destruídas e
a política adotada pelos EUA frente a esses países se converteram em
uma constante e perigosa ameaça que se estende até os dias atuais.
 (p.292) As pressões norte americana na década de 50 aumentaram
nas suas áreas de influências pelos seguintes motivos:
1.Ameaça Coreana: necessidade de unificação da América Latina
frente aos seus interesses.
2. Fim do Plano Marshall: Os mercados latinos passaram a ser
importantes para os EUA.
 (p.293) Parte mais importante: Os anos compreendidos entre 1955
a 1973 representaram o fim de um período excepcional de
crescimento e transformação para os países desenvolvidos com a
assimilação da Europa Ocidental e o Japão para a área de influência
americana.
Paradoxalmente,na década de 60, os EUA passaram por uma
retração no seu processo de crescimento reflexo do crescimento do
Japão e da Europa que estava vivendo seu auge.
 (p.293) Uma consequência direta do Plano Marshall foi o acúmulo de
dólares, principalmente na Europa, levaram o desequilíbrio financeiro e
comercial dos EUA. Esse movimento foi chamado de euromercado,
ponto de partida para o que hoje conhecemos como o Sistema
Financeiro Internacional.
 (p.294) No período de 1973-1979 a industrialização avançou de
maneira lenta e desigual (exceto no Chile). A economia nos países
latinos estavam sendo corroída pelas altas da inflação e elevados
défictis em transações correntes na balança de pagamentos.
 (p.294) A rigor, o Brasil foi o país que melhor utilizou as chances desse
momento, ao fim do qual mostrava a indústria mais integrada da
América Latina.

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