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Texto de Apoio – 3ºano – 2º Bimestre

A crise de 1929
Antes da Primeira Guerra Mundial, a
economia americana já era uma das maiores do
mundo, a guerra só acentuou a posição de
potência econômica internacional, até porque,
com as nações europeias em guerra praticamente
não havia produção, assim, os EUA vendiam
seus produtos para a maioria das nações do
mundo.
Em virtude desse crescimento da economia
os EUA viveram um período de euforia
econômica. Esse momento ficou marcado
principalmente peloavanço do consumo de mercadorias, consolidando o “American way of life”, o estilo de vida
americano. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações
europeias em processo de reconstrução após a Primeira Guerra. Essa euforia econômica causou um consumismo
acelerado na população que compravam de maneira desenfreada.
Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Por
causa do “boom” econômico as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a
especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova
Iorque tiveram saltos consideráveis. O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que
compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para, em seguida, revendê-las. Esse processo fazia com
que os valores das ações aumentassem – pois havia muitos compradores – e criava uma falsa sensação de prosperidade. A
continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaramna quebra da economia
americana.
Quebra da bolsa de Nova Iorque: A prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito
desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do
precipício. A sociedade era incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Os salários estavam ficando para trás e
os lucros dos mais prósperos cresciam desproporcionalmente. Mas como o povo não consumia para acompanhar a
produtividade rápida do sistema industrial, o resultado foi superprodução e especulação. Isso causou o colapso.
Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como
Quinta-
feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa
situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o
valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou. Milhares de pessoas
perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam
desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos
países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora. A maioria desses países teve dificuldade em reduzir
esses índices mesmo após 1933. A grave crise econômica abriu as portas para o fascismo e os ideais de extrema-direita
que tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. Mas, veremos isso
posteriormente. Ao todo, o comércio internacional foi
reduzido em aproximadamente 1/3. Os efeitos da crise
para a economia dos Estados Unidos foram imediatos. O
período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, foram
enfraquecendo, principalmente por causa da intervenção
do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo).
O New Deal: A queda da Bolsa de Nova Iorque, em
1929, colocou em xeque os princípios do liberalismo
clássico, onde pregava-se a economia seria
autorregulamentada pelas leis da oferta e da procura e
que o Estado não devia interferir na economia.
Entretanto, com o desemprego atingindo 27% da
população, bancos e empresas falindo e a miséria
aumentando, o presidente Franklin Delano Roosevelt tinha como desafio reerguer a maior economia da época. Foi aí que
surgiu o plano econômico chamado de New Deal.
O New Deal forneceu empréstimos agrícolas para endividados do campo, destruiu excedentes agrícolas para
recuperar os preços e eliminar a superprodução, auxiliou as indústrias e deu garantias trabalhistas, criou o seguro
desemprego para aumento do mercado interno e investiu em obras públicas para melhoria da infraestrutura, redução do
desemprego e geração de mercado consumidor.
A crise mundial de 1929 evidenciou o fim do liberalismo econômico como solução da crise capitalista e difundiu
pelo mundo o planejamento estatal para regular a economia, num intervencionismo moderado, o capitalismo de estado.

A Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola, ocorreu entre 1936 e 1939 e foi um conflito entre republicanos e nacionalistas pelo
governo da Espanha. No campo de batalha, os republicanos se reuniram em torno da Frente Popular que juntava os
setores democráticos e de esquerda, como anarquistas e comunistas. Do outro lado, estavam as forças de direita,
articuladas em torno de círculos como a Falange Espanhola Tradicionalista e setores das Forças Armadas, lideradas pelo
general Francisco Franco. A dimensão dos
combates com 1 milhão de mortos faz dessa
guerra um dos maiores conflitos do século XX.
Em 1936, os republicanos socialistas se
elegeram na Espanha e realizaram reformas que
não foram aceitas pelas elites, que se uniram num
partido de extrema direita, denominada Falange
Tradicionalista Espanhola das Juntas Ofensivas
Nacional-Sindicalista, e tinha como objetivo
impedir as reformas que considerava de
inspiração socialista. Houve então o golpe
comandado por Franco.
O conflito trazia de um lado os falangistas e
do outro, populares e de esquerda. Os primeiros tinham apoio militar da Itália fascista e da Alemanha nazista, que usou a
Espanha como centro de experimentação de suas novas e potentes armas, por isso, muitos historiadores apontam que a
Guerra Civil Espanhola foi um “ensaio” para a Segunda Guerra Mundial.
Do outro lado, estavam as forças populares e democráticas. Essas recebiam um pequeno apoio da União Soviética e
das Brigadas Internacionais, que eram formadas por voluntários operários e intelectuais de outros países. Países
democráticos como a França e Inglaterra não se envolveram no conflito.
A Guerra Civil Espanhola tornou-se muito mais que uma simples luta pelo controle do governo de um país. Pela
primeira vez, as duas grandes correntes políticas do século XX, fascismo e socialismo, se enfrentavam no campo de
batalha.

No dia 26 de abril de 1937 ocorreu uma das maiores tragédias da guerra. O povoado de Guernica, localizado no País
Basco, foi completamente destruído pelo bombardeio de aviões alemães da Legião Condor, enviados por Adolf Hitler
para auxiliar as forças do generalíssimo Francisco Franco. A obra “Guernica”, de Picasso, retrata a destruição da cidade
de mesmo nome. O artista estava trabalhando nos esboços, quando ficou sabendo sobre o bombardeio da cidade de
Guernica. Por isto, resolveu criar uma obra que retratasse este fato. Mais do que um quadro sobre os horrores da guerra,
com o passar do tempo, “Guernica” se transformou num símbolo pela paz.
Bom estudo!

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