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Manual de Curso de licenciatura em Ensino


de Geografia – 3o ano

Geografia de
Moçambique II
Geografia Económica de Moçambique - G0146

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino á Distância
1

Direitos de autor (copyright)


Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Universidade Católica de Moçambique


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E-mail: ced@ucm.ac.mz
Website: www.ucm.ac.mz
2

Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual,
dr. Pompilio C. Ambrósio , gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na elaboração deste manual:

Análise conteudista/Revisão dr. Sérgio Arnaldo Gove

Pela maquetização e revisão final dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Elaborado Por: dr. Pompilio C. Ambrósio

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED

Revisão: dr. Sérgio Arnaldo Gove


Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira
Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Mestrando em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica
Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED
i

Índice
Visão geral 1
Bem - vindo a Geografia de Moçambique II ................................................................ 1
Objectivos do curso ......................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ............................................................................... 2
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 4
Avaliação .......................................................................................................................... 5

Unidade I 7
Introdução ao Estudo da População .................................................................................. 7
Introdução .............................................................................................................. 7
Sumário .......................................................................................................................... 11
Exercícios ....................................................................................................................... 11

Unidade II 12
Factores da distribuição da População ............................................................................ 12
Introdução ....................................................................................................................... 12
Sumário ........................................................................................................................... 13
Exercícios........................................................................................................................ 14

Unidade III 15
Movimentos Migratórios ................................................................................................ 15
Introdução ....................................................................................................................... 15
Sumário ........................................................................................................................... 18
Exercícios........................................................................................................................ 19

Unidade IV 20
Repartição geográfica da população ............................................................................... 20
Introdução .............................................................................................................. 20
Sumário ........................................................................................................................... 22
Exercícios........................................................................................................................ 23

Unidade V 23
Problemas demográficos da actualidade ......................................................................... 23
Introdução ............................................................................................................ 23
ii

Sumário ........................................................................................................................... 27
Exercícios........................................................................................................................ 30

Unidade VI 31
Agricultura ...................................................................................................................... 31
Introdução ............................................................................................................ 31
Sumário ........................................................................................................................... 40
Exercícios........................................................................................................................ 41

Unidade VII 42
Estratégias do III Congresso da FRELIMO .................................................................... 42
Introdução ............................................................................................................ 42
Sumário ........................................................................................................................... 46
Exercícios........................................................................................................................ 47

Unidade VIII 48
Factores de eficiência económica de Moçambique ........................................................ 48
Introdução ............................................................................................................ 48
Sumário ........................................................................................................................... 50
Exercícios........................................................................................................................ 52

Unidade IX 53
Pecuária ........................................................................................................................... 53
Introdução ............................................................................................................ 53
Sumário ........................................................................................................................... 58
Exercícios........................................................................................................................ 59

Unidade X 60
Actividade agro-pecuária e o ambiente .......................................................................... 60
Introdução ............................................................................................................ 60
Sumário ........................................................................................................................... 62
Exercícios........................................................................................................................ 63

Unidade XI 64
A Pesca ........................................................................................................................... 64
Introdução ............................................................................................................ 64
Sumário ........................................................................................................................... 68
Exercícios........................................................................................................................ 69

Unidade XII 70
Impacto ambiental da actividade pesqueira .................................................................... 70
Introdução ............................................................................................................ 70
iii

Sumário ........................................................................................................................... 72
Exercícios........................................................................................................................ 72

Unidade XIII 73
Silvicultura ...................................................................................................................... 73
Introdução ............................................................................................................ 73
Sumário ........................................................................................................................... 75
Exercícios........................................................................................................................ 76

Unidade XIV 77
Gestão de recursos florestais e faunísticos ..................................................................... 77
Introdução ............................................................................................................ 77
Sumário ........................................................................................................................... 88
Exercícios........................................................................................................................ 88

Unidade XV 90
Indústria .......................................................................................................................... 90
Introdução ............................................................................................................ 90
Sumário ........................................................................................................................... 93
Exercícios........................................................................................................................ 93

Unidade XVI 94
Indústria transformadora ................................................................................................. 94
Introdução ............................................................................................................ 94
Sumário ........................................................................................................................... 98
Exercícios........................................................................................................................ 98

Unidade XVII 100


Transportes.................................................................................................................... 100
Introdução .......................................................................................................... 100
Sumário ......................................................................................................................... 103
Exercícios...................................................................................................................... 103

Unidade XVIII 104


Corredores de Desenvolvimento ................................................................................... 104
Introdução .......................................................................................................... 104
Sumário ......................................................................................................................... 107
Exercícios...................................................................................................................... 107

Unidade XIX 108


Comércio ....................................................................................................................... 108
Introdução .......................................................................................................... 108
iv

Sumário ......................................................................................................................... 111


Exercícios...................................................................................................................... 111

Unidade XX 112
Turismo em Moçambique ............................................................................................. 112
Introdução .......................................................................................................... 112
Sumário ......................................................................................................................... 117
Exercícios...................................................................................................................... 117

Unidade XXI 119


Distrito como pólo de desenvolvimento ....................................................................... 119
Introdução .......................................................................................................... 119
Sumário ......................................................................................................................... 121
Exercícios...................................................................................................................... 122

Unidade XXII 123


Dívida externa de Moçambique .................................................................................... 123
Introdução .......................................................................................................... 123
Sumário ......................................................................................................................... 126
Exercícios...................................................................................................................... 126

Unidade XXIII 127


Temas de actualidade .................................................................................................... 127
Introdução .......................................................................................................... 127
Sumário ......................................................................................................................... 131
Exercícios...................................................................................................................... 132

Unidade XXIV 133


Integração regional ....................................................................................................... 133
Introdução ............................................................................................................ 133
Sumário ......................................................................................................................... 136
Exercícios...................................................................................................................... 136
1

Visão geral
Bem - vindo a Geografia de
Moçambique II
A presente cadeira de Geografia Económica de Moçambique,
enquadra-se no ramo da geografia económica que estuda as
diferenças territoriais, o estudo das actividades produtivas e sua
diferenciação territorial.
Este estudo pressupõe o conhecimento e análise das diferenças
territoriais e da potencialidade dos recursos naturais e humanos e
da sua utilização em estreita ligação com outros ramos da geografia
económica e esta consubstancia-se pelas necessidades teóricas e
praticas da sociedade no que diz respeito ao desenvolvimento,
distribuição e redistribuição dos recursos.

Objectivos do curso
Ao terminar o estudo da cadeira de Geografia de Moçambique II, o
estudante deverá ser capaz de:
 Situar Moçambique no contexto regional e global.
 Dominar conceitos para a inserção regional e global da
situação sócio – económica de Moçambique.
 Identificar as principais formas de produção sócio –
Objectivos
económica.
 Compreender as relações entre a comunidade e o meio
natural,
 Fornecer aos estudantes as potencialidades de Moçambique.
 Explicar a importância dos recursos naturais e humanos no
desenvolvimento de Moçambique.
2

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que se interessam
pelo saber geográfico, estudantes em formação em Ensino de
Geografia, precisam de bases sólidas de Geografia Económica de
Moçambique para complementar o conhecimento adquirido na
Geografia Física e leccionar as aulas com maior eficiência e
eficácia sobretudo na abordagem e interpretação dos diversos
fenómenos sócio económicos que ocorrem no país.

Como está estruturado este módulo


Todos os módulos dos cursos produzidos por Universidade Católica de
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados
da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes
de começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.
3

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e
a outras actividades.
4

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma


necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de
expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor\docentes.
5

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os


mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes
e 1 (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como
ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
consulteos.
7

Unidade I
Introdução ao Estudo da
População
Introdução
Quando estudamos uma pequena região, um pais ou mesmo um
continente, devemos também estudar os homens que nele habitam,
as sociedades que vivem nessas regiões, precisamos de conhecer
quantos e como são os indivíduos, quais são as actividades que eles
desenvolvem e como estão organizados. Assim, uma população é
um conjunto ou totalidade dos habitantes de uma região, de um
país, de um continente ou do planeta.

A população é sem dúvidas a riqueza mais preciosa e o orgulho de


uma região, de uma nação ou de um pais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar a População

 Mencionar as características gerais da população

Objectivos  Caracterizar as variáveis demográficas

 Reconhecer a importância do estudo da população

1. Características Gerais
A população moçambicana desde os tempos remotos sofreu uma
influência de vários fenómenos demográficos, com particular
destaque para a imigração dos povos Bantu, que alterou o modo de
vida nómada que caracterizava esta população ao introduzir o
cultivo da terra com a enxada. Deste modo, a agricultura passa a ser
considerada actividade económica dominante, pois, substitui a caca
8

e recolecção, uma condição essencial para a reprodução humana e


consequente aumento da população.
Por volta dos anos 1830 a 1880 o pais foi invadido pelos povos
Karanga e Nguni.

A chegada dos Portugueses contribuiu para a introdução do


comércio de escravos, marcou a implantação da agricultura de
plantação, venda da forca de trabalho para as minas da Africa do
Sul.
As calamidades naturais, secas e cheias, as guerras tribais que no
passado o pais viveu, a guerra de libertação, bem como de
desestabilização contribui para a redução do número da população
Moçambicana.

1.1. Variáveis Demográficas


As variáveis demográficas, são indicadores que ajudam a
compreender a dinâmica populacional, principalmente na
componente planificação e definição de políticas de
desenvolvimento sócio – económico do país, conducente a
melhoria da qualidade de vida e o bem-estar social.
Os principais indicadores são:
- Taxa de Mortalidade
- Taxa de Natalidade
- Taxa de mortalidade infantil
- Taxa de fecundidade
- Taxa especifica de fecundidade
- Saldo fisiológico
- Esperança média de vida
- Saldo migratório

Segundo INE, estudos populacionais realizados indicam que a


população de Mocambique cresceu consideravelmente, nos últimos
anos, senão vejamos:
9

- O IRGP realizado em 01 de Agosto de 1980 a população


estimava-se em 12.130 milhões de habitantes.
- O II RGPH, também do mes de Agosto, observou-se um aumento
em cerca de 4.5%, totalizando os 16.099,246 milhões de habitantes.
- No III RGPH, realizado em 01 de Agosto de 2007, a população
fixou-se em cerca de 20.2 milhões de habitantes.

Quadro 01
Crescimento da população
Ano População Tx media de crescimento
1950 6.465,5 -
1955 6.953,7 1.5
1960 7.595,3 1.8
1965 8.404,8 2.0
1970 9.407,7 2.3
1975 10.627,3 2.4
1980 12.130,0 2.6
1990 14.151,4 2.6
1997 16.099.2 2.3
2007 20.002,0* 3.0

Fonte: INE

Os dados acima apresentados são indicadores básicos para uma


melhor análise do crescimento populacional de Moçambique.
- A população duplicou de 1960 a 1997 em 37 anos.
- A taxa média com uma progressão regular ate 1980, ficou
estacionária na década 80-90 com 2.6%.
- De 1950 a 1960 a populacao observou um crescimento na ordem
de 1 milhão de habitantes, enquanto que 1960 a 1970 o crescimento
duplicou e de 1970 a 1980 o crescimento triplicou.
10

- Já nos anos subsequentes ate aos nossos dias, assiste-se uma


autêntica explosão demográfica, com um crescimento muito
acelerado.

Moçambique conheceu na sua história 3 censos populacionais que


nos poderão ajudar a compreender a dinâmica populacional, ou
seja, o número total da população, seu crescimento bem como o
estágio actual.

Actualização do número de população e habitações e suas


características
Planificação do desenvolvimento me monitoria dos programas de
combate a pobreza.

3. Importância do estudo da população

- O estudo da população desempenha um papel preponderante na


história da humanidade, pois, estuda a organização, distribuição
espacial e a relação do homem com o meio natural.

Conhecer e quantificar os habitantes de um determinado território,


ou seja, podemos determinar a composição da população por sexo,
idades (jovens 0-19 anos, adultos 20-35/49 anos, velhos com mais
de 50/60 anos), etnias, evolução da população, composição
profissional (aqueles com idade para exercer uma actividade
remunerada), composição social (desigualdades dos níveis de vida,
laços de dependência, caracteres de indivíduos, as elites e outros).

Ajuda-nos a compreender que no pais cerca de 47% da população


tem menos de 15 anos (apenas 3% tem mais de 65 anos), o que
reflecte a elevada taxa de natalidade e a redução da taxa de
mortalidade infantil

- Permite-nos conhecer com precisão que aproximadamente 47%


da população no pais tem menos de 15 anos (apenas 3% tem mais
11

de 65 anos), o que reflecte a elevada taxa de natalidade e a redução


da taxa de mortalidade infantil.

- Possibilita a realização de censos populacionais, fluxos


migratórios,

- Facilita a planificação a médio e longo prazo de diversas


actividades socio-económicas (estradas, unidades sanitárias, rede
comercial entre outras).

- Ajuda na planificação dos nascimentos, efectivos escolares, e


outras necessidades básicas.

Sumário
A população moçambicana sofreu uma mestiçagem de vários
povos, desde os bantu, Karangas, Nguni ate aos Portugueses. A
principal actividade básica foi e continua a ser a agricultura de
cereais para o sustento familiar e mínima parte para a venda.

As calamidades naturais, secas e cheias, as guerras tribais que no


passado o pais viveu, a guerra de libertação, bem como de
desestabilização contribui para a redução do número da população
moçambicana.

O país conheceu na sua história 3 censos populacionais que nos


poderão ajudar a compreender a dinâmica populacional, conhecer
os fluxos migratórios, planificar a médio e longo prazo de diversas
actividades socio-económicas, os nascimentos, efectivos escolares,
e outras necessidades básicas.

Exercícios
Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade
1. Defina o conceito População
2. Caracterize os principais indicadores demográficos em
Moçambique
3. Porque razão estuda a população do nosso pais?
12

Unidade II
Factores da distribuição da
População

Introdução
Como se pode depreender, a população moçambicana vive numa
superfície de 799.380 quilómetros quadrados e ela não vive
distribuída de forma igual em toda superfície. Por isso, nesta
unidade abordaremos as razões que explicam a desigual
distribuição da população do nosso pais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a influência dos factores físicos naturais e sócio


económicos na distribuição da População.

 Caracterizar os factores da desigual distribuição da


Objectivos
População

1. Factores de Distribuição da População

Paralelamente ao que se verifica noutras nações do mundo, a


população Moçambicana está distribuída de forma desigual,
estando na origem desse fenómeno os factores físicos e sócio –
económicos que interagem para atracção e repulsão populacional.

Factores naturais
 O clima com as suas variações de temperatura e
pluviosidade,
 Relevo de montanha ou de planície
13

 A fertilidade ou infertilidade dos solos,


 A abundância ou escassa vegetação,
 A maior ou menor disponibilidade dos recursos do subsolo.

Factores sócio económico

Fazem parte dos factores sócio económicos as guerras do passado,


o maior ou menor desenvolvimento da agrícola, da indústria, dos
transportes e outros factores humanos, também estão na origem dos
grandes assentamentos humanos.

Todavia, os factores físicos e humanos também interagem na


fixação da população, perfazendo uma densidade de 20.1 habitantes
por quilómetros quadrados.

Segundo dados colhidos do RGP de 1980, 86% da população


distribuía-se pelas zonas rurais e os restantes 13 % nas zonas
urbanas.

A partir da década 70, o pais tem registado uma elevada taxa de


urbanização, um fenómeno que se confirmou no II RGPH de 1997
em cujos dados estatísticos mostraram uma grande subida tendo
atingido 27.6%.

Sumário
A população moçambicana está distribuída de forma desigual
devido a vários factores físico naturais e sócio económicos.

Os factores sócio económicos que mais se notabilizam são as


guerras do passado, o maior ou menor desenvolvimento da
agrícola, da indústria, dos transportes e outros factores humanos,
também estão na origem dos grandes assentamentos humanos

Contudo, actualmente existe uma vontade política de forma a


diminuir a pressão populacional sobre os locais considerados
14

atractivos para ao mesmo tempo desenvolver outras areas remotas


ou cidades menos povoadas e ricas em recursos, para diminuir as
assimetrias regionais que o pais observou nos ultimos anos.

Exercícios
N.B: Entregar o exercício 1 desta unidade

1. De que maneira os factores físico - naturais influem na


distribuição da população

2. Caracterize os factores Sociais da população Moçambicana


15

Unidade III
Movimentos Migratórios

Introdução
Os movimentos migratórios são deslocamentos geográficos de
uma população de um local de origem a um local de destino. Nesta
unidade iremos abordar os principais movimentos migratórios bem
como suas consequências para o nosso país.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar os movimentos migratórios

 Caracterizar os principais fluxos migratórios em Moçambique

Objectivos  Identificar as principais consequências das migrações

1. Movimentos Migratórios

”Os movimentos migratórios são de natureza diferente e integram a


outra componente do crescimento total de uma população, a qual,
em conjunto com o crescimento natural, determina a dinâmica de
crescimento de um pais ou de uma região”Nazareth, (2004, p. 253).

Para o caso vertente, as cidades Moçambicanas estão sendo


assoladas nos últimos tempos de imigrantes de diferentes
nacionalidades, um fenómeno que vem acrescer o número total de
população, ocasionando o surgimento de muitos problemas que
mais adiante terá a oportunidade de analisar de forma
pormenorizada.
16

Principais fluxos migratórios

Um Fluxo migratório – é a diferença entre o número da populacao


que entra num pais (imigrante) incluindo os que retornam ao seu
pais e dos que saem (emigrantes).

- A sua influência é notória quando se trata duma parcela de terra,


pois, observa. -se a movimentação da populacao de um lugar para o
outro.
- O movimento aumenta onde vão e reduz onde sem, dai que a
influencia é por regiões.
Em Mocambique encontramos 3 principais fluxos migratórios,
designadamente:

(I) Migrações Internas


- A população se desloca das zonas economicamente
desequilibradas para outras mais desenvolvidas, sobretudo aquelas
que se encontram no litoral, nos corredores de transportes, nos
centros urbanos, bem como em certas zonas do interior bem
localizadas.

(II) Migrações Campo – Cidade


- A cidade por si so constitui um atractivo para a populacao rural,
apesar do fraco desenvolvimento das infra-estruturas que as nossas
cidades observam.
- Uma outra razão que concorre para este deslocamento é a
inexistência de um desenvolvimento agrário e industrial no campo
capaz de criar novos postos de trabalho.

- A população das cidades tem vindo a crescer a um ritmo bastante


assustador devido a influência da guerra e seca no campo,
fenómenos que não tem sido acompanhados pelo desenvolvimento
de infra estruturas urbanas, serviços, habitação, serviços de saúde,
emprego, educação e outras condicoes básicas de vida.
17

- Como resultado assiste-se uma carência dos serviços atrás


mencionados, dando lugar a pressão populacional sobre a ocupação
dos espaços, o acentuado desemprego, crianças sem estudar, fome,
miséria, desequilíbrios ecológicos, deficiente assistência sanitária,
entre outros.

(III) Migrações Internacionais


Ainda não existem dados actualizados sobre este tipo de fluxo
migratório, mas segundo se sabe, este apresenta um saldo
migratório negativo, ou seja, saem mais pessoas comparativamente
as pessoas que entram, nas ultimas décadas.
A guerra é o principal factor seguido das calamidades naturais e a
procura de emprego.
Não existem dados exactos da emigração dos Moçambicanos para
os países vizinhos, uma vez que são tantas pessoas que atravessam
as fronteiras de forma clandestina, conforme ilustra o quadro
abaixo das primeiras duas décadas consideradas de maior fluxo
migratório.

Quadro 02
Principais fluxos migratórios

Pais 1960 1970


Africa do Sul 161.000 150.000
Rodésia do Sul 107.300 37.000
Tanzânia 15.000 -
Outros Países 21.700 10.000
Total 305.000 197.000
Fonte: IV Plano de Fomento

De realçar que, destas décadas até a fase actual o fluxo migratório


conhece a sua maior expressão na vizinha Africa do Sul na
18

tentativa de encontrar melhores condições de vida e de trabalho


mineiro

2. Consequências das migrações

As migrações são deslocamentos geográficos de uma população de


um local de origem a um local de destino. Elas implicam uma
modificação da residência habitual e que pode ocorrer dentro ou
fora de um país

Elas podem ter as seguintes consequências:

2.1. No local de partida

- Diminuição da mão -de – obra

- Diminuição de número de população

- Baixo crescimento natural

2.2. No local de chegada

- Aumento do número da população

- Maior pressão sobre a ocupação dos espaços

- Maior índice de desemprego

- Aumento da criminalidade, mendicidade, marginalidade e


criminalidade.

- Problemas de saúde e higiene.

Sumário
Migrações são deslocamentos geográficos de uma população de um
local de origem a um local de destino. Elas são resultado de
mudança de residência habitual que pode ocorrer fora ou dentro de
um pais. Encontramos em Moçambique três principais fluxos
migratórios, designadamente: Migrações Internas, Migrações
Campo – Cidade e Migrações Internacionais.
19

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade

1. As migrações constituem um fenómeno demográfico de


grande importância no nosso pais.

a) O que entendes por movimento migratório?

2. Caracterize os fluxos migratórios, campo - cidade e


internacionais.

3. Relacione o grande crescimento demográfico, com o


desenvolvimento sócio – económico do pais.
20

Unidade IV
Repartição geográfica da
população
Introdução
Como é do seu conhecimento uma repartição populacional sera
sem duvidas as diferentes formas de organização da sociedade no
territorio, criando um conjunto de inter relações com o meio
ambiente natural, dando origem a espaços bem definidos e com
caracteristicas proprias.Nesta unidade o caro estudante ira estudar a
densidade populacional de Moçambique, bem como as principais
causas do desiquilibrio da densidade populacional.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a repartição geografica da população em


Moçambique

 Identificar a densidade populacional de Moçambique


Objectivos
 Explicar as principais causas do desiquilibrio da densidade
populacional no pais.

1.Densidade populacional
Uma densidade populacional corresponde ao número de habitantes
por quilómetro quadrado e obtém-se dividindo a população
absoluta pela superficie por ela ocupada.
Segundo INE (2007) dados colhidos do III RGPH, indicam que a
população Moçambicana está ajustada em 22,4 milhões de
habitantes, ocupando uma área de 799.380 km2 e com uma
densidade populacional estimada em 28 hab. /Km2.
21

A taxa de crescimento da população é de 2.4%, com uma


população urbana calculada em 31.5%.
Como se pode depreender os centros urbanos estão densamente
ocupados, e esta ocupação se realiza de forma espontanea, um
fenomeno que faz com que a desnsidade populacional seja cada vez
maior nestes locais.

Quadro 03
As principais cidades de Moçambique

Nº de Nome da Cidade Nº de habitantes X 1000


ordem
01 Maputo e Matola 1.850
02 Nampula 515
03 Beira 442
04 Chimoio 253
05 Nacala 217
06 Quelimane 201
07 Tete 164
08 Pemba 154
Fonte: INE (IIIRGPH - 2007)

2. Causas de desequilíbrio da densidade


A atracção da população para os principais centros urbanos está
condicionada pela procura de melhores condições de trabalho,
diminuição de despesas ou custos de transportes.
No pais, a maioria da população imigrante da cidade é proveniente
das provincias diminuindo desse modo o seu peso a medida que a
distância aumenta.
“Em Moçambique com alteração da divisão administrativa 1986
varios milhares de familias adormeceram como rurais e acordaram
como urbanas, sem que tivessem processado quaisquer alterações
22

de organização espacial, económicas, sociais ou


culturais”ARAUJO(1997)
De salientar que os espaços ocupados pelos residentes locais
continuaram rurais tendo ficado a merecê dos citadinos e em
prejuizo da população que ai residia.
Assim, de acordo com os censos populacionais mais de 80% dos
imigrantes da cidade de Maputo são oriundos das restantes
provincias da região sul do pais, enquanto que no centro do pais e
concretamente na cidade da Beira é repleta por imigrantes
oriundos de outras provincias da região centro do pais, o mesmo
acontecendo para a cidade de Nampula que acomoda imigrantes de
Cabo Delgado e Niassa.

Sumário
Lembrar que segundo dados estatisticos do ultimo censo
populacional, a população Moçambicana cresceu
consideravelmente, estimada em 22,4 milhões de habitantes,
ocupando uma área de 799.380 km2 e com uma densidade
populacional estimada em 28 hab./km2.
A taxa de crescimento da população é de 2.4%, com uma
população urbana calculada em 31.5%.
As migrações tambem contribuem para o desiquilibrio
populacional, principalmente nos locais de partida e de chegada.
Em Moçambique, os principais centros urbanos sofrem maior
pressão demografica imigrante proveniente das provincias, uma
situação que contribui para a diminuição do seu peso a medida que
a distância aumenta. Esta imigração da população as cidades tem
como proposito a procura de melhores condições de trabalho,
diminuição de despesas ou custos de transportes entre outras.
23

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1 e 2 desta unidade

1.De que maneira se encontra repartida geograficamente a


população Moçambicana?
2.Explique de forma resumida as causas do desiquilibrio
populacional no pais.

Unidade V
Problemas demográficos da
actualidade
Introdução
Logo após a independência nacional, o país conheceu um aumento
populacional nas cidades o que originou a falta de habitação,
cuidados sanitários, falta de instituições de ensino, proliferação de
bairros de lata, deficiente saneamento urbano, falta de transportes e
outros serviços sociais.

As cidades apresentam uma população jovem, um fenómeno que


concorre para o elevado índice de fecundidade e consequente
crescimento natural.

Nesta unidade o estudante irá se debruçar fundamentalmente a


volta dos principais problemas demográficos da actualidade no país
que vêm referenciados.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os principais problemas da actualidade

 Explicar os problemas demográficos em varias esferas


sociais
Objectivos
24

1.Educação
- Entende-se por educação como um direito fundamental de cada
indivíduo, um instrumento central para a melhoria das condições de
vida e elevação do nivel científico e técnico dos cidadãos.
É um meio básico para a compreensão e intervenção nas tarefas de
desenvolvimento social.
É um logo processo que permite um contínuo desenvolvimento de
conhecimentos, capacidades e habilidades para a vida do indivíduo
e como membro da sociedade.
Moçambique nos últimos 25 anos conseguiu reduzir a taxa de
analfabetismo de 93% para 51,9%, merecê de um grande esforço
do governo no ambito de escolarização gratuita e obrigatória.
Embora se verifique esta redução ainda subsiste uma percentagem
da população adulta iletrada nas zonas rurais das regiões Centro e
Norte do país.
A campanha nacional de Alfabetização desencadeada pelo
Ministério de Educação e Cultura contribui e é um primeiro passo
para a melhoria das condições de vida das camadas mais
vulneráveis.
Do lado feminino a alfabetização contribui para a sua capacitação
no controlo da sua vida e sua emacipação.
Como todos podem estar recordados, uma pessoa escolarizada
poderá elevar a produtividade, gerar emprego e prevenir doenças
como a Malária, a Cólera, o HIV/SIDA, bem como o seu
envolvimento naas actividades sócio- económicas e políticas, uma
condição privilegiada para uma sociedade livre e literada.

2.Habitação
O problema habitacional é um facto transversal para o mundo no
geral e para Moçambique em particular, um problema que está
associado a pobreza, o desemprego e a baixa escolaridade o que
remete as comunidades à màs condições de vida, higienico
25

sanitárias, eclosão de doenças e deficiente saneamento do meio


ambiente.
Importa lembrar que no país ter uma habitação condigna é muito
caro, porque as industrias de venda de materiais de construção
convencional não recebem estimulos do governo por forma a
regular os preços e pôr a disposição dos materiais a preços
acessiveis aos cidadãos.
Na politica habitacional, existe toda uma necessidade de se
eliminar habitações informais nas zonas rurais e nos bairros
periféricos das grabdes cidades do país para se definir os modelos
de acessibilidade da habitação condigna pelos cidadãos.
Contudo, com o desenvolvimento das cidades há toda uma
preocupação do governo em recuperar as infra-estruturas sociais e
serviços que no passado estavam em estado avançado de
degradação ou extinção. Assim, estado está envidando esforços
para a construção de complexos habitacionais para alugar a preços
bonificados, a distribuição de terrenos para construção de
habitação, demarcação de talhões, sendo um grande passo para a
melhoria do problema prevalecente e divulgação de normas de
urbanização para disciplinar o uso de solo urbano e peri-urbano.

3.Saúde
- Segundo a OMS, a saúde é um bem-estar físico, psicológico e
social do indivíduo. O estado actual da saúde e de incidência da
doença em Moçambique está ligado ao nível de desenvolvimento
social e económico. O quadro clinico do país é caracterizado pelas
doenças infecciosas e transmissíveis como a malária, diarreia, as
infecções respiratórias, a tuberculose e o HIV/SIDA.
A Constituição da República estabelece que a saúde é um direito de
cada cidadão, cabendo o estado o dever de criar condições
necessárias para que o cidadão alcance níveis aceitáveis de saúde.
Algumas estratégias do sector de saúde com vista a cumprir com
este objectivo:
26

- A eficácia e equidade na prestação dos cuidados de saúde .


- Flexibilidade e diversificação de serviços.
- Parceria e participação comunitária para que as comunidades
tenham palavra activa na planificação e avaliação de serviços.
- Transparência e prestação de contas para a moralização do sector
para que as comunidades tenham mais nos serviços prestados.
- Integração e coordenação para que a solução dos vários
problemas da saúde seja da responsabilidade de toda a sociedade e
não apenas do sector da saúde.

4. Emprego
O desemprego atingiu países com diferentes níveis de
desenvolvimento devido a emigração e também como
consequência do movimento migratório aliado a fraca
escolarização e o elevado crescimento populacional.
Nos centros urbanos, p.ex: Maputo, Beira e Nampula não tem
capacidade de resposta para albergar e empregar grande número de
imigrantes.
Por isso, actualmente observa-se grande mão-de-obra excedentária,
fraca escolarização, e este crescimento populacional não está sendo
acompanhado pelo crescimento de infra-estruturas sociais e
económicas que possa oferecer emprego as pessoas.

5. Meio Ambiente
O rápido crescimento populacional conduz a degradação dos solos,
pois, a comunidade exerce grande pressão sobre a ocupação dos
espaços, através do uso intensivo e desregrado de terras marginais,
pouco férteis e de grande declive para a prática de agricultura e
fixação de residências.
O desemprego, a baixa escolaridade, remete as comunidades à màs
condições de vida, higienico - sanitárias, eclosão de doenças e
deficiente saneamento do meio ambiente.
27

Algumas Causas e Consequências dos problemas demograficos


Quadro 04
Causas Consequências
Crescimento populacional Maior pressão populacional sobre os recursos naturais
Desiquilibrio na distribuição da população. Factor urbanização
Limitação dos recursos naturais Deficiente gestão de residuos solidos
Migrações Crescente desemprego
Pobreza Desertificação, escassez de agua potavel
Condições ambientais (calamidades naturais Mudanças climaticas resultantes da actividade humana
secas, cheias, inundações, pragas e doenças) ligada a produção e consumo de produtos;
Pobreza, fome e outros.
Fonte: Autor

Sumário
No quadro educacional, o país nos últimos 25 anos conseguiu
reduzir a taxa de analfabetismo de 93% para 51,9%, merecê de um
grande esforço do governo no ambito de escolarização gratuita e
obrigatória, apesar da persistência de uma percentagem da
população adulta iletrada nas zonas rurais das regiões Centro e
Norte do país.
A campanha nacional de Alfabetização desencadeada pelo
Ministério de Educação e Cultura contribui e é um primeiro passo
para a melhoria das condições de vida das camadas mais
vulneráveis.
Na política habitacional, existe uma maior preocupação do governo
em recuperar as infra-estruturas sociais e serviços que estiveram
operacionais no passado, construção de complexos habitacionais
para alugar a preços bonificados, a distribuição de terrenos para
construção de habitação, demarcação de talhões, sendo um grande
passo para a melhoria do problema prevalecente e divulgação de
normas de urbanização para disciplinar o uso de solo urbano e peri-
urbano.
28

Segundo a Organização Mundial da Saúde, em Moçambique o


estado actual da saúde e de incidência da doença está ligado ao
nível de desenvolvimento social e económico.
O quadro clinico é caracterizado pelas doenças infecciosas e
transmissíveis como a malária, diarreia, as infecções respiratórias, a
tuberculose e o HIV/SIDA.
O desemprego constitui um grande flagelo que ensombra o nosso
país, um fenómeno que está ligado a movimentos migratórios, a
fraca escolarização e o elevado crescimento populacional que não
está acompanhado pelo crescimento de infra-estruturas sociais e
económicas que possa oferecer emprego as pessoas.
29
30

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade

1. Aponte os principais problemas demograficos da actualidade.


2. Até que ponto o emprego constitui um problema demográfico
em Moçambique?
3. Em que medida a educação das comunidades poderá alterar o
quadro clinico da saúde no país?
4. Fale do problema ambiente em Moçambique.
31

Unidade VI
Agricultura
Introdução
Como é sabido, a agricultura é uma actividade económica básica do
sector primário que consiste no cultivo de plantas e criação de
animais destinadas a alimentação da população e fornecer matérias-
primas a indústria.

Nesta unidade iremos abordar fundamentalmente os tipos de


agricultura praticados em Moçambique, os factores condicionantes
de produção agrícola e far-se-á uma breve resenha sobre a
agricultura no passado colonial.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar a agricultura

 Caracterizar a agricultura em Moçambique

Objectivos  Identificar os principais factores de produção agrícola

 Diferenciar a agricultura no passado colonial e na fase pós


independência

 Explicar a regionalização do desenvolvimento agrário em


Moçambique no período colonial

1. Agricultura em Moçambique

Agricultura – é a artificialização do meio natural pelo homem


através da domesticação de animais e plantas (Ivonitchik, 1989).
32

É uma actividade económica básica do sector primário que consiste


no cultivo de plantas e criação de animais destinadas a alimentação
da população e fornecer matérias-primas a indústria.

1.1. Características da Agricultura

Em Mocambique 80% da população activa pratica a agricultura,


constituindo a principal actividade básica, devido as condições
naturais que o pais oferece para o desenvolvimento da agricultura.

Devido a sua localização geográfica, extensão territorial, a


fertilidade dos solos, a variação dos climas, a extensa rede
hidrográfica, Mocambique é um pais próspero e que possui bases
suficientes para o desenvolvimento agrícola.

Existem 2 tipos de agricultura:

1. Agricultura Tradicional

 Aquela que utiliza técnicas, métodos e instrumentos


tradicionais ou rudimentares, herdadas de tempos muito
recuado e as vezes transmitidas de pais para filhos.

 Pratica-se de forma extensiva e com o uso da policultura.

 Destina-se ao sustento familiar, e depende


fundamentalmente das condições naturais.

 Possui um baixo rendimento.

2. Agricultura Moderna ou Mecanizada

 É um tipo de agricultura que usa técnicas, métodos


cientificamente sofisticados para conseguir uma maior
produção, quer aumentando o rendimento, quer a
produtividade.
33

 A produção está virada para o factor económico, ou seja,


destina-se a abastecer o mercado interno ou externo com
vista a obtenção de lucros.

 Observa-se a especialização de culturas de rendimento,


sendo evidente a prática da monocultura.

 Predomínio da do sistema intensivo e extensivo da


produção

 Especialização, mecanização e o carácter cientifico da


produção

2. Os Principais Factores da Produção Agrícola

2.1. Factores Naturais

 Climáticos
É o mais importante factor natural que influi na agricultura de
Moçambique, pois, quantidade de calor e luz recebidos pelas
plantas, a duração da estação vegetativa, a quantidade de
precipitação da estação vegetativa, a quantidade de humidade no
solo determinam o crescimento das plantas.

 Topográficos
A disposição do relevo em planícies, planaltos e montanhas, bem
como a selecção de terrenos para o cultivo, constitui um factor
determinante para a selecção de culturas que se adequam a um
certo tipo de relevo.
Outrossim, a existência de planícies férteis ao longo do litoral e
planícies fluvio- marinhas nas margens dos rios e mares ajudam o
desenvolvimento da actividade agrícola e maior pressão
demográfica sobre esses espaços, enquanto que nas zonas de
planalto poderão se desenvolver culturas técnicas e de rendimento
como o tabaco, chá, sisal entre outras.
34

 Pedologicos
O solo constitui o suporte muito importante para o
desenvolvimento das plantas. E como deve estar a imaginar, os
solos são formados por uma variedade de minerais e de substâncias
orgânicas, e de acordo com a sua composição física e química eles
estão estreitamente ligados ao clima e a cobertura vegetal, bem
como a sua aptidão para o cultivo de diferentes tipos de culturas,
podendo variar significativamente.
No nosso país os solos mais apropriados a culturas alimentares e ou
de rendimento podem ser localizados na zona centro e norte, pois
possuem os elementos de clima acima descritos.

2.2. Sócio – económicos


Este factor é importante na medida em que a mão-de-obra, o capital
disponível, as maquinas, os meios de transporte são os factores
determinantes para o desenvolvimento da agricultura.

2.3. Sócio – cultural


- Importa também sublinhar que os hábitos alimentares de uma
comunidade conduzem a selecção de culturas, assim como a
maneira como esta comunidade adquire a terra, quer comprando,
quer arrendando ou mesmo herdando.

3. Importância da Actividade Agrícola


Como é do nosso conhecimento, o mundo gira a volta dos produtos
agrícolas, alimentares e industriais.
 É a agricultura que faz mover toda a economia de um pais,
pois, ninguém duvida que se pode viver sem automóveis,
sem telefone, sem televisão, mas viver sem comer, sem
recorrer a agricultura ainda não é obra dos homens deste
planeta.
35

 Por isso, ela assegura a alimentação diária dos grupos


humanos.
 Fornece vestuário quer directamente quer por transformação
industrial ou artesanal
 Agricultura é um factor dinamizador da actividade
industrial, ela fornece matéria-prima para as indústrias.

3. Agricultura no Passado Colonial


Antes da chegada dos Europeus em Mocambique praticava-se uma
agricultura tradicional familiar ou seja, praticada pelos membros da
família e dependente basicamente das condicoes naturais, que tinha
como objectivos fornecer alimentos a família e o excedente da
producao servia para troca com outros produtos que fazia falta na
aldeia ou povoado.
Já na fase posterior com a chegada dos colonizadores, foi
introduzido uma economia agrícola assente nos interesses do
colonizador virada no fornecimento de matéria-prima para
alimentar as indústrias europeias e produtos ao mercado interno e
externo da metrópole na perspectiva de acumular mais riquezas ou
capital da burguesia portuguesa.
Neste período foram introduzidas culturas tecnicas obrigatórias ou
de rendimento, como o sisal, algodão, coqueiro, tabaco, cajueiro
entre outras.

3.1. Regionalização do Desenvolvimento Agrário em


Moçambique no Período Colonial

3.1.1. Região Norte (Nampula, Niassa, Cabo Delgado)


36

Esta região é caracterizada por ser a maior produtora nacional de


culturas para a exportação, sobretudo o algodão e o caju
participando com cerca de 50% e 80% respectivamente.
A producao e comercialização de algodão e caju foram organizadas
sob forma de culturas obrigatórias, pois não era atractivo para os
camponeses pelo facto de serem comercializadas a preços fixos
baixos por empresas monopolistas do estado colonial.
O estado colonial recebia ajuda das autoridades tradicionais na
organização das culturas obrigatórias, através de controlo da
distribuicao e utilização de terras, da distribuicao de insumos, do
controle da comercialização e da repressão colonial.

3.1.2. Região Centro (Zambézia, Sofala, Tete e Manica)


Esta é a região que mais contribui para a producao agrícola a nível
nacional com cerca de 43% do total.
No período colonial os camponeses foram obrigados a vender a sua
forca de trabalho para as plantações de chá (Gurue) cana-de-açúcar
(Luabo, Marromeu, Buzi e Mafambisse), algodão na zona central e
norte das províncias de Sofala e Manica, e arroz no litoral norte de
Sofala e Sul da Zambézia para exportação e para abastecer a
indústria doméstica.
O conflito sobre alocação de força de trabalho entre as plantações e
asa culturas obrigatórias de algodão e arroz foi minimizado por via
de um relativo aumento da mecanização das plantações nos fins da
década de 60.

3.1.3. Região Sul (Maputo, Gaza e Inhambane)


Esta região é responsável por cerca de 17% da producao agrícola
nacional, pois as condicoes agro-climaticas não são tão favoráveis
como noutras regiões (norte e centro).
37

A região foi organizada como reserva de forca de trabalho migrante


para as minas da Africa do Sul. O trabalho migratório era a mais
importante fonte de rendimento para o campesinato e a sua
principal contribuição para acumulação capitalista na região da
Africa Austral (capital mineiro) e na colónia (fonte de moeda
externa).
Os salários dos mineiros eram definidos – transferidos para a
colónia em Ouro, sendo depois pago ao mineiro em moeda local
quando este regressasse da RSA.
Desenvolveram-se nestas regiões pequenas e medias empresas
agrícolas dos colonos que visava abastecer o mercado urbano dos
colonos e as culturas praticadas eram a Mapira, Meixoeira,
Amendoim e Feijão (factor familiar) arroz e algodão (sector
empresarial)
38

3.2. Tipos de Agricultura no Período Colonial

a) Agricultura das Plantações

Trata-se de agricultura de grandes empresas onde se desenvolvia a


monocultura, empregando mão-de-obra em regime regular e
sazonal.

Essas plantações eram resultado do investimento de capitais


estrangeiros não portugueses que tinha por objectivo produzir
culturas que servisse de matéria primas para exportação (cana de
açúcar, tabaco e sisal) e produtos de exportação (chá, sisal, açúcar,
citrinos, copra, girassol).

- Principais Plantações

As grandes companhias de plantações localizavam-se no vale do


Zambeze, designadamente:

 Plantação de Cana de acucar- companhia açucareira de


Luabo, de Marromeu, de Buzi, de Mafambisse no Centro do pais e
de Xinavane na região sul do pais.

 Plantação de Coqueiro – companhia da Zambézia, da


Borror e da Madal na Zambézia.

 Plantação de chá de Gurue e Chá Licungo

 Plantação de algodão de Lioma e de Namialo

 Plantação de Sisal

 Plantação de Citrinos de Mocambique – Chimoio


plantação de Cajueiros

 Plantação de Tabaco

b) Agricultura de Latifundiários – era um tipo de agricultura


implementada pelos colonos donos das terras, estes entregavam
suas parcelas aos camponeses da aldeia e em troca recebiam no fim
da colheita parte da producao e dias de trabalho forçado (xibalo)
nas terras dos colonos (machambas), esta agricultura era tradicional
que visava abastecer o mercado interno.
39

c) Pequena e Media Machamba dos colonos – localizava –se na


zona sul de Mocambique e ao redor das cidades usavam mão de
obra assalariada assim como o Xibalo e o objectivo da producao
era de abastecer o mercado interno.

d) Agricultura Familiar – este tipo de agricultura usava a mão-de-


obra familiar, dependia muito das condicoes naturais e tinha como
objectivo alimentar a família.

- Resumindo podes se afirmar que a populacao camponesa


Moçambicana para alem de produzir para o seu auto sustento,
estava integrada na economia colonial como fornecedor da força de
trabalho para as grandes plantações, machambas dos latifundiários
e dos colonos, e eram obrigados a realizar outros trabalhos.

6. Agricultura Pós Independência

Depois da independência assistiu-se uma grande crise económica


que afectou a produção agrícola um pouco por todo o pais e em
particular para a rápida desintegração da burguesia colonial,
levando consigo altas somas de capital e o contrabando de gado, as
grandes companhias esperavam uma politica que satisfizesse os
seus interesses.

Medidas tomadas

- Com vista a superar a crise, verificou-se a nacionalização da terra,


portanto a terra passou a pertencer ao Estado.

- Criação de machambas colectivas

- Incremento na produção de culturas de exportação e de consumo


da população

Tipos de Agricultura no Período Pós – independência

a) Agricultura Familiar
40

b) Agricultura de Plantações

c) Agricultura empresarial ou machambas estatais

d) Cooperativas Agro pecuárias

Contudo, apesar das medidas tomadas em transformar a economia


agrícola colonial em economia estatal, verificou-se uma redução no
rendimento da produção agrícola devido aos seguintes factores:

- Falta de restauração da rede de comercialização e assistência


técnica da produção agrícola

- Falência de cooperativas e machambas colectivas devido a


inexperiência, oportunismo de certos indivíduos desonesto e falta
de competência de técnica de gestão

- Houve redução do financiamento do capital estrangeiro as


plantações para a manutenção da produção.

- A guerra afectou grandemente a economia agrícola nacional

Sumário
Agricultura é uma actividade económica básica do sector primário
que consiste no cultivo de plantas e criação de animais destinadas a
alimentação da população e fornecer matérias-primas a indústria.

Em Mocambique 80% da população activa pratica a agricultura,


constituindo a principal actividade básica, devido as condições
naturais que o pais oferece para o desenvolvimento da agricultura.

Antes da chegada dos Europeus em Moçambique praticava-se uma


agricultura tradicional familiar ou seja, praticada pelos membros da
família e dependente basicamente das condicoes naturais, que tinha
como objectivos fornecer alimentos a família e o excedente da
producao servia para troca com outros produtos que fazia falta na
aldeia ou povoado.
41

Neste período havia uma regionalização de desenvolvimento


agrário, as culturas para exportação (algodão e caju) eram
praticadas na região norte de Moçambique, na zona centro os
trabalhadores eram forçados a vender a sua força de trabalho na
plantações de chá e cana de açúcar e nas machambas para o cultivo
de cereais para alimentação e na região sul do pais foi organizada
como reserva de forca de trabalho migrante para as minas da Africa
do Sul. O trabalho migratório era a mais importante fonte de
rendimento para o campesinato e a sua principal contribuição para
acumulação capitalista na região da Africa Austral (capital mineiro)
e na colónia (fonte de moeda externa).

Exercícios
Entregar os exercícios 2,4 e 5 desta unidade

1. Defina o conceito de Agricultura.

2. Debruce-se com exemplos concretos, a influência dos


factores naturais - climáticos e topográficos na actividade
agrícola

3. Que medidas foram tomadas para corrigir a situação agrícola


no período pós – independência em Moçambique

4. Explica a regionalização do sector agrário na região Centro e


Sul de Moçambique no período colonial.

5. Complete o quadro comparativo do desenvolvimento da


agricultura no período colonial e pós independência

Período Tipo de Características Finalidade


histórico agricultura

Sector
familiar
Passado
colonial
Plantações
42

Pós Sector
independência familiar

Plantações

Unidade VII
Estratégias do III Congresso da
FRELIMO
Introdução
Após 10 anos de luta Armada de Libertação de Moçambique e a
conquista da independência nacional, o governo tomou importantes
medidas de recuperar a agricultura, uma actividade que servisse os
interesses da população. Nesta unidade falaremos das estratégias
tomadas no III congresso da Frelimo no ramo agrário em
Moçambique e seus principais constrangimentos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer as directrizes traçadas no III Congresso da Frelimo


no sector agrário em Moçambique.

 Explicar as implicações levantadas no campo no


Objectivos
incumprimento de metas definidas pelo estado.

 Analisar a dinâmica do sector estatal agrário no período pós-


independecia

1. Estratégias do III Congresso da Frelimo

1.1. Estrutura agrária em Moçambique

Logo após a independência e sobretudo com as nacionalizações,


observou-se no pais uma alteração na estrutura agrária, o
colonialismo abandonou as plantações, as culturas ficaram
43

perdidas, houve destruição da producao do campesinato, a estrutura


do campesinato ficou destruída, não havia auto determinação.

Quando o povo recuperou a terra houve a necessidade de se instalar


em todo o pais a experiência vivida nas zonas libertadas
implementando o uso do trabalho colectivo com o fim de combater
a dispersão da plantação, o trabalho individual, e por outro lado
aumentar a producao dos géneros alimentícios básicos para o nosso
sustento.

As directrizes económicas traçadas pelo III Congresso da Frelimo,


definiram que no nosso pais a forma superior de organização da
vida é a aldeia comunal e que a producao agrícola dela resultante
tem como base as machambas estatais e as cooperativas agrícolas.

O estado quis restaurar o sector agrário, os fundos alocados são


destinados ao sector estatal, não existiam empresas privadas, a terra
era propriedade do estado, os insumos agrícolas eram do estado.

 Existiam machambas colectivas do povo

 Cooperativas agrícolas (o campesinato eram trabalhadores


sazonais)

 O estado começou a expropriar terras dos camponeses que


tinham terras com boa fertilidade para fazer machambas de
cooperativas.

 Importava maquinaria e insumos sem manutenção

 Quando a produção baixasse, o estado expropriava mais as


terras dos camponeses.

 As machambas não conseguiam satisfazer as necessidades


das cooperativas, do consumo nacional e exportação porque
dependiam essencialmente das condições naturais.
44

 O campesinato não tinha uma estrutura rígida, as


cooperativas não tinham noção de gestão e contabilidade e
não existia capacidade de gerência.
45

1.1.1. Consequências no incumprimento de metas planificadas


de produção

 Quando o rendimento de culturas fosse inferior ao


planificado, as áreas de cultivo tinham que ser aumentadas
para que o volume de produção planificado fosse alcançado.

 Com a expansão das áreas de cultivo do sector estatal


implicava a expropriação de terras com qualidade do
campesinato e as cooperativas.

 Criou condições para a consolidação do regime de


monoculturas, soluções adoptadas face ao aumento do
volume de produção.

1.2. O Sector Estatal Agrário

Até o ano 1978 as empresas estatais agrárias ocupavam 100 mil


hectares de terra cultivável e em 1982 observou um incremento de
140 mil hectares, mas o volume de producao decresceu por
seguintes razoes:

 A mecanização acelerada tinha em vista o aumento rápido


da produção no sector estatal com o aumento das áreas de
cultivo e redução da dependência do recrutamento de força
de trabalho sazonal, facto que gerou problemas, pois, ela
contribuiu para a redução de oportunidades de emprego – a
mecanização substituiu trabalhadores pelo menos em
algumas fases do processo de trabalho.

 O sector estatal continuou a depender do recrutamento da


força de trabalho sazonal, especialmente nos períodos de
pico da colheita, pois, as maquinas permitiam trabalhar
maiores extensões de terra que necessitava de mais
trabalhadores.
46

 A mecanização requer serviços que permitam optimizar o


aproveitamento do equipamento (assistência técnica,
fornecimento de combustível, peças sobressalentes,
manutenção corrente e operadores treinados) sob o risco de
pararem.

 A mecanização em si não aumenta a rentabilização das


culturas, necessitam da adopção de tecnologias intensivas
para a recuperação e melhoramento dos solos, sementes
melhoradas.

 Quanto mais máquinas se importarem, menos sementes


melhoradas, pesticidas, herbicidas, fertilizantes podem ser
importados.

Sumário
Lembrar que no periodo pós independência, a actividade agrícola
quando praticada de forma individual não permitia o
desenvolvimento muito rápido e dificultava a planificação dos
trabalhos, dai que houve a necessidade de adopção de estratégias
ou directivas económicas traçadas pelo III congresso da Frelimo
que definiu a Aldeia Comunal como sendo a forma superior de
organização da vida no campo,

Neste período quando o rendimento de culturas fosse inferiores ao


planificado, as áreas de cultivo tinham que ser aumentadas para que
o volume de produção planificado fosse alcançado. E com a
expansão das áreas de cultivo do sector estatal implicava a
expropriação de terras com qualidade do campesinato e as
cooperativas. Como consequência verificou-se a consolidação do
regime de monoculturas, devido ao aumento do volume de
produção.
47

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1 e 3 desta unidade

1. Explica as políticas traçadas no III Congresso da Frelimo


para o sector agrícola

2. Que constrangimentos foram observados no sector agrário


estatal quanto ao incumprimento de metas planificadas de
produção?

3. Explica porque razões a produção agrícola decresceu na


década 70 em Moçambique
48

Unidade VIII
Factores de eficiência económica
de Moçambique
Introdução
Nesta unidade procuramos fazer uma crítica histórica e filosófica
dos grandes mentores da dialéctica marxista a volta do
desenvolvimento económico para compreendermos como as
políticas poderão ajudar na promoção ou criação de incentivos para
a produção agrícola, a base do nosso desenvolvimento.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os factores da eficiência económica em


Moçambique.

 Explicar o modelo de planificação adaptado.


Objectivos

1. A ortodoxia Dogmática

A simplificação de procedimentos burocráticos e a flexibilização da


legislação laboral pode, por exemplo, constituir um incentivo a
investimentos em Moçambique.

Desde há um século que a ideologia e o pensamento marxista


domina e impregna o discurso e a acção de muitos revolucionários.
Apesar disso, nunca como agora as estruturas de dominação são tão
perfeitas, chegando o controlo social e conformismo a níveis jamais
vistos.
49

Por isso, é importante questionar muito do legado marxista. Não


para esquecer a história, mas para relançar a luta pela justiça social.

Daí que um dos pontos que deve merecer a nossa crítica é o modelo
binário da luta de classes, que concebe uma dialéctica de conflito
entre exploradores malvados e explorados messiânicos.

Na realidade, e ao contrário desse esquema binário, as redes de


poder e dominação são múltiplas e não redutíveis àquele único
conflito. Os conflitos sociais são muitos e atravessam toda a
sociedade, e até o próprio indivíduo.

É preciso notar ainda que em todo o indivíduo há um opressor, e


em todo o trabalhador vive em potência um capitalista, por isso
mesmo, trabalha-se a todo vapôr para combater todas essas formas
de dominação e de exploração. O marxismo ortodoxo e dogmático,
mas também o vulgarizado, não tem sabido superar o quadro
mental em que se desenvolveu.

Saber multiplicar os espaços de contestação e estimular a crítica e a


demolição das estruturas mentais dominantes (descolonizar o
imaginário capitalista) e superar as caducas estruturas económicas
de que se alimenta o capital, são os desafios de quem luta pela
definitiva superação do capitalismo e por uma sociedade igualitária
e livre.

1.2. Modelo de planificação adoptado

Um aspecto importante para que a produção tenha lugar são as


políticas do Governo, que devem ser desenhadas de forma
integrada, sem esquecer o objectivo de promover a produção, sendo
fundamental a criação de um pacote de incentivos à produção.
50

Moçambique produz aquém das suas necessidades de procura, e


aquém das suas possibilidades produtivas. O resultado é estarmos
dependentes de importações e da ajuda externa, de emprego e
produção de bens e serviços.

O objectivo é aproveitar as potencialidades para responder à


procura e ter maior independência. Esta questão da autonomia de
Moçambique é essencial, como se pôde ver, nos últimos meses,
quando há uma crise global, os preços aumentam substancialmente
em mercados onde o país se abastece.

Moçambique não produz o suficiente, e mesmo quando o faz, não é


competitivo, havendo toda uma necessidade de reflectir as
preocupações e ansiedades dos vários sectores económicos e
dimensões empresariais.

Pradoxalmente, o actual cenário do mercado de trabalho em


Moçambique mostra-nos uma melhor clareza na distinção dos
papeis dos principis actores.O etado tem reforçado
significativamente o seu ppel regulaador e fisclizdor, atraves da
simplificação de regulmentos da actividade comerciaal e industrial,
dos esforços de revisão da lei do trabalho, entre outras realizações.
O sector privado vem assumindo um papel central no processo de
crescimento economico, atraves d criação de oportunidades.

Sumário
Segundo a dialéctica marxista é importante compreender que a
simplificação de procedimentos burocráticos e a flexibilização da
legislação laboral, constitui um grande incentivo a investimentos
em Moçambique.

Um outro aspecto a considerar para o sucesso do sector produtivo


são as políticas do Governo, que devem ser desenhadas de forma
integrada, sem esquecer o objectivo de promover a produção, sendo
fundamental a criação de um pacote de incentivos à produção.
51
52

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1 e 3 desta unidade

1. O que produzir, como produzir e para quê produzir?

2. Quais são as prioridades da nossa produção?

3. Como devemos produzir: investindo em tecnologias? E os custos


desses investimentos serão recompensados?

4. Mostre o actual cenário do mercado de emprego em


Moçambique.
53

Unidade IX
Pecuária
Introdução
Pecuária é uma actividade do sector primário que consiste na
domesticacao e criacao de animais com vista ao aproveitamento da
carne e leite para alimentacao e a pele e marfim como matéria-
prima para a indústria. Nesta unidade abordaremos os factores de
produção pecuaria, o passado colonial e o pós-independecia da
actividade pecuaria, bem como a importância e a distribuição
geográfica do gado.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar a Pecuária

 Identificar os principais factores de produção pecuaria

Objectivos  Diferenciar a agricultura no passado colonial e na fase pós


independência

 Identificar os tipos de gado em Moçambique

 Explicar a distribuição da produção pecuária no país


 Valorizar a pecuária em Mocambique

1. Pecuária

– É um termo específico usado para denotar o uso de animais para


produzir alimentos como carne e leite ou matéria-prima para
produção de variados itens de vestuários como calcados e roupa
(couro e fibra do bicho de seda) e ainda para o uso como auxiliar
no transporte e produção.
54

- É uma actividade do sector primário que consiste na domesticação


e criação de animais com vista ao aproveitamento da carne e leite
para alimentação e a pele e marfim como matéria-prima para a
indústria.

- Esta actividade é muito antiga e segundo se sabe ela surgiu


simultaneamente com a agricultura e em Moçambique está mais
concentrada na região sul do pais, concretamente em Gaza e
Maputo.

1.1. Factores de Produção Pecuária


 Factores Naturais – as condicoes clima, pastagens, recursos de
agua, vegetação e a mosca tse-tse.
 Factores socio-economicos – as migracoes campo – cidade, as
guerras, tecnicas aplicadas na criacao de gado, politica de
fomento pecuário, transportes e vias de comunicação, métodos
de investigação entre outros.
 O aumento gradual do consumo nos centros urbanos e difusão
de produtos animais, tanto nas cidades como nas zonas rurais,
incentiva o desenvolvimento da pecuaria como actividade
económica.
 O desenvolvimento de meios de transportes e a difusão dos
matadouros.
 Modernização dos processos de frigoríficos e de conservação
da carne e do leite.

2. Pecuária no Passado Colonial


No passado colonial, a actividade pecuária era explorada por
grandes empresas privadas capitalistas, num modelo empresarial de
grandes criadores de gado, modelo empresarial de médio e
pequenos criadores e modelo tradicional do sector familiar.
Estas empresas eram dirigidas e controladas pelos grandes
criadores colonialistas que dominavam não so a exploração mas
55

também o comércio dos produtos pecuários e os pequenos


criadores não possuíam nenhuma possibilidade de sobrevivência.

3. Pecuária no Período Pós – independência


Após a independência e sobretudo depois do III congresso da
Frelimo, novas orientações foram traçadas com a finalidade de
estimular a produção pecuaria nas cooperativas e empresas sob o
controlo do estado.
A actividade pecuaria era explorada pelas grandes empresas agro-
pecuárias, pequenos e médios criadores, criadores do sector
familiar e cooperativas agro-pecuárias.
Uma das metas a atingir na produção pecuaria era o aumento da
carne, leite e ovos, e para alcançar tais objectivos foram traçadas as
seguintes medidas:

 Controlar o problema das doenças do gado bovino e suíno


através de vacinação, muitas doenças podem ser evitadas
desde que o gado seja vacinado previamente.
 Melhorar as pastagens, através do cultivo de plantas
forrageiras, isto e, cultivar espécies de capins próprios para
a alimentação do gado.
 Melhorar a alimentação do gado através do aumento da
produção de ração.
 Criar reprodutores de raças nas estações zootécnicas do país
para melhorar a qualidade do gado.
 Divulgar as formas de utilização do gado para o trabalho
agrícola, sobretudo nas províncias do centro e norte do pais,
onde grande parte do gado foi morto pelo exército colonial.
 Organizar o sistema de conservação de carne através da
instalação de uma rede de frigoríficos.
 Criar caprinos e ovinos, sobretudo nas zonas da mosca tsé-
tsé porque estes tipos de gado são mais resistentes a estes
insectos.
56
57

4. Principais tipos de Gado


O principal tipo de gado é o bovino, sendo o boi o animal de
grande utilidade, pois, nele aproveita-se a carne, leite para
alimentação, aproveita-se o couro para a fabricação de calçados e
vestuário, o chifre do boi é utilizado no fabrico de botões.
 Bovino – bois e vacas
 Gado caprino – cabritos
 Ovino – ovelhas
 Suíno – porcos
 Galináceos – galinhas e patos

5. Distribuição da produção pecuária


O quadro abaixo nos indica as províncias maiores produtoras da
espécie bovina em Moçambique.
O mesmo resultado mostra que as províncias situadas na região sul
de Moçambique são potenciais criadoras de gado e na região
Centro se afigura a Província de Tete a mais criadora.

Quadro 05
Efectivos de gado Bovino

PROVÍNCIA 1980 1994 1996


Cabo Delgado 3225 5036 5801
Niassa 9540 3699 4013
Nampula 41183 5030 6898
Zambézia 141183 18095 19000
Tete 112465 50583 93179
Manica 46391 26085 39495
Sofala 56364 13153 12061
Inhambane 137832 31617 43657
Gaza 383738 63163 98248
Maputo 412353 24224 31201
Total 1.346.259 242.679 353.553
58

Fonte: INE

6. Importância da pecuária

 A pecuária fornece géneros alimentícios (carne e leite) a


populacao
 Define o peso económico dos sectores (secundário e
terciario).
 Usado para apoio ao trabalho agrícola (adubos e tracção
animal).
 Industria (lacticínios, conservas, vestuários e calcados).
 Alimentação (leite e carne)

Sumário
A actividade pecuaria é muito antiga e segundo se sabe ela surgiu
simultaneamente com a agricultura e em Moçambique está mais
concentrada na região sul do país, concretamente em Gaza e
Maputo. No passado colonial, a actividade pecuária era explorada
por grandes empresas privadas capitalistas, num modelo
empresarial de grandes criadores de gado, modelo empresarial de
médio e pequenos criadores e modelo tradicional do sector familiar.
Estas empresas eram dirigidas e controladas pelos grandes
criadores colonialistas que dominavam não so a exploração mas
também o comércio dos produtos pecuários e os pequenos
criadores não possuíam nenhuma possibilidade de sobrevivência.
Após a independência e sobretudo depois do III congresso da
Frelimo, novas orientações foram traçadas com a finalidade de
estimular a produção pecuaria nas cooperativas e empresas sob o
controlo do estado.
A actividade pecuaria era explorada pelas grandes empresas agro-
pecuárias, pequenos e médios criadores, criadores do sector
familiar e cooperativas agro-pecuárias.
59

Exercícios

N.B: Entregar os exercícios 2 e 4 desta unidade

1. Defina a pecuária.

2. Explica a pecuária no período pós – independência.

3. Mencione os principais tipos de gado existente na tua


Província.

4. Justifica a pertinência no estudo da produção pecuária em


Moçambique.
60

Unidade X
Actividade agro-pecuária e o
ambiente
Introdução
A educação ambiental é um processo permanente no qual os
indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências,
valores e a determinação que os tornam capazes de agir individual
ou colectivamente na busca de soluções para os problemas
ambientais presentes e futuros (UNESCO, 1987). A unidade vai
abordar os impactos ambientais da actividade agro-pecuária e
estratégias de mitigação.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Explicar os impactos da actividade agro – pecuária nos sectores


familiar e empresarial em Moçambique

 Estudar estratégias de mitigação dos impactos agro – pecuários


Objectivos

1. Impactos Ambientais da Actividade Agropecuária

A actividade agro-pecuária é responsável por vários problemas


ambientais ligados tanto ao nível do sector familiar, como no sector
empresarial.

 No sector Familiar
- O rápido crescimento populacional conduz a degradação dos
solos, pois, a comunidade exerce grande pressão sobre a ocupação
dos espaços, através do uso intensivo e desregrado de terras
61

marginais, pouco férteis e de grande declive para a prática de


agricultura e fixação de residências.

- A caça furtiva, provocada pela guerra, seca e perda de habitats, a


diversidade e riqueza faunistica sofreu um grande desequilíbrio
ecológico.
- Falta de tecnologias e insumos agrícolas.
- Queimadas descontroladas para facilitar a lavoura.
- Abate indiscriminado de espécies animais e a vegetação para
alimentação e aproveitamento do combustível lenhoso.

 No sector empresarial
- A degradação ambiental neste sector é originada pela utilização
de agro – químicos.
- Gestão e manutenção inadequada de dos sistemas de regadio e
drenagem.
- Praticas deficientes de lavouras mecanizadas. Essas praticas por
vezes conduzem ao surgimento de fenómenos como a salinização,
alcalinização e erosão de solos.

2. Estratégias de Mitigação dos Impactos Agro-pecuários ao


Ambiente
O reconhecimento político tardio da importância da integração dos
aspectos ambientais em todo o processo de desenvolvimento de
Mocambique, traduz-se geralmente, na inserção relativamente
tardia da componente ambiental no aparelho institucional do país.

As estratégias definidas no âmbito do desenvolvimento económico,


no período imediatamente a seguir a independência, não dedicaram
a devida atenção aos princípios básicos do desenvolvimento
sustentável.
62

Contudo, há toda uma necessidade de coordenação ao nível


nacional, sobre actividades do meio ambiente, promovendo a
gestão, preservação e utilização racional de base dos recursos
naturais do pais, bem como propor politicas e estratégias
ambientais a serem integradas nos planos sectoriais de
desenvolvimento.

Com efeito, já é evidente a educação ambiental nas comunidades


para um ambiente sustentável.
 Actualmente, observa-se uma elevada consciência da
preservação do ambiente e sobretudo na flora e fauna.
 Há um esforço do governo na formação de quadros em
cursos de gestão do meio ambiente.
 Surgimento de associações ou núcleos de defesa do meio
ambiente.
 Criação da MICOA.

Sumário
A actividade agro-pecuária é responsável por vários problemas
ambientais ligados tanto ao nível do sector familiar, como no sector
empresarial. O rápido crescimento populacional conduz a
degradação dos solos, pois, a comunidade exerce grande pressão
sobre a ocupação dos espaços, através do uso intensivo e
desregrado de terras marginais, pouco férteis e de grande declive
para a pratica de agricultura e fixação de residências.
Com efeito, observa-se na fase actual um aumento da consciência
da preservação do ambiente e sobretudo na flora e fauna, formação
de quadros e criação de associações ligadas ao ambiente (MICOA).
63

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 2, 3 e 4 desta unidade

1. O que entendes por educação ambiental?

2. O pais herdou do colonialismo Português alguns problemas


ambientais.

a) Mencione –os

b) Fundamente 2 a sua escolha.

3. Explica o desequilíbrio ecológico verificado no sector


familiar.

4. Fale da degradação socio-económico das comunidades em


Moçambique.

5. Que estratégias ambientais foram tomadas pelo governo em


Moçambique?
64

Unidade XI
A Pesca
Introdução
A Pesca é uma actividade do sector primário que consiste na
captura de peixes e outros mariscos com objectivo de fornecer
alimentos a populacao e a matéria-prima a indústria. Nesta unidade
iremos tratar das características da costa moçambicana, principais
zonas costeiras, tipos de pesca bem como a sua importância para a
economia nacional.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar a pesca em Moçambique

 Caracterizar a costa Moçambicana


Objectivos  Identificar as principais zonas costeiras

 Explicar os principais tipos de pesca no pais

 Reconhecer o papel da actividade pesqueira para o


desenvolvimento da economia nacional.

1. Conceito

A Pesca é uma actividade do sector primário que consiste na


captura de peixes e outros mariscos com objectivo de fornecer
alimentos a população e a matéria-prima a indústria.

1.1. Características Gerais da Costa


65

A costa moçambicana possui cerca de 2780 quilómetros de


comprimento, com uma grande diversidade de características
físicas, da orla costeira (terra firme) assim como das águas que
banha. Este constitui o principal habitat de grande diversidade de
espécies marinhas, a riqueza natural do nosso pais.

Em termos gerais a costa Moçambicana apresenta características


físicas bem distintas, a saber:

- A Costa Norte é arenosa e coralífera.

- A Costa Central é baixa.

- A Costa Sul é baixa e é composta por dunas e rochas, com


numerosas lagunas paralelas a costa que o separa do mar.

1.2. Principais Zonas Pesqueira

1. Entre a Baia do Maputo e Quissico;

2. Entre Zavora e Ponta da Barra Falsa na Província de Inhambane;

3. Entre Inhassoro e Bartolomeu Dias;

4. Desde Nova Mambone até o Delta do Zambeze;

5. Província de Cabo Delgado

1.3. Tipos de Pesca

Em Moçambique pratica-se 3 principais tipos de pesca,


nomeadamente:
66

(I)Pesca Artesanal – ao longo de toda a costa existe mais de


45.000 pescadores artesanais, produzindo aproximadamente 40.000
toneladas de peixe por ano. Esta quantidade corresponde a 60% do
pecado nacional. Grande parte desta producao, é realizada na Baia
de Pemba, Beira, Inhassoro, Inhambane e Maputo, com um registo
excessivo de pescadores com relação ao recursos disponíveis.

Tendo em conta que as zonas próximas do litoral são as desova e


criação para grande variedade de peixes e camarão, a sobrecarga
actual começa a ser nociva para a reprodução natural destes
recursos marinhos. Contudo, cabe aos pescadores artesanais
munirem-se de barcos melhorados que lhes permitam praticar a
actividade pesqueira em zonas cada vez mais distantes do litoral.

(II) Nas Aguas Interiores – as águas interiores com recursos


pesqueiros significativos, são constituídas pela reserva de Cabora
Bassa, Lago Niassa, Lagoas Costeiras e estuários, pequenos lagos e
reservas e rios em cerca de 15.000 km de rios.

A exploração de recursos pesqueiros das águas interiores é de


grande importância para a população rural. É a chamada pesca de
pequena escala praticada por pescadores individuais ou associados.

Usam redes, pequenos barcos (canoas) e ocasionalmente barcos a


motor. No lago Niassa e na Reserva de cahora Bassa, este tipo de
pesca tem experimentado um certo progresso.

Calcula-se que a reserva de Cahora Bassa possui um potencial


suficiente para suportar o desenvolvimento da pesca de pequena
escala e industrial, sendo o seu potencial de cerca de 12.000
toneladas, contra 10.000 toneladas do potencial do lago Niassa.a
pesca no lago Niassa é também considerada de pequena escala.

Em 1983 estimava-se em 3.380 numero de pescadores e o numero


de barcos de 1.228, dos quais somente 25 eram movidos a vapor e
67

nesse ano estimava-se que a media anual do pescado rondava as


9.100 toneladas, 90% das quais pescadas na estação chuvosa.

(III) Pesca Industrial e Semi- Industrial

A pescaria de camarão e da gamba, são as mais importantes com


uma producao media anual de cerca de 7.500 toneladas e 2.700
toneladas respectivamente.

A captura do camarão em 1997,foi de 9.605 toneladas, sendo o


maior índice dos últimos 10 anos. No período de 1980 a 1985, a
pecaria industrial de arrasto de peixe registou uma producao anual
de cerca de 6000 toneladas, tendo duplicado no período de 1986 a
1988 que estimou em 11000 toneladas.

Nos últimos anos a producao decresceu bastante tendo atingido em


1996 o valor mais baixo apenas de 2503 toneladas.

Os recursos pesqueiros são limitados, e tanto a Gamba como o


Camarão encontram -se na fase de exploracao intensa.

Medidas foram introduzidas no ramo pesqueiro de forma a estancar


a degradação desses recursos biológicos para colher melhores
resultados de producao pesqueira.

Na mesma ocasião, 3 regiões foram seleccionadas para a cultura de


camarão, nomeadamente Quelimane, Maputo e Beira com cerca de
6000, 7500 e 19.500 hectares respectivamente.

Não obstante, o país possui cerca de 170.000 hectares de área


costeira para a cultura de camarão e outras espécies.

2. Principais produtos pesqueiros


- Camarão e gamba

- Carapau e a cavala.
68

- Pequenos peixes pelágicos,

- Crustáceos,

- Os peixes demersais,

- Lagosta de rocha,

- Holoturias e amêijoas, e outros.

3. Importância na economia nacional

Em Mocambique, o sector das pecas desempenha um papel vital na


geração de moeda convertível.

Com efeito, as receitas arrecadadas na exportação desses produtos


pesqueiros com particular realce para o camarão representam mais
de 40% das exportações totais do nosso pais.

A contribuição das pescas do ponto de vista alimentar também é


significativa estimando se a producao nacional para o consumo
interno em 50 a 60 toneladas por ano, isto é, 3.5 a 4kg per capita.

Sumário
A costa moçambicana possui cerca de 2780 quilómetros de
comprimento, com uma grande diversidade de características
físicas, da orla costeira (terra firme) assim como das águas que
banha. A costa moçambicana é arenosa e coralífera a norte, baixa
na parte central e a costa sul é baixa, composta por dunas e rochas,
com numerosas lagunas paralelas a costa que o separa do mar.

Em Moçambique encontramos 3 tipos de pesca, designadamente:


Pesca Artesanal, nas Aguas Interiores e Pesca Industrial e Semi-
Industrial. A pesca desempenha um papel vital para alimentação
das comunidades e na geração de moeda convertível.
69

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 2 e 4 desta unidade

1. Moçambique possui uma vasta costa para o desenvolvimento


pesqueiro.

a) Mencione as principais zonas pesqueira da zona centro e sul


do pais

2 .A pesca artesanal e praticada tanto no litoral como nas águas


do interior.

a) Explica, como se desenvolvia a pesca artesanal das águas


interiores.

b) Caracterize a pesca industrial e semi - industrial.

3. Aponte os principais produtos para a exportação.

4. Que papel desempenha a actividade pesqueira em


Moçambique?
70

Unidade XII
Impacto ambiental da actividade
pesqueira
Introdução
O nosso país possui uma extensa costa com cerca de 2780
quilómetros, sendo a 3ª maior costa marítima de Africa, onde
vivem dois terços da população o que faz da pesca uma das
actividades importante para a subsistência das comunidades. Nesta
unidade poderá estudar os impactos ambientais da actividade
pesqueira e com particular destaque para as formas de mitigação do
problema.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os principais impactos da actividade pesqueira


em Moçambique

 Estudar estratégias de mitigação do problema prevalecente


Objectivos

1. Principais impactos ambientais decorrente da actividade


pesqueira

Como deve estar a imaginar a pesca é a principal actividade de


subsistência para as comunidades costeiras e praticam a actividade
pesqueira de forma desregrada, com o uso de técnicas não
sustentáveis violando deste modo os princípios e normas
ambientais estabelecidas no ramo pesqueiro.

1.1. Principais problemas ambientais


- Destruição do habitat marinho, lacustre e fluvial
71

- Captura de fauna acompanhante


- Captura de espécies protegidas
- Redução da biodiversidade

1.2. Técnicas de pesca não sustentáveis


 Pesca realizada com o uso de dinamite
 Pesca através de envenenamento de peixes
 Pesca efectuada com rede de arrasto
 Pesca realizada com rede mosquiteira
 Pesca de arrasto de fundo e
 Pesca pirata de arrasto por fundo de rocha proibida em
Moçambique

2. Estratégias de mitigação

O governo de Moçambique pretende combater e eliminar a pesca


ilegal no pais e no estrangeiro através do controlo cerrado e
fiscalização da pesca para fins comerciais.
Assim, o pais participa em missões de patrulha regional quer a
nível bilateral quer a nível multilateral, que se estende da Africa do
Sul ate o Quénia.
Para tal, há toda uma necessidade do governo entrar numa
negociação com a Comissão Europeia de modo a renovar o actual
acordo de pescas.
72

Sumário
A actividade pesqueira é praticada de forma desregrada, a pesca
comercial e artesanal decorrem em plataforma continental.

Desta actividade desregrada concorre para

- A destruição do habitat marinho, lacustre e fluvial

- Captura da fauna acompanhante

- Captura de especies protegidas

- Redução da biodiversidade.

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios desta unidade

1.Fale do impacto ambiental resultante da actividade pesqueira em


Moçambique.
2.Que medidas foram tomadas para minimizar o problema?
73

Unidade XIII
Silvicultura
Introdução
Consiste na prática de cultivar, conservar arvores ou arbustos
dentro de um sistema de uso da terra para fins de lenha, forragem,
fruta, medicamentos, sombra, melhoramento de solos, conservação
de águas, entre outros. O caro estudante poderá estudar nesta
unidade as principais espécies madeireiras do país assim como a
Importância sócio económica da silvicultura.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a silvicultura

 Localizar as principais espécies de Mocambique

Objectivos  Reconhecer o valor da silvicultura no território Moçambicano

1. Conceito
A Silvicultura -é uma ciência que se dedica ao estudo de métodos
naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos
florestais.

- Um processo de seleccao, tratamento cientifico mais aprofundado


de animais e melhoramento de espécies para fins económicos.

Consiste na prática de cultivar, conservar árvores ou arbustos


dentro de um sistema de uso da terra para fins de lenha, forragem,
fruta, medicamentos, sombra, melhoramento de solos, conservação
de águas, entre outros.
74

1.1. Principais Espécies e sua localização


Moçambique é um país rico em diversidade florestal, poís, este não
se encontra em qualquer parte do mundo, dai a necessidade de
preservar as diferentes espécies existentes, um factor determinante
para o desenvolvimento da nossa economia.
O quadro abaixo, ilustra as principais espécies para exportação e
sua respectiva localização.

Quadro 06
Principais espécies

N˚ Principais Nome cientifico Localização


espécies
01 Umbila Pterocarpus angolensis Todo pais com abundância na Zambézia.
02 Mecrusse AndrostachyJonhsonii Maputo e Inhambane
03 Tuli Chlopora Excelsa Inhambane, Sofala, Nampula e Zambézia
04 Muave Erythrophleum Maputo e Cabo Delgado
guineense
05 Messassa Brachystegia Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia, Cabo
Delgado e Nampula
06 Jambire ou Millitia stuhlmannii Zambézia, Sofala e Manica
Panga Panga
07 Umbaua Khaya Nyasica Zambézia e Nampula
08 Pau – Ferro Swartzia Zambézia e Sofala
Madagascarensi
09 Muroto Cordyla Africana Maputo, Zambézia, Manica, Sofala
10 Chanfuta Afzelia Quanzensis Nampula, Gaza, Inhambane, Cabo Delgado

Fonte : Manual de F.F.Bravia

2. Importância sócio económica


75

A silvicultura não produz apenas matéria básica para o homem,


mas também para o equilíbrio do planeta, tanto pela variedade dos
seres vivos como pela influência no clima, conservação do solo e
qualidade paisagística. Naturais

 Substituição do carvão mineral pelo vegetal, que contribui


para a melhoria da qualidade de vida das comunidades
residentes no campo e cidade.

 Contribui para a protecção dos solos, decorrente de camadas


de folhas depositadas e o sistema radicular que segura a terra.
 Possibilita a manutenção do lençol freático
 Absorção do gás carbónico, o principal causador do efeito de
estufa.
 Facilita a reciclagem dos nutrientes, melhoria na capacidade de
retenção da água no solo, captação de Nitrogénio.
 Contribui na produção animal, sobretudo na produção de
forragem e de sombra.
 Melhoramento do nível de vida dos camponeses, através da
criacao de base de sustentabilidade em frutas, madeira e lenha.
 Controla a erosão do solo, diversidade das espécies florestais e
estabilidade ecológica.

Ela é a força motriz ou dinamizadora para o desenvolvimento de


qualquer sociedade ou produção.

Sumário
A silvicultura é um processo de selecção, tratamento científico
mais aprofundado de animais e melhoramento de espécies para fins
económicos. Moçambique é um pais rico em diversidade florestal,
pois, este não se encontra em qualquer parte do mundo, dai a
necessidade de preservar as diferentes espécies existentes, um
factor determinante para o desenvolvimento da nossa economia. A
silvicultura não produz apenas matéria básica para o homem, mas
76

também para o equilíbrio do planeta, tanto pela variedade dos seres


vivos como pela influência no clima, conservação do solo e
qualidade paisagística.

Exercícios
Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade

1. O entendes por Silvicultura?

2. Identifique as principais espécies madeireiras de


Moçambique

3. Explique a importância sócio económica da silvicultura em


Moçambique.
77

Unidade XIV
Gestão de recursos florestais e
faunísticos
Introdução
Em Moçambique a política nacional sobre as florestas e a fauna
tem um horizonte de longo prazo e actualmente a sua
materialização está sendo reflectida no programa nacional de
florestas e fauna bravia. Ao longo desta unidade irá estudar as
politicas e a gestão dos recursos florestais e faunisticos, protecção e
conservação da floresta e fauna bravia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a politica de gestão de recursos faunísticos e


florestais
 Diferenciar os recursos florestais e faunísticos
Objectivos  Valorizar a conservação e protecção da flora e fauna

1. Gestão dos Recursos Florestais e Faunisticos em


Moçambique

A Política nacional sobre as florestas e a fauna tem um horizonte de


longo prazo e a sua materialização está sendo reflectida no
Programa Nacional de Florestas e Fauna Bravia para os próximos
anos, e foi aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pescas
(MAP) no âmbito da planificação em curso do Programa Nacional
de Desenvolvimento Agrário (PROAGRI).
Os recursos florestais e faunísticos têm sido considerados como um
capital disponível que, com baixos níveis de investimento, poderão
gerar divisas através da exportação. Contudo, a contribuição do
78

subsector Florestal e Faunístico na economia de subsistência é


muito maior que o seu papel na economia formal. As estatísticas
oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) ainda não reflectem a
contribuição deste subsector na economia do País, pois, cerca de
80% da energia consumida no País, provém da biomassa lenhosa.
A procura anual desta fonte energética é estimada em 16 milhões
de metros cúbicos por ano, o equivalente a cerca de 706 milhões de
dólares anuais que o (PIB) não tem contabilizado.
- Estima-se que cerca de 80% da população rural tem na carne de
animais bravios e no peixe das águas interiores, as suas principais
fontes de proteína animal.
- Produtos derivados de florestas são o principal material usado
para a construção de casas para a maioria da população rural.
- A população rural ainda satisfaz várias necessidades básicas
(comida, medicamentos, instrumentos, recursos de pastagem) a
partir das florestas.
- A revitalização de indústrias madeireiras e faunísticas
(transformação de madeira, caça e ecoturismo) vai fornecer
oportunidades significativas de emprego, facilitando a
diversificação dos rendimentos familiares, num potencial, para o
alívio da pobreza rural.
Pode-se concluir, deste modo, que o sector familiar é o principal
consumidor e beneficiário dos produtos da floresta e da fauna, e
que a população rural tem em relação a estes recursos uma
dependência histórica, cuja continuidade exige o seu maneio
sustentado.

1.1. Recursos Florestais


Os recursos florestais inventariados em 1994 com base na imagem
satélite, mostram que o pais possui cerca de 62 milhões de ha (78%
da superfície do País) de formações florestais de diferentes
densidades e composição. Dados quantitativos de extensão de
79

recursos florestais são agora disponíveis por tipos, classes de uso


de terra e por províncias.
A área florestal, com potencial para produção de madeira, é
estimada em 19 milhões de ha. Nesta categoria de floresta
produtiva estima-se um volume comercial em pé (acima de 40 cm
DAP1) de aproximadamente 22 milhões de metros cúbicos, o que
permite um corte anual de 500 mil metros cúbicos, considerando
todo o leque de espécies com potencial de utilização industrial.
Porém, só 10 à 15% do volume existente é constituído por espécies
com boa aceitação no mercado internacional.
Não obstante a vasta cobertura florestal, estima-se que o
desmatamento no período 1972 - 1990 tenha sido de 4,27%. Desta
área, destaca-se a Província do Maputo onde, devido à exploração
resultante da concentração da população ao redor da cidade, se
verificou um desmatamento de 19,8%. Este desmatamento é
resultado essencialmente de práticas agrícolas inapropriadas,
procura de lenha e materiais de construção e da repetitiva e elevada
frequência de queimadas florestais.
-Os mangais são as principais formações vegetais localizadas nos
estuários dos grandes rios, com uma área total estimada em 396
000 ha. A taxa de desmatamento deste recurso foi estimada na
ordem de 2,9 % nos últimos 18 anos (equivalente a 12 000
hectares), com particular incidência na Província de Maputo.
A indústria florestal em Moçambique é composta essencialmente
por fábricas de pequena capacidade e com equipamento obsoleto.
Há algumas excepções, como as Indústrias Florestais de Manica
(IFLOMA) e algumas serrações no Sul e Norte do País. A
capacidade de produção estima-se em 129 000 m3, desta apenas
cerca de 30% é efectivamente utilizada. A maior parte das unidades
de transformação foram privatizadas. Não obstante a privatização,
tanto os níveis de produção como os índices de aproveitamento
continuam baixos (30%), devido ao abastecimento irregular da
matéria-prima e ao equipamento obsoleto.
80

Hoje, o principal desafio a esta indústria é o seu papel na gestão e


conservação do recurso florestal e no desenvolvimento rural. A sua
sustentabilidade depende da capacidade de manter uma floresta
saudável com madeira de boa qualidade para a exploração. A
introdução de sistemas de certificação trará para a indústria a
vantagem de competir no mercado internacional com produtos
originários de áreas manejadas numa base e princípios de
rendimento sustentado.
O país conta com cerca de 46 000 hectares de plantações florestais.
As plantações industriais, sobretudo de pinheiros, encontram-se
localizadas maioritariamente na Província de Manica. Estas
plantações abastecem a única unidade de processamento de
exóticas do País.
As plantações destinadas á produção de combustível lenhoso,
constituídas por eucaliptos, foram estabelecidas ao redor dos três
maiores centros urbanos.
Estas plantações encontram-se quase que abandonadas porque os
actuais níveis de custos de produção do m3 de lenha de eucalipto
são superiores ao preço de venda do m3 da lenha proveniente da
floresta nativa. Esta situação deve-se ao facto do acesso à floresta
nativa ser praticamente livre (taxas baixas de exploração) aliada à
preferência do combustível das espécies nativas pelo seu alto valor
calorífico.
Existem cerca de 2 800 ha de Casuarina sp estabelecidos para
protecção de dunas costeiras, que não têm sido convenientemente
controladas nem expandidas por falta de recursos humanos e
financeiros. Consequentemente, estas têm sido exploradas nos
últimos anos pela população para obtenção de combustível e
material de construção, com consequências imprevisíveis no
alastramento das dunas para as zonas produtivas adjacentes.
Desde a década cinquenta, por instrumentos legais, 17 reservas
florestais foram estabelecidas, com uma área total de 450 000 ha.
81

Muito pouco se sabe relativamente à sua delimitação e qualidade,


devido à dificuldade de acesso e falta de recursos para operar. A
expansão de Reservas Florestais e o estabelecimento de
mecanismos de seu uso e aproveitamento constituem prioridades do
subsector.

1.2. Recursos Faunísticos


Devido ao período de instabilidade que o País atravessou, o
subsector possui pouca informação sobre a existência, distribuição
e composição da fauna bravia. Inventários realizados em 1990 no
complexo de Marromeu indicam uma quebra de 80% no efectivo
animal no período de 1977 à 1990. Julga-se que este nível de
quebra seja uniforme para o resto do País como resultado de uma
caça descontrolada. Assiste-se, contudo, ao reaparecimento de
fauna bravia em muitas zonas onde, devido à seca e guerra, os
animais foram considerados desaparecidos.
Em relação as áreas de conservação, sucessivos instrumentos
legislativos criaram 21 áreas de conservação - Parques Nacionais,
Reservas e Coutadas - com uma área total equivalente a cerca de
6,7 milhões de hectares. Devido ao longo período de abandono,
estas áreas requerem reavaliação em termos de limites, objectivos e
categorização. Por outro lado, há indicações de que alguns sistemas
ecológicos não estão cobertos pela rede existente de áreas de
conservação.

Embora a paz tenha sido alcançada, o acesso às áreas é ainda


afectado pela incidência de minas e ocupação humana
descontrolada; Além disso, as vias de acesso para a Reserva do
Gilé, de Niassa, os Parques Nacionais de Zinave e de Banhine estão
completamente destruídas, bem como as suas Infra-estruturas.
82

Existem no país 4 Parques Nacionais e 5 Reservas de Caça


cobrindo uma área de aproximadamente 1,6 milhões de hectares,
todos eles proporcionando um habitat de ampla diversidade
biológica e, em alguns casos, com ocorrência de espécies
endémicas. Como foi acima mencionado, problemas de
insegurança e instabilidade política conduziram a perdas
significativas de fauna bravia, assim como a falta de informação
actualizada sobre a base do recurso.
A Reserva de Niassa que realmente nunca foi abandonada porque
não foi gravemente afectada pela guerra é considerada como a que
se encontra numa situação mais estável. Também o Parque
Nacional de Bazaruto que, por causa da sua localização nas ilhas
não foi directamente afectado pelas hostilidades, está sendo
manejado para manter um nível razoável de eco turismo e pesca
desportiva.
Apesar das dificuldades logísticas, os Parques Nacionais e
Reservas de Caça estão na fase de recuperação, como é o caso da
Reserva de Maputo, Reserva do Niassa, Parque Nacional de Zinave
e Gorongosa. Estes Parques Nacionais e Reservas ainda servem de
importantes habitats de conservação da fauna bravia. No entanto, é
importante notar que alguns deles estão a ser ocupados pela
população rural. Poderão surgir conflitos difíceis de resolver se não
forem tomadas medidas a tempo. Por exemplo, no caso da Reserva
de Maputo, muitos acampamentos de populações podem ser
observados no Leste e Sul, e do mesmo modo, a mesma está sendo
rodeada por crescentes áreas de aglomerados populacionais de
deslocados e refugiados.
Há no país, 13 Coutadas cobrindo uma área de aproximadamente
5,1 milhões de hectares, maioritariamente, estão localizadas na
parte central e austral do País, predominantemente na província de
Sofala. A condição dessas áreas é irregular. Por exemplo, no caso
da Coutada 16, as populações de animais variam de acordo com as
83

épocas, talvez por causa das difíceis condições de ecossistema e


proximidade com o Parque Nacional de Kruger - África de Sul.
As Coutadas ao longo do Rio Save e ao redor do Parque Nacional
de Gorongosa foram as mais vulneráveis e por isso, agora, têm
números muito baixos de animais. A situação não é assim tão má
nas Coutadas à volta de Marromeu, provavelmente por causa de
condições ecológicas (inundações e florestas densas) que tornam a
área de difícil acesso durante um período longo do ano. Quase
todas as Coutadas ainda apresentam boas condições de habitat,
embora algumas delas estejam a experimentar pressões
populacionais por causa do assentamento, envolvendo
especialmente os deslocados de Política e Estratégia de
Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia.

Estas áreas, destinadas a safaris de caça, mantiveram um certo


nível de actividade, mesmo durante o período de guerra, e até 1987
quando todas cessaram de funcionar, a única actividade safari
ocorreu fora das áreas de conservação numa zona perto de Mágoè,
na província de Tete. Em 1993, foram iniciadas actividades de
safaris em 4 áreas existentes, com as restantes preparando-se para
retomar as suas actividades.
Relativamente às áreas livres é importante ter em mente que,
depois do Acordo de Paz, a fauna bravia experimentou mais uma
vez um dos seus momentos mais difíceis por causa do acesso que
se tornou mais fácil nas áreas anteriormente inacessíveis devido à
guerra.
Lamentavelmente, a caça descontrolada agravou a situação de
algumas espécies que antes eram consideradas raras ou em perigo
de extinção. De acordo com a quantidade de carne de caça que é
vendida ao longo das vias rodoviárias, a caça de subsistência
tornou-se comercial, devido à limitada gestão e controle das
instituições públicas.
84

2. Protecção e Conservação da Flora e Fauna


Moçambique é essencialmente um país agrário. Cerca de 78% da
terra é coberta por formações florestais ou outras formações
vegetais que conferem ao País uma grande diversidade biológica e
um habitat para a fauna bravia.
Apesar deste potencial abundante, como resultado da combinação
de uma herança colonial desfavorável, políticas desacertadas,
desastres naturais e guerra, a situação da segurança alimentar
principalmente nas zonas rurais é precária

2.1. Utilização dos Recursos Florestais


A exploração florestal é caracterizada pela incidência de extracção
de madeira em regime de licença simples, em vez da exploração em
regime de concessão.
Esta situação, conduz à proliferação de operadores dispersos em
áreas extensas, cujo controle e maneio torna difícil para as
autoridades do sector.
Aliado a esta exploração desordenada, subsiste a exportação de
toros, pois os operadores de licenças simples, na sua maioria, não
possuem capacidade industrial para o processamento local.
Contudo, a exploração de madeira no País situa-se entre 30% à
40% da Taxa anual de corte (TAC) permissível, que é estimada em
500 000 metros cúbicos por ano.
Por outro lado, a exploração de lenha e carvão que se estima em
cerca 16 milhões de metros cúbicos por ano, destinados ao
abastecimento de energia doméstica a cerca de 90% da população
moçambicana, constitui um desafio na procura de solução para uma
utilização sustentável dos recursos florestais.
A agravar esta situação, são as práticas agrícolas inapropriadas, que
contribuem para um aumento substancial do desmatamento de
extensas áreas florestais.
O património florestal permanente do País não está demarcado, no
sentido de definir com rigor, quais as zonas que se destinam à
85

protecção e aquelas que se destinam à produção florestal. A floresta


nativa nunca beneficiou de inventário florestal detalhado e plano de
maneio, que sirvam de base para o estabelecimento de concessões
florestais.
As comunidades locais nas áreas de floresta produtiva sempre
assistiram à exploração dos seus recursos por operadores externos a
área sem qualquer benefício ou envolvimento.
A fiscalização florestal está enfraquecida, pois os fiscais são
insuficientes e os meios disponíveis são limitados para a cobertura
nacional necessária. Esta situação é agravada pela falta de
incentivos inerentes à actividade de fiscalização.
As 17 Reservas Florestais existentes encontram-se abandonadas
por falta de recursos para a sua manutenção e perpetuidade. Pelas
mesmas razões, está impossibilitado o estabelecimento de novas
reservas.

2.2. Utilização da Fauna Bravia


A maioria dos Parques Nacionais e Reservas de Caça estão
degradadas, em relação à fauna e infra-estruturas para
administração e de promoção do eco turismo.
A caça furtiva continua, não só incidindo sobre as áreas livres,
como também em reservas e parques nacionais.
As coutadas de caça na sua maioria já se encontram adjudicadas a
exploradores de safaris e reflectem hoje problemas semelhantes de
degradação já mencionados para os Parques e Reservas, agravados
pela ocupação por reassentamento das populações. A presença de
população dispersa nas coutadas constitui uma ameaça à indústria
de safaris. Em algumas zonas do país, o aumento da população de
elefantes tem originado conflitos na ocupação de espaço com a
população e comunidades rurais. Por outro lado, o aumento da
população de crocodilos também em algumas zonas do país, tem
provocado perdas humanas.
86

2.3. O Reflorestamento
Devido a relativa abundância dos recursos florestais naturais, a
tradição do reflorestamento é limitada em Moçambique. Os
projectos de reflorestamento iniciados no fim da década de setenta
estão paralisados por falta de sustentabilidade técnica e financeira.
Os pequenos projectos de reflorestamento lançados na década de
oitenta junto das comunidades rurais não tiveram sucesso nem
continuidade.

2.4. A Indústria Madeireira


A indústria de madeira moçambicana foi já caracterizada nos
capítulos anteriores, essencialmente por dispor de uma tecnologia
obsoleta sem condições para oferecer produtos de qualidade e com
aproveitamento de madeira, cuja média é apenas de 20% á 30%.
Apesar da maior parte das unidades de transformação de madeira
terem sido privatizadas, a sua operacionalidade e rentabilidade
continuam baixas. A maioria dos proprietários que adquiriram estas
unidades não honram os seus compromissos para com o Estado e
mantêm as unidades inoperacionais.

Prevalece a falta de ligação entre a indústria de transformação


primária da madeira com uma base permanente de abastecimento
de matéria-prima, cujo modelo foi concebido na legislação vigente
como sendo a concessão florestal.

3. Política de Florestas e Fauna Bravia


A Política e Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna
Bravia enquadra-se no Programa do Governo estabelecido pela
resolução 4/95 de 9 de Maio da Assembleia da República e na
Política Agrária e Estratégia de Implementação aprovada pelo
Conselho de Ministro em Outubro de 1995.
87

- O Governo promoverá a utilização racional e sustentável dos


recursos florestais e faunísticos para o benefício económico, social
e ecológico da actual e Futura geração dos Moçambicanos.
O objectivo de longo prazo, de desenvolvimento de Florestas e de
Fauna Bravia em Moçambique é formulado nos seguintes termos:
- Desenvolvimento da actividade agrária com vista a alcançar a
segurança alimentar, através da produção diversificada de produtos
para consumo, fornecimento à indústria nacional para a exportação,
tendo como base a utilização sustentável dos recursos naturais e
garantia da equidade social.
- Promoção do papel e da intervenção do sector privado no maneio
e utilização sustentável dos recursos florestais e faunísticos, e o
desenvolvimento de plantações florestais.
- Aumento da participação da população rural e comunidades,
como agentes directos no maneio integrado, protecção contra
queimadas, uso e conservação dos recursos florestais e faunísticos.
- Melhoramento da protecção, maneio e uso das áreas de
conservação de florestas e fauna bravia, com vista a contribuir para
o desenvolvimento sustentável nacional e local, uso apropriado da
terra e conservação da biodiversidade;
- Melhoramento da estrutura organizacional e operacional do
subsector para permitir que cumpra o seu mandato central de
formulação de políticas, planificação, programação, orientação
técnica, administração do programa, acompanhamento e avaliação;
- Fortalecimento da organização e capacidades funcionais a nível
provincial, distrital e local em conformidade com as exigências da
descentralização e maneio participativo dos recursos naturais;
- Consolidação das capacidades de desenvolvimento da formação
profissional e vocacional e formulação de programas de formação
formal e vocacional.
88

Sumário
Em Moçambique, a política e estratégia de desenvolvimento de
florestas e fauna bravia enquadra-se no programa do governo
estabelecido pela resolução 4/95 de 9 de Maio da Assembleia da
República e na política agrária e estratégia de implementação
aprovada pelo Conselho de Ministro em Outubro de 1995.
O Governo promoverá a utilização racional e sustentável dos
recursos florestais e faunísticos para o benefício económico, social
e ecológico da actual e Futura geração dos Moçambicanos.
O país conta com cerca de 46 000 hectares de plantações florestais
estimando-se em 19 milhões de ha a área florestal com potencial
para produção de madeira. Nesta categoria de floresta produtiva
estima-se um volume comercial em pé (acima de 40 cm DAP1) de
aproximadamente 22 milhões de metros cúbicos, o que permite um
corte anual de 500 mil metros cúbicos.
As plantações industriais, sobretudo de pinheiros, encontram-se
localizadas maioritariamente na província de Manica. Estas
plantações abastecem a única unidade de processamento de
exóticas do país.
As plantações destinadas á produção de combustível lenhoso,
constituídas por eucaliptos, foram estabelecidas ao redor dos três
maiores centros urbanos.

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1, 3 e 4 desta unidade

1. Faça uma análise crítica sobre a gestão dos recursos da


floresta e fauna bravia

2. Qual é o estagio actual da industria madeireira no território


nacional?
89

3. Explique as políticas do governo no ramo de florestas e fauna


bravia.

4. Qual é a importância do estudo de florestas e fauna bravia?


90

Unidade XV
Indústria
Introdução
A Industria é uma actividade do sector secundário que consiste na
transformação da matéria-prima no produto elaborado com base na
máquina. Nesta unidade iremos abordar as características da
indústria em Moçambique, bem como a sua distribuição geográfica
pelo território.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir o conceito de indústria

 Descrever as características gerais da indústria nacional


 Identificar as principais indústrias extractivas no pais
Objectivos

1. Características Gerais

A actividade industrial em Moçambique é uma pratica muito antiga


tendo iniciado pela extracção mineira apoiando-se com
instrumentos rudimentares e depois se instalou pela primeira vez
em todas civilizações em diferentes épocas incluindo o nosso país.

Em Moçambique com a presença estrangeira (Chineses, Árabes,


Indianos e depois europeus) veio a intensificar a actividade
industrial para fins comerciais principalmente na extracção mineira
de ouro e pedras preciosas em Tete e Manica e intensificaram
também a busca de espaços destes recursos ao sabor de uma
actividade comercial.
91

Já em 1980 instala-se uma pequena industria transformadora de


produtos agrícolas nas pequenas vilas da então colónia de
Moçambique ou em zonas rurais, concretamente o processamento
de algodão, cana-de-açúcar, sisal, copra e chá.

Estas unidades industriais estavam instaladas sem o capital


Português numa fase agro-industrial no pais, pois a metrópole
portuguesa sentia-se incapaz de investir de igual modo em todas as
suas colónias a semelhança do que acontecia com os franceses e
ingleses.

A partir dos anos 20 do sec.xx há uma forma de injecção do capital


português para as culturas de exportação e montagem de mais
infra-estruturas para o seu tratamento.

Paralelamente a isso a extracção ganha outra dinâmica na medida


em que as autoridades coloniais atribuíam licenças a
individualidades europeias para extracção mineira.

Surge os serviços de geologia e minas, o desenvolvimento


industrial intercala-se nesta área com a companhia mineira de
Moçambique que surgiram para exploracao de minerais.

1.1. Conceito:

Industria – é uma actividade do sector secundário que consiste na


transformação da matéria-prima no produto elaborado com base na
máquina.

1.2. Principais industrias extractivas e sua localização

Desde o passado colonial as industrias extractivas estavam


localizadas nos distritos da Zambézia, Nampula, Tete e Manica,
92

actuais províncias do mesmo nome e nos distritos de Niassa, Sofala


e Lourenço Marques, e ate ao período da independência nacional,
existiam no pais 79 concessões, destas apenas 16 encontram-se em
actividade.

Quadro 07

Industria extractiva

Distritos (Províncias com Minerais


o mesmo nome)
1. Zambézia (norte) e Extracção de colombite, tanatalite, lepidolite, berilo, feldspato, predras
Nampula (sudoeste) preciosas e semi-preciosas
2. Niassa (sul) Extracção de pedras preciosas
3. Manica Extracção de cobre, bauxite, fluorite e ouro
4. Lourenço Marques Extracção de bentonite

Fonte: M.R.M

1.3. Distribuição de Reservas Mineiras

Actuais pesquisas mostram a ocorrência de depósitos minerais com


um elevado valor económico, como vem representado no quadro
abaixo.

Quadro 08

Reservas minerais

Minério Localização
Reservas de pentoxido de tantalo Zambézia na região pegmatitica
Jazigos de Ferro (124 milhões/ton) Manica, Tete e Nampula
Jazigos de titano- magnetite, (50 milhões/ton) Tete
Reservas de bauxite (130 mil /ton) Zambézia
93

Reservas de Sienitos nofelinicos, (4.300 mil/ton) Niassa


Cobre (100 mil/ton) Tete
Reservas de minérios pesados das areias (40 milhões/ton) Zambézia e Nampula (entre
Quelimane e Angoche)
Grafite (10 milhões a 5 milhões/ton) Foz do rio Lurio e Tete na região de
Angonia
Reservas (estimadas) de apatite (150 milhões/ton) Nampula
Depósitos de mármore com 25km de comprimento e Cabo Delgado(região de Montepuez)
15km de largura
Reservas de Fluorite (3 milhões/ton) Sofala e Tete

Fonte: M.R.M

Sumário
Como devem estar recordados, logo após a independência e
concretamente nos anos 80 existia no país pequena industria
transformadora de produtos agrícolas nas pequenas vilas da então
colónia de Moçambique ou em zonas rurais, para o processamento
de algodão, cana-de-açúcar, sisal, copra e chá. Estas unidades
industriais estavam instaladas sem o capital Português numa fase
agro-industrial no país, pois a metrópole portuguesa sentia-se
incapaz de investir de igual modo em todas as suas colónias a
semelhança do que acontecia com as colónias inglesas e francesas.
As indústrias extractivas no passado estavam localizadas nos
distritos da Zambézia, Nampula, Tete e Manica, actuais províncias
do mesmo nome e nos distritos de Niassa, Sofala e Lourenço
Marques.

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade

1. O entendes por industria?


94

2. Quando e que iniciou a actividade industrial em


Moçambique?

3. No passado colonial, onde se localizava o maior parque


industrial de Moçambique?

Unidade XVI
Indústria transformadora
Introdução

Em Moçambique, a indústria remonta desde a antiguidade e a


indústria transformadora nacional surge como resultado de um
longo processo que começa do séc. xx até a fase actual. Nesta
unidade poderá estudar as fases evolutivas da indústria no país,
localização das indústrias pesadas e ligeiras.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer as fases da indústria transformadora em


Moçambique

 Caracterizar as principais fases da indústria transformadora


Objectivos
em Moçambique

 Diferenciar a indústria transformadora da indústria ligeira

Industria Transformadora

Como é do seu conhecimento, a industria remonta desde a


antiguidade e a industria transformadora nacional surge como
resultado de um longo processo que começa do sec.xx ate aos
nossos dias obedecendo muitas fases evolutivas designadamente:
95

1. Periodo: 1884 -1914

As indústrias transformavam produtos agrícolas destinados a


exportação, como a cana de açúcar, sisal, copra, algodão e chá e
localizava-se nas zonas rurais e nos centros urbanos a actividade se
limitava a instalações artesanais.

2. Periodo: 1914 – 1945

As pequenas industrias implantadas estavam orientadas para


abastecer o mercado interno ou seja, houve uma politica de
substituição de importações, o caso da farinha de milho, cimento,
cigarros, sabão e outras de menor peso como aguas minerais e gelo,
e estas industrias estavam localizadas na antiga Lourenço Marques.

3. Periodo: 1945 – 1960

Neste período as indústrias orientadas para o mercado interno


observaram uma grande ascensão com introdução de novos
investimentos para aumentar a capacidade de instalação e
obviamente uma maior produção.

4. Periodo: 1960 – 1970

Período de maiores investimentos na industria química, sobretudo


de plásticos e alimentares enlatados, momento em que a produçao
de artigos de luxo para o consumo interno aumentou
consideravelmente.
96

5. Período 1970 – 1975

Moçambique observou o seu maior índice de crescimento


industrial, principalmente na cidade de Maputo onde concentrou os
maiores investimentos nos têxteis, e consequente aumento do
parque industrial seguido de Sofala, Manica e Nampula.

Apesar da indústria transformadora observar um grande


desenvolvimento neste período, era também dependente de
matérias-primas ou produtos semi acabados, acessórios e pecas
sobressalentes importados do exterior.

6. Período: Pós 1975

Houve um colapso na indústria nacional, pois nos primeiros 2 anos


após a independência e com a saída dos Portugueses as industrias
perderam a gestão técnica e comercial capaz de manter o seu ritmo
normal funcionamento.

Verificou – se a queda das importações na matéria-prima ou


produtos semi acabados e bens de consumo

7. Período: a partir de 1987

Neste período o pais implementou o Programa de Recuperação


Económica (PRE), que visava o aumento da utilização da
capacidade instalada das industrias produtoras de bens de consumo
e outras para estimular a produção agrícola, a troca com a
economia local bem como as empresas produtoras de bens de
exportação.
97

Facto que permitiu a injecção de recursos externos em moeda e


vários apoios em mercadorias na balança de pagamentos, no
concernente a importação de matéria-prima e de peças
sobressalentes.

1.2. Industria pesada e sua localização

Em Moçambique, a Indústria pesada encontra-se localizada nas


cidades densamente povoadas de Maputo, Matola, Beira e
Nampula.

Quadro 09

Industria pesada

Sub sectores Cidades


Maputo Matola Beira Nampula
(%) (%) (%) (%)
Metalúrgica 43.75 18.7 25.0 6.25
Óleos C. Sabões 53.3 13.3 10.0 6.7
Têxteis e Vestuário 58.2 4.0 18.9 7.0
Embalagens 47.7 8.6 24.4 1.2
Material de Construção 33.3 30.0 14.5 2.9
Químicas 39.7 32.0 17.9 3.8
Florestais 50.4 7.2 20.8 4.5
Metalo-mecânica 60.4 17.4 12.0 3.3
Agro-industrial e alimentar 31.1 13.3 19.1 9.8
Couro e Calcado 58.4 13.0 11.7 6.5
98

Fonte: INE

1.3. Industria ligeira, tipos e sua localização

As industrias ligeiras ou leves, fabricam produtos que serão


consumidos e ou utilizados pelo homem. Fazem parte os produtos
alimentares, bebidas, tecidos, aparelhos eléctricos, móveis e outras.

Essas indústrias usam máquinas fabricadas pelas indústrias


transformadoras e localizam –se preferencialmente um pouco por
todo o pais.

Sumário
A indústria transformadora nacional surge como resultado de um
longo processo que começa do sec.xx ate a fase actual e obedeceu 7
fases evolutivas. As indústrias ligeiras ou leves, fabricam produtos
alimentares, bebidas, tecidos, aparelhos eléctricos, móveis e outras.

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1 e 3 desta unidade

1.A indústria remonta desde a antiguidade e a indústria


transformadora nacional surge como resultado de um longo
processo que começa do sec.xx ate aos nossos dias.

a)Descreve as fases do processo evolutivo da indústria


transformadora em Moçambique.

2.Em que cidades Moçambicanas se localiza a industria


Transformadora

3.Explique as diferenças existentes entre a industria transformadora


e ligeira
99
100

Unidade XVII
Transportes
Introdução
Transporte – é o movimento de pessoas e mercadorias de um local
para o outro. Nesta unidade serão assuntos como o sistema ferro -
portuário e os principais portos e caminhos de ferro em
Moçambique.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer as peculiaridades económicas - geográficas de


formação de redes de transporte

 Caracterizar os principais estradas, Portos, vias-férreas e


Objectivos
aeroportos

 Reconhecer a importância do sistema ferro portuário em


Moçambique

Transportes

Entende-se por transporte, o movimento de pessoas e mercadorias


de um local para o outro.

A necessidade de vencer distancias entre diversos pontos de


interesse do território, resultou em esforço por parte da sociedade
no sentido de criar condições para facilitar as deslocações.

Portanto, os transportes integram o elenco dos elementos


explicativos de organização espacial consolidado ao longo do
tempo.
101

O espaço geográfico actualmente não e apenas o local de morada


da sociedade humana mas principalmente uma realidade do ser
humano.

Para isso devemos reflectir o nosso mundo compreendendo-o desde


o âmbito local ate ao âmbito nacional e planetário.

a. Meios de transporte

Os meios de transporte compreendem o conjunto de material


circulante e resumem-se no seguinte:

 Transportes ferroviario - comboio e automotores

 Transportes rodoviario – automoveis e autoviarios

 Transportes invisiveis – oleodutos, gasedutos e aquedutos

 Transportes aquaticos:

Maritimo – navios

Fluvial – barcos

Lacustre – canoa ou lanches

 Transportes Aereos –aviões e helicopteros

2. As Peculiaridades Económicas – Geográficas de Formação


de Redes de Transporte

Desde finais do Sec. XIX, o sector de transporte desempenha um


papel preponderante na economia de Moçambique.

A penetração do capital estrangeiro (não Português) nos sectores de


produção agrícola para exportação, constitui a principal razão para
a implantação dos primórdios de um sistema de transporte no pais.

Moçambique tem três portos principais e suas importantes linhas-


férreas que o liga aos países do Interland
102

2.1. Sistema Ferro Portuário de Moçambique

a)Sistema Ferro Portuário de Moçambique – Norte

Explora os portos de Nacala, Pemba, Angoche e Mocimboa da


Praia e a linha-férrea de Nacala e Entre Lagos junto a fronteira com
o Malawi para alem do Ramal para Lichinga, num percurso de 800
km, sentido Este-Oeste.

b)Sistema Ferro Portuário de Moçambique – Centro

Explora o Porto da Beira e as linhas-férreas de Machipanda com


315km e de Sena com 580km, fazendo um percurso de 895km, nos
sentidos Este-Oeste e Centro – Norte, ligando Zimbabwé e o
Malawi.

c) Sistema Ferro Portuário de Moçambique – Zambézia explora


os Portos de Quelimane, Chinde e Pebane e a Linha-férrea de
Quelimane a Mocuba com 145km, sentido Nordeste

d) Sistema Ferro Portuário de Moçambique – Sul

Explora o Porto de Maputo, as linhas-férreas de limpopo com


580km, Ressano Garcia com 88km e Goba com 74km, no sentido
Nordeste e Este-oeste, liga Zimbabwé, Africa do Sul e Swazilândia.

2.2.Principais Portos e Caminhos-de-ferro

 Linha-férrea de Lourenço Marques – Transval – 1894 – 1987

 Linha-férrea da Beira, construída no mesmo tempo sob


administração da companhia de Moçambique.

 Linha Trans – Zambézia – liga o Porto da Beira e a fronteira de


Niassalandia.

 Linha-férrea Moamba – Xinavane, funcionou em 1914,servia a


empresa Incomati Estates.

 Linha-férrea de Inhambane – 1908 com o objectivo de servir as


plantações de Cana-de-açúcar de Matamba.
103

 Linha-férrea de Limpopo – funcionou em 1919 a partir de


Lourenço Marques com ligação de Goba fronteira de
Suazilândia.

 Linha-férrea de Quelimane – Mocuba, estabelecida em 1922,


transportava trabalhadores e alimentos da companhia da Baixa
Zambézia.

 Linha-férrea entre o porto de Luabo

 Linha-férrea entre cidade de Lourenço Marques e a vila de


Marracuene

Sumário
O transporte surge da necessidade de vencer distancias entre
diversos pontos de interesse do território, resultou em esforço por
parte da sociedade no sentido de criar condições para facilitar as
deslocações. A penetração do capital estrangeiro (não Português)
nos sectores de produção agrícola para exportação, constitui a
principal razão para a implantação dos primórdios de um sistema
de transporte no país.

Moçambique tem três portos principais e suas importantes linhas-


férreas que o liga aos países do Interland, sendo na zona norte o
porto de Nacala, na zona centro o porto da Beira e na zona sul o
porto do Maputo

Exercícios
N.B: Entregar os exercícios 1 e 2 desta unidade

1. Como funciona o sistema ferro portuário em Moçambique?

2. Aponte 4 principais portos e caminhos-de-ferro do nosso país


104

Unidade XVIII
Corredores de Desenvolvimento
Introdução
Nesta unidade a discussão estará centrada em torno dos principais
corredores de desenvolvimento em Moçambique.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a localização dos principais corredores de


desenvolvimento de Moçambique

 Caracterizar os principais corredores de desenvolvimento do


Objectivos
nosso país

 Reconhecer o papel dos corredores de desenvolvimento em


Moçambique

1. Corredores de Desenvolvimento

Na década 80 Moçambique assumiu a responsabilidade de


coordenar o sector dos transportes dentro da organização regional
da SADCC actual SADC e para alcançar esses objectivos foram
agrupados em sistemas integrados de transportes que dão acesso
aos portos de Dar - és - salam, Nacala, Beira, Maputo e Lobito.

Contudo, para se estabelecer ligações com os países do interland


institucionalizou-se os corredores de transportes, designadamente:

1.1. Corredor de Nacala (Actual CDN)

Situado no norte do pais o porto de Nacala e a linha-férrea


estendeu-se ate Entre lagos junto a fronteira com Malawi a 615km.
105

No contexto da SADC, o corredor de Nacala constitui a principal


via de comunicação do Malawi com o mercado mundial e serve
países do Interland.

- É um dos melhores Portos da Africa Oriental e reúne requisitos


naturais que conjugados com acções de reabilitação e
melhoramento pode tornar um dos melhores do continente.

- Apresenta condicoes de abrigo e de manuseamento de carga

- Existe facilidade de acesso através das águas calmas

- Tem uma grande profundidade, com cerca de 60 metros.

- Apresenta boas condicoes naturais para expansão portuária numa


área de 5000 há e 15km de comprimento.

- O porto possui condicoes para receber petroleiros, podendo


manusear ate 2000 metros cúbicos de produto liquido por dia.

- Dispõe de uma zona de tanques com uma capacidade de 18


toneladas.

- Possui mais de uma dezena de grandes armazéns em


funcionamento.

1.2. Corredor da Beira

Situado no centro do país, constitui o complexo ferro portuário que


estabelece a ligação entre o porto da Beira e a Vila de Machipanda
junto a fronteira com o Zimbabwé a cerca de 280 quilómetros.

No âmbito da SADC, o corredor constitui a via de acesso natural


mais económico e rápida para países do Interland (Zimbabwe,
Zâmbia e Malawi) nas relações comerciais e é rota viável para
outros países da região como Botswana e Zaire e adicionado ao
projecto de reabilitação e melhoramento da estrada nacional n˚6
que liga a cidade da Beira e a vila de Machipanda em Manica.

O porto da Beira possui 10 cais e cada com funções específicas,


designadamente:
106

 O Cais 1 a 5 – serve para o atendimento de carga geral e navios


de Cabotagem.

 Cais 6 – serve para cargas perecíveis (carne e fruta)

 Cais 07 serve para o manuseamento da carga normal

 Cais 08 – serve para terminal de carvão

 Cais 09 – serve para o manuseamento de combustíveis.

 Cais 10 – serve para a drenagem de navios Roró

1.3. Corredor de Limpopo

Situa – se na parte sul do pais, contempla o porto de Maputo e


linha-férrea que liga a vila de Chicualacuala a cerca de 534
quilómetros sul - norte, atravessa as regiões agrícolas de Gaza e
Maputo.

No contexto da SADC, o corredor serve o Zimbabwe, Botswana e


Suazilândia para alem de outros países da região.

Apesar de boicote internacional contra o regime minoritário da


Rodésia do Sul através de encerramento de fronteiras.

Há projectos que visam reabilitar o corredor, melhorar infra-


estruturas portuárias (cais, guindastes e armazéns) como das infra-
estruturas ferroviárias (travessas, balastos, sinalizações,
comunicações e abastecimento de agua).

O porto de Maputo apresenta condicoes naturais óptimas de abrigo,


a estratégica posição geográfica em relação a Africa do Sul
(Transval).

A linha do Limpopo permite o escoamento de importações e


exportações dos países do interland e outros países da região.
107

Sumário
O nosso país no âmbito da organização regional da Africa Austral
SADC assumiu a responsabilidade de coordenar o sector dos
transportes devido a posição geográfica privilegiada que se
encontra. E com vista a estabelecer ligações com os países do
interior institucionalizou-se os corredores de transportes,
designadamente: corredor de desenvolvimento do norte ou de
Nacala (CDN), corredor da Beira, localizado no centro do país e
corredor de Limpopo na zona sul do país.

Exercícios
Entregar os exercícios 2 desta unidade

1. Aponte os principais corredores de desenvolvimento de


Mocambique?

2. Caracterize os corredores de desenvolvimento centro e Norte.


108

Unidade XIX
Comércio
Introdução
O comércio consiste na troca e aquisição de produtos e bens de
consumo do dia a dia. A troca de excedentes agrícolas de uma
região da outra, constitui a forma mais antiga da actividade
comercial entre vários povos do nosso país.

Em Moçambique com a chegada dos comerciantes provenientes da


Ásia, Arábia e Europa a nossa costa e aliado a sua penetração pelas
terras do interior, criou condicoes para o incremento da prática
tradicional da actividade comercial.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a génese da actividade comercial em Moçambique

 Explicar a balança comercial nacional

Objectivos  Identificar as principais importações e exportações para o


desenvolvimento para a economia nacional.

1. Actividade Comercial

A troca de excedentes agrícolas de uma região da outra, constitui a


forma mais antiga da actividade comercial entre vários povos do
nosso país.

Com a chegada dos comerciantes provenientes da Ásia, Arábia e


Europa a nossa costa e aliado a sua penetração pelas terras do
interior, criou condicoes para o incremento da prática tradicional da
actividade comercial em Mocambique.
109

Os excedentes agrícolas dos camponeses passaram a ser


comercializados em troca de moeda e com este valor de troca
adquiriam bens de consumo industrializados em cujo valor era
nalgumas vezes inferior ao dos seus produtos. e com o abandono
dos comerciantes portugueses,

Após a independência nacional, observou-se uma desintegração da


rede comercial, devido ao abandono dos comerciantes portugueses
e a guerra que dilacerou o país na década oitenta.

Em para fazer cobro essa crise na comercialização agrícola, o


estado Moçambicano assumiu a responsabilidade de recuperação
da actividade comercial, de forma a assegurar a continuidade das
trocas entre o campo e a cidade.

Desse modo cabia ao estado definir politicas de preços dos


produtos, investir em infra-estruturas físicas como armazéns ao
nível das províncias e distritos com vista a garantir as reserva s
alimentares.

Actualmente o comercio afigura-se como um sector importante de


troca e aquisição de produtos do dia a dia, quer por parte do sector
familiar abastecido pelas zonas urbanas quer por parte do sector
industrial e ou para exportação.

Os operadores comerciais, enfrentam dificuldades no escoamento


dos excedentes agrícola dos camponeses para a cidade, levando a
deterioração desses produtos e mostrando-se incapazes de intervir
nesta área.

2. Balança Comercial

A balança comercial de um país é a importação e exportação de


mercadorias correspondente a parte da balança de pagamento de
um país que trata da importação e exportação de mercadorias num
dado período de tempo, concretamente um ano.
110

O comércio externo em Moçambique apresenta uma característica


dominante, com um balanço negativo que cresce nos últimos
tempos.

Até ao ano de 1972 a balança negativo decresceu em cerca de


17.5% em relação aos anos precedentes ou seja, a importação
baixou em 7% e a exportação subiu em 3%.

E em 1973, o balanço negativo atingiu o valor recorde, facto que


pode se explicar pela subida dos volumes da exportação em 16.2%
,a importação para 28,1%, como consequência da impossibilidade
de refrear a pressão para atender a procura de bens de consumo,
para as quais a producao interna era incapaz de compensar.

Contudo, a evolução do crescimento negativo da balança comercial


mostra que houve uma tendência de deterioração do mercado na
respectiva taxa de troca em resultado do aumento do volume das
importações e exportações.

2. Principais exportações e Importações

As importações de Mocambique não eram muito diversificadas e


consistiam basicamente de produtos acabados, merece da
participação de matérias-primas.

As exportações foram marcados por uma especialização de 8


produtos, dos quais 7 eram agrícolas e o outro resultava da
transformação de crude importado, e estes produtos constituíam
mais de 81% dos resultados comerciais da época.

2.1. Produtos mais exportados em Mocambique:

- Sementes e amêndoa preparada da castanha de caju;

- Chá, Algodão e Madeira

- Oleaginosas (frutos, óleos)

- Açúcar incluindo o melaço;


111

- Derivados de Petróleo (combustíveis e asfalto);

- Sisal (Fibras e cordas)

Sumário
Na verdade a troca de excedentes agrícolas de uma região para a
outra, constitui a forma mais antiga da actividade comercial entre
vários povos do nosso país.

Com a chegada dos comerciantes provenientes da Ásia, Arábia e


Europa a nossa costa e aliado a sua penetração pelas terras do
interior, criou condições para o incremento da prática tradicional da
actividade comercial em Moçambique.

Os excedentes agrícolas dos camponeses passaram a ser


comercializados em troca de moeda e com este valor de troca
adquiriam bens de consumo industrializados em cujo valor era
nalgumas vezes inferior ao dos seus produtos. e com o abandono
dos comerciantes portugueses,

Após a independência nacional, observou-se uma desintegração da


rede comercial, devido ao abandono dos comerciantes portugueses
e a guerra que dilacerou o país na década oitenta.

A balança comercial consiste na importação e exportação de


mercadorias correspondente a parte da balança de pagamento de
um país que trata da importação e exportação de mercadorias num
dado período de tempo, concretamente um ano.

Exercícios
Entregar os exercícios 2 e 4 desta unidade
112

1. O que entendes por uma actividade comercial?

2. Como surgiu a actividade comercial em Moçambique

3. Explique a balança comercial do nosso pais

4. Aponte os produtos mais exportados em Moçambique

Unidade XX
Turismo em Moçambique
Introdução
O Turismo é um conjunto de actividades desenvolvidas pelas
pessoas ao longo das viagens, estaladas em locais de fora de seu
enquadramento por um período consecutivo, com ou sem um fim
lucrativo.

Nesta unidade falaremos do historial do turismo em Moçambique,


os factores da procura turística, os principais locais turísticos e os
impacto socio-económico da actividade turística

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer o historial da actividade turística em Moçambique

 Situar os principais locais turísticos do pais

Objectivos  Explicar os factores da procura turística em Moçambique

 Explicar os impactos socioeconómicos e ambientais da


actividade turística

1.Turismo

O turismo em Moçambique remonta desde a antiguidade e ate 1874


foi criado o 1˚ hotel – o Hotel Real, com o crescente movimento de
113

aventureiros do ouro e de homens ricos, tendo nos anos 20 sido


edificado o majestoso Hotel Polana.

Em 1959 criou-se o centro de informação e turismo de


Moçambique que incentivou a penetração de capitais e turistas Sul-
africanos e Rodesianos.

Actualmente, assiste-se uma autêntica explosão de hotéis,


restaurantes, parques de campismo de uma forma desplanificada,
concentrando-se nas cidades de Lourenço Marques actual Maputo e
Beira, locais de fácil acesso as fronteiras com Africa do Sul e
Rodésia.

-É um conjunto de actividades desenvolvidas pelas pessoas ao


longo das viagens, estaladas em locais de fora de seu
enquadramento por um período consecutivo, com ou sem um fim
lucrativo.

- Corresponde o movimento ou viagem de recreio dum


determinado local num período de tempo (não mais que um ano)

1.1.Critérios de classificação do turísmo

- Segundo o volume de turístas

- Segundo a direcção do fluxo

- Segundo a abrangência espacial das viagens realizadas(sua


amplitude)

- Segundo as particularidades exploradas.

1.2. Factores de Procura Turística

Moçambique é um pais dotado de um invejável conjunto


diversificado de recursos naturais com níveis de conservação digno
de realce na região, constituindo um excelente atractivo turístico.
114

O magnifico mosaico cultural, constitui outro elemento de


diferenciação e atracção turística do pais onde a combinação de
turismo de praia tropical ao longo da imensa costa, com vida
cosmopolita das suas cidades, a incomparável e rica diversidade de
flora e fauna assim como a localização estratégica coloca
Mocambique numa posição privilegiada na região.

A procura turística traduz as diversas quantidades que os visitantes


de bens e serviços que os visitantes, residentes e não residentes,
adquirem num dado momento.

Deste modo, a procura turística é o conjunto dos bens e serviços


que as pessoas que se deslocam adquirem para realizar as suas
viagens, expressas em termos de quantidade.

2. Principais locais turísticos e sua atracção

Quadro.10

Província Local Atracção

Cabo Delgado Ilhas do Ibo, Quilalia Beleza natural, clima, Praias, Conhas, pesca
sencar,Quirimba,Matemo e Rolas monumentos

Pemba-praia de wimbe Praias e pesca desportiva

Nampula Nacala-a-velha, nacala-nova Baias, praias e pesca desportiva

Ilha de Moçambique Valor histórico

Canducia e Lumbo Praias e pesca desportiva

Nampula clima

Angoche, ilhas caldeira, Nevojo, Praias e Pescas desportiva


puga-puga e Mafamede

Milange Clima

Gurue Beleza natural e clima


115

Pebane, ilhas silva, Fogo, Coroa, Praias e condicoes para pesca desportiva
Casuarina e Epidendron
Zambézia
Quelimane, Palane e Zalala Praias e plantacoes de coqueiros

Tete Tete e cidade de Boroma Valor histórico

Manica Manica,vumba Clima e paisagem de montanha


tsetserra,Penhalonga,Sussundenga

Chimoio, Gôndola, Vanduzi e Clima, caça e pesca desportiva


Guro

Sofala Gorongosa, Chitengo, Parque Riqueza de flora e fauna


Nacional de Gorongosa

Beira, rio Maria, Sengo e Savana Praias e pesca desportiva

Nova Sofala, Massaucue, ilha de Praias e pesca desportiva


Como, Danga, Chicondjo, Barada

Inhambane Ilha de Bazaruto, Ilhas Magaruque Praias e pesca desportiva


e Santa Carolina

Inhambane, Tofo, Barra e Praias e pesca desportiva


Jangamo

Lagoas e Inharrime Praias e lagoas

Gaza Xai-Xai, Sepúlveda, Chongoene Praias

Bilene, Lagoas, Uembje, Praias e pesca desportiva


Muandeje e Pati

Maputo, Marracuene Praias e clima

Catembe Praias

Maputo Ilha de Inhaca e dos Portugueses Riqueza biológica, praias e pesca desportiva

Namaacha Clima e fronteira internacional

Bela vista, Ponta do Ouro,Lagoas, Praias,reserva de elefantes e pesca


Piti, Xingute e Mandengene desportiva

Fonte: MITUR
116

2. Impacto do Turismo: Económico, Sócio Cultural e


Ambiental

2.1. Impacto Económico e Sócio Cultural

O sector do turismo é impulsionador e contribui grandemente para


o desenvolvimento da economia de Mocambique.

 Ela fortalece as inter relações económicas domésticas

 Promove a educação e desenvolve a diversidade cultural

 Contribui na reabilitação, conservação e protecção do


património nacional

 Fornece oportunidades para as medias e micro empresas

 Encoraja a participação activa na planificação de


actividades

2.2. Impacto Ambiental

Devido as excelentes condições naturais que o país oferece ao nível


da zona costeira, é de prever que o nosso litoral venha a conhecer a
longo e médio prazo problemas ambientais como:

- Uma ocupação desregrada do espaço através de construção de


infra-estruturas em locais impróprios, sobretudo nas dunas móveis,
das praias localizadas na zona sul de Moçambique .

- Destruição pela erosão e o consequente impacto negativo no meio


ambiente e no habitat de diversos animais como a tartaruga e aves.

-Circulação de viaturas a alta velocidade ao longo de praias destrói


recifes de coral,altera o equilíbrio natural do local, impedindo deste
modo a estabilização das dunas;

A procura de corais para fins comerciais tem levado os turistas e


alguns elementos da população a retirar este valioso património
subaquático pondo em risco a sobrevivência de toda riqueza natural
(destruição do habitat de peixes e moluscos).
117

-Os sacos plásticos deitados no mar provoca a morte de espécies


protegidas;

-Acumulação de lixo nas praias;

-Poluição da àgua e solo;

Se não houver um controlo efectivo no turismo poderá resultar na


eliminação das espécies raras da nossa fauna bravia (chita, girafa e
rinoceronte), cuja procura de troféus no mercado mundial tem
vindo a crescer de forma preocupante e assustadora.

Sumário
No país assiste-se uma autêntica explosão de estâncias hoteleiras,
restaurantes, parques de campismo de uma forma desplanificada,
concentrando-se nas cidades de Lourenço Marques actual Maputo e
Beira, locais de fácil acesso as fronteiras com Africa do Sul e
Rodésia.

O magnifico mosaico cultural, constitui outro elemento de


diferenciação e atracção turística do pais onde a combinação de
turismo de praia tropical ao longo da imensa costa, com vida
cosmopolita das suas cidades, a incomparável e rica diversidade de
flora e fauna assim como a localização estratégica coloca
Moçambique numa posição privilegiada na região.

Exercícios
Entregar os exercícios 2,3 e 5 desta unidade

1. Defina o conceito de Turismo

2. Explica os factores da procura turística

3. Qual é a contribuição do turismo no PIB para a economia


nacional
118

4. Mencione 2 principais zonas turísticas da sua Província

5. Explica o impacto negativo da actividade Turística em


Moçambique
119

Unidade XXI
Distrito como pólo de
desenvolvimento
Introdução
Região é um vasto território ou área geográfica que pode ser
continente, pais, cidade, distrito ou localidade, aguas, ilhas
envolventes que apresentam uma homogeneidade das suas
condições naturais e socio-económicas possíveis de serem
delimitadas na base de critérios predefinidos.

O pólo de desenvolvimento não existe como uma unidade isolada,


mas sim, como unidade ligada ao desenvolvimento de uma
determinada região, através de canais de comunicação por onde se
propagam as transacções comerciais, os preços, fluxos de
mercadorias e as antecipações de procura. Nesta unidade falaremos
da estratégia do governo na definição do distrito como pólo de
desenvolvimento

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a diferença existente entre uma região geográfica e o


pólo de desenvolvimento

 Explicar a estratégia do governo na definição do Distrito como


Objectivos
o pólo de desenvolvimento

1.1. Conceito Região e Pólo de Desenvolvimento

Os conceitos de região e pólo de desenvolvimento tem sido


frequentemente mal compreendido, quer pelo mundo académico
quer em todas as esferas da sociedade.
120

Uma região corresponde a um vasto território ou área geográfica


que pode ser continente, pais, cidade, distrito ou localidade, aguas,
ilhas envolventes que apresentam uma homogeneidade das suas
condições naturais e socio-económicas possíveis de serem
delimitadas na base de critérios predefinidos.

O pólo de desenvolvimento não existe como uma unidade isolada,


mas sim, como unidade ligada ao desenvolvimento de uma
determinada região, através de canais de comunicação por onde se
propagam as transacções comerciais, os preços, fluxos de
mercadorias e as antecipações de procura.

- Pode ser definido também como sendo uma área que exerce
influencias de desenvolvimento sobre uma região, distrito,
localidade que interliga com outros complexos agro-industriais por
estradas e outras vias ou canais de comunicação que possibilitam a
circulação de fluxos de bens e serviços, capitais fixos e pessoas.

- São também formados por Municípios que apresentam dinamismo


e potencialidade socio-económica semelhante, seja natural,
empresarial, tecnológico ou de infra-estrutura.

1.2. Estratégia do Governo na definição do Distrito como Pólo


de Desenvolvimento

O governo moçambicano no seu esforço de combate a pobreza


absoluta e a melhoria dos níveis de bem estar social, através da
promoção do desenvolvimento económico e social, definiu o
Distrito como pólo de desenvolvimento, numa clara estratégia de
reduzir as assimetrias no desenvolvimento nacional e aumentar a
produtividade interna nos distritos, e desta forma ter o pais inteiro
em condicoes para reduzir e erradicar a pobreza absoluta e ao
mesmo tempo que se reduziria a dependência externa.

Como efeito, o governo moçambicano alocou recursos financeiros


aos governos distritais, por ex: os 7 milhões de meticais, para áreas
121

sociais como a educação, saúde, estradas, agua e saneamento para


desenvolver planos de acção muito concretos que facilite a
operação de todos factores que determinam o crescimento
económico.

Aos governos distritais e seus conselhos consultivos cabe – lhes a


tarefa de:

- Incentivar o empresariado local, associações de camponeses para


incrementar a producao e produtividade no sector agrícola familiar.

- Apoiar na reconstrução de infra-estruturas sociais, como


hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais, bancas, entre
outros.

- Apoiar na criacao de micro empresas, pequenos negócios, criacao


de novos postos de trabalho, incentivando o auto emprego como
factor impulsionador da participação da populacao na redução da
pobreza absoluta.

- Promover programas de formação profissional de quadros que


possam responder as necessidades locais.

As comunidades são chamadas para se empenharem na producao


agrícola, fazer pequenos negócios e outros serviços ao nível local
para garantir a sua subsistência.

As confissões religiosas e outras associações são igualmente


convidadas nos locais de residência a dar a sua contribuição no
treinamento de pessoas em diferentes ofícios para melhorar as suas
oportunidades de emprego ou criar o seu próprio emprego,
trabalhando por conta própria.

Sumário
O pólo de desenvolvimento não existe como uma unidade
isolada, mas sim, como unidade ligada ao desenvolvimento de
uma determinada região, através de canais de comunicação por
onde se propagam as transacções comerciais, os preços, fluxos
122

de mercadorias e as antecipações de procura. O governo de


Moçambique no seu plano estratégico, definiu o Distrito como
pólo de desenvolvimento, numa clara estratégia de reduzir as
assimetrias no desenvolvimento nacional e aumentar a
produtividade interna nos distritos, e desta forma ter o pais
inteiro em condições para reduzir e erradicar a pobreza absoluta
e ao mesmo tempo que se reduziria a dependência externa. Para
a concretização desta iniciativa, o governo moçambicano
alocou recursos financeiros aos governos distritais, por ex: os 7
milhões de meticais, para áreas sociais como a educação, saúde,
estradas, agua e saneamento para desenvolver planos de acção
muito concretos que facilite a operação de todos factores que
determinam o crescimento económico.

Exercícios
Entregar os exercícios 2, 3 e 4 desta unidade

1. Em que diverge os conceitos região e pólo de


desenvolvimento?

2. Explica a estratégia do governo na definição do distrito como


o epicentro das atenções.

3. Qual é a contribuição dos conselhos consultivos distritais no


âmbito de desenvolvimento dos Distritos, Localidades e Vilas?

4. Explica com exemplos concretos, a aplicação dos 7 milhões


de meticais no âmbito do desenvolvimento dos Distritos.
123

Unidade XXII
Dívida externa de Moçambique
Introdução
Como se pode depreender muitos sábios defendem que uma
dívida externa se efectua com bancos, empresas e nalgumas
vezes feito de governos que toma o dinheiro emprestado em
bancos ou instituições financeiras estrangeiras. Nesta unidade
far-se-á particular destaque a volta dos principais credores, o
impacto da dívida externa nacional, assim como as estratégias
de mitigação da dívida externa em Moçambique.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar a divida externa do nosso pais

 Mencionar os principais credores preferenciais de


Moçambique
Objectivos
 Explicar o impacto da divida em Moçambique

1.1. Historial e principais credores

Divida externa, é entendida como sendo aquela que é devida por


um pais a estrangeiros, uma divida que envolve a diminuição de
recursos disponíveis pelos cidadãos dum pais devedor (Samuelson,
p.650).

Os empréstimos entre países normalmente envolvem bancos,


empresas e nalgumas vezes feito de governos que toma o dinheiro
emprestado em bancos ou instituições financeiras estrangeiras.

Os principais credores de Moçambique são:


124

A SADC, Estados Unidos da América, União Europeia, o


Banco Mundial, FMI, Clube de Paris e outros de menor
expressão económica.

1.2. Impacto da Divida na Economia Nacional

Moçambique ate os anos 80, passou por graves dificuldades


económicas após ter assumido graves dívidas externa através de
compra de armamento porque o pais se encontrava em guerra e
equipamento agrícola para aumentar a produtividade, entre
outros.

Neste período o país foi forçado a exportar mais do que


importar para gerar excedentes comerciais de forma a cumprir o
serviço da sua divida externa, isto é, pagar o juro e o capital
anteriormente recebido do empréstimo.

Actualmente, face aos desafios do governo, observa-se um


desenvolvimento nas zonas rurais, sendo uma exigência de
continuar a envidar esforços para fazer face aos desafios de
desenvolvimento do país, o de reduzir a pobreza.

O governo de Moçambique está empenhado em conseguir


acordos de cancelamento ou redução da divida com os actuais
credores.

Contudo, a divida externa de Moçambique reduziu


significativamente em cerca de 50%, entre 2005/2008 fixando-
se abaixo dos 2 biliões de dólares americanos contra os
anteriores 6.2 mil milhões de dólares.

Moçambique é realmente um pais com abundantes recursos


naturais, faunisticos, turísticos, possui terras virgens que
carecem ainda de serem explorados por nós para elevar a
produtividade interna, elevar os níveis de exportação, o que iria
contribuir sobremaneira para o desenvolvimento da economia
nacional e erradicação da pobreza absoluta.
125

2. Estratégia de Mitigação da Divida

Moçambique constitui um dos países do mundo mais pobres e


cujo desenvolvimento tem sido em parte emperrado pelo
elevado stock da divida acumulada durante vários anos e que
acabou atingindo níveis de insustentabilidade.

Os recursos que o pais aplica para o pagamento do serviço da


divida poderia contribuir para a melhoria da quantidade e
qualidade de serviços sociais e outros investimentos que
poderia ajudar a melhorar as condicoes de vida da populacao.

A comunidade internacional ao reconhecer que a divida


constitui um fardo que impede o desenvolvimento do pais tem
vindo a implementar certas medidas visando o alivio deste
fardo, sendo de destacar os reescalonamento da divida pelos
credores agrupados no Clube de Paris e muito recentemente o
perdão da divida no quadro da iniciativa HPC.

Todos os processos de reescalonamento ou de perdão da divida


levava consigo algumas condições que naturalmente o pais teve
que satisfazer para que tivesse acesso ao perdão, embora se
reconheça que estas medidas foram justas e necessárias para
tirar o pais da situação da crise em que se encontrava, mas
também foram medidas bastante severas para a maioria da
população.

Os objectivos de HPC estão alcançados na medida em que o


stock da divida reduziu efectivamente, assim como reduziu o
valor pago pelo serviço da divida, os níveis de pobreza são
reportados como tendo reduzido a economia cresce, e de um
modo geral observa-se uma estabilidade macro – económica
entre outros ganhos previstos no quadro da iniciativa HPC, mas
elas não representam o fim da crise da divida, pois o pais
continua a endividar-se.
126

Sumário
Moçambique é realmente um pais com abundantes recursos
naturais, faunisticos, turísticos, possui terras virgens que
carecem ainda de serem explorados por nós para elevar a
produtividade interna, elevar os níveis de exportação, o que iria
contribuir sobremaneira para o desenvolvimento da economia
nacional e erradicação da pobreza absoluta.

Os principais credores de Moçambique são a SADC, Estados


Unidos da América, União Europeia, o Banco Mundial, FMI,
Clube de Paris e outros de menor expressão económica. Todos
os processos de reescalonamento ou de perdão da divida levava
consigo algumas condições que naturalmente o pais teve que
satisfazer para que tivesse acesso ao perdão, embora se
reconheça que estas medidas foram justas e necessárias para
tirar o pais da situação da crise em que se encontrava, mas
também foram medidas bastante severas para a maioria da
população

Exercícios
Entregar os exercícios 3 e 4 desta unidade

1. O que entendes por divida externa de um pais?

2.Quais são os principais credores preferenciais de


Mocambique?

3.Explique os impactos da divida externa para desenvolvimento


nacional

4. Como mitigar a divida externa nacional?


127

Unidade XXIII
Temas de actualidade
Introdução
O PARPA é o plano de acção para a redução da pobreza absoluta
em Moçambique. Nesta unidade iremos abordar os índices de
pobreza por províncias, o papel do FMI e o Banco Mundial na
economia nacional e o papel dos Parceiros Programáticos do
Governo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os principais determinantes da pobreza em


Moçambique

 Identificar os principais factores da pobrez em Moçambique


Objectivos
 Mencionar as características gerais do PARPA

 Explicar o papel dos parceiros na economia de Moçambique

1.PARPA

A redução de pobreza e melhoria dos niveis de bem - estar social,


através da promoção do desenvolvimento económico e social,
constitui um objectivo central nas politicas publicas. Nos ultimos
10 anos o pais tem registado elevadas taxas de crescimento
economico,como resultdo da estabilidade politica, adopção de
128

reformas de reformas e politicas economics favoráveis, a


reintegração nos mercados regionais e internacionais.

O plano de acção para a redução da pobreza absoluta em


Moçambique, visava manter uma taxa de crescimento na ordem de
8% por ano, tal como aconteceu em 1997 e 2001 e
consequentemente reduzir a incidência da pobreza absoluta ao nível
de 70% em 1997 para menos de 60% em 2005 e menos de 50% em
2010.

A pobreza foi definida oficialmente como sendo a incapacidade dos


indivíduos de assegurar por si e os seus dependentes um conjunto
de condicoes básicas mínimas para a sua subsistência e bem-estar
segundo normas da sociedade.

A linha da pobreza absoluta foi estimada com base no consumo de


2.150 kilocalorias por pessoa por dia, acrescida de uma porção
determinada de despesas não alimentar.

Em termos monetários é sensivelmente 1 dólar americano por dia


por pessoa.

As taxas de incidencia da pobreza em Moçambique estão


intimamente associadas ao desemprego e sub emprego.

1.1.Principais factores da pobreza

- Elevadas taxas de nalfbetismo, principalmente entre as mulheres;

- Baixos indices de produtividade no sector agricola familiar, de


onde provem os rendimentos de mais de 80% da população;

-Fraca disponibilidade de infra-estruturas básicas nas zonas


rurais(estradas, energia, agu e telecomunicações e outras) são
simultâneamente causa ou consequência, quer da pobreza quer do
desemprego.

Quadro 11
129

Índice de Pobreza em Moçambique

N˚ Indice de Pobreza por Provincia %

01 Niassa 70.5

02 Cabo Delgado 57.4

03 Nampula 68.9

04 Zambezia 68.1

05 Tete 82.3

06 Manica 62.6

07 Sofala 87.9

08 Inhambane 82.6

09 Gaza 64.7

10 Maputo (Provincia) 65.6

11 Maputo (Cidade) 47.8

Fonte: o Economista (Agosto:2002)

O quadro mostra os principais indicadores da pobreza em


Moçambique e que resumem-se em:

- Um crescimento lento da economia até ao começo da década de


noventa;

- Fraco nível de educacional dos membros do agregado familiar em


idade economicamente activa, com maior destaque para as
mulheres;

- Elevadas taxas de dependência nos agregados familiares;

- Baixa produtividade da agricultura familiar;


130

- Falta de oportunidade de emprego dentro e fora do sector


agrícola;

- Fraco desenvolvimento de infra-estruturas, em particular nas


zonas rurais.

Estes determinantes da pobreza constituem um instrumento de


programação de médio prazo do sistema de planeamento público.

1.1.O papel do FMI e do Banco Mundial

Em 1985, Moçambique aderiu ao sistema do Banco Mundial e do


Fundo Monetário Internacional,

- Foram liberalizados os preços dos produtos hortícolas e das


frutas.

- Foi iniciada a privatização de empresas e activos sob propriedade


ou intervenção do estado, mas de forma tímida.

- Foram reformulados os programas de reabilitação e


desenvolvimento rural, passando a prioridade para o sector privado
e para o campesinato mais próspero.

Em 1986, o governo iniciou a ensaiar a aplicação do programa de


reforma económica.

Em Janeiro de 1987, entra em vigor o programa de reabilitação


económica (PRE)

- E a partir de 1991 este programa passa a denominar-se PRES,


Com a integração de uma componente social.

1.3. O papel dos Parceiros Programáticos do Governo

Moçambique é um dos países africanos beneficiários de maior


assistência internacional de desenvolvimento, pois, cerca de 50%
das despesas anuais do governo são financiados pela ajuda externa.

A forma como esta assistência é canalizada mudou


consideravelmente com a clara e concertada mudança para uma
131

harmonização e alinhamento crescentes de actividade centrada no


doador no processo dop PARPA junto a mudança inter –
relacionada rumo a modalidades de ajuda mais flexíveis tais como
o Fundo do sector e apoio geral do Orçamento.

O PARPA foi preparado pelo governo de Moçambique envolvendo


a sociedade civil e parceiros de desenvolvimento, incluindo as
Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional, e este é operacionalizado através dos planos social e
económico e o orçamento geral do estado.

A ONU participou activamente no desenvolvimento do PARPA por


forma a garantir a total integração do quadro de programação e
planeamento da nações unidas na agenda de desenvolvimento
nacional, principalmente numa perspectiva local, acelerando a
descentralização e melhorando os sistemas de monitoria do
PARPA, com atenção especial as prioridades provinciais da
sociedade civil levantadas pelos observatórios provinciais de
pobreza.

O governo e seus parceiros assinaram um memorando de


entendimento em 2004, o qual estabelece os principais termos e
operações para o programa de parceria de ajuda (PAP), um dos
maiores programas conjunto em Africa quer em volume quer em
numero de doadores envolvidos chagando a atingir cerca de 24
grupos temáticos, dos quais as nações unidas, o governo e a
sociedade civil participam para monitorar o progresso de encontro
aos indicadores do PARPA, e especialmente através do processo de
revisão conjunta de 2 vezes por ano.

Sumário
Moçambique é um dos países africanos beneficiários de maior
assistência internacional de desenvolvimento, pois, cerca de
50% das despesas anuais do governo são financiados pela ajuda
132

externa A pobreza foi definida oficialmente como sendo a


incapacidade dos indivíduos de assegurar por si e os seus
dependentes um conjunto de condicoes básicas mínimas para a
sua subsistência e bem-estar segundo normas da sociedade. A
linha da pobreza absoluta foi estimada com base no consumo de
2.150 kilocalorias por pessoa por dia, acrescida de uma porção
determinada de despesas não alimentar.

Exercícios
Entregar os exercícios 1 e 3 desta unidade

1. PARPA é o plano de acção para a redução da pobreza


absoluta em Moçambique.

a) Menciona os principais determinantes da pobreza no nosso


pais.

b). Diga, quais são os principais Parceiros económicos de


Moçambique.

2. Explica o papel do FMI e Banco Mundial na economia


nacional.

3. Qual é a contribuição da Nações Unidas para o


desenvolvimento da economia nacional.
133

Unidade XXIV
Integração regional
Introdução
A integração regional consiste na criação de diversas modalidades
de acordos comerciais ou constituição de blocos regionais se deve a
busca dos países por maior desenvolvimento económico e expansão
do comércio.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de

 Conceitualizar a Integração Regional

 Definir o papel de Moçambique nesta organização


económica regional
Objectivos
 Mencionar os impactos do nosso país na integração regional

1.Conceito de Integração Regional

Este conceito de integração regional,refere-se ao movimento para


estabelecer ligações entre os estados e em meio a um grupo de
paises dentro de um determinado espaço geografico, motivado
pelos interesses comuns e compartilhados para cooperação nas
areas de comercio e outros sectores economicos, com vista a
alcançar uma zona de livre comercio e subsequentemente
estabelecer uma união alfandegaria.

A criação de diversas modalidades de acordos comerciais ou


constituição de blocos regionais se deve a busca dos países por
maior desenvolvimento económico e expansão do comércio.

Assim, ela facilita as relações económicas entre países, a


liberalização dos mercados que se manifesta na redução de tarifas
entre os países do bloco (áreas de tarifas preferenciais), uma união
134

monetária onde todos os residentes nos países do bloco podem


realizar qualquer transacção sem controlo ou restrição, um
comercio livre nos mercados regionais e com uma eliminação de
tarifas.

1.1.Objectivos de Moçambique na integração regional

Moçambique iniciou a implementação do protocolo comercial da


SADC em 31 de Julho de 2001 e este protocolo visava o seguinte:

- Fomentar a liberalização do comercio intra regional;

- Diminuir os custos operativos e comercio regional;

- Garantir uma produção eficaz dentro da SADC;

- Fomentar a industrialização;

- Aumentar a competitividade beneficios para o consumidor;

- Contribuir para o melhoramento do ambiente favoravel ao


investimento nacional, transfronteiras e estrangeiro;

-Incrementar o desenvolvimento economico, diversificação e


industrializaçõ da região;

- Estabelecer uma região livre da SADC.

2. O papel de Moçambique na Integração Regional

No passado a perspectiva da integração regional assumia especial


destaque, mas actualmente por se tratar de uma realidade de
importância decisiva para o futuro de desenvolvimento económico
e social dos países, Moçambique desempenha uma função
estratégica, pois, nenhum pais pode desenvolver-se isolado dos
outros.

A integração regional tem ganhos, mas também tem custos, ela se


apresenta actualmente como alternativa para o desenvolvimento
económico e social.
135

Ao nível regional os problemas que os países enfrentam são


comuns, os desequilíbrios em termos de nível de desenvolvimento
não são tão díspares e a possibilidade de cooperação e integração
regional se torna realizável.

Há que considerar também que os governos assumem neste


processo um papel activo na implantação de projectos de interesse
comum.

A integração de Moçambique na região da SADC não é mais que o


consagrar de uma tendência natural do seu povo, caracterizado por
combinações de elementos de produtos turísticos, ligações de vida
selvagem, em estado muito natural, com sol e praia todo o ano, as
migracoes regionais e misturas familiares transfronteiriças e
mesmo do alinhamento do seu património natural, ligações interior
– costa, rios e lagos, alinhamentos morfológicos, fronteiras naturais
geradas por formações montanhosas, infra-estruturas sociais, portos
e caminhos de ferro, linhas férreas e estradas.

3. Impacto da Integração Regional em Moçambique

Moçambique tem um grande potencial a disponibilizar neste


processo nas áreas dos portos e caminhos-de-ferro, energia, turismo
e outros.

Com a abertura ao comércio regional, estimula toda a economia


contribui no aumento de receitas dos países exportadores e
proporciona aos consumidores dos países importadores uma
escolha mais vasta de bens e de serviços, a preços mais baixos,
graças a uma maior concorrência.

Alem disso, permite que os países possam produzir e exportar os


bens e os serviços em que são mais competitivos.

Há toda uma necessidade de melhorar a qualidade dos nossos


produtos, maior eficiência e eficácia na prestação de serviços de
136

forma a ser mais competitivo no mercado regional responder


desafios actuais.

Contudo, o pais poderá tirar proveito no acesso ao mercado em


condições competitivas.

- Poderá melhorar o comércio fronteiriço.

-Poderá reduzir a fuga ao fisco e incremento dos países vizinhos


que o ratificam.

- Maior eficiência na alocação de recursos

-A eliminação de tarifas aduaneiras poderá baixar os preços

- Poderão aumentar as importações como resultado da liberalização


do comércio.

Sumário
A integração regional facilita as relações económicas entre
países, a liberalização dos mercados que se manifesta na
redução de tarifas entre os países do bloco (áreas de tarifas
preferenciais), uma união monetária onde todos os residentes
nos países do bloco podem realizar qualquer transacção sem
controlo ou restrição, um comercio livre nos mercados
regionais e com uma eliminação de tarifas. A integração
regional tem ganhos, mas também tem custos, ela se apresenta
actualmente como alternativa para o desenvolvimento
económico e social.O nosso país tem um grande potencial a
disponibilizar neste processo nas áreas dos portos e caminhos-
de-ferro, energia, turismo e outros.

Exercícios
Entregar os exercícios 2 e 3 desta unidade

1. Deia o conceito de Integração Regional


137

2. Explica as vantagens e desvantagens da adesão de


Moçambique na integração regional

3. Aponte os principais propositos do nosso pais na integração


regional?

4. Quais são as áreas prioritárias de Moçambique na adesão a


Integração Regional?

Referências Bibliográfica

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16. VISENTINI,J,Sociedade e Espaço, Geografia Geral e do Brasil,


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