MÉTODO CONECTIVO COMO MEIO PARA A LEITURA DOS TEXTOS
FILOSÓFICOS
Greicele Santos de Souza
Universidade Federal de Santa Maria greicelesotnas@yahoo.com.br
Marli da Silva 71.ms.marli@gmail.com
Albertinho Luis Gallina
gallina@mail.ufsm.br
Resumo: O artigo que nos propomos a apresentar é duplamente introdutório. Primeiro,
por se tratar de um texto que tem como alvo não só as pessoas que já estejam familiarizadas com a filosofia. Segundo, por expor idéias iniciais de um estudo introdutório acerca do processo metodológico nas aulas de filosofia, especificamente, da relação do leitor com os textos filosóficos. Propor um método de leitura dos textos filosóficos pode soar a muitos como algo pretensioso, pois não foram poucas as tentativas deste tipo que fracassaram. Frédéric Cossutta, na obra Elementos para a leitura dos textos filosóficos, nos apresenta uma concepção de método como análise textual que visa explicitar os fenômenos gerais presentes nos textos filosóficos que manifestam as propriedades específicas da relação filosófica. Por texto filosófico entende-se um conjunto complexo não somente “estratificado”, mas também encadeado numa linearidade que é a do tempo e da escrita. Essas duas dimensões se cruzam graças a uma série de referências internas que colocam em co-presença ideal todos os momentos do desenvolvimento do texto. Nas palavras de Cossutta, “o texto é um conjunto móvel, animado por um movimento interno, que desenrola um feixe de virtualidades discursivas segundo regras e modalidades que podemos explicitar e analisar” (2001, p. 6). Tendo em vista, a importância metodológica da análise textual defendida por Cossutta, pretendemos relaciona-la com a noção de esquema conceitual, ou estrutura do pensamento acerca do mundo, apresentada por Peter F. Strawson na obra Análise e Metafísica. Em um primeiro momento, apresentaremos a concepção geral de filosofia defendida por Strawson e adotada por nós neste artigo. Strawson é visto como integrante da chamada filosofia analítica sistemática. Ele nos propõe um novo modo de conceber o termo “análise”, não mais como redução, mas como “explicitação”. Strawson nos apresenta um novo método, o método conectivo. Após analisarmos no que consiste este método passaremos a um segundo momento, onde iremos propor a aplicabilidade do método conectivo na análise de textos filosóficos. A fim de enriquecer nossa análise apresentaremos a analogia que Strawson faz da gramática com a filosofia. Analogia essa, que expõe de maneira clara o papel do filósofo em relação às demais áreas da ciência. Palavras-chave: análise textual, estrutura conceitual, método conectivo