Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO DA METODOLOGIA CIENTÍFICA
PROF.º DRA. MARIA DAS GRAÇAS MOITA RAPOSO FERREIRA
ALUNO: RENATO RAMOS DE ALMEIDA – 1° PERÍODO

RESUMO DO TEXTO
TEMAS DE FILOSOFIA – OS INSTRUMENTOS DO FILOSOFAR

TERESINA-PI
2022
A LEITURA DE MUNDO

O processo da aprendizagem da competência da leitura perpassa por inúmeros processos


e aspectos de caráter empíricos (experiência vivenciada), técnicos e metodológicos (centro de
ensino) que contribuem de maneira direta e indireta a sua devida aquisição na vida do indivíduo.
A leitura tem a sua abrangência no âmbito da capacidade de absorver e compreender a visão de
mundo e da capacidade de codificação e decodificação dos textos escritos verbais e não verbais.
A concepção mais objetiva e diretiva sobre a “leitura” no contexto da visão de mundo
de um sujeito fundamenta-se na capacidade do mesmo de aferir significados em tudo que faz
parte da sua vida e sociedade a qual está inserido, por exemplo, atribuir significados aos objetos,
fatos, ações, imagens, hábitos, textos entre outros elementos. O ator de ler o mundo é
extremamente relativo, pois tem o seu embasamento nos aspectos da individualidade humana
e suas particularidades e faz uso do conhecimento empírico de cada um. Assim, como a
capacidade de observação, análise e correlação entre as informações adquiridas no processo da
leitura que são resultantes dos seguintes elementos: faixa etária, gênero, contexto histórico,
localidade e posição social.
O processo de aprendizagem da leitura de mundo centra-se em duas questões essenciais
(problemáticas) que contribuem de maneira direta e indireta a sua aquisição e domínio pleno e
efetivo. A primeira questão é a seguinte: o que isto significa? E a segunda: o que quer dizer?
Desse modo, entende-se que ler é um processo construtivo e indagação contínua na trajetória
de vida dos indivíduos, sejam alfabetizados ou não.
No universo da aprendizagem da leitura existem várias formas de ler, assim como vários
tipos de fontes de leitura – textos verbais e não verbais. No contexto dos textos verbais
(escritos/compostos por palavras) existe uma grande variedade, normatizados como literários
(ficção) e não literários (referenciais). Os textos referenciais são essencialmente descritivos e
explicativos e contém informações de caráter realista sobre vários temas e assuntos. A
variedade de textos escritos verbais influencia e condiciona diretamente a forma de ler, existem
dois tipos de leitura na perspectiva dos textos escritos verbais, são eles: leitura emocional
(prazer) e leitura racional (crítica). Estes tipos de leitura variam conforme um único fator, o
objetivo (finalidade) da leitura.
A leitura emocional tem a sua referência no processo de adquirir conhecimento através
da subjetividade alinhada aos aspectos prazerosos, emotivos, que impactam de maneira direta
os sentimentos e sensações do leitor, fortalece a capacidade criativa e imaginária. O critério
avaliativo e de escolha desse tipo de leitura é focado na afinidade, afetividade e preferência
(gosto) do leitor por um determinado tema/assunto. A leitura racional concentra-se na
aquisição de conhecimento de maneira crítica através do processo de análise técnica e
metodológica do texto, com a elaboração de problemáticas a respeito das informações com a
finalidade de construir e reconstruir o texto com a sua visão, compreensão e entendimento
(formulação de opiniões). Este tipo de leitura é sistemática com fundamentos técnicos que
envolve os seguintes elementos conceptivos: a denotação, a interpretação, a análise crítica e a
problematização.
A denotação é o primeiro nível da leitura crítica e tem como finalidade adquirir o
entendimento literal e as superficialidades do texto através do levantamento das informações
sistêmicas (identificação e análise do vocabulário; informações sobre o autor; contexto
histórico; objetivos do texto; autores; concepções teóricas; publicações e etc.), identificação das
concepções fundamentais (Qual objeto central do texto? Qual temática é discutida?), avaliação
técnica da percepção textual do autor (organização, estrutura e sequência lógica, as concepções
centrais e secundárias, capacidade argumentativa e conclusão).
A interpretação é o processo de identificação dos significados ocultos (conotativos e
figurativos) através dos questões subjetivas: O que o autor quer demonstrar com o texto? Quais
os valores que nele aparecem? Qual a relação do texto com o contexto histórico e social atual?
A análise crítica é o procedimento que realiza uma avaliação do texto de maneira
objetiva, construtiva, sistêmica e diretiva em relação aos elementos compositores do texto a
ideia central e secundária, coerência, clareza, finalidade, contribuição para a área de estudo e
temática em questão através do uso de técnicas/métodos assertivos sem a percepção afetiva
(subjetividade). Esse nível da leitura racional mensura o texto entre bom, médio ou ruim através
da percepção do leitor com base nos princípios técnicos avaliativos predeterminados. A análise
crítica é um processo relativo, desse modo podem surgir várias divergentes sobre um mesmo
texto. A problematização é nível que promove o surgimento de questões (problemas) sobre o
texto e questões adicionais que ultrapassam os limites informativos e referenciais do texto.
Nessa fase o leitor inicia o processo de indagação que extrapola a temática central do texto,
buscando outras perspectivas, conjunturas, o raciocínio lógico é ativado de maneira que o
mesmo captura novos significados e os ressignificam com base em novas leituras de mundo.
Conclui-se, que a aprendizagem da leitura perpassa por dois viés, a emoção e a razão,
ambos auxiliam de forma direta/indireta a aquisição da competência de ler. O ato de ler é a
capacidade de aferir a significação a tudo que envolve a vida do sujeito e do mundo ao qual
está inserido. E somente a leitura desenvolve a capacidade crítica e reflexiva dos individuos.
REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Os instrumentos do


Filosofar. In: _ Temas de Filosofia. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria
Helena Pires. 1ed. São Paulo: Moderna, 2003. p. 11-26.

Você também pode gostar