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Parecer NPT nº 65/2023
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
NÚCLEO DE PARCERIAS E TRANSPORTES
enquadramento a ser dado, nos termos do Contrato de Concessão nº 02/2021 (fls. 03/138),
às receitas obtidas pela Concessionária Reserva Paulista Administradora de Parques S.A.
com contratos de cessão temporária do uso de áreas da Concessão firmados para permitir a
gravação de comerciais e ensaios fotográficos em espaços do Jardim Botânico e do
Zoológico de São Paulo, visando à definição do montante devido ao Poder Concedente
(fls. 224/229).
1.1. A consulta foi formulada para a confirmação do
entendimento a ser adotado quanto ao “Termo de Adesão de Cessão de Uso de Espaço –
Ensaio Fotográfico e/ou Evento com Finalidade Comercial”, firmado entre a
Concessionária e a empresa Action Midia Partners Serviços de Marketing Ltda., tendo por
objeto a cessão temporária de uso de espaço físico do Jardim Botânico para a realização de
ensaio fotográfico em caráter publicitário da marca “Le Lis” (fls. 211/220). O ajuste foi
comparado com o “Termo de Adesão de Cessão de Uso de Espaço – Ativação – Exposição
de Carro da Marco Peugeot com Finalidade Comercial”, anteriormente firmado entre as
mesmas partes, tendo por objeto a cessão temporária de uso de espaço físico do Zoológico
de São Paulo para a realização de “evento de ativação” da marca “Peugeot” (fls. 184/204).
1.2. De acordo com o entendimento da Sra. Coordenadora do
Grupo Técnico de Concessões, o “Termo de Adesão de Cessão de Uso de Espaço – Ensaio
Fotográfico e/ou Evento com Finalidade Comercial”, diferentemente do “Termo de Adesão
de Cessão de Uso de Espaço – Ativação – Exposição de Carro da Marco Peugeot com
Finalidade Comercial”, envolveria “um direito de imagem do espaço público concedido,
que, pela sua especificidade, a proposição do projeto previu um percentual de outorga
maior” (fl. 225).
1.3. Nesse contexto, a consulta questiona se devem ser “aplicadas
[as] regras de direito de imagem e consequente incidência desta outorga de receita
adicional”, e “como a gestão do contrato deve proceder num caso como este, no qual há
dúvida sobre a aplicação adequada do modelo de receita” (fl. 229).
2. Em 20.03.2023, o Sr. Chefe de Gabinete da Secretaria de
Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística encaminhou a consulta ao Sr. Procurador do
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Estado Chefe da Consultoria Jurídica da Pasta (fls. 231/233), que, em 23.03.2023, remeteu
o feito a este Núcleo de Parcerias e Transportes (fls. 234/236).
É o relatório. Opino.
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“10.1.2. Também não se incluem no conceito de RECEITAS para os fins deste CONTRATO, as
RECEITAS ADICIONAIS, referentes à exploração econômica da FAZENDA, assim como a receita
decorrente de publicidade, patrocínios, naming rights, direitos de imagem e assemelhados. Para as
RECEITAS ADICIONAIS dever-se-á observar o disposto na Cláusula 10.3”.
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“10.3. A exploração de atividades que gerem RECEITAS ADICIONAIS depende de prévia comunicação ao
CONCEDENTE, sob pena de aplicação de sanções, nos termos do ANEXO XXXI. 10.3.1. A comunicação,
prevista na Cláusula 10.3 acima, deverá ser acompanhada das minutas de todos os contratos a serem
celebrados, e outros documentos pertinentes, apresentando e indicando, no mínimo, quando cabível: (...)
VIII. o compromisso expresso de destinação de 15% (quinze por cento) da RECEITA ADICIONAL ao
CONCEDENTE, nos termos do ANEXO XXV”.
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“11.2.1. As PARTES concordam que de todas as RECEITAS ADICIONAIS da CONCESSIONÁRIA, nos
termos deste CONTRATO, antes de sua destinação à conta bancária de livre movimentação pela
CONCESSIONÁRIA, será descontado montante equivalente a 15% dos valores brutos recebidos sob tal
título, nas condições estabelecidas neste CONTRATO e ANEXOS”.
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contratar está na imagem e belezas naturais do próprio bem público concedido. Tais
contratos destinam-se, assim, precipuamente a uma finalidade específica, qual seja, a
exploração comercial da imagem dos bens concedidos.
4.3. Naqueles outros, relacionados à cessão temporária do uso de
área da Concessão a terceiros, com a ocupação de espaços do Jardim Botânico e do
Zoológico, para, por exemplo, venda ou oferecimento de bens e serviços, o atrativo
ofertado pela Concessionária àquele que com ela pretende contratar não é, precipuamente,
a imagem dos bens públicos concedidos, mas, em especial, o alto fluxo de visitantes que os
frequenta, potencial consumidor destes bens ou serviços.
4.4. É o que ocorreu no caso do “Termo de Adesão de Cessão de
Uso de Espaço – Ativação – Exposição de Carro da Marco Peugeot com Finalidade
Comercial” (fls. 184/204), por meio do qual foi realizado um “evento de ativação”
destinado a colocar veículos da marca “Peugeot” ao alcance de potenciais consumidores
frequentadores do Zoológico de São Paulo, visando a iniciar possíveis processos de venda
dos bens (fl. 181). O atrativo ofertado pela Concessionária à sua contratada era o próprio
público usuário do Zoológico de São Paulo, que, durante a visitação, poderia tomar contato
com o produto ofertado.
4.5. Em sentido diverso, os contratos voltados à gravação de
comerciais e ensaios fotográficos em áreas do Jardim Botânico e do Zoológico não
pretendem divulgar ou oferecer produtos ao seu público. A finalidade desses contratos é a
apropriação das belezas e paisagens naturais presentes na área da Concessão para a criação
de um cenário ou plano de fundo artístico apropriado aos filmes/ensaios fotográficos a que
se referem.
4.6. É o que ocorreu no caso do “Termo de Adesão de Cessão de
Uso de Espaço – Ensaio Fotográfico e/ou Evento com Finalidade Comercial” (fls.
211/220), no que se refere à ocupação de espaços do Jardim Botânico para a realização de
ensaio fotográfico de roupas da marca “Le Lis”.
4.7. Com efeito, conforme o exposto nas imagens acostadas aos
autos (fls. 226/229), o contrato, neste particular, serviu à utilização das singulares espécies
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