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ECOLOGIA E DIREITO DOS ANIMAIS

Vários são os problemas ambientais existentes no planeta. Problemas como poluição


atmosférica, poluição das águas, poluição do solo, queimadas e desmatamentos são cada
vez mais frequentes e afetam a qualidade de vida do homem e também de outras
espécies. No Brasil, não é diferente. Enfrentamos todos os dias graves ameaças aos nossos
ecossistemas. Segundo dados do IBGE 90% dos municípios brasileiros enfrentam
problemas ambientais
Tendo em vista a situação ecológica e a crescente conscientização sobre o assunto
entre os cristãos, qual deve ser a responsabilidade ética do cristão com respeito ao
ambiente físico em que vivemos?
Apresentaremos três visões sobre o assunto: a visão materialista, a visão panteísta e entre
esses dois extremos temos a visão cristã que acredita tanto no respeito à natureza quanto
no uso apropriado dos recursos naturais.
Essa utilização respeitosa do meio ambiente nasce do conceito cristão da criação e de nossa
obrigação, divinamente apontada para sermos bons administradores daquilo que Deus nos
tem concedido.
UMA VISÃO MATERIALISTA DO MEIO AMBIENTE
Embora nem todos os materialistas sejam ateus, a maioria dos ateus é, de uma forma ou de
outra, materialista, desta forma, a base filosófica da visão materialista do meio ambiente é
produto de uma cosmovisão ateísta ou humanista secular.
Principais pontos:
• A natureza apenas existe: Negam o criacionismo, e baseado na 1 lei da
termodinâmica a natureza com fonte de energia não pode ser criada nem destruída,
somente transformada.

• A energia é ilimitada: sempre haverá fontes e formas de energia para nosso uso.

• A tecnologia pode resolver qualquer tipo de problema: esse pensamento acredita


que a solução de todos os problemas se encontra no conhecimento científico e em
bons sistemas de governo.

• O mundo sofre devido à má distribuição: o mundo tem recursos suficientes para


grande maioria e uma distribuição justa seria a solução.

• Uma educação global pode resolver o problema da má distribuição: nenhuma


divindade irá nos salvar, nós precisamos nos salvar, e o caminho para salvação é a
educação.
REFUTAÇÃO AO ARGUMENTO MATERIALISTA
• O mundo não é eterno (Gn 1.1);
• A energia não é ilimitada: a segunda lei da termodinâmica prova isso (At. 2.20)
• A tecnologia não pode solucionar nossos problemas (Rm 8. 19-22)
• A má distribuição não é a raiz do problema (Tg 4. 1-3);
• A educação não é a solução (João 14.6);
UMA VISÃO PANTEÍSTA DO MEIO AMBIENTE
A visão panteísta é distintamente antimaterialista e resolutamente anticristã, bem como
possui várias características distintas. Em resumo panteísmo é a crença de que Deus é tudo
e tudo é Deus. Como no caso das religiões animistas (entendimento que todas as coisas,
incluindo pessoas, animais, meio ambiente e fenômenos naturais possuem um
espírito que os conecta uns com os outros), a natureza é uma manifestação do sagrado
ou do divino, seus adeptos, portanto, reverenciam a natureza, porque a natureza é
considerada divina.
Principais pontos:
• A natureza é um organismo vivo;
• As espécies vivas são a manifestação de Deus;
• Os seres humanos são um com a natureza;
• Nós não somos reis sobre a natureza, e sim servos dela
REFUTAÇÃO AO ARGUMENTO PANTEÍSTA
• A natureza não é divina; entre a visão materialista de uma fonte inesgotável de
energias e a divinização da natureza tempos a visão bíblica que entende a natureza
como obra de um criador divino (João 1.3);
• A natureza não está viva (ela contém) (Gn 1.31);
• Não existe evidência científica de que a matéria tenha vida (Gn 1. 20-27; 2.7);
• As espécies não são manifestações de Deus (Hb 1. 1-3);
UMA VISÃO CRISTÃ DO MEIO AMBIENTE
Dentre todos os sistemas religiosos e filosóficos, nenhum dá maior dignidade à criação
material do que a tradição judaico-cristã. Os dois testamentos das Escrituras ensinam que o
universo físico é bom e que o mesmo reflete a glória do seu Criador (Sl 19.1; 1 Tm 4.4). Na
visão cristã, há vários elementos a serem considerados em relação ao meio ambiente e à
responsabilidade humana para com ele.
• O mundo é uma criação de Deus (Gn. 1.1);
• Este mundo pertence a Deus (Sl 24. 1-3);
• O mundo é um reflexo de Deus (Gn 1. 4,10,12,18,21,25 e Sl 19.1);
• O mundo é sustentado e regido pela ação de Deus (Hb 1.3 e Cl 1.17; Sl 104.10-14);
• O mundo encontra-se debaixo de uma aliança com Deus (Gn 9.12-16);
• O ser humano é o guardião do meio ambiente (Gn 1.28 e 2.15);
A obrigação da propagação (Gn 1.21,28 e 5.3);
O dever daquele que domina (Gn 1.28 - sujeitar e dominar: existe um imperativo
divino para que o ser humano estivesse acima do meio em que vive com poder e
autoridade de Deus para governar sobre ela, sendo a coroa da criação.
O mandamento para ser o guardião
ANÁLISE DE ALGUMAS ORIENTAÇÕES BÍBLICAS FAVORÁVEIS À ECOLOGIA
• A lei da boa administração (1 Co 4.2; Jó 4.11);
• A lei do descanso sabático (Êx 23.12);
• A lei do descanso da terra (Êx 23. 10-11);
• A lei do jubileu (Sl 50.12; Lv 25.23,28);
• A lei da colheita (Lv 19.9; Êx 23.11);
• As leis sanitárias (Lv 13-14; 13. 9-11; 13.52; 14. 43-55; Dt 23.13);
• A lei da guerra (Dt 20. 19-20);
• A lei contra a ganancia pela terra (Sl 50.12; Jó 41.11; Sl 24.1; Is 5.8).

DIREITO DOS ANIMAIS


A questão do “direito dos animais” tem sido motivo de preocupação e ganhou bastante
relevância nas últimas décadas.

No Brasil, a crueldade contra animais passou a ser condenada no artigo 225 da Constituição
de 1988. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) também foi um avanço ao criminalizar
o ato de abusar, maltratar, ferir ou mutilar bichos. Atualmente, é indiscutível: os animais
estão protegidos por leis e qualquer um que atente contra eles está sujeito a responder pelo
crime. Porém, a discussão acerca do direito dos animais cresce em outra área do estudo
jurídico: a civil.

As perspectivas principais podem ser divididas em três categorias básicas: materialista,


panteísta e cristã.

A PERSPECTIVA MATERIALISTA SOBRE O DIREITO DOS ANIMAIS

• Diferença em grau pode, por fim, tornar-se diferença em natureza;


• Muitos cientistas acreditam que diferenças aparentes em natureza entre espécies são
sempre redutíveis a diferença em grau;
• Tanto seres humanos como animais podem resolver problemas;
• Os animais associam-se socialmente da mesma forma que os seres humanos;
• Insanidade neurótica pode ser vista em seres humanos e animais;
• Os seres humanos diferem dos animais somente no grau, pois não existe algo como
uma alma racional.

A PERSPECTIVA PANTEÍSTA SOBRE O DIREITO DOS ANIMAIS

• A natureza é um organismo vivo;


• As espécies viventes são manifestação de Deus;
• Os seres humanos são um com a natureza;
• Religiões Antropocêntricas.
A PERSPETIVA CRISTÃ SOBRE O DIREITO DOS ANIMAIS

Argumentos Bíblicos:

• A humanidade foi criada a imagem de Deus (Gn 1.26-27);


• A humanidade foi criada com uma alma vivente (Gn 2.7);
• Os seres humanos possuem características singulares (Sl 49. 12-15);
• Os seres humanos ocupam lugar único na criação (Mt. 6.26; 12.11-12);
• A ordem divina para criação é composta hierarquicamente (1 Tm 6.15-16; Êx 20. 3-6);
• Não se proíbem a domesticação e o uso agrícola dos animais (Lv 25.7; Tg 3.7);
• Não se proíbe alimentar-se de animais (1Tm 4.3-5).

Argumentos Teológicos:

• Os homens e os animais diferem em natureza, e não em grau;


• Os humanos têm capacidade de pensar abstratamente, mas os animais não;
• Os humanos, e não os animais, tem capacidade para a linguagem proposicional;
• Diferente dos animais, os homens formam unidades sociais não instintivas;
• Somente os seres humanos são verdadeiramente morais;
• Os animais não têm direitos morais.

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