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Tema: Modernismo em Portugal: Factores e percursores

O modernismo surge no seculo XX, representando a ruptura com padrões e a inovação. Em


virtude disto, a pesquisa vai cingir-se aos seguintes tópicos:

1. Contextualização do tema

Tal como noutros países, segundo Lopes (2009), “Portugal atravessa, entre a década de 1880
e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um período de profundas alterações políticas,
sociais e culturais” (p.78). Nesta fase falasse do Modernismo que vamos passar a conhecer
seus contornos na literatura portuguesa.

O Modernismo representa a ruptura com padrões e a inovação. A Escola Literária Modernista


surge no início do século XX, após o Pré-Modernismo, num período conturbado. Em
Portugal, berço do Modernismo no Brasil, seu marco inicial data de 1915 com a publicação
da Revista Orpheu (Saraiva, 2012).

2. Contextualização histórico (de forma breve)

Para Bosi (1990) “o Modernismo tomou lugar num período que permeia a Primeira (1914-
1918) e a Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais” (p.56). Na mesma altura, surgia a Teoria
da Relatividade de Einstein e a Psicanálise de Freud, bem como transformações tecnológicas
(electricidade, telefone, avião, cinema).

No período em questão, o mundo europeu passava por intensa instabilidade social, ao mesmo
passo em que importantes mudanças políticas, económicas e nacionais ocorriam nesse
território. Também foi um período marcado por conflitos de proporções nunca antes vistas no
continente, como as Guerras Mundiais que marcaram profundamente toda a sociedade
europeia. Todas essas situações influenciam os pensamentos da época e, consequentemente o
estilo deste novo movimento literário (Saraiva, 2012). Em Portugal, em 1910 era proclamada
a república e surgem dois partidos políticos.

O Situacionista, numa proposta saudosista, para Cândido (1959) pretendia resgatar os anos de
glória vividos por Portugal. Os Inconformados, por sua vez, almejavam uma ruptura de
padrão e estilo, e propunham a inovação.

Assim, com o lançamento da Revista Águia, os Situacionistas tentam reviver o passado numa
pretensão de incutir nas pessoas o orgulho português oriundo das suas conquistas. Os
Inconformados rejeitam essa ideia, pretendendo trazer à tona o espírito crítico.
3. Principais características

Segundo Cândido (1959), os artistas modernistas portugueses buscavam sempre trazer


a ousadia e a revolução em suas produções, afinal esse movimento surgiu com a intenção de
trazer uma reformulação total nas artes.

 Distanciamento do sentimentalismo.
 Espírito dinâmico, acompanhando as transformações tecnológicas.
 Espírito crítico e questionador.
 Linguagem cotidiana.
 Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”.
 Originalidade e excentricidade.
 Ruptura com o passado, numa atitude inovadora;
 Presença de linguagem usual;
 Presença das transformações tecnológicas da época;
 Questionamentos e reflexões sobre assuntos sociais polémicos;
 Oposição às normas e às regras;
 Presença de originalidade e espírito crítico.
4. Principais Percursores

Em Portugal, consideram-se duas fases do Modernismo: O primeiro Modernismo, formado


por um grupo de jovens, dos quais se destacam Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro,
data de 1913. Influenciados, sobretudo, por correntes modernistas de Paris e do Brasil,
lançaram, em 1915, dois números de revista literária luso-brasileira denominada Orpheu, com
a participação de escritores portugueses (também conhecidos por geração de Orpheu), que
pretendiam (Lopes, 2009).

Para Cândido (1959), na obra pessoana encontramos quatro principais autores: Fernando
Pessoa (Ortónimo): Motivos poéticos, Alberto Caeiro (heterónimo), Ricardo Reis
(heterónimo) e Álvaro de Campos (heterónimo).

Segundo Lopes (2009), o sensacionalismo e o intencionalismo foram a grande translação


teórica que vai fundamentar as poéticas do Orfeu, e a consciência das sensações que lhe
confere o poder da expressão plena através da organização das sensações do abstracto:
1. Fernando Pessoa (Ortónimo): Motivos poéticos: Expressão musical do frio, do tédio
e dor; Nostalgia de um perdido; Resignação dorida de quem sofre a vida sendo
incapaz de a viver; Egoismo exacerbado; Cepticismo; Tédio; Náusea; gosto pelo que é
popular.
2. Alberto Caeiro (heterónimo): Variedade da natureza; Panteísmo sensual, aceitação
calma do mundo tal como é; Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre
múltiplo; Deambulismo; Misticismo naturalista;
3. Ricardo Reis (heterónimo): Paganismo; Miséria da nossa miséria estrutural;
Ameaças do Fatum, da velhice e da morte; Busca de um prazer relativo; Aceitação
calma da ordem das coisas;
4. Álvaro de Campos (heterónimo):Amor à vida; Triunfalismo modernista; Abulia,
tédio, cansaço e náusea; Civilização.
Referências Bibliográficas

Lopes, Óscar (2009). Manual Elementar de Literatura Portuguesa, Lisboa, Livraria


Didáctica, s/d;

Saraiva, António José. (2012). História da Literatura Portuguesa, Lisboa, Publicações


Europa América;

Bosi, Afredo.(1990). História Concisa da Literatura Brasileira, 3ª edição, São Paulo, Cultrix
Lda;

Cândido, António. (1959).Formação da Literatura Brasileira, Belo Horizonte, Ed, Italaia


Lda;

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